A pedra em superfícies arquitectónicas
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- Manoel Valverde Rico
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1 A pedra em superfícies arquitectónicas Projecto e desempenho J. Delgado Rodrigues Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa Lisboa, Maio de
2 Projecto: Definição de parâmetros que permitam cumprir expectativas... Que pedra vou usar? Que alternativas tenho? Como escolho? Que propriedades são relevantes? Como deve ser aplicada? Tenho ideia de como se vai comportar? 2 2
3 Que funções são esperadas da pedra? 3 3
4 Encontramo-la em grandes obras de engenharia: Essencial que tenha resistência suficiente. 4 4
5 Encontramo-la em obras de grande qualidade arquitectónica: Deverá ter resistência suficiente, E contribui para a imagem da obra a sua componente estética. 5 5
6 Encontramo-la em obras de grande qualidade artística Esperamos que ela permita transmitir a mensagem artística, A sua superfície passa a ser determinante. 6 6
7 Encontramo-la em fachadas e coberturas modernas Com funções de protecção, E com inegável papel na imagem da obra. 7 7
8 Que características dos materiais suportam aquelas funções? 8 8
9 De que depende, então, a resistência? Do tipo petrográfico (i.e. da composição mineralógica) Calcário vs. granito vs. basalto, Da porosidade Calcário Ançã vs. Lioz vs. Mármore, Do estado de alteração Granito são vs. granito alterado. 9 9
10 Para juntar componente estética, o que precisamos buscar? A estrutura do material A textura e a cor 10 10
11 Se é a qualidade artística... Todos os pormenores podem ser relevantes: A trabalhabilidade do material, As cores, etc
12 Se são funções vincadamente tecnológicas Será bom que se comprovem os parâmetros críticos: Porosidade e permeablidade? Resistência aos agrafes? Resistência ao escorregamento? 12 12
13 Sabemos nós prever as consequências das nossas escolhas? Há forma de o fazer? Faz-se sempre bem? Seria possível fazer melhor? 13 13
14 Quando o arquitecto optou por material fácil de trabalhar, teve ele a percepção do resultado? teria sido possível usar um calcário menos poroso? houve outros condicionamentos, para além da estética? 14 14
15 Aqui, o arquitecto NÃO sabia! que os minerais argilosos desencadeiam processos perigosos, e o seu conhecimento prático foi claramente insuficiente! Mas nós não teremos as mesmas desculpas, hoje!! 15 15
16 Mas não teria obrigação de saber... Que uma pedra muito porosa facilita a ascensão por capilaridade? E que poderiam ser tomadas medidas mitigadoras? 16 16
17 Aaula Aberta do Investigador Coordenador J. Delgado Rodrigues ao CD-ARQ, Disciplina de J Aguiar Que as questões estéticas não deveriam ser as únicas a ter em conta, parece uma questão óbvia... mas ainda hoje não o é! 17 17
18 Ainda que do mesmo tipo petrográfico o granito são dois materiais muito diferentes
19 Saberia ele (sabemos nós?) que o comportamento poderia ser desastroso? 19 19
20 As pedras não têm igual bioreceptividade: Pelo que um calcário e um arenito colocados lado a lado podem dar mau resultado! 20 20
21 No grupo das rochas sedimentares (no caso dos calcários e arenitos) onde os minerais argilosos podem determinar o seu comportamento: 30 Ançã Este modelo interpretativo pode ajudar a prever comportamentos. e [ % ] 15 P o r o s i d a d 10 Miocénico Boiça Coimbra Segundo J. Delgado Rodrigues, 1988 expansibilidade x 10-4 [ l / l0] 21 21
22 Textura, estrutura e outros elementos presentes poderão ser postos em evidência por acção da degradação, Pelo que uma superfície lisa, ou polida, pode ver a sua imagem fortemente modificada com o passar do Tempo
23 O uso em pavimentos interiores e exteriores entram em jogo: A resistência ao desgaste e ao escorregamento Mas a durabilidade é também factor determinante
24 Em reabilitação e conservação, os materiais estão lá, e temos de os compreender, evoluem, e temos de perceber os seus percursos, perdem eficácia, e temos de os tratar ou substituir
25 Comecemos pelos problemas: 25 25
26 A fraca coesão da pedra associada à cristalização de sais pode causar danos irreparáveis e conduzir a situações de estabilidade crítica
27 A presença de minerais argilosos desencadeia formas de degradação típicas e os danos são sempre de monta
28 A colonização biológica vai muito além de uma simples perturbação da imagem,... E pode ser muito destruidora
29 No mármore e no calcário, a biocolonização pode deixar impressões digitais muito evidentes
30 Com grande ampliação, vê-se que os danos podem ocorrer bem dentro da pedra. cianobacterias Cavidades produzidas por alteração química Coloração efectuada por tratamento de imagem (Foto de C. Ascaso) 30 30
31 Os granitos aplicados já muito alterados podem evoluir fortemente e causar problemas sérios de conservação
32 As superfícies expostas em meio urbano adquirem sujidade e perdem legibilidade, Frequentemente têm associada a formação de crostas e a perda da superfície decorada. 32
33 ... E as soluções? O que fazer? Como fazer? Cada problema precisa de solução,!... mas não de uma qualquer 33 33
34 Se se trata de perda de coesão, poderemos pensar em reforçar a pedra, a consolidação pode, pois, ser uma opção... Mas esta deve ser uma decisão muito ponderada e comprovada! 34 34
35 De facto, há muitos casos mal sucedidos, onde ocorreram danos severos Porque o tratamento produziu crosta pouca espessa e muito dura, Que acabou por se destacar
36 Se pensarmos agora na colonização biológica... Vamos ter em conta que as superfícies podem estar muito sensíveis, E que os seus ocupantes devem ser eliminados sem causar danos
37 Como seres vivos que são, Eles são sensíveis a venenos e a outros processos específicos para eliminar seres vivos, Que casos espontâneos como este indiciam
38 E que estudos experimentais demonstram
39 Mas, acima de tudo Pensemos que usar métodos fortemente abrasivos será um erro grosseiro, Ainda que a produtividade seja elevada! 39 39
40 Pois Uma superfície que se apresenta rugosa não deve acabar por ficar lisa! 40 40
41 ... E voltar ao imaculadamente branco, não é argumento que se possa defender! 41 41
42 A sujidade e as crostas negras causam dano e/ou perturbam a imagem do objecto, Pelo que é necessário cuidar delas, Contudo, sendo aparentemente simples, estão longe de ser assunto trivial
43 Água nebulizada e escovagem suave são operações muitas vezes apropriadas, 43 43
44 Pastas e compressas podem ser necessárias em superfícies mais delicadas e situações mais difíceis, 44 44
45 E a tecnologia LASER será apropriada para as situações-limite em termos de valia artística da superfície e sensibilidade do estado de degradação
46 Mas, acima de tudo Não se remova a superfície juntamente com a sujidade! 46 46
47 E, já agora Vamos coordenar esforços não puxe cada um para seu lado! 47 47
48 Obrigado 48 48
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