Usina Hidrelétrica de Colíder - MT. Monitoramento Hidrogeológico EC-08 Área dos Peixes. Novembro/14 R171/14 PR039/12
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- Lúcia Ferrão Olivares
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1 Usina Hidrelétrica de Colíder - MT Monitoramento Hidrogeológico EC-08 Área dos Peixes Novembro/14
2 Índice 1. Introdução e Objetivos Metodologias de Trabalho Sondagem Instalação dos Poços de Monitoramento Medição dos Parâmetros Hidrogeológicos Medição dos Parâmetros Físico Químicos Levantamento Topográfico Valores de Referência Aplicáveis para Águas Subterrâneas Serviços Executados Sondagens Executadas e Instalação de Poços de Monitoramento Levantamento Topográfico Resultados Obtidos Geologia Regional e Local Avaliação Hidrogeológica Resultados do Ensaio para Determinação de Condutividade Hidráulica (K) Resultados Obtidos nas Medições Físico Químicas Considerações Finais Equipe Técnica Referências Bibliográficas... 28
3 Tabelas Tabela Tabela Tabela Tabela Tabela Tabela Resumo das sondagens executadas. Características dos poços instalados. Cotas dos poços de monitoramento. Medições de nível d água e cargas hidráulicas. Medições físico químicas das águas subterrâneas. Medições físico químicas da água superficial. Figuras Figura 1.1. Figura Figura Figura Localização e vias de acesso. Localização das sondagens e poços executados. Perfis das sondagens e poços instalados. Mapa potenciométrico. Figura Resultado do ensaio de permeabilidade do furo 01. Figura Resultado do ensaio de permeabilidade do furo 02. Anexos Anexo 01 Projeto de Monitoramento SMF/DMAG/VGAM Anexo 02 Anexo 03 ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) Documentação Fotográfica
4 1. Introdução e Objetivos A Quatzor (Quatzor Ambiental S.A.) foi contratada pela COPEL (Companhia Paranaense de Energia COPEL Geração e Transmissão S.A.) para realizar os serviços relacionados ao Monitoramento Hidrogeológico da área onde foram enterrados peixes decorrentes de mortandade ocorrida durante o fechamento do primeiro vão do vertedor da UHE Colíder, a área de interesse localiza se próxima à barragem da UHE Colíder, a mesma está localizada no município de Nova Canaã do Norte, no Estado do Mato Grosso. A Figura 1.1 apresenta a localização da área de interesse e suas vias de acesso. Em 31 de julho de 2014 a SEMA (Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Mato Grosso) emitiu um Ofício (184 DUDAF/SEMA/2014) que encaminha o Auto de Notificação de 30 de julho de 2014 o qual notifica a COPEL a apresentar: Projeto de monitoramento do local onde os peixes mortos foram enterrados, contendo no mínimo, estudo da profundidade do lençol freático local e da permeabilidade do solo. Confecção de poços de monitoramento com um a montante e dois a jusante da área de enterrio dos peixes. Apresentação do plano em 15 dias e implantação do plano em 30 dias Em 18 de agosto de 2014 a COPEL encaminhou para a SEMA o relatório técnico SMF/DMAG/VGAM apresentando o Projeto de Monitoramento para atendimento à notificação SEMA MT de 30/07/2014 Monitoramento das águas subterrâneas da área de enterrio de peixes da UHE Colíder o Anexo 01 apresenta o Projeto de Monitoramento da COPEL. O Monitoramento Hidrogeológico tem por objetivo avaliar possíveis influências do enterrio de peixes nas águas subterrâneas e se houve qualquer alteração nas mesmas. Os trabalhos foram realizados conforme o referido Relatório Técnico da COPEL (SMF/DMAG/VGAM ) e da Proposta Quatzor P176/14 V02 estando vinculados ao Contrato COPEL DMC nº
5 O presente relatório apresenta os resultados da instalação dos poços de monitoramento, ensaios hidrológicos e primeiro monitoramento das águas subterrâneas através de medições in situ de condutividade elétrica, ph, temperatura, oxigênio dissolvido e medição de nível d água, os serviços foram realizados entre os dias 27 e 30 de agosto de 2014 e no dia 23 de outubro de Estão previstos ainda monitoramentos em dezembro/14, fevereiro/15, abril/15, junho/15 e agosto/15 para os parâmetros condutividade elétrica, ph, temperatura, oxigênio dissolvido e medição de nível d água. O Anexo 02 apresenta a ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) dos serviços realizados. 2
6 Nova Canaã do Norte Colíder Tabaporã Itaúba ² Cláudia Legenda Sinop Figura 1.1. Localização e vias de acesso. Cidades Acessos Barragem Hidrografia Reservatório Projeto: Copel - Companhia Paranaense de Energia PR-039/12. Elaborado: Eng. Dino Paulinetti. Verificado: Eng. João Henrique. Aprovado: Geol. Fernando Delatorre.
7 2. Metodologias de Trabalho 2.1. Sondagem Instalação dos Poços de Monitoramento Para a execução das sondagens em diâmetro de quatro polegadas foram utilizadas uma sonda rotopneumática (método rotativo com ar comprimido) para sondagem e instalação dos poços PM 01 e PM 02 e uma sonda rotativa (com circulação de fluido a base de água com Goma Xantana) para sondagem e instalação dos poços PM 03 e PM 04. Esta variação de equipamento se deu devido a condição do substrato, uma vez que a utilização de máquina rotopneumática é mais eficiente, porém não permite ser utilizada em solo pouco estável como aluvião de margem de rio pois ocorre desmoronamento do furo. A seleção dos pontos de sondagens foi definida no Plano de Monitoramento elaborado pela COPEL (SMF/DMAG/VGAM ). A sondagem mais profunda realizada no local atingiu 15 metros. As sondagens foram executadas seguindo a norma ABNT NBR :2007 Sondagens de reconhecimento para fins de qualidade ambiental. O procedimento de instalação dos poços de monitoramento de água subterrânea visou atender às especificações técnicas contidas na ABNT NBR :2007 Poços de monitoramento de águas subterrâneas em aquíferos granulares Parte 1: Projeto e construção e ABNT NBR :2008 Poços de monitoramento de águas subterrâneas em aquíferos granulares Parte 2: Desenvolvimento. Foram utilizados tubos de PVC DN50, tanto para o filtro como para o revestimento. A seção filtrante de cada poço foi instalada com 3,0 metros de extensão. A porção correspondente ao intervalo do filtro foi preenchida por areia grossa para pré filtro (2 a 3 mm). O intervalo do selo foi preenchido com bentonita e o preenchimento da seção superior foi constituído por uma calda de cimento com bentonita. Os poços foram finalizados com proteção de cap de pressão e proteção metálica para evitar quebra dos tubos de PVC. 4
8 2.2. Medição dos Parâmetros Hidrogeológicos Para as medições do nível potenciométrico foi utilizado equipamento eletrônico de medição e nível d água constituído de trena de 100 metros de comprimento com sensor elétrico para a medição da profundidade do nível d água, apresentando precisão de 0,5cm. As medições de nível d água foram realizadas diretamente nos poços de monitoramento, sempre se tomando por referência a boca do tubo do poço Medição dos Parâmetros Físico Químicos As águas subterrâneas foram monitoradas no dia 29 de agosto de 2014, logo após a instalação dos poços, e no dia e 23 de outubro de 2014, para os parâmetros físico químicos de interesse. Sendo estes: ph (uph), temperatura (ºC), condutividade elétrica (µs/s) e oxigênio dissolvido (mg/l). Para as determinações dos parâmetros utilizou se Medidor Multiparâmetros HI 9828 da HANNA Instrumentos, devidamente calibrado Levantamento Topográfico O levantamento topográfico tem como objetivo mapear a área de trabalho e inserir na planta os poços de monitoramento instalados. Os equipamentos utilizados para o trabalho foram Estação Total e bastão contido com prisma. Os arquivos foram convertidos para leitura em arquivos de extensão CAD para execução das plantas Valores de Referência Aplicáveis para Águas Subterrâneas Portaria n 2914 do Ministério da Saúde de 12 de Dezembro de 2011 A Portaria nº2914 de 12 de dezembro de 2011 está disponível do seguinte endereço: 5
9 Ela Dispõe sobre procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente Resolução 396, de 03 de abril de 2008 A Resolução CONAMA 396, de 03 de abril de 2008 está disponível no seguinte endereço: Ela dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências. Foi considerado o uso preponderante da água subterrânea para consumo humano apesar de não haver poços de consumo a menos de um quilômetro do local e as águas do lençol freático escoam em sentido ao Rio Teles Pires, sabe se que há poços de captação de água para consumo humano na região de influência da UHE Colider. Os aquíferos foram Classificados de acordo com esta resolução como Classe 1, conforme abaixo definido: Classe 1: águas dos aquíferos, conjunto de aquíferos ou porção desses, sem alteração de sua qualidade por atividades antrópicas, e que não exigem tratamento para quaisquer usos preponderantes devido às suas características hidrogeoquímicas naturais. 6
10 3. Serviços Executados Os serviços executados referem se às sondagens, instalação dos poços de monitoramento, ensaios hidrológicos e primeira campanha de monitoramento de análises físico químicas in situ, sendo realizadas medições dos parâmetros hidrogeológicos, físicoquímicas conforme definido no escopo de serviços Sondagens Executadas e Instalação de Poços de Monitoramento Entre os dias 27 e 30 de Agosto de 2014, foram realizadas 4 sondagens, sendo duas com sonda rotopneumática (PM 03 e PM 04) e duas com sonda rotativa com circulação de fluido a base de água (PM 01 e PM 02) conforme descrito anteriormente. Efetuou se 48,77 metros de sondagens. A Tabela apresenta o resumo das sondagens executadas. Tabela Resumo das Sondagens Executadas. Poço de Sondagem Monitoramento Instalado na Sondagem Coordenadas UTM ST 01 PM / ST 02 PM / ST 03 PM / ST 04 PM / Total Fonte: Planilhas de Campo da Quatzor Ambiental. Profundidade do Primeiro Aparecimento de Água Profundidade da Sondagem (m) 7,35 9,56 7,17 9,41 7,31 15,00 10,60 14,80 48,77 m Logo após a execução de cada sondagem, foram instalados os poços de monitoramento totalizando 4 poços com diâmetro de 50 mm. A Tabela apresenta a característica dos poços de monitoramento instalados. 7
11 Tabela Características dos Poços de Monitoramento Instalados. Profundidade Intervalos (m) Poço (m) Filtro Pré Filtro Selo PM 01 9,56 6,56 9,56 6,00 9,56 0,00 6,00 PM 02 9,41 6, ,00 9,41 0,00 6,00 PM 03 15,00 12,00 15,00 10,00 15,00 0,00 10,00 PM 04 14,80 11,80 14,80 10,00 14,80 0,00 10,00 Fonte: Planilhas de Campo da Quatzor Ambiental A Figura apresenta a localização das sondagens executadas e dos poços de monitoramento de água subterrânea e a Figura apresenta os perfis dos mesmos. 8
12 ² Poço 02 Poço 01 Poço 03 Poço 04 Legenda Poços monitoramento Acessos Barragem Hidrografia Reservatório Vala onde foram enterrados os peixes Projeto: Copel - Companhia Paranaense de Energia PR-039/12. Elaborado: Eng. Dino Paulinetti. Aprovado: Geol. Fernando Delatorre. Figura Localização dos poços de monitoramento.
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15 3.2. Levantamento Topográfico Foi realizado o levantamento topográfico das cotas dos poços de monitoramento, bem como das instalações da área, contendo os elementos de maior interesse para o trabalho. A Tabela apresenta as cotas obtidas para os poços de monitoramento no levantamento realizado. Tabela Cotas dos Poços de Monitoramento Poço Cotas (m) PM ,954 PM ,356 PM ,697 PM ,421 Fonte: Planilhas de Campo da Quatzor Ambiental 11
16 4. Resultados Obtidos 4.1. Geologia Regional e Local A área do futuro reservatório da UHE Colíder tem como substrato rochoso a Formação Dardanelos, constituída por arenito feldspáticos e arcoseanos, arenitos silicificados, conglomerados polimíticos intraformacionais, sub grauvaca vulcânica e arcóseos. O rio Teles Pires segue um traçado irregular, controlado por falhas e zonas de cisalhamentos de direções NW e NE, geralmente associadas à intensa silicificação das rochas vizinhas. O reservatório da UHE Colíder encaixa se em uma planície fluvial relacionada à unidade regional denominada Depressão Interplanáltica da Amazônia Meridional, formando um apêndice no relevo dissecado de topo tabular, no limite norte, da unidade Planalto dos Parecís. O rio escava seu vale em arenitos coerentes da Formação Dardanelos. O rio esculpe os arenitos feldspáticos avermelhados da Formação Dardanelos, de cujas escarpas partem solos coluvionares arenosos em suave declive até às planícies aluvionares das margens. Na área do empreendimento, objeto da presente investigação, constatou se, através das sondagens realizadas, com profundidade máxima alcançada de 15,00 metros que subsolo local apresenta homogeneidade na litologia, sendo este constituído por: Sondagem ST 01 0,0m 3,50m Solo arenoso fino 3,5m 5,0m Solo de alteração (arenito) 5,0m 9,56m Rocha arenito Sondagem ST 02 0,0m 3,0m Solo arenoso fino 3,0m 7,0m Solo de alteração (arenito) 7,0m 9,41m rocha arenito Sondagem ST 03 0,0m 2,80m Solo arenoso fino 2,8m 7,0m Solo arenoso fino vermelho (colúvio) 12
17 7,0m 15,1m Solo de alteração / rocha arenito Sondagem ST 04 0,0m 0,4m Solo arenoso fino 0,4m 4,1m Solo de alteração (arenito) 4,1m 14,8m rocha arenito Não foram observados indícios visuais ou odor contaminação durante a execução das sondagens. A Figura apresenta a localização das sondagens realizadas. O Anexo 03 apresenta a documentação fotográfica Avaliação Hidrogeológica A Tabela apresenta o monitoramento hidrogeológico realizado no dia 30 de Agosto. É importante salientar que nesta data nenhum dos poços apresentou indícios de contaminação organoléptica. Tabela Medições de Nível D'Água e Carga Hidráulica. PM Cota (m) Nível D Água (m) Carga Hidráulica (m) PM ,954 7,35 246,604 PM ,356 7,17 246,186 PM ,697 7,31 248,387 PM ,421 10,60 247,821 Fonte: Planilhas de Campo da Quatzor Ambiental A Figura apresenta o mapa potenciométrico referente às condições do aquífero no dia 30 de Agosto de Pode ser observado, que o fluxo subterrâneo local orienta se preferencialmente para oeste. Nota se através do mapa potenciométrico elaborado para o local que os poços PM 01 e PM 02 foram posicionados a jusante da área e o PM 04 foi instalado a montante da área. O PM 03 foi posicionado visando avaliar se poderia haver algum fluxo da água subterrânea em direção a pequena drenagem existente a norte da área, visando avaliar as condições do aquífero nesta direção. 13
18 ² 246,186 Poço 02 Poço , ,00 248,00 Poço ,387 Poço ,821 Legenda Poços_monitoramento Acessos Barragem Hidrografia Reservatório Linha equipotencial XX,XX Carga hidráulica Vala onde foram enterrados os peixes Projeto: Copel - Companhia Paranaense de Energia PR-039/12. Elaborado: Eng. Dino Paulinetti. Aprovado: Geol. Fernando Delatorre. Figura Mapa potenciométrico.
19 4.3. Resultados do Ensaio para Determinação de Condutividade Hidráulica (K) Para determinação da condutividade hidráulica (K) do substrato forma realizados ensaios de permeabilidade in situ com nível constante de infiltração em poços, executados à montante da barragem margem esquerda, na área de enterrio de peixes que se localiza em um bota fora da obra da UHE Colider. Foram executados 02 poços, sendo o nº 01 sobre o bota fora da margem esquerda onde se escavou 1,20m para abertura do poço de 0,20m. O poço 02 foi executado ao lado do furo de sondagem nº 02, onde se escavou 1,00m para abertura do poço de 0,20m. O tempo de saturação dos dois ensaios foi de 30 minutos até estabilização da vazão e início das leituras. As Figuras e apresentam os resultados dos ensaios de permeabilidade, este indicaram uma permeabilidade (k) de 7,69 x 10 4 cm/s no furo 01 e 1,37 x 10 3 cm/s no furo 02, a permeabilidade média foi de 1,07 x 10 3 cm/s. Adotando se as cargas hidráulicas das linhas equipotenciais 247,00 m e 248,00 m, perpendiculares a direção do fluxo da água subterrânea, e admitindo se uma distância de 106 m entre elas, obtém se um gradiente hidráulico (i) de 0,94 %. Este resultado foi obtido a partir do seguinte cálculo: Gradiente Hidráulico = m 106 m Gradiente Hidráulico = 0,009 m/m = 0,94% Considerando a condutividade hidráulica média (k) de 1,07 x 10 3 cm/s, e uma porosidade efetiva média de 12,50 % para solo Arenoso, através da Lei de Darcy, a velocidade das águas subterrâneas é igual a 8,08 x 10 5 cm/s ou 25,47 m/ano. Este valor foi encontrado através do cálculo: Velocidade do Fluxo (V) = (k.i)/ne Velocidade do Fluxo (V) = 1,07 x 10 3 cm/s 0,94% 12,50% Velocidade do Fluxo (V) = 8,0 x 10 5 cm/s =25,47 m/ano. 15
20 Figura Resultado do Ensaio de Permeabilidade do Furo 01 16
21 Figura Resultado do Ensaio de Permeabilidade do Furo 02 17
22 4.4 Resultados Obtidos nas Medições Físico Químicas Foram realizadas coletas de amostras de água subterrânea para determinação dos seguintes parâmetros: temperatura, ph, condutividade elétrica e oxigênio dissolvido (OD). As Tabelas e apresentam as medições realizadas logo após a instalação dos poços e 27 de agosto de 2014, e cerca de dois meses depois, em 23 de outubro de Não foram realizadas medições no PM 03 no monitoramento de agosto pois houve atraso no cronograma de instalação do mesmo, não sendo possível fazer este monitoramento nesta data devido o deslocamento agendado da equipe de campo. Tabela Medições Físico Químicas 27/08/2014 PM NA C.E µs/cm) O.D (mg/l) ph (Uph) Temperatura PM 01 7, ,98 9,36 29,00 PM 03 7, ,60 4,74 27,20 PM 04 10,60 6 1,80 4,62 27,10 Média 8, ,12 6,24 27,76 Mínimo 7,31 6 1,60 4,62 27,10 Máximo 10, ,98 9,36 29,00 Fonte: Planilhas de Campo da Quatzor Ambiental. Tabela Medições Físico Químicas 23/10/2014 PM NA C.E µs/cm) O.D (mg/l) ph (Uph) Temperatura PM 01 6, ,50 5,63 28,80 PM 02 5, ,39 6,07 28,20 PM 03 7, ,38 5,62 28,70 PM 04 10,6 13 1,42 5,16 27,70 Média 7,41 64,5 1,67 5,62 28,35 Mínimo 5, ,38 5,16 27,70 Máximo 10, ,50 6,07 28,80 Fonte: Planilhas de Campo da Quatzor Ambiental. 18
23 As medições de realizadas em agosto, logo após a instalação dos poços, apresentaram valores distintos em relação as medições de outubro, considerando as os valores de ph no poço PM 01. O ph elevado observado no PM 04 deve ser resultado da utilização de Goma Xantana como fluido de perfuração. A Goma Xantana é um polímero sintetizado por uma bactéria do gênero Xanthomonas, e é utilizada em perfurações realizadas por sondas rotopneumáticas, onde há necessidade de inibição do fluido para evitar que o mesmo interaja com as paredes do poço, dissolvendo as e comprometendo a estabilidade da operação. Esta inibição se dá através da saturação do fluido com sal. Entretanto, a adição de sal no meio aquoso promove uma variação no comportamento deste polissacarídeo. O ph de formulações realizadas com Goma Xantana por Fernandes (1), variou entre 9,9 a 10,7, sendo valores próximos ao observado no PM 04. Nota se que após o desenvolvimento do poço e passados dois meses da instalação o ph da água reduziu para 5,63. Oxigênio Dissolvido: Ao nível do mar a pressão parcial do oxigênio é 0,21atm, considera se que a solubilidade nestas condições é de 8,7mg/L. É importante também destacar que a solubilidade do oxigênio em água aumenta ou diminui em relação a temperatura. A quantidade de oxigênio que dissolve a 0 C (14,7 mg/l) é maior do que a quantidade que dissolve a 35 C (7,0mg/L). Em corpos superficiais naturais e não poluídos ocorre uma condição aeróbica favorável devido ao contato da água com o ar atmosférico. No entanto, a tendência da água subterrânea é apresentar uma condição redutora, com pouco oxigênio por não haver este contato com o ar atmosférico, além de diversas possíveis reações hidroquímicas e bioquímicas naturais que ocorrem no meio subterrâneo e que o consomem o oxigênio. A concentração de oxigênio dissolvido no aquífero raso é usualmente menor que 10mg/L, e em aquíferos profundos tem boa possibilidade de estar ausente. O oxigênio dissolvido é inofensivo para a saúde e pode melhorar a potabilidade da água. 19
24 Os valores de oxigênio dissolvido observados nos poços avaliados indicam concentrações baixas, no entanto dentro dos valores observados para a área em questão, considerando a temperatura elevada da água subterrânea, além da tendência natural da área de apresentar elevado teor de matéria orgânica, propiciado pela presença da floresta no entorno da área, além de a própria área ter essa característica de floresta a pouco tempo. ph: Os potenciais de hidrogênio e de oxidação exercem influência significativa nos processos de especiação química, controlam as reações da maioria dos compostos orgânicos e inorgânicos. O entendimento da distribuição dos processos de óxido redução é fundamental para predizer o destino e transporte dos contaminantes químicos nas águas subterrâneas. As mudanças de ph geram produtos que poderão apresentar diferentes comportamentos em relação a solubilidade, toxidade, reatividade e mobilidade. Os valores de ph, se desconsiderados aqueles medidos logo após a instalação dos poços, variaram de 5,16 no PM 04 a 6,07 no PM 02. De acordo com Feitosa et al. (2008), a maioria das águas subterrâneas tem ph entre 5,5 e 8,5. Na região de Colíder, conforme outros estudos realizados, as águas subterrâneas apresentam naturalmente um ph baixo para os aquíferos livres. O monitoramento das águas subterrâneas do PBA da UHE Colíder, que vem sendo realizado na região indica valores de ph próximos a 5,5 para os poços instalados no aquífero livre, e valores próximos de 7 nos poços instalados no aquífero confinado. Os valores obtidos nos monitoramentos realizados nas seções de poços instalados nas mesmas datas em que foram realizadas as medições dos poços da área do enterrio de peixes são apresentados na Tabela
25 Tabela Medições ph nos Poços de Monitoramento das Seções Típicas PBA UHE Colíder Poço de Monitoramento 27/08/ /10/2014 UpH UpH PM 01 (Tratex) 4,65 4,96 PMP 01 (Tratex) 6,48 6,64 PM 02 (Tratex) 4,96 5,27 PMP 02 (Tratex) 6,27 5,90 PM 03 (Balsa) 4,97 5,39 PMP 03 (Balsa) 7,51 7,65 PM 04 (Balsa) 5,37 5,48 PMP 04 (Balsa) 7,80 7,68 Temperatura: Quimicamente a temperatura exerce influência nas reações químicas ou bioquímicas, além de interferir nas atividades microbianas, pois com seu aumento aceleram esses processos. A temperatura observada nos poços variou de 27,1 C no PM 04, a 29,00 C na amostra do PM 01, no monitoramento de agosto de 2014, logo após a instalação dos poços. No entanto, no monitoramento realizado em outubro houve uma menor variação, com valores entre 27,7 C (PM 04) e 28,8 C (PM 01). A variação da temperatura nos poços pode ser resultante de diversos fatores relacionados a recarga do poço, a condutividade hidráulica do aquífero no local, a profundidade do nível d água, condições de biodegradação ou reações químicas diversas. Na área em questão é possível notar que as menores temperaturas observadas no PM 04 devem estar relacionadas a maior profundidade no nível d água neste poço em relação aos demais, além da posição onde o mesmo foi instalado, a montante da área e mais próximo a área virgem (floresta), que deve regular de forma melhor a temperatura do aquífero, enquanto que a exposição do solo pode transferir calor para o substrato ocasionando aumento da temperatura da água subterrânea, sendo observada uma relação direta entre o meio superficial com o subterrâneo. 21
26 Na Tabela abaixo podem ser visualizados os valores de temperatura obtidos nos poços instalados para monitoramento do aquífero na área de enchimento, onde são observados valores próximos aqueles observados na área de enterrio dos peixes, inclusive com variações de temperatura que podem estar relacionadas aos diversos fatores acima apontados. Tabela Medições Temperatura nos Poços de Monitoramento das Seções Típicas PBA UHE Colíder Poço de Monitoramento 27/08/ /10/2014 C C PM 01 (Tratex) 28,10 28,20 PMP 01 (Tratex) 28,60 27,90 PM 02 (Tratex) 27,70 26,80 PMP 02 (Tratex) 28,20 26,50 PM 03 (Balsa) 27,60 26,60 PMP 03 (Balsa) 28,40 27,90 PM 04 (Balsa) 28,10 27,20 PMP 04 (Balsa) 27,70 26,50 22
27 Condutividade Elétrica (CE): A condutividade elétrica é a capacidade de uma solução em conduzir corrente elétrica, sendo essa condição possível de acordo com a quantidade de íons presentes na água, dessa forma espera se que quanto maior a concentração iônica, maior a sua condutividade. Foi observada uma variação baixa e mínima de 6 μs/cm no PM 04, e a máxima de 34 μs/cm no PM 01 no monitoramento de agosto de 2014, logo após a instalação dos poços. No entanto, no monitoramento realizado em outubro houve uma menor variação, com valores entre 13 μs/cm (PM 04) e 166 μs/cm (PM 02). É possível notar nos valores obtidos que há uma faixa de condutividade elétrica entre 13 μs/cm e 51 μs/cm nos poços PM 01, PM 03 e PM 04, enquanto o PM 02 apresentou um maior valor, alcançando 166 μs/cm. Esta variação pode estar relacionada a alguma a uma condição natural do aquífero local, podendo estar vinculada a maior tempo de exposição da água ao meio subterrâneo, o que permite uma maior troca iônica, ou pode ser resultado de alguma alteração antrópica do meio. Esta conclusão poderá ser obtida a partir dos demais monitoramentos, pois no caso de ser alguma alteração causada pelo enterrio dos peixes este valor deve se elevar nos próximos monitoramentos. Tabela Medições Condutividade Elétrica nos Poços de Monitoramento das Seções Típicas PBA UHE Colíder Poço de Monitoramento 27/08/ /10/2014 µs/cm µs/cm PM 01 (Tratex) PMP 01 (Tratex) PM 02 (Tratex) 8 14 PMP 02 (Tratex) PM 03 (Balsa) PMP 03 (Balsa) PM 04 (Balsa) PMP 04 (Balsa)
28 5. Considerações Finais A Quatzor (Quatzor Ambiental S.A.) foi contratada pela COPEL (Companhia Paranaense de Energia COPEL Geração e Transmissão S.A.) para realizar os serviços relacionados ao Monitoramento Hidrogeológico da área onde houve o enterrio de peixes decorrentes de mortandade ocorrida durante o fechamento do primeiro vão do vertedor da UHE Colíder. O presente relatório apresenta os resultados da instalação dos poços de monitoramento, ensaios hidrológicos e primeiro monitoramento das águas subterrâneas através de medições in situ de condutividade elétrica, ph, temperatura, oxigênio dissolvido. Foram realizadas 4 sondagens, sendo duas com sonda rotopneumática com injeção de ar e duas com sonda rotativa com injeção de fluido de perfuração a base de água com goma xantana. Foram utilizadas duas técnicas diferentes de perfuração devido a característica mais friável do substrato localizado a jusante, próximo ao rio, que se desestabiliza com a perfuração com sonda rotopneumática, mesma razão pela qual foi utilizada o fluido de perfuração com goma xantana, para manter a parede do furo visando a instalação adequada do poço de monitoramento. As sondagens atingiram a profundidade máxima foi de 15,00 e no total efetuou se 48,77 metros de sondagens, em cada sondagem foi instalado um poço de monitoramento com 50 mm de diâmetro. Na área do empreendimento, objeto da presente investigação, constatou se, através das sondagens realizadas, com profundidade máxima alcançada de 15,00 metros que subsolo local apresenta homogeneidade na litologia, sendo este constituído sequencialmente por: solo arenoso fino, solo de alteração (arenito) e rocha arenito. O nível d água situa se na ordem entre 5,09 e 10,6 metros de profundidade e o fluxo subterrâneo local orienta se preferencialmente para oeste, na direção do fluxo do Rio Teles Pires. A velocidade das águas subterrâneas foi calculada em torno de 25,47 m/ano a partir da condutividade hidráulica do substrato e do gradiente hidráulico da área avaliada. 24
29 Foram realizadas medições in situ para, temperatura, ph, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido logo após a instalação dos poços, no mês de agosto, e um segundo monitoramento no mês de outubro. Foi possível observar que ocorreu forte influência da goma xantana no resultado obtido de ph do poço PM 01 no primeiro monitoramento realizado logo após a instalação do poço, por isso o mesmo apresentou ph muito elevado, acima de 9. Após o monitoramento dos poços e passados dois meses da instalação foi possível observar que os valores de ph variaram entre 5,16 e 6,07, sendo estes valores compatíveis com o ambiente natural avaliado, principalmente considerando se os valores que tem sido observado nos poços instalados para monitoramento da qualidade dos aquífero na área de enchimento do reservatório da UHE Colíder, que encontram se entre 4,65 e 7,80. Os valores de Oxigênio Dissolvido obtidos nos monitoramentos indicam baixas concentrações, entre 1,38 mg/l e 2,50mg/L. Estes valores estão dentro de padrões aceitáveis se consideramos os baixos valores de oxigênio que podem ocorrer naturalmente em água subterrânea, além da elevada temperatura do aquífero local, e potencial presença de matéria orgânica no aquífero proveniente do ambiente natural existente nas proximidades e há pouco tempo na área, uma vez que como pode ser visualizado na foto aérea onde foram posicionados os poços era ocupada por floresta. A condutividade elétrica observada apresenta valores baixos, entre 13 e 51 µs/cm nos poços PM 01, PM 03 e PM 04. Porém foi observado um maior valor no PM 02 (166 µs/cm), que poder ser resultante de alguma condição natural ou causada por alguma alteração antrópica. Valores desta ordem são observados em poços instalados para monitoramento do aquífero na área de enchimento do reservatório. Os próximos monitoramentos poderão indicar se este valor é causado pelo enterrio dos peixes, pois neste caso os valores de condutividade deverão se elevar. A temperatura observada nos poços variou de 27,7 C (PM 04) e 28,8 C (PM 01) no monitoramento realizado em outubro. A variação da temperatura nos poços pode ser resultante de diversos fatores relacionados a recarga do poço, a condutividade hidráulica do aquífero no local, a profundidade do nível d água, condições de biodegradação ou reações químicas diversas. Na área em questão é possível notar que as menores temperaturas observadas no PM 04 devem estar relacionadas a maior profundidade no nível d água neste poço em relação aos demais, além da posição onde o mesmo foi instalado, a montante da 25
30 área e mais próximo a área virgem (floresta), que deve regular de forma melhor a temperatura do aquífero, enquanto que a exposição do solo pode transferir calor para o substrato ocasionando aumento da temperatura da água subterrânea, sendo observada uma relação direta entre o meio superficial com o subterrâneo. Os resultados obtidos até o momento não indicam alterações do aquífero causados pelo enterrio dos peixes na área, no entanto a partir dos próximos monitoramentos será possível realizar um acompanhamento da evolução das medições dos parâmetros medidos in situ e desta forma verificar se eventuais alterações das características naturais do meio. Estão previstos ainda monitoramentos em dezembro/14, fevereiro/15, abril/15, junho/15 e agosto/15 para os parâmetros condutividade elétrica, ph, temperatura, oxigênio dissolvido e medição de nível d água. 26
31 6. Equipe Técnica Este relatório foi elaborado com base em dados coletados pela QUATZOR Ambiental S.A., bem como em resultados originados dos serviços de terceiros. As conclusões acima apresentadas foram obtidas com base na boa técnica, plenamente adotada pela Quatzor Ambiental S.A., obedecendo rigorosamente às normas e procedimentos técnicos adotados nacional e internacionalmente. O escopo dos serviços realizados, e acima apresentados, obedece estritamente aos termos firmados entre a Quatzor Ambiental S.A. e o cliente, e aplica se exclusivamente aos fins contratados. Qualquer utilização deste trabalho de forma estranha às suas finalidades originais, ainda que de forma parcial, isentará a Quatzor Ambiental S.A. de qualquer responsabilidade sobre o mesmo. Estiveram envolvidos neste trabalho por parte da Quatzor Ambiental S.A. os seguintes profissionais: Fernando Peterson Delatorre Geólogo Sênior CREA/SP /D Adrian Boller Gerente de Projeto CRBio 20262/04D Bragança Paulista, 06 de Novembro de
32 7. Referências Bibliográficas CONSORCIO UHE COLIDER, Levantamento Geológico Descrição dos Serviços Executados Perfis de Sondagens. Curitiba CONSORCIO J.MALUCELLI CR ALMEIDA, Controle de Qualidade de Solos UHE Colider Relatório de Ensaio de Permeabilidade In Situ. CL JMCR RTPCV S 01 R0. Colider CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resolução 396 de 03 de Abril de MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE; Secretaria de Recursos Hídricos. Programa de Estruturação Institucional da Consolidação da Política Nacional de Recursos Hídricos BRA/OEA/01/ MINISTÉRIO DA SAÚDE; Portaria n 2914 de 12 de Dezembro de AWWS 2003 Manual of water supply practices M21 third edition Groudwater. FREEZE & CHERRY 1979 Groundwater BAIRD & COLIN 2011 Química Ambiental 4. Ed. Bookman Porto Alegre. 28
33 Anexo 01 Projeto de Monitoramento SMF/DMAG/VGAM
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43 Anexo 02 ART Anotação de Responsabilidade Técnica
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47 Anexo 03 Documentação Fotográfica
48 Foto 01 Execução de Sondagem a Jusante da Área (Poço 01) Foto 02 Sonda Rotopercussiva
49 Foto 03 Localização do Poço 01 Foto 04 Localização do Poço 02
50 Foto 05 Localização do Poço 03 Foto 06 Localização do Poço 04
A perfuração deverá seguir as normas técnicas vigentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.
ANEXO I Especificações técnicas para a elaboração do termo de referência para perfuração de poços tubulares e outorga de direito de uso de água subterrânea para irrigação. 1. Objetivo: Estabelecer técnicas
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