TITULO: AUTORES INSTITUICAO: ÁREA TEMÁTICA Introdução
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1 TITULO: LABORATÓRIO DE PARASITOLOGIA ABERTO À COMUNIDADE E COM ATIVIDADES EM CAMPO AUTORES: Maria Lena Melo Mariano ( lena@uesc.br) Ravena Magalhães Maurício ( ravena.mauricio@bol.com.br) Alexsandro Tartaglia ( atartaglia@bol.com.br) INSTITUICAO: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ UESC - Ilhéus-BA ÁREA TEMÁTICA: Saúde Introdução Segundo referenciado por Monteiro Lobato em 1919, 17 milhões são caricaturas derreadas no físico e no moral pela ancylostomíase; a inteligência do amarelado atrofia-se e a triste caricatura vive em soturno urupê humano, incapaz de ação, incapaz de vontade, incapaz de progresso; os escravos dos vermes; em conseqüência da escravidão do homem ao verme, fez o país em andrajosa miséria econômica, resultado natural da miséria fisiológica. (Neves, 2000). A existência de projetos sociais, financiados seja por instituições particulares ou públicas, tem especial importância no Brasil, principalmente em nossa região por considerar que estes projetos amparam indivíduos desassistidos cultural e economicamente e que, por isso, são alvo de um ciclo inóspito, propenso à aquisição de doenças, dentre elas, as parasitoses humanas. Salienta-se que, em indivíduos mal-nutridos, as parasitoses constituem fatores importantes de anemia e desnutrição em virtude de terem suas reservas orgânicas disputadas pelas necessidades energéticas do indivíduo e pela ação espoliativa dos parasitos. Assim, quanto mais variadas forem as espécies e o número de exemplares destes parasitos, maior o déficit nutricional, ou seja, maior quantidade de nutrientes são retirados do organismo parasitado. Nesse contexto, o laboratório de parasitologia da Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC, que tem como meta dar suporte ao ensino, pesquisa e extensão, através do Projeto Laboratório de Parasitologia Aberto à Comunidade, há sete anos presta atendimento à comunidade de baixa renda. Uma das metas alcançada como estratégia para a melhoria das aulas práticas da disciplina Parasitologia é a realização de atividades desenvolvidas em campo, por considerar que a articulação entre conteúdo teórico/prático e em campo é de fundamental importância como instrumento facilitador de aprendizagem. Sendo assim, levamos o projeto Laboratório de Parasitologia Aberto à Comunidade bem mais próximo das comunidades atuando diretamente através de atividades didático-pedagógicas, permitindo que os alunos vivenciem
2 os fatores determinantes das doenças parasitárias ao tempo em que favorece a comunidade desassistida a oportunidade de realização de exames coproparasitológicos Esta atividade extensionista é desenvolvida em etapas, a cada semestre pelos alunos de enfermagem que estejam cursando a disciplina de Parasitologia Humana. Objetivos Consolidar a metodologia de ensino universitário, respaldada na tríade: ensino, pesquisa e extensão; Viabilizar aulas práticas da disciplina através da conservação das amostras recebidas no laboratório; Iniciar a pesquisa científica, visando integração da classe universitária com a comunidade e permitindo visão realista dos fatores determinantes das doenças parasitárias; Capacitar estagiários, treinando-os intensivamente em metodologias e técnicas aplicadas ao diagnóstico das parasitoses intestinais; Conduzir o estagiário e alunos à socialização do saber através da construção do conhecimento junto à comunidade, a partir de atividades educativas e preventivas; Levar o aluno a desenvolver atividades sócio educativas, promovendo interação professor, aluno e comunidade, como estratégia da disciplina de parasitologia; Favorecer a comunidade carente através da realização de exames coproparasitológicos; Diagnosticar a realidade higiênico-sanitária e de enteroparasitoses, visando criar ações básicas para minimizar a incidência de parasitoses nas comunidades; Fazer um diagnóstico social através de técnicas específicas para conhecer e ter uma percepção da realidade da comunidade e promover atividades educativas e preventivas; Traçar o perfil epidemiológico regional de doenças parasitárias. Metodologia O referido projeto conta com o apoio de dois estagiários remunerados, que se revesam no atendimento diário aos pacientes, desenvolvendo as seguintes atividades: Divulgação por meio de informações verbais e não-verbais, com distribuição de panfletos; Entrega de recipientes coletores aos interessados, orientando-os como proceder à coleta da amostra para a realização do exame parasitológico; Recebimento das amostras a serem analisadas, as quais serão identificadas e registradas; Registro do paciente em livro-ata, sua procedência e o resultado do diagnóstico parasitológico;
3 Preparação do material coproparasitológico para a análise através dos métodos de Baermann/Moraes e Sedimentação Espontânea (Lutz ou HPJ); Entrega de resultados acompanhados de panfletos informativos com medidas profiláticas contra as parasitoses intestinais. Encaminhamento para a conclusão do diagnóstico clínico no posto médico; Mensalmente, os dados compilados são enviados à Pró Reitoria de Extensão da UESC para conhecimento e são disponibilizados para órgãos públicos, tais como, secretarias de saúde, a fim de suscitar ações efetivas de prevenção e tratamento da comunidade acometida pelas doenças parasitárias e ainda arquivados como fonte de dados para o desenvolvimento dos trabalhos de levantamento epidemiológico, objeto de apresentações em diversos congresso. Por ocasião dos períodos de atividades em campo, o projeto envolve ainda os acadêmicos dos cursos de Enfermagem, acompanhados da monitora e da professora da disciplina Parasitologia Humana, ocorrendo em duas etapas, a saber: Fase exploratória ou de sensibilização preparatória ou 1ª etapa Treinamento da equipe de alunos e avaliação preliminar da metodologia; Escolha e definição da área de trabalho; Envolvimento social local (interação com Unidades Básicas de Saúde locais, caso existentes e/ou presidente da Associação de Moradores da Comunidade); Aprofundamento da análise, discussão e reflexão das atividades propostas; Identificação do conhecimento prévio da comunidade a respeito das parasitoses intestinais, através da expressão individual sob a forma de desenhos e gravuras; A partir desse conhecimento pré existente diagnosticado, um conjunto de diversos métodos e técnicas são implantados, tais como: observação dos hábitos e costumes da população em estudo, palestras e dinâmicas educativas a respeito das parasitoses intestinais, pediculose, higiene pessoal e familiar, lixo, água, saneamento básico, observação microscópica de formas evolutivas dos parasitos e macroscópica das formas adultas, apresentação de peças teatrais, brincadeiras e atividades lúdicas com participação comunitária, sempre procurando abordar aspectos básicos relacionados ao ciclo evolutivo, diagnóstico, sintomatologia, causas, consequências, medidas profiláticas e tratamento das parasitoses intestinais humanas. Avaliação das atividades desenvolvidas em campo durante e 1ª etapa, através da elaboração de relatório parcial, contendo informações que irão subsidiar a 2ª etapa.
4 Fase de execução levantamento ou 2ª etapa Compreende as seguintes atividades: Aplicação de questionários semi-estruturados junto aos representantes de cada família sob forma de entrevista. Cada grupo de alunos compõe uma equipe e esta fica responsável por um determinado número de famílias; Levantamento da incidência de determinado parasito e das parasitoses intestinais; Encaminhamento dos resultados à Secretaria de Saúde do Município para prescrição dos medicamentos e liberação destes para devido tratamento da população; Realização de palestras educativas abordando temas diversos como: medidas profiláticas a serem adotadas para evitar as contaminação, plantas medicinais e as diversas formas de utilização, dentre outras; Avaliação do projeto gerando relatório conclusivo. Resultados Conforme relato dos alunos a implantação dessas atividades têm oportunizado melhoria da qualidade das aulas práticas da disciplina, associando teoria à realidade social, despertando e permitindo ao aluno perceber a aplicabilidade dos conhecimento teóricos e práticos adquiridos, assim como efetiva consciência de cidadania, independência de pensamento e capacidade crítica, capazes de transformar o mundo para melhor, podendo, assim, influenciar na formação do futuro profissional da área de saúde. O projeto tem ajudado tanto profissionais como a população a compreenderem melhor as raízes dos seus problemas de saúde e buscarem novos modos de viver e se relacionar com a natureza e a sociedade.
5 Referências Bibliográficas CIMERMAN, B. & CIMERMAN, S. Parasitologia Humana e seus fundamentos. 1 ed. São Paulo: Atheneu, p. DE CARLI, G. A. Diagnóstico Laboratorial das Parasitoses Humanas - Métodos e Técnicas. 1 ed. Rio de Janeiro: Medsi, p. NEVES, D. P.; MELO, A. L. & GENARO, O et al. Parasitologia Humana. 10 ed. São Paulo: Atheneu, p. REY, L. Bases da Parasitologia Médica.1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p.
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