Regulamentação das profissões e da Educação Física
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- Dalila de Sequeira Rocha
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1 Regulamentação das profissões e da Educação Física Os Bastidores da regulamentação do profissional de Educação Física - Renan de Almeida A inserção da regulamentação da profissão na área de Educação Física, dez anos depois - Marco Antonio Bettine de Almeida et al Regulamentação da Educação Física no Brasil História CONFEF
2 Processo histórico de regulamentação da profissão Educação Física Regulamentação das Profissões no Brasil Política, burocracia e regulamentação das profissões Quais as consequências (negativas e positivas) para a área profissional e acadêmica da EF? Regulamentação da profissão Educação Física Movimentos a favor e contrários à regulamentação da EF
3 Regulamentação das profissões no Brasil Início nas décadas de 1940 a 1960 Advogado, dentista, economista, enfermeiro, arquiteto, agrônomo, entre outros... Iniciativa: Estado Objetivo: Centralizar a fiscalização e o controle Criação de leis Estrutura administrativa Estrutura burocrática para controle dos sindicatos e profissionais liberais Vantagem: garantia benefícios trabalhistas Desvantagem: Limitava a autonomia sindical/profissional
4 Regulamentação das profissões no Brasil Por um lado: ESTADO Controle sobre os grupos profissionais Por outro lado: INTELLIGENTSIA Formação de uma elite intelectual dentro dos grupos profissionais Proteção contra o controle do Estado Luta pela autonomia profissional Defesa contra leigos Reserva de mercado
5 Regulamentação das profissões no Brasil CARACTERÍSTICAS DA REGULAMENTAÇÃO (a) Nunca é consensual necessita de lei (b) Reserva o direito de exercício profissional (c) Propõem formas de ingresso e pagamento a partir de um diploma (d) Expõe o corporativismo porque o exercício da profissão é fiscalizado pela própria classe e não pela sociedade a quem cabe servir (e) Permite críticas, devido ao pagamento de taxas regulares e a tão famosa reserva de mercado, em que só afiliados à classe podem exercer a profissão.
6 Início dos anos de ª FASE - Manifestação dos profissionais a respeito da necessidade da regulamentação da EF Tentativa de criação de um Conselho para a profissão EF 1946: Federação Brasileira das Associações de Professores de Educação Física (FBAPEF) APEF RIO DE JANEIRO APEF RIO GRANDE DO SUL APEF SÃO PAULO Idealizadores da Regulamentação da EF Inezil Penna Marinho Jacinto Targa Manoel Monteiro
7 - 1ª FASE - III Encontro de Professores de Educação Física Ano: 1972 Realizado no Rio de Janeiro Propostas discutidas: Conselhos Regionais de Educação Física Conselho Federal de Educação Física Conselhos eram necessários para regulamentar a profissão Necessário a criação do Código de Ética do Profissional de EF Ações efetivas só aconteceriam na década de 1980
8 Década de ª FASE - MARCO: Tramitação do projeto de lei relativo à regulamentação da EF vetado pelo Presidente da República Cresceu em todos os Estados o sentimento pela necessidade da regulamentação da profissão Educação Física 22/nov/1983: reunião com diretores, professores e estudantes de Escolas de Educação Física (graduação) Proposta: discutir a atuação do profissional de EF Criação de uma instituição orientadora, disciplinadora e regulamentadora do exercício profissional Projeto de lei: Conselho dos Profissionais de Educação Física
9 - 2ª FASE - Projeto de lei: Conselho dos Profissionais de Educação Física 1) Discussão: professor profissional de Educação Física Comunidade responsável pela Educação Física: atuantes na área escolar e não-escolar Alerta: impossível criar um Conselho de Professores de Educação Física restrição a atuação como professor. Década de 1980: discussões sobre identidade acadêmica da EF Sugestões: mudar o nome de Professor de Educação Física para Cineantropólogo Antropocinesiólogo Kinesiólogo Antropocineólogo NÃO HÁ CONSENSO!
10 - 2ª FASE - Projeto de lei (paralelo) 4559/84 Conselho Federal e os Regionais dos Profissionais de Educação Física, Desporto e Recreação Oficialmente: 1º projeto de regulamentação da profissão Foi aprovado pelo Congresso Nacional Foi vetado pelo Presidente da República José Sarney Motivo: os professores de EF já estariam subordinados ao MEC, logo estariam devidamente regulamentados
11 Década de ª FASE - Regulamentação da EF aprovada pelo Congresso e promulgada pelo Presidente da República em 01/09/ Parecer favorável a criação do bacharelado em EF Espaço de atuação profissional em EF não regulado pelo MEC 1994 Grupo de estudantes de EF (RJ) ficaram preocupados no o número crescente de pessoas sem formação atuando no mercado de trabalho emergente (academias, clubes, condomínios) Era necessário um instrumento jurídico que determinasse como profissionais de EF responsáveis pela dinamização de exercícios físicos, aqueles egressos das Escolas de Educação Física
12 - 3ª FASE - Movimento Nacional pela Regulamentação do Profissional de EF Lançado em 1995 Idealizadores: Jorge Steinhilber; Sergio Sartori; Walfrido Amaral ; Ernani Contursi Formado por colaboradores que constituíam uma rede de comunicação, informação, mobilização e adesão Participavam instituições, meios de comunicação, profissionais e estudantes Característica: pluripartidário e democrático
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14 - 3ª FASE - Projeto de lei n.330/ Deputado Federal Eduardo Mascarenhas apresentou o projeto de lei na Câmara dos Deputados Relator, Dep. Fed. Paulo Paim, fez recomendações: Se a profissão fosse exercida por pessoa desprovida de formação/qualificação, ofereceria risco à saúde da população Real necessidade de conhecimentos técnicos-científicos para o desenvolvimento da atividade profissional Atividade profissional deveria ser exercida exclusivamente por profissionais de nível superior, formados em curso reconhecido pelo Ministério da Educação e Desporto Projeto não propusesse a criação de uma reserva de mercado em detrimento de outras profissões com formação parecida
15 - 3ª FASE - LEI 9696/98 1º de setembro de 1998, Fernando Henrique Cardoso, presidente da República na época, sancionou a lei 9696/98, aprovando a lei que regulamenta a profissão de Educação Física 1998 eleição dos primeiros membros do CONFEF CONFEF Conselho Federal de Educação Física Entidade civil sem fins lucrativos Objetivo: orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício do profissional de EF Profissional de EF: único que possui prerrogativa para atuar na área da EF, com o condicionante de ser registrado em um Conselho Regional de EF
16 DEFENSORES A regulamentação limitaria quem poderia atuar na EF Só profissionais da EF registrados no CREF Imposição de critério de ingresso no exercício profissional sob fiscalização e decisão do Conselho Necessidade de proteção do mercado de trabalho em EF Pessoas sem formação estavam atuando na área de EF Afastaria os leigos, ex-praticantes e ex-atletas
17 DEFENSORES QUALIDADE DA ATIVIDADE DESENVOLVIDA Regulamentação elevaria a qualidade das aulas de EF, pois só profissionais (pessoas com formação de nível superior) poderiam atuar no mercado de trabalho em EF Proteção da expertise: só formados adquirem conhecimento especializado da área da EF Proteção aos usuários: melhora da qualidade do serviço prestado pelo profissional de EF Profissional orientado pelo código de ética profissional PRINCÍPIO DE OUTRAS PROFISSÕES
18 QUALIDADE DA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DEPENDE: Regulamentação Dos cursos de formação profissional Reserva de mercado Código de ética profissional Conhecimento especializado da EF Conhecimento científico Conhecimento acadêmico Conhecimento tácito CREDENCIALISMO PROTEGE EXPERTISE Autonomia Livre exercício profissional Princípios que norteiam sua ética AUTONOMIA
19 CRÍTICAS Publicação 046/2002 Ampliação das áreas de atuação da EF Profissionais de dança: posição contrária a colocação da Dança como campo de atuação específico da EF Resultado: Lei 7370/02: EXCLUI da fiscalização os profissionais de dança, lutas marciais, yoga e capoeira Principal crítica: Conceito de atividade física relacionado à qualquer movimento humano. Compreensão geral, abrangeria todas as atividades relacionadas com o movimento humano Dança, ioga, lutas ficariam subordinadas à EF Dança: o movimento humano é um meio de expressar uma arte Ioga: Atividade que busca o equilíbrio mental/corporal envolvendo respiração e concentração Artes marciais: não seriam atividades próprias da EF
20 Tendência... REGULAMENTAÇÃO continue a ser lei Profissionais do bacharelado continuem se credenciando no CREF, por determinação legal Maioria dos profissionais regulamentados estão distantes das discussões sobre a própria profissão As discussões sobre regulamentação da EF ainda ficarão restritas: meio acadêmico Espaços de poder como Conselhos, secretarias, estados, municípios
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