Case Study/ Estudo de Caso. Nelson H. Leidens Rogério G. Neto
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1 Case Study/ Estudo de Caso Nelson H. Leidens Rogério G. Neto
2 Agenda Definição Quando Utilizar? O Processo do Estudo de Caso - 8 passos 5 Equívocos na utilização do Estudo de Caso Pontos Positivos e Negativos Exemplos Referências
3 Debate O que é um caso?
4 Definição e Utilização
5 Definição O que é um estudo de caso? É um método que tenta iluminar uma decisão* (ou um conjunto delas); por que elas são tomadas, como são implementadas e com que resultados (Yin, 2005 apud Scharamm, 1971) *indivíduos, organizações, programas, eventos...
6 A utilização do método do estudo de caso pode envolver tanto situações de estudo de um único caso, quanto múltiplos casos. Frequentemente, o problema sob estudo se preocupa mais em Definição estabelecer as similaridades entre situações e, a O que é um estudo de caso? generalização de um caso para outro, muito mais partir daí, estabelecer uma base para generalização, o que muitas vezes justifica a do que para uma população de casos. (Yin, 2005).
7 Definição O que é um estudo de caso? É uma estratégia de pesquisa que se foca em compreender a dinâmica apresentada dentro de contextos específicos (Eisendhardt, 1989) Estudo de Caso tem caráter de profundidade e detalhamento (Vergara, 1997 apud Serra et al, 2007)
8 Definição O que é um estudo de caso? Além disso, o Estudo de Caso pode descrever um fenômeno, testar teoria, ou gerar teoria (Eisenhardt, 1989).
9 Bonoma. T. (2006)
10 Quando Utilizar? Principais Questões Context Comportamental Qual Fenômeno? Estudo de Caso pode ser um método preferencial quando você necessita descrever de maneira ampla e profunda algum fenômeno social complexo. As principais questões do estudo são: Como? Por quê? É especialmente importante utilizar-se desta metodologia quando: Caso o estudo seja de um fenômeno contemporâneo o Estudo de Caso pode ser indicado: Existe pouco ou nenhum controle sobre os eventos comportamentais Caso é estudado em seu contexto real Fronteiras entre fenômeno e contexto não são muito claros. Fonte: Yin, Robert K (2015). Estudo de Caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman
11 Quando Utilizar? Quando uma nova perspectiva é necessária Seja porque pouco se sabe sobre o fenômeno Perspectivas existentes não parecem apropriadas por não terem evidências empírica, ou por conflitarem entre si Porque a questão de pesquisa não poderia ser respondida pelas perspectivas/teorias prévias Fonte: Eisenhardt, K.M. (1989). Building Theory from Case Study Research. Academy of Management, Vol. 14, No 5, pp. 548; Graebner e Eisenhardt (2007). Theory Building from cases: opportunities and challenges. Academy of Management, Vol. 50, No 1, p
12 Quando Utilizar? Melhor cenário A construção de teoria através dos casos normalmente responde a perguntas de pesquisa que abordem Como e Por quê em áreas de pesquisa inexploradas. Na contrapartida, essa estratégia de pesquisa é mal-equipada para lidar com questões quantas vezes ou quantos ou perguntas sobre a importância empírica relativa das construções.
13 O processo do Estudo de Caso Os oito passos
14 O processo do estudo de caso Começando Selecionando os Casos Entrando no Campo Análise dos Dados Envolvendo a Literatura Elaboração de Instrumentos e Protocolos Formação De Hipóteses Alcançando encerramento Fonte: Eisenhardt, K.M. (1989). Building Theory from Case Study Research. Academy of Management, Vol. 14, No 5, pp. 548
15 1-Começando Atividade Context Razão Definir a questão de pesquisa; Esforços concentrados; Definir o construto (apriori). Proporcionar base empírica mais bem fundamentada para a teoria emergente.
16 1-Começando - 3 desafios Desafio 1 Por que este é um estudo indutivo? É necessário demonstrar que a pesquisa existente, ou não aborda a questão de pesquisa como um todo, ou a faz de forma inadequada, ou é suscetível de ser um caso falso para teoria. Desafio 2 Desafio 3 Justificar a necessidade do estudo de caso indutivo para questões de pesquisa orientada para a teoria. Justificar a pesquisa quando a questão de pesquisa é orientada pelo fenômeno. O pesquisador deve enquadrar a investigação dentro do contexto da teoria e demonstrar como a construção de teoria indutiva é necessária (estender a teoria existente). O pesquisador deve enquadrar a pesquisa em termos da importância do fenômeno e a falta de plausibilidade da teoria existente.
17 2- Selecionando os Casos Atividade Context Razão Amostragem teórica Mantém flexibilidade teórica; Restringe a variação estranha e define limites para a generalização dos resultados. Não aleatória O objetivo da amostragem teórica é escolher casos úteis para replicar ou estender a teoria emergente.
18 Amostragem Teórica de Casos Outro Desafio: Como a teoria pode generalizar se os casos não são representativos? A proposta é desenvolver teoria e não testá-la. Portanto, a amostra de caso selecionada são adequadas para oferecer uma visão teórica, tais como: 1. replicar resultados de outros casos, 2. revelar um fenômeno incomum 3. replicação contrária, 4. eliminar explicações alternativas, 5. elaborar teoria emergente.
19 2- Selecionando os Casos
20 2- Selecionando os Casos Caso Único Casos Múltiplos Context Visa explorar oportunidades para observar um fenômeno significativo em raras circunstâncias extremas; Oferece forte base para a construção de teoria; Seu propósito é descrever ricamente a existência de um fenômeno. Possibilita comparações que esclarece se o resultado emergente é uma simples idiossincrasia (característica peculiar daquele caso) ou uma replicação consistente de vários casos; Provê teoria mais robusta uma vez que, as proposições são mais profundamente fundamentadas em evidência empírica variada e atua a um nível apropriado de abstração; Possibilita exploração mais ampla e elaboração teórica.
21 3- Elaboração de Instrumentos e Protocolos Atividade Context Razão Múltiplos métodos de coleta de dados; A triangulação possibilitada por múltiplos métodos de coleta de dados fornece forte fundamentação do construto e hipóteses; Dados qualitativos e quantitativos combinados; Diversos investigadores. Visão sinérgica das evidências; Visões complementares que promovem diferentes perspectivas e constrói confiança nos resultados.
22 Protocolo para estudo de caso O protocolo permite aumentar a confiabilidade da pesquisa de estudo de caso e se destina a orientar o investigador na realização da coleta de dados. Mantém seu alvo sobre o tópico do estudo de caso e força a antecipar vários problemas, incluindo a maneira como o relatório deve ser completado.
23 Deve conter: a) Uma visão geral do projeto do estudo de caso Protocolo para estudo de caso b) Procedimentos de campo c) Questões de estudo de caso d) Um guia para o relatório do estudo de caso
24 1 Uma visão geral do projeto 2 Procedimentos de campo Declaração sobre o projeto, que pode ser apresentada para qualquer pessoas que queira conhecê-lo; Obter acesso às organizações-chave ou aos entrevistados; Justificativa para a selação dos casos, as proposições ou hipóteses sendo examinadas; Proteção dos participantes; Apresentação de credenciais; Ser capaz de agir como observador; Ter recursos suficientes enquanto no campo; Relevância teórica da investigação, citando leituras essenciais; Desenvolver um procedimento para solicitar assistência ou orientação; Fazer uma programação clara das atividades, dentro do tempo disponível; Transporte, registro e arquivo de documentos;
25 3 Questões de estudo de caso 4 Guia para o relatório do estudo Questões que refletem sua verdadeira linha de investigação; Esboço inicial do relatório; As questões devem ser formuladas para o investigador e não o entrevistado; Cada questão deve ser acompanhada de fontes prováveis de evidência; Esboço de uma tabela, definindo as filas e as colunas de uma série de dados; Facilita a coleta de dados relevantes no formato apropriado; Uso de outra documentação e informação bibliográfica; Reduz a possibilidade de novas visitas ao local de investigação;
26 Triagem Caso Piloto A meta do procedimento de triagem é garantir que você identifique os casos finais apropriados, antes da coleta formal de dados; Ajuda a refinar os planos de coleta de dados com relação ao conteúdo dos dados e aos procedimentos. Evite que a triagem se transforme num miniestudo de cada caso candidato; Deve ocorrer antes da busca da aprovação final do CRI (Crafting Instruments and Protocols) Definir um conjunto de critérios operacionais adequados para selecionar os candidatos; Pode-se utilizar um procedimento de triagem em dois estágios (quantitativo e depois qualitativo);
27 4- Entrando no Campo Atividade Context Razão Sobreposição de coleta de dados e análises, incluindo notas de campo; Permite ajustes na coleta de dados ao adicionar casos, fontes de dados nos casos selecionados ou nos instrumentos de coleta; Métodos de coleta de dados flexíveis. Permite que os investigadores tirem proveito da singularidade de um caso em específico e/ou de temas emergentes.
28 Entrevistas Outro Desafio Como limitar o viés na entrevista? Entrevistar diversos informantes altamente conhecedores que veem o fenômeno focal de diversas perspectivas. Os informantes podem ser de diversos níveis hierárquicos, áreas funcionais, grupos, localidades, ou atores de outras organizações relevantes e observadores externos como os analistas de mercado.
29 4- Entrando no Campo
30 Usar múltiplas fontes de evidências 1.Das fontes de dados (triangulação dos dados) 2.Entre os diferentes avaliadores (triangulação do investigador) 3.De perspectivas para o mesmo conjunto de dados (triangulação da teoria) 4.Dos métodos (triangulação metodológica) Triangulação (Patton, 2002)
31 4- Entrando no Campo
32 5- Análise dos Dados Atividade Context Razão Within-case analysis; O investigador deve tornar-se intimamente familiarizado com cada caso e realizar descrição pura e simples (narrativa); Searching cross-case patterns (ao utilizar diferentes técnicas). Os investigadores devem olhar para além das impressões iniciais e ver evidências através de múltiplas lentes.
33 5- Análise dos Dados
34 5- Análise dos Dados
35 1. Combinação de Padrão 5 Técnicas Analíticas 2. Construção da Explicação 3. Análise de Séries Temporais 4. Modelos Lógicos 5. Síntese Cruzada dos Dados
36 6- Formação de Hipóteses Atividade Context Razão Tabulação interativa de evidência para cada construto; Dá ênfase a definição de construto, sua validade e mensurabilidade; Replicação da lógica através dos casos; Confirma, estende e forma a teoria emergente; Pesquisar o por quê através dos relacionamentos. Construção de validade interna.
37 Apresentando a Evidência Empírica Estudo de Caso Único Apresentar a história completa dentro do texto constituído de narrativa que intercala citações dos informantes-chave e outros elementos de evidência com a teoria para demonstrar a conexão entre a evidência empírica e a teoria emergente.
38 Apresentando a Evidência Empírica Múltiplos Casos Limitado às restrições espaciais, será necessário transmitir a teoria emergente (objetivo da pesquisa) e a riqueza da evidência empírica que suporta a teoria.
39 7- Envolvendo a Literatura Atividade Context Razão Comparação da literatura conflitante; Constrói validade interna, aumenta o nível teórico, e dá ênfase as definições do construto; Comparação da literatura similar. Dá ênfase a generalização, melhora a definição do construto, e aumenta o nível teórico.
40 8- Alcançando Encerramento Atividade Context Razão Saturação teórica quando possível. O processo termina quando o melhoramento marginal torna-se pequeno.
41 5 Equívocos na Utilização de Estudos de Caso Por Flyvbjerg. B. (2006)
42 I - conhecimento Teórico X conhecimento concreto/prático 5 Equívocos na Utilização de Estudos de Caso observado Muitas vezes as teoria disponíveis não permitem explicar uma situação estudada, o que faz método do estudo de caso de grande utilidade na busca de algo que explique o fenômeno pesquisado; Flyvbjerg, B. (2006)
43 II - Generalizações almejadas nas 5 Equívocos na Utilização de Estudos de Caso pesquisas científicas Apesar de não permitir generalizações com base em um caso individual, por exemplo, pode ser de grande valia para complementar ou ainda como alternativa à utilização de outros métodos. Flyvbjerg, B. (2006)
44 5 Equívocos na Utilização de Estudos de Caso III Gerar hipóteses X Testar as hipóteses Pode ser utilizado em ambos os casos, porém nunca isoladamente Flyvbjerg, B. (2006)
45 IV - Tendência em confirmar apenas ideias 5 Equívocos na Utilização de Estudos de Caso preconcebidas pelo investigador A confirmação de ideias preconcebidas por um investigador não é uma exclusividade do método do estudo de caso, mas também de outras metodologias. A prática tem evidenciado o contrário. Flyvbjerg, B. (2006)
46 V - Dificuldade em desenvolver teorias baseadas em caso específicos 5 Equívocos na Utilização de Estudos de Caso A condução de estudo de caso é frequentemente difícil, mas é errado não considerar seus resultados. A dificuldade inerente ao método se deve às propriedades da realidade estudada e não ao estudo de caso como um método da pesquisa. O objetivo não é a generalização, mas o ato de constituir narrativas de aspectos peculiares de uma determinada Flyvbjerg, B. (2006)
47 Pontos Positivos e Negativos
48 Pontos Positivos Grande capacidade de levantar informações e proposições para serem estudadas à luz de métodos mais rigorosos de experimentação; Pontos Negativos Não permissão à generalizações das conclusões obtidas no estudo para toda a população, uma vez que sua atenção é focada em poucas unidades do universo e, assim, se limita aos casos estudados; Investigação do fenômeno dentro de seu contexto real; Depende da cooperação e boa vontade das pessoas Proximidade do pesquisador com os fenômenos estudados; Está mais sujeito a distorções causadas pela que são fontes de informação; possibilidade de indução dos resultados por parte da pesquisa, que pode escolher casos que tenham os Possibilidade de aprofundamento das questões levantadas do próprio problema e de obtenção de novas e úteis hipóteses. atributos específicos desejados. Exemplo: no que se refere ao entrevistado, pode alterar sua resposta do que realmente é para o que ele desejaria que fosse.
49 Exemplos
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53 Debate O que o estudo de caso pode oferecer ao futuro da Administração (marketing) científica?
54 Referências Bonoma, T. V. (1985). Case research in marketing: opportunities, problems, and a process. Journal of marketing research, Campomar, M. C. (1991). Do uso de. Revista de Administração da Universidade de São Paulo, 26(3). Eisenhardt, K. M. (1989). Building theories from case study research. Academy of management review, 14(4), Flyvbjerg, B. (2006). Five misunderstandings about case-study research. Qualitative inquiry, 12(2), Mattar, F. M. (2001). Pesquisa de Marketing. (3a ed.). São Paulo: Atlas. Patton, M. Q. (2005). Qualitative research. John Wiley & Sons, Ltd. Stake, R. E. (1995). The art of case study research. Sage. VERGARA, S. (1997). Metodologia de pesquisa social. São Paulo: Atlas, Yin, R. K. (2015). Estudo de Caso-: Planejamento e Métodos. Bookman editora.
55 Referências
56 Obrigado!
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