Luís Miguel Rocha. Curiosidades do. Vaticano

Transcrição

1 Luís Miguel Rocha Curiosidades do Vaticano Oo

2 Índice Nota do editor A Colunata da Praça de São Pedro Proibição de entrar no Vaticano Resignações e rejeições da eleição para Papa Sisto V, o Papa implacável que transformou Roma O Obelisco do Vaticano Non fare il Portoghese A alcunha do Papa João Paulo II O calendário gregoriano A linha de caminho-de-ferro mais pequena do mundo Leão X, o Papa bon vivant Deveres e poderes do Santo Padre Guarda Suíça Papa Júlio II, Força da Natureza L Osservatore Romano O mandato de cardeal Conclave a eleição do Papa A Sala das Relíquias O pontificado mais longo Os guardas suíços assassinados no Vaticano, em Maio de A Santa Sé e a pedofilia Papas assassinados As mulheres que influenciaram os papas Terra de ninguém... 79

3 24. Selecção de futebol do Vaticano Palácio Apostólico As salas de Estado do Palácio Apostólico A morte de Albino Luciani, o Papa João Paulo I As capelas no Palácio Apostólico Os títulos dos vários membros da hierarquia católica As escadarias de Estado do Palácio Apostólico Albino Luciani, um homem normal O Arquivo Secreto do Vaticano A Biblioteca do Vaticano Os Jardins do Vaticano As forças de segurança do Vaticano O ritual de passamento de um Papa A agência de serviços secretos do Vaticano Serviço de protecção civil do Vaticano Os critérios de escolha, interpretação e tradução dos livros sagrados que compõem a Bíblia Os papas enterrados em São Pedro As declarações do Papa Bento XVI sobre a infância de Jesus Um processo contra o Papa As máquinas de multibanco no Vaticano As mensagens sub-reptícias nas obras de Miguel Ângelo O Estado do Vaticano Animais domésticos no Vaticano Ângelo Roncalli, o sargento do exército italiano que foi eleito Papa As cartas escritas ao Santo Padre O Carnaval Romano Os títulos do Papa O vencimento do Santo Padre As facções que ditarão a eleição do sucessor de Bento XVI O jogo de poderes na eleição do Papa que sucederá a Bento XVI O Supremo Tribunal da Penitenciária Apostólica O uniforme da Guarda Suíça

4 56. Vaticano é um paraíso A influência do Vaticano nos dias da semana João XXIII, o Papa com resposta na ponta da língua Fumo branco São Valentim Scala Santa O lugar com maior consumo de vinho do mundo Os feriados do Vaticano As pinturas da Basílica de São Pedro A correspondência de Francisco de Fevereiro de A nacionalidade dos papas ao longo da história O Domingo de Ramos no Vaticano Basílica de São Pedro às escuras Os nomes pontifícios Os problemas de estacionamento na Cidade do Vaticano Planta do Vaticano

5 11. Deveres e poderes do Santo Padre Concílio Vaticano II. O ofício de Pedro tem muitos deveres e poderes. Assim que o elegido toma posse é imediatamente chamado a cumprir muitos deles. O primeiro é responder a duas perguntas. Acceptasne electionem de te canonice factam in Summum Pontificem? (Aceita a sua eleição canónica como Sumo Pontífice?) Em caso negativo, prossegue a votação. Em caso afirmativo, segue-se a segunda pergunta. Quo nomine vis vocari? (Que nome deseja escolher?) O Papa não é obrigado a escolher um nome diferente do seu. Nenhuma lei o diz. Fazem-no apenas por tradição. O primeiro Papa a fazê-lo foi João II, no ano 533, cujo nome de baptismo era Mercúrio. 39

6 Até ao Papa Sérgio IV, em 1009, poucos mudaram de nome. A partir de Sérgio tornou-se tradição, e todos começaram a fazê-lo, excepto Adriano VI, em 1522, e Marcelo II, em O Sumo Pontífice eleito perde a ligação ao seu país de origem e torna-se cidadão do Vaticano (se ainda não o era até à data). São emitidos documentos que certificam essa nacionalidade e a total imunidade diplomática, irrevogável. É-lhe nomeado um confessor privado, jesuíta, que o confessa todas as sextas-feiras. Pode, se o desejar, escolher outro confessor. Só esse prelado tem poder para absolver o Santo Padre dos seus pecados. Todas as suas actividades diárias são supervisionadas pelos seus assessores, contudo, o Papa tem poder absoluto para modificar todas as normas e leis da Igreja como bem entender. A acrescentar a isto, quem ocupa o cargo não pode ser julgado por nenhum homem ou tribunal, em nenhuma parte do mundo. Já chega? Ainda não. Há mais. O Papa pode aprovar ou suprimir ordens religiosas, conceder indulgências, ainda que Leão X tenha levado isso ao extremo, vendendo-as. No entanto, é possível, actualmente, visitar muitas igrejas que concedem indulgências só pelo facto de se entrar nelas, outras que as concedem em determinadas condições (se entrar aos sábados, por exemplo). Só o Papa pode concedê-las. Também só ele pode tornar venerável, beatificar e canonizar. Depois do trabalho dos relatores da Congregação para a Causa do Santos, é ele quem tem a última palavra. O seu poder não se fica por aqui. Nomeia bispos e cardeais, cria dioceses, só ele pode fundar universidades pontifícias (como é lógico) e decretar as suas normas. Os concílios também só podem ser convocados por ele (mesmo que se lembre de o realizar enquanto está a fazer a barba, como o Papa João XXIII). É também ele quem regula as festas católicas. Com um estalar de dedos podia acabar com o Natal e ninguém podia fazer nada. Para além disto, promulga, modifica e elimina leis eclesiásticas, emite encíclicas e é o defensor supremo da Igreja contra a heresia. As sentenças do tribunal canónico passam todas pelo Papa. Mais, pode criar tribunais para analisar causas concretas e escolher os 40

7 membros que os compõem. E também só ele dispensa dos votos religiosos aqueles que querem dedicar-se a outra vida, e tudo isto sem receber um cêntimo, pois, pela lei canónica, o Papa não pode auferir um vencimento. 41