Dimensões da Crise do Capitalismo Global. O Brasil e a Crise da mundialização do capital

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1 Dimensões da Crise do Capitalismo Global O Brasil e a Crise da mundialização do capital

2 Projeto Editorial Praxis Trabalho e Mundialização do Capital A Nova Degradação do Trabalho na Era da Globalização Dimensões da Globalização O Capital e Suas Contradições Dialética do Ciberespaço - Trabalho, Tecnologia e Política no Capitalismo Global (org.) e Vinício Martinez (org.) Limites do Sindicalismo - Marx, Engels e a Crítica da Economia Política Novos Desequilibrios Capitalistas Paradoxos do Capital e Competição Global Luciano Vasapollo Tecnécrates Antonino Infranca Desafios do Trabalho Capital e Luta de Classes no Século XXI Roberto Batista (org.) e Renan Araújo (org.) Universidade e Neoliberalismo O Banco Mundial e a Reforma Universitária na Argentina ( ) Mario Luiz Neves de Azevedo e Afrânio Mendes Catani Trabalho, Economia e Tecnologia - Novas Perspectivas para a Sociedade Global Jorge Machado (org.) parceria com a Editora Tendenz Trabalho e Educação Contradições do Capitalismo Global (Org.), Roberto Batista (Org.) e Jorge Gonzáles (Org.) Trabalho e Cinema O Mundo do Trabalho Através do Cinema Volume 1 Dimensões da Reestruturação Produtiva Ensaios de sociologia do trabalho Economia, Sociedade e Relações Internacionais Perspectivas do Capitalismo Global Organizadores: Francisco Luiz Corsi, José Marangoni Camargo, Marcos C. Pires e Rosângela de Lima Vieira Trabalho e Cinema O Mundo do Trabalho Através do Cinema Volume 2 Teoria da Dependência e Desenvolvimento do Capitalismo na América Latina Adrian Sotelo Valencia A Condição de Proletariedade A Precariedade do Trabalho no Capitalismo Global O Sindicalismo Brasileiro e a Qualificação do Trabalhador José dos Santos Souza Trabalho, Ética e Sociedade Reflexões sociais, éticas e agrárias na contemporaneidade Ubaldo Silveira (Org.) La precarización del trabajo en América Latina Perspectivas dels Capitalismo global Claudia Figari e (Orgs.) SÉRIE RISCO RADICAL 1. O Outro Virtual - Ensaios sobre a Internet, Vinicio Martinez, Marcos Alvarez, Paula Carolei 2. Democracia Virtual - O Nascimento do Cidadão Fractal Vinicio Martinez 3. Leviatã - Ensaios de Teoria Política Marcelo Fernandes de Oliveira 4. Trabalho e Globalização - A Crise do Sindicalismo Propositivo Ariovaldo de Oliveira Santos 5. Concertação Social e Luta de Classes - O Sindicalismo Norte-Americano Ariovaldo Santos Conheça o Projeto Editorial Praxis: Pedidos pelo atendimento@editorapraxis.com

3 Organizadores Francisco Luiz Corsi José Marangoni Camargo Rosângela de Lima Vieira Apresentação Cristina Soreanu Pecequilo Hermes Moreira Jr. José Blanes Sala Luís Antonio Paulino Marcelo Fernandes de Oliveira Marcos Cordeiro Pires Mirian Claudia Lourenção Simonetti Dimensões da Crise do Capitalismo Global O Brasil e a Crise da mundialização do capital Editora Praxis 2009

4 Copyright, 2009 ISBN Conselho Editorial Prof. Dr. Antonio Thomaz Júnior UNESP Prof. Dr. Ariovaldo de Oliveira Santos UEL Prof. Dr. Francisco Luis Corsi UNESP Prof. Dr. Jorge Luis Cammarano Gonzáles UNISO Prof. Dr. Jorge Machado USP Prof. Dr. José Meneleu Neto UECE Produção Gráfica Canal6 Projetos Editoriais Dimensões da crise do capitalismo global / organização de: Francisco Luiz Corsi, José Marangoni Camargo e Rosângela de Lima Vieira Londrina: Praxis; Bauru: Canal 6, p. ; 21 cm. Inclui bibliografia. ISBN Globalização 2. Crise financeira I. Corsi, Francisco Luiz. II. Camargo, José Marangoni. III. Vieira, Rosângela de Lima. IV. Título. CDD 339 Projeto Editorial Praxis Free Press is Underground Press Impresso no Brasil/Printed in Brazil 2009

5 Sumário 7 Apresentação O velho Moloch do capitalismo global 17 Capitulo 1 A crise do capitalismo global e as bases da recuperação Francisco Luiz Corsi 35 Capitulo 2 Surfar em época de crise: um estudo de estratégias capitalistas frente à crise econômica Rosângela de Lima Vieira 49 Capitulo 3 China: a outra turbina da economia mundial? Marcos Cordeiro Pires 71 Capítulo 4 A crise de 2008 e o comércio internacional Luís Antonio Paulino 89 Capítulo 5 Uma nova hegemonia Norte-americana? Marcelo Fernandes de Oliveira Hermes Moreira Jr. 105 Capítulo 6 A América em dois tempos: futuro e passado Cristina Soreanu Pecequilo

6 121 Capítulo 7 El desafio de las migraciones de trabajadores extracomunitarios en la Unión Europea: de Amsterdam a Lisboa José Blanes Sala 147 Capítulo 8 Exportações Agroindustriais do Brasil: Impactos da Crise Econômica Mundial José Marangoni Camargo 165 Capitulo 9 Crise ambiental e injustiça social global no século XXI Mirian Claudia Lourenção Simonetti

7 APRESENTAÇÃO O velho Moloch do capitalismo global 1 A crise financeira global de 2008, crônica de uma morte anunciada, é uma das maiores das crises do capitalismo global. Ela atingiu com vigor o núcleo orgânico (e centro mais dinâmico) do sistema mundial do capital. Embora os ditos países capitalistas emergentes, como China e Brasil, por exemplo, não estejam sofrendo os impactos mais contundentes da crise financeira (como, por exemplo, EUA, Japão e União Européia), ela, de fato, abalou o arcabouço financeiro do capitalismo global constituído nos últimos anos de globalização neoliberal. Diante do débâcle financeiro, os governos das nações capitalistas mais desenvolvias, saíram, de imediato com pacotes bilionários de ajuda financeira para bancos insolventes. A dívida pública dos países capitalistas centrais explodiu e a grande questão que se coloca é quem irá pagar pelo extraordinário socorro financeiro aos responsáveis diretos pela insana ordem global do capital fictício. A crise financeira de 2008, como o velho Moloch 2, devora não os grandes investidores, socorridos pelos Bancos Centrais, mas sim, médios e pequenos acionistas, homens e mulheres proletários, traba- 1 Professor livre-docente de sociologia da Faculdade de Filosofia e Ciências da UNESP, pesquisador-bolsista do CNPq, Doutor em Ciências Sociais pela UNICAMP, publicou entre outras obras, O Novo e Precário Mundo do Trabalho (Editora Boitempo, 2000, 304 p), Trabalho e Cinema - Vol. 1 e vol.2 (Editora Praxis, 2006/2008), Dimensões da Reestruturação produtiva (Editora Praxis, 2007) e A condição de proletariedade (Editora Praxis, 2009). giovanni.alves@uol.com.br 2 Moloch, na tradição bíblica, é o nome do deus ao qual os amonitas, uma etnia de Canaã, sacrificava seus recém-nascidos, jogando-os em uma fogueira. Também é o nome de um demônio na tradição cristã e cabalística. 7

8 APRESENTAÇÃO lhadores assalariados desempregados pela brusca desaceleração da economia mundial principalmente no núcleo orgânico do sistema do capital. Em 2009, o desemprego de massa explodiu nos EUA, União Européia e Japão, e as perspectivas de recuperação capaz de absorver parte dos trabalhadores desempregados é incerta. Com certeza, a crise do emprego irá se agravar mais ainda no centro orgânico do sistema mundial do capital e a década de 2010 começa com anos de chumbo para o mundo do trabalho nestes países. O que a nova (e profunda) crise do capitalismo global explicita é a instabilidade estrutural do sistema mundial do capital. Não é a primeira crise, embora seja a maior crise do capitalismo global (tivemos outras, por exemplo, em 1987, 1996 e 2001); e com certeza não será a ultima crise financeira deste velho sistema produtor de mercadorias. De crise em crise, o sistema se reestrutura e se expande às custas da perda do lastro civilizatório construído no capitalismo do Welfare State, hoje cada vez mais distante. Imerso em candentes contradições sociais, diante de uma dinâmica de acumulação de riqueza abstrata tão volátil, quanto incerta e insustentável, o capitalismo global explicita cada vez mais que é incapaz de realizar as promessas de bem-estar social e emprego decente para bilhões de homens e mulheres assalariados. Pelo contrário, diante da crise, como o deus Moloch, o capital exige hoje sacrifícios perpétuos e irresgatáveis das gerações futuras. Este pequeno (e interessante) livro Dimensões da crise do capitalismo global - trata dos impasses e desafios do novo mundo do capitalismo global que se abre com a crise financeira de É um conjunto de reflexões interdisciplinares de pesquisadores de alto nível, em sua ampla maioria vinculados ao Grupo de Pesquisa Estudos da Globalização, sob a liderança de e Francisco Corsi, pesquisadores da UNESP- Campus de Marilia. Nos últimos anos, o GPEG tem realizado, entre outras atividades, os Fóruns de Análise de Conjuntura, discutindo, numa ótica critica e interdisciplinar, as perspectivas do capitalismo global. Este livro de coletâneas é mais um produto desta atividade que nos 8

9 O velho moloch do capitalismo global propiciou, no decorrer da década passada, outras coletâneas como Economia, Sociedade e Relações Internacionais (de 2006) e Dilemas da Globalização (de 2007). Com o livro Dimensões da crise do capitalismo global (de 2009), fechamos a trilogia de reflexões criticas sobre a conjuntura da década de 2000 e as perspectivas para a próxima década. O livro em apreço expõe abordagens plurais de pesquisadores sobre a economia política (e a dinâmica social) do capitalismo global. Enfim, é um convite para refletirmos sobre os impasses de um sistema mundial clivado de contradições sociais ampliadas, principalmente a partir da crise financeira global de Os desdobramentos da crise irão expor com mais candência, a natureza íntima da civilização do capital imersa em sua crise estrutural: decifra-me ou devoro-te!. Podemos dizer que as contingências sombrias do movimento real do capital global que constatamos nas últimas décadas de capitalismo global, expressam uma crise de fundo - o que um autor como István Mészaros denomina de crise estrutural do capital. Mas, ao invés de prenunciar a catástrofe final do capitalismo mundial, a crise estrutural do capital prenuncia uma nova dinâmica sócio-reprodutiva do sistema produtor de mercadorias. Na verdade, é a crise estrutural que impulsiona a mundialização do capital com sua tara financeirizada. Com a crise, o sistema se expande e cresce de modo irregular, recorrente e instável (hoje, por exemplo, conduzido pelos pólos mais ativos e dinâmicos - de acumulação de valor: os ditos países emergentes, como a China, Índia e Brasil). Ora, enquanto o centro dinâmico capitalista apodrece com sua tara financeirizada (como explicitou a crise de 2008), a periferia industrializada emergente parece alimentar a última esperança (ou ilusão) da acumulação de riqueza abstrata sob as condições de uma valorização problemática do capital em escala mundial (eis o segredo do milagre chinês). A crise estrutural do capital não significa estagnação do capitalismo mundial, mas sim incapacidade do sistema produtor de merca- 9

10 APRESENTAÇÃO dorias realizar suas promessas civlizatórias. Tornou-se lugar comum identificar crise com estagnação mas, sob a ótica do capital, crise significa oportunidade histórica de reestruturação e expansão sistêmica. O capitalismo expande-se (e se renova em sua dimensão fenomênica) através de suas crises. Em sua etapa de crise estrutural ele aparece como um sistema imerso em contradições sociais alucinantes, sob um mundo de sombras e fantasmagorias contingentes ora, como pode um sistema estar em crise estrutural e se expandir? Eis a contradição viva do capital! Entretanto, de crise em crise, o sistema mundial do capital agudiza a alienação e o estranhamento de homens e mulheres que trabalham. Ao contrário dos ideólogos burgueses que proclamam adeus ao proletariado e que não existe mais classe social (e luta de classes), ou ainda que nada existe para além deste modo de organizar a produção social (o capitalismo), o que percebemos é, pelo contrário, a ampliação num patamar universal, da condição de proletariedade. A miséria do capital atinge, com a crise de 2008, o núcleo desenvolvido do sistema mundial, esgarçando a desigualdade social no dito Primeiro Mundo. Para além de uma ótica economicista, a crise do capital é, de fato, a crise de civilização que se expressa com vigor na degradação do metabolismo social homem-natureza seja a natureza humana (expressa no cataclismo social, com seus milhões de trabalhadores precários e a massa de desempregados sem perspectivas de futuro digno e vítimas do adoecimento físico e mental); seja a natureza natural (o cataclismo climático marcado pelo aquecimento global e deriva climática). Para não ficarmos no mundo das sombras, é importante apreendermos o significado essencial da crise estrutural do capital. Na verdade, ela expressa uma crise de valorização crônica do valor, que explica, de certo modo, a inversão/perversão dos termos categoriais da própria lei do valor-trabalho (é curioso que alguns marxistas considerem a ampliação da mancha precarização do trabalho como um mero retorno da mais-valia absoluta pelo contrário, é a própria 10

11 O velho moloch do capitalismo global expressão de afirmação da mais-valia relativa nas condições da crise estrutural do capital). Vejamos o movimento das placas tectônicas do capitalismo global sobre nossos pés. Sob o capitalismo global, um setor amplo (e crescente) da classe do proletariado não produz valor (é caso, por exemplo, dos trabalhadores ditos improdutivos ); ou, se o produz, a massa de mais-valia acumulada está muito aquém das necessidades sistêmicas da acumulação de riqueza abstrata lastreada em valor. Nas últimas décadas de capitalismo global, o alucinado aumento da produtividade do trabalho nos setores produtivos da economia capitalista enxugou trabalho vivo destes locais de trabalho. Inclusive no setor de serviço, parte dele privatizado sob pressão das políticas neoliberais tende a se impor, cada vez mais, a lógica da mais-valia relativa. De modo quase obsessivo, busca-se reduzir o contingente da força de trabalho; produzir mais, com menos operários ou empregados, substituindo-se assim, capital variável por capital constante, pressionando, tendencialmente, a composição orgânica e a taxa média de lucro dos empreendimentos capitalistas. Na medida em que se expele, a cada crise, trabalho vivo e se incorpora cada vez mais, trabalho morto nos núcleos de produção de valor do sistema (a titulo de redução de custos), tende-se a criar não apenas um dito exercito industrial de reserva, mas sim, um imenso contingente de proletários sobrantes, uma superpopulação relativa de homens e mulheres supérfluos (inclusive para a regulação social do mercado de trabalho formal). O mundo do trabalho é cada vez mais constituído por trabalhadores assalariados que, incapazes de serem absorvidos pelos nichos de produção de valor, tendem a serem, em geral, absorvidos pelos múltiplos serviços improdutivos da mais diversa natureza que emergem com o desenvolvimento civilizatório (o que explica o crescimento exponencial dos serviços nas economias capitalistas desenvolvias e em desenvolvimento nos últimos trinta anos). Como os setores de produção de valor da economia capitalista tendem historicamente a enxugar trabalho vivo, os trabalhadores 11

12 APRESENTAÇÃO assalariados sobrantes são distribuidos nos mais diversos postos de trabalho criados nos setores improdutivos do sistema. Assim, cresce, em torno deste pequeno (e encolhido) núcleo produtivo de valor, enxuto pelas recorrentres políticas de downsizing, um contingente imenso e crescente de homens e mulheres proletarizados, jovens, adultos e idosos, imersos na condição universal de proletariedade. Ora, a modernidade tardia do capital é irremediavelmente improdutiva. Crescem os proletários serviçais - informais ou formalizados (pelo intervenção estatal) - que vivem à custa da massa de mais-valia social que, apesar de insuficiente para satisfazer a contento as necessidades sistêmicas da acumulação de valor (o que explica, portanto, a crise de valorização), ainda permite, na medida de seu crescimento absoluto nas últimas décadas, a sustentação (e ampliação) destes serviços improdutivos de cariz precário que absorvem hoje os proletários sobrantes. Assim, nos últimos trinta anos perversos de capitalismo global, crise e reestruturação produtiva só têm reposto e reafirmado as tendências de redução relativa, embora não absoluta, dos setores produtivos do proletariado (diga-se de passagem, redução relativa dos setores produtivos no tocante às necessidades da valorização). Por exemplo, diante de uma massa x de capital-dinheiro investido na produção, se requer uma extração y de mais-valia. Ora, nas últimas décadas, x cresceu absoluta e relativamente; enquanto y só cresceu absolutamente (o que explica a interversão - no plano fenomênico - da mais-valia relativa em mais-valia absoluta). Por conta da intensificação da concorrência capitalista no mercado mundial, tivemos sob a globalização neoliberal, a incrível aceleração das inovações tecnológico-organizacionais na produção de mercadorias e o aumento exponencial da produtividade do trabalho (por exemplo, sob o capitalismo global tivemos, só nos últimos trinta anos, duas revoluções tecnológicas: a revolução informática e a revolução informacional). No período histórico da mundialização do capital, a extração de mais-valia ( y ) ou a taxa de exploração no interior do sistema como um todo, cresceu absolutamente, por conta 12

13 O velho moloch do capitalismo global da expansão do sistema mundial produtor de mercadorias (por exemplo, as novas fronteiras de expansão industrial na China e Índia). Entretanto, como temos salientado, em termos relativos - no tocante ao novo patamar de x - a produção de valor ou a taxa de exploração no sistema como um todo está muito aquém das necessidades sistêmicas cumulativas de valorização da massa de capital-dinheiro acumulada a partir da crescente lucratividade das global corporations. Poderíamos dizer que, nesse caso, a extração de valor cresce numa progressão aritmética, enquanto as necessidades sistêmicas de valorização da massa de capital-dinheiro crescem numa progressão geométrica. Constitui-se, deste modo, uma ìfendaî de instabilidade financeira e surgem recorrentes bolhas especulativas que marcam a dinâmica de acumulação de valor fictício no capitalismo global. Eis, portanto, um traço estrutural que irá marcar o capitalismo mundial no século XXI, apesar das tentativas de regulação política por meio das intervenções estatais cada vez mais incisivas (a explosão da dívida pública nos países capitalistas centrais, depois da crise de 2008, mostra que a crise de valorização tende, cada vez mais, a devorar como o velho Moloch, o fundo público, parcela da massa de mais-valia social capturada pelo Estado político, mas agora, re-apropriada pelo capital privado para sanar sua crônica insensatez financeira). No bojo da crise sistêmica de valorização constituem-se outros focos de negação que, objetivamente, desconcertam a ordem mate- 13

14 APRESENTAÇÃO rial vigente. Sob a crise estrutural do capital, o sistema-mundo produtor de mercadorias está - objetivamente - afetado de negação. Por exemplo, temos a dita desmedida do capital, que ocorre devido a absorção, pelo sistema de produção, de elementos compositivos recalcitrantes à lógica da escassez e a quantificação intrínseca à lei do valor, como o trabalho imaterial e o retorno do saber-fazer na produção. Enfim, expomos de modo quase grosseiro, traços essenciais da lógica estrutural deste sistema mundial produtor de mercadorias que explicam, para além do mundo das meras sombras factuais, o movimento das placas tectônicas do capitalismo global. Finalmente, podemos dizer que, o que temos hoje, sob o capitalismo global, é tão-somente uma nova forma de ser do modo de produção capitalista em sua dimensão planetária - um sistema produtor de mercadorias sob a dominância da mais-valia relativa (o que explica a constante voracidade de inovações tecnológicas no capitalismo global). Por outro lado, um sistema produtor de mercadorias incapaz de explorar - no sentido da produção de valor - na medida da necessidade histórica de acumulação de capital. Abre-se, deste modo, uma fenda geológica entre a produção de mais-valia real e a produção de mais-valia necessária (lacuna preenchida pela prótese da financeirização da riqueza capitalista, raiz da instabilidade crônica do capitalismo global). Nesse contexto de crise crônica de valorização, o capitalismo global do século XXI está condenado a viver sob a sombra do capital fictício como suplemento estrutural de sua valorização problemática - que o diga as bolhas especulativas recorrentes e os riscos crônicos. No plano social, tende-se a ampliar - como sombra desta própria crise de valorização - a superpopulação relativa de proletários supérfluos, absorvidos, em geral, pelos setores improdutivos precarizados - formais ou informais. Aviso aos navegantes: os traços de crise estrutural do capital e precariedade extrema de amplos contingentes do mundo do trabalho assalariado não significam que adentramos a ante-sala da revolução socialista, nem que soa a hora do derrumbe do capitalismo 14

15 O velho moloch do capitalismo global mundial, como sonham os supostos revolucionários de plantão (o que não quer dizer que hoje, mais do que nunca, o socialismo seja uma necessidade histórica). Na verdade, tais mudanças estruturais descritas acima, dizem respeito apenas a forma de ser do sistema mundial produtor de mercadorias e nada mais. Se, da condição de condição de proletariedade ampliada sob a crise de valorização, irá emergir uma classe social do proletariado enquanto sujeito histórico coletivo capaz de negar o sistema da alienação universal, é outra história. Como diria Marx: Hic Rhodus, hic salta! 3 3 A expressão Hic Rhodus, hic saltus! aparece numa fábula de Esopo onde um atleta fanfarrão que era muito criticado pelo seu desempenho físico viaja para Rodes e, no retorno, diz que fez o maior salto já visto e que tinha testemunhas lá para provar. Então, um de seus interlocutores responde-lhe para ele imaginar que estava em Rodes e fazer o salto, dizendo para o atleta: Hic Rhodus, hic saltus! (Aqui está Rodes, agora salta!). 15

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