TÍTULO: PERFIL OBSTÉTRICO DE PUÉRPERAS ASSISTIDAS NA MATERNIDADE DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE LINS

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1 TÍTULO: PERFIL OBSTÉTRICO DE PUÉRPERAS ASSISTIDAS NA MATERNIDADE DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE LINS CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: Fisioterapia INSTITUIÇÃO(ÕES): CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO AUXILIUM - UNISALESIANO AUTOR(ES): LETÍCIA SANTANA DOS SANTOS, SILVANA APARECIDA DA CRUZ BARBOSA ORIENTADOR(ES): ANA CLÁUDIA DE SOUZA COSTA

2 PERFIL OBSTÉTRICO DE PUÉRPERAS ASSISTIDAS NA MATERNIADE DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE LINS Letícia Santana (Acadêmico do Curso de Fisioterapia UniSALESIANO Lins) Silvana Aparecida Cruz Barbosa (Acadêmico do Curso de Fisioterapia UniSALESIANO Lins) Prof.ª Ma. Ana Cláudia de Souza Costa (Orientadora UniSALESIANO Lins) Estudo descritivo, transversal, com abordagem quantitativa, cujo objetivo foi conhecer o perfil socioeconômico e obstétrico de puérperas assistidas na maternidade da Santa Casa de Lins no período de maio a junho de 2018, o mesmo foi desenvolvido através de pesquisa com 24 (vinte e quatro) participantes. Através deste estudo, obteve-se o levantamento característico das usuárias deste estabelecimento. Cerca de 70,8% (setenta vírgula oito por cento) das mulheres estavam na faixa etária de 20 (vinte) a 35 (trinta e cinco) anos, 79,1% (setenta e nove vírgula um por cento) eram casadas ou viviam com parceiro, 54,1% (cinquenta e quatro vírgula um por cento) declararam-se brancas, 54,1% (cinquenta e quatro vírgula um por cento) possuíam ensino médio completo, 41,6% (quarenta e um vírgula seis por cento) tinham renda de até dois salários mínimo, 50% (cinquenta por cento) possuem ocupação remunerada 58,3% (cinquenta e oito vírgula três por cento) moram em municípios vizinhos e 87,5% (oitenta e sete vírgula cinco) foram atendidas pelo Sistema Único de Saúde. Verificou-se que aproximadamente 80% (oitenta por cento) das voluntárias compareceram a no mínimo 6 (seis) consultas pré-natal, cerca de 35% (trinta e cinco por cento) eram primigestas, 79,1% (setenta e nove vírgula um por cento) nunca tiveram aborto, quase 80% (oitenta por cento) tiveram parto cesárea e mais de 70% (setenta por cento) nunca tiveram parto normal. Conclui-se que o perfil de puérperas é semelhante ao encontrado em outros estudos desenvolvidos e evidencia-se a necessidade de maior atenção dos serviços prestados pelo SUS, priorizando a promoção da saúde através de palestras informativas às gestantes, e a valorização da humanização no processo de gestação, assim como a divulgação de estratégias para o planejamento familiar. Palavras-chave: Abordagem quantitativa. Perfil socioeconômico e obstétrico. Puérperas assistidas.

3 Introdução O conhecimento sobre as características gestacionais e do parto das puérperas de um determinado local e período é de fundamental importância, para possibilitar a elaboração de indicadores demográficos e epidemiológicos que podem representar a realidade da comunidade para o planejamento e implementação de estratégias efetivas de melhorias das condições de saúde. A população brasileira não se enquadra em um único padrão social e educacional, e com a grande diferença em cada região em relação ao atendimento de saúde, não é possível generalizar o tipo de atendimento obstétrico prestado pelas várias instituições. Dependendo da região em que se encontram as atividades de atendimento à mulher, existem características peculiares ligadas aos aspectos demográficos, culturais, sociais e econômicos que determinam padrões diferentes de comportamento da população feminina. Por isso, ao traçar um perfil obstétrico das puérperas assistidas, possibilita reconhecer suas características e identificar fatores de risco e intercorrências que poderiam ser evitadas ou tratadas. A prática clínica nos aponta para a necessidade de fazer considerações acerca dos conflitos vivenciados pala mulher, neste momento histórico de sua vida, como também atentar para a importância e o lugar dos familiares e da equipe de saúde frente a uma vivência de tamanha complexidade. Independente da condição socioeconômica, grau de instrução, idade, estado civil e do fato de ser primigesta (mulher que apresenta apenas uma gestação) ou não, a mulher no seu período de gravidez, parto e puerpério merece cuidados e atenção especiais. A consulta preconcepcional permite a identificação e a modificação dos fatores de risco biomédicos, comportamentais e sociais que podem interferir na saúde da mulher e na evolução da gravidez, para posterior estabelecimento de medidas preventivas e/ou corretivas. Segundo Zugaib: Nos Estados Unidos da América (EUA), aproximadamente 40% das gestações não são programadas; metade das gestantes com gestação planejada e dois terços da que não planejam tem alguma indicação para o aconselhamento preconcepcional. As gestações planejadas têm resultados

4 melhores que as gestações não planejadas, e a consulta preconcepcional pode reduzir a taxa de gestações não intencionais. (2 ed, p. 196). Falhas no sistema de saúde, aspectos socioeconômicos familiares e fatores de risco não modificáveis podem inviabilizar ou reduzir a eficácia da consulta preconcepcional. A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que a proteção à maternidade tem por objetivo salvaguardar a saúde das mulheres durante a gestação e o aleitamento, ensinar a elas os cuidados a serem dispensados às crianças, permitir o parto vaginal e dar à luz filho sadio. Sendo assim, está entre os objetivos da assistência pré-natal atender os interesses maternos e fetais. A consulta pré-natal, assim como uma consulta clínica, é composta de anamnese, exame físico e avaliação dos exames complementares. As consultas são divididas em primeira consulta e de seguimento. A primeira consulta tem como objetivos principais: definir a condição de saúde da mãe e do concepto, estimar a idade gestacional e iniciar o planejamento do acompanhamento pré-natal. Na anamnese obtêm-se informações detalhadas de aspecto social, médico e antecedentes familiares. A história clínica do paciente inclui: informações demográficas e pessoais, antecedentes médicos pessoais e familiares, antecedentes obstétricos, história ginecológica e menstrual, história obstétrica atual e informações psicossociais e sobre violência doméstica. Através desses dados é possível avaliar os riscos gestacionais, obter história detalhada de patologias familiares e pessoais, como hipertensão, endocrinopatias, anemias, cardiopatias, pneumopatias, colagenoses, doenças gastrointestinais, oncológicas, psiquiátricas etc. Além de calcular a data provável do parto, com base no conhecimento da data da última menstruação (DUM). A gestação deve ser vista de um ponto de vista mais abrangente. Daí a conveniência de que, se possível, a assistência à gestante seja realizada por uma equipe multidisciplinar que possua conhecimentos suficientes para saber diagnosticar, conduzir e interferir em fenômenos que envolvam a gestação, além de orientá-la sobre tema como higiene, alimentação, amamentação, vestuário, lazer, saúde bucal, entre outros.

5 Objetivos da pesquisa Diante do exposto, este estudo teve por objetivo conhecer o perfil obstétrico de puérperas assistidas na maternidade da Santa Casa de Misericórdia de Lins, uma vez que tal pesquisa contribuiu para o direcionamento das ações realizadas pelos profissionais, subsidiando o cuidado e incrementando o ensino na área da saúde da mulher. Metodologia Aplicação do questionário que foi elaborado pelas autoras, através de questões objetivas que avaliaram os dados gerais do perfil da puérpera e os dados obstétricos, onde se apresentam os dados sobre a gestação o parto e o puerpério imediato. Resultados A análise dos dados foi realizada com os procedimentos estatísticos, admitindo-se o percentual com análise descritiva através do programa Excel, e após realizada a representação gráfica. Gráfico 1: Mostra em porcentagem, os resultados que avaliam o perfil geral das participantes: DADOS GERAIS 79,1 70,8 54,1 54,1 41,6 87,5 58, A 35 ANOS CASADA ENSINO MÉDIO BRANCA 2 SALÁRIOS MÍNIMOS Fonte: elaborado pelas autoras, 2018.

6 O gráfico 1, mostra que a maioria das voluntárias utilizam o serviço do SUS e mais da metade são de outros municípios da região. Além disso, mais de 70% estão na fase adulta, 50% possuem ocupação, 54,1% possuem nível médio de instrução e 54,1% são da raça branca. Gráfico 2: Mostra em porcentagem, os resultados que avaliam o perfil obstétrico das participantes: DADOS OBSTÉTRICOS 6 OU MAIS CONSULTAS PRÉ-NATAIS SEM ANTECEDENTES PATOLÓGICOS INFECÇÃO URINÁRIA HIPERTENSAS HAS + PRÉ-ECLAMPSIA TERMO PRÉ-TERMO PRATICAM ATIVIDADE FÍSICA 79,1 54,1 29,1 8,3 4,1 70,8 29,1 41,6 16,6 8,3 79, ,8 33,3 70,8 29,1 79,1 DADOS OBSTÉTRICOS Fonte: elaborado pelas autoras, O gráfico 2, mostra que quase 80% das voluntárias compareceram a no mínimo 6 consultas pré-natais, mais da metade não tinham antecedentes patológicos, porém, quase 30% apresentaram infecção urinária, 8,3% são hipertensas, 4,1% apresentaram pré - eclampsia. Em relação aos hábitos de vida mais de 40% eram sedentárias, 16,6%

7 eram etilistas e 8,3% eram fumantes. Cerca de 35% eram primigestas, 79,1% nunca tiveram aborto, quase 80% tiveram parto cesárea e mais de 70% nunca tiveram parto normal. Mais de 70% pariram no período correto (termo), 29,1% teve parto pré-termo, 50% não apresentaram intercorrência e 20,8% apresentaram dor intensa após o parto. Discussão e Conclusão Diante dos resultados apresentados, compreendeu-se ser importante conhecer o perfil obstétrico das puérperas, com o objetivo de reforçar a necessidade de direcionar as atividades de cuidado e de assistência que sejam voltadas a prevenção e tratamento de doenças comuns durante a gestação e observadas na realidade local, além dos hábitos de vida, de forma que seja estabelecido um cuidado individualizado e humanístico. Além disso, observa-se que as mulheres estão aderindo as consultas pré-natais, e a maioria realiza o número de consultas além do recomendado por órgãos de saúde, fator que auxilia na redução dos elevados índices de mortalidade materna e perinatal. A infecção no trato urinário foi a doença mais relatada pelas participantes, Kahhale e Soubhi (2012) expõem e analisam que é uma das infecções bacterianas que mais acometem a mulher grávida, chegando a acometer cerca de 10% delas. Fernandes e Narchi, (2007), dizem que dentre as principais causas da mortalidade materna, a infecção é apontada como indicadora da falta de informação, escolaridade, apoio familiar e acesso aos serviços de saúde de qualidade, pois é evitável se fortalecido os setores de informação e vigilância epidemiológica dos Estados e Municípios. De acordo com Reinehr e Siqueira (2009), durante a gestação, a prática de exercícios físicos oferece menor ganho de peso, diminuição do risco de diabetes, menor risco de parto prematuro e melhora na capacidade física. A atividade física durante a gestação traz mais benefícios biológicos e psicossociais, como menor duração na fase ativa do parto, diminuição de complicações obstétricas, menor tempo de hospitalização e a prevenção da lombalgia. Os exercícios ainda melhoram a autoimagem e a autoestima da mulher (COSTA, 2004). Outro benefício é a

8 redução no estresse cardiovascular, que se reflete em menor frequência cardíaca, maior volume sanguíneo em circulação e diminuição da pressão arterial (PA), prevenindo tromboses e varizes e aumentando a oxigenação celular (RODRIGUES et al., 2008). Permitir o parto vaginal, como proteção à maternindade, é um dos objetivos definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Contudo, as gestantes são pouco motivadas a realizarem o parto normal. Diante disso, sugere-se maior interação entre os níveis de atenção dos SUS, priorizando a promoção da saúde através de palestras informativas às gestantes, e a valorização da humanização no processo de gestação. Referências Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: Moraes HMPL, Ribeiro JF, Araújo KRS, et al Levantamento do perfil obstétrico de puérperas assistidas Vol.06, N. 02, Ano 2015 p BARACHO, E.; BARACHO, S. M.; ALMEIDA, L. C. Fisioterapia aplicada a obstetrícia, uroginecologia e aspectos de mastologia. Adaptações do sistema musculoesqueléticos e suas implicações. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007, p. 34 e 35. BRIQUET, R. Obstetrícia normal. Conceitos de gravidez - nomenclatura. São Paulo: Manole, 2011, p.47. BOTELHO, Paulo Ricardo; MIRANDA, Eduardo Fernandes. Principais Recomendações sobre a prática de exercícios físicos durante a gestação. REVISTA CEREUS nº.6, online dez/2011-jun/2012 COSTA, Allan J.S. Musculação na gravidez. Revista Virtual EF artigos, Natal-RN, v.2, n.7, agosto de 2004.

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