29º Seminário de Extensão Universitária da Região Sul PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE DO SERVIDOR DA UNIOESTE

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1 PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE DO SERVIDOR DA Área temática: saúde Helenara Salvati Bertolossi Moreira (coordenadora da Ação de Extensão) Helenara Salvati Bertolossi Moreira 1, Isabele Maia Galvão 2, José Mohamud Vilagra 3,Kelly Aparecida Guimarães 4, Débora Cristina Thomé 5 Palavras-chave: Ginástica Laboral, Saúde no trabalho, Doenças Ocupacionais Resumo O trabalho industrializado, mecanizado e a aplicação de técnicas computadorizadas, aliados a uma busca desenfreada pela produtividade e pela qualidade, vêm impondo condições extremamente insalubres à saúde humana como um todo. Tais fatores prejudicam o funcionamento mental do trabalhador, a qualidade de vida e a saúde deste. Gerando sintomas como dores articulares e musculares, fadiga, estresse e esgotamento. Deste modo, programas de Ginástica Laboral (GL) são implantados nas empresas visando à promoção de saúde, a diminuir o número de acidentes de trabalho, prevenir doenças originadas por traumas cumulativos, prevenir a fadiga muscular, corrigir vícios posturais, aumentar a disposição do funcionário ao iniciar e retornar ao trabalho e promover maior integração no ambiente de trabalho. Neste contexto, o projeto intitulado Promoção da qualidade de vida e saúde do servidor da Reitoria e do Campus de Cascavel foi implantado na Universidade Estadual do Oeste do Paraná visando à saúde do servidor através da prática de Ginástica Laboral e orientações ergonômicas. Metodologia: são realizadas duas sessões de GL, duas vezes na semana, durante 10 a 15 minutos, com os servidores de 10 setores da Unioeste Campus Cascavel. As sessões não são repetidas e os conteúdos das sessões estão relacionados com a função exercida por cada servidor, sendo direcionada de acordo com os grupos musculares mais requisitados durante a jornada de trabalho. Para a realização da GL, o funcionário não necessita nenhum tipo de traje especial. Esses exercícios são leves e de baixa intensidade, e ainda, cada funcionário é orientado a executá-los de acordo com sua própria capacidade e limitação, não oferecendo assim riscos à sua saúde. Conclusão: como a ação 1 Mestre em Ergonomia, docente do Curso de Fisioterapia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná-. Coordenadora do Projeto de Extensão. helenarasbm@hotmail.com 2 Doutor em Ergonomia, docente do Curso de Fisioterapia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná- 3 Discente do último ano do Curso de Fisioterapia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - 4 Discente do terceiro ano do Curso de Fisioterapia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - 5 Discente do terceiro ano do Curso de Fisioterapia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná -

2 extensionista ainda está sendo desenvolvida, os resultados dos dados obtidos sobre incidência de dor,níveis de estresse e qualidade de vida no trabalho, estilo de vida e carga mental ainda são resultados parciais, sendo que para todos os itens analisados a GL teve um efeito positivo, isto é, aumentou a qualidade de vida dos trabalhadores e reduziu o nível de estresse e carga mental dos mesmos. Introdução Para Cañete (2001) o trabalho industrializado, mecanizado e a aplicação de técnicas computadorizadas, aliados a uma busca desenfreada pela produtividade e pela qualidade, vêm impondo condições extremamente insalubres à saúde humana como um todo. Essas mudanças no mundo do trabalho têm influenciado as formas de organização da produção e do trabalho, bem como as relações no ambiente laboral. O processo de reestruturação produtiva vem suscitando transformações que tem repercutido no trabalho, nos trabalhadores e nos modelos das empresas. Especialmente quanto aos trabalhadores, existem riscos principalmente em relação a sua saúde. Pois, a revolução informacional impõe profundas mudanças na esfera do trabalho, com característica cada vez mais multidisciplinar, e com o conteúdo mais cognitivo (FERNANDES, PACE e PASSOS, 2000). Além disso, a busca pelo aumento da produção faz com que a competitividade no mercado de trabalho seja maior. Submetendo desta forma o trabalhador a realizar tarefas repetitivas e jornadas prolongadas, a sofrer pressão constante por produtividade, e ainda, a realizar tarefas fragmentadas e monótonas. Fatores estes que conhecidamente levam a repressão do funcionamento mental do trabalhador, acabando por comprometer a qualidade de vida e a saúde deste. De um modo geral, isso acarreta sintomas como dores articulares e musculares, fadiga, estresse e esgotamento (MILITÃO, 2001; FERNANDES et al, 2010). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a saúde de qualquer indivíduo compreende um completo bem estar físico,psíquico e social. Portanto, para alcançar este equilíbrio o trabalhador deve controlar a sobrecarga física e psíquica que sofre durante seu período de trabalho, a fim de manter sua saúde e conseguir realizar suas tarefas laborais sem interferências negativas. De acordo com os dados divulgados pela Fundacentro (2007), entre 2000 e 2005 foram registradas doenças relacionadas ao trabalho e pesquisas do Laboratório de Saúde do Trabalhador da Universidade de Brasília demonstram um aumento bastante significativo no índice de afastamentos por doenças cognitivas, que no período de 2000 a 2006 aumentaram em 260%. Diante do problema apresentado, tem-se a Ginástica Laboral (GL) como ferramenta de cunho preventivo e/ou reabilitador. Sendo atualmente implantados programas de GL nas empresas visando à promoção de saúde, melhoria das condições de trabalho, preparação biopsicossocial dos participantes, além de contribuir direta ou indiretamente para a melhoria do relacionamento interpessoal, reduzir os índices dos acidentes de trabalho e lesões por esforços repetitivos, levando assim, a um aumento da produtividade e da qualidade de vida (OLIVEIRA, 2003). Neste contexto, o projeto intitulado Promoção da qualidade de vida e saúde do servidor da Reitoria e do Campus de Cascavel foi implantado na Universidade

3 Estadual do Oeste do Paraná visando à saúde do servidor através da prática de Ginástica Laboral e orientações ergonômicas. Metodologia Primeiramente foram realizadas visitas aos setores e comunicado aos pró-reitores e coordenadores dos setores a respeito da implantação do projeto. Visando uma adequada implantação, foi realizada uma palestra aos servidores a respeito da importância do programa para posteriormente iniciar as sessões de ginástica laboral propriamente dita. São beneficiados pelo programa, aqueles funcionários que têm disponibilidade e interesse em realizar as sessões de GL, os mesmos não são obrigados a participar da GL. As sessões são executadas nos seguintes setores: Pró-reitoria de Administração e Planejamento (PRAP), Pró-Reitoria de Extensão (PROEX), Diretoria de Recursos Humanos (DRH), Diretoria de Informática (DRI), Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), Biblioteca, Funcionários da Clínica de Fisioterapia e Centro de Reabilitação da Unioeste, Funcionários da manutenção e limpeza. Considerando a necessidade de se criar um banco de dados referentes a alguns aspectos relacionados a saúde do servidor, foram repassados alguns questionários visando verificar a incidência de dor,níveis de estresse e qualidade de vida no trabalho, estilo de vida e carga mental. Além disso, os dados obtidos por estes questionários serão utilizados como forma de avaliação e comparação do efeito da GL nas cargas física e mental dos funcionários. A aplicação da GL é feita no início da jornada de trabalho, a freqüência foi inicialmente uma vez por semana (de agosto de 2010 a fevereiro de 2011) com a duração de minutos. Porém, devido a grande adesão e interesse dos servidores, a partir de março de 2011, a GL passou a ser realizada duas vezes na semana. Os conteúdos das sessões estão relacionados com a função exercida por cada servidor, sendo direcionada de acordo com os grupos musculares mais requisitados durante a jornada de trabalho. As sessões são compostas por exercícios de alongamento, massagens e relaxamento. Durante as sessões de Ginástica Laboral (GL) são enfatizados alongamentos que envolvam as articulações do pescoço, ombro, punho, tronco (principalmente região lombar) e joelho devido à requisição laboral. Contudo, os servidores têm a liberdade de requisitar exercícios específicos de alongamento de acordo com o grupo muscular. As sessões não são repetidas, sendo que os exercícios de alongamento, massagem e relaxamento variam constantemente. Além disso, são repassadas aos servidores orientações em saúde com temas diversos entre eles: ergonomia, postura, prevenção de dor, estresse, qualidade de vida no trabalho, tabagismo, estilo de vida, lombalgia, entre outros. Para a realização da GL, o funcionário não necessita nenhum tipo de traje especial. Esses exercícios são leves e de baixa intensidade, e ainda, cada funcionário é orientado a executá-los de acordo com sua própria capacidade e limitação, não oferecendo assim riscos à sua saúde. Conclusões

4 Como a ação extensionista ainda está sendo desenvolvida, os resultados dos dados obtidos sobre incidência de dor, níveis de estresse e qualidade de vida no trabalho, estilo de vida e carga mental ainda são resultados parciais, sendo que para todos os itens analisados a GL teve um efeito positivo, isto é, aumentou a qualidade de vida dos trabalhadores e reduziu o nível de estresse e carga mental dos mesmos. Evidências demonstram que a Ginástica Laboral tem sido um importante meio para a prevenção de doenças ocupacionais, conseguindo em poucos meses uma melhora na saúde do trabalhador e evitando que estágios de LER/DORT já instalados evoluam. Além dos efeitos diretos da Ginástica Laboral para a saúde do trabalhador, vale ressaltar que ela também manifesta efeitos secundários, uma vez que, com o trabalhador primariamente saudável e disposto, sua produtividade e seu trabalho será melhor. Programas de prevenção e promoção à saúde do trabalhador são de extrema importância e necessidade, não só a GL, mas deveriam ser realizadas também palestras, readequação ergonômica no ambiente de trabalho, conscientização dos funcionários quanto a postura, pois sem esta análise ergonômica do trabalho o programa de GL é apenas um recurso momentâneo. Referências LIVROS CAÑETE, M. I. A humanização: desafio da empresa moderna, a ginástica laboral como caminho. Porto Alegre: Artes e Ofício, OLIVEIRA, J. R. G. A prática de ginástica laboral. 2ed. Rio de Janeiro: Sprint, ARTIGOS EM REVISTAS FERNANDES, R. de C. P, et. al. Musculoskeletal disorders among workers in plastic manufacturing plants. Revista Brasileira de Epidemiologia. v.13, n.1, p , FERNANDES, S.R.P.; PACE, D.M.T.; PASSOS, F.D.; ORGANIZAÇÃO E CONDIÇÕES DE TRABALHO EM TELEMARKETING: repercussões na saúde psíquica dos trabalhadores OLIVEIRA, J.R.G.; A importância da Ginástica Laboral na prevenção de Doenças Ocupacionais. Revista de Educação Física - No 139 Dezembro de TESES MILITÃO, Angeliete Garcez. A influência da ginástica laboral para a saúde dos trabalhadores e sua relação com os profissionais que a orientam. Florianópolis, Dissertação (Mestrado em Engenharia da Produção) Programa de Pós- Graduação em Engenharia da Produção, Universidade Federal de Santa Catarina.

5 DOCUMENTOS ELETRÔNICOS Fundacentro; (2007). Estatísticas sobre acidentes e doenças do trabalho. Disponível em:< Acesso em 07 de novembro de 2010.