De que lhe falo assim? : Formações imaginárias e o discurso jornalístico

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1 O ABORTO E O IMAGINÁRIO ACERCA DO PT NA COBERTURA DAS ELEIÇÕES 2010 PELA FOLHA DE S. PAULO Douglas ZAMPAR (PG-UEM) Introdução As eleições presidenciais de 2010 no Brasil foram marcadas pelo atravessamento do discurso religioso nas campanhas dos presidenciáveis que foram constantemente interpelados a se posicionar em relação ao tema do aborto. Diante disso, trazemos no presente texto um recorte que observa as primeiras páginas do jornal Folha de S. Paulo, escolhido por sua expressividade no cenário nacional, e focamos nossas análises nos textos que mencionavam o tema aborto no segundo turno das eleições. Nosso objetivo neste artigo é descrever o funcionamento da imagem do PT na cobertura das eleições 2010 na Folha de S. Paulo com relação à temática do aborto. Embasados pela Análise de Discurso de linhas francesa (AD), especialmente as contribuições do filosofo Michel Pêcheux, buscamos regularidades discursivas que denotem matrizes de sentido estabelecidas na tensão entre paráfrase e polissemia. Dessa forma, lançamos luz ao funcionamento da memória discursiva enquanto condição necessária à interpretação dos textos na medida em que o imaginário do partido se constitui na e pela memória, atravessando e constituindo, assim, as materialidades discursivas. O presente texto consiste em um dos primeiros movimentos analíticos de nosso projeto de mestrado, no qual questionamos o funcionamento da formação imaginária do PT (Partido dos Trabalhadores) e do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) ao longo de diferentes eleições, uma vez que esses dois partidos políticos protagonizam as disputas eleitorais para presidência da república no Brasil há mais de quinze anos. De que lhe falo assim? : Formações imaginárias e o discurso jornalístico Pêcheux (2010), na obra que pode ser considerada o marco inicial da AD, afirma que os sentidos produzidos por um enunciado dependem das condições de produção que o circulam, o

2 que compreende as relações de força existentes no interior de uma formação social e as relações de sentido estabelecidas entre discursos prévios e discursos que estão por vir. Fazem parte das condições de produção de um enunciado, nas palavras de Orlandi (2001), os sujeitos, a situação e a memória discursiva. Assim, a AD traz para reflexão quem diz o que para quem, ou seja, questiona quem são os sujeitos envolvidos na enunciação, qual sua relação com o discurso, além de pensar a forma como as palavras têm seu sentido constituído sobre outros dizeres já esquecidos, sobre a língua e sua inscrição na história. Ao criticar as formas como as condições de produção são abordadas pela linguística de seu tempo, Pêcheux (2010) pontua a presença de duas formas de pensar: (1) um esquema reacional, derivado das teorias psicofisiológicas e psicológicas do comportamento (esquema estímulo-resposta ou estmulo-organismo-resposta ) (Pêcheux, 2010, p. 78), cujo problema é anular a presença do produtor e do destinatário, o que é legitimo quando se fala de uma relação estímulo-resposta física, mas não é válido para o comportamento verbal; e (2) um esquema informacional derivado das teorias sociológicas e psicossociológicas da comunicação (esquema emissor-mensagem-receptor), trata-se do conhecido esquema ou modelo comunicacional de Jakobson. Sem se aproximar do primeiro esquema, acusado de promover excessivos esquecimentos teóricos (Pêcheux, 2010, p. 80), o autor apresenta, nos seguintes termos, seu distanciamento também em relação ao segundo esquema: a teoria da informação, subjacente a este esquema, leva a falar de mensagem como transmissão de informação: o que dissemos precedentemente nos faz preferir aqui o temo discurso, que implica que não se trata necessariamente de uma transmissão de informação entre A e B mas, de modo mais geral, de um efeito de sentido entre os pontos A e B (Pêcheux, p. 81). Temos nessa citação a formulação básica do conceito de discurso visto como efeito de sentido entre locutores, conceito este que será tomado como base de nossa proposta de trabalho. Seguindo a discussão a respeito dos aspectos nos quais sua teoria se afasta da concepção de língua como instrumento para transmissão de informação, Pêcheux (2010) introduz o conceito de formações imaginárias. Quando afirmamos, anteriormente, que é preciso levar em consideração quem diz o que para quem, não nos referíamos aos indivíduos empíricos envolvidos em uma conversa e o assunto do qual falam, mas às posições imaginárias construídas por relações que, no

3 decorrer da obra de Michel Pêcheux, se mostrarão regidas pelo inconsciente. Para explicar sua teoria, Pêcheux (2010, p. 82) formula perguntas cujas respostas descreveriam o imaginário constituído na enunciação. Quem fala constrói um imaginário sobre si quem sou eu para lhe falar assim?, e sobre o outro quem é ele para que eu lhe fale assim? ; e esse outro constrói um imaginário sobre si quem sou eu para que ele me fale assim? e sobre quem fala quem é ele para que me fale assim?. Existe, assim, pensando sobre o discurso das mídias, um imaginário que rege a forma como o jornalista escreve e como o leitor lê, e este imaginário influencia a produção dos efeitos de sentido. Pêcheux (2010, p. 83) avança ainda na explicação das formações imaginárias afirmando que há um imaginário não só para os sujeitos envolvidos na enunciação, mas também para o assunto ou referente de que se fala, imaginário esse que pode ser recuperado pela resposta às seguintes perguntas: de que lhe falo assim? e de que ele me fala assim?. Ao tratarmos do discurso jornalístico, é importante destacar a segunda pergunta, pois é um discurso que contribui na construção do imaginário social (Mariani, 1998, p. 61), ou seja, o que é dito pelos jornais, por sua grande circulação e pela constituição histórica de um imaginário que lhes confere o papel de informar sem opinar, ajuda a construir historicamente o imaginário dos leitores a respeito dos assuntos noticiados. Corroborando o que afirmamos no parágrafo anterior, Mariani (1998, p.63), ao discorrer sobre a constituição de seu objeto de estudo que é o imaginário a respeito dos comunistas nos jornais cariocas desde a fundação do partido em 1922 até a cobertura das eleições de 1989, afirma: no discurso jornalístico, os sentidos sobre os comunistas vão aparecendo assim, aparentemente desconectados e distantes entre si. No entanto, ganham sua espessura pela repetição, pela crítica às vezes nítida, às vezes sutilmente disfarçada em explicação. O mesmo se aplica ao objeto de pesquisa de nossa proposta de mestrado: os imaginários construídos pelos jornais para o PT e para o PSDB, e, mais especificamente, neste texto, o funcionamento do imaginário do jornal a respeito do PT em relação ao tema do aborto. Esse jogo imaginário também é construído por uma série de enunciados aparentemente dispersos que, entretanto, pela repetição, atuam na cristalização da memória do passado, bem como na construção da memória do futuro (Mariani, 1998, p.61). Por conta disso, somos levados a pensar sobre o fenômeno da paráfrase, sua relação com a memória e com o deslize de sentidos.

4 Matriz do sentido : a paráfrase e o deslize Segundo Serrani (1997), a paráfrase deve ser entendida como uma relação semântica não estável (Serrani, 1997, p.43) que opera no interior de uma FD. Não se trata, portanto, de simples identidade entre dois enunciados, mas sim, conforme destaca Pêcheux (2010, pp ) de uma construção de efeitos de sentidos possíveis que se dá na relação de diversos enunciados que portam, ao mesmo tempo em que constroem, uma matriz de sentidos: A produção de sentido é estritamente indissociável da relação de paráfrase entre sequências tais que a família parafrástica destas sequências constitui o que se poderia chamar a matriz do sentido. Sabemos que os sujeitos e os sentidos passam por determinados processos para que se produzam ideologicamente as evidências de que o sujeito é a origem do que diz e de que os sentidos estão presos às palavras (Pêcheux, 1988). Conforme atesta Orlandi (2008), diante da evidência, devemos procurar pela forma como os sentidos foram produzidos. Ao mostrar como os sentidos e os sujeitos se produzem a partir do estabelecimento de uma complexa rede de filiações a ditos e não ditos outros, filiações essas que atestam o caráter material do sentido e do discurso ao estabelecerem as conexões entre o dizível e a história, mostra-se o processo de constituição do sujeito e dos sentidos. Pêcheux (2008, p. 53) estabelece como espaço de atuação da AD o lugar no qual os enunciados são vistos como tendo pontos de deriva: Todo enunciado, toda sequência de enunciados é, pois, linguisticamente descritível como uma série (léxico-sintáticamente determinada) de pontos de deriva possíveis, oferecendo lugar a interpretação. É nesse espaço que pretende trabalhar a análise de discurso. Diante de um objeto simbólico, o sujeito é levado a interpretar, e para tanto, mobilizará redes de sentido nas quais, através de processos de manipulação de significações estabilizadas e de transformações de sentido (Pêcheux, 2008, p. 51), os sentidos são ideologicamente e inconscientemente produzidos. Pela relação de um enunciado com outros passados, já integrantes do interdiscurso, e pela abertura desse enunciado a outros futuros, estabelecendo o espaço da disputa de sentidos, da tensão entre paráfrase e polissemia, é que se constroem os sentidos. Cabe ao analista do discurso buscar esses pontos de deriva, perceber no enunciado onde e como a ideologia pode incidir e explicitar diferentes possibilidades de

5 interpretação a partir de diferentes forças ideológicas que podem ser colocadas em prática a partir de determinado enunciado. Nas palavras de Mariani (1998, p. 34): A AD trabalha analisando os espaços organizados entre um dizer já-dito, com sentidos já legitimados antes e em algum lugar, e a possibilidade da abertura desse dizer para rupturas, provocando o surgimento de outros sentidos. A AD considera, no movimento dos sentidos, a relação de forças entre o um e o múltiplo, entre o mesmo e o diferente, e o fato de que também na repetição pode haver diferença. Ler diferentemente história e sentido : memória, paráfrase e polissemia A paráfrase, segundo Serrani (1997) constitui um espaço de disputa de sentidos. Com Orlandi (1978), podemos afirmar que a língua, em sua relação com história, é constituída pela tensão entre paráfrase e polissemia. Em nosso trabalho, ao lançarmos um olhar sobre a repetição, sobre as regularidades discursivas, o faremos cientes de que mesmo na repetição, na estabilização dos sentidos, podemos encontrar o diferente, o polissêmico, o deslize de sentidos. Segundo Orlandi (2001), a paráfrase é responsável pela manutenção dos sentidos, e é por meio dela que um mesmo sentido pode permanecer atrelado a um mesmo enunciado em diversas enunciações. Achard (2007) destaca que as operações parafrásticas não são significativas pela repetição apenas, mas, principalmente, pela regularidade. Tanto na retomada pelo implícito, quanto na retomada explícita de um termo, o que produz sentido são as regularidades que organizam as paráfrases, direcionando as redes de sentido e sua filiação ideológica a determinada FD. Diferente da paráfrase, segundo Orlandi (2001) a polissemia diz respeito aos processos de ruptura, de deslocamento. Ao lidarmos com a polissemia lidamos com o equívoco. É por meio da falha, da ruptura, que se instaura o novo, que ocorre o movimento dos sentidos e dos sujeitos. A ideologia atua no sujeito pela falha, pelo equívoco, o que nos permite afirmar que nem a língua, nem o sujeito e nem o discurso estão prontos, eles estão em constante movimento. E este movimento é regido pela constante tensão que se estabelece entre a paráfrase a polissemia: Decorre daí a afirmação de que a paráfrase é a matriz do sentido, pois não há sentido sem repetição, sem sustentação no saber discursivo, e a polissemia é a fonte da linguagem uma vez que ela é a própria condição de existência dos discursos pois

6 se os sentidos e os sujeitos não fossem múltiplos, não pudessem ser outros, não haveria necessidade de dizer. (ORLANDI, 2001, p. 38) Em nossa proposta, questionamos o espaço em que, sendo matriz do sentido, a paráfrase sustenta o saber discursivo. Por conta disso, centraremos nossas análises na forma como o discurso da Folha de S. Paulo constrói os imaginários dos partidos e no funcionamento da memória que cristaliza esses imaginários. Pêcheux (2007, p. 52) define a memória como aquilo que, face a um texto que surge como acontecimento a ler, vem restabelecer os implícitos [...] de que sua leitura necessita. Cabe ao analista, a partir de seu dispositivo teórico analítico, buscar restabelecer as referências presentes em um texto. Reconstruir os deslizes de sentidos que ressoam nos enunciados. Fazer vir à tona as memórias que operam em um texto. Pêcheux (2007, p. 56) também afirma que uma memória não poderia ser concebida como uma esfera plena, cujas bordas seriam transcendentais históricos e cujo conteúdo seria um sentido homogêneo, acumulado ao modo de um reservatório: é necessariamente um espaço móvel de divisões, de disjunções, de deslocamento e de retomadas, de conflitos de regularização... Um espaço de desdobramentos, réplicas, polêmicas e contradiscursos. É ainda da ordem da memória instituir determinadas interpretações em detrimento de outras. Assim, conforme destaca Mariani (1998), as relações de forças sociais podem fazer com que um sentido permaneça como interpretação para determinado acontecimento, enquanto outros sentidos possíveis serão levados ao esquecimento. Esses sentidos esquecidos podem, entretanto, retornar, fazendo as redes de sentido se modificar e permitindo que diferentes interpretações sejam lançadas a um mesmo acontecimento. Assim, para não entrar no efeito de evidência e completude produzidos pela memória [...], não podemos descartar a possibilidade de que é possível ler diferentemente história e sentido, mesmo quando perenizados pela memória oficial (Mariani, 1998, p. 37).

7 O sentido do vazio: o que (não) se diz sobre o PT e o aborto Iniciaremos nossas análises pela manchete da Folha de S. Paulo publicada na terça feira, dia 05 de outubro de Trata-se da primeira ocorrência do tema aborto na primeira página do jornal no segundo turno, e tomaremos esse texto como referência por entrelaçar em sua constituição as diversas famílias parafrásticas que abordaremos nesta análise. (1) PT já discute retirar aborto do programa de governo. Para petistas, exploração do tema fez Dilma perder votos. O PT discute retirar de seu programa a defesa da descriminalização do aborto. Para petistas e aliados do PMDB, a exploração do tema na internet fez a candidata Dilma Rousseff perder votos entre eleitores religiosos que migraram para a evangélica Marina Silva e levou ao segundo turno contra José Serra (PSDB) [...] Ontem, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) entrou no debate e lançou a campanha em defesa da vida. 1 Inicialmente, gostaríamos de observar o título do texto: PT já discute retirar aborto do programa de governo. Se o partido discute retirar o aborto do programa do governo, então a questão do aborto está presente nesse programa, ou seja, uma memória do PT em relação ao aborto é mobilizada na materialidade. Sabemos que a questão do aborto encerra uma intrincada rede lexical que envolve o campo legal e o medicinal, em que descriminalização, legalização, regulamentação e liberação, por exemplo, significam diferentes propostas em relação ao tema, entretanto, o cruzamento com o campo religioso implica uma posição absoluta em que cada cidadão, partido e candidato é chamado a se posicionar a favor ou contra o aborto. Na manchete, temos um espaço deixado vazio antes do termo aborto, pois, ainda que a manchete coloque o tema como constituinte do programa do PT, a materialidade deixa vazia a forma como o partido aborda essa questão. Esse vazio poderia ser preenchido de diversas formas: legalização do aborto, regulamentação do aborto, descriminalização do aborto e até mesmo aversão ao aborto ou luta contra o aborto. Sendo assim, é a memória que vem preencher esse vazio, e notamos aqui o funcionamento de um imaginário do partido enquanto alinhado mais a uma posição favorável do que contrária ao aborto. Esse imaginário 1 PT já discute retirar aborto do programa de governo. Folha de S. Paulo, 05 out p. A1.

8 funciona a partir de uma regularidade que podemos observar na análise das sequências (2), (3) e (4) e ao observarmos o restante da materialidade (1). (2) Panfleto anti-pt circula em missas. 2 (3) Carta de petistas a evangélicos não promete veto a aborto. 3 (4) Papa cobra ação de bispos do Brasil contra o aborto José Serra elogiou a orientação do papa, um guia espiritual muito importante. Para Dilma Rousseff, a posição tem que ser respeitada: É a crença dele. Líderes católicos prometeram espalhar o texto. 4 Pêcheux (2008) mostra como a produção midiática em torno de um tema pode silenciar as especificidades que o constituem, de forma que os campos que o autor chama de não logicamente estabilizados, como a filosofia e a política, campos nos quais a produção de sentidos se abre amplamente para interpretação e polissemia, são significados da mesma forma que os logicamente estabilizados, como o campo dos esportes, no qual uma vitória é sempre uma vitória, sem abrir espaço para interpretação. No interior da formação discursiva religiosa fala uma oposição entre bem e mal, entre céu e inferno, entre obediência e desobediência, e essa dualidade maniqueísta produz efeitos no encontro com o discurso da campanha eleitoral, apagando as especificidades das propostas em relação ao aborto e produzindo uma grade de leitura a partir da qual a interpretação do que se diz sobre o tema divide os sujeitos e os sentidos em dois lados: os que apoiam (pessoas do mal) e os que repudiam o aborto (diferentes religiões e pessoas de bem). Em (2), Panfleto anti-pt circula em missa, percebemos essa oposição materializada em anti, que divide de um lado a igreja católica, significada pelo uso de missas, e de outro o PT, significado como partido do mal, que contraria as orientações da igreja. Da mesma forma em (3), Carta de petistas a evangélicos não promete veto a aborto, a negativa mobiliza a memória de uma necessidade, se o PT escreve uma carta aos evangélicos, deveria se comprometer a lutar contra 2 PANFLETO anti-pt circula em missas. Folha de S. Paulo, 13 out p. A1. 3 Carta de petista a evangélicos não promete veto a aborto. Folha de S. Paulo, 16 out p. A1. 4 PAPA cobra ação de bispos contra o aborto. Folha de S. Paulo, 29 out p. A1.

9 o aborto, mas não o faz, o que coloca o PT do lado oposto ao das igrejas evangélicas em relação ao tema. Na sequência discursiva (4), destacamos que quando o papa chama a igreja a se manifestar, o jornal busca a opinião dos candidatos a respeito do fato, e enquanto Serra destaca a importância do papa enquanto líder religioso, se alinhando à igreja e reforçando sua imagem de homem do bem que se posiciona no lado contrário ao aborto, Dilma busca no direito universal à opinião a base de seu argumento, e ao afirmar que o papa tem direito a sua opinião, deixa de se alinhar ao líder da igreja católica, e, uma vez que só existem duas posições a serem tomadas, se coloca do lado do mal. Além disso, ao afirmar que todos têm direito à sua opinião, Dilma defende que também ela tem o direito de ter uma opinião. Ao trazer essa fala, e somente essa fala, o jornal produz sentidos que reforçam a imagem de que Dilma se alinha ao lado contrário à Igreja, pois, quando a grade de leitura produzida no entrecruzamento da religião e da política funciona, a não observância das recomendações do líder máximo da religião com mais seguidores no país impossibilita que Dilma se alinhe ao lado do bem, e dessa forma a imagem da candidata em funcionamento é a de uma candidata do mal, que apoia o aborto, e que não deve receber o voto de cidadãos de bem, que por sua vez respeitam, acima de tudo, as recomendações do papa ou de seus respectivos líderes religiosos. O texto publicado na manchete do jornal, sequência discursiva (1), termina noticiando o lançamento, por parte da CNBB, de uma campanha em defesa da vida: Ontem, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) entrou no debate e lançou a campanha em defesa da vida (1). Destacamos, também nesta sequência, um vazio que se abre à interpretação: o jornal noticia o lançamento de uma campanha em defesa da vida, mas não informa o que é essa campanha, o que defender a vida significa. A defesa da vida pode se manifestar na luta contra o aborto, mas também na luta contra a fome, contra a desigualdade, contra as guerras, contra o crime, pela melhora das condições de saúde pública, pela preservação do meio ambiente entre outros. Entretanto, a inserção dessa notícia no final de um texto que fala sobre o aborto satura a interpretação e produz a evidência da defesa da vida como luta contra o aborto. Dessa forma, temos aqui outros elementos que significam a partir do funcionamento da grade de leitura que estamos descrevendo. A defesa da vida constitui um dos aspectos centrais do lado do bem, ou seja, uma preocupação das pessoas de bem, de forma que seu oposto, a destruição da vida, é uma das marcas das pessoas do mal. Ao noticiar a defesa da vida em um texto que fala sobre o aborto, o jornal mobiliza justamente a

10 memória da luta das igrejas contra o aborto, que se manifesta na consideração da concepção como ponto inicial da vida, de forma que o aborto é significado como a destruição de uma vida. Sendo assim, o vazio deixado em torno do que seja a campanha em defesa da vida cristaliza um efeito de evidência que significa essa defesa da vida como luta contra o aborto. Outro aspecto que fortalece o funcionamento dessa grade de leitura se materializa em (1) por meio da afirmação de que o lançamento da campanha em defesa da vida foi a forma pela qual a CNBB entrou no debate. Ainda que um debate possa ocorrer entre mais de duas pessoas, e que seja possível debater a respeito de um tema levando em consideração mais de um ponto de vista, o uso do termo debate reforça ainda uma vez mais a dualidade de posições, pois, debater significar se posicionar e defender uma posição. Sendo assim, nessa materialidade a CNBB é significada como mais um elemento que, alinhado ao lado do bem, luta pela vida, contra o aborto e contra o PT, que, ainda que esteja discutindo retirar o tema do aborto da campanha, é significado com um partido que, ao se manter no poder, será favorável à essa prática. O apagamento da reflexão em prol do posicionamento eleitoral Outro aspecto relevante presente na manchete que estamos analisando, PT já discute retirar aborto do programa de governo (1), é o advérbio já, que também funciona na interpretação como um ponto de deriva. Podemos interpretar o advérbio como um indicador de agilidade, sendo que o já funciona em uma relação de causa e consequência, com a causa sendo a perda de votos e a consequência a mudança de posição por parte do partido, mudança essa que vem com rapidez logo após a percepção de sua causa. Neste ponto, podemos perceber o funcionamento da imagem da campanha eleitoral como um jogo político, em que as posições efetivas dos candidatos e dos partidos são deixadas de lado em prol de do interesse pela conquista de votos. Esse jogo funciona também no enunciado (5): (5) A campanha de Dilma Rousseff, candidata do PT à presidência, lançará na próxima semana programa de governo que, além de defender liberdade religiosa e direito a vida, vai dar ênfase a questões ambientais.

11 O objetivo, dizem aliados, é evitar que o PV de Marina Silva, terceira colocada na eleição paute o debate sobre o ambiente e rebater a polêmica sobre descriminalização do aborto. 5 Podemos observar na sequência discursiva (5) uma breve descrição desse jogo político. A inserção do tema ambiental no programa de governo não é uma decisão que advém da percepção da importância do tema para o país, mas é uma decisão tomada como estratégia política. Sendo assim, temos um funcionamento da imagem do PT como um partido cuja preocupação central é a vitória na disputa eleitoral e a consequente manutenção do poder. Assim, o já funciona da mesma forma que em algumas típicas interações nas quais um sujeito é flagrado na prática de algum comportamento negativo e recorrente, como o professor que diz ao aluno: mas já está bagunçando de novo? ; ou os pais que dizem ao filho: não acredito que já está nesse vídeo game de novo!. Nesse contexto, o já funciona na sequência (1) na medida em que a decisão do partido é significada enquanto uma decisão esperada, previsível e negativa. Como se um sujeito responsável pela supervisão da política (o jornal, na busca da mídia por ser também um poder político?) interpelasse o PT: mas já está discutindo retirar o aborto do plano de governo? ; não acredito que já esta discutindo retirar o aborto do programa! ; mas já está discutindo tomar decisão eleitoreira, sem levar o povo em consideração? ; não acredito que já vai deixar sua crença política de lado para vencer a eleição!. Cruzam-se, assim, no adverbio já os sentidos da agilidade, da rapidez da resposta à perda de votos, da imagem do partido como um partido que toma decisões eleitoreiras, da recorrência dessa forma de tomar decisões e do curto período de tempo que separa as diferentes tomadas de decisão por conta da busca dos votos. Temos outra interpretação possível para o advérbio já na rede de sentidos que se estabelece na relação com os enunciados (6) e (7): (6) Na corrida pelos votos, campanha eleitoral foca o tema do aborto por meio de subterfúgios, sem avançar com maturidade na discussão 6 (7) Eleição é o pior momento para debater o aborto 7 5 PROGRAMA de petista agora vai abranger tema ambiental. Folha de S. Paulo, 07 out p. A1. 6 OBSCURANTISMO. Folha de S. Paulo, 10 out p. A2. 7 CALLIGARIS, Contardo. Eleição é o pior momento para debater aborto. Folha de S. Paulo, 14 out p. A1.

12 Avançando nas possibilidades de interpretação do adverbio já, questionamos a forma como a velocidade implicada pelo termo mobiliza a memória das eleições enquanto um momento em que as discussões profundas são apagadas em prol da necessidade de promover a identificação dos eleitores com os candidatos. O já, significando rapidamente, antes do esperado, aponta para a rede de sentidos que exemplificamos com os enunciados (6) e (7), os quais trazem a tona a crítica às decisões que, tomadas em período de campanha, apagam as verdadeiras propostas e programas de governo dos partidos para destacar aquilo que os eleitores querem ouvir. Em (6), a discussão sobre o aborto é significada como imatura, e em (7) as eleições são descritas como o pior momento para o debate sobre o aborto. Esse e outros enunciados ressoam na manchete do dia 05 de outubro, pois o já, significando rapidamente, antes do esperado, denota justamente a falta de maturidade na discussão, significando a busca pelos votos como principal foco do partido. O já coloca em funcionamento a imagem da eleição como um período em que, ao invés de discutir o aborto em profundidade, levando em consideração as diversas formas possíveis de abordar o tema, e as diversas implicações dessa discussão e das decisões dela recorrente para a sociedade, os partidos apenas dizem aquilo que acreditam que o eleitor quer ouvir, e buscam construir uma imagem com a qual o eleitor possa se identificar facilmente. Considerações Finais O imaginário social funciona, pela memória, produzindo e saturando interpretações. Sendo assim, a partir do momento em que a campanha mobiliza a divisão entre bem e mal, e questiona os sujeitos por sua filiação a um e outro lado, produz-se um funcionamento discursivo que se fará presente na produção e interpretação dos enunciados. A partir desse funcionamento, diversas materialidades contribuirão para a manutenção de um imaginário do PT enquanto um partido que, pelo menos no que diz respeito aos valores religiosos, se alinha ao lado do mal. Destacamos, no funcionamento dessa grade de leitura, o processo de saturação de determinadas interpretações possíveis. Quando questões como aborto e diversas outras ligadas ao campo religioso (casamento gay, pesquisa com células tronco, uso de métodos anticoncepcionais)

13 são tratadas em termos absolutos de bem e mal, nega-se à sociedade o espaço de discussão a respeito desses temas em suas nuances mais profundas. Sendo assim, essa grade de leitura que começamos a descrever nesse texto funciona não apenas na constituição e manutenção de um imaginário para o PT, mas também de um imaginário social a respeito de diversos temas e da forma como devem ser abordados. Tocamos também, nesses textos, em um traço do imaginário social que, para além de significar o PT, significa a política como um todo. As eleições deveriam constituir um momento em que os candidatos e partidos discutissem os problemas que a sociedade enfrenta e quais as melhores formas de resolver esses problemas. A partir dessa discussão, os eleitores, através do voto, transferem seu poder de decisão na sociedade para os candidatos com os quais se identificam mais profundamente. Entretanto, funciona na Folha de S. Paulo um imaginário que toma as eleições como um momento em que as verdadeiras opiniões e posições dos candidatos são deixadas de lado em prol da construção de imagens com as quais o povo se identifica. Assim, percebemos um funcionamento que não só apaga a necessidade do debate profundo durante as eleições, mas que também produz um efeito de sentido de impotência para o sujeito eleitor que depositará seu voto em alguém que ele não conhece efetivamente. Em última instância, o eleitor pode estar votando em uma imagem que, construída durante a campanha, não será sustentada durante o mandato. Destacamos, por fim, que nosso trabalho não tem como objetivo afirmar que a Folha de S. Paulo é contra ou favorável a um ou outro partido, o que não é objetivo da Análise do Discurso, uma vez que a eventual existência de uma política editorial favorável a um partido não impede que o deslize de sentidos produza efeitos favoráveis ao outro partido. Além disso, as dimensões de nosso recorte também significam, de modo que o funcionamento de uma imagem predominantemente negativa do PT é resultado de nosso recorte e não uma síntese do funcionamento total das formações imaginárias no jornal. Referências ACHARD, Pierre. Memória e produção discursiva do sentido. In.: ACHARD, Pierre. Papel da Memória. Campinas: Pontes Editore, 2007.

14 MARIANI, Bethania. O PCB e a imprensa: os comunistas no imaginário dos jornais ( ). Rio de Janeiro: Revan, ORLANDI, Eni Puccinelli. Protagonistas do/no discurso. Foco e pressuposição: Série Estudos 4, Uberaba, p , ORLANDI, Eni Puccinelli. Análise de Discurso: princípios e procedimentos. Campinas: Pontes, ORLANDI, Eni Puccinelli. Terra à vista Discurso do confronto: Velho e Novo Mundo. 2ª ed. Campinas: Editora da Unicamp, PÊCHEUX, Michel. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Campinas: Editora da Unicamp, PÊCHEUX, Michel. O Discurso: estrutura ou acontecimento. 5ª ed. Campinas: Pontes Editores, PÊCHEUX, Michel. Papel da memória. In.: ACHARD, Pierre. Papel da Memória. Campinas: Pontes Editore, PÊCHEUX, Michel. Análise automática do discurso. In.: GADET, Françoise e HAK, Tony. Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Campinas: Editora da UNICAMP, SERRANI, Silvana M. A linguagem na pesquisa sociocultural: um estudo da repetição na discursividade. Campinas: Editora da UNICAMP, 1997.

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