Visita de Estudo às Portas de Ródão
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- Sandra Fragoso Pinheiro
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1 Visita de Estudo às Portas de Ródão Acompanhamento da turma do curso Técnico de Turismo Ambiental e Rural - Centro de Educação e Formação de Adultos, ADN. Documento de apoio Compilado por: Suzete Cabaceira, Câmara municipal de Nisa
2 PORTAS DE RÓDÃO As Portas do Ródão constituem o ex-líbris natural do concelho de Nisa e do concelho vizinho (Vila Velha de Ródão). Classificação desta área: 1. MONUMENTO NATURAL das Portas de Ródão; de interesse Nacional 2. GEOSSÍTIO do Geopark Naturtejo Da Meseta Meridional; inserido na Rede Mundial 3. Área incluída no SÍTIO DE S. MAMEDE, Sítio de Importância Comunitária listado no Plano Sectorial da Rede Natura 2000; de Natureza comunitária, a Nível Europeu A classificação de Monumento Natural: Pela marca na paisagem, pelo carácter único, pelo simbolismo que este geomonumento representa a nível local e nacional, pela riqueza natural e cultural que abrange; Pela presença de valores (naturais, arqueológicos - Conhal do Arneiro), históricos e biológicos) que se encontram nas Portas de Ródão e na área envolvente. A classificação de Geossítio: Pelos valores geológicos e geomorfológicos com elevado grau de raridade e importância cénica/estética (garganta epigénica do Ródão), com muito interesse histórico-cultural e riqueza em termos de biodiversidade. A integração desta área no Sítio de S. Mamede: Pelos valores naturais existentes de ordem biológica (habitats naturais, fauna e flora selvagens) e pela biodiversidade associada (ex.: flora autóctone - zimbro e avifauna grifo). Porquê classificar esta área? Preservar os valores naturais, cénicos e culturais existentes, garantindo o equilíbrio paisagístico e assegurando a articulação entre o natural e o humanizado; Promover o desenvolvimento sustentável da região; Assegurar a biodiversidade 2
3 SÍNTESE DOS VALORES PRESENTES NA ÁREA CLASSIFICADA DAS PORTAS DE RÓDÃO: Geológicos e geomorfológicos: A formação geológica das Portas de Ródão (geomonumento). Locais de importância geológica, geomorfológica, tectonostratigráfica e paleontológica, de grande relevância para o conhecimento e compreensão da evolução geológica, desde há 650 milhões de anos. Biológicos: A colónia de grifos, que nidificam nas escapas e que constitui a maior em território exclusivamente nacional. Ocorrência de espécies de aves com elevado estatuto de protecção: cegonhapreta, Ciconia nigra, Águia-de-Bonelli, Hieraaetus fasciatus, Abutre-do-Egipto, Neophron percnopterus, Bufo-real, Bubo bubo, Grifo, Gyps fulvus. Espécies e comunidades vegetais de grande interesse ao nível da conservação, com destaque para as comunidades reliquiais de zimbro, Juniperus lagunae., que cobrem as escarpas rochosas. Manchas de matagal mediterrânico, bem conservado e diversificado. Históricos, simbólicos, estéticos e económicos: Valores histórico-arqueológicos (Estações do Paleolítico, do Neolítico, da época romana, Idade Média, das Invasões Peninsulares nos séculos XVIII e XIX ). Monumentos e sítios classificados ou em vias de classificação (Castelo de Ródão, capela da Srª do Castelo, Estação arqueológica da Foz do Enxarrique, Conhal do Arneiro). Simbolismo da área, expresso num rico lendário. Referência na paisagem (valor estético). Referência para a circulação inter-regiões Beira Alentejo. Navegabilidade do Tejo (até à construção do caminho-de-ferro o rio Tejo era a principal via de comunicação entre o interior e o litoral). Paisagem marcada pelo olival em socalcos que ocupou as encostas da serra e exigiu um esforço sobre-humano para produzir um azeite de superior qualidade. Actividade tradicional da pesca. Culinária muito própria, de transição entre as Beiras e o Alentejo, e com marcas características da posição ribeirinha das populações. Zimbro; Grifo. Fonte: Associação de estudos do Alto Alentejo - 3
4 ÁREA ARQUEOLÓGICA DO CONHAL A Área Arqueológica do Conhal ou Conhal do Arneiro situa-se a norte da freguesia de Santana, Nisa, ocupando mais de 90 hectares delimitados pelo ribeiro do Arneiro, pela margem esquerda do Tejo e pelas Portas de Ródão. Classificação desta área: 1. Em vias de classificação; 2. GEOSSÍTIO do Geopark Naturtejo Da Meseta Meridional. Em vias de classificação: Pelo carácter único, pelo simbolismo que representa, pela riqueza cultural que abrange; Pela presença de valores arqueológicos, históricos e culturais únicos. A classificação de Geossítio: Pelos valores arqueológicos com elevado grau de raridade e importância cénica/estética (Conhos), com interesse histórico e cultural. Esta área apresenta indicadores de uma actividade mineira antiga de exploração de jazigos secundários de ouro situados em terraço fluvial, que atingiu o auge no período romano, mas terá continuado em menor escala em épocas subsequentes. Os amontoados cónicos de grandes calhaus rolados conhos retirados manualmente dos canais de lavagem podem atingir mais de cinco metros de altura e constituem o indicador mais visível desta actividade mineira. 4
5 GEOPARK NATURTEJO DA MESETA MERIDIONAL Estende-se pela área composta pelos municípios de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Nisa, Oleiros, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão, apresentando um vasto património geomorfológico, geológico, paleontológico e geomineiro. Está integrado na Rede Mundial de Geoparques, criada em 2004 pela UNESCO e à qual aderiu no ano de O que é um geoparque? De acordo com a UNESCO, um geoparque é um território de limites bem definidos com uma área suficientemente grande para servir de apoio ao desenvolvimento sócioeconómico local. Deve abranger um determinado número de sítios geológicos de relevo ou um mosaico de entidades geológicas de especial importância científica, raridade e beleza, que seja representativa de uma região e da sua história geológica, eventos e processos. Poderá possuir não só significado geológico, mas também ao nível da ecologia, arqueologia, história e cultura. Objectivos: - Valorizar os locais que agem como testemunhos-chave da História da Terra, fomentando o emprego e promovendo o desenvolvimento económico regional; - Conservar os geossítios de particular importância; Educar dando apoio na investigação científica; - Estimular a actividade económica e o desenvolvimento sustentável através do Turismo de Natureza. Geossítios presentes no concelho de Nisa: - Mina de ouro romana do Conhal do Arneiro; - Monumento Natural das Portas do Ródão; - Blocos pedunculados de Arez - Alpalhão; - Escarpa de falha do Ponsul. Fonte: Geoparque Naturtejo - 5
6 REDE NATURA 2000 É uma rede ecológica Europeia constituída por sítios de importância comunitária (SIC) e zonas de protecção especial (ZPE) e tem como objectivo contribuir para assegurar a biodiversidade através da conservação dos habitats naturais e da fauna e da flora selvagens. Os Sítios da Rede Natura 2000 inseridos no concelho de Nisa abrangem cerca de 55% da área total do território: Sítio de Nisa-Laje da Prata, quase na sua totalidade, e parte do Sítio de S. Mamede. Foram cartografados 17 habitats (dos quais 3 são prioritários) que cobrem cerca de 45% da área correspondente aos sítios. Na área correspondente ao Monumento Natural das Portas de Ródão que se encontra inserida no Sítio de S. Mamede distinguem-se os seguintes habitats: Charnecas secas europeias: Matos baixos de ericáceas e/ou tojos, mesófilos ou xerófilos, de substratos duros. Urzais, urzais-estevais, urzais-tojais Matagais arborescentes de Juniperus spp.: zimbros sobre substratos compactos Matos termomediterrânicos pré-desérticos - Matagais altos e matos baixos meso-xerófilos mediterrânicos. Pistacia lentiscus, Rosmarinus officinalis Montado de Quercus spp. de folha perene Galerias ripícolas (3280, 3290, 91B0, 91E0, 92A0) Habitats rochosos (8220, 8230,8310) Fonte: 6
7 Fonte: Plano de Gestão e Conservação dos Sítios de S. Mamede e Nisa/Laje da Prata, Projecto LIFE Natureza Nº LIFE04/NAT/PT/000214: NORTENATUR 7
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