Os efeitos da eletroestimulação nervosa transcutânea no pós-operatório de toracotomia: Uma revisão sistemática
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- Dalila Alessandra Custódio
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1 Artigo de Revisão Os efeitos da eletroestimulação nervosa transcutânea no pós-operatório de toracotomia: Uma revisão sistemática The effects of transcutaneous nerve electro-stimulation in the post-operative thoracotomy: A systematic review Ana Carolina Guedes da Fonseca de rito¹, Ana Flávia rambilla 1, Denise Ribeiro alan 1, Jean Carlo Morito Pereira 1, Juliana de Jesus Pereira 1, Giulliano Gardenghi 2 Resumo Introdução: Mesmo com os avanços da medicina relacionados a cirurgia torácica, a esternotomia mediana ainda é um procedimento muito invasivo que pode levar a complicações no período pós-cirúrgico. Grande parte dos pacientes submetidos a esse procedimento evoluem com o comprometimento do sistema respiratório e se queixam do quadro álgico. Devido aos efeitos colaterais do tratamento farmacológico, a tem se tornado uma opção de tratamento fisioterapêutico menos invasiva e com melhor custo benefício. Objetivo: Analisar a eficácia da no controle álgico durante o pós-operatório dos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Metodologia: Revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados publicados de 2009 a Resultados/Considerações finais: Houve diminuição da dor pós-operatória e consequentemente a redução do consumo de analgésicos. Concluiu-se que a é um método seguro, de fácil aplicação e baixo custo, que favorece a mobilização precoce dos pacientes. Descritores: Cirurgia Torácica; Dor; Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea. Abstract Introduction: Even with advances in medicine related to thoracic surgery, median sternotomy is still a very invasive procedure that can lead to complications in the post-surgical period. Most of the patients submitted to this procedure evolve with the compromised respiratory system and complain of pain. Due to the side effects of pharmacological treatment, has become a less invasive and cost-effective physiotherapeutic treatment option. Objective: To analyze the efficacy of in the postoperative pain control of patients undergoing cardiac surgery. Methods: Systematic review of randomized clinical trials published from 2009 to Results/Final considerations: There was decrease in postoperative pain and, consequently, reduction of 21
2 analgesic consumption. It was concluded that is a safe, easy-to-apply and low cost method that favors the early patient mobilization. Keywords: Thoracic Surgery; Pain; Transcutaneous Electric Nerve Stimulation. 1. Fisioterapeuta Pós-Graduando em Fisioterapia Hospitalar pelo Hospital e Maternidade São Cristóvão, São Paulo/SP- rasil. 2. Fisioterapeuta, Doutor em Ciências pela FMUSP, Coordenador Científico do Hospital ENCORE/GO, Coordenador Científico do CEAFI Pós-graduação/GO e Coordenador do Curso de Pós-graduação em Fisioterapia Hospitalar do Hospital e Maternidade São Cristóvão, São Paulo/SP rasil. Artigo recebido para publicação em 29 de maio de Artigo aceito para publicação em 03 de junho de Introdução A cirurgia torácica surgiu entre os séculos XIX e XX, e desde então as abordagens evoluíram gradualmente, mas mesmo após os grandes avanços da medicina ainda há muitos procedimentos que são realizados com o tórax aberto 1. Aproximadamente sete milhões de cirurgias são realizadas anualmente no mundo e habitualmente grande parte dos pacientes sente dor no pós-operatório 2. A principal abordagem escolhida na cirurgia cardíaca é a esternotomia mediana e na cirurgia pulmonar, a toracotomia 1. Essas abordagens geralmente trazem complicações pela magnitude do procedimento, pois as mesmas demandam a secção dos músculos e afastamento das costelas. Como consequência grande parte dos pacientes apresenta disfunções durante o pós-operatório, sendo as mais comuns a diminuição da capacidade residual funcional, aumento do shunt intrapulmonar e alargamento da diferença alvéolo arterial 3, o que propicia uma ventilação superficial e compromete a funcionalidade do sistema respiratório, levando a eventual acúmulo de secreções e até mesmo à atelectasia em alguns casos 4. Dentre as complicações descritas acima a manifestação dolorosa do paciente é um relato recorrente que tem caráter multifatorial, e pode retardar a recuperação prevista em um período de tempo 5. A principal medida para sanar essa complicação baseia-se no uso prolongado de opioides, que podem causar efeitos adversos 6. Devido às características clínicas desses pacientes, estudos vêm sendo desenvolvidos para a realização de procedimentos menos invasivos e tratamentos para melhora da dor e função pulmonar 7. 22
3 Dentre as estratégias possíveis encontra-se a eletroestimulação nervosa transcutânea (), que se baseia na teoria das comportas de dor, em que é observada uma modulação da sensação dolorosa através da ativação das vias descendentes inibitórias 2. Este tipo de corrente tem sido utilizado com o objetivo de controlar a dor no pós-operatório e tem como efeito prevenir o déficit de expansibilidade torácica e assim, diminuir as complicações pulmonares e influenciar na melhora do quadro clínico 8. Os ensaios clínicos realizados sobre o efeito do como analgesia no pós-operatório de cirurgia cardíaca e pulmonar trazem resultados divergentes, e o objetivo desta revisão é apurar os reais efeitos do tratamento, correlacionando diferentes parâmetros e formas de aplicação, para possível utilização na prática clínica. Metodologia O estudo consiste em uma revisão sistemática da literatura, onde realizou-se uma pesquisa na base de dados Pubmed, utilizando a ferramenta Clinical Queries, no mês de abril de Para seleção dos estudos, os seguintes descritores foram aplicados para busca: ; pain; cardiac surgery, objetivando selecionar somente estudos que mencionavam o uso de Eletroestimulação Nervosa Transcutânea () para promoção de analgesia em pós-operatório de esternotomias e toracotomias. Vinte e dois estudos foram selecionados para leitura analítica, sendo que para isto utilizamos como critérios de inclusão: Estudos publicados em língua inglesa nos últimos 10 anos, realizados somente em humanos. Foram inclusos somente estudos com grau de recomendação A, e C de acordo com a classificação da Oxford Centre for Evidence-ased Medicine : (A) Revisão sistemática (com homogeneidade) de ensaios clínicos controlados e randomizados. Ensaio clínico controlado e randomizado com intervalo de confiança estreito. Resultado terapêutico do tipo tudo ou nada ; () Revisão sistemática (com homogeneidade) de estudo de coorte. Estudo de coorte (incluindo ensaios clínicos randomizados de menor qualidade). Observação de resultados terapêuticos/ Estudos ecológicos. Revisão sistemática (com homogeneidade) de estudos caso-controle. Estudo casocontrole; (C) Relato de casos (incluindo coorte ou caso-controle de menor qualidade). 23
4 Estudos classificados como (D) opinião de especialista, sem avaliação crítica ou baseada em matérias básicas, não foram utilizados. Também não foram incluídos nos resultados revisões sistemáticas e metanálise. As etapas metodológicas estão descritas a seguir no fluxograma. Figura 1. Fluxograma Etapas metodológicas utilizadas para a seleção dos estudos: anco de dados utilizado: PubMed / Clinical Queries Descritores utilizados: ; pain; cardiac surgery Artigos encontrados (n= 61) Artigos selecionados para leitura (n= 22) Filtros utilizados: Category: Therapy Scope: road Publication dates: published in the last 10 years (09/04/2019) Species: Human Languages: English Artigos Inclusos (n= 10) Artigos excluídos: Abordavam outros tipos de terapia ou não relacionavam cirurgia cardíaca (n=6) Revisão Sistemática (n=2) Metanálise (n=1) Indisponível para download (n=2) Estudo prévio não concluído 24
5 Resultados Foram incluídos 11 estudos que avaliaram 575 pacientes ao total, utilizando a Eletroestimulação Nervosa Transcutânea () após toracotomia e esternotomia, visando a analgesia desses pacientes. Os principais achados de cada estudo estão descritos na Tabela 1, junto aos autores, análise e objetivos e o grau de recomendação de Oxford. Já na tabela 2, também estão os autores, o ano da publicação, o tipo de cirurgia, o número de pacientes e a média de idade, o tipo de tratamento e a quantidade de intervenções, o local de aplicação, a frequência e o pulso do aparelho e com qual terapia foi comparada. Tabela 1. Análise dos estudos referentes a eletroestimulação nervosa transcutânea () no pósoperatório de cirurgia torácica. Estudo Análise / Objetivo Grau de recomendação Principais Achados Cipriano et al., 2014 Investigar o potencial da terapia sobre o gânglio estrelado para diminuir a vasoconstrição mediada por resposta simpática, e seu efeito analgésico em pósoperatório de cirurgia de revascularização do miocárdio. A reduziu significativamente a dor pós-operatório, P <0,01. [pré-cirurgia vs. pós-operatório respectivamente] : 7 ± 2 vs. 1 ± 0,5 : 7 ± 2 vs. 8 ± 3. Houve também redução do uso de opioides P <0,01. : 20 ± 9 vs. 5 ± 3 : 25 ± 10 vs. 28 ± 8 mg/dia. Estes achados foram associados com maiores níveis de ß-endorfina circulante P <0,01. Lima et al., 2011 Analisar a eficácia da sobre o processo doloroso e força muscular respiratória em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio. Eficácia do uso da Convencional para analgesia em pacientes submetidos a cirurgia de revascularização do miocárdio. P < 0,01. [pré-intervenção vs. Pósintervenção] : 7,0 ± 1,78 vs. 1,0 ± 0,67. Controle: 7,0 ± 2,01 vs. 8,0 ± 1,96. 25
6 Fiorelli et al., 2012 O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia da na dor pós-toracotomia em relação a quatro medidas de critério como: citosinas, dor, função respiratória e ingestão de medicação narcótica. Os níveis séricos de citosinas no grupo e o escore EVA foram significativamente menores do que no grupo controle. A recuperação do VEF 1 e da CVF foi estatisticamente melhor no grupo do que no grupo controle e a necessidade de morfina foi menor no grupo em relação ao placebo. Engen et al., Avaliar a eficácia da em conjunto com opioides após Cirurgia de toracoscopia vídeoassistida em comparação ao uso de opioides isoladamente para melhora da dor. A classificação da dor e da utilização da morfina não foram significativas durante a primeira e segunda 24h. Nas primeiras 24h o grupo 1 (p=.005) no grupo 2 (p=.11) não houve diminuição significativa entre os dois grupos (p=.54) Gregorini et al., O objetivo do presente estudo foi avaliar a eficácia da de curta duração na redução da dor e sua possível influência na força muscular respiratória, capacidade pulmonar e volume no pós-operatório de cirurgia cardíaca. A de curta duração reduziu significativamente a dor dos pacientes no período pósoperatório (p <0,001). Força muscular respiratória (p <0,001), volume corrente (p <0,001) e capacidade vital (p<0,05) melhoraram significativamente após a terapêutica, ao contrário do grupo placebo. Sezen et al., Avaliar a eficácia da na dor pós-toracotomia e complicações precoces. O grupo que recebeu teve uma diminuição da dor significante comparado ao grupo controle (p< 0,001). Quanto ao tempo internação, apenas os pacientes que realizaram ressecção em cunha tiveram alteração (p < 0,001). 26
7 Luchesa et al., Avaliar a e sua eficácia na diminuição da dor e na melhora da capacidade pulmonar no pós-operatório de revascularização do miocárdio. A O uso da apresentou diminuição nos índices da dor no pós-operatório, auxiliando no restabelecimento da função respiratória. Porém não repercutiu na melhora do pico de fluxo expiratório, volume expiratório forçado e na capacidade vital forçada. Ozturk et al., Comparar a eficácia da e bloqueio paraesternal na dor pósoperatória precoce (24hs) após a cirurgia cardíaca. As pontuações médias de EVA foram significativamente menores no grupo de bloqueio paraesternal do que nos grupos de controle e de (p <0,001). Mas foi significativamente menor no grupo comparado ao grupo controle (p <0,001). Não houve diferença estatística entre os grupos em relação ao tempo de extubação, tempo de permanência na UTI, ou tempo de permanência hospitalar. Erden et al., 2016 Determinar o efeito da sobre a dor pósoperatória e o consumo de analgésicos em pacientes submetidos à toracotomia. Não foi encontrada diferença significativa entre os níveis de dor e consumo de analgésicos. Porém, no grupo da intervenção os níveis de dor durante a tosse após 96hs foram estatisticamente menores do que do grupo controle (p <0,05). Jahangirifard et al., 2017 Avaliar se a tem repercussão na intensidade da dor e função pulmonar de pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio. O uso da foi eficiente nos pacientes submetidos a revascularização. Se comparado ao placebo, o tens diminuiu significativamente o uso de opioides e pedidos de radiografia (p <0.05) e, além disso, contribuiu para melhora da função pulmonar dos pacientes. Legenda: CVF - Capacidade Vital Forçada / EVA - Escala Visual Analógica / - Estimulação Elétrica Transcutânea / UTI - Unidade de Terapia Intensiva / VEF1 - Volume Expiratório Forçado no 1º segundo / VP - loqueio Paravertebral. 27
8 Tabela 2. Classificação das amostras e parâmetros do Autor do Estudo Tipo de cirurgia Número de pacientes total e Idade Média Tratamento (Quantidade de intervenções e duração) Local de aplicação T µs F Hz/mA Terapia Comparativa Cipriano et al., 2014 Cirurgia de revascularização do miocárdio 38 pacientes/ meia idade a idosos <75 anos 20 sessões divididas em 5 dias, 4 vezes ao dia por 30 minutos 3 cm à esquerda e a direita do processo vertebral na linha média C 150 µs 80 Hz Lima et al., 2011 Revascularizaç ão do miocárdio por meio de esternotomia mediana 20 pacientes/ 40 a 60 anos 3 sessões de 30 minutos cada Dispostos de forma Pericicatricial e paralela a 4 cm da incisão cirúrgica µs Hz 8 Rotina habitual de analgésico e fisioterapia do hospital. Fiorelli, et al., 2012 Toracotomia póstero-lateral 50 pacientes/ Média de 64 anos em ambos os grupos A cada 4h por 30 min nas primeiras 48h do P.O. Após as 48 horas inicias, ele foi aplicado durante 2x ao dia durante os 5 dias restantes. Colocados em dorsal lado da incisão 2 cm de distância da linha de sutura 250 µs 80 Hz 28
9 Engen, et al., Toracoscopia vídeo assistida 40 pacientes/ 18 anos 5 minutos de terapia a cada hora por 48h Quatro eletrodos sobre ou ao redor da área de dor ma Opioides Gregorini et al., Cirurgia cardíaca eletiva por meio de toracotomia medioesternal longitudinal 25 pacientes/ 35 a 80 anos 1 sessão com duração de 4 horas no 3º dia pós-operatório Um de cada lado da incisão cirúrgica alocados na região subclávia 150 µs 80 Hz Sezen, et al.,2017 Cirurgias de Lobectomia, Pneumectómica, Segmentectomia, Ressecção em cunha 87 pacientes/ 40 anos Intervalos de 8h sem tempo específico de aplicação Quatro eletrodos em paralelo um ao outro em torno da incisão da toracotomia 100 µs 100 Hz Luchesa, et al.,2009 Cirurgia de revascularização do miocárdio com circulação extracorpórea e parede cardíaca 30 pacientes/ 30 a 80 anos Durante 5 dias em dois horários com o tempo de 50 min 10 sessões Um par abaixo da articulação esternoclavicular e outro par acima do processo xifoide 125 µs 80Hz Ozturk, et al.,2015 Cirurgia eletiva de reparo valvar ou revascularização da artéria coronária com circulação extracorpórea 115 pacientes/ 18 a 65 anos Realizado durante 1h, com uma hora de intervalo e depois aplicado novamente Um par de eletrodos de cada canal em cada lado da incisão 100 µs 100 Hz PV com solução salina, placebo todos os pacientes recebem uma dose de opioide Erden, et al.,2016 Ressecção em Cunha e Lobectomia 40 pacientes/ 18 anos 30 min Um canal duplo com quatro eletrodo 180 µs 85 Hz 29
10 Jahangiri fard, et al.,2017 Cirurgia de revascularização da artéria coronariana 100 pacientes/ 18 a 50 anos Durante 30 minutos a cada 4 horas por 3 dias totalizando 18 sessões Um par de eletrodos alocados dos dois lados da incisão esternal 0,25 µs 100 Hz Legenda: VP - loqueio Paravertebral / F - Frequência / Hz - Hertz / ma - Miliampère / T - Tempo de Pulso / - Estimulação Elétrica Transcutânea / µs - Pulso Discussão A experiência dolorosa do paciente após a intervenção cirúrgica cardíaca e/ou torácica, pode levar a inquietação, tensão, ansiedade, cinesiofobia, alterando os sinais vitais e está ligada a maior tempo de internação. As medidas de intervenção fisioterápicas no período pós-operatório visam remanejar a dor e tem como benefício minimizar o desconforto respiratório, favorecendo a recuperação e consequente melhora do quadro clínico do paciente. Segundo Jahangirifard 2 e Erden 9 a pode reduzir o uso de analgésicos no pós-operatório, diminuindo o quadro álgico do paciente em repouso e durante a tosse, contribuindo para a melhora da função pulmonar. Quanto ao uso de opioides, há controvérsias. Lima 5 e Ozturk 10 apresentaram resultados semelhantes demonstrando a redução da necessidade do uso de opioides no grupo, quando comparado ao grupo placebo, sendo que esses dados corroboram com o estudo de Cipriano e colaboradores 8. Entretanto, no estudo de Ozturk 10 a foi menos eficiente se comparada ao bloqueio paraesternal. Já no estudo de Engen 11, foi constatada diferença irrelevante quanto ao uso de opioides entre os grupos após 48h de pós-operatório. Em relação ao uso de anti-inflamatório não esteroidal, há um estudo de Chandra 12 comparando o uso da adjuvante ao diclofenaco de sódio onde a apresentou além da diminuição da 30
11 dor, diminuição da pressão arterial sistólica, frequência cardíaca e redução da dose do fármaco empregado. A diminuição de dor está relacionada com a ativação dos receptores opioides μ e δ presentes na medula. Esses receptores modulam a sensação de dor por meio dos opioides endógenos (endorfina). Durante o ensaio clínico de Cipriano 8, foi observado aumento no nível de β-endorfina circulante no grupo que fez o uso de de alta frequência (80 Hz), contribuindo para a redução significativa de dor e aumento da tolerância ao exercício. A dor também é um fator limitante para a expansibilidade torácica, com isso, a função pulmonar pode ser prejudicada, podendo gerar um quadro de hipóxia, acúmulo de secreções e até mesmo atelectasia, devido ao padrão respiratório superficial adquirido pelo paciente. Nos estudos de Sezen 13 e Erden 9 são apresentados resultados positivos para a diminuição da dor e consequentemente melhora da função pulmonar, entretanto, o uso da parece não favorecer a redução do tempo de internação, visto que não houveram resultados significativos. Fiorelli 14 e Gregorini 15 apontaram resultados significativos a favor do grupo, na diminuição dos níveis séricos de citocinas e também na melhora da CVF e VEF1, contribuindo desta forma para a redução da dor e aumento da força muscular inspiratória no grupo quando comparado ao grupo placebo. Luchesa 3 por sua vez, concluiu que somente a como analgesia não alcançaria os resultados estimados, sendo necessária a atuação da equipe multidisciplinar, levando em consideração os aspectos nutricionais, farmacológicos e fisioterápicos. Com base nos estudos encontrados, pode-se afirmar que a é um método eficaz com um bom custo-benefício com potencial de reduzir o uso de opioides e analgésicos, que por sua vez, causam efeitos colaterais. Porém, há necessidade de mais estudos para se comprovar a eficácia deste tratamento, pois com base no levantamento ora realizado, somente a melhora do quadro álgico não foi associada à melhora de outros aspectos, como por exemplo na diminuição do tempo de hospitalização do paciente. 31
12 Conclusão A é um recurso importante para a redução da dor e melhora da CVF e VEF1 nos pacientes submetidos à cirurgia de toracotomia e esternotomia, diminuindo o uso de analgésicos e favorecendo a mobilização precoce destes pacientes. Além disso, a é de fácil aplicação, possui uma técnica segura e de baixo custo, facilitando o uso do aparelho e a aquisição do mesmo pelos serviços especializados. Referências 1. SbruzziG, SilveiraSA, SilvaDV, CoronelCC, PlentzRDM. Transcutaneous electrical nerve stimulation thoracic surgery: systematic review and meta-analysis of randomized trials. Rev ras Cir Cardiovasc. 2012; 27(1): Jahangirifard A, Razavi M, Ahmadi ZH, Forozeshfard M. Effect of on Postoperative Pain and Pulmonary Function in Patients Undergoing Coronary Artery ypass Surgery. Pain Manag Nurs. 2018; 19 (4): LuchesaCA, GrecaFH, SouzaLCG, SantosJLV, Aquim EE. Papel da eletroanalgesia na função respiratória de pacientes submetidos à operação de revascularização do miocárdio. Rev ras Cir Cardiovasc. 2009; 24 (3): Leandro JD, Rodrigues OR, Slaets ANF, Schmidt,Jr AF, Yaekashi ML. Comparison between two thoracotomy closure techniques: postoperative pain and pulmonary function. J ras Pneumol. 2014; 40(4): Lima PM, Farias RTF, Carvalho ACA, Silva PNC, Filho NAF, rito RF. Estimulação elétrica nervosa transcutânea após cirurgia de revascularização miocárdica. Rev ras Cir Cardiovasc. 2011; 26 (4): idese L, Sakuma KA, Andrade Junior A, Sartor MC. Postoperative analgesia by non-specialists in pain. Revista Dor [online]. 2014; 15 (1): aumgartenmcs, GarciaGK, FrantzeskiMH, Giacomazzi CM, LagniV, DiasAS, et al. Pain and pulmonary function in patients submitted to heart surgery via sternotomy. Rev ras Cir Cardiovasc. 2009; 24 (4): Cipriano G Jr, Neder JA, Umpierre D, Arena R, Vieira PJ, Chiappa AM, et al. Sympathetic ganglion transcutaneous electrical nerve stimulation after coronary artery bypass graft surgery improves femoral blood flow and exercise tolerance. J Appl Physiol. 2014; 117(6): Erden S, Senol Celik S. The effect of transcutaneous electrical nerve stimulation on post-thoracotomy pain. Contemp Nurse. 2015, Oct-Dec; 51(2-3): Ozturk NK, aki ED, Kavakli AS, Sahin AS, Ayoglu RU, Karaveli A, et al. Comparison of Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation and Parasternal lock for Postoperative Pain Management after Cardiac Surgery. Pain Res Manag. 2016; 2016: Engen DJ, Carns PE, Allen MS, auer A, Loehrer LL, Cha SS, et al. Evaluating efficacy and feasibility of transcutaneous electrical nerve stimulation for postoperative pain after video-assisted thoracoscopic surgery: A randomized pilot trial. Complement Ther Clin Pract. 2016; May, 23: Chandra A, Dixit M, anavaliker JN, Thakur V, Ranjan R. Transcutaneous electrical nerve stimulation as an adjunct to non-steroidal anti-inflammatory medications for pain management during pleurodesis. Anaesth Pain & Intensive Care 2013;17(2):
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