15 de Agosto a 21 de Agosto

Transcrição

1 Lição 8 15 de Agosto a 21 de Agosto Missões Interculturais Sábado à tarde LEITURA PARA O ESTUDO DA SEMANA: João 4:4-30; Mateus 8:5-13; Marcos 5:1-20; Mateus 15:21-28; Lucas 17:11-19; João 12: VERSO ÁUREO: Este é o meu servo, a quem escolhi, o meu predileto, no qual tenho a maior satisfação. Porei nele o meu Espírito, e ele anunciará a minha vontade aos povos. Mateus 12:18, TIC. É MUITO INTERESSANTE JESUS TER PASSADO tantos dos Seus primeiros anos na Galileia, conhecida como Galileia dos Gentios (Mat. 4:15), sem dúvida devido à influência não judaica naquela província. Nesta região, em Nazaré, Jesus passou a maior parte dos Seus anos antes de dar início ao Seu ministério público. Graças à sua posição geográfica, Nazaré situava-se perto das principais rotas percorridas pelas unidades militares de Roma, bem como pelas caravanas de mercadores. Devido a isso, Jesus deve ter estado em contacto com muitos não-judeus ao longo da primeira parte da Sua vida (isto para não mencionar o tempo passado no Egito). Após a Sua rejeição em Nazaré (ver Lucas 4:16-31), Jesus centrou o Seu ministério em Cafarnaum, uma cidade cosmopolita da Galileia. Estes contactos com os Gentios e o seu mundo influenciaram significativamente os Seus ministério e ensino. Embora atento a Israel, o mundo mais vasto era o Seu interesse. No decorrer dos mais de três anos do Seu ministério, entre o Seu batismo e a Sua ascensão, Jesus

2 teve, em pelo menos seis ocasiões, contacto direto com pessoas de outras nações. Vamos ver, durante esta semana, os relatos dos Evangelhos a respeito desses contactos. Ano Bíblico: Jeremias

3 A Mulher Samaritana Domingo, 16 de Agosto. Na época de Jesus, o antigo Israel encontrava-se dividido em três províncias: Galileia, Samaria e Judeia. Samaria localizava-se entre a Galileia e a Judeia. Os Samaritanos adoravam o Deus de Israel, mas não do mesmo modo que os Judeus. Como campo missionário pioneiro, Samaria era ideal para os apóstolos, porque ficava geograficamente próxima de Israel. Leia João 4:4-30. O que podemos aprender com esta história sobre a forma como Jesus testemunhava junto de não-judeus? Em que aspetos Jesus Se afastou dos limites da tradição a fim de poder interagir com aquela mulher? A Samaritana era uma mulher atenta, bem informada quanto à história do seu povo e colocava questões inteligentes. Foi ela que, com as suas perguntas, conduziu a conversa. Jesus, no entanto, escolheu das suas perguntas e afirmações as coisas que a beneficiariam espiritualmente. O único ponto em que Jesus mudou o tema da conversa foi quando Ele lhe disse que fosse buscar o marido, sabendo Ele que ela não era casada, mas que tivera vários companheiros. É claro que, fazendo-lhe aquele pedido sobre o marido, o caminho abriu-se para Ele lhe falar mais abertamente, ainda que ela se sentisse pouco à-vontade. No entanto, procedendo assim, Jesus foi capaz de lhe fazer chegar um testemunho muito mais poderoso. Além disso, não devemos deixar de notar o que aconteceu em João 4:27. Os discípulos ficaram surpreendidos por Jesus estar a falar com esta mulher estranha. Jesus estava a transgredir vários costumes judaicos: primeiro, pedir a uma mulher samaritana que Lhe desse de beber;

4 segundo, estar ali sozinho com ela. Em Israel, um homem não podia ser visto sozinho com uma mulher, a não ser que esta fosse um membro da família. Quando em Israel, Jesus seguia os costumes judaicos. Agora, porém, em Samaria, Ele estava fora do território judaico e não estava sujeito a tradições judaicas, embora, como já vimos noutros momentos, Jesus fizesse distinção entre tradições de origem humana e mandamentos e preceitos vindos de Deus. Até que ponto nos sentimos dispostos a deixar a nossa zona de conforto para ir ministrar em favor de outros? Aonde devemos ir? Ano Bíblico: Jeremias

5 O Oficial do Exército Romano Segunda, 17 de Agosto. Leia Mateus 8:5-13 (ver também Lucas 7:1-10). O que nos ensina esta história sobre como até a maior separação cultural pode ser ultrapassada por amor do Evangelho? Em Cafarnaum, um oficial romano com a patente de centurião (comandante de cem homens) foi procurar Jesus. Os Judeus detestavam o exército romano ocupante, e muitos Romanos odiavam os Judeus. Apesar deste enorme fosso cultural e político, pode perceber-se aqui um relacionamento de proximidade entre este Romano e os Judeus. No relato em Lucas, é dito que o Centurião contactou os anciãos dos judeus (Lucas 7:3), a fim de lhes pedir que trouxessem Jesus até ali. É realmente fascinante que os anciãos fizeram precisamente isso, rogando a Jesus que fosse curar o servo daquele homem. Quem eram aqueles anciãos? Os textos não o dizem, mas parece que se davam com Jesus de maneira diferente da de alguns dos outros anciãos. Por seu lado, o Centurião era, obviamente, um homem de fé; as palavras que dirigiu a Jesus diz somente uma palavra, e o meu criado sarará (Mat. 8:8) foram um incrível testemunho da sua fé n Ele. O Centurião não esperou para ver se os próprios Judeus recebiam Aquele que pretendia ser o seu Messias. A luz verdadeira, que alumia todo o homem que vem ao mundo (João 1:19), brilhou sobre ele e, embora afastado, discerniu a glória do Filho de Deus. Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 261, ed. P. SerVir. O Centurião compreendia e respeitava as sensibilidades religiosas judaicas. Sabia que, de acordo com os seus costumes, a um Judeu não era permitido entrar na casa de um Gentio; daí que ele tenha pedido que Jesus atuasse à distância. O servo ficou curado. A fé do Centurião

6 gentio foi recompensada. Jesus realçou que o Centurião era um protótipo do grande dia em que gentes de todo o mundo se uniriam aos patriarcas judaicos no banquete messiânico. Seja o que for que possamos retirar dos relatos acerca desta cura, pode perceber-se que as grandes divisões culturais não conseguiram manter separados os Judeus e este Romano. Que lições podemos tirar disto a respeito do modo como (em boa consciência) devemos ultrapassar quaisquer diferenças culturais, a fim de podermos entrar em contacto com outras pessoas? Ano Bíblico: Jeremias

7 Lidar com Demónios Terça, 18 de Agosto. Leia Lucas 8:26-39; Mateus 15: Até que ponto estas histórias nos ajudam a compreender a forma como Jesus Se relacionava com os não-judeus? Como entendemos as palavras que Jesus dirigiu à mulher cananeia? Mais, que lições deviam os discípulos ter aprendido, vendo Jesus a ministrar em favor daqueles que não faziam parte do povo do concerto? A região dos Gesarenos ficava na praia oriental do Mar da Galileia. Era uma região anteriormente dominada pela Grécia, mas que se tinha tornado parte da província romana da Judeia. O homem de Gesara estava obviamente possesso, e a sua possessão manifestava-se de maneiras horríveis. Ele necessitava verdadeiramente de auxílio divino, e foi o que obteve. Que esta libertação teve lugar em território gentio é confirmado pela prática de criação de porcos. É interessante notar a reação que houve perante tal perda económica, quando os porcos se afogaram: as pessoas da localidade pediram a Jesus que abandonasse o seu território. Jesus, por Sua vez, pediu ao homem restabelecido que ficasse. Ele devia dar testemunho acerca de Jesus diante do seu próprio povo. Não há dúvida também de que a sua vida transformada, mais até do que as suas palavras, seriam um testemunho formidável. Num outro incidente, a menina de Sídon estava miseravelmente endemoninhada (Mat. 15:22). A mãe, uma mulher cananeia, é uma boa ilustração da mistura cultural patente naquela região. Os seus antepassados cananeus foram deslocados da sua terra quando Israel a tomou sob a liderança de Josué. Vemos aqui, mais uma vez, Jesus a ir em busca daqueles que não eram propriamente de Israel.

8 Dirigindo-Se à mulher, Jesus usou uma linguagem de certo modo ríspida, comparando-a a cães, mas fê-lo como um teste à fé dela, o qual demonstrou a sua humilde disposição de aceitar a ajuda de que precisava. O Salvador fica satisfeito. Provou a sua fé n Ele. Pelo modo como a tratou, mostrou que aquela que era considerada como rejeitada de Israel, já não é uma estranha, mas uma filha na família de Deus. Como filha, tem o privilégio de partilhar das dádivas do Pai. Cristo concede-lhe então o que pede, e conclui a lição dada aos discípulos. Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 337, ed. P. SerVir. A lição foi que, ao contrário da ideia que tinham, a obra do Evangelho não é unicamente para os Judeus, mas é para alcançar outras nações também. Ano Bíblico: Jeremias

9 Dez Leprosos Quarta, 19 de Agosto. Leia Lucas 17: Que lições aí estão para nós, independentemente da nossa nacionalidade ou das nossas origens? Repare-se primeiramente que todos aqueles infelizes homens conheciam Jesus. Chamaram-n O tanto pelo nome como pelo título, suplicando a Sua intervenção. O que é também fascinante é que eles não ficaram logo ali limpos de imediato. Foi-lhes dito simplesmente que fossem apresentar-se aos sacerdotes, tal como especificado em Levítico 14:2. O facto de eles, sem delongas nem rodeios, se terem voltado e posto a caminho demonstra que acreditaram n Ele e no Seu poder para os curar. No entanto, só o Samaritano expressou a sua gratidão pelo que Jesus tinha feito. Os outros nove não se esqueceram de ir até aos sacerdotes, mas não se lembraram de agradecer ao seu Médico. O Samaritano, como se lê no texto, voltou para trás ainda antes de chegar junto dos sacerdotes. Embora o texto não diga que os outros nove eram Judeus, a localização do lugar onde se deu o encontro torna esta conclusão muito provável; além disso, o facto de Lucas mencionar especificamente que o homem era Samaritano, e de Jesus Se ter referido a ele como este estrangeiro (Lucas 17:18), tornam muito provável os outros nove serem, na verdade, Judeus. Embora os Judeus, normalmente, não lidassem com os Samaritanos, a doença comum ultrapassava tais barreiras. Os infortúnios e as tragédias em comum, aquilo que Albert Schweitzer denominou o companheirismo do sofrimento, tinham derrubado uma divisória étnica. A sua necessidade comum de purificação, cura e salvação trouxera-os, coletivamente, a Jesus. Não obstante, os Samaritanos e outros estrangeiros não foram o alvo

10 imediato do ministério de Jesus Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel (Mat. 15:24). O Seu plano era primeiramente estabelecer uma base missionária forte entre os Judeus. Contudo, por meio do Seu ministério, Jesus deu aos Seus seguidores provas de que o Evangelho deveria ir a todo o mundo. Apesar de este ponto só ter ficado claro após a Sua ressurreição, ainda antes deste acontecimento Jesus fez coisas que se destinavam a abrir a mente dos discípulos à ideia de que a missão mundial iria tornar-se na sua tarefa principal. Embora todos aqueles homens tivessem demonstrado fé, apenas um voltou atrás e agradeceu ao Senhor o que tinha recebido. Que mensagem tem este pormenor sobre a razão por que o louvor e a gratidão são tão importantes para a fé? Quais são algumas das coisas pelas quais devemos ser agradecidos? Pensemos em como seríamos muito mais felizes, se nos lembrássemos constantemente delas, e que maneira melhor do que expressar gratidão a Deus por tudo o que temos para ser agradecidos?! Ano Bíblico: Jeremias

11 Os Gregos e Jesus Quinta, 20 de Agosto. Ora havia alguns gregos, entre os que tinham subido a adorar no dia da festa. Estes, pois, dirigiram-se a Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e rogaram-lhe dizendo: Senhor, queríamos ver Jesus. Filipe foi dizê-lo a André, e então André e Filipe disseram-no a Jesus. E Jesus lhes respondeu, dizendo: É chegada a hora em que o Filho do homem há de ser glorificado. João 12: De que modo este incidente nos ajuda a compreender o profundo clamor do coração das pessoas em toda a parte pela Salvação, pela esperança, por respostas que só se podem encontrar em Jesus? Estes Gregos eram, provavelmente, conversos ao Judaísmo, uma vez que tinham vindo a Jerusalém para adorar durante a festa. Os comentaristas salientam que estes Gregos foram ter com Filipe, que, embora Judeu, tinha um nome grego, pormenor que os atraiu para ele. Do mesmo modo, ainda que o trabalho cristão de pioneirismo possa ser realizado por missionários estrangeiros, que tenham sensibilidade cultural e uma compreensão concordante com as pessoas que pretendem ganhar para Cristo, o trabalho mais eficaz de desbravar terreno é feito por pessoas com os mesmos antecedentes que o povo a quem é dirigido esse trabalho. Os Gregos chegaram somente uns dias antes da crucificação de Jesus. Sem dúvida que eles foram surpreendidos pelas Suas palavras a propósito do Seu sofrimento, da Sua morte e da Sua vitória final. (A voz vinda do Céu trouxe-lhes também algo em que pensar.) Jesus deve ter- Se sentido encorajado pelo seu desejo de O verem. A sua aproximação a Jesus assinalou o começo da evangelização mundial. Foi prevista até pelos Fariseus, que tinham exclamado: Eis que toda a gente vai após ele (João 12:19).

12 O que aqui se vê são homens, de fora do povo judeu, a quererem vir até Jesus. Este é um admirável sinal de que o mundo estava pronto para a Sua morte expiatória! Estes Gregos, representando as nações, as tribos e os povos do mundo, estavam a ser atraídos para Ele. Dentro em breve, a cruz do Salvador atrairia para Ele as gentes de todas as terras e em todas as épocas posteriores (v. 32). Os discípulos iriam encontrar o mundo pronto para receber o Evangelho. Leia João 12: O que diz Jesus a respeito do perder a vida para a guardar? Que razão O terá levado a dizer isto neste contexto imediato? De que modo já passámos precisamente pela experiência daquilo de que Ele está a falar? Ano Bíblico: Jeremias

13 Sexta, 21 de Agosto. ESTUDO ADICIONAL: Mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacob, no reino dos céus; e os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores: ali haverá pranto e ranger de dentes. Mateus 8:11 e 12. Embora estas palavras tivessem sido ditas num contexto específico, com referência a certas pessoas em particular, não devemos perder de vista o princípio. Aqueles a quem foram concedidos grandes privilégios, grandes vantagens em termos de verdades espirituais e teológicas, precisam de ser cuidadosos. É fácil tornarmo-nos complacentes quanto às verdades que nos foram concedidas, verdades que, nalguns casos, ninguém mais está a pregar e a ensinar. Primeiro, precisamos de ter a certeza de que nos mantemos firmes nestas verdades; depois, em segundo lugar, precisamos de estar dispostos a ensinar aqueles que não as conhecem. PERGUNTAS PARA REFLEXÃO: A Cruz provou-nos a universalidade absoluta de toda a Humanidade. Diante de Deus, todos somos pecadores, e todos precisamos da graça para a Salvação. Contudo, muitos grupos consideram-se frequentemente superiores aos outros. Isto é vulgar e tem-se repetido ao longo de toda a História. O que se passa connosco, quanto ao nosso grupo étnico, social, financeiro ou cultural? Em que aspetos acariciamos (e deixemo-nos de coisas nós acariciamos mesmo) um sentimento de superioridade em relação a outros que são diferentes de nós? O que há de errado nessa atitude, e de que modo podemos aprender, aos pés da Cruz,

14 como a modificar? A mulher junto ao poço voltou para trás e deu testemunho acerca de Jesus junto do seu próprio povo. O que nos ensina isto sobre missões e sobre a importância de recorrer àqueles com uma cultura específica para fazerem trabalho missionário junto do seu próprio povo? Os Gregos quiseram ver Jesus. Sem dúvida que eles tinham ouvido falar d Ele ou tinham eles próprios visto algumas das coisas que Ele fizera. Jesus, naturalmente, está agora no Céu, e a Igreja, o Seu povo, representa-o na Terra. Que significado tem isto para nós em termos do tipo de vida que vivemos e do tipo de testemunho que apresentamos? Ano Bíblico: Jeremias Comentários de EGW, Leitura Adicional: O Desejado de Todas as Nações, p. 286, ed. P. SerVir.

15 Moderador Texto-Chave: Mateus 21:42 e 43. Com o Estudo desta Lição, o Membro da Unidade de Ação Vai: Aprender: A compreender os mais importantes princípios bíblicos que devem orientar a nossa missão intercultural. Sentir: Apoio pela compaixão para com pessoas de outras culturas que não tenham ouvido as Boas-novas acerca de Jesus. Fazer: Encontrar meios para apoiar a missão intercultural através da oração, das finanças e, onde possível, mediante o envolvimento pessoal. Esboço da Aprendizagem: I. Aprender: Através de Todas as Culturas. A. Embora Jesus dedicasse a maior parte do Seu tempo a ministrar em Israel, Ele animou-se, em várias ocasiões notórias, a entrar em território não-judeu e a, aí, ministrar a Gentios. Que princípios de ministério intercultural podemos descobrir na maneira como Jesus falou à mulher samaritana (João 4:4-30)? B. Será possível partilhar as Boas-novas num contexto cultural diferente sem levar connosco a nossa própria bagagem cultural? Que passos podem dar-se para garantir que o Evangelho é expresso de maneira tal que estabeleça ligações com o ambiente cultural de outras pessoas? II. Sentir: Missão com Sinceridade.

16 A. Que tipos de sentimentos poderiam tornar uma pessoa relutante ao envolvimento numa missão intercultural? Que princípios bíblicos poderiam ajudar a transformar esses sentimentos? B. Que importância tem a empatia para as pessoas numa missão intercultural, e por que motivo não é simplesmente suficiente partilhar a verdade doutrinária? III. Fazer: Tornarmo-nos Envolvidos. A. Ninguém tem de viajar além-mar para ir em busca de uma cultura diferente. Quais são algumas das diferentes culturas que se encontram no nosso próprio bairro? B. Que passos práticos podem ser dados para nos envolvermos na missão intercultural? Sumário: Nunca foi intenção que as Boas-novas da Salvação se limitassem ao povo judeu; são Boas-novas para todos os povos. Como seguidores de Cristo, somos convidados a unirmo-nos a Ele na Sua missão para todos os povos. CICLO DA APRENDIZAGEM 1º PASSO MOTIVAR!

17 Realce da Escritura: Mateus 8:11. Conceito-Chave para Crescimento Espiritual: O mandato evangélico é um chamado dirigido a cada crente para que se envolva na tarefa de fazer discípulos entre todos os grupos de pessoas. A ordem dada por Jesus não é uma sugestão; deve, antes, ser um modo de vida de cada um dos Seus seguidores. Só para o Dinamizador: O apóstolo João apresenta, em Apocalipse 7:9, um quadro convincente dos resultados da missão intercultural de Deus na Terra. Analise com a Unidade de Ação a vasta visão intercultural de Deus, na qual cada um de nós é convidado a participar. Debate Introdutório: Todas as coisas que tens a certeza de serem certas podem ser erradas noutro lugar, diz um personagem no livro de Barbara Kingsolver, The Poisonous Bible (A Bíblia Venenosa), no qual descreve uma família missionária batista a trabalhar no Congo Belga nos finais dos anos 50 do século passado. Numa das cenas, Natan, o pastor missionário, tenta pregar no dialeto local: Tata Jesus is bangala, afirma ele, querendo dizer: Jesus é precioso. O problema é que, na língua kikongo a ênfase é uma característica dominante. Infelizmente, ele não a aplicou corretamente, traído pelo seu sotaque americano que alterou o significado de bangala de precioso para árvore venenosa. O livro é um ataque implacável contra missionários insensíveis que exportavam a cultura própria lado a lado com o seu Cristianismo. O livro é apenas um dos muitos exemplos da cultura popular onde a missão cristã é criticada. Analisem até que ponto, na vossa localidade, palavras como

18 conversão, proselitismo e missionário se tornaram termos negativos. Como é que se consegue explicar que uma coisa tão maravilhosa como falar às pessoas sobre o plano que Deus tem para a sua salvação é, muitas vezes, tratada com tanta desconfiança e hostilidade? Quais são alguns passos básicos que devemos dar para evitar a insensibilidade quer a nossa missão seja num país estrangeiro quer seja na nossa comunidade local? 2º PASSO ANALISAR! Só para o Dinamizador: A Incarnação de Cristo aponta para uma alteração radical quanto ao foco e à atividade no plano missionário divino. Ao dirigir a Unidade hoje, tente extrair dela estas duas ideias: (1) que Cristo veio reafirmar e continuar a missão do Pai e (2) que a vinda de Cristo também lançou esse plano missionário para uma era totalmente nova. Isto sem esquecer de levar os membros a refletirem sobre o modo como Cristo convida cada um de nós a participar na Sua missão. COMENTÁRIO BÍBLICO I. Jesus Derruba Muralhas Culturais (Recapitule com a Unidade de Ação Mateus 8:5-13.) A inacreditável fé do centurião não-judeu maravilhou Jesus, levando-o a

19 comentar: Mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque e Jacob, no reino dos céus (Mat. 8:11). No relato em Lucas sobre o comentário de Jesus, o evangelista sublinha ainda mais que a Salvação se estende a todas as direções: E virão do oriente, e do ocidente, e do norte, e do sul, e assentar-se-ão à mesa no reino de Deus. E eis que derradeiros há que serão os primeiros; e primeiros há que serão os derradeiros (Lucas 13:29 e 30). Sentados na festa celestial estarão gigantes da fé: Abraão, Isaque e Jacob. Como sabemos, Abraão foi o pai de muitas nações (Gén.17:4-6), sendo apropriado que deva estar sentado com gente de todas as línguas, tribos e povos. Ao longo do Seu ministério, Jesus tornou claro que as Boas-novas eram extensivas a todos os povos, e Ele prefigurou a celebração celestial todas as vezes que Se sentava com pecadores. A prática que Jesus seguia de mesa franca irritava os dirigentes judaicos. E, naturalmente, quando expulsou os cambistas do templo, Ele citou Jeremias: A minha casa será chamada, por todas as nações, casa de oração (Marcos 11:17) não exclusivamente para os Judeus. Embora Deus tenha chamado um povo especial nos tempos do Velho Testamento, foi sempre Sua intenção que este povo espalhasse a Sua Palavra e o Seu amor até aos confins da Terra. Como Seus seguidores, somos chamados a alcançarmos outras culturas para chegarmos a todos os Seus filhos e filhas de toda a tribo, língua e povo. Na sua carta aos Romanos, o apóstolo Paulo fala da visão da Salvação oferecida por Deus a chegar às pessoas em lugares ainda não tocados pela mensagem do Evangelho. Para realçar o seu ponto, ele recua uns oitocentos anos e cita Oseias: Chamarei meu povo ao que não era meu povo; e amada à que não era amada. E sucederá que, no lugar em que lhes foi dito: Vós não sois meu povo, aí serão chamados filhos do Deus vivo (Rom. 9:25 e 26).

20 Pense Nisto: Em que aspetos estas passagens são um corretivo para a arrogância cultural ou espiritual? Os primeiros seguidores de Jesus precisavam nitidamente de captar uma visão mais ampla de missão. Contudo, em que aspetos precisamos nós, hoje em dia, de ser lembrados de que Jesus é o Salvador de todas as gentes, em todos os lugares? II. Jesus para Todos (Recapitule com a Unidade de Ação Lucas 4:21-28.) Na sinagoga da Sua cidade natal, Nazaré, Jesus citou a história da viúva de Sarepta (I Reis 17:7-24) e a história de Naamã (II Reis 5). Jesus recorreu a estas histórias para ilustrar como Deus tinha achado fé fora das fronteiras de Israel, e não dentro do país e realça o ponto de que, da mesma maneira, Ele não terá achado fé na Sua cidade natal. Esta constatação tornou o povo tão furioso que intentaram matá-l O. Pense Nisto: Em que aspetos poderão as palavras de Jesus nesta passagem servir de advertência para nós como Adventistas do Sétimo Dia? 3º PASSO PRATICAR!

21 Só para o Dinamizador: Contextualização é um termo utilizado pelos missiólogos, o qual é amplamente mal-entendido. Muita gente pensa em cedências e afrouxamento da mensagem quando se depara com aquela palavra. Contudo, corretamente entendida, contextualização é um princípio fundamental e essencial da missão, demonstrado por Jesus, pelo apóstolo Paulo e por outros personagens na Bíblia. Basicamente, significa adaptar a mensagem de uma forma que venha a ser compreendida e que tenha sentido para as pessoas em diferentes contextos culturais. Isto lembra-nos de que um método de partilhar o Evangelho que funciona bem na América do Norte, por exemplo, poderá não ser apropriado no interior da China, ou vice-versa. Ellen G. White chama a atenção para o seguinte: O povo de cada país tem as suas peculiaridades distintas, e é necessário que os homens sejam sábios para poderem saber como se adaptar às ideias peculiares do povo, e, dessa maneira, introduzir a verdade que lhes possa fazer bem. Testemunhos Para Ministros, p Aplicação à Vida Real: Jesus lançou um desafio aos Seus ouvintes chamando a atenção para os camelos da fé e relegando os mosquitos para um estatuto inferior. Isto é também uma parte essencial da contextualização identificar os princípios eternos que podem ser aplicados independentemente do contexto cultural. Sonde os membros da sua Unidade de Ação, perguntando: Já alguma vez se sentiram confusos quanto ao que é vital para a fé e aquilo que é motivado culturalmente? Peça aos que se sentirem à-vontade para isso que falem da sua respetiva experiência. De que modo resolveram a questão e chegaram a uma compreensão mais profunda do que é requerido pela obediência a Deus? Perguntas para Reflexão: Ao longo dos anos, os educadores têm-se

22 debatido sobre se os professores devem adaptar ao aluno os seus esforços na sala de aulas (concentrando-se nas necessidades e nos estilos de aprendizagem individuais) ou se se devem concentrar no currículo (focados principalmente no conteúdo daquilo que o aluno precisa de aprender). Poderá haver aqui uma analogia espiritual? Como é que se encontra o meio termo entre a adaptação da nossa atitude missionária ao aluno (sendo sensíveis aos respetivos contexto cultural e forma de entendimento) e a apresentação do currículo (as verdades das Escrituras)? Numa tentativa de contextualização da nossa abordagem missionária, de que modo tornamos a mensagem compreensível e significativa, evitando, no entanto, o risco do sincretismo em que a nossa mensagem fica tão soterrada nas crenças e práticas dos ouvintes que acaba por perder todo o significado? 4º PASSO APLICAR! Só para o Dinamizador: Don e Caroline Richardson, missionários junto do povo Sawi de Irian Jaya, concluíram que simplesmente pregar Jesus, como fariam na América, não resultava. Descobriram que os Sawis elevavam a traição ao nível de uma virtude. Assim, na história de Jesus, Judas surge como o herói. Don Richardson, Peace Child (Filho da Paz). Ventura, Calif.: REgal Books, Quarta edição, Aparentemente embaraçados do mesmo modo, os Richardson descobriram finalmente que os Sawis estabeleciam a paz tribal mediante um pai, em cada uma das aldeias em guerra, a oferecer à outra aldeia um dos seus filhos como um filho da paz. Os missionários viram imediatamente nisto a oportunidade de contar a história do Evangelho em termos que podiam ser compreendidos Jesus, o Filho da paz, oferecido por um Pai amoroso. Os missionários contextualizaram a

23 mensagem, sem fazer cedências e, finalmente, conseguiram transmitir o significado de Jesus em termos que as pessoas conseguiam entender. Analise, na atividade que se segue, o processo de contextualização. Atividade: Recapitule algumas das parábolas que Jesus contou. Oriente os membros na observação da maneira como Ele adaptava as Suas histórias de acordo com o auditório específico que O ouvia. Por exemplo, quando falava a agricultores contava-lhes histórias acerca de trigo, animais e sementeiras. A pescadores, Ele contava histórias a respeito de peixes e redes. Convide a Unidade de Ação a pensar no tipo de parábolas que Jesus poderia contar nos nossos dias. Se tiverem acesso a um quadro negro ou para marcadores, façam uma lista de diferentes auditórios, como os que se seguem (sintam-se à-vontade para adaptarem de acordo com a vossa área local): Canalizadores Professores Programadores de computadores Contabilistas Médicos Carpinteiros Atletas Peça à Unidade de Ação que considere que tipo de parábolas Jesus poderia contar a cada auditório, a fim de associar a verdade espiritual à respetiva vida diária de cada um deles.