CASAMENTOS FORÇADOS. Amnistia Internacional. Plano de Aula SOBRE ESTE PLANO DE AULA CONTEÚDO OBJETIVOS: MATERIAIS NECESSÁRIOS.
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- Artur Fartaria Miranda
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1 Plano de Aula CASAMENTOS FORÇADOS SOBRE ESTE PLANO DE AULA Este plano de aula proporciona uma abordagem ao tema dos casamentos forçados para trabalhar com estudantes com 14 anos ou mais. Esta atividade permite aos participantes desenvolverem empatia com vítimas de casamentos forçados e aprofundar os conhecimentos sobre os direitos humanos e a sua proteção. CONTEÚDO Plano de aula: o Atividade a desenvolver pág. 2 a 3 Ligações com os programas curriculares portugueses pág. 4 Notas para o/ professor/a pág. 5 Anexo 1 Caso de estudo Maria pág. 6 Anexo 2 Declaração Universal dos Direitos Humanos pág. 7 e 8 OBJETIVOS: Identificar as violações de direitos humanos relacionados com o caso. Promover empatia com as meninas e raparigas vítimas de casamentos forçados MATERIAIS NECESSÁRIOS Caso de estudo (Maria) Declaração Universal dos Direitos Humanos TEMPO: 50 minutos IDADES: 14+ DISPOSIÇÃO DA SALA: Mesas em ilha para trabalhos de grupo 1
2 PLANO DE AULA: CASAMENTOS FORÇADOS ATIVIDADE TEMPO ATIVIDADE RECURSOS 5 MIN Introdução Explique que durante a aula irão falar sobre os casamentos forçados. Pergunte aos alunos o que entendem por casamentos forçados e depois confronte as respostas com a definição que se encontra nas Notas para o/a Professor/a Explique que este é um dos temas da Maratona de Cartas da Amnistia Internacional, que está a decorrer na escola. 1 Explique que agora irão analisar um caso real sobre este tema. Notas para o/a Professor/a 20 MIN Estudo de Caso Divida os alunos em cinco grupos. Distribua o caso de Maria (em anexo) a cada grupo. Explique que este é um caso verídico e é também um dos casos da Maratona de Cartas 2015 da Amnistia Internacional, que está a decorrer na escola. Peça aos alunos que leiam o caso e que de seguida debatam as seguintes questões: 1) Identifica as várias emoções que sentiste e porquê. 2) Consegues imaginar-te nesta situação? Porquê ou porque não? 3) Se estivesses nesta situação como reagirias? Anexo 1 - Caso de Estudo de Maria De seguida, os grupos partilham as suas conclusões em plenário com o grande grupo. 20 MIN Análise da Declaração Universal dos Direitos Humanos Distribua uma cópia da Declaração Universal dos Direitos Humanos a cada Grupo. Peça aos alunos que identifiquem quais os direitos humanos que pensam que estão a ser violados neste caso (Artº 12 e Artº 16) Declaração Universal dos Direitos Humanos; De seguida, os grupos partilham as suas conclusões em 1 Iniciativa mundial que visa chamar a atenção para casos de violações dos direitos humanos que decorre em dezembro. Nesta altura, milhões de pessoas em todo o mundo assinam cartas em prol de indivíduos e comunidades em risco. 2
3 plenário com o grande grupo. 5 MIN Conclusão Use as estatísticas referidas nas Notas para o/a Professor/a para exemplificar que estes casos não acontecem apenas no Burquina Faso. Diga aos alunos que, no entanto, existem organizações que lutam para acabar com estas práticas como a Amnistia Internacional. E que eles podem também ajudar, assinando os apelos da Maratona de Cartas sobre este e outros casos e convidando os seus pais a assinar. 3
4 Ligações com os programas curriculares Filosofia 1.Finalidades Proporcionar oportunidades favoráveis ao desenvolvimento de um pensamento ético-político crítico, responsável e socialmente comprometido, contribuindo para a aquisição de competências dialógicas que predisponham à participação democrática e ao reconhecimento da democracia como o referente último da vida comunitária, assumindo a igualdade, a justiça e a paz como os seus princípios legitimadores. 2. Objetivos Gerais A - No domínio cognitivo 2.2. Adquirir informações seguras e relevantes para a compreensão dos problemas e dos desafios que se colocam às sociedades contemporâneas nos domínios da ação, dos valores, da ciência e da técnica Desenvolver uma consciência crítica e responsável que, mediante a análise fundamentada da experiência, atenta aos desafios e aos riscos do presente, tome a seu cargo o cuidado ético pelo futuro. B - No domínio das atitudes e dos valores 1.6. Desenvolver atitudes de solidariedade social e participação na vida da comunidade Assumir o exercício da cidadania, informando-se e participando no debate dos problemas de interesse público, nacionais e internacionais. Português Objetivos Desenvolver práticas de relacionamento interpessoal favoráveis ao exercício da autonomia, da cidadania, do sentido de responsabilidade, cooperação e solidariedade. Competências A formação dos alunos para a cidadania, competência transversal ao currículo, é também uma competência do Português ( ) A tomada de consciência da personalidade própria e dos outros, a participação na vida da comunidade, o desenvolvimento de um espírito crítico, a construção de uma identidade pessoal, social e cultural instituem-se como eixos fundamentais nesta competência. Estes fatores implicam a promoção de valores e atitudes conducentes ao exercício de uma cidadania responsável num mundo em permanente mutação, onde o indivíduo deve afirmar a sua personalidade sem deixar de aceitar e respeitar a dos outros, conhecer e reivindicar os seus direitos, sem deixar de conhecer e cumprir os seus deveres. Formação Cívica Aprendizagens adquiridas Conhecem e defendem os direitos fundamentais consagrados nos principais documentos relativos aos direitos humanos Declaração Universal dos Direitos Humanos, Convenção dos Direitos da Criança, Convenção Europeia dos Direitos Humanos e os organismos internacionais e europeus que zelam pelo seu cumprimento. 4
5 NOTAS PARA O/A PROFESSOR/A A Organização das Nações Unidas (ONU) define Casamento Forçado como a união entre duas pessoas, em que, pelo menos, uma delas não deu o consentimento pleno e livre para participar dessa união. É considerado pela mesma organização como uma violação dos Direitos Humanos, pois vai contra os direitos básicos de autonomia e liberdade. O Casamento Precoce ou Infantil é aquele em que a pessoa que se está a casar não tem ainda 18 anos. O Casamento Arranjado é aquele em que a união é acordada pelas famílias (habitualmente, os pais) podendo haver aceitação ou não da parte de quem se casa. 2 Estima-se que 50 milhões de raparigas irão, provavelmente, casar antes do seu 15º aniversário, na próxima década. 3 Em 52 países, as raparigas com menos de 15 anos podem casar mediante o consentimento parental. 4 Se as tendências atuais se mantiverem, até 2030, o número de casamentos envolvendo menores de idade será de 15 milhões, por ano, o que representa um aumento de 14 porcento UNFPA, The State of World Population UNFPA, Marrying too young, end child marriage 5 UNFPA, Marrying too young, end child marriage 5
6 ANEXO 1 Aos 13 anos Maria (nome fictício) foi forçada a casar com um homem de 70 anos de idade e que já tinha cinco outras mulheres. Quando resistiu, o pai disselhe: Se não vais para junto do teu marido, mato-te. No Burkina Faso, milhares de raparigas e adolescentes, como a Maria, são forçadas a casar muito novas. Uma em cada três raparigas é obrigada a casar antes de completar 18 anos. Algumas têm apenas 11 anos de idade. É esperado que tenham tantos filhos quantos os maridos desejem, independentemente dos seus próprios desejos ou da ameaça que a gravidez precoce possa representar para a sua saúde. Uma vez casadas, espera-se que cozinhem, limpem, que vão buscar água e que trabalhem nos campos de manhã à noite. Poucas têm a possibilidade de ir à escola. Algumas raparigas fazem o que podem para escapar aos casamentos forçados, apesar da enorme pressão dos seus familiares e da sociedade mais alargada. Maria caminhou quase 170km durante três dias para procurar refúgio num abrigo para jovens raparigas. Apesar de os casamentos forçados e precoces serem proibidos pela Constituição do Burkina Faso e pela lei internacional as autoridades continuam a ignorar esta realidade. 6
7 ANEXO 2 DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS (Versão abreviada) Artigo 1.º Liberdade e igualdade de todos os seres humanos Artigo 2.º Não discriminação Artigo 3.º Direito à vida, liberdade e segurança pessoal Artigo 4.º Proibição de escravatura Artigo 11.º Direito a ser considerado inocente até prova em contrário Artigo 12.º Direito à vida privada, familiar e protecção da correspondência Artigo 13.º Direito a circular livremente no país e de sair e entrar em qualquer país Artigo 5.º Proibição de tortura e tratamento degradante Artigo 14.º Direito de requerer e receber asilo Artigo 6.º Direito á personalidade jurídica Artigo 15.º Direito à nacionalidade Artigo 7.º Direito à igualdade perante a lei Artigo 16.º Direito de casar e de constituir família Artigo 8.º Direito a recurso efectivo perante jurisdições nacionais Artigo 9.º Proibição de prisão, detenção e exílio arbitrários Artigo 10.º Direito a ser julgado em público num tribunal independente Artigo 17.º Direito à propriedade Artigo 18.º Liberdade de pensamento, consciência e religião Artigo 19.º Liberdade de expressão, opinião e informação Artigo 20.º 7
8 Liberdade de reunião e associação pacíficas Artigo 21.º Direito de participar nos assuntos públicos do seu país e em eleições livres através do voto secreto Artigo 22.º Direito à segurança social Artigo 23.º Direito ao trabalho, a remuneração suficiente favorável e a aderir a sindicatos Artigo 24.º Direito ao repouso e ao lazer Artigo 25.º Direito a um nível de vida adequado Artigo 26.º Direito à educação Artigo 27.º Direito de participar na vida cultural da comunidade Artigo 28.º Direito a uma ordem social para a plena aplicação dos direitos aqui enunciados Artigo 29.º Deveres dos indivíduos para com a comunidade Artigo 30.º Nenhum indivíduo ou Estado pode atentar contra os direitos e liberdades acima mencionados. 8
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