Das estruturas geológicas à edificação de uma Cadeia de Montanhas Do Ciclo das Rochas ao Ciclo Tectónico

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Das estruturas geológicas à edificação de uma Cadeia de Montanhas Do Ciclo das Rochas ao Ciclo Tectónico"

Transcrição

1 Lisboa 2015 Geonovas 28, 2015, ISSN: Das estruturas geológicas à edificação de uma Cadeia de Montanhas Do Ciclo das Rochas ao Ciclo Tectónico Noel Moreira 1* & Rui Dias 2 Associação Portuguesa de Geólogos Resumo: A interacção entre o Ciclo das Rochas e o Ciclo Tectónico é inegável, sendo que a compreensão dos processos associados à génese das rochas só pode acontecer quando integrada no Ciclo Tectónico. Esta interacção é particularmente relevante quando está em causa a génese de rochas metamórficas e magmáticas, uma vez que as mesmas só podem ser geradas, à escala regional, quando por acção da tectónica. No caso concreto do metamorfismo regional, os processos associados ao Ciclo Tectónico desenvolvem nas rochas estruturas que, pela sua análise geométrica e cinemática, permitem compreender os fenómenos actuantes e consequentemente a evolução geodinâmica de uma região. A compreensão das inter-relações conceptuais permite o entendimento da história evolutiva de Portugal Continental; de facto a generalidade do território nacional revela a presença de uma antiga cadeia de montanhas (Cadeia Varisca), actualmente desmantelada pela acção dos processos relacionados com a dinâmica externa e interna do nosso planeta. Palavras-chave: Ciclo das Rochas, Ciclo Tectónico, Estruturas geológicas, Evolução geodinâmica. Abstract: The interaction between Rock Cycle and Tectonic Cycle is undeniable. To understand rock genesis an integrated view with the Tectonic Cycle processes is necessary. This interaction is particularly important in metamorphic and magmatic rocks genesis, because they can only be generated at a regional scale due the action of tectonic processes. Concerning regional metamorphism, the Tectonic Cycle induces the formation of geological structures. The geometric and kinematic analysis of these structures allows to understand the phenomena that have been active and, consequently, the geodynamic evolution of any region. The design of this conceptual approach allows understanding of the geoevolutionary history of Portugal, showing the presence, in most of the territory, of an ancient mountain chain, now destroyed due the action of external and internal dynamic processes of the planet. Keywords: Rock Cycle, Tectonic Cycle, Geological structures, Geodynamic evolution. 1 Centro de Geofísica de Évora (CGE), Laboratório de Investigação de Rochas Industriais e Ornamentais da Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Évora (LIRIO-ECTUE), Pólo de Estremoz da Universidade de Évora, Convento das Maltezas, Estremoz, Portugal 2 Departamento de Geociências da Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Évora, CGE, LIR- IO-ECTUE e Centro de Ciência Viva de Estremoz, Pólo de Estremoz da Universidade de Évora, Convento das Maltezas, Estremoz, Portugal *autor correspondente: nmoreira@estremoz.cienciaviva.pt Introdução Um geólogo estrutural, quando colocado frente a uma rocha deformada, tende a observar as estruturas presentes na mesma, tentando explicar as suas observações baseando-se nos princípios básicos da geologia. Muito do trabalho deste geocientista é realizado através do trabalho de campo, com observação, descrição e catalogação de diversas estruturas que, no seu conjunto, permitam compreender e retratar os processos que levaram ao desenvolvimento das mesmas e, consequentemente, das próprias rochas que as contêm. Aliás, o par rocha-estrutura é fulcral no entendimento da estreita ligação entre o Ciclo das Rochas e o Ciclo Tectónico. O trabalho de campo, só por si, é muitas vezes insuficiente para a completa compreensão da complexa relação entre os diversos processos associados à geodinâmica interna. Consequentemente, este trabalho deve ser acompanhado/complementado por ferramentas diversas, entre as quais se destacam as modelações laboratoriais (análoga ou numérica), que permitem a percepção e representação destes processos à escala de tempo humana, mas também por outras áreas do saber geológico, como sejam a geoquímica ou a petrologia, entre outras. Este trabalho pretende sintetizar algumas das relações entre os dados estruturais e as considerações de cariz geodinâmico propostas, integrando-as no contexto dos Ciclos das Rochas e Tectónico. Estas relações são geralmente clarificadas com exemplos relacionados com a evolução geodinâmica do Território Continental Português, com especial foco no Soco Varisco Ibérico.

2 34 Das estruturas geológicas à edificação de uma Cadeia de Montanhas Do Ciclo das Rochas ao Ciclo Tectónico Estruturas geológicas como chave para a compreensão da Tectónica de Placas As estruturas geológicas podem ser agrupadas em diferentes categorias, sendo a sua interpretação dependente da sua natureza; estas podem ser divididas em três categorias principais: contacto, primárias e secundárias (Davis & Reynolds, 1996). A diferenciação entre estas categorias de estruturas está directamente relacionada com os processos envolvidos na sua génese. As estruturas de contacto incluem, como o próprio nome indica, relações geométricas entre duas ou mais unidades/corpos rochosos, podendo ser subdivididas em contactos deposicionais, intrusivos ou de corte/fractura. As estruturas primárias podem definir-se como características geométricas e texturais desenvolvidas durante o processo de formação do corpo rochoso onde estão incluídas (Fig. 1A). A título de exemplo destaca-se, desde logo, a estratificação ou as figuras de fluxo (e.g. flute cast), relacionadas directamente com os processos que estão na origem das rochas sedimentares (Nichols, 2009). As estruturas primárias são também comuns nas rochas magmáticas, onde se podem identificar estruturas relacionadas com as condições em que as rochas se formaram. Neste tipo de rochas pode incluir-se, a título de exemplo, a presença de texturas vesiculares ou em almofada em lavas ou fluxos magmáticos em rochas plutónicas (Davis & Reynolds, 1996). Estas estruturas são essenciais para a compreensão dos processos genéticos que levam à génese destas duas famílias de rochas. Por fim, as estruturas secundárias abrangem configurações geométricas e texturais originadas após a génese das rochas sedimentares e magmáticas, geralmente associadas com processos de deformação e metamorfismo que, muitas vezes, surgem articulados (Fig. 1B). Aqui incluem-se estruturas como dobras, veios, foliações, lineações, falhas e zonas de cisalhamento (vide capítulo seguinte; Davis & Reynolds, 1996). A correcta interpretação das estruturas geológicas é fulcral para a compreensão dos processos que levam à sua génese e, consequentemente, no conhecimento da tectónica de placas, uma vez que grande parte dos processos por elas responsáveis podem ser vistos à luz do Ciclo Tectónico. Para tal, os geólogos baseiam geralmente as suas observações, a colheita de dados e as suas interpretações nos princípios básicos da Geologia. Um destes princípios enuncia que a generalidade dos sedimentos depositados em bacias sedimentares originam camadas horizontais. Por isso, quando se observam camadas sub-horizontais, é possível concluir que não houve deformação após a deposição; com efeito, as excepções são muito pouco frequentes e associadas a situações muito particulares de sedimentação. Pelo mesmo motivo, quando observamos uma dobra afectando diferentes camadas sobrepostas pode afirmar- -se que a actuação de forças levou à distorção da forma original das camadas. Assim, para que uma sucessão sedimentar inicialmente horizontal se apresente dobrada ter-se-á de invocar a presença de forças capazes de deformar rochas, sendo quase sempre necessário recorrer à ação Tectónica de Placas para explicar a génese destas estruturas. Para a compreensão de uma qualquer sequência dobrada, esta deve começar por ser descrita e analisada no que respeita à sua geometria e cinemática. Considerando um outro princípio básico, o princípio da sobreposição das camadas, sabe-se que numa sucessão de estratos não deformados, os mais antigos se encontram na base da sequência e os mais recentes no topo. Contudo, quando se observam dobras macroscópicas no campo a ideia de topo e base da sequência raramente se consegue obter apenas pelo conteúdo faunístico dos estratos. Aqui é essencial a observação de estruturas primárias (quando ocorrem) na análise das estruturas secundárias; algumas estruturas primárias podem mostrar as relações entre base e topo de uma sequência (Figs. 1A e 2). A título de exemplo, considera-se uma torrente sedimentar, de carácter heterogéneo no que respeita à granularidade dos elementos constituintes. Quando a mesma se deposita em ambiente aquático, tenderá a organizar-se granulometricamente, sendo que os elementos mais grosseiros depositar-se-ão na base da camada e os mais finos no topo da mesma; a este fenómeno dá-se o nome de granotriagem (Fig. 1A4 e 2). A presença de uma sucessão estratos com este tipo de estrutura permite compreender a polaridade da sequência e, consequentemente, quando a mesma se encontra dobrada classificar a dobra quanto à sua polaridade em Anticlinal ou Sinclinal. A granotriagem é apenas uma de muitas estruturas primárias que permitem determinar a polaridade de uma sequência sedimentar (Fig. 2). A presença, por exemplo, de estruturas biogénicas (como cru-

3 Noel Moreira & Rui Dias Geonovas 28, 2015, 33 a ziana ou Skolithos), de fluxo ou de carga permitem também estabelecer a polaridade da sequência (Fig. 2). Os Skolithos, muito comuns nas sequências do Ordovícico de Portugal (e.g. Sá et al., 2005; 2011), são estruturas que representam uma construção habitacional em galeria que se desenvolve perpendicularmente à superfície do substrato, com forma geralmente cónica (e.g. Key, 2014). Estas estruturas de origem biogénica apresentam-se como bons critérios para identificar o topo da bancada, apresentando aí formas circulares, que são interpretadas como sendo a extremidade do habitáculo, ou seja, a saída para o meio externo; contudo, por vezes estes seres perfuram mais do que uma camada, podendo aparecer marcas circulares no topo e na base da camada, dificultando a determinação da polaridade da sucessão. A deflexão das laminações internas dos leitos e a forma cónica dos Skolithos são também critérios a ter em conta na análise da polaridade. A análise de estruturas à micro- e mesoescala e das suas relações geométricas pode permitir o seu entendimento das estruturas à macroescala e, em última instância, compreender a relação destas estruturas com a edificação de uma antiga cadeia de montanhas, actualmente desmantelada, ou Figura 1 Diversidade de estruturas geológicas reconhecidas em unidades metassedimentares do Maciço Ibérico. (A) Exemplos de estruturas primárias (A1) Icnofósseis do género Cruziana (NW de Espanha); (A2) Icnofósseis do género Skolithos (Ordovícico da Apúlia); (A3) figuras de fluxo, com figuras de arraste e Flute casts (Grupo do Flysch do Baixo Alentejo, litoral SW de Portugal); (A4) granotriagem em sequências turbidíticas do Grupo do Flysch do Baixo Alentejo (os círculos de maiores dimensões indicam a base da camada). (B) Estruturas secundárias associadas a processos de deformação (B1) boudins em níveis de metagrauvaques, com os locais de maior estiramento (necks) evidenciados pela presença de veios de quartzo (Almograve, Grupo do Flysch do Baixo Alentejo); (B2) dobras assimétricas em rochas calcossilicatadas (Barragem do Caia, NE Alentejano); (B3) famílias de cisalhamentos conjugados com veios de quartzo en-echelon (Almograve, grupo do Flysch do Baixo Alentejo); (B4) Estruturas delta à microescala (Abrantes, micaxistos granatíferos). Figure 1 - Geological structures recognized in metasedimentary units of the Iberian Massif. (A) Examples of primary structures - (A1) Cruziana ichnofossils (NW Spain); (A2) Skolithos ichnofossils (Ordovician, Apulia); (A3) flow figures, with aspects of drag and flute casts (Baixo Alentejo Flysch Group,SW Portugal coastline); (A4) sorting in turbidite sequences of the Baixo Alentejo Flysch Group (the larger circles indicate the base layer). (B) secondary structures associated with deformation processes - (B1) boudins in metagreywacke levels, with necks evidenced by the presence of quartz veins (Almograve, Baixo Alentejo Flysch Group); (B2) asymmetric folds in calc silicate rocks (Caia Dam, NE Alentejo); (B3) families of conjugated shears with quartz veins en-echelon (Almograve, Baixo Alentejo Flysch Group); (B4) delta micro scale structures (Abrantes, mica garnetiferous). mesmo à génese de um supercontinente que posteriormente se fragmentou. Estas relações revelam-se fundamentais para a compreensão da Tectónica de Placas (actual e do passado) e consequentemente da dinâmica associada ao Planeta Terra. Zonas de Cisalhamento e estruturas associadas; o que elas nos dizem? Qualquer corpo, quando sujeito a um campo de tensões, pode variar a sua forma (i.e. distorção), posição e/ou orientação (i.e. rotação e/ou translação), adoptando uma configuração distinta da sua forma inicial; a esta propriedade dá-se o nome de deformação (e.g. Fossen, 2012). A deformação das rochas não se distribui geralmente de forma homogénea nos corpos rochosos, sendo comum que a mesma se concentre em zonas planares que acomodam a deformação entre blocos relativamente rígidos (e.g. Passchier & Trouw, 2005; Fossen, 2012).

4 36 Das estruturas geológicas à edificação de uma Cadeia de Montanhas Do Ciclo das Rochas ao Ciclo Tectónico Figura 2 Quadro esquemático de síntese com estruturas sedimentares que permitem aferir sobre a polaridade de uma sequência sedimentar (adaptado de Nichols, 2009). Figure 2 - Schematic synthesis framework with sedimentary structures to define the polarity of the sedimentary sequence (adapted from Nichols, 2009). Figura 3 A) - Modelo sintético da conexão entre falha, gerada em ambientes frágeis (superficiais), e zona de cisalhamento, de carácter dúctil. A transição entre estas duas zonas é gradual e depende de vários factores, tais como gradiente geotérmico e composição mineralógica da crosta. No caso de crostas continentais dominadas pela presença de granitos, essa passagem desenvolve-se entre os 10 e 15 km (adaptado de Fossen, 2012). B) - Esquema exemplificativo da relação entre variações da orientação de uma zona de cisalhamento transcorrente à macroescala e a sua cinemática (adaptado de Kearey et al., 2009). (1) - génese de estruturas em flor negativas associadas a inflexões que provocam extensão local; (2) génese de zonas constritivas locais e consequente formação de estruturas em flor positivas. Figura 3 - A) - Synthetic Model connection between fault generated in fragile environments (surface), and shear zone, ductile character. The transition between these two regions is gradual and depends on various factors such as geothermal gradient and mineralogical composition of the crust. In the case of continental crust dominated by the presence of granite, this passage develops between 10 and 15 km (adapted from Fossen, 2012). B) - Diagram of the relationship between changes in direction of transcurrent shear zone at the macroscale and its movement (adapted from Kearey et al., 2009): (1) negative flower structures genesis associated with inflections which bring about local extension. (2) - genesis of local and consequent formation of positive flower structures constricting areas.

5 Noel Moreira & Rui Dias Geonovas 28, 2015, 33 a Estas zonas tabulares, de espessura variável, apresentam geralmente deformação não-coaxial, com predomínio da deformação dúctil, que reflecte o deslocamento contínuo entre os dois blocos rígidos que a delimitam, sendo usualmente denominadas de zona de cisalhamento (Fig. 3A). A sua deformação leva ao desenvolvimento de fabrics, estruturas e paragéneses minerais que reflectem as condições de pressão e temperatura, o tipo de escoamento, bem como sua a cinemática (Passchier & Trouw, 2005). Associado a zonas de cisalhamento dúcteis geram-se comummente rochas metamórficas foliadas, com evidências de intensa recristalização e deformação plástica e na qual há alteração da dimensão (geralmente diminuição) dos grãos constituintes da rocha inicial (e.g. Sibson, 1977; Passchier & Trouw, 2005; Fossen, 2012). A esta tipologia de rochas dá-se o nome de milonitos (e.g. Sibson, 1977, Fig. 3A). Até pela sua definição, as zonas de cisalhamento parecem apresentar uma relação genética com falhas. As zonas de cisalhamento, desenvolvidas em profundidade, apresentam por vezes evidências superficiais da sua actuação: as falhas. Contudo, importa referir que a existência de falhas não implica a existência de uma zona de cisalhamento em profundidade, podendo a mesma estar apenas relacionada com questões tectónicas locais e superficiais. As falhas são assim situações particulares de zonas de cisalhamento, com características próprias, desenvolvidas em regimes superficiais com deformação frágil (Fig. 3A, Fossen, 2014). As falhas podem ser definidas como estruturas planares discretas (i.e. onde a espessura da zona de maior deformação é normalmente negligenciável), predominantemente frágeis, que concentram a deformação, separando blocos nos quais a deformação não se faz sentir. Associado aos planos de falha formam-se geralmente rochas associadas à sua actividade, nomeadamente brechas de falha e cataclasitos (Fig 3A). Verifica-se que, em profundidade (i.e. em regiões onde a pressão litostática e a temperatura são maiores), os materiais rochosos, quando sujeitos a de- Figura 4 Quadro resumo representando os principais indicadores cinemáticos reconhecidos numa zona de cisalhamento (adaptado de Passchier & Trouw, 2005). Figure 4 - Table summarisingthe main kinematic indicators recognized within a shear zone (adapted from Passchier & Trouw, 2005).

6 38 Das estruturas geológicas à edificação de uma Cadeia de Montanhas Do Ciclo das Rochas ao Ciclo Tectónico formação, não apresentam uma descontinuidade brusca como acontece com as falhas referidas anteriormente. Com efeito, a deformação deixa de se concentrar num plano passando a haver uma área mais larga na qual os materiais sofrem deformação, desenvolvendo-se assim uma zona de cisalhamento. As profundidades de transição entre a deformação dúctil e a deformação frágil são variáveis, dependendo do gradiente geotérmico e da composição mineralógica da crosta (Fossen, 2012). Considerando uma crosta essencialmente granítica, a profundidade de transição ocorre normalmente entre os 10 e os 15 Km (Scholz, 1988; Fossen, 2012, Fig. 3A). As falhas e as zonas de cisalhamento podem ser descritas tendo em conta a sua geometria e a sua cinemática, ou seja, a movimentação relativa entre os blocos. A descrição destas características é fulcral para a compreensão e interpretação da dinâmica das mesmas. No caso da deformação mais frágil, a identificação cinemática baseia-se muitas vezes no rejeito de estruturas prévias, como sejam camadas guia ou filões anteriores, tendo como base o principio da intersecção, e a sua relação com estruturas lineares presentes no plano de falha (estrias). Outras estruturas como sigmóides, fendas en-echelon e estruturas do tipo Riedel podem ser também utilizadas como critérios cinemáticos. No caso da deformação dúctil, a diversidade das estruturas é ainda maior. A multiplicidade de critérios relativos à cinemática das zonas de cisalhamento advém do facto de este processo estar intimamente relacionado com os processos metamórficos e, consequentemente, com o aumento da pressão e temperatura. O crescimento de novos minerais, a génese de estruturas planares (e.g. foliação, que só muito raramente se associam a zonas de falhas) e lineares (e.g. lineação de estiramento) ou a deformação de estruturas e minerais prévios fazem com que o espectro de estruturas criadas seja mais alargado (Fig. 4). Assim, para um entendimento da génese e evolução de uma qualquer zona de cisalhamento, é necessário um estudo aprofundado a todas as escalas destas estruturas. Na maioria dos casos a interpretação de uma zona de cisalhamento à escala de um orógeno não é linear, sendo necessário o estudo cuidadoso a diversas escalas (desde a micro- à macroescala), uma vez que a mesma pode apresentar particularidades pontuais que não representam a sua dinâmica geral. Considera-se, a título de exemplo, uma zona de cisalhamento com movimentação transcorrente (i.e. onde os blocos adjacentes se deslocam essencialmente segundo a horizontal), com inflexões da direcção ao longo do seu traçado, como representado na figura 3B. A interpretação desta estrutura só pode ser realizada quando compreendida no seu todo, uma vez que modificações locais na sua orientação geral poderão induzir em erro, ostentando pontualmente cinemáticas distintas da sua cinemática geral devido às heterogeneidades locais induzidas pelas inflexões dos planos de falha/zonas de cisalhamento (Kearey et al., 2009). Estas heterogeneidades podem induzir a génese local de zonas compressivas (restraining bends) e, consequentemente, a génese de estruturas de encurtamento com a eventual formação de estruturas com componente cavalgante (e.g. estruturas em push-up ou estruturas em flor positivas) ou de zonas extensivas (releasing bends) que podem gerar estruturas com cinemática normal e consequentemente à possível génese de bacias (e.g. bacia de pull-apart ou estruturas em flor negativas). Contudo, estas especificidades observadas localmente não reflectem na realidade a componente transcorrente dominante em toda a zona de cisalhamento. A análise detalhada das estruturas geológicas associadas a falhas e zonas de cisalhamento revela- -se assim fulcral para uma correta interpretação da sua dinâmica e, naturalmente, para a compreensão da evolução geodinâmica de uma qualquer região do globo, uma vez que estas estruturas se associam espacialmente a todos os limites de placas. Do fundo dos oceanos ao núcleo de uma cadeia de montanhas; do Ciclo das Rochas ao Ciclo Tectónico O reconhecimento da diversidade litológica permitiu que fossem distinguidos, desde muito cedo, três tipos de rochas (sedimentares, magmáticas e metamórficas), muito antes da compreensão dos processos associados à formação de cada um dos três tipos, algo que só aconteceu posteriormente. A percepção dos processos que levam à génese das rochas permitiu a individualização de dois importantes sistemas naturais, que funcionam de forma cíclica e cooperativa: o Ciclo Hidrológico e o Tectónico. A sua actuação conjunta, concomitante com

7 Noel Moreira & Rui Dias Geonovas 28, 2015, 33 a a gravidade e os processos de ajustamento isostático, provoca, ao longo do tempo geológico, uma movimentação dos materiais geológicos da superfície para locais mais profundos na crosta terrestre e até mesmo do manto, sendo posteriormente trazidos novamente para a superfície; este processo cíclico implica alterações físicas e químicas das rochas; de facto ao serem transportadas para locais diferentes daqueles onde se formaram, as rochas são sujeitas a condições de pressão, temperatura e ambiente químico diferentes das que existiam inicialmente. Ao conjunto de processos que são responsáveis por este trânsito litológico designou-se de Ciclo das Rochas (Fig. 5A). Com efeito, a ação do Ciclo Tectónico em conjugação com os processos geológicos associados ao Ciclo Hidrológico (em especial a destruição dos relevos e a deposição dos materiais daqui resultantes) obrigam uma permanente modificação da superfície da Terrestre. A interacção entre os Ciclos Hidrológico e das Rochas é facilmente reconhecível pelo senso comum (ou pelo menos uma fracção desta interacção), o que o ditado Água mole em pedra dura, tanto dá até que fura enfatiza bastante bem. Contudo, a interacção entre os Ciclos das Rochas e o Tectónico envolve processos menos perceptíveis e palpáveis, uma vez que acontecem a escalas temporais distintas da escala humana (e.g. Dodick & Orion, 2003; Dias & Cardoso, 2005; Bonito et al., 2010); as zonas activas tectonicamente são uma exceção, pois aí o intenso tectonismo e vulcanismo refletem-se no quotidiano das populações, tornando percetível parte desta extensa interação. Com efeito, embora estes processos se desenrolem no seu conjunto a velocidades extremamente baixas e períodos longos para os nossos sentidos, eles são marcados por eventos catastróficos (i.e. muito intensos e de curta duração) como os sismos e as erupções. Todavia, a interacção entre os Ciclos Tectónico e das Rochas é bastante mais vasta. Apesar de muitas vezes se dissociar totalmente os Ciclos Tectónico e Hidrológico, fazendo uma correspondência directa entre o Ciclo Hidrológico e as rochas sedimentares e entre o Ciclo Tectónico e as rochas metamórficas e magmáticas, esta correspondência Figura 5 A) - Representação esquemática do Ciclo das Rochas, mostrando diversos processos associados à génese das três tipologias de rochas existentes. B) - Diagrama de fácies metamórficas, assinalando o traçado de um gradiente geotérmico de 25ºC/Km (circulo azul representa a profundidade de 7 km e 175 ºC de temperatura). C) - Representação esquemática do Ciclo Tectónico e a sua relação temporal com as principais famílias de rochas. Figure 5 - A) - Schematic view of the Rock Cycle, showing various processes associated with the genesis of the three types of existing rocks. B) - Diagram of metamorphic facies, indicating the layout of a geothermal gradient of 25 C / km (blue circle represents the depth at 7 km and 175 C temperature). C) - Schematic representation of the Tectonic Cycle and its temporal relation to the main rock families.

8 40 Das estruturas geológicas à edificação de uma Cadeia de Montanhas Do Ciclo das Rochas ao Ciclo Tectónico deve ser feita com cautela sob pena de se perder a visão dinâmica e integrada do Ciclo das Rochas. A transição entre os diversos campos representados no Ciclo das Rochas é gradual. Todavia, para que o mesmo pudesse ser sistematizado, houve necessidade de considerar uma divisão artificial entre os conjuntos de processos activos em cada um dos ambientes (Fig. 5A). Esta abordagem de sistematização, que facilita a compreensão de muitos fenómenos, cria limites estanques entre processos (e consequentemente entre tipos de rochas) que não têm significado na Natureza. No caso concreto das rochas sedimentares, estas formam-se na generalidade dos casos em bacias de sedimentação, que são alimentadas por cursos de água que transportam consigo sedimentos e elementos químicos provenientes da meteorização física e química de rochas emersas, bem como restos mortais de seres vivos. Apesar da génese destas rochas estar directamente associada ao Ciclo Hidrológico, a existência de depressões na crosta terrestre, onde ocorre a sedimentação dos materiais transportados pelos agentes da dinâmica externa, encontrase geralmente associada à Tectónica de Placas. É também fundamental realçar que os grandes relevos que ao serem erodidos vão alimentar as bacias de sedimentação; de facto são eles próprios fortemente condicionados pela tectónica. Considerando as grandes bacias oceânicas como as principais bacias de sedimentação à escala global, é intuitivo que os processos que levam à oceanização estejam directamente relacionados com o Ciclo Tectónico (Fig. 5C). Outras tipologias de bacias (como sejam as bacias de pull-apart anteriormente referidas) encontram-se também elas controladas por processos associados essencialmente à dinâmica interna, o que mostra a interacção entre a génese desta tipologia de rochas e o Ciclo Tectónico. A interacção entre metamorfismo e deformação é também um dos pontos fulcrais na compreensão do Ciclo das Rochas; contudo, estes conceitos são muitas vezes abordados separadamente, tornando-se um constrangimento à compreensão dos processos geodinâmicos. A título de exemplo, considerar-se-á que uma bacia oceânica (as planícies abissais apresentam profundidades entre 3000 e 6000 m; Lowrie, 2007) poderia ser totalmente preenchida por sedimentos, empilhando um total máximo próximo de 7000 m (considerando subsidência da bacia associada à isostasia inerente ao facto de estarmos a substituir água do mar com densidade próxima de 1 por sedimentos com uma densidade média superior a 2,5 g/cm 3 ). Admitindo um gradiente geotérmico médio de 25 ºC/Km (Kearey et al., 2009), as temperaturas na base da sequência sedimentar atingiriam um máximo próximo dos 175 ºC, temperatura muito próxima da transição entre rochas sedimentares e rochas metamórficas (Fig. 5B). Como tal, as temperaturas e pressões actuantes nas zonas mais profundas das bacias sedimentares permitem no máximo gerar rochas metamórficas de muito baixo grau, excluindo-se assim a formação de rochas metamórficas de médio e alto grau, bem como a fusão das rochas e subsequente génese de rochas magmáticas. Desta forma, apenas recorrendo aos processos de espessamento e/ou estiramento litosférico, directamente enquadrados no Ciclo Tectónico, se torna possível a compreensão do Ciclo das Rochas, principalmente no que respeita à génese de rochas magmáticas e metamórficas (Fig. 5). Para que uma sucessão sedimentar depositada numa bacia sedimentar (oceânica) venha a sofrer metamorfismo de carácter regional ter-se-á, por isso, que invocar a presença do Ciclo Tectónico e, consequentemente, o binómio metamorfismo-deformação. A génese das rochas metamórficas só é possível num planeta activo do ponto de vista tectónico, onde a variação da pressão e temperatura necessária para desencadear os processos metamórficos, resulta quase sempre de um espessamento de materiais rochosos associado aos processos orogénicos. Na verdade, o espessamento crustal encontra-se, na maioria dos casos, associado a limites de placas do tipo convergente. A convergência entre dois blocos continentais, separados entre si por uma bacia oceânica, caracterizada pela presença de sequências sedimentares sub-horizontais, mais ou menos espessas, obriga a que haja uma diminuição da extensão da bacia e, como tal, os estratos inicialmente sub-horizontais vão sofrer encurtamento. Esta convergência leva frequentemente a que as tensões compressivas máximas sejam subhorizontais (e não subverticais como acontece quando a tensão litostática é predominante), gerando nas rochas uma série de estruturas geológicas (e.g. dobras e falhas) que permitem o espessamento vertical da sucessão e consequente aumento da pressão e temperatura nas zonas mais profundas das sequências sedimentares. Estes processos de deformação poderão induzir um conjunto de transformações físicas e químicas nas

9 Noel Moreira & Rui Dias Geonovas 28, 2015, 33 a rochas, no estado sólido, ao longo do tempo, transformando -a numa rocha distinta da inicial; daqui resulta a génese de rochas metamórficas à escala regional. Se o incremento de temperatura associado ao espessamento crustal continuar, as rochas poderão fundir total ou parcialmente, dando origem a magmas que poderão cristalizar em profundidade (rochas plutónicas) ou à superfície (rochas vulcânicas). Quando se observa a distribuição global de rochas magmáticas recentes à escala global, sejam elas vulcânicas ou plutónicas, verifica-se que o arranjo não é de todo aleatório; estas tipologias de rochas encontram-se directamente associadas a limites de placas (na maioria dos casos divergentes ou convergentes). Da mesma forma, tendo em conta o princípio das causas actuais, a existência de grandes volumes de rochas deste tipo em períodos passados deverão estar associadas a grandes eventos tectónicos, com uma íntima relação com os limites de placas. No capítulo seguinte, abordar-se-á o caso concreto de Portugal Continental, uma vez que a simples observação da sua geologia como um todo, mostra uma geohistória complexa, que só pode ser entendida quando enquadrada amplamente no contexto do Ciclo Tectónico. Do Ciclo Tectónico à Geologia de Portugal; uma visão diferente de um mapa geológico É usual a subdivisão de Portugal continental em grandes unidades morfotectónicas: Maciço Ibérico (ou Hespérico), Orlas Meso-Cenozóicas Meridional (ou do Algarve) e Ocidental (ou Lusitaniana) e Bacia do Tejo e do Sado (Fig. 6A, Ribeiro et al., 1979; Ribeiro, 2013a). Esta divisão reflecte na verdade diferentes momentos no que respeita à evolução geodinâmica de Portugal; cada uma destas unidades apresenta características litológicas, estruturais e cronológicas distintas entre si. O Maciço Ibérico apresenta-se zonado, sendo por sua vez subdividido em zonas com características tectono- -estratigráficas, metamórficas e magmáticas próprias (Fig. 6B, e.g. Lotze, 1945; Julivert et al., 1974; Ribeiro et al., 1979). Contudo, em todas estas zonas há um denominador comum: a presença de abundantes rochas metamórficas, muitas vezes associadas a um intenso magmatismo (Fig. 6C, Dias et al., 2013 e referências inclusas). Tendo em conta o referido nos capítulos anteriores, a ocorrência destas tipologias de rochas só poderá ser compreendida tendo em conta a associação com o Ciclo Tectónico, que terá induzido a formação de uma cadeia orogénica associada a um forte espessamento crustal, algo que não acontece, por exemplo, nas Orlas Meso- -cenozóicas, onde as rochas são maioritariamente sedimentares, o que permite inferir que nunca estiveram associadas a nenhum processo orogénico. Desde logo, se se considerar a distribuição espacial e abundância de rochas magmáticas plutónicas, bem como o grau metamórfico ostentado pelas rochas ante-mesozóicas, é possível colocar em evidência um zonamento interno no Maciço Ibérico (e.g. Ribeiro, 2013b). Com efeito, denota-se um sector central, no qual predominam as rochas ígneas e metamórficas de mais alto grau (Zonas Centro Ibérica, Ossa-Morena e Oeste Astúrico-Leonesa), ladeado por litologias de muito baixo grau metamórfico, e com menor volumetria de rochas magmáticas, nas regiões mais externas do referido maciço (Zona Cantábrica, apenas representada em Espanha, e Zona Sul-Portuguesa; Figs. 6B e C). Enquadrando este facto no contexto do Ciclo Tectónico torna-se evidente a presença de uma geohistória complexa, bem distante sensorial e temporalmente. Na verdade, o Maciço Ibérico constitui um segmento de uma extensa cintura orogénica antiga, com cerca de 1000km de largura por 8000km de comprimento, que se estende desde o Cáucaso aos Apalaches e às montanhas Ouachita nos Estados Unidos (e.g. Matte, 2001; Nance et al., 2012). O sector europeu desta cintura orogénica designou-se de Cadeia Orogénica Varisca Europeia (Fig. 6B, e.g. Ribeiro & Sanderson, 1996), sendo que o Maciço Ibérico representa o fragmento mais ocidental desta cintura orogénica na Europa, contemplando rochas com idades ante-mesozóicas (Ribeiro et al., 1979). Os processos que deram lugar a esta cintura orogénica tiveram lugar durante o Paleozóico (e.g. Matte, 2001; Moreira et al., 2014), sendo o resultado da abertura e fecho do Oceano Rheic, que culmina com a colisão entre três grandes placas Gondwana a Sul e Laurência e Báltica a Norte e uma série de blocos continentais menores que bordejavam o bordo setentrional do Gondwana (e.g. Ribeiro et al., 1979; 2007; Matte, 2001; Nance et al., 2012). Este processo de colisão de placas culmina com a formação do Supercontinente Pangeia no Carbonífero.

10 42 Das estruturas geológicas à edificação de uma Cadeia de Montanhas Do Ciclo das Rochas ao Ciclo Tectónico Figura 6 A) - Unidades morfotectónicas da Península Ibérica (adaptado de Ribeiro et al., 1979). B) - Cadeia Varisca Europeia, colocando em evidência os principais Maciços Variscos Europeus, bem como o zonamento interno do Maciço Ibérico (adaptado de Ribeiro et al., 1979; Martínez Catalán, 1990; Matte, 2001; Ribeiro & Sanderson, 1996). C) - Mapa geológico simplificado do território continental português, pondo em evidência a presença de um intenso plutonismo no Centro e Norte de Portugal, envolvido por rochas metamórficas (adaptado de Carta Geológica de Portugal à escala 1: do LNEG (2ª edição), 1968). Figure 6 - A) - Mmorphotectonic units of the Iberian Peninsula (adapted from Ribeiro et al., 1979). B) - European Variscan chain, highlighting the main European Variscan massifs, as well the internal zonation of the Iberian Massif (adapted from Ribeiro et al., 1979; Martínez Catalán, 1990; Matte, 2001; Ribeiro & Sanderson, 1996). C) - Geological map of Portugal, simplified, highlighting the intense plutonism in Central and Northern Portugal, surrounded by metamorphic rocks (adapted from Geological Map of Portugal 2nd edition, at scale 1: of LNEG, 1968).

11 Noel Moreira & Rui Dias Geonovas 28, 2015, 33 a Os processos geodinâmicos associados ao fecho do Oceano Rheic, com início no Devónico inferior (e.g. Moreira et al., 2014), e posterior colisão continental são responsáveis pela deformação e metamorfismo das unidades de idade ante-mesozóica identificadas no Maciço Ibérico (Fig. 6C) e consequente espessamento crustal, bem como pelo intenso plutonismo do Paleozóico superior (Devónico superior ao Pérmico), bastante bem representado no Centro e Norte de Portugal (Dias et al., 2013 e referências inclusas). A presença de estruturas geológicas secundárias a todas a escalas, desde a micro- à macroescala, articulada com metamorfismo e magmatismo reconhecido em todo o Maciço Ibérico, permite assim compreender os fenómenos relacionados com a génese da cadeia orogénica Varisca. Estas estruturas permitem deduzir a sequência de acontecimentos, como são exemplo os episódios tectonometamórficos e magmáticos, mostrando assim a estreita relação entre o Ciclo Tectónico e o Ciclo das Rochas. Por fim, a erosão da cadeia orogénica referida, associada à recuperação isostática, acaba por trazer à superfície e subsequentemente até ao afloramento, materiais que se geraram em ambientes profundos, no núcleo de uma cadeia de montanhas. Desta forma, é possível a sua visualização destes materiais, tornando o Maciço Ibérico um verdadeiro laboratório ao ar livre. Isto mostra que Se o presente é a chave para o passado, baseado no Princípio do Actualismo, não é menos verdade que O passado pode ser a chave para o presente, visto permitir estudar níveis crustais inferiores, actualmente à superfície, possibilitando assim uma maior compreensão dos fenómenos actuantes em cadeias de montanhas recentes como sejam os Himalaias ou os Andes. Após a génese da Pangeia no Paleozóico superior, a evolução do Território Continental Português durante o Meso-Cenozóico irá ser profundamente condicionada pelos Ciclos de Wilson Alpino e Atlântico (e.g. Kullberg et al. 2013, Terrinha et al., 2013). Com efeito, a base do Mesozóico (Triásico) é caracterizado pela presença de sedimentos continentais resultantes da erosão dos terrenos que constituem o Orógeno Varisco, marcando o início do estiramento litosférico que irá culminar com a fragmentação da Pangeia. Este processo leva à génese das Bacias Meso-cenozóicas meridional e ocidental, onde se depositam espessas séries sedimentares, às quais se associa magmatismo pontual, bem como outras bacias sedimentares de reduzidas dimensões (e.g. Bacia de Santiago do Cacém). Esta transição entre as fases colisionais associadas ao Ciclo Varisco e as fases distensivas associadas ao Ciclo Atlântico é bem marcada pela célebre discordância angular do Telheiro (estrutura de contacto), onde as unidades sedimentares de idade triássica assentam de forma discordante sobre as carboníferas deformadas (Ribeiro, 2013c). A cuidada observação das estruturas geológicas revela-se assim como uma peça chave na compreensão da evolução geodinâmica de um qualquer lugar no nosso planeta, permitindo assim a caracterização dos principais processos actuantes que levaram à sua actual configuração. Estas estruturas mostram também uma interdependência de processos entre os Ciclos Tectónico e das Rochas, que podem e devem ser vistos de forma integrada para a melhor compreensão da evolução do sistema Terra. Agradecimentos Noel Moreira agradece à Fundação Calouste Gulbenkian pelo financiamento do trabalho, através do Programa Estímulo à Investigação 2011 e à Fundação para a Ciência e Tecnologia pela bolsa de doutoramento de referência (SFRH/BD/80580/2011). Os autores agradecem também ao financiamento atribuído ao Centro de Geofísica de Évora, através do contrato com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (PEst-OE/CTE/ UI0078/2011). Os autores agradecem aos revisores pelos seus comentários que incrementaram a qualidade do manuscrito. Bibliografia Bonito, J., Marques, L., Morgado, M., Rebelo, D., Medina, J., McDade, G. & Martins, L., A importância do tempo geológico percebida pelos alunos de anos: um estudo realizado em escolas nas zonas Centro e Norte de Portugal. Anais do 45.º Congresso Brasileiro de Geologia, Belém. Davis, G. H. & Reynolds, S. J., Structural Geology of Rocks and Regions. New York, John Wiley and Sons, 776 p. Dias. R. & Cardoso, R., Da deformação experimental de leitos de areia à compreensão das rochas metamórficas. Geonovas, Lisboa, 19: Dias, R., Araújo, A., Terrinha, P. & Kullberg, J. C., Geologia de Portugal. Geologia Pré-mesozóica de Portugal, vol. 1, Escolar Editora, 807. Dodick, J. & Orion, N., Cognitive factors affecting students understanding of geological time. J. Res. Sci. Teach., 40(4): Fossen, H., Geologia Estrutural. 1 ª Edição, Oficina de Textos, 584 p., ISBN: Julivert, M., Fontbote, J. M., Ribeiro, A. & Nabais Conde, L. E., Mapa Tectónico da Península Ibérica y Baleares, Escala 1/ e Memória Explicativa. Inst. Geol. Min. España, 113.

12 44 Das estruturas geológicas à edificação de uma Cadeia de Montanhas Do Ciclo das Rochas ao Ciclo Tectónico Kearey, P., Klepeis, K. A. & Vine, F., Global Tectonics, 3 rd edition, Wiley-Blackwell, John Wiley & Sons, West Sussex, UK, 482. Key, M. M., Jr., Skolithos in the Lower Cambrian Antietam Formation at South Mountain, Pennsylvania. (D. Hoskins & N. Potter, Eds.). Guidebook for the 79th Annual Field Conference of Pennsylvania Geologists. Field Conference of Pennsylvania Geologists. Harrisburg, PA, Kullberg, J. C., Rocha, R. B., Soares, A. F., Rey, J., Terrinha, P., Azerêdo, A. C., Callapez, P., Duarte, L. V., Kullberg, M. C., Martins, L., Miranda, J. R., Alves, C., Mata, J., Madeira, J., Mateus, O., Moreira, M. & Nogueira, C. R., A Bacia Lusitaniana: Estratigrafia, Paleogeografia e Tectónica. In: Dias, R., Araújo, A., Terrinha, P. & Kullberg, J. C. (Eds.), Geologia de Portugal, Volume II, Geologia Meso-cenozóica de Portugal. Escolar Editora, Lotze, F., Zur Gliderung der Varisziden in der Iberischen Meseta. Geotekt. Forsch, 6: Lowrie, W., Fundamentals of Geophysics. 2 nd edition, Cambridge University Press, Cambridge, UK, 381 p. Martínez Catalán, J. R., West Asturian-Leonese Zone - introduction. In: Pre-Mesozoic Geology of Iberia. (Dallmeyer, R. D. & Martínez-García, E. Eds.), Springer-Verlag, Matte, P., The Variscan collage and orogeny ( Ma) and the tectonic definition of the Armorica microplate: a review. Terra Nova, 13, Moreira, N., Araújo, A., Pedro, J. C. & Dias, R., Evolução geodinâmica da Zona de Ossa-Morena no contexto do SW Ibérico durante o Ciclo Varisco. Comunicações geológicas, 101(I) Vol. Especial do IX CNG/2º CoGePLiP, Nance, R. D., Gutiérrez-Alonso, G., Keppie, J. D., Linnemann, U., Murphy, J. B., Quesada, C., Strachan, R. A. & Woodcock, N. H., A brief history of the Rheic Ocean. Geoscience Frontiers, 3, Nichols, G., Sedimentology and stratigraphy. Wiley-Blackwell Passchier, C. W. & Trouw, R. A. J., Microtectonics. 2 nd Edition, Springer, 382. Ribeiro, A., 2013a. Evolução geodinâmica de Portugal; uma introdução. In: Geologia de Portugal, vol. 1. (Dias, R., Araújo, A., Terrinha, P. & Kullberg, J. C. (Eds.), Escolar Editora, Ribeiro, A., 2013b. Evolução geodinâmica de Portugal; os Ciclos ante-mesozóicos. In: Geologia de Portugal, Volume I, (Dias, R., Araújo, A., Terrinha, P. & Kullberg, J. C. (Eds.), Geologia Pré-mesozóica de Portugal. Escolar Editora, Ribeiro, A., 2013c. A evolução geodinâmica de Portugal; os ciclos meso-cenozóicos. In: eologia de Portugal, vol. 2, (Dias, R., Araújo, A., Terrinha, P. & Kullberg, J. C., (Eds.), G Escolar Editora, Ribeiro, A. & Sanderson, D., SW-Iberia - Transpressional Orogeny in the Variscides. In: EUROPROBE- Lithosphere dynamics. Origin and evolution of continents. (Gee, D. G. & Zeyen, H. J. (Eds.), Europrobe secretariate, Uppsala University, Ribeiro, A., Antunes, M. T., Ferreira, M. P., Rocha, R. B., Soares, A. F., Zbyszewski, G., Moitinho de Almeida, F., Carvalho, D. & Monteiro, J. H., Introduction à la géologie générale du Portugal. Serviços Geológicos de Portugal, 114. Ribeiro, A., Munhá, J., Dias, R., Mateus, A., Pereira, E., Ribeiro, L., Fonseca, P., Araújo, A., Oliveira, T., Romão, J., Chaminé, H., Coke, C. & Pedro, J., Geodynamic evolution of the SW Europe Variscides. Tectonics, 26: 1-24, doi: /2006/tc Sá, A. A., Meireles, C., Coke, C. & Gutiérrez-Marco, J. C., Unidades litoestratigráficas do Ordovícico da região de Trás-os-Montes (Zona Centro-Ibérica, Portugal). Comunicações Geológicas, 92: Sá, A. A., Gutiérrez-Marco, J. C., Piçarra, J. M., García- -Bellido, D. C., Vaz, N. & Aceñolaza, G. F., Ordovician vs. Cambrian ichnofossils in the Armorican Quartzite of central Portugal. In: Ordovician of the World, (Gutiérrez-Marco, J. C., Rábano, I. & García-Bellido, D. (Eds.), Madrid, Instituto Geológico y Minero de España, , ISBN: Scholz, C. H., The brittle plastic transition and the depth of seismic faulting. Geol. Rundsch., 77(1): , doi: /bf Sibson, R. H., Fault rocks and fault mechanisms. Journal of the Geological Society, 133(3): , doi: /gsjgs Terrinha, P., Rocha, R. B., Rey, J., Cachão, M., Moura, D., Roque, C., Martins, L., Valadares, V., Cabral, J., Azevedo, M. R., Barbero, L., Clavijo, E., Dias, R. P., Matias, H., Matias, L., Madeira, J., Silva, C. M., Munhá, J. R., Rebelo, L., Ribeiro, C., Vicente, J., Noiva, J., Youbi, N. & Bensalah, M. K., A Bacia do Algarve: Estratigrafia, Paleogeografia e Tectónica. In: Dias, R., Araújo, A., Terrinha, P. & Kullberg, J. C. (Eds.), Geologia de Portugal, vol. 2. Escolar Editora, Sousa, P., Contribuição para o estudo do Carbónico inferior e médio em Portugal. Comparação com o de Espanha. Com. Serv. Geol. Portugal, 13: Strauss, G. K., (1965). Geologie der SW-Iberichen Kiesprovinz und Lagerstaten mit besonder Berucksichtigung der Pyritegrube Lousal, Portugal. PhD Thesis, Univ. Munchen. Versão em espanhol da tese de Strauss, Memoria do Instituto. Geologico y Minero de España, 77: 5-26.

Das estruturas geológicas à edificação de uma Cadeia de Montanhas; do Ciclo das Rochas ao Ciclo Tectónico. Noel Moreira & Rui Dias

Das estruturas geológicas à edificação de uma Cadeia de Montanhas; do Ciclo das Rochas ao Ciclo Tectónico. Noel Moreira & Rui Dias Das estruturas geológicas à edificação de uma Cadeia de Montanhas; do Ciclo das Rochas ao Ciclo Tectónico Noel Moreira & Rui Dias 1. Introdução Há interacção entre o ciclo tectónico e o Ciclo das Rochas?

Leia mais

Outros Tempos : Eras, Geoambientes e Explorações Mineiras

Outros Tempos : Eras, Geoambientes e Explorações Mineiras x x xi v c a p - c u rs r so s o de a atu atual tua tu a l iizz aç ação ão de d e pr prof profes of es esss ore o ores re s de g eo c iên i ên c ias i as ou tros eoa entes aç ões neiras tr os tem te m

Leia mais

O metamorfismo é caracterizado por: mudanças mineralógicas crescimento de novos minerais sem adição de novo material (processo isoquímico);

O metamorfismo é caracterizado por: mudanças mineralógicas crescimento de novos minerais sem adição de novo material (processo isoquímico); Rochas metamórficas Metamorfismo - processo geológico que consiste num conjunto de transformações mineralógicas, químicas e estruturais que ocorrem no estado sólido, em rochas sujeitas a estados de tensão,

Leia mais

1. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das seguintes afirmações, relativas aos diferentes subsistemas terrestres.

1. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das seguintes afirmações, relativas aos diferentes subsistemas terrestres. 1. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das seguintes afirmações, relativas aos diferentes subsistemas terrestres. A Um sistema é uma parte do Universo constituída por massa e energia.

Leia mais

Universidade Privada de Angola Faculdade de Engenharia Departamento de Construção Civil

Universidade Privada de Angola Faculdade de Engenharia Departamento de Construção Civil Universidade Privada de Angola Faculdade de Engenharia Departamento de Construção Civil Curso de Construção Civil Disciplina: Geologia de Engenharia Ano: 3ro Professor: Dr. Silva Pereira Ginga (PhD) Ano

Leia mais

PLANO DE ESTUDOS DE CIÊNCIAS NATURAIS 7.º ANO

PLANO DE ESTUDOS DE CIÊNCIAS NATURAIS 7.º ANO DE CIÊNCIAS NATURAIS 7.º ANO Ano Letivo 2015 2016 PERFIL DO ALUNO No domínio da Terra em transformação o aluno deve ser capaz de: Compreender a diversidade das paisagens geológicas (meta 1); Compreender

Leia mais

PLANO DE ESTUDOS DE CIÊNCIAS NATURAIS - 7.º ANO

PLANO DE ESTUDOS DE CIÊNCIAS NATURAIS - 7.º ANO DE CIÊNCIAS NATURAIS - 7.º ANO Ano Letivo 2014 2015 PERFIL DO ALUNO No domínio da Terra em transformação o aluno deve ser capaz de: Compreender a diversidade das paisagens geológicas (meta 1); Compreender

Leia mais

CIÊNCIAS O CICLO DAS ROCHAS

CIÊNCIAS O CICLO DAS ROCHAS Texto para estudo CIÊNCIAS O CICLO DAS ROCHAS A Terra é um planeta vivo e seus continentes estão em constante movimento, devido à dissipação de calor do interior do planeta. A geologia é a ciência que

Leia mais

Conversas em torno da Terra

Conversas em torno da Terra Todas as Ciências são estruturadas e evoluem essencialmente em torno de conceitos que, pela sua simplicidade, parecem óbvios. No entanto, frequentemente temos verificado que existe alguma confusão sobre

Leia mais

Agrupamento de Escolas da Sertã

Agrupamento de Escolas da Sertã Agrupamento de Escolas da Sertã Direcção Regional de Educação do Centro Ficha de trabalho - Ciências Naturais Ano Lectivo: 2010/11 Ano de Escolaridade: 7 º Ano Aluno: N.º: Turma: Data: / / 1. Estabelece

Leia mais

CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE AVALIAÇÃO (Aprovados em Conselho Pedagógico, 21 outubro de 2014) CIÊNCIAS NATURAIS 7º ano de escolaridade

CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE AVALIAÇÃO (Aprovados em Conselho Pedagógico, 21 outubro de 2014) CIÊNCIAS NATURAIS 7º ano de escolaridade CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE AVALIAÇÃO (Aprovados em Conselho Pedagógico, 21 outubro de 2014) CIÊNCIAS NATURAIS 7º ano de escolaridade A TERRA EM TRANSFORMAÇÃO Dinâmica Externa da Terra Paisagens geológicas

Leia mais

è Reconhecer a importância das rochas no fornecimento de informações sobre o passado da Terra.

è Reconhecer a importância das rochas no fornecimento de informações sobre o passado da Terra. è Reconhecer a importância das rochas no fornecimento de informações sobre o passado da Terra. è Conhecer o trabalho dos geólogos e a importância da Geologia como ciência que estuda o presente e o passado

Leia mais

é a herança para os nossos filhos e netos com a sua atmosfera rica em oxigénio, permite-nos respirar com a camada de ozono, protege-nos das radiações

é a herança para os nossos filhos e netos com a sua atmosfera rica em oxigénio, permite-nos respirar com a camada de ozono, protege-nos das radiações é a herança para os nossos filhos e netos com a sua atmosfera rica em oxigénio, permite-nos respirar com a camada de ozono, protege-nos das radiações ultravioletas com a água evita a desidratação com as

Leia mais

CICLO DAS ROCHAS. Na natureza nada se perde, tudo se transforma. Lavoisier

CICLO DAS ROCHAS. Na natureza nada se perde, tudo se transforma. Lavoisier "Com uma idade de formação que remonta aproximadamente a 4600 milhões de anos, a Terra sofreu variadas alterações. A sua história encontra-se registada nas rochas e nos fósseis que contêm. Até um pequeno

Leia mais

Através do estudo dos materiais rochosos é possível colher informações sobre o passado da Terra

Através do estudo dos materiais rochosos é possível colher informações sobre o passado da Terra Através do estudo dos materiais rochosos é possível colher informações sobre o passado da Terra O Ciclo das Rochas é um dos subciclos do O estudo dos fósseis, incluindo o dos dinossauros e dos seus vestígios,

Leia mais

Teste de Avaliação. Turma: Nº: Duração 50 minutos. 1. Observe os esquemas da figura 1 que representam tipos de actividade vulcânica.

Teste de Avaliação. Turma: Nº: Duração 50 minutos. 1. Observe os esquemas da figura 1 que representam tipos de actividade vulcânica. 1. Observe os esquemas da figura 1 que representam tipos de actividade vulcânica. Figura 1 1.1 Identifique os tipos de actividades vulcânicas, representadas na figura 1 A Actividade vulcânica de tipo efusivo;

Leia mais

AGG00209 INTRODUÇÃO A PETROFÍSICA QUESTIONÁRIO 1 MINERAIS E ROCHAS

AGG00209 INTRODUÇÃO A PETROFÍSICA QUESTIONÁRIO 1 MINERAIS E ROCHAS AGG00209 INTRODUÇÃO A PETROFÍSICA QUESTIONÁRIO 1 MINERAIS E ROCHAS 1) Qual das sentenças abaixo é verdadeira? a) Os minerais originam-se e são destruídos por reações químicas. b) A maior parte dos minerais

Leia mais

Apostila de Geografia 07 Noções de Geologia

Apostila de Geografia 07 Noções de Geologia 1.0 Geosfera Apostila de Geografia 07 Noções de Geologia Meios de estudo da estrutura interna da Terra: Diretos: Afloramentos rochosos à superfície. Vulcanismo. Sondagens. Geotermia. Indiretos: Magnetismo.

Leia mais

CONTEÚDOS OBJETIVOS TEMPO AVALIAÇÃO

CONTEÚDOS OBJETIVOS TEMPO AVALIAÇÃO AGRUPAMENTO de ESCOLAS de SANTIAGO do CACÉM Ano Letivo 201-2017 PLANIFICAÇÃO ANUAL Documento(s) Orientador(es): Metas Curriculares de Ciências Naturais de 8º ano, Projeto Educativo 3º Ciclo. Ciências Naturais

Leia mais

Decifrar as formas. Nesta aula, vamos acompanhar o trabalho

Decifrar as formas. Nesta aula, vamos acompanhar o trabalho A UU L AL A Decifrar as formas Nesta aula, vamos acompanhar o trabalho do geógrafo na interpretação das formas que as diferentes paisagens assumem. Vamos perceber que a crosta terrestre, ou litosfera,

Leia mais

GEOLOGIA. Professor: Adilson Soares E- mail: Site:

GEOLOGIA. Professor: Adilson Soares E- mail: Site: GEOLOGIA Professor: Adilson Soares E- mail: adilson.soares@unifesp.br Site: www.geologia.tk ROCHAS METAMÓRFICAS Introdução As rochas metamórficas são o resultado de uma ação de fatores como a pressão e

Leia mais

Estrutura geológica e formas de relevo. Professora: Jordana Costa

Estrutura geológica e formas de relevo. Professora: Jordana Costa Estrutura geológica e formas de relevo Professora: Jordana Costa Estrutura Geológica O tipo de terreno de um lugar (sua origem e as rochas que o compõem) constitui a sua estrutura geológica. Sua importância

Leia mais

Ø As rochas sedimentares quimiogénicas resultam da precipitação de substâncias que se encontram dissolvidas na água.

Ø As rochas sedimentares quimiogénicas resultam da precipitação de substâncias que se encontram dissolvidas na água. Ø As rochas sedimentares quimiogénicas resultam da precipitação de substâncias que se encontram dissolvidas na água. Calcário Salgema Ä A precipitação é essencialmente desencadeada por variação da temperatura

Leia mais

A ORIGEM DA TERRA CAPÍTULO 1 2º PERÍODO

A ORIGEM DA TERRA CAPÍTULO 1 2º PERÍODO A ORIGEM DA TERRA CAPÍTULO 1 2º PERÍODO CONCEPÇÃO DO INÍCIO DA FORMAÇÃO DA LITOSFERA PANGEIA O INÍCIO DA SEPARAÇÃO DA PANGEA FÓSSEIS ENCONTRADOS POR WEGENER MODELO DO MOVIMENTO PROPOSTO POR WEGENER OS

Leia mais

Geologia para Ciências Biológicas

Geologia para Ciências Biológicas UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI URCA PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO PROGRAD Centro de Ciências Biológicas e da Saúde CCBS Departamento de Ciências Biológicas DCBio Geologia para Ciências Biológicas

Leia mais

Biologia e Geologia - 10º Ano Rochas e a história da Terra. Nome: N º: Turma: Data: Professor: Encarregado(a) de Educação:

Biologia e Geologia - 10º Ano Rochas e a história da Terra. Nome: N º: Turma: Data: Professor: Encarregado(a) de Educação: Ficha de trabalho Biologia e Geologia - 10º Ano Rochas e a história da Terra Nome: N º: Turma: Data: Professor: Encarregado(a) de Educação: Lê toda a informação com atenção e responde de forma objectiva.

Leia mais

PROVAS ESPECIALMENTE ADEQUADAS DESTINADAS A AVALIAR A CAPACIDADE PARA A FREQUÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR DOS MAIORES DE 23 ANOS GEOLOGIA.

PROVAS ESPECIALMENTE ADEQUADAS DESTINADAS A AVALIAR A CAPACIDADE PARA A FREQUÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR DOS MAIORES DE 23 ANOS GEOLOGIA. PROVAS ESPECIALMENTE ADEQUADAS DESTINADAS A AVALIAR A CAPACIDADE PARA A FREQUÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR DOS MAIORES DE 23 ANOS GEOLOGIA Nome: BI: Classificação: CHAMADA DE ATENÇÃO: Esta prova é constituída

Leia mais

ESTRUTURA GEOLÓGICA E AS FORMAS DE RELEVO

ESTRUTURA GEOLÓGICA E AS FORMAS DE RELEVO ESTRUTURA GEOLÓGICA E AS FORMAS DE RELEVO ROCHAS: Aglomerado de um ou mais minerais ÍGNEAS OU MAGMÁTICAS (cristalinas) - intrusivas ou plutônicas - extrusivas ou vulcânicas SEDIMENTARES - detríticas -

Leia mais

LITOSFERA SIMA SIAL. Litosfera (crosta): camada rochosa da Terra (até 70 km de profundidade).

LITOSFERA SIMA SIAL. Litosfera (crosta): camada rochosa da Terra (até 70 km de profundidade). ESTRUTURA GEOLÓGICA ESTRUTURA DA TERRA LITOSFERA SIMA SIAL Litosfera (crosta): camada rochosa da Terra (até 70 km de profundidade). DESCONTINUIDADE DE MOHOROVICIC Limite entre a Litosfera e o manto MANTO

Leia mais

A estrutura da Terra. Prof. Eder C. Molina IAGUSP.

A estrutura da Terra. Prof. Eder C. Molina IAGUSP. 1 Prof. Eder C. Molina IAGUSP http://www.iag.usp.br/~eder/deriv.ppt 2 Raio médio: 6.371 km Densidade média: 5,5 g cm -3 Massa: 5,976 x10 24 kg Temperatura superficial média: 15 o C Pressão atmosférica

Leia mais

ESCOLA E.B. 2,3 PEDRO DE SANTARÉM Ano lectivo 2010 / 2011 Ciências Naturais 7º Ano PLANIFICAÇÃO ANUAL 1º Período

ESCOLA E.B. 2,3 PEDRO DE SANTARÉM Ano lectivo 2010 / 2011 Ciências Naturais 7º Ano PLANIFICAÇÃO ANUAL 1º Período ESCOLA E.B. 2,3 PEDRO DE SANTARÉM Ano lectivo 2010 / 2011 Ciências Naturais 7º Ano PLANIFICAÇÃO ANUAL 1º Período Objectivos / Competências Compreender que a pertence a um sistema planetário dependente

Leia mais

O que é tempo geológico

O que é tempo geológico O Relevo da América TEMPO GEOLÓGICO O que é tempo geológico escala temporal dos eventos da história da Terra, ordenados em ordem cronológica. Baseada nos princípios de superposição das camadas litológicas

Leia mais

Universidade Metodista de Angola Faculdade de Engenharia Departamento de Construção Civil

Universidade Metodista de Angola Faculdade de Engenharia Departamento de Construção Civil Universidade Metodista de Angola Faculdade de Engenharia Departamento de Construção Civil Curso de Construção Civil Disciplina: Geologia em Engenharia Ano: 4to Professor: Dr. Silva Pereira Ginga (PhD)

Leia mais

A GEOLOGIA, OS GEÓLOGOS E OS SEUS MÉTODOS

A GEOLOGIA, OS GEÓLOGOS E OS SEUS MÉTODOS Escola Portuguesa do Lubango Biologia Geologia (10º ano) A GEOLOGIA, OS GEÓLOGOS E OS SEUS MÉTODOS As rochas, arquivos que relatam a história da Terra Ciclo das rochas Hélder Giroto Paiva As rochas - arquivos

Leia mais

Génese das Rochas. Minerais. Rochas Sedimentares. Rochas Magmáticas. Rochas Metamórficas

Génese das Rochas. Minerais. Rochas Sedimentares. Rochas Magmáticas. Rochas Metamórficas Génese das Rochas Minerais Rochas Sedimentares Rochas Magmáticas Rochas Metamórficas As rochas são constituídas por... São substâncias inorgânicas, naturais, cristalinas e com uma composição química bem

Leia mais

FICHA DE TRABALHO. 1. Distinga sistema fechado, sistema aberto e sistema isolado.

FICHA DE TRABALHO. 1. Distinga sistema fechado, sistema aberto e sistema isolado. 1. Distinga sistema fechado, sistema aberto e sistema isolado. 2. A classificação dos sistemas (em fechado, aberto ou isolado) tem em linha de conta: a) a sua dimensão. b) a forma do seu limite. c) o seu

Leia mais

INSTITUTO POLITÉCNICO DE BEJA

INSTITUTO POLITÉCNICO DE BEJA INSTITUTO POLITÉCNICO DE BEJA PROVAS ESPECIALMENTE ADEQUADAS DESTINADAS A AVALIAR A CAPACIDADE PARA A FREQUÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR DOS MAIORES DE 23 ANOS GEOLOGIA Nome: BI: Classificação: CHAMADA DE ATENÇÃO:

Leia mais

Tempo Geológico. Também conhecido como tempo da natureza. É o tempo das transformações naturais que. acontecem sobre o nosso planeta, sendo por isso

Tempo Geológico. Também conhecido como tempo da natureza. É o tempo das transformações naturais que. acontecem sobre o nosso planeta, sendo por isso Tempo Geológico Também conhecido como tempo da natureza. É o tempo das transformações naturais que acontecem sobre o nosso planeta, sendo por isso extremamente lentas. Uma das formas utilizadas para se

Leia mais

CIÊNCIAS NATURAIS 7.º ANO TERCEIRO CICLO ELISABETE SILVA SÉRGIO MONTEIRO

CIÊNCIAS NATURAIS 7.º ANO TERCEIRO CICLO ELISABETE SILVA SÉRGIO MONTEIRO CIÊNCIAS NATURAIS 7.º ANO TERCEIRO CICLO ELISABETE SILVA SÉRGIO MONTEIRO DOMÍNIO TERRA EM TRANSFORMAÇÃO ÍNDICE 1 DINÂMICA 2 DINÂMICA EXTERNA DA TERRA 6 Diversidade de paisagens geológicas 6 Exercícios

Leia mais

7.º ano. Planificação

7.º ano. Planificação 7.º ano Planificação 1 Proposta de planificação para 100 Domínio Subdomínio Objetivo geral Conteúdo no VT7 TERRA EM TRANSFORMAÇÃO Dinâmica externa da Terra Estrutura e dinâmica interna da Terra Consequências

Leia mais

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA SEDIMENTAR E AMBIENTAL GEOMORFOLOGIA E FOTOGEOLOGIA FORMAS DE RELEVO

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA SEDIMENTAR E AMBIENTAL GEOMORFOLOGIA E FOTOGEOLOGIA FORMAS DE RELEVO UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA SEDIMENTAR E AMBIENTAL GEOMORFOLOGIA E FOTOGEOLOGIA FORMAS DE RELEVO morfoestruturas Prof.: André Negrão Classificação das formas

Leia mais

Planificação Anual GR Disciplina Ciências Naturais 7ºAno

Planificação Anual GR Disciplina Ciências Naturais 7ºAno Período letivo 1º Competências Definir paleontologia. Apresentar uma definição de fóssil. Explicar os diversos processos de fossilização, recorrendo a actividades práticas. Relacionar a formação de fósseis

Leia mais

GEOLOGIA GERAL PROF. ROCHA

GEOLOGIA GERAL PROF. ROCHA GEOLOGIA GERAL PROF. ROCHA CAMADAS DA TERRA CAMADAS DA TERRA A crosta e as rochas A crosta é formada por rochas e minerais. As rochas são agrupamentos de minerais: Minerais são elementos ou compostos

Leia mais

Rochas Metamórficas. Rochas Metamórficas

Rochas Metamórficas. Rochas Metamórficas Rochas Metamórficas Rochas Metamórficas Proveniente de transformações sofridas por qualquer tipo de rochas preexistentes que foram submetidas a processos termodinâmicos (pressão e temperatura), originando

Leia mais

S O. PauloValentim 2010

S O. PauloValentim 2010 S O N A C T T I F Á Compreender a importância da Geologia na prevenção de riscos geológicos e na melhoria da gestão ambiental. Conhecer a geomorfologia dos continentes e dos fundos oceânicos. Reconhecer

Leia mais

ELEMENTOS DA GEOLOGIA (II)

ELEMENTOS DA GEOLOGIA (II) ELEMENTOS DA GEOLOGIA (II) AS ROCHAS São agregados minerais ou de um mineral apenas, formados naturalmente na crosta terrestre. As rochas podem ser classificadas em ígneas, sedimentares e metamórficas.

Leia mais

FORMAÇÃO E ESTRUTURA DA TERRA

FORMAÇÃO E ESTRUTURA DA TERRA FORMAÇÃO E ESTRUTURA DA TERRA CAMADAS TERRESTRE - NÚCLEO É a porção central da Terra, também denominada NIFE, por ser constituída de compostos de FErro e NÍquel, com algum enxofre e silício dissolvido.

Leia mais

Estruturas em rochas: Dobras, falhas e outros registros. Prof. Marcel Sena Disciplina: Geologia (65)

Estruturas em rochas: Dobras, falhas e outros registros. Prof. Marcel Sena Disciplina: Geologia (65) Estruturas em rochas: Dobras, falhas e outros registros Prof. Marcel Sena Disciplina: Geologia senagel@gmail.com (65) 9223-2829 Geologia Estrutural: Estuda os processos de deformacionais da litosfera e

Leia mais

Teste diagnóstico de Geologia (10.º ano)

Teste diagnóstico de Geologia (10.º ano) Teste diagnóstico de Geologia (10.º ano) 10.º Ano Objetivos Averiguar os conhecimentos prévios dos alunos acerca de alguns dos temas de Geociências que irão ser tratados ao longo do ensino secundário,

Leia mais

Planificação de Ciências Naturais 7º ano de escolaridade

Planificação de Ciências Naturais 7º ano de escolaridade AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DA QUINTA DO CONDE Escola Básica Integrada/JI da Quinta do Conde Escola Básica 1/JI do Casal do Sapo Ano Letivo - 2015/2016 DOMÍNIO SUBDOMÍNIO UNIDADE CONTEÚDOS Dinâmica externa

Leia mais

2. A figura 2 representa, de modo esquemático, um fenómeno físico que pode ocorrer numa câmara magmática.

2. A figura 2 representa, de modo esquemático, um fenómeno físico que pode ocorrer numa câmara magmática. Disciplina de Biologia e Geologia (Ano ) º ANO Ficha de Avaliação Formativa Tema IV de Geologia (Correcção) Nome: Nº: Turma: Leia com atenção e responda sucintamente às questões que se seguem!. A diferenciação

Leia mais

Ficha de Trabalho de Biologia e Geologia (ano 2)

Ficha de Trabalho de Biologia e Geologia (ano 2) Ficha de Trabalho de Biologia e Geologia (ano 2) Ano Lectivo: 2007/2008 Nome: Nº Turma: CT Curso: CH-CT Data: / /2008 Docente: Catarina Reis 1- A figura seguinte representa uma região imaginária, onde

Leia mais

Noções de Geologia. Prof. Msc. João Paulo Nardin Tavares

Noções de Geologia. Prof. Msc. João Paulo Nardin Tavares Noções de Geologia Prof. Msc. João Paulo Nardin Tavares Objetivos da aula Conhecer a estrutura da Terra Definir os conceitos e teorias da deriva continental e das placas tectônicas Compreender fenômenos

Leia mais

ESCOLA SECUNDÁRIA DR. SOLANO DE ABREU ABRANTES. Turma: A, B, C, D ANO: 8º ANO LECTIVO 2010/2011 ACTIVIDADES/ ESTRATÉGIAS. Discussão / Debate.

ESCOLA SECUNDÁRIA DR. SOLANO DE ABREU ABRANTES. Turma: A, B, C, D ANO: 8º ANO LECTIVO 2010/2011 ACTIVIDADES/ ESTRATÉGIAS. Discussão / Debate. ESCOLA SECUNDÁRIA DR. SOLANO DE ABREU ABRANTES 3º C.E.B. DISCIPLINA: Ciências Naturais Turma: A, B, C, D ANO: 8º ANO LECTIVO 2010/2011 COMPETÊNCIAS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS ACTIVIDADES/ ESTRATÉGIAS AULAS

Leia mais

Serão as Rochas e os Minerais o mesmo? As rochas são constituídas por minerais.

Serão as Rochas e os Minerais o mesmo? As rochas são constituídas por minerais. Serão as Rochas e os Minerais o mesmo? As rochas são constituídas por minerais. Substância natural e inorgânica, com propriedades físicas e químicas definidas. Por exemplo o Quartzo pode formar-se em diversas

Leia mais

Episódios de Instalação e Deformação de Rochas Graníticas (Viana do Castelo, NW Portugal)

Episódios de Instalação e Deformação de Rochas Graníticas (Viana do Castelo, NW Portugal) SEMINÁRIO A GEOLOGIA NA ROTA DA VINHA E DO VINHO VERDE: DO LIMA AO MINHO (INTEGRADO NA Iª SEMANA DA TERRA DE VIANA DO CASTELO) Episódios de Instalação e Deformação de Rochas Graníticas (Viana do Castelo,

Leia mais

ESCOLA SECUNDÁRIA/3 DA RAINHA SANTA ISABEL

ESCOLA SECUNDÁRIA/3 DA RAINHA SANTA ISABEL ESCOLA SECUNDÁRIA/3 DA RAINHA SANTA ISABEL 402643 Planificação Anual de Ciências Naturais 7º ano 2016-2017 Professoras : Catarina Coimbra /Manuela Pomar DOMÍNIOS/SUBDOMÍNIOS CONTEÚDOS OBJETIVOS/DESCRITORES

Leia mais

Estruturas geológicas e formas do relevo Brasileiro. Professora: Jordana Costa

Estruturas geológicas e formas do relevo Brasileiro. Professora: Jordana Costa Estruturas geológicas e formas do relevo Brasileiro Professora: Jordana Costa As marcas do tempo geológico A litosfera não é contínua, ela é formada por imensos blocos rochosos: - Placas tectônicas. -

Leia mais

Magmas e formação de rochas ígneas

Magmas e formação de rochas ígneas Magmas e formação de rochas ígneas O que é um magma? Um fundido (geralmente silicatado) + cristais + gases (H 2 O, CO 2 SO 2, Cl, F, etc ), que é gerado no interior da Terra, provido de mobilidade. Quando

Leia mais

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE PLANO DE ENSINO Código Unidade 040 CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE Curso Etapa Sem. / Ano 4045-1 Ciências Biológicas

Leia mais

Geografia. Cartografia DINÂMICA GEOLÓGICA E AS FORMAS DA LITOSFERA. Professora: Diego Moreira Professor: Diego Moreira

Geografia. Cartografia DINÂMICA GEOLÓGICA E AS FORMAS DA LITOSFERA. Professora: Diego Moreira Professor: Diego Moreira Geografia Cartografia DINÂMICA GEOLÓGICA E AS FORMAS DA LITOSFERA Professora: Diego Moreira Professor: Diego Moreira DINÂMICA GEOLÓGICA E AS FORMAS DA LITOSFERA ESCALA GEOLÓGICA ESCALA GEOLÓGICA ESCALA

Leia mais

GRUPO DISICPLINAR 520 CIÊNCIAS NATURAIS PLANIFICAÇÃO ANO: 8º ANO LECTIVO: 2008/2009 p.1/10. Nº horas (45`)

GRUPO DISICPLINAR 520 CIÊNCIAS NATURAIS PLANIFICAÇÃO ANO: 8º ANO LECTIVO: 2008/2009 p.1/10. Nº horas (45`) ANO: 8º ANO LECTIVO: 2008/2009 p.1/10 TERRA EM TRANSFORMAÇÃO DINÂMICA INTERNA DA TERRA - Ocorrência de falhas e dobras CONSEQUÊNCIAS DA DINÂMICA INTERNA DA TERRA - Actividade vulcânica; riscos e benefícios

Leia mais

Metamorfismo. Roches metamórficas

Metamorfismo. Roches metamórficas METAMORFISMO Introdução - Definição Metamorfismo Processo que leva a uma modificação de mineralogia ou de textura das rochas, no estado sólido, sob o efeito da temperatura, da pressão e dos flúidos Roches

Leia mais

Estrutura da Terra e Tectônica de Placas

Estrutura da Terra e Tectônica de Placas Estrutura da Terra e Tectônica de Placas Terremoto Japão março 2011 Tsunami Japão março 2011 Decifrando a Terra Teixeira, Toledo, Fairchild & Taioli Ed.Oficina de Textos Para Entender a Terra Press, Siever,

Leia mais

O que é tempo geológico

O que é tempo geológico O Relevo da América TEMPO GEOLÓGICO O que é tempo geológico escala temporal dos eventos da história da Terra, ordenados em ordem cronológica. Baseada nos princípios de superposição das camadas litológicas

Leia mais

Compreender a importância do conhecimento da Lua para reconstituir a história dos primeiros 700 M.a. da história da Terra.

Compreender a importância do conhecimento da Lua para reconstituir a história dos primeiros 700 M.a. da história da Terra. Compreender a importância do conhecimento da Lua para reconstituir a história dos primeiros 700 M.a. da história da Terra. Conhecer as características que fazem da Terra um planeta único. Conhecer as condições

Leia mais

Geologia do Brasil. Página 1 com Prof. Giba

Geologia do Brasil. Página 1 com Prof. Giba Geologia do Brasil O território brasileiro é formado, basicamente, por dois tipos de estrutura geológica: os escudos cristalinos (blocos cratônicos) e as bacias sedimentares. As formações serranas originaram-se

Leia mais

27/08/ CICLO DAS ROCHAS 3. CLASSIFICAÇÃO DE ROCHAS MAGMÁTICAS 2. MAGMA: CARACTERÍSTICAS E PROCESSOS DE CONSOLIDAÇÃO

27/08/ CICLO DAS ROCHAS 3. CLASSIFICAÇÃO DE ROCHAS MAGMÁTICAS 2. MAGMA: CARACTERÍSTICAS E PROCESSOS DE CONSOLIDAÇÃO MÓDULO 02: Litologia e Relevo 2.1 Relevo Associado à Rocha Magmática 2.2 Relevo Associado à Rocha Sedimentar 2.3 Relevo Associado à Rocha Metamórfica 2.4 Papel das Estruturas Geológicas no Relevo 1. CICLO

Leia mais

A GÊNESE DO RELEVO. GEOMORFOLOGIA (estudo do relevo) FORMAÇÃO DA TERRA (1) FORMAÇÃO DA TERRA (3) FORMAÇÃO DA TERRA (2) ORIGEM DO UNIVERSO

A GÊNESE DO RELEVO. GEOMORFOLOGIA (estudo do relevo) FORMAÇÃO DA TERRA (1) FORMAÇÃO DA TERRA (3) FORMAÇÃO DA TERRA (2) ORIGEM DO UNIVERSO GEOMORFOLOGIA (estudo do relevo) A GÊNESE DO RELEVO ORIGEM DO UNIVERSO Teoria do Big Bang. FORMAÇÃO DA TERRA (1) Resfriamento - de massa gasosa para líquido-pastosa. FORMAÇÃO DA TERRA (2) Formação da litosfera.

Leia mais

7ºs anos Professor Daniel Fonseca

7ºs anos Professor Daniel Fonseca Salesiano Dom Bosco Capítulo 3 Geologia, Solo e Relevo 7ºs anos Professor Daniel Fonseca ROCHAS: Aglomerado de um ou mais minerais ÍGNEAS OU MAGMÁTICAS (cristalinas) - intrusivas ou plutônicas - extrusivas

Leia mais

Quantidade e diversidade dos recursos minerais depende de: Características geológicas das várias unidades geomorfológicas

Quantidade e diversidade dos recursos minerais depende de: Características geológicas das várias unidades geomorfológicas Recursos do subsolo Quantidade e diversidade dos recursos minerais depende de: Características geológicas das várias unidades geomorfológicas Produção dos recursos minerais depende de: Existência de jazidas

Leia mais

A grande incidência da actividade sísmica em determinados locais.

A grande incidência da actividade sísmica em determinados locais. A grande incidência da actividade sísmica em determinados locais. A grande incidência da actividade vulcânica em determinados locais. Como resultado destas novas evidências, Robert Palmer e Donald Mackenzie,

Leia mais

DISCIPLINA DE CIÊNCIAS NATURAIS - 7º ANO PLANIFICAÇÃO ANUAL 2014/2015

DISCIPLINA DE CIÊNCIAS NATURAIS - 7º ANO PLANIFICAÇÃO ANUAL 2014/2015 DISCIPLINA DE CIÊNCIAS NATURAIS - 7º ANO PLANIFICAÇÃO ANUAL 2014/2015 Conteúdos/Metas Curriculares Tipologia das Atividades Elementos/Instrumentos de Avaliação Dinâmica externa da Terra 1. Compreender

Leia mais

Teste diagnóstico de Ciências Naturais (7.º ano)

Teste diagnóstico de Ciências Naturais (7.º ano) Teste diagnóstico de Ciências Naturais (7.º ano) 7.º Ano Objetivos Averiguar os conhecimentos prévios dos alunos acerca de alguns dos temas de Ciências Naturais que irão ser tratados ao longo do 3.º ciclo

Leia mais

Magmas e formação de rochas ígneas

Magmas e formação de rochas ígneas Magmas e formação de rochas ígneas Consultar também a apresentação prática Relatório Petrografia (ígneas) e os temas da Estrutura da Terra e da Tectónica de Placas para ficar com uma boa ideia de conjunto,

Leia mais

Escola Secundária de Valongo

Escola Secundária de Valongo Escola Secundária de Valongo PLANIFICAÇÃO DE CIÊNCIAS NATURAIS 7º ANO Ano lectivo 2010/2011 TERRA NO ESPAÇO 1º PERÍODO ESCOLA SECUNDÁRIA DE VALONGO PROPOSTA DE PLANIFICAÇÃO ANO LECTIVO DE 2010/2011 CIÊNCIAS

Leia mais

A Terra tem aproximadamente 4,6 bilhões de anos; Ela surge após o Big Bang, há 15 bilhões de anos;

A Terra tem aproximadamente 4,6 bilhões de anos; Ela surge após o Big Bang, há 15 bilhões de anos; EVOLUÇÃO DA TERRA Evolução da Terra A Terra tem aproximadamente 4,6 bilhões de anos; Ela surge após o Big Bang, há 15 bilhões de anos; A teoria do Big Bang é elaborada por Edwin Hubble, quando este observou

Leia mais

Capítulo I INTRODUÇÃO

Capítulo I INTRODUÇÃO 1. A Física e a Geologia Capítulo I INTRODUÇÃO Geologia é o estudo da Terra como um todo, da sua origem, estrutura e composição, da sua história (incluindo o desenvolvimento da vida) e dos processos que

Leia mais

3º Ciclo (7º, 8º e 9 º Anos) Calendarização 2010/11

3º Ciclo (7º, 8º e 9 º Anos) Calendarização 2010/11 AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE AVEIRO ESCOLA BÁSICA DO 2º E 3º CICLOS JOÃO AFONSO PROJECTO CURRICULAR DA DISCIPLINA DE CIÊNCIAS NATURAIS 3º Ciclo (7º, 8º e 9 º Anos) Conteúdos/ Metas de Aprendizagem Calendarização

Leia mais

PROJECTO DE EXECUÇÃO LANÇO A IP8 NÓ DE RONCÃO (IC33) / NÓ DE GRÂNDOLA SUL (IP1) GEOLOGIA E GEOTECNIA

PROJECTO DE EXECUÇÃO LANÇO A IP8 NÓ DE RONCÃO (IC33) / NÓ DE GRÂNDOLA SUL (IP1) GEOLOGIA E GEOTECNIA Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações EP Estradas de Portugal, S.A. SPER Sociedade Portuguesa para a Construção e Exploração Rodoviária, S.A. EDIFER, DRAGADOS, TECNOVIA, CONDURIL RODOVIAS

Leia mais

SUMÁRIO. Capítulo 6 - Vulcanismo Os vulcões como geossistemas Os depósitos vulcânicos Os estilos de erupção e as formas de relevo vulcânico

SUMÁRIO. Capítulo 6 - Vulcanismo Os vulcões como geossistemas Os depósitos vulcânicos Os estilos de erupção e as formas de relevo vulcânico SUMÁRIO Capítulo 1 - Estruturando um planeta O método científico As teorias e as práticas modernas da Geologia A origem de nosso sistema planetário A Terra primitiva: formação de um planeta em camadas

Leia mais

ESCOLA SECUNDÁRIA COM 3.º CICLO DE CAMARATE Planificação de Ciências Naturais 7.º ano Ano letivo 2014/2015

ESCOLA SECUNDÁRIA COM 3.º CICLO DE CAMARATE Planificação de Ciências Naturais 7.º ano Ano letivo 2014/2015 Tema: A Terra no Espaço Subtema: Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente O aluno distingue Ciência de Tecnologia e relaciona conhecimento científico com desenvolvimento tecnológico. O aluno aponta efeitos

Leia mais

SISMICIDADE E ESTRUTURA INTERNA DA TERRA

SISMICIDADE E ESTRUTURA INTERNA DA TERRA SISMICIDADE E ESTRUTURA INTERNA DA TERRA AS PRINCIPAIS CAMADAS DA TERRA # A maior parte do interior da Terra é inacessível às observações diretas. Para conhecer sua constituição interna, é necessário recorrer

Leia mais

PLANIFICAÇA O ABRP. Programa de Intervenção. O estranho caso das dobras rochosas. Cenário

PLANIFICAÇA O ABRP. Programa de Intervenção. O estranho caso das dobras rochosas. Cenário Programa de Intervenção Cenário O estranho caso das dobras rochosas Docente: Clara Vasconcelos Discente: Joana Faria Trabalho Orientado por: Joana Torres (aluna de Doutoramento da FCUP) PLANIFICAÇA O ABRP

Leia mais

PLANIFICAÇÃO ANUAL. Disciplina: Ciências Naturais A TERRA EM TRANSFORMAÇÃO: Unidade Temática e. Conteúdos DINÂMICA EXTERNA DA TERRA

PLANIFICAÇÃO ANUAL. Disciplina: Ciências Naturais A TERRA EM TRANSFORMAÇÃO: Unidade Temática e. Conteúdos DINÂMICA EXTERNA DA TERRA PLANIFICAÇÃO ANUAL Disciplina: Ciências Naturais 7.º Ano Unidade Temática e Domínio/Subdomínio Objetivos/Metas N.º de Aulas previstas por período Conteúdos DINÂMICA EXTERNA DA TERRA Paisagens geológicas

Leia mais

Unidade 3. Geologia, problemas e materiais do quotidiano. Capitulo 2. Processos e materiais geológicos importantes em ambientes terrestres.

Unidade 3. Geologia, problemas e materiais do quotidiano. Capitulo 2. Processos e materiais geológicos importantes em ambientes terrestres. Unidade 3 Geologia, problemas e materiais do quotidiano Capitulo 2 Processos e materiais geológicos importantes em ambientes terrestres. Aula Nº 74 24 Abr 09 Prof: Ana Capelo O QUE É O CICLO DAS ROCHAS?

Leia mais

Dobras na Costa Vicentina, observadas a diferentes escalas

Dobras na Costa Vicentina, observadas a diferentes escalas V ENCONTRO DE CAMPO DO GRUPO DE GEOLOGIA ESTRUTURAL E TECTÓNICA (S.G.P.) Dobras na Costa Vicentina, observadas a diferentes escalas LIVRO GUIA Aljezur, 12 e 13 de Outubro de 2002 V ENCONTRO DE CAMPO DO

Leia mais

ATIVIDADE DE GEOGRAFIA PARA 8ºS ANOS - SALESIANO. Site padogeo.com Atividade Nº 16: Dinâmica interna da Terra

ATIVIDADE DE GEOGRAFIA PARA 8ºS ANOS - SALESIANO. Site padogeo.com Atividade Nº 16: Dinâmica interna da Terra ATIVIDADE DE GEOGRAFIA PARA 8ºS ANOS - SALESIANO Site padogeo.com Atividade Nº 16: Dinâmica interna da Terra 1. Os três esquemas acima, embora feitos por autores diferentes identificam, praticamente, as

Leia mais

Composição química: 74,2% de SiO 2 (rocha ácida) e mais de de Al 2 O 3, K 2 O e Na 2 O.

Composição química: 74,2% de SiO 2 (rocha ácida) e mais de de Al 2 O 3, K 2 O e Na 2 O. 1. Identificação da Equipa Escola: Equipa: Localização [Vila/cidade/distrito e país] Escola Secundária de Maximinos Gregorianos (alunos do 11º 2 e prof. Adelaide Sousa) Braga/ Braga/ Portugal 2. Caracterização

Leia mais

Deformação das rochas

Deformação das rochas Deformação das rochas O dinamismo interno da Terra pode manifestar se, não apenas na forma de vulcões e sismos, mas através da deformação das rochas originada por tensões que afectam a sua forma e/ou volume.

Leia mais

Estrutura Geológica e o Relevo Brasileiro

Estrutura Geológica e o Relevo Brasileiro Estrutura Geológica e o Relevo Brasileiro 1. (ENEM-2010) TEIXEIRA, W. et. al. (Orgs.) Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009 O esquema mostra depósitos em que aparecem fósseis

Leia mais

Ainda não compreendemos totalmente como é constituído e como funciona o interior do nosso planeta.

Ainda não compreendemos totalmente como é constituído e como funciona o interior do nosso planeta. Ainda não compreendemos totalmente como é constituído e como funciona o interior do nosso planeta. Os dados que permitem conhecer o interior da Terra podem ser obtidos de forma direta, através de métodos

Leia mais

Uma visão global da Geologia da Terra

Uma visão global da Geologia da Terra Versão em português incompleta 19-3-2010 Será completada brevemente!!! Tectónica de Placas Plate Tectonics Uma visão global da Geologia da Terra A global view of Earth Geology Tectónica de placas Crusta

Leia mais

Orogenias e Tectónica de Placas:

Orogenias e Tectónica de Placas: Ano Lectivo de 2013/2014 - Licenciatura de Geografia Geografia Física de Portugal (GeoFisPort) Orogenias e Tectónica de Placas: No decurso da longa evolução da Terra, e de acordo com a Teoria da Tectónica

Leia mais

Deformação e Orogénese. Deformação e Orogénese

Deformação e Orogénese. Deformação e Orogénese Deformação e Orogénese Deformação e Orogénese Himalaias, tão jovens e tão crescidos! RELEVO VIGOROSO AINDA EM CRECIMENTO MÓDULO - TECTÓNICA Deformação dos materiais rochosos da litosfera (unidade mais

Leia mais

TESTE DE AVALIAÇÃO HISTÓRIA DA TERRA / TECTÓNICA

TESTE DE AVALIAÇÃO HISTÓRIA DA TERRA / TECTÓNICA TESTE DE AVALIAÇÃO HISTÓRIA DA TERRA / TECTÓNICA Ciências Naturais 7º ano Nome n.º Turma Data: Classificação: Professor(a): Enc. Educação Lê com atenção cada uma das questões que te são propostas e responde

Leia mais

GEOTECTÔNICA TECTÔNICA GLOBAL

GEOTECTÔNICA TECTÔNICA GLOBAL GEOTECTÔNICA TECTÔNICA GLOBAL Prof. Eduardo Salamuni AULA 8: REGIMES TECTÔNICOS REGIMES TECTÔNICOS As faixas afetadas por estes movimentos são designadas de cinturões divergentes, cinturões transcorrentes

Leia mais

Fluxo do calor interno

Fluxo do calor interno Fontes de energia Fluxo do calor interno Manifestações de actividade geológica Acreção Contracção gravitacional Desintegração radioactiva Origem interna Efeito das marés Plumas térmicas Vulcanismo Sismos

Leia mais

GEOLOGIA GERAL GEOGRAFIA

GEOLOGIA GERAL GEOGRAFIA GEOLOGIA GERAL GEOGRAFIA Segunda 18 às 20h Quarta 20 às 22h museu IC II Aula 8 Rochas Metamórficas Turma: 2016/01 Profª. Larissa Bertoldi larabertoldi@gmail.com Metamorfismo Conjunto de processos pelos

Leia mais

Ficha Informativa Ciclo das Rochas 10º Ano

Ficha Informativa Ciclo das Rochas 10º Ano Ficha Informativa Ciclo das Rochas 10º Ano As rochas, em geral, como sistemas abertos que são, compostas por minerais (que neste contexto podemos entender como sub-sistemas), perdem estabilidade sempre

Leia mais