LAURA CONGO E A FAMÍLIA ESCRAVA DO BARÃO DO TINGUÁ: REFLEXÕES SOBRE A FAMÍLIA NO VALE DO PARAÍBA FLUMINENSE ( )

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1 LAURA CONGO E A FAMÍLIA ESCRAVA DO BARÃO DO TINGUÁ: REFLEXÕES SOBRE A FAMÍLIA NO VALE DO PARAÍBA FLUMINENSE ( ) Olívia Dulce Lobo 1 A presente apresentação propõe trazer o tema da família para as discussões sobre a sociedade oitocentista do Vale do Paraíba fluminense, considerando a instituição familiar como um elemento importante para entender a formação e a movimentação da fração da classe senhorial que habitou essa região histórica, especialmente a cidade de Vassouras. Nesse intuito, farei uma breve exposição de minha pesquisa, desenvolvida no mestrado acadêmico e que leva o mesmo título desta proposta. Por meio da micro-análise da família Corrêa e Castro, abastada proprietária de fazendas de produção do café, alcançamos a trajetória de Pedro Corrêa e Castro ( ), o barão do Tinguá, um dos seus membros mais lembrados pelos memorialistas e pela memória local, que manteve uma vida familiar guardada no âmbito privado com Laura Congo, sua escrava africana, com quem tivera seis filhos reconhecidos e legitimados em testamento: Catharina, Antônia, Marianna, Leocádia, Maria e Martinho. Esta pesquisa se utiliza de um corpo documental variado, que me ajudou a escrever sobre formação inicial da família Corrêa e Castro na área cafeeira do Vale do Paraíba fluminense, sobre a fazenda de produção de café que ali instalam no início do século XIX, e sobre a família que se forma a partir barão do Tinguá e Laura. São minhas fontes testamentos e inventários, processos de doações e de notificação, Atas da Câmara Municipal, obras de memorialistas que escreveram no final do século XIX e início do XX sobre fatos e homens tidos como ilustres do Império, as anotações de descendentes da família e notas de Jornais oitocentistas. Na dissertação, expressão escritas desta pesquisa, começo acompanhando o histórico do casal Mariana Corrêa das Neves e Pedro Corrêa e Castro e sua ida para Vassouras. Através do inventário de Mariana, datado de 1837, identifico o funcionamento e características da Fazenda Santo Antônio, a primeira fazenda da família, nas primeiras décadas do século, que se constitui como representativa da grande propriedade escravista dos primeiros anos da cultura do café naquela região, especialmente da década de Em seguida partimos para o estudo da trajetória de Pedro Corrêa e Castro, homônimo de seu pai e barão do Tinguá, paralelamente à formação urbana de Vassouras. Pedro, assim 1 Mestra em História (UNIRIO). oliviadlobo@hotmail.com

2 como seus irmãos, ocupou cargos e lugares de prestígio na sociedade imperial situada em Vassouras. Além de obter o título de barão com grandeza em 1848, após hospedar o imperador dom Pedro II em seu palacete, foi vereador, juiz de paz e provedor das Irmandades locais e fez doações importantes para cidade, como o terreno e custeio da construção da Santa Casa de Misericórdia em Tratei deste âmbito da vida de Tinguá, de 1830 a 1860, como vida pública, isto é, aquilo que se quis registrar e publicizar. Até este ponto do trabalho, tentei entender o contexto em que ocorrem os fatos confessados no testamento do referido barão, datado de 1865, quatro anos antes de sua morte. Em abril de 1865, o barão do Tinguá redigiu seu testamento em sua Fazenda Santo Antônio, que foi aberto logo após a sua morte. O documento começava como o costume da época, instituindo os testamenteiros e inventariantes, pedindo missas para sua alma e para as almas de seus pais, irmãos e escravos. Pedro Corrêa e Castro nomeou três testamenteiros e inventariantes: Antônio Agrícola Fontes, José Borges Monteiro e Albino Nunes de Assis. Estes homens não possuíam parentesco de sangue com Pedro, mas participavam do seu círculo de amizade, embora seus nomes sejam desconhecidos para aqueles que os procurassem na memória gloriosa de Vassouras. Mais à frente, na leitura do documento, entenderíamos que se tratavam de seus genros. O barão também alforriou 26 escravos e fez doações em dinheiro e escravos a parentes próximos e a seus afilhados. No início do documento, o barão declara ter vivido como solteiro, mas, ao longo das linhas, revela que possuía seis fâmulos, filhos de Laura Congo, quem eram, na verdade, seus filhos e, portanto, seus herdeiros legítimos. Tal afirmação, mesmo que não fosse desconhecida pelos seus contemporâneos que assistiram a vida pública do barão, mostrou-se como uma quebra de expectativa: Declaro que depois de cumpridas todas as minhas disposições por meus legítimos herdeiros as minhas fâmulas e fâmulo, sendo, Catharina casada com Antônio Agrícola Fontes, Antônia, Casada com Albino Nunes de Assis, Marianna, casada com Anacleto Dias de Paiva, Leocádia, casada com José Borges Monteiro, Maria, solteira, vivendo em minha companhia, Martinho vivendo em minha companhia. Para desencargo de minha consciência e salvação de minha alma, declaro que as minhas fâmulas e fâmulo, neste meu testamento nomeado são meus filhos, e por meus filhos sempre os tenho. (Testamento do barão de Tinguá. 1865:7f)

3 Laura Congo era escrava da mãe do barão de Tinguá e fazia parte da escravaria da Fazenda Santo Antônio, primeira propriedade da família Corrêa e Castro, adquirida por Mariana Corrêa das Neves e Pedro Corrêa e Castro no final do século XVIII e início do XIX. Na ocasião do Inventário de Mariana, Laura tinha 27 anos e já estava na posse de Tinguá, quem herdou a sede da fazenda e grande parte dela. Em 18 de Novembro de 1849, Laura teve sua carta de alforria passada por Pedro, um ano após receber o título de barão. Naquele ano, Laura já tinha quatro filhas e gestava a quinta e penúltima filha, Maria. No seu testamento, Tinguá menciona várias vezes Laura como a mãe de seus fâmulos e deixa registrado como e quando ocorreu a sua alforria, buscando garantir que a mesma não fosse questionada. O inventário de Mariana, de 1837, nos ajudou a saber a idade de Laura e como ela chegou até o barão. Até a redação do testamento, em 1865, e na abertura do mesmo, Pedro ainda não havia assumido publicamente a paternidade dos seis filhos que tivera com Laura Congo. Nos documentos é mencionado o relacionamento de criação e educação, amizade entre o barão e seus fâmulos. O testamento foi respeitado, não havendo contestações após abertura. Sabe-se que todos receberam suas partes na herança, mas nenhum deles dera continuidade ao patrimônio, que, aliás, parecia já não ser tão avultante. Na época do testamento, inventário e partilha, em 1869 e 1870, é notório que não havia mais nenhum irmão vivo de Pedro, isto é, alguém que se declarasse herdeiro legítimo prioritário. 2 A primeira filha mencionada no testamento, Catharina Clara das Neves Silva teve seu dote pago pelo seu pai barão, com muitas justificativas. Um documento de Doação e Insinuação, de 1855, dez anos antes do testamento, registra a doação de terras, escravos e dinheiro que Tinguá havia feito a Antônio Joaquim da Silva Fontes 3, quem havia desposado Catharina. Joaquim recebeu 5:000$000 de réis no dia do casamento, terras avaliadas em 4:200$00 e 10 escravos, sendo 8 homens africanos e duas mulheres, uma crioula e outra parda, totalizando o valor de 12:050$000. A doação foi feita como dote do casamento de Catharina, que ele Outorgante [o barão] criou e educou em sua casa, e a quem por isso mesmo tinha muito estima e amizade (Doação e Insinuação, 1855: 3f, 5v-6f). Catharina não é mencionada como filha até o testamento e no documento de 1855, a moça é identificada apenas como pessoa amiga. 2 Os irmãos: José Corrêa e Castro falecera em 1846, d. Matiniana Quitéria de S. Eliseu em 1847, Laureano Corrêa e Castro, o barão de Campo Bello, em 1861 e Antônio Corrêa e Castro em Antônio Joaquim da Silva Fontes passa a assinar como Antônio Agrícola Fontes em 1859.

4 O trabalho com esse testamento me levou a questionar qual natureza poderia ter tomada a relação senhor-escravo de Pedro e Laura, como viveram os seus seis filhos e que futuro eles tiveram. E aprofundando o problema, qual inserção esses indivíduos tiveram em uma sociedade escravista, na qual escravidão e liberdade distinguiam as pessoas, sendo eles filhos de uma mãe liberta e um pai senhor de escravos? Relações entre senhor e escrava era algo usual e permitido pelos costumes senhoriais desde que ocorresse em âmbito privado e podiam se dar por coação, violência, afeto por parte do senhor para com a escrava e/ou a mistura de todos esses elementos. Em outras palavras, as escravas muitas vezes eram forçadas e abusadas por seus senhores ou poderiam consentir em ter relações. Mas não havia, ao menos para o contexto da região do Vale do Paraíba no século XIX, casamento legítimo entre senhores e escravos. No caso de Laura e do barão do Tinguá, falta-nos uma documentação de cunho pessoal e privado que pudesse nos indicar mais detalhes. O privado manteve-se privado e não temos acesso a ele. Contudo, podemos conjecturar, pela duração longeva da relação, pelos dotes dados à filha, pelo reconhecimento dos seis filhos no ato de testar e pelo fato de o barão nunca ter casado legitimamente, que, não esquecendo a desigualdade que sempre haveria numa relação senhorescrava, tenha havido sentimentos de afeto entre Pedro e Laura. A ascendência escrava marcava o indivíduo por toda a vida, de acordo com o grau de proximidade com o passado escravo, ou seja, conforme as gerações fossem se distanciando daquele passado, mais caminhava-se para o status de ser livre (GUEDES, 2008: 89). No mundo dos egressos, a inserção social em uma sociedade escravista, na qual a escravidão estava em todas as esferas da vida, ocorria muitas vezes pela aquisição de escravos, a fim de passar para o mundo dos senhores. Nesse sentido, casos como o dos filhos do barão do Tinguá e de Laura são mais reiterativos da ordem escravista do que transgressores da ordem escravista, embora demonstrem a possibilidade de mobilidade social. Tanto seus herdeiros como Laura receberam escravos do barão antes e depois do testamento. Certamente, a inserção social não era um processo fácil e simples. Localizei nos livros de Batismo de pessoas livres da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição de Vassouras as datas de batismo apenas de Leocádia e Martinho. 4 Dados como estes nos proporcionariam saber o status dos seis filhos, se mantidos escravos ou livres. Os dois registros levam a crer que as filhas nascidas antes da alforria de Laura foram libertas na pia batismal em oratórios associados às propriedades dos Corrêa e Castro e os dois filhos 4 Os livros mais antigos não encontravam-se disponíveis na ocasião da pesquisa que deu corpo ao presente trabalho.

5 nascidos depois da liberdade foram batizados apenas como pardos filhos de Laura, também, em oratórios da referida família, sendo o barão de Tinguá mencionado somente como proprietário ou ex-proprietário de Laura. Leocádia foi batizada no dia 7 de janeiro de 1844 no oratório da Fazenda Santo Antônio, de propriedade de Pedro Corrêa e Castro, coronel na época e foi registrada como filha natural de Laura de nação, escrava de Pedro, e que por este a ingênua foi liberta na Pia Batismal para o todo sempre. Seus padrinhos foram Francisco Ignácio d Araújo e Dona Constância Eufrasina de Nazareth e Monteiro. Martinho foi batizado em 18 de julho de 1851 no oratório da Fazenda de Castro, propriedade de Antonio Corrêa e Castro, e foi registrado como pardo, nascido em 20 de março de 1851, e filho natural de Laura de Nação, forra e que foi escrava do Excelentíssimo Barão do Tinguá (Livro de Batismo para pessoas livres 4, 1851:82). Os padrinhos foram os proprietários da Fazenda de Castro, Antonio Corrêa e Castro e sua esposa d. Maria Elizia de Castro, irmão e cunhada do barão do Tinguá. Haveria, desse modo, aceitação dos filhos de Laura por parte do irmão e da cunhada de Pedro. As fontes que poderiam nos levar a conhecer as trajetórias e os destinos exclusivamente das cinco mulheres e um homem são inexistentes. As anotações de família nada falam sobre elas, diferentemente dos homens ilustres, sobre quem há muitas memórias e registros. Além dos dois registros de batismo já citados, há os processos judiciais relacionados à ou de autoria deles, os quais dão informação de quando nasceram, tiveram alguma ação na justiça e morreram, no que diz respeito aos homens genros do barão. Nos processos, as mulheres estão sempre precedidas pelos seus cônjuges. Diante dessas considerações, parti para a busca de fontes que fornecessem pistas dos maridos das filhas de Laura Congo e do barão. Fiz isto com duas finalidades: em primeiro lugar, de conhecer os destinos dessas filhas por meios indiretos, já que não se tem muitas fontes diretas sobre elas; em segundo, de responder a questão que diz respeito à inserção dessas mulheres na sociedade oitocentistas por meio de casamentos. Retomando a ideia de que os casamentos, para as famílias senhoriais, eram uma forma de fortalecer os contatos com outras famílias de influência e patrimônio equivalentes, além de manter o patrimônio em uma mesma esfera social ou até dentro de uma mesma família (MUAZE, 2006), o perfil social e econômico desses maridos das filhas nos diz muito. Com quem o barão teria unido suas filhas? E, com quem era possível casá-las, visto que eram filhas de uma escrava com um barão? O casamento para as outras classes, também, tinha sua face estratégica. Segundo Cacilda Machado, o casamento era para escravos e livres de cor

6 uma das estratégias sociais possíveis para assegurar a própria liberdade e de sua geração. Em contrapartida, acabavam, desse modo, reproduzindo e reiterando as hierarquias da sociedade escravista (MACHADO, 2008). Ao explorar os jornais e os almanaques do período da década de 1840 a 1880, consegui pistas para traçar os perfis dos genros do barão e de Laura Congo. Acompanhei as listas com os estabelecimentos políticos, religiosos e comerciais de Vassouras e região no Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro e outros jornais com pequenas notas revelaram muito mais do que imaginava, demandando a necessidade de partir para outros tipos de fontes. 5 O principal recurso que me possibilitou chegar a um resultado satisfatório quanto à localização dessa documentação tanto no caso dos jornais, com também nos documentos eclesiais e cartoriais foi o método nominativo, com o uso dos nomes e sobrenomes como pontos de partida para localizarmos documentos sobre os indivíduos e as famílias que precisava encontrar. Do nome encontramos informações sobre os ofícios, acontecimentos, as ligações com outros indivíduos e a situação social destes, fazendo correlações (GINZBURG; PONI, 1991: ). Montei, assim, através desse corpo documental, pequenas biografias, conhecendo os ofícios desses genros, lugares de residências e fatos ou questões cotidianas relativas a eles. Foi possível identificar que os homens que entraram para a família constituída pelos filhos do barão do Tinguá com Laura eram a maioria alfabetizados e pertencentes ao mundo dos livres. José Borges Monteiro era integrante da Guarda Nacional, isto é, a partir dos requisitos para estar nela, tinha condições monetárias e gozava de certo respeito perante a sociedade local. Antônio Agrícola Fontes, que exerceu função de responsabilidade pública de tesoureiro do juizado de órfãos durante alguns anos, era fazendeiro e proprietário de escravos em Valença. Albino de Assis Nunes era comerciante e esteve na condição de zelador das rendas da Matriz de Vassouras. Idelfonso era empregado na Estrada de Ferro D. Pedro II como escriturário. Por fim, Anacleto Dias Paiva era filho de uma mulher escrava, e recebeu por herança, deixada em testamento, os bens do padre Antonio D Anunciada, português capelão da Fazenda do Secretário, propriedade esta de Laureano Corrêa e Castro, barão do Campo Bello e irmão do barão do Tinguá. Anacleto tinha um passado escravo direto, como o de sua esposa Marianna. A questão que toma corpo é que os casamentos feitos com as filhas do barão do Tinguá não atenderam à lógica endogâmica união dentro do mesmo tronco familiar e nem 5 O acervo de periódicos da Biblioteca Nacional disponível na Hemeroteca Digital foi fundamental para esta fase da pesquisa.

7 à estratégia de casamento com outras famílias da boa sociedade vassourense. Dois tipos de casamentos comuns no meio social no qual o barão do Tinguá vivia. No entanto, os homens que entraram para família não eram desprovidos de bens ou pobres, ao menos na ocasião dos casamentos e durante o período de convívio com o barão, embora não fizessem parte da alta sociedade. Por meio do perfil traçado a partir dos ofícios e funções de cada indivíduo pesquisado, é conhecido que todos os genros do barão do Tinguá tinham suas atividades econômicas próprias, o que os permitia construir pequenos ou até modestos patrimônios. Localizei os inventários de Anacleto e de Antônio Agrícola. O primeiro teve seus bens inventariados em 1870 e possuía na ocasião 23 escravos, dos quais 6 foram postos em edital para arrematação a fim de pagar a dívida do casal em Antônio Agrícola, que tinha sua propriedade em Valença, teve seu inventário aberto em 1885 e na época da avaliação, em 24 de maio de 1887, possuía 7 escravos, constituindo-se como um pequeno proprietário, mesmo nos anos finais do sistema escravista. Os genros do barão não eram, portanto, homens pobres. O barão do Tinguá consentiu que suas filhas fizessem casamentos com homens livres com algum pecúlio, que se não receberam ajuda de seu sogro para inserir-se, já eram inseridos em cargos políticos e econômicos locais, fazendo parte de postos de importância no funcionamento da vila de Vassouras. Um deles era filho de escrava, porém essa não foi uma barreira na escolha do casamento. Esses homens ganharam a confiança do barão em algum momento e tornaram-se parte integrante do seu círculo de convívio. Antônio Agrícola, além de testamenteiro e inventariante, ficou designado como tutor de seu cunhado Martinho, que era menor quando o barão veio a falecer em Geralmente, na sociedade oitocentista à qual me refiro, quando o indivíduo não era legalmente casado e, portanto, não tinha cônjuge e filhos, indicava para os cuidados de seu testamento os seus irmãos, sobrinhos ou amigos próximos. De fato, na época em que Pedro redigiu seu testamento, todos os seus irmãos já eram falecidos, mas possuía ainda muitos sobrinhos, além de amizades entre pessoas abastadas em Vassouras. Mesmo assim, sua opção foi pelos genros e, desse modo, garantiu que a herança fosse passada para seus filhos. Podemos, a partir deste caso, problematizar o conceito de família senhorial, como modelo que fez parte de um conjunto de representações da classe senhorial. Tal modelo estipulava uniões entre famílias de mesma posição social ou dentro da mesma família, a fim de expandir ou de manter o patrimônio e de estabelecer linhagens prestigiosas, do ponto de

8 vista senhorial. O homem da chamada boa família expressão usada na época deveria, além de se esforçar para fazer bons casamentos, ocupar lugares de destaque social, como cargos políticos, e obter títulos de nobreza e condecorações. Uma das definições oitocentistas que mais retrata o ideal de família senhorial pode ser encontrada no dicionário de Eduardo Faria, datado de 1853: [...] um homem de boa família é um homem que pelos laços de sangue está unido a certo número de pessoas que na sociedade e pelas razões já ditas gozam de um lugar privilegiado. Isto se chama uma família distinta, honesta, estimável. (FARIA. Apud. MUAZE, 2006: 32-33) Ao não se casar dentro de sua classe e gerar seis herdeiros com Laura Congo, o barão de Tinguá não seguiu os referidos parâmetros familiares. Entretanto, em compensação, ocupou vários cargos de prestígio, construindo uma imagem exemplar de um senhor do Vale do Paraíba, simultaneamente à convivência com sua escrava. Ele não foi o único senhor a estabelecer relações com escravas, o que, inclusive, não era proibido, de acordo com os códigos senhoriais, desde que fosse restrito ao âmbito privado. No entanto, sua história guarda peculiaridades no que toca ao reconhecimento em testamento dos seus seis filhos e menção à mãe deles, à durabilidade do convívio com Laura e, por fim, ao êxito ao transmitir-lhes seus bens. Mesmo que o modelo de família senhorial tivesse peso no funcionamento daquela sociedade e nas articulações do interior da classe senhorial, havia dentro dele permissões, no âmbito das práticas cotidianas e do vivido, para a existência de outras formas familiares, como a de Laura e Pedro. Referências Bibliográficas: GINZBURG, Carlo; PONI, Carlo. O nome e o como. In: GINZBURG, Carlo; PONI, Carlo et. al. A Micro-História e outros ensaios. Lisboa; Rio de Janeiro: Difel; Bertrand-Brasil, 1991 GUEDES, Roberto. Egressos do Cativeiro: trabalho, família, aliança e mobilidade social. (Porto Feliz, São Paulo, c ). Rio de Janeiro: Mauad X: FAPERJ, 2008 LEVI, Giovanni. A herança imaterial. Trajetória de um exorcista no Piemonte do século XVII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000 LOBO, Olívia D. Laura Congo e a família escrava do barão de Tinguá: reflexões sobre a família no Vale do Paraíba Fluminense ( )(Dissertação de Mestrado). Rio de

9 Janeiro: Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, MACHADO, Cacilda. A trama das vontades: negros, pardos e brancos na produção da hierarquia social no Brasil escravista. Rio de Janeiro: Ed. Apicuri, MARQUESE, Rafael; SALLES, Ricardo; A Escravidão no Brasil Oitocentista. In: Escravidão e Capitalismo histórico no século XIX. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira MATTOS, I. R. O Tempo Saquarema, a formação do Estado Imperial. São Paulo: Hucitec, 1987 MUAZE, Mariana. O Império do Retrato: família, riqueza e representação social no Brasil oitocentista ( ). (Tese de doutorado). Niterói: Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense, 2006 REVEL, Jacques. Micro-história, macro-história: o que as variações de escala ajudam a pensar em um mundo globalizado In: Revista Brasileira de Educação. v. 15 n. 45 set./dez (Org.) Jogos de escalas: a experiência da microanálise. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getulio Vargas, 1998 SALLES, Ricardo. E o Vale era o escravo. Vassouras, século XIX. Senhores e escravos no coração do Império. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008 SALLES, Ricardo; BORGES, Magno. A morte do barão de Guaribu In: Revista de História Econômica & Economia Regional Aplicada, v. 7, nº 13, Jul-dez, Fontes Doação e Insinuação. Arquivo do IPHAN. Vassouras Inventário de Anacleto Dias Paiva. Arquivo do IPHAN. Vassouras Inventário de Antônio Agrícola Fontes. Arquivo do IPHAN. Vassouras Inventário de Mariana das Neves Corrêa. Arquivo do IPHAN. Vassouras Jornal do Commercio. Fundação Biblioteca Nacional: Hemeroteca Digital Brasileira. Domingo 15 de maio de 1859 Jornal do Commercio. Fundação Biblioteca Nacional: Hemeroteca Digital Brasileira, 24/02/1871 Livros de Batismos para pessoas livres 3 e 4. Paróquia Nossa Senhora da Conceição. Vassouras Testamento de Barão do Tinguá. Arquivo do IPHAN. Vassouras. 1869

10 Testamento do Barão de Tinguá. Arquivo do IPHAN. Vassouras. 1865

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