CAPÍTULO 3 TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO E ADIPOSO

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1 CAPÍTULO 3 TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO E ADIPOSO 3. 1 Características gerais O tecido conjuntivo forma a base de sustentação das partes moles do corpo, atuando como barreira de proteção aos órgãos internos e auxiliando na defesa contra microorganismos. Genericamente podemos dizer que é o tecido que recheia, envolve os órgãos internos. Assim, sua função inclui a de apoiar e ligar os outros tipos de tecidos, fazendo com que o corpo se apresente como uma unidade tridimensional harmônica e sem espaços vazios. Sua propriedade de sustentação é conseqüência das seguintes características: (1) Esse tecido possui uma grande quantidade de material intracelular (2) As células são distanciadas uma das outras porque também existe uma grande quantidade de matriz extracelular. (3) Apresenta função de difusão e fluxo de compostos metabólicos (4) É fundamental para a defesa corporal contra microorganismos, já que quando ocorrem inflamações ou infecções, as células do sistema imune deslocam-se para os tecidos atingidos via tecido conjuntivo (ou seja, as células imunes saem do sangue e vão para dentro do tecido conjuntivo no qual chegam à área em que ocorreu invasão microbiana). 3.2 Histogênese O tecido conjuntivo origina-se no MESODERMA, a partir de uma célula primordial não especializada que é denominada célula mesenquimal. Essas células são citologicamente alongadas e possuem um alto potencial de diferenciação celular. É dela que se originam outros tecidos corporais importantes como o tecido cartilaginoso, ósseo, adiposo, muscular, e sangüíneo. Por isso, dizemos que tais tecidos são tecidos conjuntivos modificados (Figura 1) 32

2 Célula Mesequimal Osteócito Condrócito Míocito Estroma Adipócito Ósseo Cartilaginoso Muscular Conjuntivo Propriamente Dito Adiposo Figura 1 Esquema geral da histogênese de tecidos derivados das células mesenquimais. O sangue também é considerado um tecido conjuntivo modificado. 3.3 Características Cito-Histológicas do Conjuntivo Uma vez que suas principais funções são o preenchimento de espaços corporais e a ligação de tecidos e órgãos, o tecido conjuntivo apresenta, além de grande quantidade de material intracelular, uma grande quantidade de matriz extracelular na qual se encontra fibras colágenas. A matriz é uma massa amorfa de aspecto gelatinoso e transparente constituída principalmente de fibras colágenas, reticulares e fibras elásticas. Do ponto de vista estrutural, os principais componentes desse tecido são: (1) Células fibroblastos (2) Fibras (colágenas, reticulares e elásticas) (3) Substância fundamental (amorfa): é um complexo viscoso e altamente hidrofílico que contém diversos tipos de moléculas que se ligam às proteínas, como as integrinas. Esse conjunto de moléculas confere rigidez à matriz e suporte ao corpo. Esses três componentes são responsáveis pela notável diversidade funcional do tecido conjuntivo e patologias a ele associadas. 33

3 3.4 Tipos de s Conjuntivos O tecido conjuntivo pode ser dividido em tecido conjuntivo propriamente dito e tecidos derivados (sangue, adiposo, cartilaginoso e ósseo). A Tabela 1 apresenta uma síntese das principais diferenças entre esses tecidos. Existem os seguintes tipos de tecidos conjuntivos propriamente ditos: tecido conjuntivo propriamente dito (denso e frouxo), tecido conjuntivo elástico, tecido conjuntivo reticular e tecido conjuntivo mucoso Conjuntivo Propriamente Dito O tecido conjuntivo propriamente dito que se divide em denso e frouxo possui as seguintes características morfofuncionais. Conjuntivo Frouxo Suporta estruturas que geralmente estão sujeitas a pressão e atritos pequenos. Esse tipo de tecido é freqüente no corpo humano, preenchendo os espaços entre as células musculares. Dá suporte as células epiteliais e forma camadas ao redor dos vasos sangüíneos. As células mais numerosas desse tecido são os fibroblastos e os macrófagos (células do sistema imunológico do corpo). O tecido conjuntivo frouxo é flexível, bem vascularizado e não muito resistente a trações. Esse tipo de tecido é encontrado na derme (que forma a pele), abaixo do epitélio pseudo-estratificado cilíndrico ciliado da traquéia e abaixo do epitélio da mucosa intestinal (Figura 2). Conjuntivo Denso Esse tipo de tecido, ao contrário do tecido conjuntivo frouxo, é adaptado a oferecer resistência e proteção aos tecidos. É formado pelos mesmos compostos do tecido frouxo, porém possui uma quantidade maior de fibras colágenas. Por esse motivo, é menos flexível. Um exemplo é o tecido que forma os tendões corporais, que são estruturas longas e cilíndricas que conectam os músculos estriados aos ossos. Por ser um tecido muito rico em fibras colágenas, sua coloração é esbranquiçada (Figura 3). Quando as fibras formam feixes de colágeno, denominamos o mesmo de tecido conjuntivo denso modelado (Figura 4). Conjuntivo Elástico Esse tecido é composto por feixes espessos e paralelos de fibras elásticas. O espaço entre as fibras é ocupado por fibras delgadas de colágeno e fibroblastos achatados. A abundância de fibras elásticas dá ao tecido uma coloração amarelada. Não é muito freqüente no organismo. Está presente nos ligamentos amarelos da coluna vertebral. 34

4 Conjuntivo Reticular Esse tecido é muito delicado e forma uma rede tridimensional que suporta as células de alguns órgãos. Fornece uma estrutura arquitetônica que cria um ambiente especial para órgãos linfóides e hematopoiéticos (medula óssea vermelha, linfonodos, nódulos linfáticos, baço). Conjuntivo Mucoso Esse tecido possui uma consistência gelatinosa que lhe é conferida pela grande quantidade de ácido hialurônico. Esse tecido possui pouca quantidade de fibras em relação aos demais tipos de tecidos conjuntivos. As principais células desse tecido são os fibroblastos. É o principal tecido que compõe o cordão umbilical (geléia de Warton). Também é encontrado na polpa jovem dos dentes. Tabela 1 s conjuntivos e tecidos derivados: síntese das principais características (Fonte: Silverthorn, 2002). Substância básica Tipos de fibras e arranjos Principais tipos de células s associados Conjuntivo Frouxo Denso e irregular Gelatinosa, mais substância básica do que células e fibras Mais fibras do que substância básica Colágeno, elástica, reticular, arranjo ao acaso Rica em colágeno, arranjo ao acaso Colágeno, Fibroblastos Fibroblastos Denso e regular Mais fibras do que Fibroblastos substância básica arranjo paralelo Adiposo Muito pouca Nenhuma Gordura marron (adipócito multilocular) e gordura branca Pele, ao redor dos vasos sangüíneos e órgãos, abaixo do epitélio Músculo e bainhas dos nervos Tendões e ligamentos Localização dependente do sexo e idade (adipócito unilocular) Sangüíneo Aquosa Nenhuma Células do sangue Vasos sangüíneos e linfáticos Cartilaginoso Firme mas Colágeno Condroblastos, Superfícies de elástica; ácido Condrócitos ligação, coluna, hialurônico nariz, laringe, Ósseo Rígida devido aos sais de cálcio Colágeno Osteoblastos, osteócitos, osteoclastos orelha Ossos 35

5 Epitélio Conjuntivo Frouxo Figura 2 conjuntivo frouxo, abaixo do epitélio da mucosa intestinal. conjuntivo denso não-modelado Figura 3 conjuntivo denso não-modelado, presente na derme profunda. 36

6 conjuntivo denso modelado Figura 4. conjuntivo denso modelado do tendão mostrando a disposição das fibras no tecido. Aspectos Funcionais do Conjuntivo Propriamente Dito de Interesse Clínico O Colágeno e patologias associadas Ao longo do desenvolvimento animal, muitas proteínas foram se modificando no sentido de auxiliar a composição de graus variados de rigidez tecidual, permitindo assim a construção dos organismos vertebrados. Entre essas proteínas, destacam-se as genericamente conhecidas como colágeno. Com certeza, o colágeno é a proteína mais abundante que existe no organismo humano, representando 30% da quantidade total de proteínas corporais. A produção do colágeno é feita por diversos tipos de células, existindo também diversas isoformas de colágenos (diversos tipos de colágenos). Conforme a sua estrutura e também a sua função, as moléculas de colágeno podem ser classificadas em diversos grupos. A Tabela 2 apresenta uma síntese dos principais tipos de colágeno (ainda que existam outros). 37

7 Tabela 2 Principais tipos de colágenos e suas características gerais (Fonte: Junqueira, 2004) Tipo de Colágeno Distribuição Célula produtora Função principal Organização molecular Tipo I Tipo II Tipo III Derme, tendões, ossos, fibrocartilagens Cartilagem hialina, disco intervertebral Músculo liso, tecido conjuntivo reticular Fibroblastos, osteoblastos, odontoblastos, condroblastos Condroblastos Células musculares lisas, células reticulares, células e Schwann Tipo IV Lâminas basais Células endoteliais, epiteliais e de Schwann Tipo V Derme, tendão, osso, fibrocartilagem Fibroblastos Resistência a trações Resistência a pressão Manutenção da estrutura de tecidos delicados e expansíveis Suporte de estruturas delicadas, filtração Participam das funções do colágeno do tipo I Tipo VII Derme Une as células ao tecido conjuntivo Tipo IX Cartilagem hialina Condroblastos Associação lateral das fibrilas Tipo XI Cartilagem hialina, disco intervertebral Condroblastos Participa das funções do colágeno do tipo II Tipo XII Tendão, ligamentos Fibroblastos Associação lateral das fibrilas Forma fibrilas Forma fibrilas Forma fibrilas Forma rede tridimensional Forma fibrilas Colágeno de ancoragem Colágeno associado as fibrilas Forma fibrilas Colágeno associado as fibrilas Os principais grupos de colágeno, de acordo com a sua estrutura e função, podem ser agrupados como se segue: (1) Colágenos que formam fibrilas: moléculas de colágeno agregam-se e formam fibrilas sem que haja gasto de energia. O colágeno do tipo 1, que pertence a esse grupo, é a molécula de colágeno mais abundante do corpo, formando estruturas tradicionalmente denominadas fibras colágenas, presentes nos ossos, dentina, tendões, cápsulas de diversos órgãos, etc. (2) Colágenos associados a fibrilas: são moléculas pequenas que se ligam a outras fibrilas de colágeno e também a componentes da matriz extracelular. Esse é o caso dos colágenos do tipo IX e XII. (3) Colágeno que forma rede: o colágeno do tipo IV tipicamente forma uma rede tridimensional, sendo um dos componentes principais da lâmina basal que une o epitélio ao tecido conjuntivo. 38

8 (4) Colágeno de ancoragem: o colágeno do tipo VII é chamado colágeno de ancoragem porque se une a outras fibrilas de colágeno do tipo I que se prendem as lâminas basais Composição química do colágeno a unidade proteica básica que forma o colágeno é o tropocolágeno, que tem cerca de 280nm de comprimento e 1,5 nm de espessura. Essa molécula é formada por três cadeias polipeptídicas de forma helicoidal. As diferenças na estrutura dessas cadeias polipeptídicas, que são geneticamente determinadas, é que origina as diferentes isoformas (os diferentes tipos) de colágeno. Nos colágenos I, II e III, as moléculas de tropocolágeno agregamse em unidades chamadas microfibrilares para formar as fibrilas. As fibrilas de colágenos são alongadas e delgadas com diâmetro variável. O colágeno do tipo IV que é característico das lâminas basais não forma fibrilas. As fibras colágenas do tipo I são as mais frequentes e a fresco possuem uma cor esbranquiçada. A coloração branca dos tendões é consequência da grande quantidade de fibras de colágeno do tipo I. Em muitos tecidos, as fibras de colágeno do tipo I aparecem sob a forma de feixes. Essas fibras em cortes histológicos corados com hematoxilina-eosina são acidófilas, ficando com uma tonalidade rosada. As fibras reticulares são compostas principalmente de colágeno do tipo III. Existem uma série de patologias relacionadas a formação insuficiente ou alterada de fibras colágenas. Entre as morbidades de origem genética podemos citar: A síndrome de Ehlers-Danlos Tipo III, em que ocorre falha na transcrição e na tradução do colágeno do tipo III, que leva a rupturas nas paredes da aorta e dos intestinos. A síndrome de Ehlers-Danlos Tipo VI, em que ocorre devido a problemas pós-tradução da proteína com falha na hidroxilação do aminoácido lisina, fazendo com que a pele apresente uma elasticidade aumentada e que possa ocorrer rupturas teciduais no globo ocular. A síndrome de Ehlers-Danlos Tipo VI é conseqüência da diminuição da atividade da função peptidase da molécula de pró-colágeno, levando a um aumento na mobilidade articular, o que tem como principal consequência luxações freqüentes nos seus portadores. Outro defeito genético que leva as alterações nas fibras colágenas é a Osteogenesis imperfecta, que ocorre devido à modificação em um peptídeo nos genes do colágeno do tipo I. Esta alteração genética leva a um conjunto grande de alterações corporais, incluindo a ocorrência espontânea de fraturas e insuficiência cardíaca. Fatores ambientais também podem levar a alterações nas fibras de colágeno, como é o caso do escorbuto, causado por deficiência nutricional da vitamina C (ácido ascórbico) que por sua vez leva a diminuição na síntese corporal de colágeno. Por conseqüência, ocorrem ulcerações na gengiva (que é feita de tecido conjuntivo frouxo) e hemorragias. Essa doença era comum durante as grandes navegações quando os navegadores ficavam muito tempo no mar comendo comida salgada e proteica, com restrição de comidas frescas, principalmente frutas e vegetais. Existem doenças cuja etiologia não é totalmente esclarecida (provavelmente ocorrem devido a alterações genético-ambientais) que podem apresentar alterações nas moléculas de colágeno, como é o caso da esclerose sistêmica progressiva. Nessa doença quase todos os órgãos apresentam acúmulo excessivo de colágeno (fibrose), principalmente na pele, sistema gastrointestinal, músculos e rins, levando a um enrijecimento que produz problemas funcionais. Outro tipo de fibrose é o quelóide, caracterizado por um espessamento localizado na pele como consequência de depósito excessivo de colágeno que se forma em cicatrizes. Quelóides são uma grande dor de cabeça em cirurgias, principalmente estéticas. 39

9 O Conjuntivo e a Ocorrência de Tumores O tecido conjuntivo também pode levar a formação de neoplasias, como é o caso dos tumores desmóides, que também são conhecidos como fibromatoses músculo-aponeuróticas. Esse tipo de tumor é caracterizado por ser uma neoplasia não encapsulada, o que o leva a um crescimento exuberante com uma prevalência muito baixa (0,03 a 0,13%). Assim, estima-se uma incidência de 2,4 a 4,3 casos novos para cada 100 mil habitantes por ano. Esse tipo de tumor tem baixo potencial metastático (de formar um tumor maligno secundário em outra região do corpo) e ocorre preferencialmente nas mulheres. 3.5 Adiposo Um tipo de célula especializada em tecido conjuntivo é a célula adiposa (adipócitos), cuja principal função é o armazenamento de energia (maior depósito de energia corporal) sob a forma de triglicerídeos (gorduras neutras). Os adipócitos podem ser encontrados no organismo isoladamente ou formando pequenos grupos celulares no tecido conjuntivo. Em um adulto jovem, o tecido adiposo corresponde a cerca de 15% do corpo, ocorrendo aumento nessa proporção com o passar dos anos. Assim, em pessoas idosas, cerca de 30% do corpo é constituído por gordura (tecido adiposo). As moléculas de triglicerídeos presentes nos adipócitos estão sendo continuamente renovadas, sendo fortemente influenciadas por estímulos neuroendócrinos. Funções Além da função de armazenamento energético, possui outras funções como: (1) por se localizar abaixo da pele, modela o corpo; (2) aumenta o isolamento térmico, já que as gorduras de modo geral são mal-condutoras de calor; (3) auxilia no preenchimento de espaços vazios do corpo; (4) auxilia na manutenção de certos órgãos na sua posição apropriada. Tipos de Adiposo Existem dois tipos de tecido adiposo no organismo: o tecido adiposo comum, amarelo ou unilocular, e o tecido adiposo pardo ou multilocular. O tecido adiposo amarelo/branco apresenta uma única grande gota de gordura no seu citoplasma quando a célula está completamente desenvolvida. A cor da gordura varia entre o branco e o amarelo conforme a dieta do individuo. No adulto, a gordura branca é a mais comum no organismo. Ele forma o chamado panículo adiposo, que é a camada de gordura que temos abaixo da pele. As células adiposas uniloculares são grandes e, quando isoladas, possuem um formato esférico. Quando agrupadas, possuem um formato poliédrico. Como na preparação histológica a gota de gordura acaba sendo removida pelo uso de xilol, observamos apenas uma delgada camada de citoplasma. No tecido adiposo unilocular, que está próximo ao tecido conjuntivo, podem ocorrer septos de tecido conjuntivo que contém vasos sangüíneos e fibras nervosas. A membrana dos adipócitos possui receptores para diversos hormônios, sendo o seu metabolismo altamente complexo. Algumas sensações como a fome e a saciedade são determinadas por rotas metabólicas neuroendócrinas que envolvem as células adiposas. 40

10 O tecido adiposo marrom apresenta uma grande quantidade de gotículas lipídicas no seu citoplasma, bem como grande quantidade de mitocôndrias. O tecido multilocular é também conhecido como tecido adiposo pardo por causa da sua coloração típica. A distribuição corporal da gordura marrom é mais localizada em algumas áreas corporais. No feto humano e no recém-nascido sua localização é bem determinada. Entretanto, esse tecido não cresce acompanhando o crescimento do ser humano, o que leva a ocorrência de baixa quantidade tecidual no adulto. As células do tecido adiposo pardo são menores do que as de gordura branca e estão histologicamente arranjadas como o epitélio (arranjo epitelióide), formando massas compactas associadas a capilares sangüíneos. A principal função do tecido adiposo marrom é a produção de calor, que é muito importante principalmente no recémnascido, auxiliando na sua termorregulação. Essa produção de calor ocorre via oxidação dos ácidos graxos, que ao invés de produzir ATP (adenosina tri-fosfato a molécula de energia do corpo), produz calor. A produção de calor ocorre porque na membrana interna das mitocôndrias do tecido pardo existe uma proteína denominada termogenina, que altera os ciclos bioquímicos que produzem ATP. O calor produzido aquece o sangue que existe na rede de capilares que o tecido possui e é distribuído pelo corpo. No ser humano essa função está restrita aos primeiros meses de vida pós-natal, protegendo o recém-nascido contra o frio excessivo. Tanto o tecido adiposo branco quando o pardo são inervados pelo sistema nervoso autônomo simpático. Entretanto, no tecido unilocular as terminações nervosas são encontradas somente nas paredes dos vasos sangüíneos, ou seja, os adipócitos não são diretamente inervados. Já no tecido adiposo pardo, a inervação ocorre diretamente nos adipócitos. Em situações em que existe a necessidade de mobilizar energia (atividade física intensa, jejuns prolongados, frio, etc.), a liberação do neurotransmissor noradrenalina ativa a enzima lípase sensível ao hormônio que irá determinar o uso da gordura. Uma vez ativada, essa enzima hidrolisa os triglicerídeos. Lipogênese As células adiposas que formam o tecido unilocular se originam embriologicamente de células mesenquimais que dão origem aos lipoblastos. Os lipoblastos por sua vez começam a acumular gotículas de gordura no interior do citpoplasma até formar uma grande e única gota de gordura que caracteriza a célula adiposa madura (adipócito). Entretanto, se o organismo precisar mobilizar energia a partir da gordura acumulada nos adipócitos, essas células podem retornar ao estado de lipoblasto. A histogênese do tecido multilocular é um pouco diferenciada. As células mesenquimais que irão formar esse tecido se tornam inicialmente epitelióides, adquirindo um aspecto glandular endócrino antes de acumularem gordura. Não existe formação desse tecido após o nascimento e nem ocorre a transformação de um tecido unilocular em multilocular e vice-versa. 41

11 Aspectos Funcionais do Adiposo de Interesse Clínico A obesidade não é um fenômeno recente, no entanto sua prevalência nunca antes atingiu proporções epidêmicas como nos dias de hoje. Em virtude da sua crescente prevalência na infância, da persistência ao longo da vida e da associação com riscos à saúde, a obesidade posiciona-se como um dos grandes problemas de saúde pública. Várias explicações têm sido dadas para o aumento da prevalência da obesidade, sendo classificadas em três categorias: as que a atribuem às mudanças das características genéticas, as que a atribuem às condições ambientais e, finalmente, aquelas para as quais as mudanças se devem à interação de fatores genéticos e ambientais. Do ponto de vista epidemiológico, tudo conduz às explicações ambientalistas, uma vez que, nas últimas décadas, não ocorreram alterações substanciais nas características genéticas das populações, ao passo que as mudanças nos seus hábitos foram enormes. Geralmente a obesidade é o resultado de diversas interações, as quais se destacam os aspectos genéticos, ambientais e comportamentais. Assim, filhos com ambos os pais obesos apresentam alto risco de obesidade, bem como determinadas mudanças sociais estimulam o aumento de peso em todo um grupo de pessoas. Apesar de que haja concordância na idéia de que fatores genéticos e ambientais influenciam o peso corpóreo, ainda não está totalmente claro como eles interagem para determinar o peso de um indivíduo. Uma explicação proposta é que o peso corpóreo é ajustado em torno de um ponto fixo, similar ao ajuste de um termostato. Um ponto fixo acima do normal pode explicar a razão pela qual alguns indivíduos são obesos e porque a perda de peso e a manutenção da perda são difíceis para eles. A predisposição genética para a obesidade é um fenômeno biológico de alta complexidade, que envolve interações de mais de 250 genes diferentes. Geralmente um indivíduo obeso possui pais ou parentes próximos obesos. A obesidade genética frequentemente aparece em vários membros de uma mesma família. Uma substância chamada Leptina tem sido responsabilizada como a causadora da obesidade, quando o organismo a produz de forma deficiente ou quando seus receptores cerebrais (hipotalâmicos) não a reconhecem. A Leptina é responsável pela sensação de saciedade (sensação de estar satisfeito com a comida ingerida) e com a termogênese (gasto de energia do corpo). A Leptina é um hormônio descoberto em 1994, que age em nível de sistema de segundo mensageiro, que requer um receptor no cérebro e que se encarrega de regular o peso corporal. Estudos em ratos identificaram um gene responsável pela obesidade (gene ob) e que todos os ratos portadores desse gene possuíam níveis elevados de um peptídeo, posteriormente denominado de Leptina. Os estudos posteriores mostraram que a Leptina regularia o peso do nosso corpo, muito além do que por apenas se comer muito ou jejuar. Assim, verificou-se que os níveis de leptina e de gordura corporal possuem uma grande correlação. Em pessoas obesas, observou-se também que na ocorrência de um defeito no receptor da Leptina no cérebro, ocorreria uma saturação dos transportadores de Leptina que circulam no sangue, o que levaria a obesidade. Esse fenômeno fisiológico ficou conhecido como síndrome de resistência a Leptina. As concentrações de leptina no líquido cerebroespinhal também estão elevadas em pacientes com excesso de gordura corporal, ainda que sejam geralmente mais baixas do que no soro. A proporção de Leptina no líquido cerebroespinhal em relação ao do soro também parece ser mais baixa nos indivíduos obesos. Sendo a Leptina um hormônio proteico específico, ela é principalmente produzida e secretada pelo tecido adiposo, que funciona como um "adipostato". Nesse sentido, existe uma teoria denominada Teoria Lipostática, que prediz que a composição e o peso corporais em humanos são determinados por interações entre fatores genéticos, ambientais, comportamentais e sociais e da resposta a um sinal 42

12 periférico produzido em quantidades proporcionais ao tecido adiposo no organismo. A existência desse fator circulante aumenta com os estoques de energia e age no cérebro para inibir a ingestão de alimentos e as reservas no tecido adiposo. A descoberta da leptina tem ajudado a esclarecer o papel dos adipócitos como sistema endócrino e de que modo ocorre a sinalização para a ingestão ou não de alimentos, bem como, a regulação do metabolismo energético. Assim, a coordenação do balanço energético e do peso corporal envolve uma regulação entre a ingestão de alimentos e o gasto de energia em resposta a sinais agudos (insulina, catecolaminas como a adrenalina) e crônicos (gravidez, desnutrição, inflamações, caquexia e Leptina). Quando a Leptina é regulada de modo equilibrado, ela pode ter papel como um hormônio antiobesidade. Essa função é proveniente principalmente de sua ação como diminuidora do apetite e estimuladora do gasto energético. A propriedade inibidora do apetite deve-se a ação da Leptina no hipotálamo. Nessa região cerebral, ela estimula a síntese de diversos neuropeptídeos anorexogênicos (antiapepite), que diminuem a ingestão dos alimentos porque produzem sensação de saciedade. Existem outras moléculas regulatórias que também são produzidas pelos adipócitos e que regulam o apetite, como é o caso da grelina. 43

13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E DE FIGURAS JUNQUEIRA LC & CARNEIRO J. Histologia Básica. Guanabara-Koogan, Rio de Janeiro, 2004; 2008 KERR JB. Atlas de Histologia Funcional. Artes Médicas, Porto Alegre, GARTNER Color Atlas Histology. Williams & Wilkins, Baltimore, KIERSZENBAUM AL. Histologia e biologia celular: uma introdução a patologia. Elsevier, Rio de Janeiro COCHARD LR. Atlas de embriologia humana de Netter. Artmed, Porto Alegre, DOYLE MJ. Embriologia humana, Atheneu, São Paulo, MOORE K. Embriologia Clínica, Elsevier, Rio de Janeiro, BREW MCC. Histologia geral para a odontologia, Guanabara-Koogan, Rio de Janeiro, ATLAS DE HISTOLOGIA UFRGS - ATLAS DE HISTOLOGIA UERJ - ATLAS DE HISTOLOGIA CLARETIANO - ATLAS DE HISTOLOGIA UFPEL- ATLAS DE EMBRIOLOGIA HUMANA (Inglês) - MULTIDIMENSIONAL HUMAN EMBRYO (Inglês) - ATLAS OF HUMAN BIOLOGY CRONOLAB (Inglês) - fertilization.htm ATLAS DE HISTOLOGIA E EMBRIOLOGIA VIRTUAL UFSM. 44

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