Aula nº 11. Informações bancárias diretamente das instituições financeiras

Transcrição

1 Página1 Curso/Disciplina: Direito Constitucional Objetivo Aula: Art. 5 o XII CF/88 - Inviolabilidade do Sigilo de Correspondências Professor: Luís Alberto Monitora: Vanessa Alves Aula nº ART. 5 O XII Inviolabilidade do Sigilo de Correspondência Informações bancárias diretamente das instituições financeiras TCU CPI Em regra não necessita de autorização judicial Regra: CPI federal, estadual, distrital (art. 4 o, (STF-MS 22934/DF) 1 o da LC 105/2001) Exceção: emprego de recursos públicos Exceção: CPI Municipal O TCU pode obter informações diretamente das instituições financeira, sem autorização judicial desde que esteja relacionado a emprego de verbas públicos. Para qualquer outro assunto é necessária autorização judicial. A CPI pode ser instaurada em todas as esferas e é uma função típica do legislativo. (Art.58 3 o CF/88). As CPIs federal, estadual e distrital podem obter informações bancárias diretamente das instituições financeiras sem autorização judicial. A CPI Municipal necessitará de autorização judicial pois não existe poder judiciário municipal Informações bancárias diretamente das instituições financeiras Polícia MP Não (depende de autorização judicial) Regra: Não (STJ, HC /SP) Exceção: informações bancaras de contas de titularidade de órgãos ou entidades públicas, com o fim de proteger o patrimônio público (STJ Info 572 de 2015 Incluído pela Lei /16

2 Página2 Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei n o 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá: I - o nome da autoridade requisitante; II - o número do inquérito policial; e III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação Membro do MP ou delegado de polícia Requisitar, de quaisquer órgaos do Poder Público ou de empresas de iniciativa privada dados e informaçoes cadastrais ou vítima ou de suspeito crimes previstos nos art. nos arts. 148, 149 e 149-A, no 3º do art. 158 e 159 CP, e no art. 239 ECA* Crimes mencionados: Sequestro e cárcere privado Redução a condição análoga a de escravo Trafico de pessoas Extorsão com privação da liberdade da vítima Simulação de casamento Informações bancárias diretamente das instituições financeiras Fisco Federal FISCO ESTADUAL, DISTRITAL, MUNICIPAL Sim a) Processo administrativo tributário Sim Condição da LC 105/2001 de forma análoga ao b) Transferência de sigilo da órbita decreto federal 3.724/2001 bancária para fiscal (Info 815) Não: Processo criminal

3 Página3 CESP/ TRT 5 a Região prova Juiz Federal Substituto É considerada prova lícita os dados obtidos pela receita federal mediante requisição direta às Instituições bancárias em processo administrativo fiscal sem prévia autorização judicial. Resposta: certo Sigilo das informações coletadas pelo IBGE: STJ 1 a Turma. RESP RS Rel Min Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 30/11/2017 (info 617). O IBGE está legalmente impedido de fornecer a quem quer que seja informações individualizadas que coleta no desempenho de suas atribuições para que sirvam de prova em quaisquer outros procedimentos administrativos. MPE-RS Não se deve confundir a interceptação telefônica autorizada pela Constituição, desde que por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal, com o sigilo dos registros telefônicos que nada mais são do que os telefonemas registrados nos bancos de dados das operadoras de telefonia e que não estão sujeitas ao principio da reserva absoluta de jurisdição, podendo as CPIs, segundo precedente do STF, ter acesso a tais dados sem a necessidade de ordem judicial FGV SEFAZ-MT auditor fiscal tributário da Receita Municipal Considerando o direito fundamental a privacidade, assinale V para afirmativa Verdadeira e F para a falsa ( ) A quebra de sigilo bancário e fiscal pode ser determinada por Comissão Parlamentar de inquérito ( ) As provas provenientes de quebra irregular de sigilo bancário ou fiscal são nulas para fins de responsabilização administrativa e cível, mas não criminal () não há vedação a que uma lei autorize certos órgãos do poder público a determinar a quebra de sigilo bancário ou fiscal independentemente de autorização judicial Resposta: V, F e F

4 Página4 FGV TJ-AM O direito constitucional ao sigilo fiscal, telefônico e bancário é imponível as CPS, as quais podem solicitar as informações diretamente aos órgãos públicos ou privados responsáveis por mantê-las e, ainda, a busca e apreensão domiciliar, desde que por decisão motivada Resposta Errada (porque a CPI não pode determinar busca e apreensão) FUNIVERSA PC/DF DELEGADO DE POLÍCIA Conforme entendimento do STF, as CPIs podem, desde que fundamentadamente, quebrar o sigilo fiscal, telefônico e bancário, mesmo na hipótese de haver investigação judicial em curso, sobre os mesmos fatos e pessoas, com decretação de segredo de justiça? Resposta: Errado (não pode decretar a quebra do sigilo se existir investigação judicial em curso, com decretação de segredo de justiça CESPE órgão TCE-PR O TCU não tem competência para determinar a quebra de sigilo bancário, ainda que que no âmbito de investigação que envolva aplicação de recursos públicos, por tratar-se de reserva de jurisdição do Poder Judiciário. Resposta: Errado FUNCAB ANS Pela Constituição da República Federativa do Brasil, garante-se o direito fundamental e implícito direito: a) À liberdade de crença e religião b) Ao sigilo bancário c) À liberdade de locomoção d) De propriedade e) À Vida Resposta: B

5 Página5 Interceptação Telefônica (Regulamentado pela Lei 9296/96) Definição: É a captação da comunicação telefônica alheia, sem o conhecimento dos comunicadores. Ela ocorre com a existência de 3 pessoas, onde 1 pessoa estará interceptando e os dois interlocutores não sabem que está ocorrendo a interceptação. A CF/88 exige 3 requisitos (trata-se de uma reserva legal qualificada) Autorização judicial Lei regulamentadora Hipótese de crime (investigação ou processo criminal) Cláusula de Reserva Jurisdicional Princípio da Reserva legal simples Restrição constitucional em lei Ex: art. 5 o, VII Principio da reserva legal qualificada Restrição constitucional em lei + preocupação com o conteúdo da lei No caso do art. 5 o XII, há a preocupação do legislador constituinte em determinar a finalidade da interceptação para investigação de crime. Jurisprudência (HC ) Todas as interceptações feitas antes da lei forma consideradas ilícitas porque a lei era um requisito para que ocorresse a interceptação (Inq QO) A interceptação telefônica realizada pode ser aproveitada para um PAD (processo administrativo disciplinar) (HC /RS) A interceptação telefônica é apenas para investigação de crimes com pena de reclusão. O STF entende que as provas são admissíveis, desde que haja conexão com o delito que originou a interceptação A interceptação telefônica também pode ocorrer em sistemas de informática e telemática (por exemplo: Skype) CESP TJ-DFT

6 Página6 Embora a CF estabeleça a inviolabilidade do sigilo das comunicações telefônicas, o juiz poderá, de ofício, determinar a interceptação telefônica na investigação criminal e na instrução processual penal? RESPOSTA: SIM Lei 9292/96 Art. 3 A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento: I - Da autoridade policial, na investigação criminal; II -Do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal. A interceptação telefônica é um meio de prova? E de qual tipo? Uma vez que no inquérito policial não busca prova mas sim coleta de informações porque a prova só acontece quando há contraditório judicial, exceto quando se tratar de prova: Cautelar Não repetível Antecipável A interceptação telefônica é uma prova cautelar Art O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Provas cautelares Provas não repetíveis Provas antecipadas Contraditório diferido Contraditório diferido Contraditório real Existe risco de perecimento, Foi produzida na fase de São produzidas com em razão da demora, ou seja, é inquérito e que não pode ser observância do contraditório, aquela que tende a reproduzida em juízo em perante o juiz, antes do desaparecer se não for virtude de desaparecimento da momento processual produzida desde logo fonte probatório adequado Exemplo: quebra de sigilo de dados Perícia em crime de estupro Art. 225 CPP testemunha enferma

7 Página7 Regra: precisam de autorização judicial Sem autorização judicial Perante o juiz