EXCELENTÍSSIMA SENHORA MINISTRA PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.

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1 EXCELENTÍSSIMA SENHORA MINISTRA PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. [Arguição de descumprimento de preceito fundamental. Leis 2.985/2017 e 4.432/2017 dos Municípios de Petrolina e Garanhuns (PE), respectivamente. Vedação de políticas de ensino com informações sobre gênero.] PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE PSOL, agremiação partidária com representação no Congresso Nacional, registrado no Tribunal Superior Eleitoral por meio da Resolução , de 2005, pessoa jurídica inscrita no CNPJ sob o n.º / , com endereço no SDS, bloco D, Ed. Eldorado, sala 80, Brasília DF, CEP: (secretariageral@psol50.org.br), neste ato representado pelo seu Presidente Nacional, JULIANO MEDEIROS, por seus advogados signatários, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 102, 1º, da Constituição Federal e na Lei 9.882, de 3 de dezembro de 1999, propor Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, com pedido de medida cautelar, contra as Leis nº 2.985/2017 e nº 4.432/2017, respectivamente, dos Municípios do Estado de Pernambuco (PE) de Petrolina e Garanhuns, que aprovam o plano municipal de educação e vedam política de ensino com informações sobre gênero nos municípios. A petição inicial é acompanhada de cópia dos atos normativos impugnados. 1

2 1 OBJETO DA AÇÃO Eis o teor das leis municipais impugnadas (grifados os trechos especialmente inconstitucionais): LEI Nº 2.985, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017 (Petrolina) Art. 1º Fica proibida na grade curricular da rede municipal de ensino e da rede privada do município de Petrolina-PE, a disciplina denominada Ideologia de Gênero, bem como toda e qualquer disciplina que tente orientar a sexualidade dos alunos ou que tente extinguir o gênero masculino ou feminino como gênero humano. Art. 2º Fica proibido em todas as unidades escolares da rede de ensino público e privada do município de Petrolina PE, a utilização, elaboração, publicação, exposição e distribuição de quaisquer livros didáticos, ou não, que versem ou se refiram, direta ou indiretamente, sobre ideologia de gênero, diversidade sexual e educação sexual. Paragrafo único. Fica proibido nas bibliotecas municipais a exposição e distribuição de quaisquer livros, didáticos ou não, que versem ou se refiram, direta ou indiretamente, sobre ideologia de gênero, diversidade sexual e educação sexual. Art. 3º A responsabilidade direta pelo cumprimento desta lei solidariamente, a Dirigente da unidade escolar, ao Diretor, na estrutura funcional hierárquica da secretaria de Educação e o Secretário Titular do Setor Educacional do município de Petrolina-PE. Parágrafo único. A responsabilidade direta pelo cumprimento desta lei no âmbito da biblioteca pública municipal recairá solidariamente ao bibliotecário diretor da biblioteca municipal e ao secretário municipal a qual as bibliotecas municipais estejam vinculadas. 2

3 Art. 4º esta lei entra em vigor na data de sua publicação LEI Nº 4.432, DE 13 DE DEZEMBRO DE 2017 (Garanhuns) Art. 1º Fica vedada no âmbito das escolas da Rede Municipal de Ensino do Município de Garanhuns e biblioteca pública a abordagem direta ou indireta, bem como a prática de atividades pedagógicas, inclusive extraclasse, sobre temática referente à teoria de gênero, questões de gênero, identidade de gênero ou ideologia de gênero. 1º Considera-se teoria de gênero, questões de gênero, identidade de gênero ou ideologia de gênero, para efeitos desta Lei, a concepção de que os dois sexos, masculino e feminino, são considerados construções culturais e sociais e o entendimento de que existem outros gêneros sexuais além dos dois ora mencionados. 2º Ficam resguardados como princípios educacionais, a igualdade de condições, liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber, pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas. Art. 2º Fica vedada nos ambientes mencionados no Art. 1º a utilização, elaboração, publicação, divulgação, exposição e distribuição de qualquer texto, imagem, mídia magnética, digital ou material impresso, que versem ou se refiram, ainda que indiretamente, a teoria de gênero, questões de gênero, identidade de gênero e ideologia de gênero. Art. 3º A presente Lei entrará em vigor na data de sua publicação. Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário. Os atos normativos, conforme de argui, contrariam dispositivos da Constituição Federal concernentes ao objetivo constitucional de construir uma sociedade 3

4 livre, justa e solidária (art. 3º, I) 1, ao direito a igualdade (art. 5º, caput) 2, à vedação de censura em atividades culturais (art. 5º, IX) 3, ao devido processo legal substantivo (art. 5º, LIV) 4, à laicidade do estado (art. 19, I) 5, à competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional (art. 22, XXIV) 6, ao direito à liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber (art. 206, II) 7, e ao pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas (art. 206, III) 8. 2 CABIMENTO DA ARGUIÇÃO Arguição de descumprimento de preceito fundamental constitui instrumento jurídico apropriado para sanar lesão ou ameaça de lesão a preceitos e princípios fundamentais provocados por ato comissivo ou omissivo do poder público, quando não haja outro meio apto a saná-la. Tratando-se de controle abstrato de constitucionalidade de direito municipal pelo Supremo Tribunal Federal, a ADPF é o instrumento expressamente previsto na lei (art. 1º, parágrafo único, I, da Lei 9.882/1999) 9. 1 Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 2 Art. 5 º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 3 IX é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; 4 LIV ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; 5 Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhe o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; 6 Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: [...] XXIV diretrizes e bases da educação nacional; 7 Art O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: II liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; 8 III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino. 9 Art. 1º A arguição prevista no 1 o do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante 4

5 Alguns dos preceitos fundamentais assinalados como referências de controle neste processo não encontram a reprodução devida na Constituição do Estado de Pernambuco, o que impossibilita exame da matéria por meio de representação de inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça estadual. Logo, não se verificando a existência de meio apto a solver a controvérsia constitucional relevante de forma ampla, geral e imediata (ADPF 129-MC), há de se entender possível a utilização da ADPF. Ademais, é importante pontuar que as normas contidas nas leis 2.985/2017 e 4.432/2017 têm o mesmo teor de outras leis e projetos de lei, aprovas ou em tramitação, em diversos municípios brasileiros, o que comprova a ameaça não apenas aos preceitos fundamentais mencionados, mas também à segurança jurídica. Visto que decisões conflitantes podem ser tomadas no controle de constitucionalidade de leis municipais e estaduais pelos estados-membros, a controvérsia quanto à constitucionalidade da proibição de educação para a diversidade sexual tem potencial para perturbar o sistema jurídico. Como exemplo, as medidas cautelares deferidas pelos Tribunais de Justiça de São Paulo e de Minas Gerais em ações diretas de inconstitucionalidade que tratam da vedação de uso de material didático com referência a ideologia de gênero e da censura à prática de atividades pedagógicas sobre o tema, dos Municípios de Matão (SP) e Governador Valadares (MG) 10. Há estado de incerteza no campo das políticas públicas de educação quanto ao tema. GILMAR MENDES observa a esse respeito: A possibilidade de incongruências hermenêuticas e confusões jurisprudenciais decorrentes dos pronunciamentos de múltiplos órgãos pode configurar uma ameaça de ato do Poder Público. Parágrafo único. Caberá também arguição de descumprimento de preceito fundamental: I quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição; 10 TJMG, ADI /000 e TJSP, ADI

6 a preceito fundamental (pelo menos, ao da segurança jurídica), o que também está a recomendar uma leitura compreensiva da exigência aposta à lei da arguição, de modo a admitir a propositura da ação especial toda vez que uma definição imediata da controvérsia mostrar-se necessária para afastar aplicações erráticas, tumultuárias ou incongruentes, que comprometam gravemente o princípio da segurança jurídica e a própria ideia de prestação judicial efetiva 11. Sendo assim, é cabível a arguição, não havendo outro meio processual apto a corrigir adequadamente a lesão a preceito fundamental, à luz do princípio da subsidiariedade, previsto no art. 4º, 1º, da Lei 9.882/ FUNDAMENTAÇÃO 3.1 COMPETÊNCIA LEGISLATIVA DA UNIÃO OFENSA À LEGISLAÇÃO NACIONAL As Leis 2.985/2017 e 4.432/2017, respectivamente, dos Municípios de Petrolina e Garanhuns (PE) ao vedarem a adoção de políticas de ensino que se refiram à ideologia de gênero, gênero ou orientação sexual naquela unidade federativa, extrapolam a competência municipal de legislar, tomando para si competência privativa da União para estabelecer sobre diretrizes e bases da educação nacional (CF, art. 22, XXIV). A Carta Magna disciplina que a União, Estados e Distrito Federal possuem a competência para legislar acerca de educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação. Não obstante a competência municipal suplementar (CF, art. 30, II), é certo que as regulamentações dispostas nas leis em análise extrapolam a suplementariedade. Isso porque a regulação do conteúdo de material didático diz respeito a normas gerais de ensino e educação. Logo, cabe à União, e somente à ela, de forma privativa, dispor a 11 MENDES, Gilmar. Curso de Direito Constitucional. São Paulo, Saraiva, p Art. 4º [...] 1º Não será admitida arguição de descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade. 6

7 respeito desse tema, não sendo possível que tais definições variem em cada município do país, quanto mais como no caso, quando regula a matéria de modo diverso das regras gerais estabelecidas pela União no exercício da competência legislativa privativa, através da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei nº 9.394, de 1996, através do Plano Nacional de Educação, Lei nº , de 2014 e através das normas e regulamentos atinentes. A competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal em diversos precedentes: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI ESTADUAL 9164/95. ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL. ENSINO DE EDUCAÇÃO ARTÍSTICA. FORMAÇÃO ESPECÍFICA PARA O EXERCÍCIO DO MAGISTÉRIO. LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL. COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO. INICIATIVA PARLAMENTAR. VÍCIO FORMAL. INOCORRÊNCIA. 1. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Iniciativa. Constituição Federal, artigo 22, XXIV. Competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional. 2. Legislação estadual. Magistério. Educação artística. Formação específica. Exigência não contida na Lei Federal 9.394/96. Questão afeta à legalidade. Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente em parte 13. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI DISTRITAL N , DE 8 DE NOVEMBRO DE 2005, QUE REGULAMENTA O 1º DO ART. 235 DA LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL QUANTO À OFERTA DE ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA AOS 13 STF. Plenário. ADI 1.399/SP. Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA. Julg. 3/3/04. DJ. 11/6/04. 7

8 ALUNOS DA REDE PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL. AUSÊNCIA DE AFRONTA À CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. 1. Competência concorrente entre a União, que define as normas gerais e os entes estaduais e Distrito Federal, que fixam as especificidades, os modos e meios de cumprir o quanto estabelecido no art. 24, inc. IX, da Constituição da República, ou seja, para legislar sobre educação. 2. O art. 22, inc. XXIV, da Constituição da República enfatiza a competência privativa do legislador nacional para definir as diretrizes e bases da educação nacional, deixando as singularidades no âmbito de competência dos Estados e do Distrito Federal. 3. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente 14. As regras gerais já foram estabelecidas pela União e os municípios são incompetentes para legislar sobre o tema. Constata-se, ademais, no cotejo entre as leis municipais objurgadas e as normas nacionais estabelecidas através da competência privativa pela União, que houve flagrante desrespeito ao quanto já definido. Na forma, tal postura municipal é, ao mesmo tempo inconstitucional e ilegal, eis que ofende a CF/88 e às normas infraconstitucionais. Emanando as regras legais igualmente ofendidas diretamente da Constituição, e cuidando as leis nacionais da regulação de princípios constitucionais não observados pelas leis municipais, importa ao caso, também, a verificação da ilegalidade das leis municipais pernambucanas. No ponto, além de inconstitucional exercício de competência legislativa que não possuem, as leis municipais estão em total desacordo ao quando deseja o Estado brasileiro relativamente à educação. O Plano Nacional de Educação, cujo cumprimento de metas e cuja execução de estratégias também deve ser observado pelo Município, estabelece (inc. X, art. 2º) como diretriz, de modo expresso, a promoção dos princípios do respeito aos Direitos 14 STF. Plenário. ADI 3.699/DF. Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA. 18/6/07, unânime. DJ-e 47, 29/6/07. 8

9 Humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental. Estes critérios de cumprimento pelos municípios estão flagrantemente desrespeitados pela legislação municipal questionada. Art. 2º São diretrizes do PNE: [...] X - promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental 15 A Lei de Diretrizes e Bases nacional (Lei Federal) declara (inc. IV, art. 32) que o Ensino Fundamental deve fornecer a educação básica ao cidadão, mediante o fortalecimento de laços de solidariedade humana e tolerância recíproca em que se assenta a vida social. São critérios igualmente desrespeitados pelas normas municipais atacadas. Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: (Redação dada pela Lei nº , de 2006) [...] IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social 16. A mesma Lei de Diretrizes e Bases estabelece (inc. I a IV, art. 3º) que o ensino será ministrado com base em alguns princípios, destacando-se o apreço à tolerância, pluralidade de concepções pedagógicas e ideias e liberdade de aprender, ensinar e pesquisar. Tais princípios são frontalmente não observados pelas leis municipais de Pernambuco. Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 15 Lei / Lei 9394/

10 II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; Seguindo a flagrante inobservância e o confronto com as regras legais já estabelecidas pela União em exercício de competência privativa, verifica-se o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, ao tratar da concepção e princípios da Educação Básica, dispõe que: d) a educação em direitos humanos deve estruturar-se na diversidade cultural e ambiental, garantindo a cidadania, o acesso ao ensino, permanência e conclusão, a equidade (étnico-racial, religiosa, cultural, territorial, físicoindividual, geracional, de gênero, de orientação sexual, de opção política, de nacionalidade, dentre outras) e a qualidade da educação; Em reforço a regulamentação da matéria pela União, determinando a necessidade de se abordar assuntos relativos à discriminação baseada em elementos de (identidade de) gênero e orientação sexual, o MEC aprovou e fez publicar em Janeiro de 2018, a Portaria nº 33 17, que aprovou o Parecer nº 14/2017, do Conselho Nacional de Educação. No art. 1º a Portaria homologou o Parecer e ratificou proposta de Resolução a ele anexada. Esta Resolução, no art. 1º, dispõe que: 17 PORTARIA nº 33, de 17 de Janeiro de O MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, no uso de suas atribuições, tendo em vista o disposto no art. 2º da Lei nº 9.131, de 24 de novembro de 1995, e conforme consta do Processo no / , resolve: Art. 1º Fica homologado o Parecer CNE/CP nº 14/2017, do Conselho Pleno do Conselho Nacional de Educação, aprovado na Sessão Pública de 12 de setembro de 2017, que, junto ao Projeto de Resolução a ele anexo, define o uso do nome social de travestis e transexuais nos registros escolares da Educação Básica do País, para alunos maiores de 18 anos. Art. 2º Alunos menores de 18 anos podem solicitar o uso do nome social durante a matrícula ou a qualquer momento, por meio de seus pais ou representantes legais. Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. 10

11 Art. 1º Na elaboração e implementação de suas propostas curriculares e projetos pedagógicos, os sistemas de ensino e as escolas de educação básica brasileiras devem assegurar diretrizes e práticas com o objetivo de combater quaisquer formas de discriminação em função de orientação sexual e identidade de gênero de estudantes, professores, gestores, funcionários e respectivos familiares 18. (grifamos) Facilmente verificável que ao vedar a adoção de políticas de ensino que façam referência a diversidade sexual, as leis municipais pernambucanas invadem competência da União e desrespeitam as normas e regras já estabelecidas em competência privativa e de observância obrigatória por todos os entes federados. Em situação análoga às Leis 2.985/2017 e 4.432/2017, o Ministro ROBERTO BARROSO, apreciando medida cautelar na ADPF 461, apontou a inconstitucionalidade da regulamentação Municipal, Lei do Município de Paranaguá/PR (Lei nº 3.468/2015), que vedava ensino sobre gênero e orientação sexual. A decisão fixa, inclusive, a tese do desrespeito às competências constitucionalmente estabelecidas à União. Eis a ementa: DIREITO À EDUCAÇÃO. MEDIDA CAUTELAR EM ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL. LEI MUNICIPAL QUE VEDA O ENSINO SOBRE GÊNERO E ORIENTAÇÃO SEXUAL, BEM COMO A UTILIZAÇÃO DESSES TERMOS NAS ESCOLAS. DEFERIMENTO DA LIMINAR. 1. Violação à competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional (CF/88, art. 22, XXIV), bem como à competência deste mesmo ente para estabelecer normas gerais em matéria de educação (CF/88, art. 24, IX). Inobservância dos limites da competência normativa suplementar municipal (CF/88, 18 Disponível em 11

12 art. 30, II). [realces acrescidos] 2. Supressão de domínio do saber do universo escolar. Desrespeito ao direito à educação com o alcance pleno e emancipatório que lhe confere a Constituição. Dever do Estado de assegurar um ensino plural, que prepare os indivíduos para a vida em sociedade. Violação à liberdade de ensinar e de aprender (CF/88, arts. 205, art. 206, II, III, V, e art. 214). 3. Comprometimento do papel transformador da educação. Utilização do aparato estatal para manter grupos minoritários em condição de invisibilidade e inferioridade. Violação do direito de todos os indivíduos à igual consideração e respeito e perpetuação de estigmas (CF/88, art. 1º, III, e art. 5º). 4. Violação ao princípio da proteção integral. Importância da educação sobre diversidade sexual para crianças, adolescentes e jovens. Indivíduos especialmente vulneráveis que podem desenvolver identidades de gênero e orientação sexual divergentes do padrão culturalmente naturalizado. Dever do estado de mantê-los a salvo de toda forma de discriminação e opressão. Regime constitucional especialmente protetivo (CF/88, art. 227). 5. Plausibilidade do direito alegado e perigo na demora demonstrados. Cautelar deferida 19. Em conclusão, os Municípios de Garanhuns e Petrolina não possuem competência legislativa para estabelecer regras educacionais, quanto mais quando tais regras ferem de modo direto a legislação nacional, fixada privativamente pela União. É patente a inconstitucionalidade das normas por ofensa ao art. 22, inc. XXIV e art. 24, inc. IX, ambos da CF. É patente a incompatibilidade das normas municipais com a regras legais nacionais, estabelecidas pelas Leis 9.394/96 e / NOTAS INTRODUTÓRIAS: A IDEOLOGIA DE GÊNERO De início, é preciso esclarecer que a tratada ideologia de gênero, de fato, não existe. No meio acadêmico, não há escritos ou teses que sustentem a ideia acerca de uma 19 STF - ADPF 461/PR, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, Julg. 16/6/17, DJe /6/17. 12

13 ideologia que trate as questões relacionadas a gênero. Em verdade, o que há são trabalhos e estudos a respeito do que se entende por gênero em uma perspectiva sociológica. Estes estudos vêm sendo desenvolvidos em várias áreas do conhecimento (medicina, psicologia, antropologia, filosofia) principalmente a partir da década de 1970, no contexto da revolução de costumes, com o objetivo de separar o conceito de sexo biológico do conceito de gênero: o primeiro seria um fato dado, biológico, enquanto o segundo é conceito que envolve componentes culturais, sociológicos, psicológicos e de outras ordens. Assim, algumas das principais questões debatidas nas teorias de gênero podem ser extraídas da assertiva: a natureza está para a cultura assim como o sexo está para o gênero. Analisar cientificamente as categorias de gênero, sexo e sexualidade não significa negar a existência entre os sexos (em sua acepção biológica) ou entre homens e mulheres, mas compreender que as diferenças existentes não são obrigatoriamente naturais e determinadas. Ao revés: são frutos das relações sociais e das relações de poder produzidas a partir de hierarquias e contextos de dominação. Ainda que a palavra gênero não seja expressamente utilizada, o reconhecimento dos direitos da população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (frequentemente identificados pelo acrônimo LGBT) equivale à incorporação do gênero na esfera jurídica. Nos Estudos de Gênero, é possível encontrar as pesquisas sobre violência doméstica, violência sexual, feminicídio, desigualdade econômica e outras assimetrias relacionadas às desigualdades promovidas pela diferenciação estruturalmente impostas entre homens e mulheres. Não é negada as diferenças entre homens e mulheres, mas exige-se que tais diferenças não acarrete qualquer tipo de hierarquia entre os gêneros. Destaca-se, ainda, que os Estudos de Gênero nunca tiveram por objetivo modificar a sexualidade de nenhum indivíduo, uma vez que os pesquisadores e pesquisadoras da área não veem como possível a transformação da orientação sexual ou 13

14 da identidade de gênero das pessoas por meio de influência de outros indivíduos, assim como nunca defenderam pedofilia ou incentivaram a erotização infantil. Para os tradicionalistas, os chamados defensores da ideologia de gênero sustentariam que a conformação biológica natural seria irrelevante e que as pessoas construiriam o próprio gênero por ato de vontade. Daí o receio de que políticas, documentos, materiais e abordagens didáticas inspirados pela ideologia de gênero poderiam induzir crianças e adolescentes a optar por gêneros diferentes do correspondente àquele com que nasceram, do ponto de vista biológico (quando não houver intersexualidade), e até a se engajarem em práticas sexuais incompatíveis com sua idade e maturidade. 20 Em resposta à essa acusação, de que há uma ideologia de gênero, a Associação Brasileira de Antropologia (ABA) publicou em 2015 o Manifesto pela igualdade de gênero na educação: por uma escola democrática, inclusiva e sem censuras, assinado por 113 pesquisadores e grupos de estudos, no qual ela explica que: ao contrário de ideologias ou doutrinas sustentadas pela fundamentação de crenças ou fé, o conceito de gênero está baseado em parâmetros científicos de produção de saberes sobre o mundo. Gênero, enquanto um conceito, identifica processos históricos e culturais que classificam e posicionam as pessoas a partir de uma relação sobre o que é entendido como feminino e masculino. É um 20 FELIPE AQUINO, por exemplo, conhecido militante católico contra a ideologia de gênero, aponta que ela é uma ideologia subversiva que derruba o Direito natural, desconstrói a pessoa, desnorteia a criança, destrói a família, o matrimônio e a maternidade; e, deste modo, fomentam um estilo de vida que incentiva todas as formas de experimentação sexual desde a mais tenra idade; inclusive a pedofilia e o incesto, defendidos sorrateiramente pela SIMONE [DE] BEAUVOIR e outras feministas. De novo a ideologia de gênero. Disponível em < > ou < com/felipeaquino/2015/10/27/de-novo-a-ideologia-de-genero >; acesso em 27 de março RODRIGO NOGUEIRA, Deputado pelo PTB-RS e pastor da Igreja Assembleia de Deus, afirma: não podemos admitir o conceito do novo modelo de sociedade, que se esconde atrás da ideologia de gênero, que quer introduzir uma terceira ordem sexual, até porque o modelo defendido pela sociedade brasileira está fundamentado em princípios cristãos. Nós precisamos preservar aquele modelo de família. A família se constitui através da união de um homem e uma mulher, para a preservação da sua prole. Disponível em #ixzz40ZG2Qttd; acesso em 27 de março de

15 operador que cria sentido para as diferenças percebidas em nossos corpos e articula pessoas, emoções, práticas e coisas dentro de uma estrutura de poder. E é, nesse sentido, que o conceito de gênero tem sido historicamente útil para que muitas pesquisas consigam identificar mecanismos de reprodução de desigualdades no contexto escolar ( ) 21 Os conceitos de gênero e orientação sexual, enfim, podem contribuir, também, para fortalecer a relação entre o ensino escolar e as famílias, vez que são bastante diversos os arranjos familiares, os quais devem ser reconhecidos e respeitados pelas escolas. É evidente, assim, que a temática é extremamente apropriada para o ambiente escolar, já que esse é o local, por excelência, em que se preza pelo debate, reflexão e ensino, de modo que impedir o acesso a informações sobre gênero e sexualidades seria limitar o conhecimento e controverter o papel da instituição escolar. As leis 2.985/2017 e 4.432/2017, utilizam indevidamente a expressão ideologia de gênero (cujo conteúdo é incerto e constitui, ela própria, uma manifestação ideológica) e não estudos ou teoria de gênero, para legitimar fusão artificial entre gênero e interesses e afastar a temática do campo dos direitos e do processo educativo. Ideologia, nesse caso, serve como palavra-disfarce. Por essa razão, não haveria utilidade em debater seu sentido na lei municipal. A ampla proibição de tais leis, que abrange identidade, ideologia e orientação de gênero, além de imprecisa, é discriminatória, porquanto violadora da laicidade do estado e dos direitos fundamentais à igualdade, à liberdade de ensino e de aprendizado, à proteção contra censura e à liberdade de orientação sexual com ofensa direta aos artigos 3º, inc. I, 5º, caput e inc. IX, art. 19, inc. I e art. 206, inc. II e III, todos da CF. Ao proibir uso e veiculação de material didático que contenha ideologia de gênero, as leis tentam driblar a simples discussão sobre gênero e sexualidade, impedindo 21 cao_final.pdf 15

16 crianças e jovens a refletirem sobre as profundas desigualdades entre os gêneros masculino e feminino e sobre a mortífera discriminação da população LGBT. A vedação das leis a disciplina denominada Ideologia de Gênero, ou a teoria de gênero, questões de gênero, identidade de gênero é propositadamente aberta, pois não há delimitação clara do que seja ideologia de gênero, seja nas próprias leis, seja em fontes fiáveis. Através da escrita turva, as leis pretendem vedar qualquer abordagem de temas ligados à sexualidade que não seja para reafirmar uma inexistente equivalência entre sexo e gênero e para ignorar quaisquer realidades distintas da orientação sexual heteroafetiva e cisgenera. JIMENA FURLANI, doutora em Educação, confirma esta dissimulação pretendida pelas leis. Aponta o uso do conceito indeterminado ideologia de gênero como forma de impedir a abordagem sobre diversidade sexual: Nas discussões e aprovações dos Planos de Educação ficou evidente que combater a ideologia de gênero significava retirar de qualquer documento as palavras gênero, orientação sexual, diversidade sexual, nome social e educação sexual. Mesmo que as palavras, nas frases, não implicassem nenhuma ameaça objetiva, evitar que as palavras fossem visibilizadas na lei certamente dificultaria aqueles que pretendessem trabalhar esses temas na educação, e, sem muitos argumentos, as palavras foram excluídas. No entanto, é preciso lembrar que retirar essas palavras da lei não elimina os sujeitos da diversidade sexual e de gênero do interior da escola brasileira e de todas as sociedades humanas. Crianças e jovens, assim como professores, pais e mães, possuem suas identidades de gênero, são sujeitos de afetos e convivem num mundo diverso. Aliás, não é a existência do conceito de gênero que fez surgir na humanidade pessoas homossexuais, travestis, lésbicas, transgêneros, transexuais ou bissexuais, por exemplo. Os estudos de gênero existem para estudar esses sujeitos, compreender a expressão de suas identidades, propor 16

17 conceitos e teorias para sua existência e ajudar a construir um mundo onde todos/as se respeitem. [...] 22 É constitucionalmente inaceitável que as normas municipais pretendam vedar a abordagem desses temas por meio de uma proscrição difusa de qualquer conteúdo que possa ser associado a gênero. Em última instância, as leis em análise pretendem vedar o debate sobre diversidade sexual, taxando-a de ideologia de gênero, gênero ou orientação sexual. Ademais, é epistemologicamente inaceitável falar em ideologia de gênero pela simples razão de que gêneros não possuem ideologia. A expressão tenta depreciar o termo ideologia, relacionando-o à palavra gênero, como se gêneros necessariamente decorressem de mistificações a serviço de posições individuais ou políticas. Tratar do gênero como realidade humana, inclusive nas escolas, não implica nem deve implicar interferências na individualidade dos(as) alunos(as), muito menos iniciação em práticas sexuais. A abordagem, como se verá, bem ao contrário, deve servir para expandir a cultura de respeito à diversidade e aos direitos fundamentais de todos. Portanto, as leis 2.985/2017 e 4.432/2017, além de adotarem como fundamento conceito profundamente discutível, que contém impropriedades e irrazoabilidades, interferem negativamente nos processos educativos ao vedar a abordagem da diversidade sexual. Por consequência, ofendem o princípio do devido processo legal em sua dimensão substantiva art. 5º, LIV da CF. 3.3 DIREITO FUNDAMENTAL À IGUALDADE DE GÊNERO Segundo a Constituição Federal, todos são iguais perante a lei, sem distinção de natureza alguma (embora localizar as diferenças existentes seja importante para gerar a equidade). A norma de seu art. 5º enuncia a virtude soberana 23 de um estado, o 22 Existe ideologia de gênero? Agência Pública Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo. Disponível em < > ou < >; acesso em 16 maio DWOKIN, Ronald. A virtude soberana. São Paulo: Martins Fontes, 2005; 17

18 princípio da igualdade, a qual, com o princípio da liberdade, forma um dos pilares do estado constitucional. A igualdade também está assegurada, entre outros importantes instrumentos, na Declaração Universal dos Direitos Humanos 24, na Convenção Americana sobre Direitos Humanos 25 (o conhecido Pacto de São José da Costa Rica, promulgado pelo Decreto 678, de 6 de novembro de 1992) e no Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos 26 (promulgado pelo Decreto 592, de 6 de julho de 1992). Também os Princípios de Yogyakarta 27, documento elaborado por Especialistas do Sistema Internacional de Direitos Humanos, tratam da isonomia e especificamente da não discriminação por motivações de gênero, nos seguintes termos: Princípio 1 DIREITO AO GOZO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. Os seres humanos de todas as orientações sexuais e identidades de 24 Artigo I. Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade. Artigo II Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. Artigo II. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. 25 Artigo 1º Obrigação de respeitar os direitos. 1. Os Estados Partes nesta Convenção comprometem-se a respeitar os direitos e liberdades nela reconhecidos e a garantir seu livre e pleno exercício a toda pessoa que esteja sujeita à sua jurisdição, sem discriminação alguma por motivo de raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas ou de qualquer outra natureza, origem nacional ou social, posição econômica, nascimento ou qualquer outra condição social. 26 Artigo 26. Todas as pessoas são iguais perante a lei e têm direito, sem discriminação alguma, a igual proteção da Lei. A este respeito, a lei deverá proibir qualquer forma de discriminação e garantir a todas as pessoas proteção igual e eficaz contra qualquer discriminação por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, situação econômica, nascimento ou qualquer outra situação. 27 Embora não se trate de norma de direito internacional, os princípios de Yogyakarta (cidade da Indonésia) foram aprovados em conferência organizada pela Comissão Internacional de Juristas na Indonésia, em novembro de Disponível em < > ou < clam.org.br/uploads/conteudo/principios_de_yogyakarta.pdf >; acesso em 28 março

19 gênero têm o direito de desfrutar plenamente de todos os direitos humanos. [...] Princípio 2 DIREITO À IGUALDADE E À NÃO DISCRIMINAÇÃO Todas as pessoas têm o direito de desfrutar de todos os direitos humanos livres de discriminação por sua orientação sexual ou identidade de gênero. Todos e todas têm direito à igualdade perante a lei e à proteção da lei sem qualquer discriminação, seja ou não também afetado o gozo de outro direito humano. A lei deve proibir qualquer dessas discriminações e garantir a todas as pessoas proteção igual e eficaz contra qualquer uma dessas discriminações. A discriminação com base na orientação sexual ou identidade gênero inclui qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na orientação sexual ou identidade de gênero que tenha objetivos ou efeito de anular ou prejudicar a igualdade perante a lei ou proteção igual da lei, ou o reconhecimento, gozo ou exercício, em base igualitária, de todos os direitos humanos e das liberdades fundamentais. A discriminação baseada na orientação sexual ou identidade de gênero pode ser, e comumente é, agravada por discriminação decorrente de outras circunstâncias, inclusive aquelas relacionadas ao gênero, raça, idade, religião, necessidades especiais, situação de saúde e status econômico. Relativamente à proibição de discriminação em razão de sexo e gênero, o STF já se manifestou, na ADI 4.277/DF: ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF). PERDA PARCIAL DE OBJETO. RECEBIMENTO, NA PARTE REMANESCENTE, COMO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. UNIÃO HOMOAFETIVA E SEU RECONHECIMENTO COMO INSTITUTO JURÍDICO. CONVERGÊNCIA DE OBJETOS ENTRE AÇÕES DE NATUREZA ABSTRATA. JULGAMENTO CONJUNTO. Encampação dos fundamentos da ADPF no 132-RJ pela ADI no DF, com a finalidade de conferir 19

20 interpretação conforme à Constituição ao art do Código Civil. Atendimento das condições da ação. 2. PROIBIÇÃO DE DISCRIMINAÇÃO DAS PESSOAS EM RAZÃO DO SEXO, SEJA NO PLANO DA DICOTOMIA HOMEM/MULHER (GÊNERO), SEJA NO PLANO DA ORIENTAÇÃO SEXUAL DE CADA QUAL DELES. A PROIBIÇÃO DO PRECONCEITO COMO CAPÍTULO DO CONSTITUCIONALISMO FRATERNAL. HOMENAGEM AO PLURALISMO COMO VALOR SÓCIO- POLÍTICO-CULTURAL. LIBERDADE PARA DISPOR DA PRÓPRIA SEXUALIDADE, INSERIDA NA CATEGORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DO INDIVÍDUO, EXPRESSÃO QUE É DA AUTONOMIA DE VONTADE. DIREITO À INTIMIDADE E À VIDA PRIVADA. CLÁUSULA PÉTREA. O sexo das pessoas, salvo disposição constitucional expressa ou implícita em sentido contrário, não se presta como fator de desigualação jurídica. Proibição de preconceito, à luz do inciso IV do art. 3º da Constituição Federal, por colidir frontalmente com o objetivo constitucional de promover o bem de todos. Silêncio normativo da Carta Magna a respeito do concreto uso do sexo dos indivíduos como saque da kelseniana norma geral negativa, segundo a qual o que não estiver juridicamente proibido, ou obrigado, está juridicamente permitido. Reconhecimento do direito à preferência sexual como direta emanação do princípio da dignidade da pessoa humana : direito a auto-estima no mais elevado ponto da consciência do indivíduo. Direito à busca da felicidade. Salto normativo da proibição do preconceito para a proclamação do direito à liberdade sexual. O concreto uso da sexualidade faz parte da autonomia da vontade das pessoas naturais. Empírico uso da sexualidade nos planos da intimidade e da privacidade constitucionalmente tuteladas. Autonomia da vontade. Cláusula pétrea. 20

21 3. TRATAMENTO CONSTITUCIONAL DA INSTITUIÇÃO DA FAMÍLIA. RECONHECIMENTO DE QUE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL NÃO EMPRESTA AO SUBSTANTIVO FAMÍLIA NENHUM SIGNIFICADO ORTODOXO OU DA PRÓPRIA TÉCNICA JURÍDICA. A FAMÍLIA COMO CATEGORIA SÓCIO-CULTURAL E PRINCÍPIO ESPIRITUAL. DIREITO SUBJETIVO DE CONSTITUIR FAMÍLIA. INTERPRETAÇÃO NÃO REDUCIONISTA. O caput do art. 226 confere à família, base da sociedade, especial proteção do Estado. Ênfase constitucional à instituição da família. Família em seu coloquial ou proverbial significado de núcleo doméstico, pouco importando se formal ou informalmente constituída, ou se integrada por casais heteroafetivos ou por pares homoafetivos. A Constituição de 1988, ao utilizar-se da expressão família, não limita sua formação a casais heteroafetivos nem a formalidade cartorária, celebração civil ou liturgia religiosa. Família como instituição privada que, voluntariamente constituída entre pessoas adultas, mantém com o Estado e a sociedade civil uma necessária relação tricotômica. Núcleo familiar que é o principal lócus institucional de concreção dos direitos fundamentais que a própria Constituição designa por intimidade e vida privada (inciso X do art. 5º). Isonomia entre casais heteroafetivos e pares homoafetivos que somente ganha plenitude de sentido se desembocar no igual direito subjetivo à formação de uma autonomizada família. Família como figura central ou continente, de que tudo o mais é conteúdo. Imperiosidade da interpretação não-reducionista do conceito de família como instituição que também se forma por vias distintas do casamento civil. Avanço da Constituição Federal de 1988 no plano dos costumes. Caminhada na direção do pluralismo como categoria sócio-político-cultural. Competência do Supremo Tribunal Federal para manter, interpretativamente, o Texto Magno na posse do seu fundamental atributo da coerência, o que passa pela eliminação de preconceito quanto à orientação sexual das pessoas. 21

22 4. UNIÃO ESTÁVEL. NORMAÇÃO CONSTITUCIONAL REFERIDA A HOMEM E MULHER, MAS APENAS PARA ESPECIAL PROTEÇÃO DESTA ÚLTIMA. FOCADO PROPÓSITO CONSTITUCIONAL DE ESTABELECER RELAÇÕES JURÍDICAS HORIZONTAIS OU SEM HIERARQUIA ENTRE AS DUAS TIPOLOGIAS DO GÊNERO HUMANO. IDENTIDADE CONSTITUCIONAL DOS CONCEITOS DE ENTIDADE FAMILIAR E FAMÍLIA. A referência constitucional à dualidade básica homem/mulher, no 3º do seu art. 226, deve-se ao centrado intuito de não se perder a menor oportunidade para favorecer relações jurídicas horizontais ou sem hierarquia no âmbito das sociedades domésticas. Reforço normativo a um mais eficiente combate à renitência patriarcal dos costumes brasileiros. Impossibilidade de uso da letra da Constituição para ressuscitar o art. 175 da Carta de 1967/1969. Não há como fazer rolar a cabeça do art. 226 no patíbulo do seu parágrafo terceiro. Dispositivo que, ao utilizar da terminologia entidade familiar, não pretendeu diferenciá-la da família. Inexistência de hierarquia ou diferença de qualidade jurídica entre as duas formas de constituição de um novo e autonomizado núcleo doméstico. Emprego do fraseado entidade familiar como sinônimo perfeito de família. A Constituição não interdita a formação de família por pessoas do mesmo sexo. Consagração do juízo de que não se proíbe nada a ninguém senão em face de um direito ou de proteção de um legítimo interesse de outrem, ou de toda a sociedade, o que não se dá na hipótese sub judice. Inexistência do direito dos indivíduos heteroafetivos à sua não-equiparação jurídica com os indivíduos homoafetivos. Aplicabilidade do 2º do art. 5º da Constituição Federal, a evidenciar que outros direitos e garantias, não expressamente listados na Constituição, emergem do regime e dos princípios por ela adotados, verbis: Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. 22

23 5. DIVERGÊNCIAS LATERAIS QUANTO À FUNDAMENTAÇÃO DO ACÓRDÃO. Anotação de que os Ministros RICARDO LEWANDOWSKI, GILMAR MENDES e CEZAR PELUSO convergiram no particular entendimento da impossibilidade de ortodoxo enquadramento da união homoafetiva nas espécies de família constitucionalmente estabelecidas. Sem embargo, reconheceram a união entre parceiros do mesmo sexo como uma nova forma de entidade familiar. Matéria aberta à conformação legislativa, sem prejuízo do reconhecimento da imediata auto aplicabilidade da Constituição. 6. INTERPRETAÇÃO DO ART DO CÓDIGO CIVIL EM CONFORMIDADE COM A CONSTITUIÇÃO FEDERAL (TÉCNICA DA INTERPRETAÇÃO CONFORME ). RECONHECIMENTO DA UNIÃO HOMOAFETIVA COMO FAMÍLIA. PROCEDÊNCIA DAS AÇÕES. Ante a possibilidade de interpretação em sentido preconceituoso ou discriminatório do art do Código Civil, não resolúvel à luz dele próprio, faz-se necessária a utilização da técnica de interpretação conforme à Constituição. Isso para excluir do dispositivo em causa qualquer significado que impeça o reconhecimento da união contínua, pública e duradoura entre pessoas do mesmo sexo como família. Reconhecimento que é de ser feito segundo as mesmas regras e com as mesmas consequências da união estável heteroafetiva. 28 As leis aqui questionadas ferem o constitucionalismo quando violam a igualdade e buscam tolher a própria discussão pedagógica do tema. Ao vedar que os documentos de educação tratem de temas de gênero, reforçam o paradigma heteronormativo e rejeitam a diversidade sexual, que é fato da vida, independentemente da vontade e das concepções de religiosos, legisladores e demais agentes públicos. 28 STF. Plenário. ADI 4.277/DF. Rel. Min. AYRES BRITTO. 5/5/2011, unânime. DJ, 14/10/11. Sem destaque no original. 23

24 avaliam: Em pesquisa que analisou o conteúdo de livros didáticos, LIONÇO e DINIZ Nossa sociedade é não apenas heterossexual, mas marcadamente heteronormativa. Nos livros didáticos, o caráter heteronormativo das relações sociais está presente nos padrões de representação de gênero e de organizações familiares, nos discursos sobre afetos e também na ausência do tema da diversidade sexual. A heteronormatividade impõe um silêncio sobre essa temática: não há gays nas obras literárias, não há relações homossexuais nos textos de orientação sexual e, muito precocemente, as crianças aprendem a indexar o universo social pela dicotomia de gênero. Não existem corporificações para além desse binarismo, por isso não se fala de homossexuais, bissexuais, travestis ou transexuais. O silêncio é a estratégia discursiva dominante, tornando nebulosa a fronteira entre heteronormatividade e homofobia 29. É importante ressaltar que a proibição do debate sobre gênero e sexualidade afeta as relações sociais para além da homofobia, lesbofobia, bifobia e transfobia. Isso porque mulheres heterossexuais também são profundamente lesadas pela hierarquia entre os gêneros feminino e masculino. Não obstante a tripla jornada de trabalho e a constante cobrança social para que cada mulher se adeque aos padrões de feminilidade, ainda são encarados diversos casos de assedio, estupro, agressão física e verbal. SILVA e MENDES (2015, p.92) ressaltam que [...] as situações que ocorrem na escola entre meninos e meninas, homens e mulheres, revelam possíveis opressões que acontecem através de gestos, movimentos e palavras, logo, tal dinâmica se torna [...] tão natural que passa a constituir os jeitos de ser menina ou de ser menino, homem ou mulher, delimitando espaços e designando o comportamento ideal e esperado. 30 Nesse 29 LIONÇO, T.; DINIZ, D. Homofobia e educação: um desafio ao silêncio. Brasília: LetrasLivres/Universidade de Brasília, p SILVA, Maví Consuelo; MENDES, Olenir Maria. As marcas do machismo no cotidiano escolar. Caderno Espaço Feminino, Uberlândia/MG, v. 28, n.01, p , jan/jun

25 sentido, romper o padrão de gênero designado seria errado ou imoral, prejudicando o livre desenvolvimento social. Em matéria publicada na Revista Cláudia, intitulada de O machismo vai à escola, o tema é abordado: Na escola, crianças aprendem a reproduzir comportamentos de uma sociedade sexista. Assimilam que garotas são mais hábeis para as atividades domésticas e meninos devem partir para a briga. No futuro, caso a distorção não seja corrigida, as mulheres continuarão a atuar em um mercado de trabalho desigual, subordinadas aos homens e ganhando menos DIREITO A EDUCAÇÃO PLURAL E DEMOCRÁTICA Os arts. 205 e 206 da Constituição Federal estabelecem objetivos e princípios que integram o direito fundamental à educação, o qual deve visar a pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. A escola e, em particular, a sala de aula, é um lugar privilegiado para se promover a cultura de reconhecimento da pluralidade das identidades e dos comportamentos relativos a diferenças. Daí, a importância de se discutir a educação escolar a partir de uma perspectiva crítica e problematizadora, questionar relações de poder, hierarquias sociais opressivas e processos de subalternização ou de exclusão, que as concepções curriculares e as rotinas escolares tendem a preservar. 32 De maneira explícita, a Constituição de 1988 adota concepção de educação como preparação para exercício de cidadania, respeito à diversidade e convívio em sociedade plural, com múltiplas expressões religiosas, políticas, culturais e étnicas. No plano internacional, os objetivos de uma educação democrática estão expressos no Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC promulgado pelo 31 O machismo vai à escola. In: Revista Claudia, abril/2012, p SILVA, Tomaz Tadeu da (Org.). Identidades terminais: as transformações na política da pedagogia e na pedagogia da política. Petrópolis: Vozes, Página

26 Decreto 591, de 6 de julho de 1992) e no Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos em Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (Protocolo de São Salvador promulgado pelo Decreto 3.321, de 30 de dezembro de 1999). O art. 13, item 1, do PIDESC estabelece que a educação deve visar ao pleno desenvolvimento da personalidade humana e do sentido de sua dignidade, a fortalecer o respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais, a capacitar todas as pessoas a participar de sociedade livre, a favorecer compreensão e tolerância entre as nações e entre todos os grupos raciais, étnicos e religiosos. 33 Estudantes devem aprender acerca desses valores, de modo a viabilizar o convívio em sociedades plurais, com vasta diversidade social. Os objetivos externados no PIDESC (desenvolvimento da personalidade, dignidade humana, respeito pelos direitos fundamentais) não podem ser ignorados sequer por escolas privadas e confessionais. Mesmo a liberdade dos pais de fazer que filhos recebam educação religiosa e moral de acordo com suas convicções prevista no art. 12, item 4, da Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica, promulgado pelo Decreto 678, de 6 de novembro de 1992) 34 é limitada pelos princípios e objetivos da educação, dispostos no art. 13, item 1, do tratado, e pelos padrões mínimos de ensino aprovados e prescritos pelo estado e pelos princípios constitucionais que conformam o direito fundamental, entre os quais se destaca a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber e o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas (CF, art. 206, II e III). 33 Artigo Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa à educação. Concordam em que a educação deverá visar ao pleno desenvolvimento da personalidade humana e do sentido de sua dignidade e fortalecer o respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais. Concordam ainda em que a educação deverá capacitar todas as pessoas a participar efetivamente de uma sociedade livre, favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e entre todos os grupos raciais, étnicos ou religiosos e promover as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. 34 Artigo Os pais, e quando for o caso os tutores, têm direito a que seus filhos ou pupilos recebam a educação religiosa e moral que esteja de acordo com suas convicções. 26

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