Vigilância de Influenza no Município de São Paulo
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- Bruna Raminhos Caetano
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1 Vigilância de Influenza no Município de São Paulo A atividade do vírus da Influenza pode ser variável e imprevisível. No município de São Paulo (MSP), nos últimos anos, o maior número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), tem ocorrido nos meses de julho e agosto. Entretanto, nas três últimas estações a atividade do vírus começou relativamente mais cedo, com maior número de casos no mês de maio. No ano de 2016, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a atividade do vírus influenza no hemisfério Norte continua aumentando. Altos níveis de atividade têm sido reportados em alguns países da Europa, na América do Norte (Canadá e EUA), norte da África e centro e oeste da Ásia. Há predomínio do vírus influenza A H1N1 pdm09. Para a captação dos casos, a vigilância da Influenza é pautada em três eixos: Vigilância de Síndrome Gripal (SG), Vigilância de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e Vigilância de Surtos de SG. A Vigilância de SG é feita a partir de unidades sentinelas que informam semanalmente o número de casos de SG atendidos e captam semanalmente cinco pacientes com quadro de SG (paciente com febre de início súbito, mesmo que referida, acompanhada de tosse ou dor de garganta e pelo menos um dos seguintes sintomas: cefaléia, mialgia ou artralgia, na ausência de outro diagnóstico específico) para coleta de amostra de secreção respiratória. As amostras coletadas nessas unidades sentinelas são enviadas ao Instituto Adolfo Lutz (IAL) para pesquisa de influenza e outros vírus respiratórios. A partir disso obtém-se o perfil de vírus circulantes no município. Atualmente no MSP temos sete unidades sentinelas de SG: Ama Ermelino Matarazzo Alípio Correa Netto Ama Parque Fernanda Ama Sacomã Ama Sorocabana Ama Vila Palmeiras Hospital Municipal Infantil Menino Jesus Hospital Municipal Vereador José Storopolli. O registro das informações na vigilância sentinela de SG é feita no Sistema de Vigilância Epidemiológica de Gripe (SIVEP-GRIPE).
2 Na Vigilância de SRAG temos dois eixos de monitoramento de casos, a Vigilância Sentinela de SRAG e a notificação universal de SRAG. Na primeira (Vigilância Sentinela de SRAG), as unidades sentinelas reportam semanalmente o número de internações por Pneumonia e Influenza (CID: J09 a J18). Atualmente, o MSP conta com oito unidades sentinelas de SRAG: Conjunto Hospitalar do Mandaqui Hospital Edmundo Vasconcelos Hospital Municipal do Tatuapé Carmino Caricchio Hospital Municipal Ermelino Matarazzo Alípio Correa Netto Hospital Santa Marcelina Itaquera Hospital Geral de Pedreira Hospital Katia de Souza Rodrigues Taipas Hospital Municipal Dr Moyses Deutsch M Boi Mirim O registro das informações da vigilância sentinela de SRAG é feito no SIVEP-GRIPE Na segunda (Vigilância de SRAG Universal), todas as unidades de saúde que atendem pacientes com SRAG (paciente de qualquer idade com SG e que apresente dispnéia ou sinais de gravidade como saturação de SpO2 < 95% em ar ambiente, sinais de desconforto respiratório ou aumento da frequência respiratória avaliada de acordo com a idade, hipotensão em relação a pressão arterial habitual do paciente ou paciente com insuficiência respiratória aguda durante período sazonal) devem notificar o caso e realizar coleta de amostra de secreção respiratória para envio ao IAL para pesquisa de vírus Influenza. Os casos de SRAG devem ser registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação Web Infuenza (Sinan Web Influenza). No município de São Paulo, até 19 de março de 2016, foram notificados 271 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em residentes do MSP. Desses, 89 foram confirmados para Influenza, sendo 61 casos para o vírus influenza A H1N1 pdm09, com 6 óbitos; 19 casos para o vírus Influenza A não subtipado e 9 casos para o vírus Influenza B. Cabe ressaltar que além da captação dos casos de SRAG e SG acima descritas, há o monitoramento de internações e óbitos por Pneumonias (CID 10: J09 a J18), ação essa realizada com a colaboração do CEINFO e PROAIM. 3
3 No que se refere à vigilância de surtos, a mesma é feita com base na notificação de agregado de dois casos ou mais de SG. Nessa situação é orientada a coleta de secreção respiratória de 10% de casos suspeitos, que deve ser enviada ao IAL para pesquisa de Influenza. O registro das informações dos surtos de SG é realizado no SinanNet. No município de São Paulo, até a SE 10 foram notificados no SinanNet seis surtos de SG (três com CID J06 e três com CID J11) com total de 58 casos. Quando avaliado o local de ocorrência, três surtos ocorreram em serviços de saúde, dois em creche/escola e um em residência. Sobre o fluxo laboratorial para pesquisa de Influenza, o laboratório de referência para o município de São Paulo é o Instituto Adolfo Lutz da Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo. A pesquisa de Influenza é realizada por Reação em Cadeia de Polimerase (PCR) em amostra de secreção de naso e orofaringe (swab combinado), seja para as unidades sentinelas de SG e SRAG, na notificação universal de SRAG ou investigação de surtos. Apesar da amostra ser processada no IAL, os insumos necessários para realização da coleta, como swab e tubo, são adquiridos pela COVISA (material destinado ao serviço sentinelas) e Assistência Laboratorial Municipal (demais serviços municipais). Vale esclarecer que não é realizada coleta de material para paciente com SG, seja de atendimento ambulatorial ou pronto atendimento, somente nas situações acima descritas (cinco amostras semanais por unidade sentinela de SG e 10% dos casos de SG em investigação de surtos). Já para casos de SRAG a coleta deve ser realizada para todos os casos. Quanto ao fluxo de Oseltamivir, medicamento disponível para tratamento dos casos de Infuenza, o mesmo é recebido do Ministério da Saúde, o qual repassa para a SES-SP e essa para a Assistência Farmacêutica do município. Esse medicamento encontra-se disponível em 493 unidades de saúde municipais (relação das unidades disponível em tamivir_apos_expansao_atualizada_28_junho_2013_ pdf). As indicações para uso constam no Protocolo de Tratamento Influenza 2015, disponível no link: isbn.pdf Situação epidemiológica 1. SRAG 4
4 Tabela 1. Número de casos de SRAG segundo a faixa etária e sexo, MSP, 2016*. Faixa Etária Gestantes Não gestantes (anos) no. % no. % no. % no. % Menos de 5 0 0, , , ,2 5 a , ,1 7 4,7 19 7,0 15 a ,7 4 3,7 4 2,7 9 3,3 25 a , , , ,1 60 e mais 0 0, , , ,3 Total , , , ,0 Tabela 2. Número de casos de óbitos por SRAG segundo a faixa etária e sexo, MSP, 2016*. Gestantes Não gestantes Faixa Etária no. % no. % no. % no. % Menos de 5 0 0,0 1 14,3 0 0,0 1 6,7 5 a ,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 15 a ,0 1 14,3 0 0,0 1 6,7 25 a ,0 2 28,6 5 71,4 8 53,3 60 e mais 0 0,0 3 42,9 2 28,6 5 33,3 Total , , ,0 Tabela 3. Número de surtos de Síndrome Gripal segundo o número de casos e local de ocorrência, MSP, 2016*. Local do surto No.surtos No. casos Hospitais/ serviços de saúde 3 41 Escolas particulares 2 14 Residência 1 3 Outros locais 0 0 Total 6 58 Fonte: SINAN Net *Dados de 19/03/2016 5
5 Tabela 4. Número de casos de SRAG confirmados para influenza A H1N1 pdm09, segundo a faixa etária e sexo, MSP, 2016*. Faixa Gestantes Não gestantes Etária no. % no. % no. % no. % < 5 anos 0 0,0 4 17,4 6 19, ,4 5 a ,0 1 4,3 1 3,2 2 3,3 15 a ,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 25 a ,0 9 39, , ,1 60 e mais 0 0,0 9 39,1 7 22, ,2 Total 7 100, , , ,0 Tabela 5. Número de casos de óbitos por SRAG confirmados para influenza A H1N1 pdm09 segundo a faixa etária e sexo, MSP, 2016*. Faixa Gestantes Não gestantes Etária no. % no. % no. % no. % < 5 anos 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 5 a ,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 15 a ,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 25 a ,0 0 0,0 4 80,0 4 66,7 60 e mais 0 0, ,0 1 20,0 2 33,3 Total 0 0, , , ,0 CCD/COVISA/SMS 22/03/2016 6
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