O dever da rebeldia. Teresa Costa d Amaral. O IBDD fez uma revolução na minha vida, Andrea Machado nos escreveu emocionada em setembro.

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2 O dever da rebeldia Teresa Costa d Amaral O IBDD fez uma revolução na minha vida, Andrea Machado nos escreveu emocionada em setembro. Esse é o sentido da existência do IBDD, o melhor reconhecimento de que nossa missão vem sendo cumprida no que tem de mais nobre, ser capaz de provocar o desejo de cidadania em cada pessoa com deficiência que nos procura foi um bom ano. Um ano, como todos, de lutas e conquistas, mas um ano em que definitivamente o IBDD mudou para melhor. Foi a mudança dos 7 anos. Somos hoje, mais do que nunca, uma instituição administrada com eficiência do ponto de vista de política social e de autonomia administrativa e financeira. Os desafios foram muitos. E a equipe do IBDD soube construir a cada dia um novo momento para aperfeiçoar estratégias de trabalho com a pessoa com deficiência e com as empresas e instituições parceiras. A metodologia IBDD foi em 2006 minuciosamente discutida e desenhada, fechando um ciclo de criação e amadurecimento e preparando mais uma rodada de crescimento.

3 Nossas três áreas programáticas, Defesa de Direitos, Trabalho e Esporte, se consolidaram, ultrapassando metas qualitativas e quantitativas, atendendo a demandas inesgotáveis e recursos financeiros controlados. Vencia a cada dia nossa persistência. Conseguimos desenhar definitivamente a atuação de transversalidade da área de Apoio à Pessoa, o que tem enorme significado porque é ela que dá sentido à nossa proposta engajada de trabalho. Começamos agora a preparar nossa resposta para a instigante demanda de sermos brasileiros, de estarmos presentes em outras cidades, de iniciarmos outras aventuras de mudança e liderança. Conseguimos sim crescer, atender mais, atender bem. Fomos capazes de enfrentar o desafio de construir política social e cidadania nesse momento de perplexidade pelo qual o país passa. Tocamos vidas, mudamos vidas, construímos juntos. Minha gratidão a cada um dos milhares que procuraram e que apoiaram nosso trabalho. Prometo continuar a exercer a cada dia o dever da rebeldia ensinado por meu pai.

4 Prêmios Forbes - concedido a Teresa Costa d Amaral, escolhida como mulher mais influente do Brasil no Terceiro Setor em GDN - o Prêmio Global Development Network classificou o projeto institucional do IBDD entre os dez finalistas mundiais de Prêmio Empreendedor Social / concedido pela Fundação Schwab e pelo jornal Folha de São Paulo aos líderes de organizações que desenvolvam projetos para a melhoria de vida de pessoas discriminadas. Teresa Costa d Amaral foi a 3ª colocada. Top Social o projeto de Esporte apoiado pela Petrobras foi premiado pelo Instituto ADVB de Responsabilidade Social (IRES). Prêmio Bem Eficiente premia a eficiência e a seriedade das instituições para atrair maior atenção e empenho do setor privado à causa social. Empreendedores do Novo Brasil / prêmio especial Empreendedor Social recebido por Teresa Costa d Amaral, iniciativa da revista Você S.A. e da Endeavor Brasil. Líderes Sociais do Brasil / Teresa Costa d Amaral foi eleita como um dos 20 Líderes Sociais do Brasil de 2002 pela Gazeta Mercantil e associados do Instituto Ethos e da Ashoka Empreendedores Sociais. Ashoka-McKinsey - Prêmio em 2002 pelo melhor plano de negócios para o desenvolvimento de Serviços de Terceirização de Mão-de-Obra. OAB/RJ - a Comissão dos Direitos Humanos e Assistência Jurídica conferiu certificado de honra ao mérito ao IBDD, em 2002.

5 Perfil das pessoas atendidas Por raça Por renda familiar Por gênero 51% 73% Pretos Mais de 3 e pardos salários-mínimos 64% Homens 49% Brancos 27% De 1 a 3 salários-mínimos 36% Mulheres Por renda individual 80% De 1 a 3 salários-mínimos 29% Ensino fundamental Por escolaridade 51% Ensino médio 23% Imprensa Chegam ao IBDD por 47% Amigos 20% Mais de 3 salários-mínimos 20% Ensino superior completo e incompleto 16% Entidades 14% Outros "Somos uma instituição administrada com eficiência do ponto de vista de política social e de autonomia administrativa e financeira." 44% Não se sentiram discriminados Percepção da discriminação 56% Já se sentiram discriminados 6% Outros estados Por local de residência 94% Estado do Rio de Janeiro

6 Apoio à Pessoa Transtornados com o tratamento que lhes foi dispensado por um despachante de ônibus, Robson Henrique de Vasconcelos e sua mãe procuraram o IBDD. Robson é uma pessoa com deficiência visível, pois usa muletas e é colostomizado. Ele e a mãe precisam cruzar a cidade três vezes por semana para tratamento e, pela segunda vez em quinze dias, foram impedidos de viajar porque o cartão de gratuidade não passou pelo validador. Para não se atrasar outra vez para a fisioterapia, procuraram o despachante, que lhes disse: Vocês que são de comunidade e de raça escura gostam de bater boca. Depois de recorrerem à PM e irem a uma delegacia, ouviram do escrivão que estavam querendo se dar bem e ganhar dinheiro em cima da empresa e que era bom irem embora e esquecerem isso. O IBDD intercedeu junto à empresa de ônibus, que se comprometeu a não mais barrá-lo; junto à delegacia, que registrou a ocorrência e se comprometeu a levar o caso adiante na justiça criminal; e junto à Promotoria de Proteção à Pessoa Portadora de Deficiência. Além disso, Robson foi orientado a recorrer por danos morais na Justiça e a retirar a segunda via do cartão na Prefeitura, recebendo toda a assistência do Instituto nesse processo. Continuando a ser atendido pelo IBDD e ciente de sua cidadania, ele agora enfrenta as barreiras fortalecido, como demonstra sua atitude quando foi retirar a segunda via do cartão e sofreu resistência da funcionária pública em atendê-lo: chamou a Polícia e o atendimento aconteceu.

7 Mercado de Trabalho Marcus Vinícius Teixeira Martins, deficiente físico, 45 anos, casado, estava desempregado há mais de um ano. Com baixa auto-estima, Marcus procurou o IBDD para ver se conseguia emprego. Apesar da urgência em ganhar alguma coisa, foi convencido a fazer o curso de informática, pois tinha formação de nível médio na área financeira. Enquanto estudava, recebeu uma oferta de emprego que não o satisfez. Com o apoio da família, decidiu continuar aprendendo. Depois da informática, participou da Orientação Profissional. Por conta de seu ótimo aproveitamento e de sua postura profissional, foi encaminhado para concorrer a uma vaga de auxiliar jurídico. Para surpresa geral, a empresa avaliou que ele não correspondia ao perfil do cargo e o empregou como assistente financeiro.

8 Colocação no mercado de trabalho 451 profissionais com deficiência empregados indicações de mão-de-obra para o mercado de trabalho. Formação profissional 37% dos alunos que concluíram nossos cursos em 2006 estão trabalhando. 98% dos alunos consideram o Centro de Formação ótimo/bom. Evasão 11% foi a evasão dos matriculados nos cursos, sendo, na maioria das vezes, porque o aluno conquistou uma oportunidade de trabalho. "Começamos agora a preparar nossa resposta para a instigante demanda de sermos brasileiros, de estarmos presentes em outras cidades."

9 População com deficiência no Brasil Segundo estimativa da ONU, 10% da população brasileira tem algum tipo de deficiência. 18 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência. 5% Deficientes mentais 2% Deficientes físicos 2% Deficientes auditivos 0,5% Deficientes visuais "Conseguimos crescer, atender mais, atender bem. Fomos capazes de construir política social e cidadania nesse momento de perplexidade." 20% da população brasileira está direta ou indiretamente envolvida com a temática, considerando familiares, amigos e profissionais. 18 MILHÕES... é mais que a população do estado do Rio de Janeiro: 15,4 milhões (estimativa em 2005) 0,5% Deficientes múltiplos é mais que a população de Portugal: 10,5 milhões (em 2005)

10 Evolução de atendimentos do IBDD centímetros de informações de utilidade pública sobre pessoas com deficiência veiculadas na mídia impressa ATENDIMENTOS REALIZADOS A PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: pessoais (32%) indicações de mão-de-obra (12%) à distância ( e/ou telefone) DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA ATENDIDAS EM 2006: foram atendidas na sede do IBDD (48%) NOS 662 ATENDIMENTOS REALIZADOS A 180 EMPRESAS: vagas foram analisadas (2,6 candidatos/vagas) procuraram o IBDD pela primeira vez, ou seja 10,62 novos beneficiários por dia % trabalho profissionais com deficiência foram indicados O que os beneficiários buscam no IBDD 16% informações sobre gratuidade de transporte 15% cursos 9% defesa de direitos 4% informações sobre benefícios 3% prática esportiva Desempenho no esporte Medalhas paraolímpicas conquistadas entre 1998 e de ouro 4 de prata

11 Único centro de defesa especializado na defesa dos direitos da pessoa com deficiência Processos 279 processos judiciais patrocinados, representando um crescimento de: 65% em relação ao ano anterior Novos processos 95 novos processos abertos em 2006, dos quais: 21% tratam de situações de discriminação 30% atacam a ineficácia de políticas públicas Processos encerrados 37 processos judiciais encerrados em 2006, com: 98% de sucesso para as pessoas com deficiência "Atender, verdadeiramente atender, significa tocar com humildade a humilhação. Ser uma instituição diferente é fazer diferença nas vidas de pessoas reais."

12 Defesa de Direitos O IBDD conseguiu liminar que obrigou o tratamento de criança com Fructosemia, Hannah Pelaio, em plano de saúde particular, com direito à internação sempre que necessário. Hannah tem três anos de idade e a Fructosemia é um erro inato do metabolismo capaz de provocar deficiências neurológicas e fisiológicas ou mesmo a morte. Sua mãe, Cristiane, passado o susto inicial, iniciou a luta pelo tratamento, de altíssimos custos relacionados a uma alimentação sem açúcares e com monitoramento constante do quadro metabólico. Quando procurei o IBDD, a situação dela era grave. Meu plano de saúde se negava a oferecer tratamento, alegando o princípio da doença pré-existente, diz Cristiane. O argumento para obter a liminar que obrigou o plano de saúde a atender Hannah de forma apropriada foi a alegação de que o caráter genético da sua condição não se encaixa na classificação de doença préexistente.

13 Esportes O menino arteiro Antonio Tenório da Silva, aos sete anos foi levado ao judô pelo pai, que viu na prática do esporte uma maneira de administrar a grande agitação do filho. Aos 13 anos, quando brincava com um estilingue em São Bernardo do Campo, São Paulo, onde nasceu, Tenório ficou cego do olho esquerdo. Seis anos depois, trabalhando como coordenador de segurança de shopping, Tenório teve uma infecção alérgica que provocou o descolamento da retina do olho direito, fazendo com que perdesse totalmente a visão. Me sinto como um gigante, indo representar meu país, diz o campeão depois de ganhar medalhas de ouro em três Paraolimpíadas. Atualmente Tenório dedica cerca de quatro horas diárias ao treinamento.

14 Quadro de medalhas de 2006 Nacionais Ouro Prata Bronze Internacionais Ouro Bronze Parapan O IBDD é o clube com o maior número de atletas pré-selecionados para os Jogos Parapan-americanos. JUDÔ PARA CEGOS Antonio Tenório da Silva Eduardo Paes Barreto Amaral Elmo Mamede Carvalho Vaz Lourdes Maria Silva de Souza Renata Carvalho Quintão Roberto Nunes da Paixão FUTEBOL DE 7 PARA PC Adriano Biggi da Costa Edivaldo Candido Alves José Carlos Monteiro Guimarães Thiago Carneiro da Silva NATAÇÃO Andre Brasil Esteves José Afonso Medeiros Atletas de destaque Recorde mundial na natação com o atleta André Brasil, nas provas de 50 e 100 metros livres borboleta. Antônio Tenório, judoca, conquistou o título de melhor atleta paraolímpico masculino de Convocados Dos14 convocados para a seleção brasileira de Futebol de Sete: 9são atletas do IBDD "O tempo das intenções e promessas passou, o dos sonhos não. É quase nada o que o Estado faz. Não esperar, porque não acontece. Fazer, com a esperança ativa do IBDD, é um compromisso de luta."

15 Um desejo de futuro, que virá Marcio Tavares d Amaral O Relatório foi lido. Gráficos dizem dos sucessos. Números apontam as dimensões do atendimento. E atendimento não é apenas receber pessoas. É entrar com elas em suas vidas, ouvi-las, a elas e às suas vidas, tão freqüentemente mudas e invisíveis, humilhadas. Atender, verdadeiramente atender, significa tocar com humildade a humilhação, não lhe apontar o dedo, pôr sobre ela mãos carinhosas, mas firmes. Intervir? Melhor: ir junto. Esses números são portanto mais do que dimensões. São compromissos. São conquistas das pessoas que nos procuram e, por elas, de nós mesmos, cada vez mais próximos dos nossos sonhos. Ser uma instituição diferente também é isso: fazer diferença na vida, nas vidas de pessoas reais. O Relatório foi lido. Aqui se encerra. Foi bom lê-lo, porque foi bom fazer as coisas que ele relata. São coisas de verdade. Passaram do tempo das intenções e promessas. Já há muito passaram. Mas quanto mais se avança, mais se olha para os dados frios e se tem o direito de dizer: foi feito! Esses dados têm nome, nós os conhecemos e mostramos, mostramo-los às pessoas que os portam: são parceiras da nossa aventura. São o coração do nosso Relatório. Bastavam esses nomes. Pusemos mais. O tempo das intenções e promessas passou. O tempo dos sonhos não. É pouco dizer que nem tudo está feito. É demais dizer que nada se fez. Mas para a denúncia desse nada é grande a tentação. É nada, é quase nada, o que o Estado faz. É quase nada, é tão pouca a consciência que se tem. Vai despertando aqui e ali. São fogos na noite. Ainda não iluminam. Mas dão sinais. Por isso o tempo dos sonhos é o tempo da esperança. Não esperar, simplesmente, porque não acontece. Fazer, com a convicção de ser justo e verdadeiro: essa é a carne da esperança. A esperança ativa do IBDD é todo um forte compromisso de luta. É um desejo de futuro. Que virá. Leu-se o Relatório. Pode ser fechado agora. Isto é o que passou. Nossos olhos já estão abertos para a alma do amanhã. Começa agora.

16 CONSELHO CONSULTIVO Alexandre Aguiar Cardoso, Antônio Rangel Torres Bandeira, Carlos Eduardo Bulhões Pedreira, Carlos Lessa, Eurico Carvalho da Cunha, Helio Mattar, José Luiz Fiori, José Pedro Rodrigues, José Roberto Peixoto, José Sarney, Marcos Sá Corrêa, Merval Soares Pereira Filho, Pedro Pulen Parente, Pedro Pereira da Silva Costa, Ricardo Henriques, Rosiska Darcy de Oliveira,Vera Cordeiro. CONSELHO FISCAL Carlos Tavares d Amaral, Roberto Fendt, Sérgio Horovitz. Suplentes: Antonio Aguirre, Neder Izaac. DIRETORIA E SUPERINTENDÊNCIA Presidente: Marcio Tavares d Amaral Diretor Administrativo: Armando Braga Neto Diretor de Comunicação: Celso Japiassu Diretor de Política Social: Tjerk Franken Superintendente: Teresa Costa d Amaral Parcerias Hering Ashoka Avina Vitae Furnas Cedae Petrobras Merck Lafarge Petroflex O Globo TV Globo Senai Senac

17 RELATÓRIO DE ATIVIDADES DE 2006 DADOS DA INSTITUIÇÃO Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência Rua Artur Bernardes, nº 26 Loja A, Catete Rio de Janeiro / RJ - CEP Tel./Fax: (21) ibdd@ibdd.org.br Site: DADOS DE REGISTROS, CERTIFICADOS, CONTABILIDADE E AUDITORIA CNPJ: / Insc. Municipal: CNAS Filantropia Resolução 171 de 25/10/01 Registro CNAS: /97-86 Utilidade Pública Federal: Decreto Presidencial de 14/01/2000 Utilidade Pública Estadual: Lei 3249/99 Utilidade Pública Municipal: Lei 3495/03 Registro 0225/99 no Conselho Municipal de Assistência Social, Rio de Janeiro Contador: FSA Network, contador responsável Levi de Oliveira, CRC- RJ 31950/0-9 Auditoria: ACAL Contabilidade e Auditoria S/S Registro Civil de Pessoas Jurídicas do Rio de Janeiro sob o n , no Livro A - 39