Volume 2 Programas do Meio Físico Programas do Meio Biótico Programas do Meio Antrópico

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1 RELATÓRIO DE ATIVIDADES EM MEIO AMBIENTE COMPLEXO ENERGÉTICO CERAN Volume 2 Programas do Meio Físico Programas do Meio Biótico Programas do Meio Antrópico CC/064/005/2008 Julho a Setembro 2008

2 CC/064/005/2008 MEIO BIÓTICO

3 CC/064/005/2008 MEIO BIÓTICO

4 III MEIO BIÓTICO 1. PROGRAMA DE LIMPEZA DOS RESERVATÓRIOS 1.1. Descrição dos trabalhos desenvolvidos Durante o terceiro trimestre de 2008, foi finalizado o desmatamento do reservatório da UHE 14 de Julho, nos municípios de Veranópolis, Cotiporã e Bento Gonçalves. A lenha e a galharia resultantes do desmatamento estão sendo depositadas em pátios ao longo do reservatório, sendo possível posteriormente a retirada e o empilhamento das mesmas. Em medição final realizada na UHE 14 de Julho, verificou-se o desmatamento de 156,82 ha da área do reservatório, sendo 151,25 ha de sarandis e matas e 5,57 ha de pomares. As fotos a seguir ilustram as atividades realizadas Atividades Previstas para o Próximo Trimestre Não estão previstas atividades para o próximo trimestre Conclusões O Programa de Limpeza dos Reservatórios foi encerrado com a conclusão do desmatamento e da remoção de benfeitorias da área do reservatório da UHE 14 de Julho. CC/064/005/

5 2. PROGRAMA DE MONITORAMENTO E RESGATE DA ICTIOFAUNA 2.1 Descrição dos Trabalhos Desenvolvidos Campanha de Monitoramento da Ictiofauna da UHE Monte Claro e Complementação do Levantamento Ictiofaunístico e Bio-ecológico dos peixes das UHEs Castro Alves e 14 de Julho. No terceiro trimestre de 2008, foram executadas três campanhas de monitoramento da ictiofauna da UHE Monte Claro e complementação do levantamento ictiofaunístico e bioecológico dos peixes das UHEs Castro Alves e 14 de Julho. Nos Anexos 1 a 3 são apresentados os Relatórios Parciais 12, 13 e 14 referentes às campanhas realizadas pela empresa Limnobios Resgate da Ictiofauna na UHE Monte Claro Nos dias 02 de julho, 05 de agosto e 09 e 15 de setembro foram realizadas quatro campanhas de resgate de ictiofauna na alça de vazão reduzida da UHE Monte Claro. Os trabalhos foram concentrados em dois locais com possibilidade de ocorrer aprisionamento de peixes, a saber: lajeado dos Sanches e lajeado da foz do arroio Burati. Em nenhum dos dias foi registrada a presença de peixes aprisionados em poças ou mortos. A seguir são apresentadas fotos das campanhas executadas. Vista panorâmica do lajeado dos Sanches e exemplo de formação de poça isolada no resgate realizado no dia 02/07/2008. CC/064/005/

6 Vistoria em todas as poças existentes ao longo da área e material de pesca utilizado na inspeção (02/07/2008). Poças vistoriadas na propriedade dos Sanches (02/07/2008). Durante a execução desta campanha (02/07), nenhum exemplar de ictiofauna foi encontrado aprisionado ou morto ao longo da alça de vazão reduzida da UHE Monte Claro. CC/064/005/

7 Poças vistoriadas na foz do arroio Burati e Lajeado dos Sanches em 05/08/2008. Equipe de Meio Ambiente fazendo a vistoria nas poças com possibilidade de haver aprisionamento de peixes (05/08/2008). Poça no lajeado dos Sanches e entrada do arroio Burati (09/09/2008). CC/064/005/

8 Poças isoladas no lajeado dos Sanches (15/09/2008). Trecho inspecionado na foz do arroio Burati (15/09/2008) Resgate da Ictiofauna durante parada de revisão contratual da Unidade Geradora 02 da UHE Monte Claro Durante a parada de revisão contratual das horas da máquina 02 da UHE Monte Claro, foi efetuado o resgate de ictiofauna nas dependências da Casa de Força. No dia 05 de agosto de 2008, logo após o esgotamento, efetuou-se uma inspeção na caixa espiral. Neste local, resgatou-se apenas um cascudo vivo. Não foram encontrados peixes mortos. No dia seguinte, efetuou-se o salvamento dos peixes aprisionados no túnel de sucção da UG 02, após o esgotamento total do mesmo. Foram encontrados aproximadamente 1 Kg de peixes vivos, sendo dezenove mandis e um cascudo. Não foi registrada a ocorrência de mortandade de peixes local. Por fim, no dia 07 de agosto, foram resgatados aproximadamente 4 Kg de peixes vivos, sendo oitenta e dois mandis, cinco cascudos, quatro lambaris e três jundiás. Também não foram encontrados peixes mortos. A seguir, são apresentadas algumas imagens demonstrando a operação de resgate. CC/064/005/

9 Inspeção na caixa espiral da UHE Monte Claro e resgate de peixes. Soltura dos peixes no leito do rio e inspeção no túnel de sucção. Resgate no túnel de sucção e posterior soltura dos peixes no leito do rio CC/064/005/

10 Resgate de peixes no poço de esgotamento da UHE Monte Claro. Indivíduos resgatados e posterior soltura dos peixes no leito do rio Resgate da Ictiofauna na UHE Castro Alves No dia 02 de julho foi realizada uma campanha de resgate de ictiofauna na alça de vazão reduzida da UHE Castro Alves. Os trabalhos foram concentrados em locais com possibilidade de ocorrer aprisionamento de peixes. A área de seixos, logo abaixo da ponte de serviço, a jusante do barramento, foi o único ponto onde houve a formação de poças isoladas. Não foram encontrados peixes aprisionados ou mortos. Já nos dias 31 de agosto e 21, 27 e 28 de setembro foram realizadas quatro campanhas de resgate de ictiofauna em função da abertura da comporta de rafting, alterando assim a vazão do rio. A área de seixos próximo da ponte de serviço foi o único local onde houve o aprisionamento de peixes. Neste ponto, no mês de agosto, foram resgatados vivos e devolvidos ao rio 93 lambaris, 12 cascudos e 03 joaninhas. Também foram encontrados 15 lambaris mortos que foram enterrados junto à margem do rio. CC/064/005/

11 Na primeira campanha de setembro foi feito o resgate de 3,0 Kg de lambaris, sendo a maior parte alevinos (aproximadamente 400 alevinos), uma traíra e uma joaninha que permaneceram aprisionados em poças formadas junto à ponte de serviço. Foi constatada ainda a mortandade de aproximadamente 15 lambaris, os quais foram enterrados na margem do rio. Nas duas últimas campanhas do mês de setembro, foram resgatados vivos e devolvidos ao rio 182 lambaris, 04 jundiás e 03 joaninhas. Também foi encontrado 01 lambari morto, que foi enterrado junto à margem do rio. Os locais conhecidos como cantonada e cachoeirão também foram devidamente inspecionados, não sendo encontrado nenhum peixe aprisionado ou morto. A seguir são apresentadas fotos das campanhas executadas. Local de realização da campanha de resgate do dia 02/07/2008. Local onde ocorreu a formação de poças isoladas e indivíduo resgatado vivo no local. CC/064/005/

12 Aprisionamento de peixes junto aos seixos rolados e lambaris encontrados mortos e enterrados junto à margem do rio. Vistoria nos locais denominados cantonada e cachoeirão para resgate de possíveis peixes que pudessem ficar aprisionados. Local com seixos localizado próximo ao barramento comporta de rafting aberta (21/09/2008) CC/064/005/

13 Exemplares de lambari mortos e local onde foi feito o resgate comporta de rafting fechada. Exemplar de traira resgatado e soltura dos peixes no leito do rio. Soltura dos peixes resgatados na UHE Castro Alves. CC/064/005/

14 Peixes resgatados vivos no trecho próximo a ponte e soltos novamente no rio (27/09/2008). Soltura dos peixes resgatados no leito do rio (27/09/2008). Trecho onde foram encontrados os peixes aprisionados e devolvidos ao leito do rio (vazões de 71,74 m 3 /s e 17,70 m 3 /s, respectivamente, no dia 28/09/2008). CC/064/005/

15 Trecho conhecido como cantonada. Nenhum peixe foi encontrado aprisionado e ou morto (28/09/2008) Resgate da Ictiofauna durante parada de inspeção do conduto forçado das Unidades Geradoras 01, 02 e 03 da UHE Castro Alves Durante a parada de inspeção do conduto forçado da Unidade Geradora 02 da UHE Castro Alves, foi efetuado o resgate de ictiofauna no interior do mesmo. No dia 20 de agosto de 2008, logo após o esgotamento total, efetuou-se uma inspeção na caixa espiral e conduto forçado. Neste local, resgatou-se apenas um lambari vivo, o qual foi imediatamente devolvido ao rio. Não foram encontrados peixes mortos. No mês de setembro, dia 02, foi efetuado o resgate de ictiofauna no interior da Unidade Geradora 03 Foram encontrados 02 lambaris mortos e nenhum peixe vivo. Os mesmos foram retirados e posteriormente enterrados. Novamente durante a parada de inspeção do conduto forçado, agora da Unidade Geradora 01, foi efetuado o resgate de ictiofauna no interior do mesmo. No dia 08 de setembro foram encontrados 129 lambaris vivos. Os peixes foram capturados e devolvidos ao rio. Não foram encontrados peixes mortos. A seguir são apresentadas fotos das atividades realizadas. Escotilha de entrada da caixa espiral e conduto forçado da Unidade Geradora 02. CC/064/005/

16 Inspeção da equipe de Meio Ambiente da O&M. Ralo responsável pelo esgotamento na Unidade Geradora 03. CC/064/005/

17 Vistoria da equipe de Meio Ambiente na UG 03. Escotilha aberta para a inspeção na Unidade Geradora 01. Transporte dos peixes capturados na UG 01. CC/064/005/

18 Peixes capturados durante a inspeção. Devolução dos peixes capturados na UG 01 ao rio Atividades na Alça de Vazão Reduzida a Jusante da Barragem da UHE Castro Alves No mês de agosto foi entregue o Relatório Parcial de Atividades 4, da Alça de Vazão Reduzida a Jusante da Barragem da UHE Castro Alves (Anexo 4). Este relatório apresenta os resultados da análise dos Índices de Aptidão de Habitat para as espécies dominantes no trecho compreendido entre a barragem e a casa de força da UHE Castro Alves. 2.2 Atividades previstas para o próximo trimestre Estão previstas para os meses de outubro a dezembro as seguintes atividades: Campanhas trimestrais de monitoramento da ictiofauna nos reservatórios das UHEs Monte Claro e Castro Alves; Entrega de relatórios de atividades com resultados parciais das campanhas; Resgate da ictiofauna nas estruturas e alça de vazão reduzida das UHEs Monte Claro e Castro Alves, quando constatada necessidade; CC/064/005/

19 Resgate durante o enchimento do reservatório da UHE 14 de Julho, previsto para outubro de Conclusões As atividades do Programa de Monitoramento da Ictiofauna estão sendo realizadas de acordo com o previsto no Projeto Básico Ambiental Anexos Anexo 1 Relatório Parcial 12, de Monitoramento da Ictiofauna na UHE Monte Claro e Complementações do Levantamento Ictiofaunístico e Bio-ecológico dos Peixes da UHE Castro Alves e 14 de Julho. Anexo 2 - Relatório Parcial 13, de Monitoramento da Ictiofauna na UHE Monte Claro e Complementações do Levantamento Ictiofaunístico e Bio-ecológico dos Peixes da UHE Castro Alves e 14 de Julho. Anexo 3 - Relatório Parcial 14, de Monitoramento da Ictiofauna na UHE Monte Claro e Complementações do Levantamento Ictiofaunístico e Bio-ecológico dos Peixes da UHE Castro Alves e 14 de Julho. Anexo 4 - Relatório Parcial de Atividades 4, da Alça de Vazão Reduzida a Jusante da Barragem da UHE Castro Alves. CC/064/005/

20 Anexo 1 Relatório Parcial 12, Monitoramento da Ictiofauna na UHE Monte Claro e Complementações do Levantamento Ictiofaunístico e Bio-ecológico dos Peixes da UHE Castro Alves e 14 de Julho CC/064/005/

21 Introdução O presente relatório pretende informar a CERAN - Companhia Energética Rio das Antas as atividades desenvolvidas pelos técnicos da Limnobios Consultoria em Ambientes Aquáticos durante o período de julho de Neste período foram realizadas amostragens da ictiofauna no Rio das Antas, em seu trecho compreendido das imediações da foz do rio Guaporé à foz do rio São Marcos, e realizadas as atividades de laboratório, incluindo a biometria dos peixes, análise reprodutiva, análise de conteúdo estomacal, triagem e identificação de ovos e larvas, digitação e conferência de dados. Nesse relatório são apresentados os dados de campo e laboratório referentes ao mês de junho de Procedimentos em campo Limnologia básica A cada amostragem da ictiofauna (16:00, 22:00 e 08:00hs) foram obtidos dados das condições de tempo e de qualidade da água. Entre os primeiros foram registradas as condições aparentes de nebulosidade, ventos, precipitações e temperatura do ar. As características limnológicas básicas registradas foram: temperatura, oxigênio dissolvido, ph, condutividade e transparência da água. Esses registros tiveram como objetivo caracterizar as condições atmosféricas e da água nas quais captura de peixes foram realizadas. Adicionalmente foram registradas, em cada estação de amostragem, as coordenadas geográficas, a largura do rio, a batimetria em uma secção transversal e a velocidade da água. Ictiofauna A pesca experimental foi realizada de 03 a 12 de junho utilizando-se diferentes aparelhos de pesca (redes de espera, arrastes, tarrafas, espinhéis) com esforço padronizado para cada tipo de aparelho. O quadro a seguir enumera as artes de pesca operadas durante o período. APARELHOS MALHAGEM(1) / TAMANHO DIMENSÕES Redes de espera simples 2,4; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9; 10; 12; m Tarrafas 2,4, 4, 6 Espinhéis /4 /7 10 un. Arrastos 0,5 20 m ou 10 m (1). Medida entre nós não adjacentes, em cm. As amostragens com redes de espera foram realizadas próximo às margens, e ficaram expostas no período das 16:00 às 8:00hs, com revistas à noite (22:00 h) e de manhã (8:00hs). As tarrafas (5 lances cada) e os arrastos (1) foram operados nas estações amostradas com redes de espera, no período diurno e noturno. Espinheis, com a utilização de iscas, foram instalados ao anoitecer e retirados ao amanhecer. Após cada revista, os peixes foram anestesiados e fixados em formol 10%, sendo posteriormente acondicionados em sacos plásticos, contendo etiquetas com anotações sobre o tipo de aparelho de pesca, malhagem, estação de amostragem e período de captura. CC/064/005/

22 O material foi remetido para ser processado no laboratório da Limnobios em Maringá, sendo cada exemplar identificado, numerado e etiquetado. De cada exemplar capturado estão sendo registradas as seguintes informações: 1. data, e estação de amostragem; 2. aparelho de pesca e período de captura; 3. número do exemplar; 4. espécie; 5. comprimento total (cm); 6. comprimento padrão (cm); 7. peso total (0,1 g.); 8. peso do estômago (0,01 g.); 9. grau de repleção gástrica (0-3); 10. sexo; 11. estádio de maturação gonadal; 12. peso das gônadas (0,01 g.). Dados preliminares 1. Locais de amostragem A relação dos locais e suas coordenadas geográficas são apresentadas no quadro abaixo. Local Código Coordenadas Rio Taquari foz com o Rio Guaporé ATQG S 29º W 51º Rio Das Antas, foz com o Rio Carreiro ANCAR S 29º W 51º UHE 14 de Julho Jusante 14-JUS S 29º W 51º UHE 14 de Julho Lêntico 14-LEN S 29º W 51º de Julho Lótico 14-REM S 29º W 51º Castro Alves Jusante CA-JUS S 29º W 51º CC/064/005/

23 Local Código Coordenadas Castro Alves Lêntico CA-LEN S 29º W 51º Castro Alves Lótico CA-REM S 28º W 51º Castro Alves Montante CA-MON S 28º W 51º Condições Ambientais e Limnologia Básica Condições Atmosféricas e Meteorológicas A temperatura do ar e as condições aparentes de nebulosidade, chuva e vento foram registradas entre as 16:00hs, 22:00hs e 08:00hs em todas as estações de amostragem. Verificou-se que durante o período de coleta, a temperatura do ar flutuou entre 7,0 0 C e 20,0C (Fig. 1), sendo que as maiores temperaturas ocorreram nas amostragens da estação 14-LEN, e as menores ocorreram na estação 14-REM. TEMPERATURA DO AR Média Min-Max 6 ATQG 14-JUS 14-REM CA-LEN CA-MON ANCAR 14-LEN CA-JUS CA-REM ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM Figura 1. Variações nos valores de temperatura do ar em ( o C) durante as amostragens realizadas em junho de 2008, tomadas as 16:00hs, 22:00hs e as 08:00hs, nas distintas estações de amostragem. As condições de nebulosidade, precipitações pluviométricas e de ventos, que tem grande influência sobre as capturas de peixes, são mostradas na Tabela 1. CC/064/005/

24 Tabela 1. Condições do tempo durante os períodos de amostragem (I=instalação; 1 0 =primeira revista; 2 0 =segunda revista) no mês de junho de (Nebulosidade: % de cobertura; Precipitação: A=ausente; FR=fraca; M=moderada; I=intensa; Vento: FR=fraco; M=moderado; F=Forte). Local Nebulosidade Precipitação Vento I I I ATQG A A A FR FR FR ANCAR A A A FR FR FR 14-JUS A A A FR FR FR 14-LEN A A A FR FR FR 14-REM A A A FR FR FR CA-JUS A A A FR FR FR CA-LEN A A A FR FR FR CA-REM A A A FR FR FR CA-MON A A A FR FR FR Observa-se que as amostragens foram realizadas na ausência de chuvas e na presença de ventos fracos. Variáveis Limnológicas e Básicas As menores temperaturas da água nos dias de amostragem foram registradas na região da Castro Alves Remanso (CA-REM) (13,1 0 C), enquanto que as maiores foram registradas na estação Castro Alves Lentico (CA-LEN) (15,5 0 C )(Fig. 2). Como esperado, variações diárias em uma mesma estação de amostragem foram baixas quando comparadas a variações na temperatura do ar. TEMPERATURA DA ÁGUA 16,0 15,5 15,0 14,5 14,0 13,5 13,0 Média Min-Max ATQG 14-JUS 14-REM CA-LEN CA-MON ANCAR 14-LEN CA-JUS CA-REM ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM Figura 2. Variações nos valores de temperatura da água ( o C) durante as amostragens realizadas em junho de 2008, tomadas as 16:00hs, 22:00hs e as 08:00hs, nas distintas estações de amostragem. CC/064/005/

25 A transparência média da água variou de 38,0 a 177,0cm. Os menores valores de transparência foram registrados na estação ATQG (35,0cm) e os maiores no reservatório de Castro Alves na estação CA LEN (180,0cm)(Fig. 3). TRANSPARÊNCIA (cm) Média Min-Max ATQG 14-JUS 14-REM CA-LEN CA-MON ANCAR 14-LEN CA-JUS CA-REM ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM Figura 3. Variações nos valores de transparência da água, medida com disco de Secchi, durante as amostragens realizadas em junho de 2008, tomadas as 16:00hs, 22:00hs e as 08:00hs, nas distintas estações de amostragem. Os valores da concentração de oxigênio dissolvido foram elevados, ou seja, superiores a 10,5mg.l -1. Os maiores valores foram registrados para a estação 14-JUS 10,76mg.l -1 e os menores para CA-LEN 7,60 mg.l -1. Os valores médio de oxigênio dissolvido oscilaram de 7,70 a 10,65 mg.l -1, (Fig. 4). OXIGÊNIO DISSOLVIDO(mg/l) 11,0 10,5 10,0 9,5 9,0 8,5 8,0 7,5 7,0 Média Min-Max ATQG 14-JUS 14-REM CA-LEN CA-MON ANCAR 14-LEN CA-JUS CA-REM ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM Figura 4. Variações nos valores de oxigênio dissolvido durante as amostragens realizadas em junho de 2008, tomadas as 16:00hs, 22:00hs e as 08:00hs, nas distintas estações de amostragem. Os valores de condutividade média variaram entre 28,5 a 55,0uS.cm (Fig. 5). Os maiores valores foram registrados na estação ATQG 55,7uS.cm e os menores foram registrados na estação CA-MON 29,5uS.cm (Fig. 5). CC/064/005/

26 CONDUTIVIDADE ELÉTRICA Média Min-Max 28 ATQG 14-JUS 14-REM CA-LEN CA-MON ANCAR 14-LEN CA-JUS CA-REM ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM Figura 5. Variações nos valores de condutividade elétrica (us.cm) da água durante as amostragens realizadas em junho de 2008, tomadas as 16:00hs, 22:00hs e as 08:00hs, nas distintas estações de amostragem. Os valores médios de PH variaram entre 6,53 a 6,83 (Fig. 6). Sendo os maiores valores de PH registrados na estação CA-REM (6,95) e os menores na estação CA-JUS(6,39) (Fig. 6). 7,0 6,9 Média Min-Max 6,8 PH 6,7 6,6 6,5 6,4 ATQG 14-JUS 14-REM CA-LEN CA-MON ANCAR 14-LEN CA-JUS CA-REM ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM Figura 6. Variações nos valores de PH da água durante as amostragens realizadas em junho de 2008, tomadas as 16:00hs, 22:00hs e as 08:00hs, nas distintas estações de amostragem. 3. Ictiofauna Durante as amostragens no mês de junho de 2008 foram registradas 55 espécies de peixes, distribuídas em quatro ordens e 16 famílias (Tab. 1), com um amplo predomínio de Characiformes e Siluriformes, tanto em número de famílias quanto de espécies. A seguir, é apresentado o enquadramento taxonômico das espécies capturadas (Tab. 1). Os nomes entre aspas referem-se ao principal nome popularmente utilizado para a espécie pela população ribeirinha. As espécies grafadas em vermelho referem-se às migradoras de média e longa distância. CC/064/005/

27 Tabela 1. Lista de espécies registradas no rio das Antas e principais tributários durante todo o período amostrado. Espécies em destaque são reconhecidamente migradoras. OSTEICHTHYES CHARACIFORMES CHARACIDAE TETRAGONOPTERINAE Astyanax eigenmanniorum ( OPE, 1894) lambari Astyanax jacuhiensis (Linnaeus, 1758) lambari rabo amarelo Astyanax fasciatus (Cuvier, 1819) lambari rabo vermelho Astyanax henseli Melo & Backup, 2006 lambari Astyanax laticeps ( OPE, 1894) lambari Astyanax sp. 4 lambari Astyanax sp. 6 lambari Astyanax sp. 7 lambari Astyanax sp. 8 lambari Astyanax sp. 10 lambari Bryconamericus iheringii (Boulenger, 1887) lambari Bryconamericus sp. lambari Bryconamericus sp. 3 lambari Cheirodon sp. lambari Cheirodon interruptus (Jenyns, 1842) lambari Charax stenopterus (COPE, 1894) lambari trasparente Cyanocharax alburnus (Hensel, 1870) lambari Charax sp. lambari Diapoma speculiferum OPE, 1894 lambari Diapoma sp. lambari Diapoma sp. 1 lambari Hyphessobrycon luetkenii (Boulenger, 1887) lambari Heterocheirodon jacuiensis Malabarba & Bertaco, 1999 lambari Pseudocorynopoma doriae (Eigenmann & Eigenmann, 1888) lambari ACESTRORHYNCHINAE Oligosarcus jenynsii (Gunther, 1964) tambicu Oligosarcus robustus Menezes, 1969 tambicu CRENUCHIDAE CHARACIDIINAE Characidium orientale Buckup & Reios, 1997 canivete PROCHILODONTIDAE Prochilodus lineatus (Valenciennes, 1836) grumatã * CURIMATIDAE Steindachnerina biornata (Braga & Azpelicueta, 1987) biru Cyphocharax voga Cope, 1894 biru ANOSTOMIDAE Leporinus sp. 1 (Bloch, 1794) piava ERYTHRINIDAE Hoplias aff. Malabaricus (Bloch, 1794) traíra Hoplias sp. traíra SILURIFORMES PIMELODIDAE Pimelodus maculatus Lacépède, 1803 pintado * AUCHENIPTERIDAE Glanidium sp. manduvi HEPTAPTERIDAE Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard, 1824) jundiá Rhamdella eriarcha (Eigenmann & Eigenmann, 1888) mandi PSEUDOPIMELODIDAE CC/064/005/

28 Microglanis cottoides (Boulenger, 1889) bagrinho ASPRENIDAE Bunocephalus sp. cascudinho CALLICHTHYIDAE Corydoras paleatus (Jenyns, 1842) limpa-fundo LORICARIIDAE PLECOSTOMINAE Hypostomus commersoni Valenciennes, 1836 cascudo LORICARIINAE Loricariichthys anus (Valenciennes, 1836) viola Rineloricaria strigilata (Hensel, 1868) viola Rineloricaria cadeae (Hensel, 1838) viola ANCISTRINAE Hemiancistrus punctulatus Cardoso & Malabarba, 1999 cascudo de espinhos ICTALURIDAE Ictalurhus punctatus (Rafinesque, 1818) bagre do canal GYMNOTYFORMES GYMNOTIDAE Gymnotus carapo Linnaeus, 1758 morenita STERNOPIGIDAE Eigenmannia virescens (Valenciennes, 1847) tuvira PERCIFORMES SYNBRANCHIDAE Crenicichla punctata Hensel, 1870 joana Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard, 1824) cará Geophagus sp. cará Gymnogeophagus gymnogenys (Hansel, 1870) cará Gymnogeophagus rhabdotus (Hensel, 1870) cará Gymnogeophagus labiatus (Hansel, 1870) cará Gymnogeophagus sp. cará Destaca-se que essa identificação é provisória e deverá ser confirmada ou não por especialistas até o final do cronograma de amostragens. Assim, algumas espécies poderão ter seu nome específico identificado ou alterado em função dessa análise. Ressalta-se o fato desse procedimento estar previsto no projeto. Os resultados revelam que das 55 espécies registradas no mês de junho de 2008, quatro tiveram registro em todas as estações de amostragem, sendo elas os lambaris Astyanax henseli, Bryconamericus iheringii e Cyanocharax alburnus e o tambicu Oligosarcus jenynsii (Tab. 2). Tabela 2. Ocorrência das espécies nas amostras obtidas ao longo do rio das Antas no mês de junho de 2008 (ver descrição das áreas para o nome das estações) (em negrito, espécies migradoras). Espécies ATQG ANCAR 14JUS 14LEN 14REM CAJUS CALEN CAREM CAMON A. eigenmanniorum X A. fasciatus X X A. henseli X X X X X X X X X A. jacuhiensis X X X X X X X A. laticeps X X Astyanax sp.10 X CC/064/005/

29 Astyanax sp.4 X X X X X X X X Astyanax sp.6 X X Astyanax sp.7 X Astyanax sp.8 X X X X B. iheringii X X X X X X X X X Bryconamericus sp. X Bryconamericus sp.3 X Bunocephalus sp. X C. alburnus X X X X X X X X X C. interruptos X X X C. orientale X C. paleatus X C. punctata X X C. stenopterus X C. voga X X Charax sp. X Cheirodon sp. X D. speculiferum X X X X X Diapoma sp. X Diapoma sp.1 X X X X E. virescens X G. brasiliensis X X X X X G. carapo X X G. gymnogenys X X X X X G. labiatus X X X X X X X X G. rhabdotus X X X X Geophogus sp. X Glanidium sp. X X Gymnogeophogus sp.1 X H. commersoni X H. jacuiensis X H. luetkenii X X X X X H. malabaricus X X X X X H. punctulatus X X X X X X X Hoplias sp. X I. punctatus X X X L. anus X X X X Leporinus sp.1 X M. cottoides X O. jenynsii X X X X X X X X X O. robustus X X X X X X P. doriae X P. lineatus X X P. maculatus X X X X X X R. cadeae X X X X X R. eriarcha X R. quelen X X X X X X X R. strigilata X X X X S. biornata X X X X X X X X N. de Espécies CC/064/005/

30 As espécies raras, com ocorrência em somente uma única estação de amostragem foram 17, sendo elas Astyanax eigenmanniorum, Coridoras paletaus e Charax sp. na estação ATQG; Bryconamericus sp., Briconamericus sp.3, Bunocephalus sp Gymnogeophagus sp., Leporinus sp1., Microglanis cottoides, Pseudocorynopoma doriae e Rhandella eriarcha na estação ANCAR, Astyanax sp. 5 e Eigenmannia virescens na estação 14-JUS; Charax stenopterus, Diapoma sp. e Cheirodon jacuiensis na estação 14-REM; Hypostomus commersoni, Cheirodon sp., e Characidium orientale na estação CA-JUS Hoplias sp. na estação CA-LEN e Astyanax sp.10 na estação CA-REM (Tab. 2) Considerando-se o conjunto das estações de amostragem, verifica-se que as espécies numericamente mais importantes foram C. alburnus com mais de 65% do total das espécies capturadas, seguida de B. iheringii, Geophagus brasiliensis e A. henseli. Entras espécies migradoras, Pimelodus maculatus foi a décima quarta espécie mais abundantes (Fig. 7). Ressalta-se, entretanto, que baixa captura de grandes peixes migradores é esperada quando a pesca não é dirigida Frequência Relativa (%) C. alburnus B. iheringii G. brasiliensis A. henseli G. gymnogenys D. speculiferum Astyanax sp.4 Diapoma sp.1 H. punctulatus G. labiatus S. biornata A. jacuhiensis O. jenynsii P. maculatus O. robustus Demais espécies Figura 7. Participação das principais espécies na pesca experimental realizada na bacia do rio Antas, desde a foz do rio Guaporé até a do São Marcos no mês de junho de A abundância numérica para cada estação de amostragem é mostrada nas figuras 8 a 16. Constata-se, de modo geral, uma forte dominância de espécies de pequeno porte, particularmente de Tetragonopterinae. Na estação ATQG foram capturadas 25 espécies sendo que a mais importante foi o cara G. brasiliensis seguido dos lambaris B. iheringii e C. alburnus. (Fig. 8). As espécies raras nessa estação, ou seja, aquelas que apresentaram apenas um registro foram os lambaris A. eigemnanniorum, Astyanax sp. 8, Charax sp., a traíra Hoplias malabaricus, o bagre do canal Ictalurhus punctatus e o tambicu Oligosarcus robustus (Fig. 8). CC/064/005/

31 NÚMERO DE INDIVÍDUOS G. brasiliensis B. iheringii C. alburnus G. gymnogenys POSIÇÃO DAS ESPÉCIES ATQG A. eigenmanniorum Astyanax sp.8 Charax sp. H. malabaricus I. punctatus O. robustus Figura 8. Relação espécie x abundância na estação do Rio Taquari foz com o Rio Guaporé (ATQG) no mês de junho de Na estação ANCAR, foi registrado o maior número de espécies (38), B. iheringii foi a espécie mais abundante, seguida de C. alburnus, G. brasiliensis, G. gymnogenys e A. henseli (Fig. 9). NÚMERO DE INDIVÍDUOS B. iheringii C. alburnus G. brasiliensis G. gymnogenys A. henseli POSIÇÃO DAS ESPÉCIES ANCAR A. laticeps Bunocephalus sp. C. carapo C. voga Geophogus sp. Glanidium sp. H. malabaricus Leporinus sp.1 R. strigilata Figura 9. Relação espécie x abundância na estação do Rio das Antas foz com o Rio Carreiro (ANCAR) no mês de junho de Na estação 14-JUS ocorreu o predomínio do lambari C. alburnus, seguido de A. henseli e D. speculiferum (Fig. 10). Ressalta-se que na estação14-jus foram registradas 22 espécies, sendo que as espécies raras foram Astyanax jacuhiensis, Astyanax laticeps, Astyanax sp.6, E. virescens, Hyphessobrycon luetkenii, Prochilodus lineatus e Rineloricaria cadeae (Fig. 10). CC/064/005/

32 NÚMERO DE INDIVÍDUOS C. alburnus A. henseli D. speculiferum Diapoma sp.1 H. punctulatus Astyanax sp POSIÇÃO DAS ESPÉCIES 14-JUS A. jacuhiensis A. laticeps Astyanax sp.6 E. virescens H. luetkenii P. lineatus R. cadeae Figura 10. Relação espécie x abundância na estação 14 de Julho Jusante (14-JUS) no mês de junho de Na estação 14-LEN ocorreu o predomínio do lambari B. iheringii, seguido C. alburnus e dos caras G. gymnogenys e G. brasiliensis (Fig. 11). Nessa estação registrou-se apenas 11 espécies, sendo as espécies raras Astyanax jacuhiensis, Diapoma sp., Oligossarcus jenynsii, Hyphessobrycon luetkenii e Hoplias malabaricus (Fig. 11). NÚMERO DE INDIVÍDUOS B. iheringi C. alburnus G. gymnogenys G. brasiliensis D. speculiferum A. henseli 14-LEN A. jacuhiensis Diapoma sp.1 O. jenynsii H. luetkenii H. malabaricus POSIÇÃO DAS ESPÉCIES Figura 11. Relação espécie x abundância na estação 14 de Julho Lentico (14-LEN) no mês de junho de Na estação 14-REM foram registradas 17 espécies, o predomínio do lambari C. alburnus para essa estação foi relevante (Fig. 12). As espécies raras registradas foram Astyanax sp. 7, B. iheringii, Cyphocharax. voga, Loricariichthys anus, O. jenynsii e Steindacnerina biornata (Fig. 12). CC/064/005/

33 NÚMERO DE INDIVÍDUOS A. henseli C. alburnus D. speculiferum Diapoma sp POSIÇÃO DAS ESPÉCIES 14-REM Astyanax sp.7 B. iheringii C. voga L. anus O. jenynsii S. biornata Figura 12. Relação espécie x abundância na estação 14 de Julho Remanso (14-REM) no mês de junho de Na estação a jusante do reservatório de Castro Alves (CA-JUS) foram registradas 20 espécies. As amostragens revelaram novamente o predomínio do lambari C. alburnus (Fig. 13). Para essa estação as espécies raras foram C. orientale, Crenicichla punctata, Cheirodon sp., G. brasiliensis, G. labiatus, G. rhabdotus, Glanidium sp. H. commersoni e H. malabaricus (Fig. 13). NÚMERO DE INDIVÍDUOS C. alburnus B. iheringii Astyanax sp POSIÇÃO DAS ESPÉCIES CA-JUS C. orientale C. punctata Cheirodon sp. G. brasiliensis G. labiatus G. rhabdotus Glanidium sp. H. commersoni H. malabaricus Figura 13. Relação espécie x abundância na estação Castro Alves Jusante (CA-JUS) no mês de junho de Na estação Castro Alves Lêntico (CA-LEN) foram registradas 18 espécies. O predomínio foi novamente do lambari C. alburnus (Fig. 14). Para essa estação as espécies raras foram Cheirodon interruptos, G. gymnogenys, H. luetkenii, I. punctatus e Rineloricaria cadeae (Fig. 14). CC/064/005/

34 NÚMERO DE INDIVÍDUOS A. henseli C. alburnus H. punctulatus G. rhabdotus POSIÇÃO DAS ESPÉCIES CA-LEN C. interruptos G. gymnogenys H. luetkenii I. punctatus R. cadeae Figura 14. Relação espécie x abundância na estação Castro Alves Lentico (CA-LEN) no mês de junho de Na estação Castro Alves Remanso (CA-REM) foram registradas apenas 16 espécies. Como pode ser observado o predomínio foi novamente do lambari C. alburnus (Fig. 15). Para essa estação as espécies raras Astyanax sp. 10, Astyanax sp.8, G. labiatus e R. cadeae (Fig. 15). NÚMERO DE INDIVÍDUOS C. alburnus 400 Astyanax sp.10 Astyanax sp.8 G. labiatus 200 B. iheringii R. cadeae A. henseli H. punctulatus POSIÇÃO DAS ESPÉCIES CA-REM Figura 15. Relação espécie x abundância na estação Castro Alves Remanso (CA-REM) no mês de junho de Na estação Castro Alves Montante (CA-MON) foram registradas 20 espécies. O predomínio foi novamente do lambari C. alburnus, seguido de Astyanax sp.4, A. henseli e B. iheringii (Fig. 16). Para essa estação as espécies raras C. interruptos, G. brasiliensis, G. carapo, G. labiatus, I. punctatus, P. lineatus e R. cadeae (Fig. 16). CC/064/005/

35 NÚMERO DE INDIVÍDUOS C. alburnus Astyanax sp.4 A. henseli B. iheringii CA-MON C. interruptos G. brasiliensis G. carapo G. labiatus I. punctatus P. lineatus R. cadeae POSIÇÃO DAS ESPÉCIES Figura 16. Relação espécie x abundância na estação Castro Alves Montante (CA-MON) no mês de junho de Considerações finais Os trabalhos de amostragem realizados no período e a análise laboratorial obedeceram aos procedimentos e cronograma propostos. O material biológico analisado para este relatório refere-se somente ao mês de junho/08. O material amostrado no mês de julho encontra-se em análise e os dados serão apresentados no próximo relatório. A pesca experimental para o mês de junho revelou a presença de 55 espécies. Esse número deverá ser ampliado ou reduzido com a revisão do material biológico amostrado por especialistas em taxonomia. É, entretanto, um número relevante se considerado que o propósito dessa campanha de amostragem não foi o de inventário ictiofaunístico. Ressalta-se, entretanto, que esse documento refere-se apenas a um mês de amostragem e, portanto, esse quadro será alterado de modo relevante para o relatório final. Destaca-se neste mês de amostragem ocorreu a presença de uma espécie introduzida, o bagre do canal Ictalurhus punctatus. Ressalta-se que as amostras de ovos e larvas referentes aos meses amostrados já foram triadas e estão sendo identificadas e serão apresentados nos próximos relatórios. Da mesma forma, os conteúdos estomacais das espécies estão sendo analisados, assim como está sendo realizada a tabulação dos dados de campo e laboratório. CC/064/005/

36 Anexo 2 Relatório Parcial 13, Monitoramento da Ictiofauna na UHE Monte Claro e Complementações do Levantamento Ictiofaunístico e Bio-ecológico dos Peixes da UHE Castro Alves e 14 de Julho CC/064/005/

37 Introdução O presente relatório pretende informar a CERAN - Companhia Energética Rio das Antas as atividades desenvolvidas pelos técnicos da Limnobios Consultoria em Ambientes Aquáticos durante o período de agosto de Neste período foram realizadas amostragens da ictiofauna no Rio das Antas em seu trecho compreendido das imediações da foz do rio Guaporé à foz do rio São Marcos incluindo a pesca elétrica em distintos córregos da região. Juntamente foram realizadas as atividades de laboratório, incluindo a biometria dos peixes, análise reprodutiva, análise de conteúdo estomacal, identificação de ovos e larvas, digitação e conferência de dados. Nesse relatório são apresentados os dados de campo e laboratório referentes a pesca elétrica realizada no período de 3 a 13 de julho de Procedimentos em campo Limnologia Básica A cada amostragem da ictiofauna nos córregos foram obtidos dados das condições de tempo e de qualidade da água. Entre os primeiros foram registradas as condições aparentes de nebulosidade, ventos, precipitações e temperatura do ar. As características limnológicas básicas registradas foram: temperatura, oxigênio dissolvido, ph e condutividade. Esses registros tiveram como objetivo caracterizar as condições atmosféricas e da água nas quais captura de peixes foram realizadas. Adicionalmente foram registradas, em cada estação de amostragem, as coordenadas geográficas. Ictiofauna Com o objetivo de uma complementação do inventário ictiofaunistico, as amostragens foram realizadas de 03 a 10 de julho com o uso de equipamento de pesca elétrica. A pesca elétrica foi padronizada para áreas com extensão de 50 m, delimitada por rede de bloqueio. Utilizando-se um gerador de 220 V, equipado com cabos de 50 m e dois puçás energizados (500 W, baixa amperagem Após cada revista, os peixes foram anestesiados e fixados em formol 10%, sendo posteriormente acondicionados em sacos plásticos, contendo etiquetas com anotações sobre o tipo de aparelho de pesca, malhagem, estação de amostragem e período de captura. O material foi remetido para ser processado no laboratório da Limnobios em Maringá, sendo cada exemplar identificado, numerado e etiquetado. De cada exemplar capturado estão sendo registradas as seguintes informações: 1. data, e estação de amostragem; 2. aparelho de pesca e período de captura; 3. número do exemplar; 4. espécie; 5. comprimento total (cm); 6. comprimento padrão (cm); 7. peso total (0,1 g.); 8. peso do estômago (0,01 g.); CC/064/005/

38 9. grau de repleção gástrica (0-3); 10. sexo; 11. estádio de maturação gonadal; 12. peso das gônadas (0,01 g.). Dados preliminares 1. Locais de amostragem A relação dos locais e suas coordenadas geográficas são apresentadas no quadro abaixo. Código Córrego Position Lat/Lon hddd-mm'ss.s" Position UTM CONRO Nova Roma S W J COGER Geremias S W J COSUE Sueco S W J COLAU Laurindo S W J COVAN Vazin S W J COTRE Treviso S W J COCAR Carmo S W J COSVI São Vicente S W J COMIT Mitisen S W J COPEQ Cerro Pequeno S W J COCGR Cerro Grande S W J COSNE Serra Negra S W J CMICO Mico S W J COTEG Tegas S W J CONPA Nova Pádua S W J COSON Sonda S W J COPAU Paumará S W J CO21A Vinte e Um S W J COPOC Ponte Coberta S W J COLEO Leão (Castro Alves) S W J COINS Inferno Superior S W J COINI Inferno Inferior S W J COQUA Quaresma S W J COCLU Claudino S W J COBAR Bárbara S W J COSRO Santa Rosa S W J COPED Pedrinho S W J CC/064/005/

39 COANH Santo Antoninho S W J COPAV Passo Velho S W J CLE14 Leão (14 de Julho) S W J CSTIN Sapatinho S W J CLAJE Lajeadinho S W J COOIT Oitenta Oito S W J CJABU Jabuticaba S W J COBIA Biasus S W J CVAIN Vanzin Inferior S W J Condições Ambientais e Limnologia Básica Condições Atmosférica e Meteorológica A temperatura do ar e as condições aparentes de nebulosidade, chuva e vento foram registradas em todas as estações de amostragem. Verificou-se que durante o período de coleta, a temperatura do ar flutuou entre 7,00C e 23,0C (Tabela. 1), sendo que as menores temperaturas ocorreram no córrego Vanzin, e as menores no córrego Cerro Pequeno (Tabela 1). As condições de nebulosidade, precipitações pluviométricas e de ventos, que tem grande influência sobre as capturas de peixes, revelaram que as amostragens foram realizadas na ausência de chuvas e na presença de ventos fracos (Tabela 1). Tabela 1. Condições do tempo durante os períodos de amostragem com a pesca elétrica em diferente córregos da região no mês de julho de (Temperatura do ar oc; Nebulosidade: % de cobertura; Precipitação: A=ausente; FR=fraca; M=moderada; I=intensa; Vento: FR=fraco; M=moderado; F=Forte). Local Temp. do ar Nebulosidade Precipitação Vento CONRO 15,5 0 A FR COGER 17,5 0 A FR COSUE 17,0 0 A FR COLAU 17,0 0 A FR COVAN 7,0 0 A FR COTRE 9,0 0 A FR COCAR 13,0 0 A FR COSVI 12,5 0 A FR COMIT 22,0 0 A FR COPEQ 23,0 0 A FR CC/064/005/

40 COCGR 20,0 0 A FR COSNE 19,0 0 A FR CMICO 13,0 0 A FR COTEG 19,0 0 A FR CONPA 21,0 0 A FR COSON 16,0 0 A FR COPAU 15,0 100 FR FR CO21A 17,0 100 A FR COPOC 16,0 100 A FR COLEO 18,0 100 A FR COINS 19,0 100 A FR COINI 18,0 100 A FR COQUA 18,0 100 A FR COCLU 17,0 30 A FR COBAR 18,0 0 A FR COSRO 22,0 0 A FR COPED 22,5 0 A FR COANH 20,0 0 A FR COPAV 16,0 0 A FR CLE14 18,0 0 A FR CSTIN 18,0 0 A FR CLAJE 19,0 0 A FR COOIT 21,0 0 A FR CJABU 22,0 0 A FR COBIA 13,0 0 A FR CVAIN 14,0 0 A FR Variáveis Limnológicas Básicas A temperatura da água variou de 11,4 0C a 16, 90C, as menores temperaturas foram registradas no córrego Vanzin e as maiores no córrego Pedrinho (Tab. 2). Os valores de PH variaram entre 5,93 no córrego Treviso a 7,14 no córrego Santo Antoninho (Tab. 2). A condutividade elétrica apresentou valores entre 32,3uS.cm registrados no córrego Serra Negra a 120,7uS.cm registrados no córrego Nova Roma (Tab. 2). Os valores da concentração de oxigênio dissolvido foram elevados, ou seja, superiores a 8,5mg.l-1. Os maiores valores foram registrados no córrego Nova Pádua (14,51mg.l-1) e os menores no córrego Nova Roma 8,60 mg.l-1. (Tab. 2). CC/064/005/

41 Tabela 2. Variações nos valores de temperatura da água (oc), Ph, Condutividade e Oxigênio durante as amostragens realizadas com pesca elétrica em julho de 2008, em distintos córregos da região. Local Temp. da Água Ph Condutividade Oxigênio CONRO 15,9 6,44 120,7 8,60 COGER 14,9 6,46 41,7 9,80 COSUE 15,8 6,79 40,4 9,50 COLAU 15,7 6,70 37,9 9,57 COVAN 11,4 6,09 56,1 10,50 COTRE 12,3 5,93 60,0 9,64 COCAR 12,2 6,15 34,1 10,03 COSVI 13,3 6,11 53,5 9,59 COMIT 14,7 6,50 61,5 10,40 COPEQ 16,0 6,65 43,4 9,49 COCGR 14,4 6,48 50,8 9,86 COSNE 13,8 6,97 32,3 9,96 CMICO 12,8 6,06 45,8 9,84 COTEG 13,7 6,70 114,2 11,03 CONPA 14,6 6,61 56,9 14,51 COSON 13,8 6,81 43,2 9,97 COPAU 13,9 6,26 35,8 9,67 CO21A 14,9 6,33 48,3 9,89 COPOC 14,6 6,50 45,6 10,12 COLEO 15,3 6,46 70,3 9,27 COINS 15,1 6,60 47,4 9,70 COINI 15,2 6,75 46,9 9,27 COQUA 15,0 6,80 44,7 9,46 COCLU 15,8 6,30 61,2 9,45 COBAR 16,0 6,53 55,0 8,82 COSRO 16,0 6,72 40,8 9,89 COPED 16,9 7,09 115,2 9,50 COANH 16,5 7,14 67,5 9,77 COPAV 15,9 6,35 65,4 9,69 CLE14 15,6 6,38 48,7 9,93 CSTIN 14,9 6,84 39,2 9,45 CLAJE 16,3 7,00 46,7 10,18 CC/064/005/

42 COOIT 16,2 7,12 44,2 9,73 CJABU 16,7 7,04 55,3 9,25 COBIA 14,7 6,28 67,7 9,66 CVAIN 13,7 6,64 47,1 9,63 3. Ictiofauna Durante as amostragens nos diferentes córregos da região realizadas de 3 a 13 de julho de 2008 foram registradas 33 espécies de peixes, distribuídas em cinco ordens e dez famílias (Tab. 3), com um amplo predomínio de Characiformes e Siluriformes, tanto em número de famílias quanto de espécies. A seguir, é apresentado o enquadramento taxonômico das espécies capturadas (Tab. 1). Os nomes entre aspas referem-se ao principal nome popularmente utilizado para a espécie pela população ribeirinha. Tabela 3. Lista de espécies registradas em distintos riachos da região no mês de julho de OSTEICHTHYES CHARACIFORMES CHARACIDAE TETRAGONOPTERINAE Astyanax jacuhiensis (Linnaeus, 1758) lambari rabo amarelo Astyanax henseli Melo & Backup, 2006 lambari Astyanax sp. 4 lambari Astyanax sp. 6 lambari Astyanax sp. 10 lambari Bryconamericus iheringii (Boulenger, 1887) lambari Diapoma speculiferum Cope, 1894 lambari Diapoma sp 1. lambari Hypobrycon sp. lambari Moenkhausia sp. "lambari" ACESTRORHYNCHINAE Oligosarcus jenynsii (Gunther, 1964) tambicu CRENUCHIDAE CHARACIDIINAE Characidium orientale Buckup & Reios, 1997 canivete CC/064/005/

43 CYPRINODONTIFORMES POECILIIDAE Phalloceros caudimaculatus (Hensel, 1868) "rivulus" SILURIFORMES PSEUDOPIMELODIDAE Microglanis cottoides (Boulenger, 1891) "peixe-gato" TRICHOMYCTERIDAE Trichomycterus sp. "peixe-gato" HEPTAPTERIDAE Heptapterus mustelinus (Valenciennes, 1935) "peixe-gato" Heptapterus sp. "peixe-gato" Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard, 1824) jundiá Rhamdella eriarcha (Eigenmann & Eigenmann, 1888) mandi CALLICHTHYIDAE Corydoras paleatus (Jenyns, 1842) limpa-fundo HYPOPTOPOMATINAE Hisonotus sp. "peixe-gato" LORICARIIDAE PLECOSTOMINAE Hypostomus sp. cascudo LORICARIINAE Rineloricaria microlepidogaster (Regan, 1904) viola Rineloricaria cadeae (Hensel, 1838) viola Rineloricaria sp. viola ANCISTRINAE Hemiancistrus punctulatus Cardoso & Malabarba, 1999 cascudo de espinhos Ancistrus brevipinnis. (Regan, 1904) cascudo de espinhos Ancistrus sp. "cascudo de espinhos" PERCIFORMES CICHLIDAE Crenicichla punctata Hensel, 1870 joana Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard, 1824) cará Gymnogeophagus labiatus (Hansel, 1870) cará Gymnogeophagus rhabdotus (Hensel, 1870) cará GYMNOTIFORMES GYMNOTIDAE Gymnotus carapo (Linnaeus, 1758) "tuvira" CC/064/005/

44 Considerando-se o conjunto dos córregos amostragem, verifica-se que as espécies numericamente mais importantes foram Astyanax henseli com mais de 25% do total das espécies capturadas, seguida de Bryconamericus iheringii, Hypobrycon sp. e Heptapterus mustelinus (Fig. 1). 30 Freqüencia Relativa (%) A. henseli B. iheringii Hypobrycon sp. H. mustelinus R. quelen Astyanax sp.6 Heptapterus sp. C. punctata G. brasiliensis R. cadeae R. microlepidogaster G. carapo G. labiatus Hisonotus sp. M. cottoides Demais espécies Figura 1. Participação das principais espécies em distintos riachos da região no mês de julho de Os resultados revelam que dos córregos amostrados o que apresentou o maior número de espécies foi o córrego Claudino com 19 espécies, sendo que a principal espécie capturada nesse córrego foi Heptapterus mustelinus, o segundo córrego em abundância de espécies foi o córrego Jabuticaba, onde registrou-se 18 espécies (principal espécie B. iheringii) (Tab. 4). Três córregos registram apenas uma espécie nas capturas, sendo eles os córregos Nova Roma, Geremias e Carmo. Ressalta-se que no córrego Sueco não ocorreu a captura de nenhuma espécie, ou seja, nenhum indivíduo foi capturado (a amostragem foi repetida duas vezes)(tab. 4). Tabela 4. Número de espécies e a principal espécie capturada nos distintos córregos da região no mês de julho de Córrego N de esp. capturadas Principal espécie CONRO 1 Astyanax sp.6 COGER 1 Heptapterus sp. COSUE 0 Nenhum registro COLAU 7 B. iheringii COVAN 2 A. jacuhiensis COTRE 2 Astyanax sp.6 COCAR 1 R. quelen CC/064/005/

45 COSVI 4 Astyanax sp.6 COMIT 5 R. quelen COPEQ 2 Astyanax sp.6 COCGR 4 R. quelen COSNE 14 H. mustelinus CMICO 10 A. henseli COTEG 10 R. quelen CONPA 3 B. iheringii COSON 2 Astyanax sp. 6 COPAU 5 A. henseli CO21A 3 G. carapo COPOC 4 A. henseli COLEO 6 R. quelen COINS 3 A. henseli COINI 3 A. henseli COQUA 4 A. henseli COCLU 19 H. mustelinus COBAR 9 Hypobrycon sp. COSRO 9 Hypobrycon sp. COPED 15 B. iheringii COANH 15 A. henseli COPAV 4 C. punctata CLE14 12 B. iheringii CSTIN 13 Hypobrycon sp. CLAJE 11 Hypobrycon sp. COOIT 3 H. mustelinus CJABU 18 B. iheringii COBIA 12 R. microlepidogaster CVAIN 6 A. henseli Considerações Finais Os trabalhos de amostragem realizados no período e a análise laboratorial obedeceram aos procedimentos e cronograma propostos. O material biológico analisado para este relatório refere-se somente a pesca elétrica realizada em distintos córregos da região no mês de julho/08. O material amostrado com os demais aparelhos de pesca nas UHEs 14 de Julho, Monte Claro e castro Alves no mês de julho e agosto encontram-se em análise e os dados serão apresentados nos próximos relatórios. CC/064/005/

46 Os levantamentos nos córregos foram realizados com o objetivo de complementar o inventário ictiofaunístico no trecho da bacia, dessa forma, a amostragem nos córregos revelou a presença de 33 espécies, esse número deverá ser ampliado ou reduzido com a revisão do material biológico amostrado por especialistas em taxonomia. Ressalta-se, entretanto, que esse documento refere-se apenas a um mês de amostragem e, portanto, esse quadro será alterado de modo relevante para o relatório final. Informamos que as amostras de ovos e larvas referentes aos meses amostrados estão sendo identificadas e serão apresentados nos próximos relatórios. Da mesma forma, os conteúdos estomacais das espécies estão sendo analisados, assim como está sendo realizada a tabulação dos dados de campo e laboratório. CC/064/005/

47 Anexo 3 Relatório Parcial 14, Monitoramento da Ictiofauna na UHE Monte Claro e Complementações do Levantamento Ictiofaunístico e Bio-ecológico dos Peixes da UHE Castro Alves e 14 de Julho CC/064/005/

48 Introdução O presente relatório pretende informar a CERAN - Companhia Energética Rio das Antas as atividades desenvolvidas pelos técnicos da Limnobios Consultoria em Ambientes Aquáticos durante o período de setembro de Neste período foram realizadas atividades de laboratório, incluindo a biometria dos peixes, análise reprodutiva, análise de conteúdo estomacal, identificação de larvas, digitação e conferência de dados. Nesse relatório são apresentados os dados de campo e laboratório referentes ao mês de julho de Procedimentos em campo Limnologia básica A cada amostragem da ictiofauna (16:00, 22:00 e 08:00hs) foram obtidos dados das condições de tempo e de qualidade da água. Entre os primeiros foram registradas as condições aparentes de nebulosidade, ventos, precipitações e temperatura do ar. As características limnológicas básicas registradas foram: temperatura, oxigênio dissolvido, ph, condutividade e transparência da água. Esses registros tiveram como objetivo caracterizar as condições atmosféricas e da água nas quais captura de peixes foram realizadas. Adicionalmente foram registradas, em cada estação de amostragem, as coordenadas geográficas, a largura do rio, a batimetria em uma secção transversal e a velocidade da água. Ictiofauna A pesca experimental foi realizada de 03 a 13 de julho utilizando-se diferentes aparelhos de pesca (redes de espera, arrastes, tarrafas, espinhéis) com esforço padronizado para cada tipo de aparelho. O quadro a seguir enumera as artes de pesca operadas durante o período. APARELHOS MALHAGEM(1) / TAMANHO DIMENSÕES Redes de espera simples 2,4; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9; 10; 12; m Tarrafas 2,4, 4, 6 Espinhéis /4 /7 10 un. Arrastos 0,5 20 m ou 10 m (1). Medida entre nós não adjacentes, em cm. As amostragens com redes de espera foram realizadas próximo às margens, e ficaram expostas no período das 16:00 às 8:00hs, com revistas à noite (22:00 h) e de manhã (8:00hs). As tarrafas (5 lances cada) e os arrastos (1) foram operados nas estações amostradas com redes de espera, no período diurno e noturno. Espinheis, com a utilização de iscas, foram instalados ao anoitecer e retirados ao amanhecer. Após cada revista, os peixes foram anestesiados e fixados em formol 10%, sendo posteriormente acondicionados em sacos plásticos, contendo etiquetas com anotações sobre o tipo de aparelho de pesca, malhagem, estação de amostragem e período de captura. O material biológico foi remetido para o laboratório da Limnobios, sendo cada exemplar identificado, numerado e etiquetado. De cada exemplar capturado estão sendo registradas as seguintes informações: CC/064/005/

49 1. data, e estação de amostragem; 2. aparelho de pesca e período de captura; 3. número do exemplar; 4. espécie; 5. comprimento total (cm); 6. comprimento padrão (cm); 7. peso total (0,1 g.); 8. peso do estômago (0,01 g.); 9. grau de repleção gástrica (0-3); 10. sexo; 11. estádio de maturação gonadal; 12. peso das gônadas (0,01 g.). Dados preliminares 1. Locais de amostragem A relação dos locais e suas coordenadas geográficas são apresentadas no quadro abaixo. Local Código Coordenadas Rio Taquari foz com o Rio Guaporé ATQG S 29º e W 51º Rio das Antas, foz com o Rio Carreiro ANCAR S 29º e W 51º UHE 14 de Julho Jusante 14-JUS S 29º e W 51º UHE 14 de Julho Lêntico 14-LEN S 29º e W 51º de Julho Lótico 14-REM S 29º e W 51º Monte Claro Jusante MC-JUS S 29º e W 051º Monte Claro Lêntico MC-LEN S 29º e W 51º Monte Claro Lótico MC-REM S 29º e W 51º Monte Claro Foz do Prata MC-PRA S 29º e W 51º Castro Alves Jusante CA-JUS S 29º e W 51º Castro Alves Lêntico CA-LEN S 29º e W 51º Castro Alves Lótico CA-REM S 28º e W 51º Castro Alves Montante CA-MON S 28º e W 51º CC/064/005/

50 2. Condições Ambientais e Limnologia Básica Condições Atmosféricas e Meteorológicas A temperatura do ar e as condições aparentes de nebulosidade, chuva e vento foram registradas entre as 16:00hs, 22:00hs e 08:00hs em todas as estações de amostragem. Durante o período de coleta, verificou-se que a temperatura do ar flutuou entre 10,0 e 25,0 o C (Fig. 1), sendo que as maiores temperaturas ocorreram nas amostragens da estação 14-LEN, e as menores ocorreram na estação CA-MON Média Mín-Máx TEMPERATURA DO AR ATQG ANCAR 14-JUS 14-LEN 14-REM MC-JUS MC-LEN MC-REM CA-JUS CA-LEN CA-REM CA-MON ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM Figura 1. Variações nos valores de temperatura do ar em ( o C) durante as amostragens realizadas em julho de 2008, tomadas as 16:00hs, 22:00hs e as 08:00hs, nas distintas estações de amostragem. As condições de nebulosidade, precipitações pluviométricas e de ventos, que tem grande influência sobre as capturas de peixes, são mostradas na Tabela 1. Observa-se que as amostragens foram realizadas na ausência de chuvas e na presença de ventos fracos. Tabela 1. Condições do tempo durante os períodos de amostragem (I=instalação; 10=primeira revista; 20=segunda revista) no mês de julho de (Nebulosidade: % de cobertura; Precipitação: A=ausente; FR=fraca; M=moderada; I=intensa; Vento: FR=fraco; M=moderado; F=Forte). Local Nebulosidade Precipitação Vento I I I ATQG A A A FR FR FR ANCAR A A A FR FR FR 14-JUS A A A FR FR FR 14-LEN A A A FR FR FR 14-REM A A A FR M M MC-JUS A A FR FR FR FR MC-LEN A A A FR FR FR CC/064/005/

51 MC-REM A A A FR FR FR CA-JUS A A A FR FR FR CA-LEN A A A FR FR FR CA-REM A A A FR FR FR CA-MON A A A FR FR FR Variáveis Limnológicas e Básicas As menores temperaturas da água nos dias de amostragem foram registradas na região Montante da UHE Castro Alves Remanso (CA-MON) (13,6 0 C), enquanto que as maiores foram registradas na estação Castro Alves Lêntico (15,6 0 C)(Fig. 2). Como esperado, variações diárias em uma mesma estação de amostragem foram baixas quando comparadas a variações na temperatura do ar. 15,8 TEMPERATURA DA ÁGUA 15,6 15,4 15,2 15,0 14,8 14,6 14,4 14,2 14,0 13,8 13,6 Média Mín-Máx 13,4 ATQG 14-JUS 14-REM MC-LEN CA-JUS CA-REM ANCAR 14-LEN MC-JUS MC-REM CA-LEN CA-MON ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM Figura 2. Variações nos valores de temperatura da água ( o C) durante as amostragens realizadas em julho de 2008, tomadas as 16:00hs, 22:00hs e as 08:00hs, nas distintas estações de amostragem. A transparência média da água variou de 37,5 a 65,0cm. Os menores valores de transparência foram registrados na estação MC-LEN (35,0cm) e os maiores no reservatório de Castro Alves na estação CA MON (65,0cm)(Fig. 3). CC/064/005/

52 70 65 Média Mín - Máx 60 TRANSPARÊNCIA ATQG 14-JUS 14-REM MC-LEN CA-JUS CA-REM ANCAR 14-LEN MC-JUS MC-REM CA-LEN CA-MON ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM Figura 3. Variações nos valores de transparência da água (cm), medida com disco de Secchi, durante as amostragens realizadas em julho de 2008, tomadas as 16:00hs, 22:00hs e as 08:00hs, nas distintas estações de amostragem. Os valores da concentração de oxigênio dissolvido foram elevados, ou seja, superiores a 10,5mg.l -1. Os maiores valores foram registrados para a estação 14-JUS 10,76mg.l -1 e os menores para CA-LEN 7,60 mg.l -1. Os valores médio de oxigênio dissolvido oscilaram de 7,70 a 10,65 mg.l -1, (Fig. 4). 10,2 10,0 9,8 OXIGÊNIO DISSOLVIDO 9,6 9,4 9,2 9,0 8,8 8,6 8,4 8,2 Média Mín - Máx 8,0 ATQG 14-JUS 14-REM MC-LEN CA-JUS CA-REM ANCAR 14-LEN MC-JUS MC-REM CA-LEN CA-MON ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM Figura 4. Variações nos valores de oxigênio dissolvido (mg/l) durante as amostragens realizadas em julho de 2008, tomadas as 16:00hs, 22:00hs e as 08:00hs, nas distintas estações de amostragem. Os valores de condutividade média variaram entre 26,5 a 54,0uS.cm (Fig. 5). Os maiores valores foram registrados na estação MC-REM 61,0uS.cm e os menores foram registrados na estação CA-MON 25,7uS.cm (Fig. 5). CC/064/005/

53 65 CONDUTIVIDADE ELÉTRICA Média Mín - Máx 20 ATQG 14-JUS 14-REM MC-LEN CA-JUS CA-REM ANCAR 14-LEN MC-JUS MC-REM CA-LEN CA-MON ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM Figura 5. Variações nos valores de condutividade elétrica (us.cm) da água durante as amostragens realizadas em julho de 2008, tomadas as 16:00hs, 22:00hs e as 08:00hs, nas distintas estações de amostragem. Os valores médios de PH variaram entre 6,43 a 6,88 (Fig. 6). Sendo os maiores valores de PH registrados na estação ANCAR (6,98) e os menores na estação CA-JUS(6,23) (Fig. 6). PH 7,1 7,0 6,9 6,8 6,7 6,6 6,5 6,4 6,3 Média Mín - Máx 6,2 ATQG 14-JUS 14-REM MC-LEN CA-JUS CA-REM ANCAR 14-LEN MC-JUS MC-REM CA-LEN CA-MON ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM Figura 6. Variações nos valores de PH da água durante as amostragens realizadas em julho de 2008, tomadas as 16:00hs, 22:00hs e as 08:00hs, nas distintas estações de amostragem. 3. Ictiofauna Durante as amostragens no mês de julho de 2008 foram registradas 49 espécies de peixes, distribuídas em cinco ordens e 14 famílias (Tab. 1), com um amplo predomínio de Characiformes e Siluriformes, tanto em número de famílias quanto de espécies. A seguir, é apresentado o enquadramento taxonômico das espécies capturadas (Tab. 1). Os nomes entre aspas referem-se ao principal nome popularmente utilizado para a espécie pela população ribeirinha. As espécies grafadas em vermelho referem-se às migradoras de média e longa distância. CC/064/005/

54 Tabela 1. Lista de espécies registradas no rio das Antas e principais tributários durante todo o período amostrado. Espécies em destaque são reconhecidamente migradoras. OSTEICHTHYES CHARACIFORMES CHARACIDAE TETRAGONOPTERINAE Astyanax eigenmanniorum (COPE, 1894) lambari Astyanax jacuhiensis (Linnaeus, 1758) lambari rabo amarelo Astyanax fasciatus (Cuvier, 1819) lambari rabo vermelho Astyanax henseli Melo & Backup, 2006 lambari Astyanax laticeps ( OPE, 1894) lambari Astyanax sp. 4 lambari Astyanax sp. 6 lambari Astyanax sp. 8 lambari Astyanax sp. 10 lambari Bryconamericus iheringii (Boulenger, 1887) lambari Bryconamericus sp. lambari Charax stenopterus (COPE, 1894) lambari trasparente Cyanocharax alburnus (Hensel, 1870) lambari Cyanocharax sp. lambari Diapoma speculiferum Diapoma sp. lambari Diapoma sp. 1 lambari OPE, 1894 lambari Hyphessobrycon luetkenii (Boulenger, 1887) lambari Heterocheirodon jacuiensis Malabarba & Bertaco, 1999 lambari ACESTRORHYNCHINAE Acestrorhynchus sp. peixe cachorro Oligosarcus jenynsii (Gunther, 1964) tambicu Oligosarcus robustus Menezes, 1969 tambicu PROCHILODONTIDAE Prochilodus lineatus (Valenciennes, 1836) grumatã * CURIMATIDAE Steindachnerina biornata (Braga & Azpelicueta, 1987) biru ERYTHRINIDAE Hoplias aff. Malabaricus (Bloch, 1794) traíra Hoplias sp. traíra CC/064/005/

55 SILURIFORMES PIMELODIDAE Pimelodus maculatus Lacépède, 1803 pintado * Parapimelodus nigribarbis (Boulenger, 1891) mandi AUCHENIPTERIDAE Glanidium sp. manduvi HEPTAPTERIDAE Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard, 1824) jundiá Rhamdella eriarcha (Eigenmann & Eigenmann, 1888) mandi PSEUDOPIMELODIDAE Microglanis cottoides (Boulenger, 1889) bagrinho ASPRENIDAE Bunocephalus sp. cascudinho CALLICHTHYIDAE Corydoras paleatus (Jenyns, 1842) limpa-fundo LORICARIIDAE PLECOSTOMINAE Hypostomus commersoni Valenciennes, 1836 cascudo LORICARIINAE Loricariichthys anus (Valenciennes, 1836) viola Rineloricaria strigilata (Hensel, 1868) viola Rineloricaria cadeae (Hensel, 1838) viola Rineloricaria microlepidogaster (Regan, 1904) viola ANCISTRINAE Hemiancistrus punctulatus Cardoso & Malabarba, 1999 cascudo de espinhos ICTALURIDAE Ictalurhus punctatus (Rafinesque, 1818) bagre do canal GYMNOTYFORMES STERNOPIGIDAE Eigenmannia virescens (Valenciennes, 1847) tuvira CC/064/005/

56 PERCIFORMES CICHLIDAE Australoherus facetum (Jenyns, 1842) cará Crenicichla punctata Hensel, 1870 joana Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard, 1824) cará Gymnogeophagus gymnogenys (Hansel, 1870) cará Gymnogeophagus labiatus (Hansel, 1870) cará Gymnogeophagus rhabdotus (Hensel, 1870) cará SYNBRANCHIFORMES SYNBRANCHIDAE Synbranchus marmoratus Bloch, 1795 muçum Destaca-se que essa identificação é provisória e deverá ser confirmada ou não por especialistas até o final do cronograma de amostragens. Assim, algumas espécies poderão ter seu nome específico identificado ou alterado em função dessa análise. Ressalta-se o fato desse procedimento estar previsto no projeto. Os resultados revelam que das 49 espécies registradas no mês de julho de 2008, quatro tiveram registro em todas as estações de amostragem, sendo elas os lambaris Astyanax henseli, Bryconamericus iheringii e Cyanocharax alburnus e o tambicu Steindacnerina biornata (Tab. 2). Tabela 2. Ocorrência das espécies nas amostras obtidas ao longo do rio das Antas no mês de julho de 2008 (ver descrição das áreas para o nome das estações) (em negrito, espécies migradoras). AT AN MC MC MC CA CA CA CA JU JU Espécies QG CAR S LEN REM S A. "facetum" X X LEN REM A. eigenmanniorum X X X X A. fasciatus X JU S LEN REM MON A. henseli X X X X X X X X X X X X A. jacuhiensis X X X X X X X X X X A. laticeps X Acestrorhynchu s sp. Astyanax sp.10 X Astyanax sp.4 X X X X X X X X X X CC/064/005/

57 Astyanax sp.6 Astyanax sp.8 X X X X X X B. iheringii X X X X X X X X X X X X Bunocephalus sp. Bryconamericus sp. X C. alburnus X X X X X X X X X X X X C. paleatus X X X C. punctata X X X X C. stenopterus X X X X Cyanocharax sp. D. speculiferum X X X X X X X X Diapoma sp. X X Diapoma sp.1 X X E. virescens X G. brasiliensis X X X X X X X X X X G. gymnogenys X X X X X X X X G. labiatus X X X X X X X X X X G. rhabdotus X X X X X Glanidium sp. H. commersoni X X X X H. jacuiensis X X X X X X H. luetkenii X X X X X H. malabaricus X X X X X H. punctulatus X X X X X X X X X X Hoplias sp. X X X I. punctatus X L. anus X X X X M. cottoides X O. jenynsii X X X X X X X X X X X O. robustus X X X X X X X X X X P. lineatus X P. maculatus X X X X X X X X X P. nigribarbis X R. cadeae X X X R. eriarcha X X X X X CC/064/005/

58 R. microlepidogaster X X X X X X R. quelen X X X X X X X X X X R. strigilata X X X X X X S. biornata X X X X X X X X X X X X S. marmoratus X N. de Espécies As espécies raras, com ocorrência em somente uma única estação de amostragem foram 14, sendo elas Acestrorhynchus sp. e Parapimelodus nigribarbis na estação ATQG; Bunocephalus sp, Microglanis cottoides e Synbranchus marmoratus na estação ANCAR; Cyanocharax sp. na estação 14-REM; Astyanax sp. 6 na estação MC-JUS; Astyanax laticeps na estação CA-JUS; Astyanax fasciatus e Ictalurus punctatus na estação CA-LEN e Bryconamericus sp. e Glanidium sp. na estação CA-REM (Tab. 2) Considerando-se o conjunto das estações de amostragem, verifica-se que as espécies numericamente mais importantes foram C. alburnus com mais de 60% do total das espécies capturadas, seguida de Diapoma speculiferum, B. iheringii e A. henseli. Entras espécies migradoras, Pimelodus maculatus foi a décima quarta espécie mais abundantes (Fig. 7). Ressalta-se, entretanto, que baixa captura de grandes peixes migradores é esperada quando a pesca não é dirigida. 70 Freqüencia Relativa (%) Total C. alburnus D. speculiferum B. iheringii A. henseli H. jacuiensis G. gymnogenys G. brasiliensis S. biornata O. jenynsii H. punctulatus Diapoma sp.1 Astyanax sp.4 G. labiatus P. maculatus O. robustus A. jacuhiensis G. rhabdotus L. anus Astyanax sp.8 R. strigilata Demais Espécies Figura 7. Participação das principais espécies na pesca experimental realizada na bacia do rio Antas, desde a foz do rio Guaporé até a do São Marcos no mês de julho de A abundância numérica para cada estação de amostragem é mostrada nas figuras 8 a 19. Constata-se, de modo geral, uma forte dominância de espécies de pequeno porte, particularmente de Tetragonopterinae. Na estação ATQG foram capturadas 28 espécies (o maior número de espécies) sendo que a mais importante foi o lambari C. alburnus, seguido do cará Geophagus brasiliensis e do lambari B. iheringii (Fig. 8). As espécies raras nessa estação, ou seja, aquelas que apresentaram apenas um registro foram o cará Australoherus. fascetum, o lambari Astyanax eigemnanniorum, o peixe cachorro Acestrorhynchus sp., a joana Crenicichla punctata, o lambari CC/064/005/

59 Charax stenopterus, a traíra Hoplias sp., o pintado P. maculatus, o mandi Parapimelodus nigribarbis, o mandi Ramdella eriarcha e o biru Steindacnerina biornata (Fig. 8). NÚMERO DE INDIVÍDUOS C. alburnus G. brasiliensis B. iheringii G. gymnogenys D. speculiferum A. henseli ATQG A. "facetum" A. eigenmanniorum Acestrorhynchus sp. C. punctata C. stenopterus Hoplias sp. P. maculatus P. nigribarbis R. eriarcha S. biornata POSIÇÃO DAS ESPÉCIES Figura 8. Relação espécie x abundância na estação do Rio Taquari foz com o Rio Guaporé (ATQG) no mês de julho de Na estação ANCAR foram registradas 23 espécies, sendo os lambaris C. alburnus, B. iheringii e A. henseli foram às espécies mais abundantes (Fig. 9). As espécies raras nessa estação foram Diapoma sp., Geophagus brasiliensis, L. anus, Oligosarcus robustus, Prochilodus lineatus, S. biornata e S. marmoratus (Fig. 9). NÚMERO DE INDIVÍDUOS C. alburnus B. iheringii A. henseli ANCAR Diapoma sp. G. brasiliensis L. anus O. robustus P. lineatus S. biornata S. marmoratus POSIÇÃO DAS ESPÉCIES Figura 9. Relação espécie x abundância na estação do Rio das Antas foz com o Rio Carreiro (ANCAR) no mês de julho de Na estação 14-JUS ocorreu o predomínio do lambari C. alburnus, seguido de B. iheringii, Diapoma sp. 1 e A. henseli (Fig. 10). Ressalta-se que nessa estação foram registradas 24 espécies, sendo que as espécies raras foram Astyanax sp.8, Corydoras paleatus, C. punctata, Hypostomus commersoni e Rineloricaria microlepidogaster (Fig. 10). CC/064/005/

60 C. alburnus 14-JUS NÚMERO DE INDIVÍDUOS B. iheringii Diapoma sp.1 A. henseli Astyanax sp.8 C. paleatus C. punctata H. commersoni R. microlepidogaster POSIÇÃO DAS ESPÉCIES Figura 10. Relação espécie x abundância na estação 14 de Julho Jusante (14-JUS) no mês de julho de Na estação 14-LEN ocorreu o predomínio do lambari B. iheringii, seguido D. speculiferum e do cara Gymnogheophagus gymnogenys (Fig. 11). Nessa estação registrou-se 17 espécies, sendo as espécies raras O. robustus e R. microlepidogaster (Fig. 11) B. iheringii 14-LEN NÚMERO DE INDIVÍDUOS D. speculiferum G. gymnogenys 50 C. alburnus O. robustus R. microlepidogaster POSIÇÃO DAS ESPÉCIES Figura 11. Relação espécie x abundância na estação 14 de Julho Lentico (14-LEN) no mês de julho de Na estação 14-REM foram registradas 19 espécies, novamente observou-se o predomínio do lambari C. alburnus, seguido dos lambaris Heterocheirodon jacuienis, D. speculiferum, Diapoma sp. e A. henseli (Fig. 12). As espécies raras registradas nessa estação foram Astyanax jacuhiensis, C. punctata, Cyanocharax sp., G. gymnogenys, H. luetkenii, L. anus, O. robustus e R. quelen (Fig. 12). CC/064/005/

61 C. alburnus 14-REM NÚMERO DE INDIVÍDUOS H. jacuiensis D. speculiferum Diapoma sp.1 A. henseli A. jacuhiensis C. punctata Cyanocharax sp. G. gymnogenys H. luetkenii L. anus O. robustus R. quelen POSIÇÃO DAS ESPÉCIES Figura 12. Relação espécie x abundância na estação 14 de Julho Remanso (14-REM) no mês de julho de Na estação MC-JUS foram registradas 18 espécies, novamente o predomínio foi do lambari C. alburnus, seguido de D. speculiferum e A. henseli (Fig. 13). Nessa estação as espécies raras foram A. fascetum, Astyanax sp. 6 e G. labiatus (Fig. 13). 800 MC-JUS 700 C. alburnus NÚMERO DE INDIVÍDUOS D. speculiferum A. henseli A. "facetum" Astyanax sp.6 G. labiatus POSIÇÃO DAS ESPÉCIES Figura 13. Relação espécie x abundância na estação Monte Claro Jusante (MC-JUS) no mês de julho de Na estação lêntica do reservatório de Monte Claro (MC-LEN) foram registradas 24 espécies. As amostragens revelaram novamente o predomínio do lambari C. alburnus, seguido de D. speculiferum, (Fig. 14). Para essa estação as espécies raras foram Astyanax sp. 4, Eigenmannia virescens, Hemiancistrus punctulatus, Hoplias sp. e R. quelen (Fig. 14). CC/064/005/

62 NÚMERO DE INDIVÍDUOS C. alburnus D. speculiferum A. jacuhiensis B. iheringii S. biornata MC-LEN Astyanax sp.4 E. virescens H. punctulatus Hoplias sp. R. quelen POSIÇÃO DAS ESPÉCIES Figura 14. Relação espécie x abundância na estação Monte Claro Lêntico (MC-LEN) no mês de julho de Na estação MC-REM foram registradas 19 espécies, novamente observou-se o predomínio do lambari C. alburnus, seguido dos lambaris D. speculiferum e A. henseli (Fig. 15). As espécies raras registradas nessa estação foram C. stenopterus, Diapoma sp. e G. labiatus (Fig. 15) C. alburnus MC-REM NÚMERO DE INDIVÍDUOS D. speculiferum A. henseli C. stenopterus Diapoma sp. G. labiatus POSIÇÃO DAS ESPÉCIES Figura 15. Relação espécie x abundância na estação Monte Claro Remanso (MC-REM) no mês de julho de Na estação a jusante do reservatório de Castro Alves (CA-JUS) foram registradas 18 espécies. As amostragens revelaram novamente o predomínio do lambari C. alburnus (Fig. 16). Para essa estação as espécies raras foram Astyanax sp. 8, H. commersoni, H. punctulatus (Fig. 16). CC/064/005/

63 C. alburnus CA-JUS NÚMERO DE INDIVÍDUOS A. henseli B. iheringii Astyanax sp.8 H. commersoni H. punctulatus POSIÇÃO DAS ESPÉCIES Figura 16. Relação espécie x abundância na estação Castro Alves Jusante (CA-JUS) no mês de julho de Na estação Castro Alves Lêntico (CA-LEN) foram registradas 20 espécies. O predomínio foi novamente do lambari C. alburnus, seguido de A. henseli e O. jenynsii (Fig. 17). Para essa estação as espécies raras foram A. fasciatus, I. punctatus e S. biornata (Fig. 17). NÚMERO DE INDIVÍDUOS C. alburnus A. henseli O. jenynsii CA-LEN A. fasciatus I. punctatus S. biornata POSIÇÃO DAS ESPÉCIES Figura 17. Relação espécie x abundância na estação Castro Alves Lentico (CA-LEN) no mês de julho de Na estação Castro Alves Remanso (CA-REM) foram registradas 18 espécies. Como pode ser observado o predomínio foi novamente do lambari C. alburnus (Fig. 18). Para essa estação as espécies raras A. jacuhiensis, Astyanax sp. 10, Astyanax sp.4, G. brasiliensis, G. labiatus, Glanidium sp., H. luetkenii, R. quelen e S. biornata (Fig. 18). CC/064/005/

64 C. alburnus CA-REM NÚMERO DE INDIVÍDUOS B. iheringii A. henseli O. jenynsii POSIÇÃO DAS ESPÉCIES A. jacuhiensis Astyanax sp.10 Astyanax sp.4 G. brasiliensis G. labiatus Glanidium sp. H. luetkenii R. quelen S. biornata Figura 18. Relação espécie x abundância na estação Castro Alves Remanso (CA-REM) no mês de julho de Na estação Castro Alves Montante (CA-MON) foram registradas apenas 15 espécies. O predomínio foi novamente do lambari C. alburnus, seguido de S. biornata (Fig. 19). Para essa estação a espécie rara foi o lambari C. stenopterus (Fig. 19). NÚMERO DE INDIVÍDUOS C. alburnus S. biornata Astyanax sp.4 A. henseli B. iheringii O. jenynsii CA-MON C. stenopterus POSIÇÃO DAS ESPÉCIES Figura 19. Relação espécie x abundância na estação Castro Alves Montante (CA-MON) no mês de julho de Considerações finais Os trabalhos de amostragem realizados no período e a análise laboratorial obedeceram aos procedimentos e cronograma propostos. O material biológico analisado para este relatório refere-se somente ao mês de julho/08. O material amostrado no mês de agosto encontra-se em análise e os dados serão apresentados no próximo relatório. A pesca experimental para o mês de julho, revelou a presença de 49 espécies. Esse número deverá ser ampliado ou reduzido com a revisão do material biológico amostrado por especialistas em taxonomia. É, entretanto, um número relevante se considerado que o propósito dessa campanha de amostragem não foi o de inventário ictiofaunístico. Ressalta-se, entretanto, que esse documento refere-se apenas a um mês de amostragem e, portanto, esse quadro será alterado de modo relevante para o relatório final. Destaca-se neste mês de amostragem ocorreu a presença de uma espécie introduzida, o bagre do canal Ictalurhus punctatus. CC/064/005/

65 Ressalta-se que as amostras de ovos e larvas referentes aos meses amostrados já foram triadas e estão sendo identificadas e serão apresentados nos próximos relatórios. Da mesma forma, os conteúdos estomacais das espécies estão sendo analisados, assim como está sendo realizada a tabulação dos dados de campo e laboratório. CC/064/005/

66 Anexo 4 Relatório Parcial de Atividades 4 da Alça de Vazão Reduzida a Jusante da Barragem da UHE Castro Alves CC/064/005/

67 Introdução O presente relatório visa informar a CERAN, Companhia Energética do Rio das Antas, em caráter preliminar, acerca dos trabalhos desenvolvidos pelos técnicos da Limnobios Consultoria em Ambientes Aquáticos durante os períodos 03 a 10 de janeiro e 09 a 15 de marco de Nesse relatório são apresentados os resultados da análise dos Índices de Aptidão de Habitat para as espécies dominantes no trecho compreendido entre a barragem e a casa de força da UHE Castro Alves, no rio das Antas e visa subsidiar a Walm Ambiental na avaliação dos efeitos de redução de vazão nesse trecho sobre as comunidades bióticas. As atividades de amostragem desenvolvidas seguiram estritamente o previsto no projeto original Porém, visando atender a demandas específicas das análises subseqüentes a serem realizadas pela Walm Ambiental, foram efetuadas pequenas modificações na análise dos dados, particularmente em relação às variáveis profundidade e tipo de substrato. Dessa maneira, neste relatório parcial são apresentados os procedimentos utilizados nos estudos da distribuição das espécies por habitat, considerando a natureza do substrato, a profundidade e a velocidade da água. Especificamente, são repassados os índices de aptidão de hábitats, para que as simulações sobre os diversos cenários de vazões reduzidas sejam feitas antecipadamente. Embora as informações aqui fornecidas sejam definitivas, o relatório final deverá detalhá-las conforme previsto na proposta inicial. Procedimentos em Campo Este relatório detalha as análises dos resultados obtidos em experimentação em campo, realizadas durante o os períodos 03 a 10 de janeiro (antes do fechamento da barragem) e 09 a 15 de marco de 2008 (após o fechamento), e que tiveram como objetivo avaliar a distribuição e a abundância das espécies de peixes nos diferentes habitats existentes na alça de vazão reduzida (barragem - casa de força) da UHE Castro Alves. Tendo em vista a necessidade de representatividade dos diferentes habitats da alça, foram selecionadas cinco secções transversais eqüidistantes, com 500 m de largura cada. Os atributos de habitat considerados foram a profundidade, a velocidade e a natureza do substrato. No total foram obtidas 444 amostras de peixes (200 em janeiro e 244 em março), das quais 334 foram positivas (com pelo menos um peixe capturado), sendo as características de habitat descritas ou mensuradas para cada uma delas. MÉTODOS DE AMOSTRAGEM DE PEIXES As amostras de peixes foram obtidas com o uso de pesca elétrica, redes de arrasto, redes de espera e tarrafas. A pesca elétrica foi realizada embarcada, com o auxílio de gerador (2500W), com transformador de corrente (1000V; 1A) e fonte retificadora, equipado com dois puçás, um dos quais energizado (positivo). Este equipamento foi operado nas áreas com profundidade de até 2 metros, durante o dia e a noite. Redes de arrastos de 20 metros, com malhas de 0,5 cm foram operadas em áreas com profundidades de até 1,5 m. Os arrastos foram realizados durante a manhã e a noite. Baterias de redes de espera (malhagens de 24 mm a 140 mm, entre nós alternados) foram operadas em cada secção. As amostras obtidas em cada rede foram separadas conforme a profundidade, a velocidade da água e o substrato, medidas por ocasião da despesca. Estes equipamentos foram operados durante um período de 16 h em cada estação de amostragem. As tarrafas (malhas 30, 40 e 50 mm entre nós opostos), também operadas durante o dia e à noite, foram empregadas em amostras nas áreas com até 2,0 m de profundidade. CC/064/005/

68 A Figura 1 mostra algumas cenas de operação destes equipamentos. A B C D Figura 1. Vista geral da operação dos diferentes tipos de equipamentos de pesca (A e B = pesca elétrica; C = redes de espera; D = redes de arrasto; E = tarrafas). VARIÁVEIS DE HABITAT Natureza do Substrato A natureza do substrato local onde cada amostra de peixes foi registrada, sendo preliminarmente classificada numa das seguintes categorias: Rochoso regular: formado por lajes aproximadamente regulares, com baixa disponibilidade de abrigo para peixes (Fig. 2A). Rochoso irregular: fundo irregular com grandes matacões rochosos e alta disponibilidade de abrigos para peixes (Fig. 2B). Arenoso: áreas com depósitos de areia com diferentes granulometria, baixa disponibilidade de abrigos (Fig. 2C). Areno-lodoso: presença de argila em proporções variáveis, com escassa disponibilidade de abrigo fornecida por algumas pedras roladas (Fig. 2D). Rochoso + areia: fundo com rochas entremeadas por grandes depósitos de areia, com alta disponibilidade de abrigos (Fig. 2E). Rochoso + argila: fundo com rochas entremeadas por depósitos de argila, com alta disponibilidade de abrigos (Fig. 2F). Cascalho: leito dominado por seixos com proporção de areia variável, com alta disponibilidade de abrigo para espécies de pequeno porte ou juvenis das maiores (Fig. 2G). CC/064/005/

69 A B C D E F G 2. Vista geral dos tipos de substratos onde as amostragens de peixes foram realizadas (A = rochoso regular; B = rochoso irregular; C = arenoso; D = areno-lodoso; E = rochoso + areia; F = rochoso + argila; G = cascalho. Para efeito de calculo do Índice de Aptidão de Habitat, seguindo a análise e padronização em relação aos estudos feitos pela Walm Ambiental, estas categorias foram agrupadas em: Matacão Rochoso irregular; Rocha Rochoso regular; Seixo Cascalho; Solo arenoso, areno-lodoso; Solo + rocha Rocha + areia, rocha + argila. CC/064/005/

70 A distribuição das amostras positivas, obtidas em cada categoria de substrato, é mostrada na Figura 3, onde se verifica o amplo predomínio daquela classificada como solo + rocha, solo e matacões. NATUREZA DO SUBSTRATO MATACÃO N = 334 ROCHA SEIXO SOLO+ROCHA SOLO NÚMERO DE AMOSTRAS Figura 3. Proporção entre os tipos de substratos nos quais as amostras de peixes foram obtidas no período deste relatório. Velocidade da água A velocidade da água foi aferida em cada local e obtida com o auxílio de fluxômetro eletrônico (flowmate Marsh-Mcbirney, modelo 2000) Fig. 4. As velocidades aferidas nos locais onde ocorreram as capturas de peixes variaram de 0,0 a 1,43 m/s. Amostras em áreas de maior velocidade não são possíveis de realizar com equipamentos convencionais. A maioria das observações foram inferiores a 0,15 m/s, como mostrado na Figura 5. Figura 4. Fluxômetro eletrônico utilizado na aferição da velocidade da água. CC/064/005/

71 0-0,1 VELOCIDADE (M/S) 0,1-0,2 0,2-0,3 0,3-0,4 0,4-0,5 0,5-0,6 0,6-0,7 1,0-1,1 N = 334 1,4-1, NÚMERO DE AMOSTRAS Figura 5. Freqüência de observações em diferentes classes de velocidade da água durante as amostragens da ictiofauna. Profundidade A profundidade da água nos locais onde foram realizadas as amostras foi medida com o auxilio de uma sonda portátil, como mostra a Figura 6. Figura 6. Aferição da profundidade com o uso de sonda portátil. As profundidades dos locais amostrados variaram de 0,18 a 9,7 m, sendo que a maioria das amostras foi obtida em profundidades inferiores a 2,0 m. Para melhor modelar a profundidade, amostras foram coletadas de maneira de incorporar a variação dessa variável na região (Fig. 7). CC/064/005/

72 PROFUNDIDADE (M) 0-1,0 1,0-1,5 1,5-2,0 2,0-2,5 2,5-3,0 3,0-3,5 3,5-4,0 4,0-4,5 4,5-5,0 5,0-5,5 5,5-6,0 6,0-6,5 6,5-7,0 N = 334 7,0-7,5 > 7, NÚMERO DE AMOSTRAS Figura 7. Distribuição de freqüência das profundidades dos locais onde foram realizadas amostragens de peixes durante o período. DADOS DE LABORATÓRIO O material biológico, depois de capturado e sacrificado, foi fixado em formaldeídeo e encaminhado ao laboratório da Limnobios para a identificação e tomada de dados biométricos. A identificação foi realizada conforme coleção de referência dos peixes da bacia, sendo os indivíduos com dúvidas na identificação ou as espécies com primeiro registro para a região, encaminhados ao Museu de Ciências da PUC-RS. Os seguintes dados biométricos foram obtidos para cada indivíduo na amostra: comprimento total, comprimento padrão, peso total, sexo, grau de repleção do estômago e estádio de desenvolvimento gonadal. ESPÉCIES MAIS CAPTURADAS Durante as amostragens, foram capturados indivíduos pertencentes a 48 espécies. As espécies mais capturadas nas amostragens foram C. alburnus, B. iheringii, A. henseli, D. speculiferum e H. punctulatus, que juntas contribuíram com 75% das capturas (Tabela 1). Tabela 1. Lista das espécies mais capturadas durante as amostragens conduzidas na alça de vazão reduzida da UHE Castro Alves. Espécies Total % C. alburnus ,47 B. iheringii ,89 A. henseli ,95 D. speculiferum ,19 CC/064/005/

73 H. punctulatus 601 5,98 G. brasiliensis 323 3,21 G. gymnogenys 304 3,02 H. jacuiensis 230 2,29 G. labiatus 224 2,23 C. punctata 143 1,42 H. luetkenii 133 1,32 P. maculatus 124 1,23 R. quelen 123 1,22 Astyanax sp ,89 O. jenynsii 87 0,87 S. biornata 72 0,72 Hypobrycon sp. 65 0,65 Diapoma sp. 56 0,56 A. jacuhiensis 52 0,52 R. strigilata 51 0,51 Demais (28) 390 3,88 Total ,00 ÍNDICE DE APTIDÃO DE HABITAT Para este item, foram selecionadas as espécies mais abundantes (C. alburnus, B. iheringii, A. henseli, D. speculiferum e H. punctulatus,), uma vez que os procedimentos de amostragem foram padronizados nos diversos segmentos amostrados. Além disso, no nosso entender, a abordagem sobre as espécies mais abundantes é reducionista e, devido a isto, foi feito uma análise um pouco mais abrangente, considerando a abundância total capturada e a riqueza (número) de espécies nas amostras. Profundidade Em projeto anterior, os técnicos da Limnnobios fizeram a análise de profundidade utilizando somente os equipamentos comparáveis (pesca elétrica e arrasto), pois são operados em áreas similares. Nesta etapa., os técnicos da Walm solicitaram que, para o cálculo do Índice de Aptidão de Hábitat (IAH), fosse incluídas áreas mais profundas, o que foi possível devido a padronização das amostras. Devido a essa necessidade, houve diferença no modelo ajustado para o cálculo do IAH, que passou de quadrático para um exponencial negativo (Fig. 8). Aparentemente, a inclusão das profundidades maiores parece ter contribuído para melhor expressão do IAH, uma vez que a não captura em profundidades menores pode ser decorrente do comportamento evasivo dos peixes, ao perceberem a aproximação da embarcação. CC/064/005/

74 NÚMERO DE INDIVÍDUOS ,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 PROFUNDIDADE (M) A NÚMERO DE INDIVÍDUOS PROFUNDIDADE (M) B Figura 8. Número de indivíduos capturados nas diversas profundidades, utilizando as mesmas categorias de estudos anteriores (A) e incluindo as áreas mais profundas (B), dos locais onde foram realizadas amostragens de peixes na alça de vazão reduzida da UHE Castro Alves. O IAH para a profundidade, então, foi obtido através do ajuste de uma modelo linear aos dados da abundância (estes transformados em logaritmo na base 10). Após o ajuste das equações, foi obtido para cada categoria de profundidade, o valor estimado da abundância das espécies, abundância total e riqueza de espécies. Em seguida, cada valor estimado foi dividido pelo maior valor do ajuste para as diversas categorias, com a finalidade de trazer todos eles para a mesma escala (variando de 0 a 1). Na Tabela 2 estão representados os valores dos parâmetros do modelo linear (log 10 ) para cada espécie analisada e para a abundância total e riqueza de espécies. Tabela 2. Parâmetros e inclinações dos modelos lineares (log10 Y = a+blog10 X) ajustados as dados de profundidade (transformados em log10) e abundância das espécies, abundância total e riqueza de espécies (log10 variável +1 devido a presença de zeros). Variáveis Parâmetros (a) Inclinações (b) Cyanocharax alburnus 2, ,26361 Bryconamericus iheringii 1, ,46546 A. henseli 2, ,35883 D. speculiferum 2, ,70844 H. punctulatus 2, ,98160 Abundância total 3, ,49537 Riqueza de espécies 1, ,07214 Na Figura 9 estão representados os IAH para cada espécie considerada, além daqueles para a abundância total e a riqueza de espécies. CC/064/005/

75 1,0 C. alburnus 1,0 B. iheringii 0,8 0,8 IAH 0,6 IAH 0,6 0,4 0,4 0,2 0,2 0,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 PROFUNDIDADE (M) 0, PROFUNDIDADE (M) 1,0 A. henseli 1,0 D. speculiferum 0,8 0,8 IAH 0,6 IAH 0,6 0,4 0,4 0,2 0,2 0, PROFUNDIDADE (M) 0, PROFUNDIDADE (M) 1,0 H. punctulatus 1,0 Abundância 0,8 0,8 IAH 0,6 IAH 0,6 0,4 0,4 0,2 0,2 0, PROFUNDIDADE (M) 0, PROFUNDIDADE (M) 1,0 Riqueza IAH 0,8 0,6 0,4 0,2 0, PROFUNDIDADE (M) Figura 9. Índice de aptidão de habitat (IAH) em relação a profundidade para as principais espécies de peixes, abundância total e riqueza de espécies da assembléia de peixes capturada na alça de vazão da UHE Castro Alves. CC/064/005/

76 Velocidade O IAH para a velocidade foi obtido de maneira similar ao da profundidade, ajustando, também, o modelo exponencial negativo, linearizado através de transformação logarítmica (log 10 ) para as duas variáveis (Tab. 3). O ajuste para esta variável foi mais simples que o verificado para a profundidade, uma vez que a variabilidade da variável foi menor. Tabela 3. Parâmetros e inclinações dos modelos lineares (log10 Y = a+blog10 X) ajustados as dados de velocidade (transformados em log10) e abundância das espécies (transformadas em log10 abundância +1, devido a presença de zeros), abundância total e riqueza de espécies (transformadas em log10). Variáveis Parâmetros (a) Inclinações (b) Cyanocharax alburnus 0, ,83824 Bryconamericus iheringii 0, ,95708 A. henseli 0, ,01346 D. speculiferum -0, ,24561 H. punctulatus 0, ,93014 Abundância total 2, ,39960 Riqueza de espécies 0, , Assim, os valores de IAH apresentados na Figura 10 representam toda a variação da velocidade da água nos locais amostrados. Todas as espécies consideradas preferiram locais onde a velocidade da água foi baixa, cabendo ressaltar a preferência de D. speculiferum para locais onde a velocidade não foi tão elevada. 1,0 C. alburnus 1,0 B. iheringii 0,8 0,8 IAH 0,6 IAH 0,6 0,4 0,4 0,2 0,2 0,0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 VELOCIDADE (M/S) 0,0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 VELOCIDADE (M/S) 1,0 A. henseli 1,0 D. speculiferum 0,8 0,8 IAH 0,6 0,4 0,2 0,0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 VELOCIDADE (M/S) IAH 0,6 0,4 0,2 0,0 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 VELOCIDADE (M/S) CC/064/005/

77 1,0 H. punct ulatus 1,0 Abundância 0,8 0,8 IAH 0,6 IAH 0,6 0,4 0,4 0,2 0,2 0,0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 VELOCIDADE (M/S) 0,0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 VELOCIDADE (M/S) 1,0 Riqueza 0,8 IAH 0,6 0,4 0,2 0,0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 VELOCIDADE (M/S) Figura 10. Índice de aptidão de habitat (IAH) em relação à velocidade para as principais espécies de peixes, abundância total e riqueza de espécies da assembléia de peixes capturada no rio das Antas. Substrato Lembrar que para efeito de calculo do IAH, seguindo a análise e padronização em relação aos estudos feitos pela Walm Ambiental, as categorias de substrato foram agrupadas em: i) Matacão (rochoso irregular); ii) Rocha (rochoso regular); iii) Seixo (Cascalho); iv) Solo ( arenoso, areno-lodoso); e v) Solo + rocha (rocha + areia, rocha + argila). A obtenção do IAH para os diferentes substratos, foi baseada em histogramas de freqüência (não apresentados aqui devido a existência de cinco categorias de substrato). Nesta abordagem, o IAH é determinado dividindo-se a abundância da espécie ou a riqueza de espécies pelo maior valor observado, transformando todos os valores para a escala de 0 a 1. Ou seja, a maior abundância fica com valor máximo e as demais são corrigidas em função desta (Tab. 4). O maior valor do IAH para C. alburnus, B. iheringii, A. henseli e D. speculiferum no solo, para H. punctulatus no matacão. Já a abundância total e a riqueza de espécies, que representam o conjunto das espécies de peixes, o maior IAH foi registrado para o substrato solo e matacão, respectivamente, demonstrando a importância destes para a região. CC/064/005/

78 Tabela 4. Índice de aptidão de habitat (IAH) em relação ao substrato para as principais espécies de peixes, abundância total e riqueza de espécies da assembléia de peixes capturada no rio das Antas (C. alb: C. alburnus; B.ihe: B. iheringii; A.hen: A. henseli; D.spe: D. speculiferum; H.pun: H. punctulatus; Abun: Abundância total; S: riqueza de espécies Substrato C. alb B.ihe A. hen D.spe Hpun Abun S MATA 0,48 0,83 0,94 0,56 1,00 0,72 1,00 ROCHA 0,20 0,47 0,33 0,26 0,58 0,33 0,59 SEIXO 0,09 0,65 0,11 0,00 0,15 0,18 0,52 SOLO+ROCHA 0,21 0,98 0,91 0,34 0,76 0,60 0,77 SOLO 1,00 1,00 1,00 1,00 0,06 1,00 0,82 CONSIDERAÇÕES FINAIS As informações contidas neste relatório parcial foram obtidas com a finalidade específica de subsidiar os estudos de avaliação dos efeitos de redução de vazão sobre as assembléias de peixes a jusante da barragem da UHE Castro Alves, em desenvolvimento pela Walm Ambiental. Neste contexto, o foco dos estudos foi a estimativa dos valores do Índice de Aptidão de Habitat, baseado na distribuição das principais espécies, considerando diferentes categorias de profundidade, velocidade e substrato. Para minimizar o efeito das diferentes seletividades dos aparelhos de pesca, estes foram padronizados em todos os segmentos amostrados. Aparentemente, a inclusão de áreas mais profundas pareceu mais realístico, devido a possibilidade de fuga dos peixes em baixa profundidade. Para os diversos substratos, o agrupamento parece ter favorecido a categoria solo, pois nela foram agrupadas as áreas com argila e areia. No relatório final, será feita uma comparação entre as categorias de substrato usadas pela Walm e pela Limnobios. CC/064/005/

79 3. PROGRAMA DE SALVAMENTO, RESGATE E MONITORAMENTO DA FAUNA 3.1. Descrição dos trabalhos desenvolvidos Resgate de Fauna durante o Desmatamento da UHE 14 de Julho Nos meses de julho e agosto foi dada continuidade ao acompanhamento do desmatamento na área do reservatório da UHE 14 de Julho, sendo realizados resgates quando necessário Monitoramento da Fauna Terrestre pós-enchimento na UHE Castro Alves Entre os dias 21 e 25 de julho, foi realizada a segunda campanha de monitoramento de fauna terrestre no período pós-enchimento da UHE Castro Alves. A seguir é apresentado o relatório referente a esta campanha Materiais e Métodos A segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre ocorrente na área de influência da UHE Castro Alves, após o enchimento do reservatório, foi realizada entre os dias 21 e 25 de julho de As amostragens foram realizadas nas áreas de influência do empreendimento, incluindo as margens do rio das Antas e as áreas de preservação permanente. As coordenadas geográficas dos pontos de amostragem foram obtidas através da utilização de aparelhos GPS (Global Positioning System) modelo Garmin V. Todos os pontos apresentados neste relatório encontram-se no sistema de coordenadas UTM (Universal Transverse Mercator) zona 22J, datum SAD69. Considerando-se o fato de que as condições climáticas podem influenciar a atividade de alguns grupos animais, são apresentados na tabela 1 as condições do tempo e os índices pluviométricos registrados na região de inserção do empreendimento durante o período de amostragens (fonte: DEFESA CIVIL/RS). Tabela 1. Condições do tempo e índices pluviométricos registrados na região de inserção da UHE Castro Alves, no rio das Antas, entre os dias 21 e 25 de julho de Data Condições do tempo * Índices pluviométricos (mm) * 21/07/2008 parcialmente nublado /07/2008 chuva fraca /07/2008 nublado /07/2008 nublado /07/2008 tempo bom 0.0 * Condições do tempo e índices pluviométricos registrados para o Município de Veranópolis, RS (fonte: DEFESA CIVIL/RS). CC/064/005/

80 Para cada grupo de fauna avaliado (anfíbios, répteis, aves e mamíferos) foram utilizadas metodologias específicas e esforço amostral condizente com as necessidades. Para uma melhor amostragem dos ambientes ribeirinhos, foram efetuados deslocamentos embarcados ao longo do reservatório durante todos os dias de estudo. Durante este estudo, sempre que possível, procurou-se repetir os pontos de amostragem e o esforço amostral das campanhas anteriores. A seguir, são detalhados os métodos utilizados para cada grupo faunístico. Anfíbios Duas metodologias, ambas descritas em HEYER et al. (1994), foram adotadas durante o monitoramento da fauna de anfíbios: o método de censo por encontros visuais (visual encounter survey - VES) e o método das transecções auditivas (audio strip transect - AST). Ambas as metodologias foram utilizadas em transecções limitadas por tempo, na qual duas pessoas realizaram buscas ativas diurnas (total de 24 horas) e noturnas (total de 9 horas). De acordo com o método do censo por encontros visuais (VES), foram verificados possíveis abrigos e microambientes normalmente utilizados pelos anfíbios, assim como troncos, pedras, corpos d'água lênticos e lóticos (temporários e permanentes), bromélias, gravatás e serrapilheira, entre outros. No método das transecções auditivas (AST) foram registradas as espécies em atividade de vocalização nos pontos de amostragem pré-estabelecidos da área estudada. As amostragens noturnas ocorreram em três oportunidades, nas três primeiras horas após o pôr do sol, já que esse é o período no qual a maioria das espécies de anuros costumam vocalizar. Com relação à campanha anterior (BIOLAW, 2008), realizada em fevereiro de 2008, foram amostrados os mesmos pontos (tabela 2), tendo-se observado um maior volume d'água nesses locais, com o surgimento de muitos corpos d'água temporários lênticos e lóticos que antes não estavam disponíveis. A nomenclatura e a classificação das espécies foram baseadas em FROST (2008) e em SBH (2007a). Tabela 2. Pontos de amostragem de anfíbios nas áreas de influência da UHE Castro Alves, no rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pós-enchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de Ponto Coordenadas UTM 22J Tipo de ambiente P / arroio P / arroio P / arroio Répteis A metodologia utilizada para o monitoramento da fauna de répteis foi a transecção limitada por tempo, na qual duas pessoas realizaram buscas ativas diurnas (total de 24 horas) e noturnas (total de 9 horas). Com o objetivo de minimizar possíveis erros metodológicos, buscou-se a padronização das áreas percorridas, do período de amostragem e do esforço humano em relação à campanha realizada em fevereiro de 2008, a primeira após o enchimento do reservatório (BIOLAW, 2008). Durante as transecções, foram verificados prováveis abrigos rochas, troncos caídos, entulhos, entre outros com o fim de encontrar animais entocados. Tendo em vista o registro CC/064/005/

81 de animais em atividade, foram realizadas caminhadas silenciosas, principalmente em áreas de mata. As atividades de campo realizadas no período noturno ocorreram nos mesmos pontos utilizados para o monitoramento da fauna de anfíbios (tabela 2). O ambiente terrestre foi mais intensamente amostrado, abrangendo áreas abertas e florestais. Adicionalmente, o ambiente aquático foi amostrado através de observações realizadas a partir da margem e da realização de buscas embarcadas ao longo do reservatório. Como metodologia complementar, realizou-se a verificação das vias de acesso entre os locais de amostragem. A nomenclatura e a classificação das espécies seguiram SBH (2007b) e a bibliografia consultada para auxiliar na identificação dos animais foi LEMA (2002) e ACHAVAL & OLMOS (2007). Aves A comunidade de aves presente na área de estudo foi amostrada qualitativa e quantitativamente. Amostragens quantitativas foram realizadas em 22 pontos de contagem, espalhados pela margem direita do rio das Antas. Para permitir comparações com o monitoramento anterior (BIOLAW, 2008), a nomenclatura dos pontos de amostragem foi mantida a mesma (tabela 3). Cada ponto de contagem foi definido como o centro de um círculo imaginário com raio de 25 m, no interior do qual era feito o registro de todas as aves presentes no momento da contagem (auditiva ou visualmente). A distância mínima entre um ponto e outro foi de 200 m. As contagens foram conduzidas pela manhã, iniciando aproximadamente ao nascer do sol. Cada contagem teve a duração de dez minutos, iniciados a partir da chegada do observador ao centro do ponto. A abundância de cada espécie foi calculada através do Índice Pontual de Abundância (IPA) que é igual ao número de contatos obtidos dividido pelo número de pontos de contagem, sendo nesse caso n/22. A taxonomia e os nomes vulgares das aves listadas seguiram as orientações de CBRO (2007), exceto para Poospiza cabanisi que segue (ASSIS et al. 2007). Espécies ameaças de extinção foram consideradas nos níveis regional (MARQUES et al., 2002), nacional (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2003) e global (IUCN, 2007). Tabela 3. Pontos de contagem de aves nas áreas de influência da UHE Castro Alves, no rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pós-enchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de Pontos de contagem Coordenadas UTM 22J P / P / P / P / P / P / P / P / P / P / P / CC/064/005/

82 Pontos de contagem Coordenadas UTM 22J P / P / P / P / P / P / P / P / P / P / P / Mamíferos O monitoramento da fauna de mamíferos foi conduzido através da utilização de metodologias variadas, de maneira a contemplar a variação de tamanho corpóreo, os diferentes hábitos de vida e as preferências de hábitats dos mamíferos não-voadores com ocorrência confirmada e potencial para a região de amostragem. Foram mantidos os mesmos pontos amostrados na campanha anterior (tabela 4). Tabela 4. Pontos de amostragem de mamíferos não-voadores nas áreas de influência da UHE Castro Alves, no rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pós-enchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de Ponto Coordenadas UTM 22J P / P / P / P / P / Quatro métodos foram aplicados, totalizando cerca de 70 horas de esforço amostral: - busca por vestígios: foram realizadas buscas por pegadas, material fecal, tocas, carcaças e demais vestígios indiretos de mamíferos de médio/grande porte nos cinco pontos amostrais, com esforço amostral igualmente dividido entre os pontos. A identificação dos vestígios referentes aos felinos baseou-se em OLIVEIRA & CASSARO (2005), enquanto que para os demais mamíferos utilizou-se BECKER & DALPONTE (1991) e TRAVI & GAETANI (1985). CC/064/005/

83 - contato visual: foram realizados percursos noturnos com a utilização de farol de milha ( velas) buscando a visualização de espécimes. As rotas noturnas tiveram um total de 200 km percorridos de automóvel e de barco, abrangendo todos os pontos de amostragem de modo a compreender o maior número de hábitats e contemplar os táxons de comportamento florestal e semi-aquático. Além disso, também foram considerados os avistamentos acidentais durante a execução de outras metodologias. - armadilhas fotográficas: quatro armadilhas fotográficas foram instaladas, totalizando 12 armadilhas-noite distribuídas pelos cinco pontos de amostragem. - armadilhas live traps: para a amostragem de mamíferos de pequeno porte foram utilizadas 75 armadilhas modelo Sherman (dimensões de 30 x 8 x 8 cm) e 30 armadilhas modelo Tomahawk (22 x 9 x 9 cm). A fim de contemplar todo o espectro trófico do grupo sob questão, as iscas oferecidas variaram entre uma combinação de frutas, pasta de amendoim e óleo de peixe. Foram dispostas 35 armadilhas (com espaçamento de 10 metros entre as unidades amostrais) em diferentes estratos em cada um dos pontos P31, P32 e P34, totalizando um esforço amostral de 315 armadilhas-noite. As armadilhas foram instaladas no final da tarde e revisadas pela manhã, de acordo com metodologia descrita em CADERMARTORI (2005). Os pequenos mamíferos capturados foram sexados e examinados quanto à presença ou ausência de vestígios reprodutivos, segundo McCRAVY & ROSE (1992). A identificação dos espécimes pertencentes ao gênero Akodon baseou-se em caracteres morfológicos, segundo metodologia descrita em CHRISTOFF et al. (2000). A freqüência de ocorrência das espécies encontradas nesta campanha foi determinada pela razão entre o número de pontos em que a espécie foi registrada e o total de pontos amostrados, tendo sido consideradas incomuns nesta amostragem as espécies com freqüência entre 0-33%; comuns, entre 34-66% e abundantes, entre %. Vale ressaltar que o cálculo foi realizado separadamente para pequenos mamíferos (três pontos de amostragem) e para as espécies de médio e grande porte (cinco pontos de amostragem) e levando-se em consideração que o esforço amostral para os diferentes grupos foi igual em todos os pontos. Os níveis de ameaça regional e nacional das espécies seguiram FONTANA et al. (2003) e MACHADO et al. (2005), respectivamente. Os nomes comuns são listados conforme SILVA (1994), enquanto que a seqüência filogenética e a ordenação taxonômica seguem WILSON & REEDER (2006) Resultados e Discussão Anfíbios Na atual campanha foram registradas dez espécies de anfíbios anuros, pertencentes a seis famílias distintas (tabela 5): Rhinella icterica e Melanophryniscus simplex, da família Bufonidae; Dendropsophus minutus, Scinax granulatus e Scinax fuscovarius, da família Hylidae; Leptodactylus ocellatus, da família Leptodactylidae; Physalaemus cuvieri e Physalaemus lisei, da família Leiuperidae; Elachistocleis bicolor, da família Microhylidae e Lithobates catesbeianus, da família Ranidae. Duas espécies tiveram seu primeiro registro na atual campanha: o sapinho-de-barrigavermelha (Melanophryniscus simplex) e a perereca-de-banheiro (Scinax granulatus). CC/064/005/

84 Tabela 5. Espécies de anfíbios registradas nas áreas de influência da UHE Castro Alves, no rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pós-enchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de ANURA BUFONIDAE Taxa 1 Tipo de registro (número de Nome comum indivíduos) Rhinella icterica sapo-cururu VES (17) Melanophryniscus simplex HYLIDAE 2 sapinho-de-barrigavermelha VES (5) Dendropsophus minutus perereca-guria AST (6) Scinax fuscovarius perereca-de-banheiro VES (7) Scinax granulatus perereca-de-banheiro VES (1) LEPTODACTYLIDAE Leptodactylus ocellatus rã-crioula VES (1) LEIUPERIDAE Physalaemus cuvieri rã-cachorro VES (1) Physalaemus lisei rã-mosquito VES (8) MICROHYLIDAE Elachistocleis bicolor sapinho-guarda VES (1) RANIDAE Lithobates catesbeianus 3 rã-touro VES (2) Legenda: VES = levantamento por encontros visuais; AST = método das transecções auditivas. 1 Segundo FROST (2007) e SBH (2007a). 2 Espécie ameaçada de extinção na categoria deficiência de dados (IUCN, 2008). 3 Espécie exótica. O registro da perereca-de-banheiro (Scinax granulatus) se deu através do encontro de um indivíduo entocado ao lado de uma estrada não asfaltada, próximo a moradias ( / ). Trata-se de uma espécie relativamente comum no Estado e que comumente pode ser registrada em áreas urbanas (ACHAVAL & OLMOS, 2007). Outra espécie desse gênero, de hábitos e de morfologia muito similares, foi registrada na atual campanha. Foram encontrados seis indivíduos de Scinax fuscovarius, também chamada de perereca-de-banheiro, em baixo de pedras em afloramentos rochosos de áreas abertas, entre os pontos / , / , / e / Além desses, um indivíduo foi avistado atravessando uma via de acesso ao barramento ( / ). CC/064/005/

85 A rã-crioula (Leptodactylus ocellatus) e o sapinho-guarda (Elachistocleis bicolor) são espécies comuns no Estado e freqüentemente podem ser encontradas em ambientes alterados. A primeira foi encontrada em local próximo a um córrego temporário ( / ), e o segundo ao lado de uma via de acesso ao reservatório, ambos em repouso embaixo de pedras. Duas espécies do gênero Physalaemus foram registradas na atual campanha. Um indivíduo da rã-cachorro (Physalaemus cuvieri) foi encontrado embaixo de pedras nas proximidades de moradias ( / ), enquanto que a rã-mosquito (Physalaemus lisei, figura 1) foi encontrada em abundância nas proximidades do ponto P2 ( / ). Essa espécie habita áreas úmidas em florestas, sendo comumente encontrada em florestas secundárias ou borda de matas dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (KWET & DI- BERNARDO, 1999). Figura 1. Indivíduo de rã-mosquito (Physalaemus lisei) registrado na área de influência da UHE Castro Alves, no rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pós-enchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de O sapinho-de-barriga-vermelha (Melanophryniscus simplex, figura 2) pertence ao grupo tumifrons do gênero Melanophryniscus e foi descrito por CARAMASCHI & CRUZ (2002). Sua distribuição é pouco conhecida, sendo oficialmente registrada apenas para a localidade-tipo (Município de São Joaquim, Estado de Santa Catarina) e na Estação Ecológica Estadual Aratinga, no Município de São Francisco de Paula, Estado do Rio Grande do Sul (FROST, 2008), sendo que o presente registro (Município de Nova Roma do Sul) amplia sua área de ocorrência neste Estado. Ademais, COLOMBO et al. (2007) acreditam que a distribuição de Melanophryniscus simplex e de Melanophryniscus tumifrons (outra espécie morfologicamente bastante similar) sejam muito próximas, sendo provável que aquela espécie apresente-se amplamente distribuída em ambos os estados na qual ocorre. Os cinco indivíduos de sapinho-de-barriga-vermelha (Melanophryniscus simplex) registrados nesta campanha foram encontrados entre rochas próximas a vias de acesso ao barramento e nas proximidades de riachos temporários, provavelmente formados devido às chuvas ( / , / , / , / e / ). CC/064/005/

86 Segundo BALDO & BASSO (2004) e COLOMBO et al. (2007) esse é o tipo de ambiente no qual Melanophryniscus simplex reproduz. Durante a presente campanha, no entanto, não foram encontrados indivíduos vocalizando ou em amplexo. COLOMBO et al. (2007) ressaltam que, diferentemente de outras espécies do gênero, Melanophryniscus simplex apresenta hábitos reprodutivos noturnos. Durante esta amostragem apenas um indivíduo foi encontrado durante a noite, deslocando-se no folhiço. Os outros quatro indivíduos estavam entocados embaixo de pedras e foram registrados durante buscas diurnas. Provavelmente os resultados aqui encontrados corroboram a hipótese levantada no estudo citado, de que a espécie tem hábito noturno. A B Figura 2. Indivíduo de sapinho-de-barriga-vermelha (Melanophryniscus simplex) registrado na área de influência da UHE Castro Alves, no rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pós-enchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de A) vista dorsal; B) vista ventral. Três espécies de Melanophryniscus encontram-se presentes em listas de espécies ameaçadas no Rio Grande do Sul, sobretudo devido à perda do habitat. COLOMBO et al. (2007) acreditam que o mesmo deva ocorrer com Melanophryniscus simplex, uma vez que seu hábitat vem sendo ameaçado por diversos tipos de impacto antrópico, incluindo a silvicultura com espécies exóticas (árvores do gênero Pinus) e a pecuária. Esta espécie foi considerada deficiente em dados pela IUCN (2008), devido à escassez do conhecimento acumulado sobre ela. A perereca-guria (Dendropsophus minutus) foi a única espécie registrada em atividade de vocalização durante a presente amostragem. Cinco indivíduos vocalizaram durante a noite, sendo três próximos ao ponto P2 ( / ) e dois próximos ao ponto P1 ( / ). Além disso, um indivíduo vocalizou durante o dia em uma área aberta ( / ). Encontra-se amplamente distribuída pela América do Sul, ocorrendo comumente na borda de florestas e em áreas abertas, podendo também ser encontrada em áreas urbanas (FROST, 2008; LIMA et al., 2005). A exemplo do observado na campanha anterior (BIOLAW, 2008), o sapo-cururu (Rhinella icterica, figura 3) foi a espécie mais abundante, tendo sido encontrados 17 indivíduos. CC/064/005/

87 A maior parte dos indivíduos foram encontrados nas cercanias do barramento, embaixo de pedras em áreas muito próximas ( / , / , / , / , / , / , / , / e / ). Além disso, foi registrado um atropelamento no antigo canteiro de obras ( / ). O sapo-cururu pode ser encontrado em uma ampla variedade de ambientes no nordeste do Paraguai, na região de Missiones na Argentina e nas regiões central, sudeste e sul do Brasil, ocorrendo substancialmente em ambientes alterados. Figura 3. Indivíduos de sapo-cururu (Rhinella icterica) registrados na área de influência da UHE Castro Alves, no rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pós-enchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de A rã-touro (Lithobates catesbeianus) é uma espécie exótica, originária dos Estados Unidos da América, e que vem sendo introduzida em diversos países devido à atividade de ranicultura (PEREYRA et al., 2006). É uma espécie invasora que contribui significativamente para a degradação das comunidades nativas (ISSG, 2008) e que apresenta hábitos alimentares generalistas, podendo contribuir para a dispersão e transmissão de patógenos (PEREYRA et al., 2006; HANSELMANN et al. 2004). Durante o presente estudo, foram encontrados dois indivíduos dessa espécie. Ao longo das campanhas de monitoramento na área da UHE Castro Alves, a rã-touro (Lithobates catesbeianus) foi a espécie mais comumente encontrada, tendo sido registrada em sete das oito campanhas já realizadas. Após, aparecem o sapo-cururu (Rhinella icterica), registrado em seis campanhas, a perereca-guria (Dendropsophus minutus), a perereca-debanheiro (Scinax fuscovarius) e a rã-das-pedras (Limnomedusa macroglossa), registradas em cinco campanhas. A rã-das-pedras (Limnomedusa macroglossa) não foi registrada em nenhuma das duas campanhas de monitoramento na fase pós-enchimento, apesar de ter sido encontrada em cinco das seis campanhas da fase pré-enchimento. Essa espécie apresenta um alto grau de especificidade ambiental, em todas as fases de seu desenvolvimento, estando associada a ambientes pedregosos em cursos d'água lóticos. Com a formação do lago, esse tipo de hábitat deixou de existir, provavelmente prejudicando as populações da espécie anteriormente CC/064/005/

88 existentes no local. Ademais, vale ressaltar que, no Estado do Paraná, a rã-das-pedras é considerada criticamente em perigo de extinção, devido sobretudo à perda de habitat causada pela instalação de usinas hidrelétricas nos rios daquele estado (MIKICH & BERNILS, 2004). Répteis Apenas uma espécie de réptil foi registrada na atual campanha de monitoramento. Seis indivíduos da lagartixa-comum (Cercosaura schreibersii, figura 4) foram encontrados embaixo de pedras em afloramentos rochosos de áreas abertas ( / , / , / , / ). Esse pequeno lagarto semifossório pode ser encontrado em abundância nesse tipo de hábitat (ACHAVAL & OLMOS, 2003) e apresenta ampla distribuição geográfica, sendo considerada a espécie de lagartixa mais comum do sul do Brasil (LEMA, 1994; LEMA, 2002). Além disso, foi encontrado um ninho de serpente com três ovos já eclodidos embaixo de pedras, na borda da mata ciliar de um arroio ( / ). No entanto, como a literatura sobre ovos de serpentes é escassa, não foi possível identificar a qual espécie ou família a desova pertencia. Até o momento, oito espécies de répteis foram encontradas na área de influência da UHE Castro Alves. Algumas serpentes de hábito semi-arborícola, como a parelheira (Philodryas patagoniensis), a caninana (Spilotes pullatus) e a cobra-espada (Tomodon dorsatus), foram registradas apenas nas primeiras campanhas de monitoramento. Figura 4. Indivíduo de lagartixa-comum (Cercosaura schreibersii) registrado na área de influência da UHE Castro Alves, no rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pós-enchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de A lagartixa-comum (Cercosaura schreibersii) e o lagarto-do-papo-amarelo (Tupinambis merianae) foram as espécies mais freqüentemente registradas nas campanhas de monitoramento, tendo sido encontradas em 50% das amostragens (quatro campanhas). Todas as outras espécies foram registradas apenas uma vez. CC/064/005/

89 A dificuldade de amostragem da fauna de répteis em formações florestais tende a ser maior do que em formações abertas, principalmente durante o inverno, quando normalmente os animais encontram-se inativos. Espécies que usam áreas abertas são, portanto, mais fáceis de serem encontradas. Além disso, a destruição e/ou fragmentação do hábitat costumam afetar mais as espécies de hábito exclusivamente silvícolas (RODRIGUES, 2005), tornando seu registro ainda mais dificultoso. Portanto, é de se esperar o predomínio de registro de espécies que habitam áreas abertas e / ou matas secundárias. 1 Tabela 6. Espécies de répteis registradas nas áreas de influência da UHE Castro Alves, no rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pós-enchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de Táxon Nome comum Número de indivíduos SQUAMATA SAURIA GYMNOPHTALMIDAE Cercosaura schreibersii lagartixa-comum 6 Segundo SBH (2007b). Aves Durante a presente amostragem foram registradas 83 espécies de aves (tabela 7). Dessas, duas ainda não haviam sido registradas em campanhas anteriores realizadas na área: o sabiádo-banhado (Embernegra platensis) e o vira-bosta (Molothrus bonariensis). Segundo BELTON (1994), ambas são espécies consideradas comuns e abundantes no Rio Grande do Sul. Das espécies registradas, duas constam como quase ameaçadas de extinção pela IUCN (2007): o pica-pau-dourado (Piculus aurulentus) e o cais-cais (Euphonia chalybea). As espécies mais abundantes durante a presente amostragem foram o pula-pula (Basileuterus culicivorus) e o tororó (Poecilotriccus plumbeiceps), com IPA = 0,32, seguidos pelo bico-chatode-orelha-preta (Tolmomyias sulphurescens) e o pula-pula-assobiador (Basileuterus leucoblepharus) com IPA = 0,27. Em relação à área amostrada, a maior parte das espécies apresentaram baixos valores de IPA, o que pode representar indícios de uma baixa qualidade ambiental (figura 5). No entanto, vale salientar que as amostragens foram sensivelmente prejudicadas pelas condições climáticas desfavoráveis ocorrentes no período de amostragem, incluindo chuvas e densos nevoeiros durante algumas manhãs n de espécies ,05 0,09 0,14 0,23 0,27 0,32 IPA Figura 5. Número de espécies, em cada classe de índice pontual de abundância (IPA), registradas através de pontos de escuta na área do reservatório da UHE Castro Alves, no rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pósenchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de CC/064/005/

90 De modo geral, pode-se afirmar que a avifauna registrada é composta, em sua maioria, por espécies comuns no Estado e de hábitats predominantemente florestais. Sendo assim, tornase prioritária a manutenção dos remanescentes florestais existentes ao longo das encostas do rio das Antas, de modo a manter uma área florestal contígua, a ponto de permitir a manutenção das populações existentes. O joão-pobre (Serpophaga nigricans), espécie típica de ambientes ribeirinhos, não foi detectado durante a presente campanha, apesar de ter sido procurada em ambientes característicos. No entanto, na campanha anterior (BIOLAW, 2008), realizada após o enchimento do reservatório, foram registrados dois indivíduos da espécie. Dada a especificidade de hábitat do joão-pobre, é esperado que a formação do lago afete negativamente suas populações. No entanto, apesar da ausência de contato durante esta amostragem, os registros realizados na campanha anterior sustentam que ainda é prematuro afirmar que a espécie desapareceu da área de influência do empreendimento, sendo necessárias mais campanhas para a constatação do grau de influência da formação do lago sobre suas populações. Tabela 7. Espécies de aves registradas nas áreas de influência da UHE Castro Alves, no rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pósenchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de Táxon Nome comum IPA TINAMIDAE Crypturellus obsoletus inhambuguaçu X THRESKIORNITHIADE Theristicus caudatus curicaca X CATHARTIDAE Cathartes aura urubu-de-cabeça-vermelha X Coragyps atratus urubu-de-cabeça-preta X ACCIPITRIDAE Rupornis magnirostris gavião-carijó X FALCONIDAE Caracara plancus carcará X Milvago chimachima carrapateiro X Falco sparverius quiriquiri X RALLIDAE Aramides saracura saracura-do-mato X CHARADRIIDAE Vanellus chilensis quero-quero X COLUMBIDAE Columbina picui rolinha-picui X Patagioenas picazuro pombão X Zenaida auriculata pomba-de-bando X Leptotila verreauxi juriti-pupu X CC/064/005/

91 Táxon 1 Nome comum IPA CUCULIDAE Piaya cayana alma-de-gato X CUCULIDAE Crotophaga ani anu-preto X Guira guira anu-branco X TYTONIDAE Tyto alba coruja-de-igreja STRIGIDAE Megascops sancataecatarinae corujinha-do-sul X TROCHILIDAE Stephanoxis lalandi beija-flor-de-topete 0,23 Leucochloris albicollis beija-flor-de-papo-branco X TROGONIDAE Trogon surrucura surucuá-variado X ALCEDINIDAE Megaceryle torquata martim-pescador-grande X RAMPHASTIDAE Ramphastos dicolorus tucano-de-bico-verde X PICIDAE Picumnus temminckii pica-pau-anão-de-coleira X Veniliornis spilogaster picapauzinho-verde-carijó 0,05 Piculus aurulentus pica-pau-dourado X Celeus flavescens pica-pau-de-cabeça-amarela X THAMNOPHILIDAE Batara cinerea matracão X Mackenziaena leachii borralhara-assobiadora X Thamnophilus caerulescens choca-da-mata 0,23 Dysithamnus mentalis choquinha-lisa 0,09 Drymophila malura choquinha-carijó X CONOPOPHAGIDAE Conopophaga lineata chupa-dente X RHINOCRYPTIDAE Scytalopus notorius tapaculo-preto X FORMICARIIDAE Chamaeza campanisona tovaca-campainha 0,05 Chamaeza ruficauda tovaca-de-rabo-vermelho X CC/064/005/

92 Táxon 1 Nome comum IPA DENDROCOLAPTIDAE Sittasomus griseicapillus arapaçu-verde 0,14 Dendrocolaptes platyrostris arapaçu-grande X Xiphorhynchus fuscus arapaçu-rajado X FURNARIIDAE Furnarius rufus joão de barro X Synallaxis ruficapilla pichororé 0,14 Synalaxis cinerascens pi-puí 0,05 Synallaxis spixi joão-teneném 0,09 Syndactyla rufosuperciliata trepador-quiete 0,09 Lochmias nematura joão-porca X Heliobletus contaminatus trepadorzinho X TYRANNIDAE Leptopogon amaurocephalus cabeçudo X Poecilotriccus plumbeiceps tororó 0,32 Phylloscartes ventralis borboletinha-do-mato 0,23 Tolmomyias sulphurescens bico-chato-de-orelha-preta 0,27 Platyrinchus mystaceus patinho 0,14 PIPRIDAE Chiroxiphia caudata tangará 0,09 TITYRIDAE Schiffornis virescens flautim 0,05 Pachyramphus castaneus caneleiro X VIREONIDAE Cyclarhis gujanensis pitiguari 0,05 Hylophilus poicilotis verdinho-coroado 0,05 HIRUNDINIDAE Pygochelidon cyanoleuca andorinha-pequena-de-casa X TROGLODYTIDAE Troglodytes musculus corruíra 0,05 MIMIDAE Mimus saturninus sabiá-do-campo X TURDIDAE Turdus rufiventris sabiá-laranjeira 0,05 Turdus amaurochalinus sabiá-poca X Turdus albicollis sabiá-coleira 0,09 CC/064/005/

93 Táxon 1 THRAUPIDAE Nome comum IPA Pyrrhocoma ruficeps cabecinha-castanha 0,05 Tachyphonus coronatus tiê-preto 0,09 Thraupis bonariensis sanhaçu-papa-laranja X Stephanophorus diadematus sanhaçu-frade 0,05 Pipraeidea melanonota saíra-viúva 0,05 EMBERIZIDAE Zonotrichia capensis tico-tico 0,14 Poospiza cabanisi quete 0,05 Sicalis flaveola canário-da-terra-verdadeiro X Embernegra platensis sabiá-do-banhado X CARDINALIDAE Saltator similis trinca-ferro-verdadeiro X Saltator maxillosus bico-grosso 0,09 Cyanocompsa brissonii azulão 0,05 PARULIDAE Parula pitiayumi mariquita 0,23 Basileuterus culicivorus pula-pula 0,32 Basileuterus leucoblepharus pula-pula-assobiador 0,27 ICTERIDAE Cacicus chrysopterus tecelão 0,09 Molothrus bonariensis vira-bosta X FRINGILLIDAE Carduelis magellanica pintassilgo X Euphonia chalybea cais-cais 0,09 Chlorophonia cyanea bandeirinha 0,05 Legenda: IPA = Índice Pontual de Abundância; X = espécies registradas apenas na amostragem qualitativa. 1 Segundo CBRO (2007), exceto Poospiza cabanisi, que segue (ASSIS et al., 2007). Mamíferos Durante as amostragens foram registradas em campo 15 espécies de mamíferos nãovoadores (tabela 8), das quais quatro (um cervídeo e três carnívoros) são citadas em listas de ameaça de extinção (FONTANA et al., 2003; MACHADO et al., 2005). É importante salientar o aumento significativo na riqueza de espécies desta amostragem com relação aos registros da primeira campanha de monitoramento pós-enchimento do reservatório (BIOLAW, 2008), no qual foram capturadas apenas espécies com grande tolerância a situações de estresse ambiental e espécies potencialmente colonizadoras de ambientes instáveis. CC/064/005/

94 Tabela 8. Espécies de mamíferos registradas nas áreas de influência da UHE Castro Alves, no rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pósenchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de Táxon ¹ Nome comum Tipo de registro Conservação RS BR DIDELPHIMORPHIA DIDELPHIDAE Didelphis albiventris gambá-de-orelha-brancvisual - rastro NA NA CINGULATA DASYPODIDAE Dasypus novemcinctus tatu-galinha visual - rastro NA NA RODENTIA CAVIIDAE Hydrochoerus hydrochaeris capivara visual rastro - fezena NA CRICETIDAE Akodon montensis rato-do-chão visual NA NA Akodon paranaensis - visual NA NA Akodon aff. serrensis - visual NA NA Euryoryzomys russatus rato-do-mato visual NA NA Oligoryzomys nigripes camundongo-do-mato visual NA NA Sooretamys angouya - visual NA NA CARNIVORA FELIDAE Leopardus tigrinus gato-do-mato-pequeno rastro VU VU CANIDAE Cerdocyon thous graxaim-do-mato visual rastro - fezena NA MUSTELIDAE Eira barbara irara Visual - rastro VU NA Lontra longicaudis lontra rastro - fezes VU QA PROCYONIDAE Procyon cancrivorus mão-pelada visual NA NA ARTIODACTYLA CERVIDAE Mazama gouazoubira veado-virá visual VU NA Mazama sp. veado rastro EP/CR NA/VU Legenda: RS = espécies ameaçadas no Rio Grande do Sul (FONTANA et al., 2003).; BR = espécies ameaçadas no Brasil (MACHADO et al., 2005); CR = Criticamente em perigo; EP = Em perigo; VU = Vulnerável; QA = Quase Ameaçada; DD = Deficiente em dados; NA = não ameaçada. 1 Segundo WILSON & REEDER (2006). 2 Segundo SILVA (1994). O veado-virá (Mazama gouazoubira) utiliza bordas de matas e áreas campestres (MÄHLER JR. & SCHNEIDER, 2002) e teve ocorrência confirmada nesta campanha através do exame dos caracteres crânio-dentários (baseados em ROSSI, 2000) de um macho encontrado morto no ponto P31. O avançado estágio de decomposição da carcaça impossibilitou um exame mais detalhado, porém não é afastada a hipótese do animal ter sido caçado ou atacado por cães domésticos. O crânio foi coletado e depositado na coleção de mamíferos do Museu de Ciências Naturais da Universidade Luterana do Brasil/Canoas. CC/064/005/

95 Além disso, foram encontrados diversos rastros de veado (Mazama sp.) ao longo das áreas de amostragem. Como a diferenciação dos rastros em cervídeos é imprecisa, não se descarta a ocorrência de outras duas espécies desse gênero para região: o veado-mateiro (Mazama americana) e o veado-poca (Mazama nana), classificados como em perigo e criticamente em perigo, respectivamente, em FONTANA et al. (2003). Entre os carnívoros, o gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus) apresenta porte e proporções corporais semelhantes às do gato-doméstico, sendo a menor espécie de felino silvestre do Brasil (OLIVEIRA & CASSARO, 2005). Ocorre em grande parte do território brasileiro, atingindo o seu limite sul de distribuição no nordeste do Planalto Riograndense, sendo considerado o felino típico das formações florestais dessa região. A espécie é considerada vulnerável em níveis regional e nacional de ameaça de extinção. Sua presença foi registrada através de pegadas encontradas no ponto P34. Mesmo sem fundamentação científica, carrega a má fama de ser nocivo às criações de aves domésticas, sendo freqüentemente caçado. Concomitantemente, os atropelamentos em rodovias são causas de mortalidade que precisam ser avaliadas. A lontra (Lontra longicaudis) é uma das espécies enquadradas como ameaçada de extinção que teve sua ocorrência confirmada através de fezes e de pegadas encontradas nos pontos P31, P33 e P35. Indivíduos dessa espécie marcam o território depositando fezes e muco anal com odor característico em locais conspícuos nas margens dos rios. Provavelmente a espécie é abundante ao longo do curso do rio das Antas, mas por ocorrer naturalmente em baixas densidades e por ter pouca mobilidade (quando comparada aos carnívoros terrestres), poderá haver um decréscimo populacional na área do reservatório se a alteração no regime de vazão das águas provocar alterações drásticas na composição da ictiofauna, já que a disponibilidade de alimentos e abrigos são fatores determinantes para sua presença (INDRUSIAK & EIZIRIK, 2003). A espécie é considerada vulnerável no Estado e quase ameaçada nacionalmente. A irara (Eira barbara) é um carnívoro tipicamente florestal e que teve presença confirmada nesta campanha através da visualização de um indivíduo no ponto P33. A espécie é considerada vulnerável no Estado e acredita-se que tenha sofrido grande decréscimo populacional em conseqüência dos desmatamentos, aliado aos atropelamentos em rodovias e à caça motivada por prejuízos a avicultores e apicultores (INDRUSIAK & EIZIRIK, 2003). Com relação às freqüências de ocorrência de espécies de médio e de grande porte nesta campanha, destaca-se a capivara (Hydrochoerus hydrochaeris), por ter apresentado maior freqüência de ocorrência e maior número de avistamentos nos pontos amostrados. Essa espécie foi considerada abundante durante a presente amostragem (FO=100%) e parece ser o mamífero de médio/grande porte que vem obtendo maior vantagem em relação às modificações no habitat. O graxaim-do-mato (Cerdocyon thous), a lontra (Lontra longicaudis), o veado-virá (Mazama gouazoubira) e o gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris) foram considerados comuns nesta campanha (tabela 9). CC/064/005/

96 Tabela 9. Freqüências de ocorrência (FO) de mamíferos de médio e de grande porte registrados nas áreas de influência da UHE Castro Alves, no rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pós-enchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de Táxon ¹ P31 P32 P33 P34 P35 FO Categoria 2 DIDELPHIMORPHIA DIDELPHIDAE Didelphis albiventris X - - X - 40% comum CINGULATA DASYPODIDAE Dasypus novemcinctus X % incomum RODENTIA CAVIIDAE Hydrochoerus hydrochaeris X X X X X 100% abundante CARNIVORA FELIDAE Leopardus tigrinus X - 20% incomum CANIDAE Cerdocyon thous X - X X - 60% comum MUSTELIDAE Eira barbara - - X % incomum Lontra longicaudis X - - X X 60% comum PROCYONIDAE Procyon cancrivorus ARTIODACTYLA CERVIDAE Mazama gouazoubira 4 X - X X - 60% comum Riqueza de espécies (N) Riqueza de espécies (%) , Legenda: P = pontos de amostragem; FO = freqüência de ocorrência. 1 Segundo WILSON & REEDER (2006). 2 Categorias de ocorrência nesta campanha. 3 Registro fora dos pontos de amostragem ( / ). 4 Riqueza mínima das espécies registradas nos pontos de amostragem, considerando os registros de Mazama sp. como pertencente ao táxon com ocorrência confirmada Mazama gouazoubira. CC/064/005/

97 O mão-pelada (Procyon cancrivorus) foi visualizado na área de influência da UHE Castro Alves, porém a jusante do barramento, onde o rio das Antas ainda mantém características lóticas ideais para a conservação dos macro-invertebrados aquáticos utilizados como recurso alimentar pela espécie. Sua ausência a montante pode ser reflexo de algum tipo de estresse resultante das atuais mudanças físicas da paisagem. Essa espécie apresenta grande plasticidade em relação ao uso do habitat, sendo um dos poucos carnívoros não presente em listas de ameaça no Estado (INDRUSIAK & EIZIRIK, 2003). Com relação aos mamíferos de pequeno porte, seis espécies foram capturadas (tabela 10), com destaque para a captura de três indivíduos de Akodon aff. serrensis (figura 6), cuja a identificação preliminar foi possível através do exame de caracteres morfológicos externos (sensu CHRISTOFF et al., 2000). Porém, devido ao caráter críptico do gênero Akodon, é necessário um exame mais detalhado, incluindo aspectos genéticos para a confirmação segura deste táxon, o que resultaria no primeiro registro confirmado da espécie para o Rio Grande do Sul (Alexandre Christoff, comunic. pess.). O roedor Akodon paranaensis, por sua vez, foi recentemente descrito e ocorre em áreas de floresta com araucária e campos dos três estados do sul do Brasil (CHRISTOFF et al., 2000). Essa espécie foi a mais abundante (43%) nesta campanha e, junto com o rato-do-mato (Euryoryzomys russatus) e o camundongo-do-mato (Oligoryzomys nigripes), foram consideradas freqüentes em todos os pontos amostrados. Tabela 10. Espécies de pequenos mamíferos capturados (e respectivas abundância relativa e freqüência de ocorrência) nas áreas de influência da UHE Castro Alves, no rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pósenchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de Táxon ¹ n AR (%) Proporção M:F V.R. P31 P32 P34 FO Categoria (n) (%) (n) (%) RODENTIA CRICETIDAE Akodon montensis 1 2,4 1:00 100:0 0 0 X ,3 incomum Akodon paranaensis :4 77,8:22,2 5 27,8 X X X 100 abundante Akodon aff. serrensis 3 7 2:1 66,7:33, X 33,3 incomum Oligoryzomys nigripes 10 23,8 8:2 80: X X X 100 abundante Sooretamys angouya 1 2,4 0:1 0: X - 33,3 incomum Euryoryzomys russatus 9 21,4 7:2 77,8:22, X X X 100 abundante Total :10 76,2:23,8 7 16, Sucesso de captura (%) 13, ,1 11,4 10,5 - - Legenda: n = número de indivíduos capturados; AR = abundância relativa; M = machos; F = fêmeas; V.R. = vestígios reprodutivos; P = pontos de amostragem; FO = freqüência de ocorrência. 1 Segundo WILSON & REEDER (2006). 2 Categorias de ocorrência nesta campanha. CC/064/005/

98 Figura 6. Indivíduo de Akodon aff. serrensis registrado na área de influência da UHE Castro Alves, no rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pósenchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de O ponto P31 obteve maior sucesso de captura (18,1%) durante esta campanha. No entanto, o sucesso de captura neste ponto, bem como o sucesso de captura total (13,33%), foi prejudicado devido à intervenção de um casal de graxaim-do-mato (Cerdocyon thous), que predou vários indivíduos já capturados nas armadilhas (figura 7). Dentre os indivíduos de pequeno porte capturados através de armadilhamento, 76,2% eram machos e 23,8% fêmeas (tabela 10). Os espécimes que apresentavam vestígios reprodutivos, como testículos escrotados ou vagina perfurada, representaram apenas 16,67% da amostra. Apesar da grande pressão historicamente exercida pela caça furtiva, conforme constatado durante os trabalhos de campo e confirmado através de conversas informais com os moradores locais, as espécies de mamíferos da região de inserção da UHE Castro Alves aparentemente conseguiram manter suas populações devido ao relevo acidentado da região, que dificulta o acesso às matas. Além disso, as características do rio das Antas antes do enchimento do reservatório, que o tornavam impróprio à navegação, limitavam em parte a ocupação humana, criando refúgios ideais para a conservação das espécies. A perda de habitat, causada pela formação do lago, poderá ter como conseqüência o deslocamento de espécies para áreas mais próximas às colônias e áreas urbanas, aumentando a probabilidade de ocorrência de impactos como atropelamentos e caça. Por outro lado, uma correta implementação das áreas de preservação permanente (APP) poderá garantir à fauna local um refúgio valioso, caso essas áreas sejam fiscalizadas contra a caça e a pesca predatórias. O uso de áreas alteradas por espécies ameaçadas pode ser reflexo da perda dos hábitats florestais preservados e antigamente disponíveis nas margens do rio das Antas. O uso atual do antigo canteiro de obras, das estradas intermunicipais e das estradas de desmatamento expõe os mamíferos a atritos com a comunidade local. A presença de mamíferos em áreas de fácil acesso a humanos contribui para o aumento da caça ilegal de espécies cinegéticas, como os veados (Mazama spp.), o tatu-galinha (Dasypus novemcinctus) e a capivara (Hydrochoerus hydrochaeris), bem como a caça aplicada como forma de controle aos predadores como o gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus) e a irara (Eira barbara), normalmente associados a ataques a criações domésticas, bem como a lontra (Lontra longicaudis), mal vista por pescadores por predar peixes em redes. CC/064/005/

99 Figura 7. Indivíduo de graxaim-do-mato (Cerdocyon thous) com gaiola utilizada para a amostragem de pequenos mamíferos registrados através de armadilha-fotográfica na área de influência da UHE Castro Alves, no rio das Antas, durante a segunda campanha de monitoramento da fauna terrestre no período pós-enchimento do reservatório, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de Atividades previstas para o próximo trimestre Estão previstas para o próximo trimestre as seguintes atividades: Continuidade do monitoramento de fauna no período pós-enchimento da UHE Castro Alves; Resgate de fauna durante o enchimento da UHE 14 de Julho Conclusões As atividades do Programa de Salvamento, Resgate e Monitoramento de fauna estão sendo realizadas de acordo com o previsto no Plano Básico Ambiental. CC/064/005/

100 4. PROGRAMA DE SALVAMENTO, MONITORAMENTO E RESGATE DA FLORA 4.1.Descrição dos trabalhos desenvolvidos Acompanhamento do Desmatamento da UHE 14 de Julho O desmatamento da área do reservatório da UHE 14 de Julho iniciou no mês de abril e foi finalizado no mês de julho. Durante este período foram realizadas atividades de resgate e relocação de epífitas, bem como a marcação das espécies imunes ao corte. No final do mês de julho foi entregue o segundo relatório deste acompanhamento, confome é apresentado no Anexo Projeto de Propagação de Espécies Endêmicas Nos meses de julho, agosto e setembro foram realizadas coletas de propágulos de espécies endêmicas, conforme o convênio com a UCS Universidade de Caxias do Sul, de propagação in vitro das espécies endêmicas ocorrentes no Complexo. Em setembro foi entregue o segundo relatório semestral referente às atividades realizadas pela universidade Monitoramento de Encostas Florestais Nos dias 05 e 06 de agosto foram instaladas as duas parcelas controle referente ao monitoramento das encostas florestais na UHE Castro Alves. As planilhas com as parcelas instaladas encontram-se no Anexo 2. Em setembro foram realizadas atividades de remarcação das parcelas de monitoramento de encostas florestais da UHE Monte Claro Coleta de material para xiloteca No mês de setembro foram finalizadas as atividades de coleta de material para a xiloteca da Ceran. 4.2 Atividades para próximo período Para o próximo trimestre estão previstas as seguintes atividades: continuidade do monitoramento das encostas florestais; continuidade das coletas para o Projeto de Propagação de Endêmicas, conforme convênio com a UCS; continuidade da coleta de sementes para a Área de Coleta de Sementes através do convênio Fepagro-Serra. 4.3 Conclusões O Programa está sendo executado conforme o estabelecido no PBA, com algumas alterações de cronograma, por readequação das atividades ao cronograma das obras. CC/064/005/

101 4.4 Anexos Anexo 1 Relatório de acompanhamento do desmatamento do reservatório da UHE 14 de Julho Anexo 2 Planilhas das parcelas de monitoramento de encostas florestais na UHE Castro Alves CC/064/005/

102 Anexo 1 Relatório deacompanhamento do Desmatamento do Reservatório da UHE 14 de Julho CC/064/005/

103 INTRODUÇÃO A Usina Hidrelétrica (UHE) 14 de Julho situa-se no rio das Antas, pertencente à Bacia Hidrográfica do Taquari-Antas, em áreas pertencentes aos municípios de Bento Gonçalves e Cotiporã. Em virtude do enchimento do reservatório, previsto a ser realizado no período de setembro/outubro de 2008, a Ceran executa o desmatamento das áreas a serem alagadas, sendo essa atividade objeto do Programa de Limpeza dos Reservatórios. O reservatório da UHE 14 de Julho terá extensão de aproximadamente 5 km 2 e tem previsão de enchimento para outubro de O resgate da flora epífita e marcação de espécies na área de influência dessa UHE faz parte do Programa de Salvamento, Resgate e Monitoramento da Flora presente no Plano Básico Ambiental (PBA) das usinas hidrelétricas do Complexo Energético Rio das Antas. Esse Programa tem por objetivo principal estabelecer diretrizes para garantir a preservação da diversidade da flora e manutenção da variabilidade genética, através do resgate, conservação in situ e ex situ. Este relatório tem por objetivo apresentar as informações referentes às atividades realizadas pela equipe de flora durante o desmatamento do reservatório da UHE 14 de Julho. Fazem parte das atividades o resgate e relocação das epífitas e a marcação das espécies nativas imunes ao corte presentes na área, no município de Cotiporã, RS. A coleta das epífitas é realizada nas arvores a serem suprimidas da área de cheia, anterior e posteriormente ao corte. Além das atividades de campo, foram realizadas capacitações para os funcionários responsáveis pelos desmatamentos. Esta atividade visa capacitar os operários para a identificação das espécies imunes e a forma menos impactante de se efetuar o desmatamento. MATERIAIS E MÉTODOS As atividades relacionadas ao resgate de flora, apresentadas neste relatório, iniciaram em abril de 2008 juntamente com o desmatamento, sendo executada até o presente. Durante o trabalho de campo, foram coletados exemplares das famílias Bromeliaceae, Orchidaceae, Cactaceae, Piperaceae e outras, para posterior relocação em áreas definidas dentro de áreas adquiridas pela Ceran, a serem preservadas. Para a relocação das epífitas foram utilizados fios de sisal, visando auxiliar na fixação das mesmas. Após identificadas as espécies imunes ao corte, estas foram marcadas com auxílio de fita zebrada e/ou spray de tinta. Além desta marcação, os indivíduos foram etiquetados com placas de identificação devidamente numeradas. RESULTADOS Levantamento da Vegetação Durante o período das atividades de desmate, a equipe de flora seguiu sempre à frente das equipes responsáveis pelo desmatamento, pois com a diminuição destas frentes, não houve necessidade de marcar as espécies imunes, bem como resgatar as epífitas com antecedência, sendo estas atividades realizadas concomitantemente. As atividades foram divididas de acordo com as seguintes etapas: CC/064/005/

104 Identificação de Espécies a Serem Transplantadas A avaliação do grupo de indivíduos que foram definidos como próprios para transplante, usou como critério as plantas de pequeno e médio portes, tendo no máximo 6 metros de altura, estando em bom estado fitossanitário e com acesso possível de maquinário e operários para efetuar o transplante. Todas as espécies definidas para transplante foram identificadas com placas numeradas. Durante os primeiros vinte dias do mês de Julho, não ocorreu supressão de vegetação, sendo priorizado nesse período o trabalho de recolhimento de galharia e tronco das áreas a serem atingidas pelo enchimento do reservatório. A continuação do desmatamento ficou programada para a última semana de julho, em pontos isolados de ocorrência de vegetação. Juntamente a estas novas áreas de corte, serão realizados os transplantes das espécies marcadas, programado para iniciar no dia 28 de Julho. Marcação de Espécies Imunes ao Corte A atividade de marcação de espécies imunes ao corte foi realizada de acordo com as definições do Código Florestal Estadual de 1992 (gêneros Erythrina e Ficus), e do gênero Syagrus, recomendado para transplante pelo Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (DEFAP-RS). A marcação desses gêneros é realizada pelo profissional, juntamente com o auxiliar de campo, utilizando-se de fitas zebradas e/ou spray de tinta. Os indivíduos imunes marcados são fotografados. Esta atividade sofreu uma interrupção devido ao período, como citado anteriormente, onde apenas três equipes de desmatamento permaneceram a campo realizando o recolhimento de troncos e galharias. Após a definição das novas áreas de supressão vegetal, foi retomada a marcação das espécies imunes, a fim de liberar o corte. A partir dessa varredura, são liberadas as áreas para o corte da vegetação, preservando e respeitando a marcação das árvores, e cuidando para não causar nenhum dano físico à mesma, que será posteriormente transplantada, quando viável. Foto1: Vegetação suprimida empilhada para ser removida e estocada. Ao lado encontra-se um individuo da espécie Syagrus romanzoffiana, imune ao corte, devidamente identificado com placa para posterior transplante. CC/064/005/

105 Resgate e Relocação de Epifitas O resgate das epífitas, devido à diminuição das equipes de desmatamento, passou a ser a principal atividade desenvolvida no período, principalmente em indivíduos arbóreos já suprimidos e que estavam no solo para recolhimento dos troncos. Desta atividade, resultaram aproximadamente 110 sacos de adubo cheios de epífitas até o momento, sendo 95% destas já relocadas em áreas próximas a obra que não serão atingidas pelo enchimento do reservatório, sendo possível o acesso posterior ao local a fim de efetuar o monitoramento dos indivíduos. As epífitas estão sendo afixadas com a utilização de corda de sisal, em local relativamente úmido, com boa aeração e propício para o pleno estabelecimento das mesmas. Cabe salientar que o período atual é o ideal para essa atividade, devido ao elevado índice pluviométrico. Apesar de não ter sido um período de chuvas significativas, em monitoramento feito constantemente aos locais de relocação é possível observar o alto índice de adaptação destas epífitas aos seus novos locais, caracterizados por uma vegetação fechada com boa preservação da umidade. Foto2: Equipe fazendo o resgate de epífitas após a supressão da vegetação. Foto3: Epífitas sendo resgatadas de árvore suprimida. CC/064/005/

106 Foto4: Epífitas resgatadas, antes de serem acondicionadas para transporte. Foto 5: Epífitas sendo transportadas. Foto6: Epífitas acondicionadas provisoriamente, para posterior relocação a campo. CC/064/005/

107 Foto7: Epífitas resgatadas para posterior relocação. Foto8: Epífita relocada com auxílio de fio de sisal. CC/064/005/

108 Foto9: Epífitas relocadas. Foto10: Epífitas relocadas em área preservada. Foto11: Epífitas relocadas. CC/064/005/

109 Foto12: Imagem de satélite onde é possível identificar um dos principais locais onde estão sendo relocadas as epífitas, na margem esquerda do rio. Supressão A supressão das espécies imunes ao corte é utilizada como última opção, ou seja, quando não são possíveis os transplantes pela ausência de acessos ou declividade do terreno, impossibilitando a chegada das máquinas ao local ou mesmo pelo estado fitossanitário dos indivíduos. O material resultante da supressão vegetal continua sendo recolhido e acondicionado em área determinada pela Ceran, locais estes onde as cheias do reservatório não atingiriam, para posterior recolhimento. Até o momento foram liberados para supressão 504 indivíduos imunes ao corte que não teriam viabilidade para transplantes, e identificados para transplante 190 indivíduos divididos entre Erythrina, Ficus e Syagrus. A quantificação ainda está sendo determinada por gênero, mas a partir do próximo relatório será a nível de espécies e com as coordenadas de localização dos indivíduos para transplantes. Foto13: Vista geral de margem após o corte e recolhimento do material. CC/064/005/

110 Foto14: Vista geral das duas margens, uma já concluída e outra logo após a supressão vegetal com troncos e galhos ainda presentes no solo. Foto15: Equipe fazendo mutirão de recolhimento de troncos e galharias. Foto16: Vista geral de área com vegetação empilhada, separadas em troncos e galharias para posterior recolhimento. CC/064/005/

111 Foto17: Detalhe do acesso para recolhimento de troncos e galharias da zona de cheia do reservatório. Foto18: Galharia recolhida para ser transportada até o local de armazenamento. Foto19: Equipe fazendo o transporte de troncos da área do reservatório, para local determinado, onde não é atingido pela cheia. CC/064/005/

112 Foto20: Vista geral da área do desmatamento. Foto21: Vegetação já suprimida na margem esquerda do futuro reservatório. Palestras de Capacitação Neste período, devido ao desenvolvimento dos trabalhos de desmatamento ter se encaminhado para a parte final, não foram integradas mais equipes de trabalho e consequentemente não houve necessidade de palestras de capacitação de equipe. Mas cabe salientar que durante esse período as abordagens foram sempre constantes e ocorreram em momentos de acompanhamento do recolhimento dos troncos e galharias, onde ocorre a troca de informações das dificuldades e situações encontradas a campo. CC/064/005/

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