Edson Fernando Escames Gabriel Henrique Klebis Freitas JocylaineNunes Maciel Louise Nakagawa Marcio Mendes de Mello. Santo André Junho/2010

Transcrição

1 Edson Fernando Escames Gabriel Henrique Klebis Freitas JocylaineNunes Maciel Louise Nakagawa Marcio Mendes de Mello Santo André Junho/2010

2 CENTRAL NUCLEAR ALMIRANTE ÁLVARO ALBERTO ANGRA 3

3 Panorama Mundial de Energia São 436 reatores comerciais em operação distribuídos em 31 países que representam 2/3 da população mundial; A capacidade nuclear instalada em outubro de 2009 foi de MW(e) (IAEA, 2009);

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5 Qual é a situação do Brasil? Brasil tem grande potencial!

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7 Panorama Brasileiro de Energia

8 1. PLANEJAMENTO: PDE 2010/2019

9 A usina de Angra 3, com MW, está prevista para entrar em operação em junho de 2015, aumentando o parque nuclear atualmente existente em 70%, de MW para MW.

10 As 3 usinas: um breve histórico Angra 1: 1ª usina nuclear brasileira a operar com um reator do tipo PWR (PressurizerWaterReactor), adquirida sob a forma de turnkey, que não previa transferência de tecnologia por parte dos fornecedores. Início da operação comercial em Potência instalada de: 657 MW; Angra 2: acordo nuclear Brasil-Alemanha com transferência de tecnologia para o país gerando desenvolvimento tecnológico próprio, do qual resultou o domínio sobre praticamente todas as etapas de fabricação do combustível nuclear. Opera com um reator tipo PWR com potência de 1350 MW; Angra 3: o prazo estimado para sua conclusão é de 5,5 anos, com início na concretagemdas fundações do edifício do reator. Além das obras civis, sua implantação inclui a montagem eletromecânica, o comissionamentode equipamentos e sistemas e os testes operacionais. Sua potência será de MWe, podendo gerar cerca de 10,9 milhões de MWhpor ano (energia equivalente a 1/3 do consumo do Estado do RJ).

11 2. TECNOLOGIA EMPREGADA: Vídeo: In theheartofa PressurizedWaterReactor -AREVA

12 3. ENERGIA NUCLEAR E SEUS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS: 80% da energia da França e 50% da Suécia, sem acidentes; Sinistro de Chernobyl, na Ucrânia em 1986: Morte de 30 mil pessoas; Seqüelas como câncer e mutações genéticas em 16 milhões de Ucranianos; Nuvem radioativa sobre a Europa.

13 Alemanha 2000 desativar 20 usinas nucleares e substituir por fontes renováveis; Usina Nuclear: Vida útil de 30 anos Custo de desativação 10 vezes maior do que um reator novo Brasil -Angra 1 (1972) -Angra 2 (1980) - Angra 3 (Licença Ambiental de Instalação)

14 Controvérsia A fissão do átomo Alternativa para os gases do efeito estufa James Lovelock(A Hipótese Gaia 1973) Lixo radiotativo Ativo e perigoso durante milênios Não existe solução definitiva para o rejeito

15 Licenciamento Angra 3 60 condicionantes; Monitoramento independente da radiação; Solução para o armazenamento do lixo nuclear; Licença Prévia Licença de Instalação Licença de Operação Realização de obras de saneamento básico em Angra dos Reis e em Paraty; Adoção do Parque Nacional da Serra da Bocaina.

16 Aspectos do Licenciamento Resolução CNEN 1.04 Licenciamento de Instalações Nucleares; Lei 6.938/81 Política Nacional do Meio ambiente; Resoluções CONAMA nº 001/86 e nº 237/97. Organizações no Processo de Licenciamento - SISNAMA

17 Órgãos envolvidos na elaboração do EIA/RIMA Eletrobrás Termonuclear S.A. ELETRONUCLEAR (Empreendedor) MRS Estudos Ambientais Ltda. (Integradora dos Estudos) Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro -IB/UFRJ (Estudos do Meio Biótico) Instituto de Geociências Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza da Universidade Federal do Rio de Janeiro IGEO/CCMN/UFRJ (Estudos do Meio Físico) Instituto de Geociências Departamento de Oceanografia e Hidrografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro IGEO/OCN/UERJ (Estudos Oceanográficos) Sociedade Científica da Escola Nacional de Ciências Estatísticas Science/ENCE (Estudos Socioeconômicos)

18 Área de Influência Indireta(AII) 50 Km LEGENDA ESTADO DE SÃO PAULO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SEDE MUNICIPAL Limite da Área de Influência Indireta (AII-50km) (Área limitada por uma circuncerência de raio 50 km centrada no local onde será construido o reator da Unidade 3 da CNAAA - Angra 3) Limite da Área de CNAAA Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto - CNAAA

19 Área de Influência Direta (AID) 5 e 15 Km

20 Impactos Ambientais: implantação de Angra 3 MEIO ABIÓTICO Potencialização da Suscetibilidade a Deslizamentos em Áreas de Encostas como fatores associados às características da Serra do Mar; Alteração da Qualidade das Águas (lançamento de efluentes sanitários, derrames ou vazamentos de óleos, graxas ou produtos químicos nas regiões marinhas ou terrestres); Alteração da Qualidade do Ar (alteração ou redução devido geração poeira, material particulado, gases e fumaças. MEIO BIÓTICO -Pressão para ocupação de áreas protegidas; -Redução da cobertura vegetal; -Aumento do número de atropelamentos da fauna; -Alteração da diversidade e abundância das comunidades terrestres; -Evasão de fauna; - Aumento do risco de extinção de espécies de fauna e flora.

21 Impactos Ambientais: operação de Angra 3 MEIO ABIÓTICO - Emissões radioativas líquidas e gasosas (de acordo com o RIMA, não serão significativas); - Alteração da qualidade da água; MEIO BIÓTICO - Alteração no ecossistema marinho; - Variação da diversidade e abundância das comunidades aquáticas marinhas. - Alteração da qualidade do ar.

22 Aspectos socioambientais relacionados à implantação de usinas nucleares Usina nuclear proporciona o risco de acidente radiológico, que possibilita o impacto ambiental devido a contaminação com radioatividade; Segundo engenheiros de seguranças e analistas com risco extremamente baixo (uma vez a cada de anos), por isso, garantir-se-á ampla margem de segurança ao ambiente e a população vizinha; Produção de energia com impacto virtualmente zero na atmosfera, sem geração de CO2 ou qualquer outro gás danoso, e sem a liberação de poluição líquida no corpo receptor; Usinas nucleares não contribuem para mudanças climáticas e não altera a qualidade das águas costeiras onde comumente é instalada.

23 Idéias Gerais sob o aspecto ambiental na geração de energia elétrica proveniente de fonte nuclear IDÉIAS CONTRÁRIAS O desenvolvimento de técnicas de uso energia nuclear constitui cada vez mais uma fonte de perigo, devido danos irremediáveis, irrecuperáveis, incalculáveis e irreparáveis da explosão de um reator nuclear ou da radioatividade ao meio ambiente, aos organismos vivos em geral, aquático e terrestre. IDÉIAS FAVORÁVEIS... existe uma alta capacidade de geração de energia elétrica em grande escala e contribuir para preservação do meio ambiente. Esta última devido a: i) baixa geração de gases de efeito estufa e chuva ácida e, ii) grandes reservas de urânio em território brasileiro. Fonte: BENTO & PEDROSO, 2009.

24 4. ASPECTOS ECONÔMICOS: A participação da energia nuclear na matriz brasileira, depende da demanda energética que é função do crescimento econômico e de alternativas disponíveis de geração; O governo Lula prevê crescimento econômico de 4% de 2010 a 2025, que corresponde a 3,2% de aumento no PIB. Assim, é necessário o incremento na geração de energia elétrica; Para tal crescimento econômico a demanda de energia elétrica em 2035 deverá se situar entre a TWh;

25 Segundo a ANEEL, o custo da geração da energia nuclear é competitivo com o custo a partir dos derivados do petróleo e gás natural. Entretanto, a geração a carvão ainda é mais barata que a nuclear; A opção nuclear mostra-se competitiva, mesmo considerando seu custo ainda que modesto, para a supressão das emissões de CO2;

26 Verifica-se que a energia nuclear possui baixo custo em relação ao combustível, custo de carbono nulo e alto custo fixo, devido o sistema de segurança. Portanto, a expansão do uso da energia nuclear no Brasil é uma alternativa a ser considerada; Embora o custo por geração a gás natural seja inferior ao da nuclear, o país possui apenas 0,2% das reservas de gás mundial e esta se esgotaria 30% em um ano, ou seja, continuaria dependendo de importações, gerando ônus econômico; No caso específico do Brasil, a energia hídrica leva vantagens sobre as demais. No entanto, as dificuldades impostas pelos entraves ambientais limitam o potencial a ser utilizado, um grande exemplo são as usinas planejadas no Norte do país. Além disso, a localização da maior demanda por energia elétrica está em regiões como Sudeste e Nordeste, onde o potencial hídrico se esgotaria em breve; O Brasil precisa de uma instalação de capacidade hídrica de 260 GW, segundo o PDE, até Contudo, as hidrelétricas só poderão suprir 180 GW, devido as incertezas ambientais e de custo. Para suprir os 80 GW faltantes seriam necessários 45 reatores do tipo Angra3; No planejamento oficial, até 2030, está planejada a geração nuclear de 7,2 GW que abrange 4 unidades de 1 GW além de Angra 3;

27 Energia Nuclear, incremento tecnológico e crescimento econômico: O enriquecimento de urânio já teve considerável impacto tecnológico na indústria nacional, principalmente na área de materiais, engenharia mecânica e civil; No Brasil, a capacidade para fabricação de elementos pesados do reator e dos trocadores de calor já é existente. Entretanto a maioria dos elementos de controle ainda é importada; A manutenção da atividade impulsiona, por sua vez, o desenvolvimento próprio de tecnologias que sofrem restrições de importações.

28 5. ASPECTOS GEOPOLÍTICOS: Diante da configuração atual do modelo de desenvolvimento hegemônico, baseado no consumo incessante de energia, a geração nuclear torna-se uma variável importante. Relaciona-se com questões: Domínio tecnológico; Armamentistas; Segurança das instalações; Meio ambiente; Segurança energética.

29 Reatores nucleares Europa em 2009 Reatores nucleares Na Ásia em 2009 Reatores nucleares Américas do Norte e Central em 2009 Fonte: Eletronuclear, 2009

30 Constatação: Com a construção de Angra 3 o Brasil não está alterando e nem diversificando de forma significativa sua matriz energética, mas com o domínio da tecnologia pode vir a fazê-lo. Questão: Se o Brasil deseja aumentar sua importância e influência no cenário geopolítico mundial, ele pode abrir mão do domínio da tecnologia nuclear? Fonte: Eletronuclear, 2009

31 Questões armamentistas: O programa nuclear brasileiro é reconhecido pela IAEA, como totalmente pacífico, que ante a geopolítica mundial pode ser contraposto aos modelos de outros países, como por exemplo o Irã ou EUA. Questões de segurança das instalações: Plantas nucleares são alvo em potencial de ataques terroristas. Catástrofes naturais, podem danificar as instalações. O plano de evasão das cidades próximas está baseado na utilização da precária BR 101. Questões de governança ou participação popular Como a população é chamada a participar dos debates? Que tipo de informações os cidadãos possuem?

32 Pesquisade percepção sobre energianuclear nuclear realizadacom os alunos da Rede Pública Estadual de Santo André.

33 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Muitas discussões estão ocorrendo acerca da possível escassez do petróleo, mudanças climáticas, fontes alternativas de energia, e a sustentabilidade; Todavia é importante ter cautela ao tratar de tais temas para não incidir no imediatismo ou no reducionismo energético explicando fisicamente ou matematicamente os processos sociais -derrocando na incoerência de não relacionar a economia, política, energia e suas implicações no meio ambiente; A questão da energia não é um fenômeno setorial, e deve ser analisada tendo como premissa o modelo de desenvolvimento e suas formas de expressão na conformação da sociedade contemporânea. Percebe-se assimquea crisede energiaestáno próprioâmago dacrisedasociedade capitalista e que, portanto, o seu equacionamento não se faz em termos meramente energéticos. Ele requer uma discussão muito mais ampla e profunda que leva, em ultima analise a questionar o próprio paradigma de desenvolvimento que tem prevalecido até hoje. (BOA NOVA, 1985, p.25)