VISÃO DO JUIZ E DO PERITO DO JUIZO QUANTO À OBEDIÊNCIA DOS REGRAMENTOS DO CPC/2015 E A FUNCIONABILIDADE DOS CADASTROS PARA PERITOS

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1 VISÃO DO JUIZ E DO PERITO DO JUIZO QUANTO À OBEDIÊNCIA DOS REGRAMENTOS DO CPC/2015 E A FUNCIONABILIDADE DOS CADASTROS PARA PERITOS

2 Lei /2015: Em 16 de março de 2015 foi sancionado o novo Código de Processo Civil (Lei nº ), que passou a vigorar em 18 de março de 2016 A nova legislação consolidou regramentos a serem cumpridos pelos peritos, reconhece a importância e relevância da perícia, prestigia o perito, exige maior transparência para a sua indicação e reforça a necessidade do conhecimento técnico especializado.

3 Lei /2015: A busca pela atualização do conhecimento é IMPRESCINDÍVEL Portanto, os profissionais que atuam na função de perito devem participar das diversas atividades de educação continuidade que já estão sendo promovidas pelos órgãos representativos das suas categorias e/ou entidades privadas. É fundamental a constante atualização e o aprimoramento dos profissionais quanto às normas técnicas da profissão, os ditames do CPC/2015 e as demais legislações específicas da Contabilidade.

4 Lei /2015: Além do que, essas inovações estão obrigando os peritos a desenvolver novas habilidades, atitudes e estratégias para alcançar o sucesso profissional, tais como: 1) Participação ativa em eventos/atividades de capacitação (aprimoramento técnico); 2) Pesquisar sobre os assuntos técnicos abrangidos no processo, para oferecer segurança e exatidão nas suas respostas e conclusões técnicas, executando os cálculos e afirmações com rigor científico, concisão e objetividade; 3) Eficiência na comunicação escrita: não utilizar palavras de duplo sentido, cuidado nos textos longos e prolixos, para evitar contradições e sempre buscar a clareza de linguagem e de redação, o destinatário precisa compreender a mensagem (sem espaço para perito generalista) laudo tem que ter utilidade, convencer tecnicamente e com leitura interessante

5 A Prova Pericial e a atuação dos Peritos do Juízo e Assistentes Técnicos sofreram relevantes alterações a partir da vigência do Novo Código de Processo Civil. Ouvindo outros colegas dessa área de atuação, observei que empunham 11 artigos como mais polêmicos, geradores de muitas dúvidas e controvérsias entre peritos e magistrados. São eles:

6 Transparência e 1) Órgãos Técnicos ou científicos também poderão ser nomeados: Art O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico. 1o Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado.

7 Transparência e 2) Formação do Cadastro: Art. 156 [...] o 2 Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por meio de divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais de grande circulação, além de consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos técnicos interessados.

8 Transparência e 3) Educação Continuada e aprimoramento técnico obrigatório: Art. 156 [...] o 3 Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção do cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do conhecimento e a experiência dos peritos interessados.

9 Transparência e 4) Distribuição Equitativa de Nomeações: Art O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe designar o juiz, empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo alegando motivo legítimo. 1o A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação, da suspeição ou do impedimento supervenientes, sob pena de renúncia ao direito a alegá-la. 2o Será organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com disponibilização dos documentos exigidos para habilitação à consulta de interessados, para que a nomeação seja distribuída de modo equitativo, observadas a capacidade técnica e a área de conhecimento.

10 Transparência e 5) Apresentação da proposta de honorários instruída com o currículo do perito: Art O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo. 1o Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do despacho de nomeação do perito: I - arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso; II - indicar assistente técnico; III - apresentar quesitos. 2o Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco) dias: I - proposta de honorários; II - currículo, com comprovação de especialização; III - contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para onde serão dirigidas as intimações pessoais.

11 Transparência e 6) Possibilidade do Juiz autorizar o pagamento de até 50% dos honorários: Art. 465 [...] 4o O juiz poderá autorizar o pagamento de até cinquenta por cento dos honorários arbitrados a favor do perito no início dos trabalhos, devendo o remanescente ser pago apenas ao final, depois de entregue o laudo e prestados todos os esclarecimentos necessários.

12 Transparência e 7) Redução de Honorários: Art. 465 [...] o 5 Quando a perícia for inconclusiva ou deficiente, o juiz poderá reduzir a remuneração inicialmente arbitrada para o trabalho podendo o juiz reduzir os honorários do perito quando a perícia for considerada inconclusiva ou deficiente;

13 8) Publicidade das diligências do perito: Art O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, independentemente de termo de compromisso. 1o Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão sujeitos a impedimento ou suspeição. 2o O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o acompanhamento das diligências e dos exames que realizar, com prévia comunicação, comprovada nos autos, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias. Nota: mantida a exigência da comunicação do início dos trabalhos (art. 474 do NCPC)

14 Art As partes terão ciência da data e do local designados pelo juiz ou indicados pelo perito para ter início a produção da prova.

15 Transparência e 9) Regras para a elaboração do Laudo Pericial: Art O laudo pericial deverá conter: I - a exposição do objeto da perícia; II - a análise técnica ou científica realizada pelo perito; III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser predominantemente aceito pelos especialistas da área do conhecimento da qual se originou; IV - resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo órgão do Ministério Público. 1o No laudo, o perito deve apresentar sua fundamentação em linguagem simples e com coerência lógica, indicando como alcançou suas conclusões. 2o É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designação, bem como emitir opiniões pessoais que excedam o exame técnico ou científico do objeto da perícia.

16 Transparência e 10) Valoração da Prova Pericial: Segundo o art. 479: O juiz apreciará a prova pericial de acordo com o disposto no art. 371, indicando na sentença os motivos que o levaram a considerar ou a deixar de considerar as conclusões do laudo, levando em conta o método utilizado pelo perito. g.n. Art. 371: O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.

17 Transparência e 11) Apresentação de esclarecimentos por escrito: Art O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento. 1o As partes serão intimadas para, querendo, manifestar-se sobre o laudo do perito do juízo no prazo comum de 15 (quinze) dias, podendo o assistente técnico de cada uma das partes, em igual prazo, apresentar seu respectivo parecer. 2o O perito do juízo tem o dever de, no prazo de 15 (quinze) dias, esclarecer ponto: I - sobre o qual exista divergência ou dúvida de qualquer das partes, do juiz ou do órgão do Ministério Público; II - divergente apresentado no parecer do assistente técnico da parte.

18 Resumindo: O contexto, o método, a análise científica e a conclusão passaram a ser obrigações legais, além de já existirem como obrigações da profissão do contador (NBC TP 01/ Perícia Contábil - inciso 65). Nos dias atuais, para que a perícia atinja sua finalidade de levar aos autos do processo todos os esclarecimentos necessários à compreensão da matéria posta em debate, viabilizando a valoração da respectiva prova, todas as regras que disciplinam a forma de uma prova pericial devem ser severamente cumpridas, bem como a preocupação com a essência também deve ser observada, sob pena do trabalho pericial ser considerado deficiente e inconclusivo, acarretando a sua imprestabilidade e consequente devolução dos honorários periciais.

19 Funcionabilidade dos cadastros para peritos: 1) Cadastro dos Conselhos de Classe: CFC e o COFECON 2) Cadastros dos Tribunais de Justiça NOTA: A participação do contador no CNPC e o economista no CNPE é gratuita e voluntária. Não substitui a inscrição nos cadastros eletrônicos que estão sendo disponibilizados nos Tribunais de Justiça (Resolução CNJ 233/2016).

20 O Código de Processo Civil (Lei n.º /2015) instituiu novos procedimentos na rotina dos Tribunais de Justiça. Entre eles, a obrigatoriedade de os tribunais manterem cadastros de profissionais habilitados a auxiliarem os juízes ( 1º do art. 156), quando a prova de um fato depender de conhecimento técnico. A fim de organizar e agilizar o processo, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) criou o Portal Auxiliares da Justiça, que centraliza o cadastro e a procura por profissionais em um só local.

21 Desde 28/11/2016 está disponível no site do TJSP o PORTAL DE AUXILIARES DA JUSTIÇA, que foi criado para gerenciamento dos Auxiliares da Justiça no âmbito do Poder Judiciário Paulista, nos termos do art. 156 e ss do CPC/2015, da Resolução 233/CNJ e do Provimento CSM 2306/2015, alterado em parte pelo Provimento CSM Nº 2.427/2017. Destina-se ao cadastro de profissionais interessados em atuar como Peritos, Tradutores, Intérpretes, Administradores, Administradores Judiciais em Falências e Recuperações Judiciais, Liquidantes, Inventariantes Dativos e outros, nas Comarcas, Circunscrições e Regiões Judiciárias do Estado de São Paulo, servindo de banco de dados para consulta pelos Magistrados interessados na nomeação desses especialistas.

22 O portal Auxiliares da Justiça foi criado pelo TJ-SP e pela Corregedoria Geral de Justiça, por meio do Comunicado Conjunto n.º 2.191/2016. Ele atende à exigência do art. 156 do novo Código de Processo Civil (Lei n.º /2015), que determina que os tribunais mantenham cadastros de profissionais habilitados para a realização de perícia, quando esta for necessária. A partir de 1º de fevereiro de 2017, a inscrição no cadastro do TJ-SP passou a ser obrigatória para aqueles que atuam nos processos no âmbito do Poder Judiciário Paulista.

23 Esse novo sistema de cadastramento tem por objetivo atender aos princípios constitucionais de moralidade, transparência e publicidade dos atos judiciais relativos à nomeação dos Auxiliares da Justiça, bem como reduzir rotinas repetitivas e aniquilar a distribuição de documentos e currículos pelos Auxiliares da Justiça a cada uma das Unidades Judiciais do Estado, contribuindo, em última análise, com as práticas sustentáveis e socioambientais recomendadas pela Resolução n. 11/2007 do CNJ.

24 É recomendável que os peritos que ainda não fizeram sua inscrição no portal do Tribunal de Justiça devem fazê-lo o quanto antes. De acordo com o Comunicado Conjunto Nº 2191/2016, desde 01/02/2017, não poderão ser nomeados os peritos que não estiverem cadastrados no Portal, salvo em caso de urgente necessidade de realização da perícia. Nestes casos, o cadastro no Portal deverá ser realizado no prazo que o juiz fixar. Para fazer parte deste banco de dados, acesse o site clique Acesso ao Sistema no quadro Auxiliares da Justiça e depois em Cadastrar. Caso tenha alguma dúvida sobre a utilização do portal, acesse o manual de utilização, no lado direito do portal.

25 O cadastramento no Portal dispensa a formação de prontuário do Auxiliar nas Unidades Judiciais na forma exigida pelo Art. 35 e ss. das Normas de Serviço da Corregedoria Geral da Justiça. A consulta pública ao cadastro de auxiliares da justiça estará disponível no link: auxiliarjustica/consultapublica (ou seguimento PROCESSOS/ SERVIÇOS/ CADASTRO DE AUXILIARES DA JUSTIÇA). Comunicado Conjunto n.º 2.191/2016

26 A partir da informação sobre a nomeação no Portal, será encaminhado automaticamente ao Auxiliar para cientificação, com a indicação da Unidade Judicial, nº do processo, nome do Juiz e a senha de acesso ao processo (esta última apenas na hipótese de tramitação digital), ficando dispensado o encaminhamento de de intimação pela Unidade Judicial previsto no art. 9º do Provimento CSM nº 2.306/2015.

27 Passo a Passo para cadastramento de perito junto à Justiça Estadual: Primeiro Passo: Obtenção dos documentos definidos no 1º do artigo 4º do Provimento CSM º 2306/2015 Conselho Superior da Magistratura I - Currículo com informações sobre formação profissional, foto recente, qualificação pessoal, técnica ou científica, experiência e área de atuação para as quais esteja efetivamente apto e por meio do qual será intimado; II Cópia de certidões dos distribuidores cíveis, executivos fiscais e criminais das comarcas da capital e de seu domicílio, relativas aos últimos dez anos (obtidas diretamente no portal do TJ SP link: certidões) ; III - Declaração de que não se opõe à vista de seu cadastro e documentos pelas partes e respectivos advogados e demais interessados a critério do Juiz;

28 Segundo Passo: Cadastramento no Portal dos Auxiliares da Justiça, que deve ser realizado pelo profissional, incluindo seus dados de qualificação pessoal, prestará as declarações pertinentes e anexará os documentos relacionados no primeiro passo; Desde janeiro/2017 passou a vigorar o Provimento CSM 2306/2015 e foi revogado o Provimento 797/2003. Sugerimos a leitura na íntegra do Provimento CSM 2306/2015, do Provimento CSM 2427/2017, do Provimento CG 29/2017 e do Manual de Utilização do Sistema de Gerenciamento dos Auxiliares da Justiça (obtidos diretamente no portal do TJ SP link: processos serviços cadastro de auxiliares da justiça); Terceiro Passo: aguardar eventuais nomeações pelo(s) D. Magistrados.

29 Referências Bibliográficas: Lei n.º /2015 Novo Código de Processo Civil; Resolução CNJ n.º 233/2016 Criação de Cadastro de Profissionais; Provimento CSM N.º 2306/2015; Provimento CSM N.º 2427/2017; PROVIMENTO CG Nº 29/2017;