RELATÓRIO. Estudo Geológico - Geotécnico

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1 RELATÓRIO Estudo Geológico - Geotécnico Analise Geológica-Geotécnica através de Inspeção Visual para as Fundação de um Muro em Pedra de Xisto. ENTIDADE: Leonel Filipe Ramos Fonseca para o Instituto Português do Desporto e Juventude. OBRA: Reparação de um muro em pedra de xisto. LOCAL: Estrada Nacional 102 ao Km metros - Vila Nova de Foz Côa Bragança, 23 de novembro de 2017

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3 Índice 1 Introdução Enquadramento Geológico Inspeção Visual do Local da Obra Conclusões e Recomendações

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5 RELATÓRIO TÉCNICO 1 Introdução Requerido por Leonel Filipe Ramos Fonseca para o Instituto Português do Desporto e Juventude, procedeu-se à realização de uma inspeção visual de reconhecimento geológico-geotécnico de caracterização de um talude, com a finalidade de identificar a capacidade de suporte/estabilidade do maciço do talude afeto à reconstrução/reparação de um muro de suporte em pedra de xisto na Estrada Nacional 102 ao km metros em Vila Nova de Foz Côa (ver Figura 1). Os trabalhos de inspeção visual foram efetuados e acompanhados por um corpo técnico especializado. Figura 1 Vista aérea do local da obra (imagens do Google Earth). Devido à impossibilidade de realização de outro tipo de estudo em campo, como realização de ensaios em campo (penetrómetros dinâmicos ou standard penetration test) por parte do Instituto Politécnico de Bragança. Este trabalho de identificação apenas se fundamenta na inspeção visual das características geológicas e geotécnicas e da consulta da carta geológica do local. A impossibilidade de realização de ensaios geotécnicos de campo deve-se ao facto de o terreno ser demasiado acidentado para conseguir realizar ensaios nos pontos desejados e também porque da inspeção visual foi possível identificar que o local é rochoso do tipo xistoso.

6 2 Enquadramento Geológico Na Figura 2, apresenta-se enxerto da carta geológica que abrange a zona analisada. a) b) Figura 2 a) Enxerto da carta geológica que abrange a zona ensaiada; b) legenda das formações geológicas intersetadas. Trata-se de um xisto pouco alterado pelos fatores de meteorização, de tons claros, cinza a amarelado. Nota-se uma foliação e xistosidade pouco pronunciadas, cortadas por diáclases bem definidas. Do 4

7 Laboratório de Geotecnia ponto de vista mineralógico não se torna fácil a sua identificação, quer devido à alteração, quer ao tamanho diminuto dos cristais. Em termos geológicos trata-se de depósitos pertencem ao Câmbrico, do Supergrupo Dúrico-Beirão ( Complexo Xisto-Grauváquico ) do Grupo do Douro. Os depósitos de cobertura são Filitos listrados com intercalações de metagrauvaques, metaquartzovaques e calcossilicatadas. 3 Inspeção Visual do Local da Obra. Da observação e inspeção visual nas zonas visíveis do xisto (ver Figura 3 e 4), pode-se deduzir que a direção e pendores é com ligeira inclinação mergulhando para dentro da face do talude o que são favoráveis à estabilidade do muro fundações do mesmo. Figura 3 Rocha xistosa do local da obra para a reparação do muro em pedra de xisto. N 60º 45ºSE Folheação Figura 4 Representação da atitude da folheação do xisto: a) fotografia do plano da folheação; b) planta com a atitude. 5

8 Em campo foi realizada a determinação da atitude da folheação (ver Figura 4). Das medições realizadas, é possível concluir que a atitude da folheação do xisto é de cerca: Direção N45º; Inclinação 45ºSE. Assim pode-se observar (Figura 4b onde se representa a orientação do plano da folheação e a disposição do muro de suporte a reparar), que a mesma é favorável à estabilidade de muro de suporte, durante a fase de reparação e finalização da obra. 4 Conclusões e Recomendações. Foi possível identificar duas formações geológicas/geotécnicas na zona em estudo. Foi identificado um maciço de cobertura do tipo seixo siltoso com areia (material granular de cobertura). Subjacente ao solo do tipo seixo com silte e areia foi identificado um maciço rochoso xistoso pouco alterado e aparente razoável capacidade de carga. Para determinar a capacidade resistente presumida de fundações rochosas de acordo com o Eurocódigo 7 (Anexo G) pode-se classificar o maciço rochoso de brandos e fraturados no Grupo 2 a 3 com capacidade de carga entre 250 a 500 kpa. De referir que sendo a foliação com inclinação mergulhando para dentro da face do talude é favorável à construção de estruturas de suporte e estruturas que produzam ações na direção horizontal assentes neste tipo de formação geológicas. O presente relatório apenas identifica e caracteriza fisicamente os maciços do local da obra, não permitindo assim caracterizar quantitativamente o seu comportamento mecânico e de deformabilidade. O Laboratório de Geotecnia do Instituto Politécnico de Bragança manifesta a disponibilidade da sua Equipa Técnica para prestar os esclarecimentos e acompanhamento técnico julgados necessários. IPB-ESTG, Bragança, 23 de novembro de António Miguel V. Paula (Responsável) Hermínia Morais (Técnica Superior) 6