Oficio nº 008/2016 GabPres. São José/SC, 18 de março de 2016

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1 Ao Excelentíssimo Senhor DR. GILBERTO KASSAB MD MINISTRO DAS CIDADES Brasília DF Oficio nº 008/2016 GabPres. São José/SC, 18 de março de 2016 Excelentíssimo Senhor Ministro, Cumprimentando-o, vimos respeitosamente à presença de Vossa Excelência cumprir nosso papel de representantes da classe dos Fabricantes de placas de veículos automotores, no intuito de contribuir e principalmente alertar aos Órgãos Públicos competentes, quanto aos possíveis percalços que surgem em meio à edição da Resolução do CONTRAN, que definirá os padrões da placa Patente MERCOSUL. É profundamente lamentável assistir a cada dia novas Resoluções do CONTRAN serem reavaliadas, procrastinadas ou simplesmente revogadas poucos dias após sua publicação. Temos afirmado reiteradas vezes, que não haverá melhor oportunidade de equipararmos as placas de identificação aos demais eleme n- tos de identificação do veículo. Sentimento de grave preocupação nos assola diante do número abusivo de subtração de veículos, placas frias ou clonadas, sabedores de que pouco está sendo feito para alterarmos esta teratológica realidade. Não é diferente na saúde, educação e na segurança pública, as noticias são igualmente tortuosas. Precisamos mudar esta triste realidade em que se encontra nosso país, e só alcançaremos essa meta quando cada brasileiro fizer a sua parte, governo, sociedade organizada e população. Mudemos esta realidade ou a realidade nos defenestrará em futuro muito próximo. Prosseguindo, elencamos alguns dos prováveis temas questionáveis na atual Resolução: 1

2 1. Identificação dos Municípios nas placas. É inadmissível que um país de proporções continentais como o Brasil, seja conjecturado retirar a identificação dos Estados e Municípios das placas. A identificação do Município de origem não é apenas detalhe cultural que acompanha nossas placas desde os primórdios de sua implantação, mas, forte auxiliar do controle e avaliação das frotas, tanto na esfera policial quanto do respeito ao pacto federativo. O veículo é ident i- ficado, trafega e paga seus tributos no Município e não na União. Pensar ao contrario é inverter o curso dos rios; é pagar para ver nova publicação. Historicamente as placas veiculares brasileiras sempre tiveram a identificação do domicilio no serviço de emplacamento, representados pela sigla do estado e nome do Município. Este procedimento viabiliza ao menos uma troca de placas no período de cinco anos e não serve somente para que o DETRAN arrecade taxas de autorização e instal a- ção de placas e lacres, mas viabiliza uma vistoria de identificação que acontece sempre na troca das placas. Além disto, contribui decisivamente para a diminuição de placas deterioradas e com baixa legibilidade, que causam problemas principalmente para os controladores com sist e- ma de OCR. Lembramos, ainda, que a esmagadora maioria dos fabricantes de placas do País é de micro ou pequenas empresas, localizados em quase todos os municípios brasileiros, e que realizam localmente seus serv i- ços. A retirada da identificação do Município inviabilizaria economic a- mente sua atividade, pois favorece surgimento de grandes MONOPÓ- LIOS a quem realmente interessa a adoção de uma placa GENÉRICA. É a indesejável concentração de recursos nas mãos de poucos, que tanto tem afligido a política nacional. 2. Qualidade dos insumos. O DENATRAN já deveria ter prestado as informações e documentação comprobatória acerca das especificações técnicas e testes laboratoriais dos insumos da placa padrão MERCOSUL. Lembrando que a Resolução GMC N O. 33/2014 está em vigor desde 01/01/2016 e em fase de implantação em outros países do MERCOSUL. 2

3 Vale ressaltar que a publicação da Resolução CONTRAN N O. 510/2014, que em seguida teve seus Anexos I e II suspensos, está causando insegurança ao setor, visto que carece de uma definição urgente que permita as empresas adaptar o parque industrial para produção das novas placas. A ANFAPV já apresentou, em outras oportunidades, sugestões que viriam dar uma maior transparência e controle na fabricação das placas de identificação. 3. Películas refletivas. Fabricantes e usuários merecem saber se o DENATRAN tem realizado de estudos e testes que indicam a possibilidade do uso indispensável de elementos de segurança e rastreabilidade nas películas a serem aprovadas pelo órgão. Desta forma, poderíamos evitar o fato de determinada película apresentar graves desconformidades em menos de um ano de uso, o que poderia ser evitado, adotando-se padrões de qualidade existentes e com renovações de credenciamento a cada dois anos. É hora de criarmos mecanismos de controle, credenciar ou homologar os produtos para que não sejam vendidos de forma irresponsável e descontrolada e sem a sempre necessária rastreabilidade. São dúvidas que merecem respostas técnicas e conclusivas. 4. Gravação dos Códigos Bidimensionais. Os códigos bidimensionais apesar de não prevenirem a falsificação das placas veiculares terão um papel fundamental na rastreabilidade do processo de produção no Brasil, pelas empresas que atenderão a produção para a frota regularizada em todo o país. Por esta razão os códigos bidimensionais devem ser impressos com uma tecnologia que os tornem indeléveis, e por isso se recomenda a impressão a laser, pois poderão ser utilizados na fiscalização e perícia de veículos apreendidos. Os códigos QR Code ou Datamatrix são largamente empregados na indústria e comercio e podem ser lidos por telefones celulares com aplicativos próprios. 3

4 Não é novidade, que num país continental como o Brasil, a rastreabilidade da produção se fará imprescindível para coibir o uso criminoso das placas veiculares. 5. Elementos de segurança. Sabemos que a falsificação e a pirataria de produtos provocam elevados prejuízos para a indústria regular e ao erário. A clonagem das placas veiculares, em nosso país, atinge níveis alarmantes, e tem provocado diversos prejuízos aos proprietários de veículos, tanto material quanto moral, ao se verem envolvidos em crimes cometidos com os veículos fraudados. Uma das maiores discussões do mercado gira em torno da especificação do Dispositivo Oticamente Variável, o DOV ou Holograma, aplicado na superfície das placas semi-acabadas, para garantir a autenticidade e responsabilidade sobre os materiais utilizados. É o elo que permite identificar a corresponsabilidade do fabricante da placa primaria com o fabricante que vai estampar a placa de identificação veicular no Brasil. É a busca para garantir a autenticidade, tais como as utilizadas nas cédulas monetárias, CRVs, CNHs, entre outros. É o único elemento de segurança a ser utilizado nas placas. A demora e a indefinição sobre os rumos que serão tomados com relação ao arcabouço técnico das placas podem inviabilizar, mais uma vez, o início desta operação, o que seria desastroso e lamentável. Nunca é demais lembrar de que se trata de um acordo internacional e que a Lei Brasileira determina que: s- ). e- Certos de que nossos comentários e questionamentos servirão para ampliar e contribuir de forma positiva na discussão em torno de uma definição 4

5 do assunto em questão, mais uma vez, colocamo-nos a vossa inteira disposição para maiores esclarecimentos que se fizerem necessários. Respeitosamente, Cláudio Roberto Gaiewski Martins Presidente da ANFAPV 5