Nº da aula 06 CRIME DE DANO. Dano CP. Art Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

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1 Página1 Curso/Disciplina: Crimes contra o patrimônio Aula: Dano e apropriação indébita Professor (a): Marcelo Uzeda Monitor (a): Felipe Ignacio Loyola Nº da aula 06 CRIME DE DANO Dano CP. Art Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Objetividade jurídica do crime de dano: A objetividade jurídica é o patrimônio, tutela-se a propriedade dos bens móveis e imóveis. Em outras palavras, o objeto material do crime de dano é a coisa alheia móvel ou imóvel. A vítima do crime de dano sofre um prejuízo material a partir da conduta dolosa de alguém que destrói ou inutiliza aquele objeto. O dano também pode ser previsto como meio, elementar ou qualificadora de vários outros crimes, como por exemplo os arts º I; 161; 202 in fine; 201, 305; 314; 345 (com violência à coisa), todos do CP. Art Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Furto qualificado 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; Alteração de limites Art Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia: Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. Paralisação de trabalho de interesse coletivo Art Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. Sabotagem Art Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor:

2 Página2 Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Supressão de documento Art Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é particular. Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento Art Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente: Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave. Exercício arbitrário das próprias razões Art Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência. Ânimo de lucro no crime de dano: Apesar de certa polemica doutrinária sobre o tema, o ânimo de lucro não é essencial, embora possa aparecer de modo indireto. Sujeitos do crime de dano: O crime de dano é crime comum. Qualquer pessoa pode ser o sujeito ativo do crime, exceto o proprietário do bem. A destruição da própria coisa pode ter relevância penal no caso de estelionato, incêndio, explosão, que são crimes de perigo, ou no exercício arbitrário das próprias razões, art. 356 do CP. Por exemplo, a pessoa que provoca incêndio no próprio bem para receber o seguro configura o crime de estelionato. O sujeito passivo é o titular do direito de propriedade da coisa móvel ou imóvel. Pode ser o proprietário ou o possuidor legítimo. Tipo objetivo do crime de dano: O verbo destruir significa desfazer, subverter a coisa. O objeto material deixa de existir em sua individualidade.

3 Página3 O verbo inutilizar significa que a coisa perde a finalidade a que se destina. Por exemplo, furar os olhos de um cão de guarda. Observação! Furar os olhos de um cão de guarda é um exemplo doutrinário. Atualmente, esse tipo de conduta caracteriza o crime de maus-tratos contra animais. O verbo deteriorar significa que o objeto material perde parte de sua utilidade específica. Por exemplo, manchar com tinta um quadro artístico. O crime de dano só ocorre a título de dolo. A conduta descuidada causadora de um dano, não caracteriza o tipo. O crime pode ser cometido por ação ou omissão. Por exemplo, deixar de regar uma plantação, causando a sua destruição. Tipo subjetivo do crime de dano: É o dolo, direto ou eventual. Nelson Hungria: exige-se a finalidade especial de causar um prejuízo à vítima animus nocendi. Não há a forma culposa do crime de dano no código penal, mas ela é prevista na Lei 9.605/98, Lei dos crimes ambientais. Lei 9.605/98. Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção: Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. Lei 9.605/98. Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar: Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis meses a um ano de detenção, sem prejuízo da multa. Observação! Em que pese haja tipos penais, como o incêndio culposo, o direito penal protege contra a criação de perigo comum e não contra o dano propriamente. Consumação e tentativa no crime de dano:

4 Página4 O crime de dano é material e se consuma com o efetivo resultado de dano ao objeto, total ou parcial, de acordo com o dolo do agente: destruir, inutilizar ou deteriorar. Em tese, admite-se a figura da tentativa no crime de dano, pois é possível fracionar o iter criminis. Por exemplo, o sujeito que erra o alvo na conduta de abater a tiros um animal de propriedade alheia. Observação! Para caracterizar o crime de dano como tentado ou consumado, a análise deve ser feita a partir do elemento subjetivo. Se o dolo do agente é o de inutilizar, basta que a conduta seja suficiente para a inutilização do objeto e o crime estará consumado; mas, se o intuito era o de destruir e ele não conseguiu causar a perda patrimonial do objeto, em tese, o crime poderá ser considerado tentado. Figuras qualificadas do crime de dano: Dano qualificado Parágrafo único - Se o crime é cometido: Crime de dano qualificado pelo modo de execução: CP. Art. 163 (...) parágrafo único(...) I - com violência à pessoa ou grave ameaça; A violência ou a grave ameaça podem ser contra o titular da propriedade ou contra terceira pessoa a ele ligada. Se há resultado da violência física, o agente responderá, conforme o caso, por dois ou mais crimes, em concurso material. O crime de dano é violento contra a coisa. Excepcionalmente, quando se emprega violência ou grave ameaça à pessoa, surge a figura qualificada, sem prejuízo da pena correspondente à violência. Por exemplo, em uma discussão, o sujeito ativo destrói a porta do apartamento do vizinho causando-lhe lesões físicas. O agente responderá pelo dano qualificado. Sem prejuízo da pena correspondente pela lesão causada. Observação! A vias de fato e a ameaça serão absorvidas pelo crime de dano qualificado. Não há que se falar em bis in idem, uma vez que o legislador considera duas lesões diferentes. É possível o emprego da violência ou da grave ameaça sem causar efetivo dano à pessoa no contexto do criem de dano; por outro lado, é possível destruir a coisa e causar uma séria lesão à vítima, nesse caso, o agente responderá pelo acumula material do dano qualificado pela violência ou grave ameaça e pela lesão causada à pessoa. CP. Art. 163 (...) parágrafo único(...) II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave;

5 Página5 Essa qualificadora ocorre com a prática de um crime mais grave, ou seja, a de perigo contra a incolumidade pública (crime de perigo comum). Incêndio CP. Art Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem: Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. Aumento de pena 1º - As penas aumentam-se de um terço: I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio; II - se o incêndio é: a) em casa habitada ou destinada a habitação; b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura; c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo; d) em estação ferroviária ou aeródromo; e) em estaleiro, fábrica ou oficina; f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável; g) em poço petrolífico ou galeria de mineração; h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta. Incêndio culposo 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis meses a dois anos. Explosão CP. Art Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos: Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Aumento de pena 2º - As penas aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipóteses previstas no 1º, I, do artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enumeradas no nº II do mesmo parágrafo. Modalidade culposa 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos análogos, a pena é de detenção, de seis meses a dois anos; nos demais casos, é de detenção, de três meses a um ano. Observação! Mesmo que o dolo do agente não seja o de atentar contra a incolumidade pública, se o meio empregado para causar o dano for substância explosiva ou inflamável, o dano será qualificado. Entretanto,

6 Página6 caso o agente atente efetivamente contra a incolumidade pública causando um incêndio, por exemplo, além de responder pelo dano qualificado, o agente responderá pelo crime do art. 250 do CP, em concurso material. CP. Art. 163 (...) parágrafo único(...) III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista; (Redação dada pela Lei nº 5.346, de ) A qualificadora do inciso III do parágrafo único do art. 163 do CP incide pela titularidade da coisa em questão. A coisa, alvo do crime de dano, quando pertencente ao ente federativo, devido ao interesse público, qualifica o resultado da conduta. Polêmicas: Dano causado em bem não pertencente aos sujeitos previstos no III do parágrafo único do art. 163 do CP: O inciso III do parágrafo único do art. 163 do CP não faz referência à empresa pública, à autarquia e nem ao Distrito Federal. Assim, Imaginando que um sujeito, adquirente de imóvel pelo credito concedido pela Caixa Econômica Federal (empresa pública), deixa de pagar as parcelas do financiamento e, por conta desse fato, a Caixa consegue na justiça a retomada do bem. Descontente com a decisão judicial, antes de fazer e entrega do bem à Caixa, o sujeito, com um martelo, destrói todo o imóvel. Considerando a letra do III do parágrafo único do art. 163 do CP, esse dano pode ser considerado qualificado? Em teoria, Pelo princípio da legalidade, na vertente taxatividade, esse dano não pode ser considerado qualificado, porque a empresa pública não foi mencionada no rol das qualificadoras, portanto, é um dano simples. Inserir a empresa pública no rol desse dispositivo caracterizaria analogia in malam partem. Como o dano não é qualificado pelo inciso III, o crime é de ação penal privada e o legitimado para promover a ação penal é a caixa econômica Federal, sujeita ao prazo decadencial. Na prática, quando esse tipo de delito ocorre, o MP faz a denúncia e tipifica como dano qualificado do III do parágrafo único do art. 163 do CP. Essa corrente entende que, como o MP é o titular da ação, a ação penal é pública e não está sujeita à decadência. Dano causado em cela por preso a fim de fugir: 1ª corrente (Damásio): o preso responde pelo dano qualificado, porque o tipo não exige o chamado dolo específico, que se manifesta no animus nocendi (vontade de causar o prejuízo). Posição que prevalece. 2ª corrente: o preso não responde pelo dano na forma qualificada, uma vez que o crime de dano exigido o dolo específico, ausente na conduta do preso que danifica a cela a fim de alcançar a liberdade.

7 Página7 CP. Art. 163 (...) parágrafo único(...) IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima: Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência. O motivo egoístico se caracteriza quando o sujeito age com a finalidade de alcançar um interesse posterior de ordem moral ou econômica. Por exemplo, a destruição de um trabalho concorrente, a fim de se evitar a competição ou dar uma valoração maior ao próprio trabalho. O motivo egoístico se assemelha à ideia do motivo torpe. O dano deve causar um prejuízo considerável ao patrimônio da vítima. Por exemplo, a destruição de um veículo de baixíssimo valor de mercado, usado para a obtenção do sustento de um hipossuficiente, será levado em consideração na caracterização da qualificadora do dano. Ação penal no crime de dano: Ação penal CP. Art Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art. 164, somente se procede mediante queixa. O dano simples do caput do art. 163 do CP e o qualificado motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima são de ação penal de inciativa privada. Nos demais casos previstos no art. 163 do CP a ação penal será pública incondicionada. APROPRIAÇÃO INDÉBITA Apropriação indébita Art Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Conceito e objetividade jurídica do crime de apropriação indébita: A característica fundamental do crime de apropriação indébita é o abuso de confiança, uma vez que o sujeito ativo do crime tem a posse ou a detenção desvigiada da coisa alheia móvel e, em momento posterior, passa a agir como se proprietário fosse, negando-se a devolve-la ou realizando ato de disposição.

8 Página8 APROPRIAÇÃO DA COISA ALHEIA MÓVEL REQUISITOS DO CRIME DE APROPRIAÇÃO INDÉBITA COISA ALHEIA MÓVEL NA POSSE OU DETENÇÃO DESVIGIADA DO AGENTE DOLO Apropriação indébita vs. Estelionato: O dolo, na apropriação indébita, é superveniente. Caso o agente tenha o dolo de se apoderar da coisa antes de ter a posse ou a detenção de boa-fé e desvigiada, caracteriza o crime de estelionato. A vítima entrega para a manutenção técnica uma coisa e o técnico responsável revende esse bem. Nesse exemplo, se o técnico já tinha a intenção de revender o bem, antes de ter a posse desvigiada, resta caracterizado o estelionato, mas se o técnico resolve vender a coisa, após ter a posse de boa-fé, caracterizará o crime de apropriação indébita. Apropriação indébita vs. Furto qualificado pelo abuso de confiança: No furto, o sujeito subtrai o objeto fazendo uso do abuso de confiança da vítima. É o caso da empregada doméstica que tem a confiança do empregador e, por conta dessa confiança, subtrai bens da residência em que trabalha. Na apropriação inédita, o agente tem a posse de boa-fé, desvigiada, num primeiro momento e, posteriormente, inverte o título dessa posse. É o caso da amiga que pede uma joia emprestada e não devolve a verdadeira proprietária. FURTO APROPRIAÇÃO NÃO TEM A POSSE TEM A POSSE SUBTRAI COM O ABUSO DA CONFIANÇA INVERTE O TÍTULO DA PROPRIEDADE Sujeitos da apropriação indébita: O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, desde que tenha a posse ou a detenção lícita do bem. Se o agente ativo é funcionário púbico e se apropria de bem público ou particular, que está sob a guarda da administração, o crime é o de peculato.

9 Página9 Peculato CP. Art Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. O sujeito passivo pode ser qualquer pessoa que, não cumprida a relação obrigacional com a restituição da coisa, sofre com o prejuízo. Lembrando que o possuidor ou detentor legítimo também pode ser sujeito passivo do crime de apropriação indébita. Em todas as hipóteses de apropriação indébita existe uma obrigação relacional entre duas pessoas. Tipo objetivo: Núcleo da apropriação indébita: Apropriar-se significa fazer sua a coisa alheia, tomar como propriedade, apoderar-se indevidamente. Tendo o sujeito a posse ou a detenção do objeto material, em dado momento inverte o título da posse ou da detenção, comportando-se como se fosse dono. Classificação doutrinária da apropriação indébita: Propriamente dita: é uma conduta comissiva, é um ato de disposição. Por exemplo: vender, doar, consumir, penhorar, ocultar e etc. É o ato positivo de disposição do objeto material. Negativa de restituição: o sujeito afirma claramente ao ofendido que não irá devolver o objeto material. A jurisprudência entende que a negativa de restituição deve ser clara. Elementos normativos: A posse a que a lei se refere é direta, licita e desvigiada, por força de obrigação ou direito, como no caso dos usufrutuários, do credor pignoratício, do locatário e etc. é necessário que a posse ou a detenção seja de origem lícita (que não tenha sido obtida com violência, erro, clandestinidade e etc.) Se a posse é vigiada, o crime será o furto. A vigia da posse não precisa ser de 24 horas diárias.

10 Página10 A posse direta, que é sempre desvigiada, pode ser: Interessada: existe interesse do próprio sujeito ativo, como é o caso da locação; Não interessada: o benefício é de terceiro, como é o caso do mandato. Detenção: Significa poder de fato, em que a pessoa a exerce em cumprimento de ordens ou instrução, por mera permissão ou tolerância. Exemplo: o empregado doméstico que detém o dinheiro do patrão para fazer compras na feira; aquele que recebe o automóvel de outrem para fazer passeio. A apropriação indébita só se caracteriza na detenção desvigiada. Caso a detenção seja vigiada, o fato constitui o crime de furto. Objeto material da apropriação indébita: É a coisa alheia móvel. Não existe apropriação indébita de coisa alheia imóvel. Para o direito penal, tudo que tem possibilidade de deslocamento pode ser considerado bem móvel. É relevante a distinção entre coisa fungível e infungível para efeito da existência do delito de apropriação indébita. CC/02. Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. A coisa fungível dada em depósito ou em empréstimo, com a obrigação de restituição de coisa da mesma espécie, quantidade e qualidade, não pode ser objeto material da apropriação indébita, uma vez que, nesses casos, há a transferência de domínio (propriedade). Por exemplo, o empréstimo de um valor em dinheiro. A não devolução do valor não caracteriza o crime de apropriação indébita, pode caracterizar alguma violação contratual. CC/02. Art O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.

11 Página11 Atenção! Em princípio, os bens fungíveis não podem ser objeto de apropriação indébita, salvo se foram recebidos para serem entregues a terceiros. Consumação e tentativa no crime de apropriação indébita: Como é crime material e instantâneo, a apropriação indébita consuma-se com a efetiva apropriação (assenhoramento da coisa), isto é, quando o sujeito inverte o título da posse. Lembrando que na apropriação indébita negativa de restituição não cabe tentativa, porque a conduta é negativa e se consuma no momento em que o sujeito se recusa a devolver o objeto material. Segundo a jurisprudência, na apropriação indébita por negativa de restituição, o crime se consuma quando, notificado para devolver a coisa, o agente desatende a notificação. Observação! A notificação não é exigida, mas, na prática, é necessária porque se permite identificar o animus rem sibi habendi do sujeito ativo. Na apropriação indébita propriamente dita, em tese, admite-se a tentativa. Por exemplo, quando o agente, após a inversão da posse da coisa alheia móvel, tenta mas não consegue realizar a sua venda por circunstância alheias à vontade. Tipo subjetivo da apropriação indébita: É o dolo, a vontade livre e consciente de se apropriar definitivamente de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção desvigiada e de boa-fé. O dolo deve ser contemporâneo com a conduta apropriação. Caso o sujeito receba a coisa a título de posse ou detenção com a finalidade de apropriar-se dela, responderá pelo estelionato (dolo ab initio). É exigível, também, a demonstração do animus rem sibi habendi por parte do agente, ou seja, a intenção de ter a coisa para si ou para outrem com o animus de assenhoramento definitivo. Observação! O animus rem sibi habendi é essencial, uma vez que a simples mora não caracteriza a apropriação indébita. Apropriação indébita de uso: Não constitui infração penal a denominada apropriação indébita de uso, que ocorre quando o agente que detém o bem da vítima tem a intenção de devolve-la. O simples uso indevido da coisa não caracteriza a apropriação indébita, mas pode fundamentar um pedido de indenização, a depender o caso concreto.

12 Página12 Causa de aumento de pena: Aumento de pena CP. Art. 168 (...) 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa: CP. Art. 168 (...) 1º I - em depósito necessário; CC/02. Art É depósito necessário: II - o que se efetua por ocasião de alguma calamidade, como o incêndio, a inundação, o naufrágio ou o saque. Entende-se que o art º (único) I do CP, quando fala em depósito necessário, abrange, exclusivamente, o depósito necessário miserável. (Art. 647 II do CC/02). Por exemplo, o sujeito que se apodera de objetos guardados por conta de uma grande catástrofe social. CP. Art. 168 (...) 1º II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial; Atenção! O rol desse inciso é taxativo e não admite interpretação extensiva. Tutor: CC/02. Art Incumbe ao tutor, sob a inspeção do juiz, administrar os bens do tutelado, em proveito deste, cumprindo seus deveres com zelo e boa-fé. Curador: CC/02. Art Estão sujeitos a curatela: I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; (Redação dada pela Lei nº , de 2015) (Vigência) II - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº , de 2015) (Vigência) III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº , de 2015) (Vigência) IV - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº , de 2015) (Vigência) V - os pródigos. Inventariante: CC/02. Art Desde a assinatura do compromisso até a homologação da partilha, a administração da herança será exercida pelo inventariante. Testamentário:

13 Página13 CC/02. Art Tendo o testamenteiro a posse e a administração dos bens, incumbe-lhe requerer inventário e cumprir o testamento. A maior reprovação se dá pela quebra da especial relação de confiança (fidelidade). Atenção! A figura da apropriação indébita não se aplica ao depositário judicial, porque ele desempenha uma função pública é sujeita ao crime de peculato. III - em razão de ofício, emprego ou profissão. Há uma maior reprovação por conta da quebra da especial relação de confiança (fidelidade). Por exemplo, um administrador de imóveis, um advogado. Importante! as figuras previstas no 1º do art. 168 do CP não podem ser exercentes de função pública Figura típica privilegiada da apropriação indébita: CP. Art Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155, 2º. CP. Art. 155 (...) 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. Observação! Os crimes patrimoniais não praticados com violência ou grave ameaça recebem essa benesse. A coisa sendo de pequeno valor (de até 01 salário mínimo), o sujeito sendo primário, o juiz poderá substituir reclusão por detenção, reduzir apena de 1/3 a 2/3 ou impor somente a pena de multa. Pena e ação penal da apropriação indébita: A pena é a de reclusão, de 01 a 04 anos, e multa. Nas hipóteses do 1º do art. 168 do CP, a pena é aumentada de 1/3. A ação penal é pública incondicionada, ressalvadas as imunidades relativas do art. 182 do CP. CP. Art Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo: (Vide Lei nº , de 2003) I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

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