ECOBAGS: REUTILIZAÇÃO DE BANNERS NA PRODUÇÃO DE BOLSAS

Transcrição

1 ECOBAGS: REUTILIZAÇÃO DE BANNERS NA PRODUÇÃO DE BOLSAS Autores: Lariane Davila Borges de OLIVEIRA (Bolsista Interna); Isabela DAL-BÓ (Orientador IFC Campus Ibirama). Introdução O presente artigo refere-se ao projeto de extensão Ecobags que teve seu início em março de 2016 e está vinculado ao curso de Tecnologia em Design de Moda do Instituto Federal Catarinense IFC, Campus Ibirama. O projeto ecobags é fundamentado nos conceitos de sustentabilidade e moda. Sustentabilidade pode ser definida como um tripé que engloba economia, sociedade e meio ambiente. Como explica Denardin (2012, p.160) a sustentabilidade deve estar presente não apenas na intenção de diminuir o impacto ambiental, mas também no envolvimento e na consciência da responsabilidade social. Ao pensar em design de moda, o projeto pretende apresentar a possibilidade de utilizar diferentes recursos plausíveis de inclusão cultural, social, econômica e ambiental. Moda e sustentabilidade são áreas que, à primeira vista, não se assemelham, visto que a moda está relacionada com o transitório e, a sustentabilidade relacionada à durabilidade dos produtos e ao melhor uso viável dos recursos. O projeto Ecobags tem como objetivo reutilizar materiais oriundos de banners feitos de lona, descartados ou entulhados de maneira incorreta em todos os campi do Instituto Federal Catarinense IFC, dificultando e, até mesmo, impedindo a sua decomposição total. A ideia fundamental do projeto consiste em transformar esta matéria-prima, os banners, em bolsas e outros artigos, reutilizando o máximo possível do resíduo, para que ocorra o menor descarte do material. Paralelo à confecção serão realizadas ações de conscientização da comunidade interna e externa, por meio de oficinas gratuitas para que os participantes possam confeccionar suas próprias ecobags. Integralizando as turmas de ensino médio bem como as do superior, ocorrerão workshops relacionados ao tema.

2 Material e Métodos Segundo Salcedo (2014, p.32), a ecomoda engloba todas aquelas peças de roupas e outros produtos de moda feita por métodos não prejudiciais ao meio ambiente. Neste mesmo pensamento optou-se pelo termo ecobag, por ser a junção de ecologicamente correto e bolsas, transmitindo assim a ideia do projeto. O projeto está em andamento e já foi desenvolvido todo processo criativo, resultando em um modelo de bolsa ecológica, que incorpora ergonomia, design, sustentabilidade e com valor agregado das tendências de moda atuais. Após breves pesquisas e esclarecimentos sobre os conceitos de moda, sustentabilidade, logística reversa, upcycling o qual tem a ideia principal reutilização de materiais, a primeira etapa prática do projeto foi a identificação do problema. Verificou-se a grande quantidade de banners de lona em todas as unidades da instituição. A segunda etapa foi o desenvolvimento de alternativas, que teve como finalidade gerar ideias e testar os materiais. Para a escolha da peça final, levou-se em consideração: a resistência, a durabilidade, a ergonomia e o menor descarte de materiais utilizados. O modelo de bolsa desenvolvido tem um design unissex, possibilitando que todos possam usufruir. Com o modelo escolhido, deu-se início a uma campanha de arrecadação de materiais entre os quinze campi que compõem o Instituto Federal Catarinense. Por meio desta iniciativa, foram coletados aproximadamente 200 banners, que foram usados em seu primeiro ciclo de vida, na divulgação da própria instituição e também utilizados por docentes e discentes na apresentação em eventos. A arrecadação do material base para o projeto deu-se por meio de ofícios e s enviados a todos os campi. Os banners foram classificados, separados e limpos. Iniciou-se então a confecção das bolsas. A figura abaixo retrata as etapas produtivas da confecção da bolsa.

3 Fonte: imagens do autor, Figura 1. Etapas do processo de produção. Resultados e discussão As peças desenvolvidas nesse projeto, além do valor simbólico e de mercado agregado, servem para ir às compras, à praia, etc. São resistentes e confeccionadas de maneira responsável, carregando em sua confecção o valor do desenvolvimento sustentável. Estabeleceu-se a modelagem padrão e desenvolveu-se a ficha técnica com todas as informações do produto: a) Dimensões: 35 cm X 40 cm, com uma alça de 04 cm X 70 cm; peso: 150 gramas; b) Máquina: de costura reta com agulha nº 100 grossa para jeans; c) Aviamentos: linha 100% poliéster; d) Tempo estimado de produção: meia hora por unidade. e) Peso suportado: 5 kg sem objetos perfurantes.

4 A figura abaixo representa o resultado da produção do primeiro semestre, aproximadamente 100 unidades. Figura 2. Peças prontas. Fonte: imagens do autor, 2016 Figura 2. Peças prontas. Conclusão A lona jogada na natureza demoraria aproximadamente 100 anos para se desintegrar. Analisando esta informação, o projeto ecobags visa à conscientização através da reutilização de banners, transformando-os em bolsas. Até o presente momento já foram confeccionadas cerca de 130 bolsas das 200 ecobags que se tem como meta até o final do projeto, as quais serão distribuídas no lll November Mode, semana acadêmica do curso Tecnólogo em Design de Moda do Instituto Federal Catarinense do Campus Ibirama que acontece anualmente no mês de novembro. Além da distribuição no evento, serão oferecidos duas oficinas e dois workshops para a comunidade no segundo semestre de 2016, nos quais as pessoas serão conscientizadas do benefício do produto em relação ao meio ambiente e a sociedade, podendo a partir daí confeccionar suas próprias bolsas.

5 A proposta da confecção das ecobags é uma atitude de sustentabilidade, de preocupação com o meio ambiente, com as pessoas e com as futuras gerações. É apenas uma pequena parte de um todo, o começo, que deve partir de cada cidadão ou entidade. Referências DENARDIN, K.S. Sustentabilidade na moda: casos de reaproveitamento e economia solidária. In: Moda, sustentabilidade e emergências. CARLI, Ana Mery Sehbe de; VEZON, Bernadete Lenita Susin (Orgs.) Caxias do Sul: EDUCS, SALCEDO, Elena. Moda ética para um futuro sustentável. São Paulo: Gustavo Gili, 2014.