ÍNDICE GERAL. Município da Madalena Plano Municipal de Emergência de Protecção Civil

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2 ÍNDICE GERAL PARTE I ENQUADRAMENTO GERAL DO PLANO 8 1. Introdução 8 2. Âmbito de aplicação 9 3. Objectivos gerais Enquadramento legal Antecedentes do processo de planeamento Articulação com instrumentos de planeamento e ordenamento do território Activação do plano Competência para a activação do Plano Critérios para a activação do Plano Programa de exercícios 25 PARTE II ORGANIZAÇÃO DE RESPOSTA Conceito de actuação Comissões de Protecção Civil Execução do plano Fase de emergência Fase de reabilitação Articulação e actuação de agentes, organismos e entidades Missão dos agentes de Protecção Civil Fase de emergência Fase de reabilitação Missão dos organismos e entidades de apoio Fase de emergência Fase de reabilitação 39 PARTE III ÁREAS DE INTERVENÇÃO Administração de meios e recursos Logística Apoio logístico às forças de intervenção Apoio logístico às populações Comunicações Gestão de informação Gestão de informação entre as entidades actuantes nas operações Gestão de informação às entidades intervenientes no plano Informação pública Procedimentos de evacuação Manutenção da ordem pública Serviços médicos e transporte de vítimas Socorro e salvamento Serviços mortuários Protocolos 59 PARTE IV INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR 60 SECÇÃO I 60 2

3 1. Organização geral da Protecção Civil em Portugal Estrutura da protecção civil Estrutura das operações Mecanismo da estrutura da protecção civil Composição, convocação e competências da Comissão de Protecção Civil Critérios e âmbitos para declaração de situações de alerta, contingência ou calamidade Sistemas de monitorização, alerta e aviso 69 SECÇÃO II Caracterização geral Caracterização física Aspectos geomorfológicos genéricos Caracterização climática Caracterização sumária hidrográfica e recursos hídricos Uso do solo Caracterização socioeconómica Análise da população Caractrização geral do edificado Rede escolar Tecido empresarial e sectores de actividade mais representativos Caracterização das infra-estruturas Redes viárias Portos e varadouros Aeródromo Hospitais Instalações dos agentes de Protecção Civil Instalações militares Telecomunicações Abastecimento de água Abastecimento de electricidade Combustíveis Meios e recursos Caracterização do risco Enquadramento geográfico e geotectónico Caracterização geológica e vulcânica da ilha do Pico Identificação dos perigos e dos riscos Risco vulcânico Introdução Estilos eruptivos Caracterização dos diversos perigos vulcânicos Escoadas lávicas Projecções de trajectória balística, dispersão e queda de piroclastos Fluxos de lama e de detritos (lahars) Gases vulcânicos Colapso do edifício vulcânico Sismos vulcânicos 116 3

4 Resumo dos Perigos/Riscos Vulcânicos e Vulnerabilidades Associadas Probabilidade de Ocorrência e Cenários Eruptivos Risco sísmico Sismicidade da Ilha do Pico Perigosidade sísmica Vulnerabilidades associadas Risco de Movimentos de Massa Generalidades Identificação de Perigos Vulnerabilidades associadas Risco de Cheias Hidrologia da Ilha do Pico Identificação de Perigos Vulnerabilidades associadas Riscos Oceanográficos e de Tsunami Generalidades Geologia Costeira da Ilha do Pico Identificação de Perigos Vulnerabilidades associadas Riscos Tecnológicos e Antrópicos Generalidades Acidentes Rodoviários Acidentes Marítimos Acidentes decorrentes da movimentação e armazenagem de hidrocarbonetos e de outra sub- s sub. 160 perigosas Acidentes aéreos Acidentes Industriais Incêndios Urbanos Colapso de Estruturas e Ruptura de Reservatórios Acessibilidades Poluição Sonora e de Partículas Sólidas Acidentes na Montanha do Pico Estratégias para a mitigação de riscos Cenários Cartografia 184 SECÇÃO III Inventário de meios e recursos Lista de contactos dos elementos da CMPC Modelos de relatórios e comunicados Modelos para instalar os desalojados Zonas de reunião de mortos Lista de distribuição do plano Lista de contactos de entidades de apoio Lista das siglas Legislação 185 4

5 10. Dados de actualização do PME Bibliografia Glossário 193 ÍNDICE DE FIGURAS Fig. 1. Níveis de alerta em função da gravidade de um evento e medidas correlativas a adoptar 23 Fig. 2. Fluxograma evidenciando os procedimentos e as entidades envolvidas na triagem de vítimas 52 Fig.3. Fluxograma adaptado de ANPC 57 Fig 4. Estrutura da Protecção Civil em Portugal, de acordo com a Lei de Bases da Protecção Civil. 60 Fig.5. Estrutura da Protecção Civil da Madalena do Pico 62 Fig. 6. Estrutura do Sistema Integrado de Operações de Protecção e Socorro. 63 Fig. 7. Estrutura piramidal de gestão do teatro de operações. 63 Fig. 8. Sistemas de monitorização, de aviso e de alerta 70 Fig. 9. Distribuição das freguesias de cada um dos três concelhos da ilha do Pico 72 Fig. 10. Mapa simplificado das linhas de água da ilha do Pico. 76 Fig. 11. Mapa de Dens- de Drenagem (Dd) da ilha do Pico, com os valores em Km 1 (ad de Cruz, 1997). 77 Fig. 12. Localização geográfica do arquipélago dos Açores. 89 Fig. 13. Principais acidentes tectónicos que interactuam na região dos Açores. 91 Fig. 14. Mapa batimétrico (adaptado de Luís et al., 1994). 93 Fig.15. Modelo Digital de Terreno da ilha do Pico (dados de IGeoE). 94 Fig. 16. Mapa de declives da ilha do Pico (in: Cruz, 1997). 100 Fig. 17. Carta morfo-tectónica da ilha do Pico (Nunes et al., 1999). 102 Fig. 18. Carta vulcanológica preliminar da ilha do Pico (Nunes et al., 1999). 102 Fig. 19. Esboço das escoadas históricas do Pico (França et al., 1995; Cruz et al., 1995; 105 Fig. 20. Mapa de probabilidades de ocorrência de erupções na ilha do Pico (França et al., 1999). 127 Fig. 21. Distribuição de contrastes de densidade por inversão gravimétrica (Camacho et al., 1998). 129 Fig. 22. Modelização de fluxos lávicos na Montanha do Pico e no Planato da Achada. 130 Fig. 23. Carta de epicentros para a região dos Açores, referente ao período Fig. 24. Carta de isossistas da ilha do Pico referente ao sismo de 9 de Julho de Fig. 25. Sismograma da maior réplica, referente às 00:49h UTC do dia 11/7/98 (Nunes et al., 1998). 134 Fig. 26. Carta de epicentros da ilha do Pico para o período (CSRA versão 1.0, 2004). 136 Fig. 27. Frequência anual de sismos sentidos na ilha do Pico, após Modificado de Nunes (1999). 138 Fig. 28. Maiores intensidades verificadas em várias localidades do concelhoda Madalena. 144 Fig. 29. Aspecto fracturado e desmoronado do litoral área de Terra de Pão 146 Fig. 30. Escarpa da falha de São Mateus/São Caetano e principais ribeiras desta área. 147 Fig. 31. Escarpa da falha de São Mateus/São Caetano e pormenor de depósitos detríticos associados. 148 Fig. 32. Vista geral das Ribeiras Grande e Nova (São Caetano) e pormenores do material detrítico 152 Fig. 33. Identificação das arribas em função da sua altura. 155 ÍNDICE DE TABELAS Tabela I. Sinopse das erupções históricas da ilha o Pico. 106 Tabela II. Resumo dos principais perigos vulcânicos identificados na ilha do Pico. 124 Tabela III. Intervalos de recorrência para sismos na ilha do Pico, para diferentes graus de intensidade. 139 Tabela IV. Intensidade sísmica por localidades, para eventos sentidos no concelho da Madalena do Pico 143 Tabela V. Intensidade sísmica por localidades, para eventos sentidos no concelho da Madalena do Pico 144 Tabela VI. Análise do grau de gravidade do risco vulcânico

6 Tabela VII. Análise do grau de probabilidade do risco vulcânico 169 Tabela VIII. Matriz de risco vulcânico 169 Tabela IX. Análise do grau de gravidade do risco sísmico 170 Tabela X. Análise do grau de probabilidade do risco sísmico 170 Tabela XI. Matriz de risco sísmico 170 Tabela XII. Análise do grau de gravidade de movimentos de massa 171 Tabela XIII. Análise do grau de probabilidade do risco de movimentos de massa 171 Tabela XIV. Matriz de risco de movimentos de massa. 171 Tabela XV. Análise do grau de gravidade do risco de cheias 172 Tabela XVI. Análise do grau de probabilidade do risco de cheias 172 Tabela XVII. Matriz de risco de cheias. 172 Tabela XVIII. Análise do grau de gravidade de riscos oceanográficos e de tsunami 173 Tabela XIX. Análise do grau de probabilidade dos riscos oceanográficos e de tsunami 173 Tabela XX. Matriz de risco de tsunami 173 Tabela XXI. Análise dos grau de gravidade dos Acidentes Rodoviários 174 Tabela XXII. Análise do grau de probabilidade dos Acidentes Rodoviários 174 Xxiii. Matriz de risco dos acidentes rodoviários 174 Tabela XXIV. Análise dos grau de gravidade de Acidentes Marítimos 175 Tabela XXV. Análise do grau de probabilidade de Acidentes Marítimos 175 Tabela XXVI. Matriz de risco de Acidentes Marítimos 175 Tabela XXVII. Análise dos grau de gravidade de Acidentes decorrentes da movimentação e armazenagem de hidrocarbonetos e de outras substâncias perigosas Tabela XXVIII. Análise do grau de probabilidade de Acidentes sas 176 Tabela XXIX. Matriz de risco de Acidentes 176 Tabela XXX. Análise dos grau de gravidade de Acidentes aéreos 177 Tabela XXXI. Análise do grau de probabilidade de Acidentes aéreos 177 Tabela XXXII. Matriz de risco de Acidentes aéreos 177 Tabela XXXIII. Análise dos grau de gravidade de Acidentes Industriais 178 Tabela XXXIV. Análise do grau de probabilidade de Acidentes Industriais 178 Tabela XXXV. Matriz de risco de Acidentes Industriais 178 Tabela XXXVI. Análise dos grau de gravidade de Incêndios Urbanos 179 Tabela XXXVII. Análise do grau de probabilidade de Incêndios Urbanos 179 Tabela XXXVIII. Matriz de risco de Incêndios Urbanos 179 Tabela XXXIX. Análise dos grau de gravidade de Colapso de Estruturas e Ruptura de Reservatórios 180 Tabela XXXX. Análise do grau de probabilidade de Colapso de Estruturas e Ruptura de Reservatórios 180 Tabela XXXXI. Matriz de risco de Colapso de Estruturas e Ruptura de Reservatórios 180 Tabela XXXXII. Análise dos grau de gravidade de Poluição Sonora e de Partículas Sólidas 181 Tabela XXXXIII. Análise do grau de probabilidade de Poluição Sonora e de Partículas Sólidas 181 Tabela XXXXIV. Matriz de risco de Poluição Sonora e de Partículas Sólidas 181 Tabela XXXXV. Análise dos grau de gravidade de Acessibilidades 182 Tabela XXXXVI. Análise do grau de probabilidade de Acessibilidades

7 Tabela XXXXVII. Matriz de risco de de Acessibilidades 182 Tabela XXXXVIII. Análise dos grau de gravidade de Acidentes na Montanha 183 Tabela XXXXIX. Análise do grau de probabilidade de Acidentes na Montanha 183 Tabela XXXXL. Matriz de risco de Acidentes na Montanha 183 7

8 PARTE I ENQUADRAMENTO GERAL DO PLANO 1. Introdução O presente instrumento de trabalho consubstancia o Plano Municipal de Emergência de Protecção Civil (PMPEPC) do Município da Madalena, ilha do Pico, Região Autónoma dos Açores - doravante também simplesmente designado por PME ou Plano Municipal de Emergência. O plano de emergência de protecção civil é um documento formal no qual a autoridade de protecção civil municipal define as orientações relativamente ao modo de actuação dos vários organismos, serviços e estruturas a empenhar em operações de protecção civil. Consideram-se neste Plano meios e recursos, humanos e materiais (do Município e, em geral, dos demais agentes de protecção civil, desde os Bombeiros e Forças de segurança, até às entidades públicas regionais com meios e capacidade própria de auxílio/intervenção em caso de ocorrências que importem o accionamento do Plano), não se descurando o papel que igualmente é cometido à sociedade civil, nas suas diversificadas formas de auto-organização, quer no âmbito empresarial, quer associativo. O director do é o Presidente de Câmara Municipal, ou o seu legal substituto. O processo de planeamento de emergência de protecção civil é o processo pelo qual se estabelecem, testam e colocam em prática as medidas, normas, procedimentos e missões destinadas a serem aplicadas numa situação de acidente grave ou catástrofe. Tipicamente, tal processo pode subdividir-se em quatro etapas: elaboração, aprovação, validação, revisão. A etapa de elaboração/revisão do plano é da responsabilidade da Câmara Municipal e implicou a constituição de uma equipa pluridisciplinar: - URBEEANGRA - Urbanismo, Estudos Económicos e Planeamento dos Açores, LDA - Carlos de Almeida Farinha, advogado especialista em direito 8

9 administrativo - OBSERVATÓRIO VULCANOLÓGICO E GEOTÉRMICO DOS AÇORES (OVGA) - Zilda Melo França e Victor Hugo Forjaz, Professores Universitários, com especialidade em Vulcanologia; Luísa Pinto Ribeiro, doutorada em Geologia, com especialidades em Geoquímica e Cartografia - Colaboração Municipal: funcionários Eng. Manuel Sançana, Eng. João Dutra; e Francisco Paulo. - A Comissão Municipal de Protecção Civil, nos termos da lei (cfr. art. 5º/1 da Lei nº 65/2007, de 12 de Novembro), aprovou o Plano, mediante parecer emitido em 2013/04/ Âmbito de aplicação Como logo se evidencia, o Plano possui uma natureza eminentemente local/municipal, no caso por referência à área de circunscrição (territorialgeográfica) do Município da Madalena (148 km 2 ), sendo elaborado de acordo com as directivas emanadas das competentes autoridades de Protecção Civil e visando estabelecer, nomeadamente (e com a dimensão que releva para o nível local): A tipificação dos riscos; As medidas de prevenção a adoptar; A identificação dos meios e recursos mobilizáveis, em situação de acidente grave ou catástrofe; A definição das responsabilidades que incumbem aos organismos, serviços e estruturas, públicas ou privadas, com competências no domínio da protecção civil; Os critérios de mobilização e mecanismos de coordenação dos meios e recursos, públicos ou privados, utilizáveis; A estrutura operacional que há-de garantir a unidade de direcção e o controlo permanente da situação. 9

10 De acordo com a sua extensão territorial, trata-se, pois, de um plano municipal; e, em atenção à sua finalidade, traduz-se por um plano de âmbito geral, ou seja destina-se a enfrentar a generalidade das situações de emergência que se admitem no respectivo âmbito territorial e administrativo. 3. Objectivos gerais Prevenir a ocorrência de riscos colectivos resultantes de acidente grave ou catástrofe; atenuar ou limitar os seus efeitos, no caso de ocorrerem; e socorrer e assistir as pessoas em perigo, são as preocupações que estão na base da elaboração do presente e que resumidamente se elenca: Providenciar, através de uma resposta concertada, as condições e os meios indispensáveis à minimização dos efeitos adversos de um acidente grave ou catástrofe; Definir as orientações relativamente ao modo de actuação dos vários organismos, Serviços e estruturas a empenhar em operações de Protecção Civil; Definir a unidade de direcção, coordenação e comando das acções a desenvolver; Coordenar e sistematizar as acções de apoio, promovendo maior eficácia e rapidez de intervenção das entidades intervenientes; Inventariar os meios e recursos disponíveis para acorrer a um acidente grave ou catástrofe; Minimizar a perda de vidas e bens, atenuar ou limitar os efeitos de acidentes graves ou catástrofes e restabelecer o mais rapidamente possível, as condições mínimas de normalidade; Assegurar a criação de condições favoráveis ao empenhamento rápido, eficiente e coordenado de todos os meios e recursos disponíveis num determinado território, sempre que a gravidade e dimensão das ocorrências o justifique; 10

11 Habilitar as entidades envolvidas no plano a manterem o grau de preparação e de prontidão necessário à gestão de acidentes graves ou catástrofes; Promover a informação das populações através de acções de sensibilização, tendo em vista a sua preparação, a assumpção de uma cultura de auto-protecção e o entrosamento na estrutura de resposta à emergência. Atentas as especificidades geográficas e geológicas que caracterizam a Região Autónoma dos Açores e a generalidade das ilhas e Municípios açorianos, é frequente a ocorrência de fenómenos de origem natural com repercussões significativas ao nível da segurança colectiva e bem estar das populações. O Município da Madalena guarda ainda bem presente na sua memória colectiva os efeitos decorrentes da erupção dos Capelinhos, no Faial, com incidências conhecidas em todo o Grupo Central dos Açores, e, o mais recente, sismo de Julho de 1998 que afectou particularmente o Faial e o Pico. Para além destas duas grandes ocorrências, muitas outras que se foram desvanecendo no tempo, afectaram por vezes drasticamente os habitantes desde o povoamento da ilha. A sua perpetuação no tempo persiste, no entanto, através dos monumentos e das práticas religiosas profundamente arreigadas. A ocorrência de todos aqueles eventos e a sua periodicidade fazem parte do quotidiano colectivo das populações açorianas, a que se junta também a eventualidade de ocorrência de outros fenómenos e acontecimentos ditados pela própria intervenção do homem no meio natural, a que não é alheio o ritmo de desenvolvimento e progresso apanágio dos nossos dias. Aprendeu-se na memória dos tempos a conviver com situações adversas e evoluiu-se na capacidade de organização colectiva, em prol da segurança de todos. Objectivo primacial do presente Plano Municipal de Emergência é, pois, também congregar, com os recursos disponíveis e ao nível local no Município, o esforço concertado das diversas instituições e organismos, agentes públicos e privados e da população em geral, com vista a encontrar uma forma expedita e simplificada 11

12 de actuação perante a eventualidade de ocorrência de uma situação de acidente grave ou catástrofe; e que sirva, concomitantemente, pela participação activa de toda a sociedade civil, de instrumento de prevenção de situações de risco e ou de atenuação dos seus efeitos. Com o presente, a autarquia efectiva as responsabilidades que lhe são cometidas pelo quadro legal em vigor, no seu âmbito próprio de actuação, mas também o imperativo de consciência que tem norteado a política de protecção civil municipal. Decorridos que estão 8 anos após a primeira versão do PME - e, de resto, em conformidade com o quadro legal em vigor e com as orientações gerais preconizadas pelo Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) - impõe-se uma sua revisão global, adaptada às novas exigências do tempo presente e aos parâmetros definidos na Directiva relativa aos critérios e normas técnicas para a elaboração e operacionalização de planos de emergência de protecção civil, constantes da Resolução nº 25/2008, da Comissão Nacional de Protecção Civil, publicada no Diário da República de 18 de Julho de 2008, que estrutura um plano de emergência de protecção civil em obediência a 4 partes fundamentais: Parte I - Enquadramento Geral do Plano Parte II - Organização da Resposta Parte III - Áreas de Intervenção Parte IV - Informação Complementar Considerando aquela estruturação concreta, o PME da Madalena do Pico consubstancia igualmente um instrumento técnico e jurídico-administrativo de que os serviços municipais passam a dispor para o desencadeamento das operações de protecção civil, com vista a possibilitar uma unidade de direcção e controlo para a coordenação das acções a desenvolver e a gestão de meios e recursos mobilizáveis face a um acidente grave ou catástrofe, tendo em vista, na sua ocorrência, minimizar os prejuízos e perdas de vidas e o restabelecimento da normalidade num horizonte temporal tão curto quanto possível. 12

13 A reposição da normalidade das áreas afectadas constitui, efectivamente, um dos objectivos do PME, de forma a minimizar os efeitos de um acidente grave ou catástrofe sobre as pessoas, bens e o ambiente. A eficaz gestão de uma situação de emergência de protecção civil regula-se com um bom planeamento e deverá ter por base um plano de emergência simples, flexível, dinâmico, preciso e adequado às características locais. Por outro lado, o seu conteúdo não pode assumir-se como irrevogável: as constantes mudanças sociais, geográficas, técnicas, logísticas e mesmo operacionais são constantemente reflectidas no documento, numa lógica de melhoria contínua. 4. Enquadramento legal A elaboração deste plano teve como base a legislação que seguidamente se evidencia: I - De natureza administrativa Orgânica da Câmara Municipal da Madalena, aprovada em 2 de Dezembro de 2010 e em Assembleia Municipal no dia 16 de Dezembro de Decreto Regulamentar Regional nº 11/2007/A, de 23 de Abril - altera a orgânica e o quadro de pessoal do Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) Lei nº 5-A/2002, de 11 de Janeiro - primeira alteração à Lei nº169/99, de 18 de Setembro, que estabelece o quadro de competências, assim como o regime jurídico de funcionamento, dos órgãos dos municípios e das freguesias; II - De natureza operacional geral (de carácter nacional e/ou regional) Lei nº 65/2007, de 12 de Novembro - define o enquadramento institucional e operacional da protecção civil no âmbito municipal, estabelece a organização dos serviços municipais de protecção civil e determina as competências do comandante operacional municipal. 13

14 Decreto-Lei nº 134/2006, de 25 de Julho - institui o Sistema Integrado de Operações de Protecção e Socorro, adiante designado por SIOPS (é o conjunto de estruturas, normas e procedimentos que asseguram que todos os agentes de protecção civil actuam, no plano operacional, articuladamente sob um comando único, sem prejuízo da respectiva dependência hierárquica e funcional; Lei nº 27/2006, de 3 de Julho - aprova a Lei de Bases da Protecção Civil; Directiva Operacional Nacional nº 1 DIOPS Dispositivo Integrado das Operações de Protecção Civil. Janeiro de Antecedentes do processo de planeamento O do Município da Madalena do Pico foi pela primeira vez aprovado em Junho de 2003, tendo então conhecido o parecer favorável das autoridades regionais legalmente competentes em matéria de protecção civil. Nesta primeira etapa, caracterizou-se o território e identificou-se e quantificou-se os riscos que a comunidade a que se destina o plano poderá ter de enfrentar, identificando-se as vulnerabilidades, concebendo-se cenários e avaliando-se os danos prováveis. Com base nesta informação, foi possível definir as normas e procedimentos a adoptar pelos serviços e agentes de protecção civil, bem como pelas demais entidades cooperantes, em ordem a proteger as populações, bens e ambiente num cenário de acidente grave ou catástrofe. A etapa de elaboração do plano englobou igualmente uma fase de consulta pública, tendo-se optado por promover a realização de exercícios ou testes para a fase posterior à sua aprovação, nos termos legais, em ordem a acelerar a dinâmica de institucionalização do PME. Neste particular, o Serviço Municipal de Protecção Civil da Madalena participou num simulacro da Cruz Vermelha Portuguesa, e em duas acções de sensibilização com os agrupamentos de escuteiros locais. Tem, também, o Município, no decurso dos últimos anos, promovido uma incessante actuação em sede da política municipal de protecção civil, 14

15 designadamente através de orientações de natureza técnica e/ou informativa emanadas do âmbito dos serviços de apoio técnico ao Serviço Municipal de Protecção Civil e de acções locais de promoção de actividades e instrução em matérias relacionadas com o socorro básico, acções aquelas que foram primacialmente destinadas a alunos das escolas concelhias, agrupamento de escoteiros, pais e professores. Paralelamente, o Município divulga também no seu site internet um conjunto de actividades e assuntos que relevam do âmbito da protecção civil, incluindo a promoção online de um Manual de Socorro Básico, cuja elaboração foi da responsabilidade de entidades e especialistas do sector, de que se louva nesta sede o incentivo conferido pelo Dr. Frederico Zanatti Rodrigues. Objectivando-se facilitar a acessibilidade a toda a informação relacionada com o PME, no momento actual e no futuro, procedeu-se à realização das tabelas que constam do ANEXO J e que se considera que deverão ser sistematicamente preenchidas. O processo de elaboração da presente versão do PME da Madalena do Pico iniciou-se com a decisão respectiva de proceder à sua revisão e de contratar a sua execução, dando-se sequência com a obtenção do parecer da Comissão Municipal de Protecção Civil, datado de..., do parecer da entidade regional de tutela e com responsabilidades legais na matéria, o Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA), que se pronunciou favoravelmente em..., tendo o plano, na sua sequência, sido ainda submetido, como acima se referiu já, a discussão pública, que decorreu no período de... a..., antes da sua aprovação final pelos competentes órgãos municipais, o que aconteceu em..., através da correspondente deliberação da Assembleia Municipal da Madalena. O Plano Municipal de Emergência entra imediatamente em vigor a partir do momento da sua aprovação, na forma e termos legais, e será actualizado ou revisto sempre que se considere necessário ou a lei o determine. 6. Articulação com instrumentos de planeamento e ordenamento do território 15

16 O tem em conta as áreas de risco identificadas nos vários Planos de Gestão do território que abrangem o Município, designadamente: Plano Director Municipal da Madalena - aprovado pelo Decreto Regulamentar Regional nº 23/2005/A, de 17 de Outubro que define o regime de ocupação, uso e transformação do território municipal. Plano de Ordenamento Turístico da Região Autónoma dos Açores, aprovado pelo Decreto Legislativo Regional nº 38/2008/A, de 11 de Agosto. Este Plano de Ordenamento Turístico da Região Autónoma dos Açores (POTRAA) define a estratégia de desenvolvimento sustentável do sector do turismo e o modelo territorial a adoptar e tem por vocação fundamental agregar os esforços e iniciativas das administrações públicas, regional e local, e de toda a sociedade açoriana à volta de um conjunto de objectivos comummente partilhados. É também um instrumento orientador dos diversos agentes económicos e disciplinador da acção administrativa, definindo para cada ilha os produtos turísticos estratégicos e a evolução da oferta turística até Plano de Ordenamento da Paisagem Protegida de Interesse Regional da Cultura da Vinha do Pico, aprovado pelo Decreto Legislativo Regional nº 1/2004/A, de 21 de Janeiro. Neste documento procede-se à classificação da paisagem protegida de interesse regional da cultura da vinha da ilha do Pico - objectivo de salvaguardar os valores ambientais, de paisagem, de conservação da biodiversidade e de fomento ao desenvolvimento sustentável da ilha. Parque Natural da Ilha do Pico - aprovado pelo Decreto Legislativo Regional nº 20/2008/A, de 9 de Julho, que integra todas as categorias de áreas protegidas da ilha do Pico. O Parque Natural constitui a unidade de gestão das áreas protegidas da ilha do Pico e insere-se no âmbito da Rede Regional de Áreas Protegidas da Região Autónoma dos Açores. Plano de Ordenamento das Bacias Hidrográficas das Lagoas do 16

17 Caiado, do Capitão, do Paul, do Peixinho e da Rosada, também designado por POBHLP - aprovado pelo Decreto Regulamentar Regional nº 7/2009/A, de 5 de Junho. Neste documento é aprovado o Plano de Ordenamento das Bacias Hidrográficas das Lagoas do Caiado, do Capitão, do Paul, do Peixinho e da Rosada, também designado por POBHLP, cujo Regulamento e respectivas plantas de síntese e de condicionantes são publicadas como anexo III, IV e V àquele diploma, dele fazendo parte integrante. 7. Activação do plano 7.1. Competência para a activação do Plano A activação do plano de emergência visa assegurar a colaboração das várias entidades intervenientes, garantindo a mobilização mais rápida dos meios e recursos afectos ao plano e uma maior eficácia e eficiência na execução das ordens e procedimentos previamente definidos, procedimentos estes que deste modo se sumariam: Presidente da Câmara Municipal activa o Plano; Presidente da Câmara Municipal convoca expeditamente uma reunião da Comissão Municipal de Protecção Civil, para ratificação da activação do Plano e desencadeamento das medidas neste previstas; Presidente da Câmara Municipal, simultaneamente, comunica a activação do Plano ao Presidente do Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA). As declarações de situações de contingência ou calamidade também poderão implicar a activação dos planos de emergência do correspondente nível territorial. O Presidente da Câmara Municipal é (1) o Director do Plano Municipal de Emergência e (2) preside à Comissão Municipal de Protecção Civil (CMPC) podendo delegar a sua competência num Vereador da Câmara Municipal, nos termos da lei. O Director do Plano assume a direcção das operações de Protecção Civil, nos 17

18 termos da lei, competindo, por seu turno, à CMPC assegurar as operações a nível Municipal. Sempre que solicitada pelo SRPCBA, a CMPC dará conhecimento dos meios e recursos que pode disponibilizar para reforço de outras operações da sua zona de jurisdição; Os delegados de diversas entidades na CMPC constituem-se em grupos tendo em vista o apoio técnico/científico e operacional do Director do Plano, a organização e conduta das forças intervenientes. Os delegados que constituem um grupo podem, cumulativamente, fazer parte de outro(s) grupo(s), desde que as funções nos diversos grupos sejam comuns. Enquanto Presidente da Comissão Municipal de Protecção Civil (CMPC), o Presidente da Câmara Municipal pode convocar outros delegados ou técnicos cuja competência e experiência sejam essenciais para a tomada de decisão sobre a conduta das operações de socorro. 18

19 O PME, A CMPC SERÃO ACTIVADOS: À ordem do Presidente da Câmara Municipal, como Director do Plano e Presidente da Comissão Municipal de Protecção Civil (CMPC); e, na sua ausência ou impedimento, pelo Vereador em quem for delegada competência, nos termos da legislação em vigor. Para planeamento e treino dos intervenientes. A QUEM COMUNICAR A ACTIVAÇÃO: A Activação da CMPC deve ser comunicada de imediato ao SRPCBA. ENTIDADES INTERVENIENTES: As entidades intervenientes indicam nominalmente o seu Delegado à CMPC ou, em caso de ausência ou impedimento, o seu substituto, comunicando as formas expeditas de contacto. Os Delegados devem dispor de poder e decisão suficientes para assumir as acções que lhes forem determinadas pelo Director do Plano. ORGANIZAÇÕES PRIVADAS: As organizações privadas, quando requisitadas, nos termos da lei, pela CMPC, devem proceder de igual forma. SERVIÇOS E UNIDADES ORGÂNICAS DA CÂMARA MUNICIPAL INTEGRANTES DA CMPC: Os Serviços e Unidades orgânicas da Câmara Municipal que integram a CMPC devem manter actualizado - em termos de previsão e planeamento - o levantamento dos apoios e contactos exteriores à Câmara a estabelecer com organismos, Empresas e Entidades Oficiais e Particulares, para um eventual pedido de colaboração. 19

20 TODAS AS ENTIDADES E ORGANISMOS QUE INTEGRAM A CMPC DEVEM: Manter permanentemente actualizada a relação dos meios e recursos, dando conhecimento dos mesmos à CMPC. Estabelecer mecanismos para convocação imediata do seu pessoal, quando a situação o exigir. Manter uma permanente preocupação no levantamento e informação ao SMPC de todos os casos ou situações existentes na área do Município, susceptíveis de perigo ou risco ou que o indiciem. Os responsáveis das Entidades e Organismos intervenientes, assim como o seu pessoal, têm o dever de se familiarizarem com o conteúdo do PME para o desempenho das missões previstas. As Entidades e Organismos e Agentes de Protecção Civil que tenham conhecimento de acidente grave ou catástrofe, devem comunicar no mais curto espaço de tempo e pela forma mais expedita à CMPC os incidentes relevantes, indicando as áreas envolvidas, as consequências previsíveis, a duração e circunstâncias do fenómeno, bem como outros dados julgados convenientes para a tomada de decisões. Como reforço alternativo às necessidades de comunicações da Protecção Civil Municipal, as Entidades e Organismos que disponham de meios rádio próprios garantem a sua ligação na CMPC com as estruturas que representam e com os seus elementos nas diferentes equipas de intervenção no terreno. Durante a fase de emergência, mantêm a CMPC informado(a) do evoluir da situação. Após a desactivação do PME, no prazo de 30 dias, devem apresentar à CMPC um relatório das suas acções, quantificando, sempre que possível, os meios e recursos utilizados. 20

21 A CMPC: Propõe a actualização do PME, sempre que necessário, ao Director do Plano; as Entidades e Organismos devem sugerir ou propor as alterações adequadas. Funciona na Sala de Sessões da Câmara Municipal ou em instalações especificamente destinadas para o efeito e, quando necessário, reúne noutro local adequado conforme ao tipo de acção a coordenar. OS DELEGADOS: Devem procurar inventariar os meios e recursos indispensáveis ao cumprimento das missões e à articulação no âmbito dos Gabinetes e Grupos, executando as tarefas que lhe serão atribuídas no PME. Devem apresentar-se imediatamente na CMPC, por convocação ou por iniciativa própria se a situação o justificar. O DIRECTOR DO PLANO: Pode propor directamente ao Governo, ou através das estruturas da Protecção Civil, a declaração de Situação de Calamidade para uma zona atingida. A desactivação do PMEPC e consequente desmobilização operacional ocorrem mediante decisão da Comissão Municipal de Protecção Civil. DIVULGAÇÃO: Os meios de divulgação de activação do plano de emergência serão através de comunicação do responsável máximo de protecção civil, ou na sua ausência, o seu substituto; de uma nota de imprensa para distribuição pelos órgãos de comunicação social, assim como informação na página de Internet. Quando se proceder à desactivação do plano de emergência, os mecanismos de divulgação serão similares. 21

22 A página da internet onde irá ser divulgada a activação do Plano é o sítio da Câmara Municipal da Madalena: Os órgãos de comunicação social onde se irá proceder à divulgação da activação do Plano, serão os jornais e rádios, locais ou de âmbito nacional, com incidência local. Níveis de Alerta do Plano: Face à gravidade da situação e ao seu impacto nas pessoas, bens e ambiente, o Plano é activado de acordo com os diferentes níveis de alerta (Fig. 1). 22

23 SISTEMAS DE NÍVEIS DE ALERTA DO PLANO Município da Madalena NÍVEL DE ALERTA SITUAÇÃO DIRECTOR DO PLANO MEDIDAS A ADOPTAR CMPC Nível Azul Previsibilidade ou acontecimento de ocorrências no município, que não ultrapassem a sua capacidade de resposta, Acompanha a situação na CMPC. Conhecimento por parte da CMPC Mantém os sistemas de protecção civil informados da situação; Notifica o SRPCBA; Promove a informação Pública aos OCS locais Nível Amarelo Previsibilidade ou acontecimento de ocorrências no município, ultrapassando a sua capacidade de resposta. Acompanha a situação através de contactos com agentes de Protecção Civil, ou delega esta competência no seu substituto legal; Avalia e decide a declaração de situação de alerta ou contingência. Informa as entidades da CMPC da situação; Difunde e executa a declaração da situação de alerta ou contingência; Divulga medidas de prevenção e autoprotecção à população; Notifica o SRPCBA. Nível Laranja Ocorrência ou ocorrências múltiplas, no município e na ilha, que ultrapassam a capacidade de resposta dos meios municipais Acompanha a situação no terreno ou delega esta competência no seu substituto legal; Avalia e decide a declaração de situação de alerta ou contingência Difunde e executa a declaração de situação e alerta ou contingência; Reforça a divulgação de medidas de auto-protecção à população; Garante a divulgação de comunicados à população; Acompanha a execução do Plano e mobiliza os meios e recursos necessários; Notifica o SRPCBA. Nível Vermelho Ocorrências múltiplas e generalizadas no Município e na ilha, com necessidade de uma resposta dos escalões distrital ou nacional Acompanha em permanência a situação na sala de gestão de crises; Dirige e coordena a acção da CMPC; Avalia e decide os pedidos de apoio ao escalão nacional. Mobiliza e reforça até ao limite todos os meios e recursos do Município; Apoia em permanência a estrutura de coordenação e as estruturas operacionais que forem constituídas; Garante a divulgação de comunicados à população Fig. 1 Níveis de alerta em função da gravidade de um evento e medidas correlativas a adoptar 23

24 7.2. Critérios para a activação do Plano O plano de emergência de protecção civil é activado quando exista uma forte probabilidade ou uma ocorrência efectiva de uma situação de acidente grave ou catástrofe, da qual possam resultar ou resultem efectivamente mortos e feridos e se prevejam ou resultem danos considerados elevados para as populações, bens e ambiente, que justifiquem a adopção imediata de medidas excepcionais de prevenção, planeamento, informação e reacção. O Presidente da Câmara Municipal, no cumprimento das suas obrigações legais em matéria de protecção civil municipal, activa o Plano quando necessário, em função das suas responsabilidades. Os critérios, em sentido estrito, só podem ser formalmente assumidos depois de uma prévia avaliação da situação. Dada, por um lado, a transversalidade dos riscos considerados no Plano de Emergência e, por outro, as características geográficas e populacionais do Município, o Plano não deve ser condicionado por quaisquer subcritérios ou indicadores de referência específicos, que só à luz das ocorrências concretas ou magnitude de probabilidade de ocorrência efectiva poderão ser concretamente avaliados, designadamente em aspectos relacionadas com: (1) termos de percentagens de área territorial cobertas pelo Plano afectadas; (2) número de mortos, feridos, desalojados, desaparecidos ou isolados; (3) danos nos bens e património; (4) número de habitações danificadas; (5) edifícios indispensáveis às operações de protecção civil afectados, tais como, por exemplo, o edifício dos Paços do Concelho, o Quartel dos Bombeiros da Madalena, o edifício da Unidade de Saúde; (6) afectação de monumentos nacionais, regionais ou outros; (7) danos nos serviços e infra-estruturas; (8) suspensão do fornecimento de água, energias ou telecomunicações durante um período de tempo significativo; (9) danos no ambiente; (10) descargas de matérias perigosas em aquíferos ou no solo; (11) libertação de matérias perigosas para a atmosfera; (12) características da ocorrência de caudais anormais registados, nomeadamente na Rib. Grande e Nova de São Caetano (13) magnitude ou intensidade sísmica; (14) erupção 24

25 vulcânica, etc. 8. Programa de exercícios Nos termos da legislação em vigor e com regularidade anual ou de 2 em 2 anos, perspectiva-se a realização de diversos tipos de exercícios: Exercício de postos de comando (Comand Post Exercise, CPX): aquele que se realiza em contexto de sala de operações e tem como objectivos testar o estado de prontidão e a capacidade de resposta e de mobilização de meios das diversas entidades envolvidas nas operações de emergência. Exercício LivEx: um exercício de ordem operacional, no qual se desenvolvem missões no terreno, com meios humanos e equipamento, permitindo avaliar as disponibilidades operacionais e as capacidades de execução das entidades envolvidas. Exercícios em que se simulem situações de emergência a diferentes níveis. 25

26 PARTE II ORGANIZAÇÃO DA RESPOSTA 1. Conceito de actuação O conceito de actuação visa estabelecer os princípios orientadores a aplicar numa operação de emergência de protecção civil, definindo a missão, tarefas e responsabilidades dos diversos agentes, organismos e entidades intervenientes e identificando as respectivas regras de actuação Comissões de Protecção Civil Nos termos da Lei de Bases da Protecção Civil (cfr. os seus arts. 40º e 41º), em cada município existe uma comissão municipal de protecção civil. As competências da comissão municipal são as previstas para as comissões distritais adequadas à realidade e dimensão do município. Assim, a CMPC é dirigida pelo presidente da câmara ou por um vereador seu delegado, com a seguinte composição: Pelo menos um representante do respectivo serviço municipal de protecção civil; Um representante dos bombeiros locais; O comandante da PSP no município; Pelo menos um representante da autoridade marítima/capitania; O responsável pela Unidade de Saúde local; Um representante do Instituto de Desenvolvimento Social dos Açores. Os presidentes de junta de freguesia têm direito a participar nas reuniões e em todas as acções da CMPC sempre que estejam em causa as respectivas áreas geográficas de jurisdição. A composição da CMPC bem como as suas alterações deverão ser comunicadas ao SRPCBA. Nestes termos, a CMPC: 26

27 Assegura as ligações com as entidades e organizações necessárias às operações de protecção civil em caso de acidente grave ou catástrofe; Possibilita a mobilização rápida e eficiente das organizações e pessoal indispensáveis e dos meios disponíveis que permitam a conduta coordenada das acções a executar; Acciona a formulação de pedidos de auxílio, em função da detecção de carências existentes a nível municipal; Efectua exercícios e treinos que contribuam para a eficácia de todos os serviços intervenientes em acções de protecção civil; Difunde os comunicados oficiais, em caso de acidente grave, catástrofe ou calamidade. Na iminência ou ocorrência de acidente grave ou catástrofe que afecte todo ou parte do município, a CMPC é activado por decisão do presidente da câmara municipal ou, na ausência ou impedimento deste e quando a situação o impuser, pelo vereador substituto. A activação da CMPC implica obrigatoriamente notificação imediata do facto ao SRPCBA. 2. Execução do plano Assegurar a criação das condições favoráveis ao empenhamento rápido, eficiente e coordenado, não só de todos os meios e recursos disponíveis como também dos meios de reforço externos que venham a ser obtidos, é uma incumbência que, neste âmbito, recai especialmente sobre o Presidente da Câmara Municipal, enquanto Director do Plano Fase de emergência A fase de emergência caracteriza as acções de resposta tomadas e desenvolvidas nas primeiras horas após um acidente grave ou catástrofe e destina-se a providenciar, através de uma resposta concertada, as condições e meios indispensáveis à minimização das consequências, nomeadamente as que impactem nos cidadãos, no património e no ambiente. 27

28 Acções: Convocação da CMPC, declarando a activação do PME e accionamento do aviso às populações em perigo/risco; Coordenação e promoção da actuação dos meios de socorro de modo a controlar o mais rapidamente possível a situação; Decisão, em cada momento, sobre as acções mais convenientes em função da emergência e a aplicação das medidas de protecção, tanto para a população como para os vários agentes intervenientes no PME; Difusão, através da Comunicação Social, ou por outros meios, dos conselhos e medidas a adoptar pelas populações em risco; Promoção da evacuação dos feridos e doentes para os locais destinados ao seu tratamento; Manutenção da lei e da ordem e garantir a circulação nas vias de acesso necessárias para a movimentação dos meios de socorro e evacuação das populações em risco; Coordenação e promoção da evacuação das zonas de risco, bem como as medidas para o alojamento, agasalho e alimentação das populações evacuadas; Informação ao SRPCBA da situação e solicitação dos apoios e meios de reforço considerados necessários; Promoção das acções de mortuária adequadas à situação Fase de reabilitação A fase de reabilitação caracteriza-se pelo seguinte conjunto de acções: Adoptar as medidas necessárias à urgente normalização das condições de vida das populações atingidas, ao rápido restabelecimento das infraestruturas e dos serviços públicos e privados essenciais (fundamentalmente os abastecimento de água, energia, comunicações e acessibilidades) e à prevenção de novos acidentes; 28

29 Estabelecimento de condições para o regresso das populações, bens e animais deslocados, a inspecção de edifícios e estruturas e a remoção de destroços ou entulhos; Avaliação e quantificação dos danos pessoais e materiais, com o objectivo de obter informações destinadas a apoiar as actividades das forças de intervenção, a determinar prioridades quanto ao restabelecimento das vias de circulação e das redes públicas essenciais; Estimar os prejuízos causados pela emergência. 3. Articulação e actuação de agentes, organismos e entidades Nos termos da Lei de Bases da Protecção Civil e da legislação especial na RAA são Agentes de Protecção Civil no Município, de acordo com as suas atribuições próprias: Corpo de Bombeiros Voluntários da Madalena; PSP; Autoridade Marítima; Autoridade de Saúde. Os Organismos e Entidades são todos os serviços e instituições, públicos ou privados, com dever especial de cooperação com os agentes de protecção civil ou com competências específicas em domínios com interesse para a prevenção, a atenuação e o socorro às pessoas, aos bens e ao ambiente. Entre eles, contamse: Santa Casa da Misericórdia da Madalena do Pico Obra Social Madre Maria Clara - Açores Jardim de Infância de São José Juntas de Freguesia: Junta de Freguesia de Bandeiras Junta de Freguesia de Candelária 29

30 Junta de Freguesia de Criação Velha Junta de Freguesia da Madalena Junta de Freguesia de São Caetano Junta de Freguesia de São Mateus Agrupamentos de Escuteiros 808 CNE (Candelária); 904 CNE (Madalena); 1219 CNE (São Mateus) Instituto de Desenvolvimento Social; Escolas: Escolas Primárias Escola Secundária Cardeal Costa Nunes Escola Profissional do Pico Portos dos Açores, SA (Porto da Madalena) EDA- Empresa de Electricidade dos Açores Secretaria Regional do Turismo e Transportes (Delegação da Ilha do Pico) Portugal Telecom Radioamadores Radio Pico Serviços do Desenvolvimento Agrário 3.1. Missão dos agentes de protecção civil Fase de emergência 30

31 A fase de emergência caracteriza as acções de resposta tomadas e desenvolvidas nas primeiras horas após um acidente grave ou catástrofe e destina-se a providenciar, através de uma resposta concertada, as condições e meios indispensáveis à minimização das consequências, nomeadamente as que tenham impacto nos cidadãos, no património e no ambiente. No âmbito das suas especificidades, aos vários agentes de Protecção Civil incumbe desenvolver as seguintes tarefas: Bombeiros Voluntários da Madalena Participar nas acções de combate a incêndios e de busca e salvamento; Participar na prestação de primeiros socorros aos sinistrados e na sua evacuação primária; Colaborar nas acções de mortuária; Executar outras missões com os meios próprios, de acordo com as determinações do Director do Plano; Desenvolver, em geral, acções relacionadas com o socorro às populações, em caso de incêndios, inundações, desabamentos e, de um modo geral, em todos os acidentes, emergência pré-hospitalar, transporte de doentes e o abastecimento de água. Polícia de Segurança Pública - Esquadra Policial da Madalena 31

32 Assegurar as acções de Manutenção da Lei e da Ordem, assim como o controlo de tráfego e de acessos nas suas áreas de intervenção operacional; Apoiar nas acções de mortuária nas suas áreas de intervenção operacional; Coordenar as acções de Movimentação de Populações, nas suas áreas de intervenção operacional; Apoiar as outras Forças de Segurança, quando solicitado; Cumprir, em geral, todas as missões que legalmente lhe estão atribuídas no âmbito da protecção e socorro; Actuar na manutenção da ordem pública, preservação da segurança dos cidadãos e da protecção da propriedade, isolamento de áreas, controle de tráfego, investigação e prevenção de actividades criminosas, evacuação e abertura de corredores de emergência/evacuação. 32

33 Autoridade Marítima Exercer acções nos domínios do aviso/alerta, apoio e socorro, de acordo com as atribuições próprias; Garantir o cumprimento da Lei nos espaços marítimos sob jurisdição nacional; Intervir na área de segurança marítima, no que respeita ao tráfego de navios e embarcações, à salvaguarda da vida humana no mar e ao assinalamento marítimo; Coordenar as actividades de busca e salvamento na sua área de jurisdição em coordenação com as demais entidades legalmente competentes e coordenar as acções de busca e salvamento relativas a acidentes ocorridos nas águas sob sua responsabilidade. Aeródromo do Pico (e Representante SATA Air Açores) Apoiar(em) com os meios próprios, v.g. nas acções de combate a incêndios; Disponibilizar(em) o espaço para operações aéreas de emergência; O INAC é a entidade responsável por (1) promover a segurança aeronáutica; (2) participar nos sistemas nacionais de coordenação civil e militar em matéria de utilização do espaço aéreo, de busca e salvamento; (3) de protecção civil; (4) de planeamento civil de emergência e de segurança interna e (5) cooperar com a entidade responsável pela prevenção e investigação de acidentes e incidentes com aeronaves civis. 33

34 Unidade(s) de Saúde Prestação de cuidados de saúde primários, assegurando o funcionamento de serviços de urgência regulares e de excepção; É responsável pela requisição de serviços, estabelecimentos e profissionais de saúde, nos casos de epidemias graves ou quando ocorrem outras situações de emergência; Fase de reabilitação Após a fase de emergência os agentes de protecção civil e as entidades e organismos de apoio deverão repor, no mais curto período de tempo, a sua capacidade plena para o normal exercício das suas funções de protecção civil, colaborando nas operações da fase de reabilitação. A fase de reabilitação caracteriza-se pelo conjunto de acções e medidas de recuperação destinadas à reposição urgente da normalização das condições de vida das populações atingidas, pelo rápido restabelecimento das infra-estruturas e dos serviços públicos e privados essenciais. ENTIDADES Corpo de Bombeiros Voluntários da Madalena PSP Autoridade Marítima: ACÇÕES Apoiar no desenvolvimento de acções relacionadas com a desobstrução e limpeza de vias de comunicação e medidas necessárias à normalização da vida da população Detectar, investigar e prevenir as actividades criminosas; e, em geral, a manutenção da Ordem Pública, controlo de tráfego, etc. Garantir o cumprimento da Lei nos espaços marítimos sob jurisdição nacional; Intervir na área de segurança marítima, no que respeita ao tráfego de navios e embarcações, à salvaguarda da vida humana no mar e ao assinalamento marítimo. 34

35 Unidade(s) de Saúde: Assumir a responsabilidade e a decisão sobre as medidas de protecção da Saúde Pública na área da catástrofe ou acidente grave; controle de doenças transmissíveis e prestação dos serviços de mortuária Missão dos organismos e entidades de apoio Fase de emergência Câmara Municipal da Madalena Responsável nas suas áreas de intervenção pelas acções de protecção civil; Disponibiliza as suas instalações e meios, nomeadamente para apoio técnico e científico. Santa Casa da Misericórdia da Madalena do Pico e Obra Social Madre Maria Clara Açores (Jardim de Infância de São José) Apoiam as acções de gestão de abrigos, de bem-estar das populações, de pesquisa de desaparecidos, de gestão de campos de desalojados e distribuição de bens, roupas e agasalhos; Disponibilizam instalações para diversos fins; colaboram no fornecimento de alimentação e assistência sanitária e social; 35

36 Juntas de Freguesia: Colaboram nas acções de planeamento; Prestam apoio de acordo com as disponibilidades em meios e as necessidades decorrentes da situação de emergência; Promovem acções de sensibilização da população e colaboram nas que forem desenvolvidas pela Câmara Municipal; colaboram na sinalização de infraestruturas, nomeadamente viárias, para prevenção e protecção dos cidadãos e para uma utilização mais rápida e eficaz por parte dos meios de protecção civil e socorro; colaboram também na sinalização relativa a cortes de estradas, decididos por precaução ou originados por acidentes ou por fenómenos meteorológicos, bem como as vias alternativas; disponibilizam, por solicitação do Director do Plano, todo o apoio ao seu alcance e no âmbito das suas competências, sempre que a situação o exigir e colaboram ainda na divulgação de avisos às populações de acordo com orientações dos responsáveis municipais. Agrupamentos de Escuteiros Prestam apoio com meios humanos e materiais de acordo com os seus Estatutos e capacidades, para o cumprimento das acções que lhe forem atribuídas, quando solicitado, designadamente na distribuição de agasalhos, roupas e bens alimentares, bem como no alojamento e na organização de acampamentos de desalojados. Prestam colaboração no apoio logístico e encaminhamento das pessoas para os locais de acolhimento. Secretaria Regional da Educação e Cultura e Instituto de Acção Social - Serviço de Acção Social do Pico 36

37 Prestam assessoria técnica especializada ao Director do Plano; Coordenam as acções a desenvolver no âmbito do apoio à movimentação de populações e activação de campos de desalojados. Efectuam a coordenação das acções de obtenção e distribuição de alimentos, agasalhos e artigos de higiene à população, assim como asseguram a acção de apoio social, nomeadamente o realojamento. Escolas: Disponibilizam as respectivas instalações, sempre que solicitadas, em situação de emergência; Sensibilizam a população escolar para acções de protecção civil e executam exercícios e treinos com a frequência necessária; As que possuem cozinha e refeitório participam no fornecimento de alimentação; Organizam acções de educação e informação da população. Portos dos Açores, SA (Porto da Madalena) Presta apoio com meios humanos e materiais disponíveis para o cumprimento das acções que lhe forem atribuídas em situação de emergência. 37

38 EDA- Empresa de Electricidade dos Açores Disponibiliza técnicos para proceder ao corte e/ou reparação na rede eléctrica. Assegura o restabelecimento da distribuição de energia eléctrica em situação de emergência para as infra-estruturas críticas, tais como, por exemplo, o edifício dos Paços do Concelho, o Quartel dos Bombeiros da Madalena, o edifício da Unidade de Saúde. Secretaria Regional do Turismo e Transportes (Delegação da Ilha do Pico) Presta assessoria técnica especializada ao Director do Plano; Colabora nas acções de planeamento e conduta operacional; Coordena os meios disponíveis para o cumprimento das acções que lhe forem atribuídas numa situação de emergência relativamente às suas áreas de competências. Portugal Telecom Assegura o restabelecimento e o reforço das comunicações telefónicas, em situação de emergência, nas suas áreas de intervenção; Garante prioridades de acesso, em situação de emergência, aos endereços telefónicos correspondentes a serviços e entidades essenciais, nomeadamente, Câmara Municipal, Santa Casa da Mesericórdia, Centro de Saúde, Farmácias, Centros de desalojados, Padarias e Supermercados; Disponibiliza técnicos para a reparação de danos nos sistemas de comunicações Radioamadores 38

39 Prestam apoio em meios humanos e materiais no sentido do cumprimento das acções que lhes forem atribuídas, nomeadamente reforço do sistema de comunicações em situação de emergência. Rádio Pico Disponibiliza ao Director do Plano os seus meios e recursos, nomeadamente: colaborando na divulgação das medidas de previsão e prevenção de Acidentes Graves ou Catástrofes; divulgando medidas de autoprotecção das populações; difundindo a informação disponível, em situação de emergência; informando a população da activação e desactivação do PMEPC; informando sobre medidas de autoprotecção; publicitando os comunicados emitidos pela CMPC. Serviço do Desenvolvimento Agrário Presta assessoria técnica especializada ao Director do Plano; Colabora na definição de medidas tendentes à minimização de danos provocados por uma situação de emergência, no âmbito dos recursos agrícolas e pecuários, considerando os aspectos de sanidade animal, evacuação/transumância ou eventual abate se uma situação de excepção assim o exigir. 39

40 Fase de reabilitação Câmara Municipal da Madalena Inspecção de edifícios, estruturas e depósitos de combustíveis líquidos e gases; análise e quantificação dos danos; elaboração de estudos para reabilitação de recursos naturais; manutenção das vias de comunicação e demolição de edifícios em ruínas. Santa Casa da Misericórdia da Madalena do Pico e Obra Social Madre Maria Clara Açores (Jardim de Infância de São José) Recolha de dádivas. Juntas de Freguesia: Avaliação e quantificação dos danos e recolha de dádivas. Agrupamentos de Escuteiros Colaboração no apoio logístico e encaminhamento das pessoas para as zonas reabilitadas. Secretaria Regional da Educação e Cultura e Instituto de Desenvolvimento Social dos Açores - e Secretaria Regional do Turismo e Transportes (Delegação da Ilha do Pico) Apoio dirigido às vítimas para satisfação de necessidades básicas (alojamento, alimentação e vestuários) e de realojamento. EDA- Empresa de Electricidade dos Açores Restabelecimento do normal funcionamento da rede eléctrica. Portugal Telecom 40

41 Restabelecimento do normal funcionamento das telecomunicações. Rádio Pico Informação da população da desactivação do PMEPC e informação de comunicados emitidos pelo Serviço Municipal de Protecção Civil. 41

42 PARTE III ÁREA DE INTERVENÇÃO 1. Administração de meios e recursos A coordenação da administração dos meios e recursos cabe à CMPC, tendo como prioridades estabelecer contacto com fornecedores privados ou públicos de equipamentos, artigos e materiais necessários às operações de emergência de protecção civil, assim como, a gestão administrativa inerente à mobilização, requisição e utilização dos meios e recursos utilizados aquando da activação do PMEPC. Os agentes de protecção civil, entidades e organismos de apoio envolvidos nomeiam e remuneram o seu próprio pessoal. O pessoal voluntário, cuja colaboração seja aceite a título benévolo, deve apresentar-se nas Juntas de Freguesia e no Quartel de Bombeiros, que constituem Postos Locais de Recenseamento de Voluntários, se outros locais não forem divulgados. A gestão financeira de custos é da responsabilidade do Serviço Municipal de Protecção Civil (SMPC), que é também competente em matérias de supervisão das negociações contratuais e de gestão de eventuais donativos, subsídios e outros apoios materiais e financeiros recebidos em dinheiro com destino às operações de Protecção Civil. É da responsabilidade das entidades e organismos envolvidos as despesas realizadas em operações de protecção civil. A aquisição de bens é efectuada nos termos legais por requisição do SMPC. A gestão dos tempos de utilização dos recursos e equipamentos previstos no plano é da responsabilidade do Serviço Municipal de Protecção Civil. 42

43 2. Logística Coordenação: Serviço Municipal de Protecção Civil Colaboração: Serviços técnicos da Câmara Municipal; Santa Casa da Misericórdia; Escolas; SRTT; Portugal Telecom, SA; EDA, SA; Prioridades de Acção: Promove o estabelecimento de protocolos com entidades fornecedoras de bens e géneros para a situação de emergência; Garante a instalação e montagem de cozinhas e refeitórios, coordenando a assistência a prestar; Organiza e coordena a instalação de campos de desalojados supletivos de áreas de acolhimento fixas; Procede com o apoio às famílias; Propõe e coordena área/áreas de armazenagem para a situação de emergência; Assegura aos grupos, quando requisitado, o fornecimento de bens e serviços através de um sistema de requisições; Prepara um sistema de recolha de dádivas. 2.1 Apoio logístico às forças de intervenção Os Departamentos e serviços da Câmara Municipal envolvidos nas operações de socorro são responsáveis por suprir as suas necessidades logísticas iniciais nomeadamente quanto a alimentação, combustíveis, manutenção e reparação de 43

44 equipamentos, transportes e material sanitário. Os agentes de Protecção Civil e as entidades de apoio são responsáveis por suprir as suas necessidades logísticas iniciais de modo semelhante à situação descrita para os serviços municipais. Numa fase posterior o Serviço Municipal de Protecção Civil (SMPC) fica responsável por suprir as necessidades logísticas dos diversos agentes e entidades de apoio envolvidas nas operações. 2.2 Apoio logístico às populações Os centros de alojamento, identificados no Anexo.D e nos vários ortofotomapas, devem estar providos de condições mínimas de apoio quanto a dormidas, alimentação e higiene pessoal, bem como de acessos e parqueamento, já que a movimentação das populações pode ser feita, prioritariamente através das viaturas pessoais. Poderão também funcionar como pontos de reunião destinados ao controlo dos residentes para despiste de eventuais desaparecidos; devem ser activados por decisão do Director do Plano, em função da localização das áreas evacuadas e das suas condições de utilização. 3. Comunicações Os corpos de bombeiros, as forças de segurança, as Forças Armadas, entre outros, possuem redes de telecomunicações próprias. Compete ao comandante das operações de socorro estabelecer o plano de comunicações para o teatro de operações que inclui as zonas de sinistro, de apoio e de concentração e reserva. Nesta actividade, devem ser tidos em conta os procedimentos necessários para que se mantenham as comunicações com os centros operacionais ou equivalente dos agentes de protecção civil, organismos e entidades de apoio, incluindo, com os competentes serviços da Administração regional (SRPCBA). No Posto de Comando Operacional conjunto as comunicações são coordenadas pelo Comandante das Operações de Socorro, informando o SMPC de qual o 44

45 canal a utilizar, que fará a ponte com os restantes agentes de Protecção Civil. 4. Gestão da informação A gestão da informação de emergência concretiza-se entre as entidades actuantes nas operações e informação pública. Os relatórios têm por objectivo permitir aos órgãos de condução e coordenação operacional avaliar a situação, a sua evolução em caso de acidente grave ou catástrofe, dando-lhes assim capacidade de intervenção. Tipos de Relatórios 1. Relatórios imediatos de situação Têm origem nas forças ou meios locais de intervenção e/ou no sistema local de Protecção Civil e destinam-se aos órgãos ou comandos de coordenação operacional dos escalões superiores respectivos. São transmitidos pela via de comunicação mais rápida e disponível e, atendendo às circunstâncias, normalmente são verbais. 2. Relatórios de situação geral Podem ter origem em qualquer escalão dos meios de intervenção ou do sistema de Protecção Civil e destinam-se aos escalões imediatamente superiores. Podem ser periódicos, a horário previamente estabelecido, ou a solicitação de entidades com competência para tal. Podem ser verbais ou escritos. 3. Relatórios especiais de situação São elaborados por qualquer meio ou força de intervenção ou do sistema de Protecção Civil, a solicitação dos escalões superiores e destinam-se a esclarecer pontos específicos ou sectoriais da situação Os modelos de relatórios são os constantes do Anexo C. 4.1 Gestão de informação entre as entidades actuantes nas operações Atendendo a que no teatro de operações deverá ser, no momento da resposta, elaborado um plano de acção e que o mesmo obriga a reuniões (briefings) regulares, será essa então uma forma de transmissão das informações entre todos os agentes e entidades com intervenção nas operações. No que respeita à informação, a forma de recolha e tipo de informação deverá ser 45

46 relativo a: Pontos de situação; Perspectivas de evolução futura; Cenários; Dados ambientais e sociais; Outras informações. Este conjunto de informação irá permitir adequar recursos e gerir de forma mais equilibrada a utilização das equipas de resposta, potenciando a sua acção. O SMPC fica responsável por efectuar a recolha da informação necessária à avaliação e extensão da situação, contactando para o efeito todas as autoridades actuantes no terreno, assim como, efectuar briefings regulares com o Director do Plano. Os demais agentes e entidades actuantes devem reportar ao SMPC ou ao Director do Plano toda e qualquer alteração que ocorra no teatro de operações. Comando Comandante das operações de socorro; Colaboração Todas as entidades intervenientes; Prioridades de acção Estabelecer e assegurar a comunicação entre o posto de comando e todos as entidades intervenientes no plano. 4.2 Gestão de informação às entidades intervenientes do plano Todas as entidades intervenientes no Plano mantêm níveis de informação de prontidão e envolvimento em todas operações. Desta forma, o SMPC em articulação com o Director do Plano, deve informar (telefone ou rádio) todas as entidades com intervenção no plano, o ponto de situação das operações que se estão a desenvolver no terreno, alertando para a necessidade de manter os níveis de prontidão. A actualização da informação deve ser feita sempre que pertinente. Comando Posto de comando operacional; Colaboração Todas as entidades intervenientes; Prioridades de acção Manter devidamente informadas as entidades intervenientes no plano. 46

47 4.3 Informação pública O SMPC deve desencadear mecanismos de informação à população (Órgãos de Comunicação Social locais ou com intervenção local e Internet) no sentido de veicular as medidas de autoprotecção a adoptar, tendentes a prevenir ou minimizar os efeitos da ocorrência dos diferentes riscos existentes. Nos contactos com os órgãos de comunicação social, a informação a prestar deve ser constituída por: 1. Ponto de situação; 2. Acções em curso para o socorro e assistência às populações; 3. Áreas de acesso restrito; 4. Medidas de autoprotecção; 5. Locais de reunião, acolhimento provisório ou assistência; 6. Números de telefone e locais de contacto para informações; 7. Recepção de donativos; 8. Inscrição para o serviço voluntário; 9. Instruções para regresso de populações evacuadas. O SMPC coordena toda a actividade de aviso e informação pública: préemergência, emergência e reabilitação no tocante a riscos existentes e medidas de autoprotecção a adoptar. Deve assegurar a informação e sensibilização das populações, assim como articular com o Directo do Plano a divulgação dos comunicados aos órgãos de comunicação social. As Juntas de Freguesia colaboram na difusão de avisos e informação pública às populações. Coordenação Director do Plano; Colaboração Posto de comando operacional, SMPC, Bombeiros e PSP, Órgãos de comunicação social, Agrupamentos de Escuteiros e Voluntários; Prioridades de acção Assegurar o aviso e a informação à população. 5. Procedimentos de evacuação 47

48 A competência para a proposta de evacuação é da responsabilidade da CMPC, estando sujeita a validação do Director do Plano. Acções Depois de a CMPC identificar a zona de sinistro e das forças de segurança reconhecerem as zonas de concentração e reserva e de apoio, o tráfego é reencaminhado de modo a que não interfira com a movimentação da população a evacuar, nem com a mobilidade das forças de intervenção e das entidades e organismos de apoio. Podem ser criadas barreiras de encaminhamento de tráfego e pontos de controlo que se destinam a prestar assistência aos evacuados e a manter fluxo da movimentação em direcção às áreas e centros de alojamento. O regresso da população às áreas anteriormente evacuadas deve ser controlado pelas forças de segurança, tendo em vista a manutenção das condições de tráfego. O Município deverá ter previstas zonas de concentração local (ZCL), que correspondem a locais de reunião das pessoas provenientes das zonas sinistradas, as quais deverão coincidir, sempre que possível, com estruturas fixas bem conhecidas como campos de futebol, pavilhões gimnodesportivos, praças públicas entre outras. 48

49 No município, as infra-estruturas que poderão ser utilizadas para este fim encontram-se identificadas no ANEXO D e nos respectivos ortofotomapas. As áreas de alojamento a utilizar são preferencialmente as infra-estruturas comunitárias existentes (Centros Paroquiais, igrejas, instalações desportivas, etc.), e outras instalações fixas que se revelem adequadas à situação em causa. Não obstante, um dos problemas que se coloca quanto à selecção dos locais em causa prende-se com a sua segurança, nomeadamente, no que concerne à sua localização e à resistência das estruturas à acção sísmica. As escolas deverão ser utilizadas como última solução, tendo em atenção que a actividade diária das crianças deve manter-se tanto quanto possível dentro da normalidade. Alternativamente pode ser planeada a instalação de abrigos temporários (tendas, pré-fabricados e outros). O(s) Campo(s) de Desalojados (CD) corresponde(m) ao(s) local(ais) onde a população evacuada permanecerá (Anexo D e ortofotomapas), pelo período de tempo necessário à sua reintegração com carácter definitivo no meio de origem ou outro. O(s) referido(s) campo(s) deve(m) possuir itinerários de acesso permanente e em bom estado de conservação, esgotos e proximidade em relação a áreas de abastecimento, designadamente água e energia. A instalação do(s) CD(s) poderá ser feita com base em infra-estruturas já existentes ou em estruturas implantadas especificamente para o efeito, nomeadamente préfabricados ou tendas. Deverão ser previstas instalações especiais reservadas a grupos de pessoas com problemas ou carências mais graves (órfãos, doentes, idosos, etc.). A entrada em funcionamento do(s) CD(s) deverá ocorrer até 48 horas após a determinação da sua necessidade pela CMPC. Dependente do local de sinistro, deverão ser criadas zonas de concentração local e de irradiação, itinerários de evacuação, abrigos temporários e de longa duração. 49

50 6. Manutenção da ordem pública Manutenção da ordem pública Responsável PSP Acções O acesso às zonas de sinistro é limitado através da criação de barreiras e outros meios de controlo, podendo apenas aceder a estas zonas quem estiver devidamente credenciado. As zonas de apoio, de concentração e reserva e de recepção de reforços são delimitadas pelas forças de segurança. Poderá ser efectuado um patrulhamento, pelas forças de segurança, nas zonas evacuadas, de modo a que se impeçam roubos e pilhagens, procedendo-se de forma prevista na lei em relação aos indivíduos que aí se encontrem sem autorização. Poderá ser destacado pessoal das forças de segurança, de modo a garantir a segurança das infra-estruturas sensíveis e/ou indispensáveis às operações de protecção civil, tais como as instalações dos agentes de protecção civil, unidades de saúde, entre outras. 7. Serviços médicos e transporte de vítimas Compete à CMPC identificar e informar a direcção do plano em relação à quantidade previsível de meios necessários para triagem, assistência préhospitalar e evacuação das vítimas.

51 Entidade Coordenadora Unidade de Saúde do Pico (USP), no que concerne aos serviços médicos; e SRPCBA, no que respeita ao transporte de vítimas. Entidades Apoio Eventual Corpo de Bombeiros. Organizar o fornecimento de recursos médicos; O fluxograma seguinte evidencia os procedimentos e as entidades envolvidas na triagem de vítimas e no transporte das mesmas. 51

52 USP Unidade de Saúde do Pico HH Hospital da Horta HSEAH Hospital Santo Espírito de Angra do Heroísmo HDESPDL Hospital Divino Espírito Santo CPH Capitania do Porto da Horta Fig. 2. Fluxograma evidenciando os procedimentos e as entidades envolvidas na triagem de vítimas e no transporte das mesmas. 52

53 8. Socorro e Salvamento Responsável Bombeiros Voluntários Acçõe É o chefe da primeira equipa de intervenção que assume a função de comandante das operações de socorro que, de imediato avalia a situação no que a respeita a: Tipo de ocorrência; Local e extensão da ocorrência; Número potencial de vítimas; Meios de reforços necessários. Incumbe, ainda, ao responsável/responsáveis definir várias áreas operacionais, 53

54 que abaixo se identificam. 54

55 próximo Comandante e uma notificação a todo o pessoal informando que uma mudança de comando está a ter lugar. Em articulação com a CMPC, o director do plano decide qual é o momento em 55

56 que a fase de emergência estabilizou, isto é, quando as necessidades relativas à supressão da ocorrência no que respeita ao socorro e salvamento de vítimas, estão completas, passando-se à fase de reabilitação. Neste momento deve proceder-se à desmobilização dos meios não necessários à fase de reabilitação, cabendo ao director do plano a decisão acerca do regresso da população desalojada às áreas consideradas seguras. 9. Serviços mortuários Entidades de Apoio Eventual Corpo de Bombeiros (CB) e Capitania do Porto da Horta Acçõe

57 Garantir uma eficaz recolha de informações que possibilite proceder,com máxima rapidez e eficácia, à identificação dos Em cenários com elevado número de vítimas, a recolha e o depósito de cadáveres são tarefas muito sensíveis, que devem ser levadas a cabo através de rigorosos procedimentos, devido à sua enorme importância nos aspectos que se prendem com a investigação forense, quando, face ao tipo de ocorrência, haja necessidade de a realizar. Esta tarefa deve ser controlada pela Polícia de Segurança Pública que, para tal, colabora com a Autoridade de Saúde. A recolha dos cadáveres deve ser feita para as zonas de reunião de mortos, como Casas Mortuárias, Unidades de Saúde, Igrejas e Capelas, até 25 mortos. Caso ultrapasse este número de óbitos, prevê-se a utilização dos pavilhões gimnodesportivos, que funcionarão como morgues provisórias. Os locais, que no concelho da Madalena poderão servir este propósito, encontram-se identificados na tabela do ANEXO E As tarefas ligadas às morgues provisórias são da competência das equipas do Instituto Nacional de Medicina Legal ou seu correspondente na RAA que culminam na identificação e entrega dos corpos para serem sepultados, nos cemitérios próximos, ou em caso de risco de epidemia, os corpos deverão ser cremados. A Fig. 3 evidencia as entidades envolvidas na identificação das vítimas e na 57

58 determinação das causas de morte, bem como todo o processo relacionado com a escolha de zonas de reunião dos mortos. ZRnM Zona de Reunião de Mortos NecPro Necrotório Provisório Fig.3. Fluxograma adaptado de ANPC (Autoridade Nacional de Protecção Civil) mostrando as entidades envolvidas na identificação e zonas de reunião dos mortos. 58

59 Instruções Específicas: O fluxograma anterior só se aplica a cadáveres encontrados em zonas públicas, incluindo zonas de domínio público marítimo/hídrico, ou em edifícios colapsados. Sendo localizado um corpo sem sinais de vida e sem tarja negra aposta, o médico da ERAV verificará o óbito e procederá à respectiva etiquetagem em colaboração com o elemento da PJ. Caso sejam detectados indícios de crime, o chefe da ERAV poderá solicitar exame por perito médico-legal, antes da remoção do cadáver para a ZRnM (Zona de Reunião de Mortos); A autorização de remoção de cadáveres ou partes de cadáveres, do local onde foram inspeccionados até à ZRnM, haja ou não haja suspeita de crime, cabe ao Ministério Público. Compete à PSP promover a remoção dos cadáveres ou partes de cadáveres devidamente etiquetados e acondicionados em sacos apropriados ( bodybags ), também devidamente etiquetados, podendo para o efeito requisitar a colaboração de quaisquer entidades públicas ou privadas. Assegura a constituição das Zonas de Reunião de Mortos (ZRnM) e dos Necrotérios Provisórios (NecPro), que se poderão localizar em pavilhões gimnodesportivos, armazéns, ou outros previstos nos PME s; Se estiverem operacionais, deverá ser dada prioridade à utilização de NecPro municipais. A identificação de cadáveres resulta exclusivamente de técnicas médicolegais e policiais, registadas em formulários próprios; Deverá ser assegurada a presença de representantes do Instituto de Registos e Notariado nos NecPro para proceder ao assento de óbitos e garantir toda a tramitação processual e documental associada; Aquando da activação do plano, e tendo como missão a recolha de dados ante-mortem, promover-se-á a activação de um ou mais Centros de Recolha de Informação, conforme decisão do MP e sob responsabilidade da PJ e do 59

60 INML ou seu correspondente na RAA; Os cadáveres que se encontrem em Postos Médicos Avançados são encaminhados para ZRnM desenrolando-se, a partir daí, os procedimentos previstos no fluxograma; Compete às entidades gestoras das ZRnM e dos NecPro fornecer ao MP a informação sobre vítimas falecidas, o qual a transmitirá ao Centro de Coordenação Operacional (CCO), incluindo dados sobre o número de mortes verificadas, de mortos identificados ou por identificar, bem como a informação sobre as estruturas organizativas instaladas para a intervenção nesses domínios. A transmissão e divulgação desta informação far-se-á com respeito pelo segredo de justiça, pelo segredo médico, pelo dever de reserva profissional e pelo princípio da necessidade de conhecer; As necessidades de transporte de pessoas e equipamento serão supridas pela Área de Intervenção de Logística, de acordo com os meios disponíveis; O apoio psicológico aos familiares das vítimas e elementos das equipas de intervenção será efectuado de acordo com os procedimentos definidos para as respectivas Áreas de Intervenção. 10. Protocolos Entidade Coordenadora: Presidente do Município da Madalena O Director do Plano, por proposta da área de intervenção de Administração de Meios e Recursos, articula e elabora protocolos com as diversas entidades, para o fornecimento de bens, serviços ou equipamentos; A gestão e o accionamento dos protocolos são da responsabilidade do Director do Plano. 60

61 PARTE IV INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR SECÇÃO I 1. Organização geral da protecção civil em Portugal 1.1. Estrutura da protecção civil De acordo com a Lei nº 27/2006, de 3 de Julho Lei de Bases da Protecção Civil, existem três níveis de organização no que respeita à estrutura da protecção civil, sendo eles: nacional, distrital e municipal (Fig. 4). Fig 4. Estrutura da Protecção Civil em Portugal, de acordo com a Lei de Bases da Protecção Civil. Nesta estrutura, podemos identificar claramente três tipos de órgãos e seus constituintes: 61

62 Entidades de Direcção: entidades político-administrativas responsáveis pela política de Protecção Civil: Nível nacional: Assembleia da República _ Governo _ Primeiro-Ministro (Conselho de Ministros) _Ministério da Administração Interna (MAI) Nível distrital/regional: Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) SRS/SRPCBA Nível municipal: Presidente da Câmara Municipal Órgãos de Coordenação: estruturas não permanentes responsáveis pela coordenação da política de Protecção Civil: Nível nacional: Comissão Nacional de Protecção Civil (CNPC) Nível distrital: Comissão Distrital de Protecção Civil (CDPC) SRPCBA Nível municipal: Comissão Municipal de Protecção Civil (CMPC) Órgãos de Execução: organismos técnico-administrativo responsáveis pela execução da política de Protecção Civil: Nível nacional: Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) SRS/SRPCBA Nível municipal: Serviço Municipal de Protecção Civil (SMPC) O diagrama seguinte (Fig. 5) hierarquiza a estrutura da Protecção Civil Municipal. 62

63 Fig.5. Estrutura da Protecção Civil da Madalena do Pico 1.2. Estrutura das operações Com a criação do Sistema Integrado de Operações de Protecção e Socorro, Decreto-Lei n.º134/2006, é estabelecido um sistema de gestão e operações, definindo a organização dos teatros de operações e dos postos de comando, clarificando competências e consolidando a doutrina operacional. A Coordenação Institucional é assegurada a nível nacional e de cada Distrito (na RAA pelo SRPCBA), pelos Centros de Coordenação Operacional (CCO) que integram representantes das entidades cuja intervenção se justifica em função de cada ocorrência em concreto, sendo que, os CCO são responsáveis pela gestão da participação operacional de cada força ou serviço nas operações de socorro a desencadear. Ao nível municipal, pelo SMPC (Fig. 6). 63

64 Fig. 6. Estrutura do Sistema Integrado de Operações de Protecção e Socorro. À medida que os recursos vão chegando ou saindo do teatro de operações, será necessária a expansão ou retracção da estrutura que permite a gestão da cadeia de comando. De modo a assegurar uma estrutura flexível, ordenada e clara, será necessária uma estrutura modular assente nas seguintes formas de organização (Fig. 7): Fig. 7. Estrutura piramidal de gestão do teatro de operações. 64

65 Estrutura de Comando: Comandante das operações de socorro Células: Estrutura de Estado-Maior Sectores: Módulo de agrupamento funcional com funções de coordenação Divisões: Módulo de agrupamento geográfico com funções de coordenação Grupos: Módulo de agrupamento funcional com funções de operações Equipas: Módulo de agrupamento funcional de elementos e recursos com funções de operação Unidades: Elementos ou recursos. A estrutura piramidal a criar deverá manter uma relação ideal de 1:5 em termos de supervisor e recurso. A função de Comandante de Operações de Socorro é a primeira a ser estabelecida num teatro de operações, imediatamente após a chegada da primeira equipa de socorro. À medida que forem chegando outros recursos, ou por necessidade de substituição, poderá ocorrer a transferência de comando, obrigando nestes casos a um briefing a quem assume as funções de comando e a uma notificação da substituição a toda a estrutura operacional presente. Em cada teatro de operações deverá existir um plano de acção, elaborado no momento da resposta. Na grande maioria dos teatros de operações, o plano não precisa de ser escrito mas terá de ser apresentado, o que implica a realização de briefings regulares. Estes planos têm um ciclo de vida a que se chama período operacional e são revistos no final de cada período e adaptados às novas necessidades de cada período operacional. Em situações em que a complexidade da gestão ou o tempo previsto de duração das operações de socorro seja elevado, os planos deverão ser escritos. 65

66 Do plano de acção deverão constar: Objectivos, fixados pelo comandante operacional de socorro; Estratégias, formas de chegar ao resultado esperado; Organização, definição de como se irá organizar a estrutura modular e como se estabelecerão as dependências hierárquicas; Recursos requeridos, identificação dos recursos necessários expectáveis; Tácticas, definição de quem, o quê, onde e quando; Comando unificado, para cada teatro de operações só existirá um comandante de operações de socorro, mesmo que o teatro de operações ocorra numa área onde existam várias instituições com competência técnica e jurisdicional. De modo a simplificar a acção e a garantir o reconhecimento dos intervenientes num teatro de operações será importante definir as instalações de base padronizadas, designadamente postos de comando, zona de sinistro, zona de apoio, zona de concentração e reserva e zona de recepção de reforços. A cadeia de operações é uma forma de organização de um teatro de operações, que é utilizada seja qual for a importância e o tipo de ocorrência e desenvolve-se de uma forma modular. A decisão do desenvolvimento da organização é da responsabilidade do Comandante das Operações de Socorro (COS), que a deverá utilizar sempre que os meios disponíveis do primeiro alarme e posteriormente do segundo alarme se mostrem insuficientes. Sempre que uma força de socorro seja accionada para uma ocorrência, o chefe da primeira equipa a chegar ao local assume de imediato as funções de COS, dando assim início à organização mínima de um teatro de operações, permitindo manter desde logo um sistema evolutivo de comando e controlo da operação. A assumpção da função de COS deve ter em conta as competências, atribuições legais e capacidade técnica da entidade representada, tendo em vista a resolução adequada da situação. 66

67 O comando próprio de cada força deverá ser proporcional e adequado ao envolvimento de meios humanos e materiais empregues pela mesma. 2. Mecanismos da estrutura de protecção civil 2.1. Composição, convocação e competências da Comissão de Protecção Civil De acordo com o que a própria lei prevê, os Municípios podem criar, nos respectivos diplomas orgânicos, o Serviço Municipal de Protecção Civil, afectando-lhes recursos e pessoal próprios, com carácter permanente ou não, em função das especificidades locais e da dimensão das próprias tarefas da protecção civil municipal ou do próprio Serviço. (ANEXO I) De acordo com a lei, em cada município existe uma comissão municipal de protecção civil (CMPC), organismo que assegura que todas as entidades e instituições de âmbito municipal imprescindíveis às operações de protecção e socorro, emergência e assistência previsíveis ou decorrentes de acidente grave ou catástrofe se articulam entre si, garantindo os meios considerados adequados à gestão da ocorrência em cada caso concreto. São competências da Comissão municipal de protecção civil as atribuídas por lei às comissões distritais de protecção civil que se revelem adequadas à realidade e dimensão do município, designadamente as seguintes: Accionar a elaboração do plano municipal de emergência, remetê-lo para aprovação do SRPCBA e acompanhar a sua execução; Acompanhar as políticas directamente ligadas ao sistema de protecção civil que sejam desenvolvidas por agentes públicos; Determinar o accionamento dos planos, quando tal se justifique; Garantir que as entidades e instituições que integram a CMPC accionam, ao nível municipal, no âmbito da sua estrutura orgânica e das suas atribuições, os meios necessários ao desenvolvimento das acções de protecção civil; Difundir comunicados e avisos às populações e às entidades e instituições, incluindo os órgãos de comunicação social. 67

68 A CMPC é convocada normalmente por telefone; em caso de necessidade, todos os seus membros devem comparecer voluntariamente nas instalações destinadas ao seu funcionamento. 68

69 2.2. Critérios e âmbito para a declaração das situações de alerta, contingência ou calamidade Inicialmente, importa conhecer os fenómenos que motivam a declaração de situação de alerta. O artigo 3º da Lei n.º 27/2006 (Lei de Bases da Protecção Civil) define da seguinte forma: Acidente Grave é um acontecimento inusitado com efeitos relativamente limitados no tempo e no espaço, susceptível de atingir as pessoas e outros seres vivos, os bens ou ambiente. Catástrofe é o acidente grave ou a série de acidentes graves susceptíveis de provocarem elevados prejuízos materiais e, eventualmente, vítimas, afectando intensamente as condições de vida e o tecido socioeconómico em áreas ou na totalidade do território nacional. O nº 1 do artigo 9º da Lei n.º 27/2006 define que a situação de alerta pode ser declarada quando, face à ocorrência ou iminência de ocorrência de algum ou alguns dos acontecimentos acima referidos, (acidente grave e/ou catástrofe), é reconhecida a necessidade de adoptar medidas preventivas e ou medidas especiais de reacção. Ao nível municipal, a competência para declaração de alerta, cabe, de acordo com o artigo 13º da Lei n.º 27/2006, ao Presidente da Câmara Municipal. O artigo 14º da mesma Lei refere que o acto que declara a situação de alerta menciona expressamente: a) A natureza do acontecimento que originou a situação declarada; b) O âmbito temporal e territorial; c) A estrutura de coordenação e controlo dos meios e recursos a disponibilizar. Relativamente ao âmbito material da declaração de alerta, o artigo 15º da mesma Lei, refere que, para além das medidas especialmente determinadas pela natureza da ocorrência, a declaração de situação de alerta dispõe expressamente sobre: 69

70 a) A obrigatoriedade de convocação, consoante o âmbito, das comissões municipais, distritais ou nacional de protecção civil; b) O estabelecimento dos procedimentos adequados à coordenação técnica e operacional dos serviços e agentes de protecção civil, bem como dos recursos a utilizar; c) O estabelecimento das orientações relativas aos procedimentos de coordenação da intervenção das forças e serviços de segurança; d) A adopção de medidas preventivas adequadas à ocorrência. A declaração da situação de alerta determina uma obrigação especial de colaboração dos meios de comunicação social, em particular das rádios e das televisões, visando a divulgação das informações relevantes relativas à situação Sistema de monitorização, alerta e aviso Existem diversos sistemas de monitorização em uso para diferentes tipologias de risco: Situações meteorológicas adversas Sistema de Avisos de SRPCBA e do Instituto de Meteorologia; Cheias Sistema de Avisos de SRPCBA e SRAM/DRA; Emergências radiológicas Sistema de Vigilância de Emergências Radiológicas da Agência Portuguesa do Ambiente; Sismos e Erupções Vulcânicas Sistema de Avisos de SRPCBA em consonância com informação do Instituto de Meteorologia e do CIVISA. No diagrama seguinte é possível visualizar a inter-relação existente entre os sistemas de monitorização, de alerta e de aviso (Fig. 8). 70

71 Fig. 8. Sistemas de monitorização, de aviso e de alerta Sempre que for recebido no SMPC um comunicado técnico-operacional dos serviços ou autoridades competentes, são de imediato despoletados sistemas de alerta para uma cadeia de pessoas e entidades já previamente estabelecidas (Agentes de Protecção Civil, Entidades de Apoio, Presidentes de Junta de Freguesia, Dirigentes Municipais, etc.). No que concerne ao sistema de monitorização, através da análise da informação 71

72 meteorológica, podem ser criados cenários futuros, dispondo-se, os meios de protecção civil, de acordo com esses mesmos cenários. No que respeita aos sistemas de aviso, existem diversos dispositivos para o efeito: sirenes, telefones, viaturas com megafones, estações de rádio locais e televisão. Deve ainda ser tomado em atenção a variação de localização da população em função do período do dia e do dia da semana aquando de um possível acidente, no entanto as formas de aviso da população devem ser idênticas. Para avisar a população pode utilizar-se o aviso automático através da rede telefónica, o que requer que listas de residências e empregos com a respectiva localização e números de telefones sejam elaboradas e mantidas actualizadas. Porém, haverá que considerar formas de aviso para a população em movimento que não está nas suas residências ou nos seus locais de emprego. No caso particular deste concelho são especificadas (ANEXO D E ORTOFOTOMAPAS RESPECTIVOS) as zonas de concentração e de alojamento, bem como são propostas rotas de movimentação das populações consoante seja identificado um perigo eminente ou tenha efectivamente ocorrido um desastre. No capítulo seguinte são analisados e quanitficados os vários perigos que podem assolar o concelho. 72

73 Secção II 1. Caracterização geral O Município da Madalena do Pico é um dos três municípios que integram a ilha do Pico. Este município, dispersa-se, fundamentalmente, sobre o flanco W da Montanha do Pico e confronta com o município de São Roque do Pico e das Lajes do Pico, situados, respectivamente para E das freguesias das Bandeiras e de São Caetano (Fig. 9). Fig. 9. Distribuição das freguesias de cada um dos três concelhos da ilha do Pico A área total do concelho é da ordem dos 148km 2, a maior altitude atingida é de 2351m, no topo do Piquinho, zona onde convergem os três municípios, e a população, de acordo com os resultados preliminares dos censos de 2011, é de 6049 habitantes. O município da Madalena do Pico compreende 6 freguesias ribeirinhas que se sucedem, de Norte para Sul, pela seguinte ordem: Bandeiras, Madalena, Criação Velha, Candelária, São Mateus e São Caetano (MAPA 1_Divisão Administrativa). 73

74 A Ilha do Pico foi pautada, no início do povoamento, por actividades relacionadas com a cultura do trigo e do pastel, que paulatinamente foram dando lugar a um incremento da cultura da vinha. É no desenrolar desta actividade que se assiste a um reconhecimento internacional do famoso vinho verdelho, com repercussões económicas, fundamentalmente, neste concelho. As condições geológicas que numa primeira fase pareciam complicar a vida dos agricultores mostraram-se benéficas e determinantes na qualidade dos vinhos. No entanto, o esforço que envolveu a conquista dos terrenos para o cultivo, e para a protecção dos mesmos, exigindo a remoção do biscoito basáltico (clincker), a sua acomodação em piramidais maroiços, e a construção de alinhados currais, conduziu ao reconhecimento pela UNESCO, no ano de 2004, de uma importante área que foi considerada como Património Mundial da Humanidade. Neste contexto, se inserem os lajidos da Criação Velha, que em conjunto com os lajidos de Santa Luzia (concelho de São Roque do Pico) ocupam uma área total de 154,4 ha afectos à Paisagem Protegida da Cultura da Vinha. Integrando este património destaca-se, a nível arquitectónico a Casa do Verdelho/Solar dos Salemas e o Solar dos Limas, ambos na freguesia da Areia Larga. No âmbito do Património Natural realça-se, no concelho, (1) a Gruta das Torres, Monumento Natural Regional, (2) a Reserva Natural da Montanha do Pico; (3) os Sítios de Interesse Comunitário, Baixa do Sul e Ilhéus da Madalena e (4) a Reserva Agrícola Regional e a (5) a Zona de Protecção Especial (Mapa Anexo-9- PME).. Como Reservas Florestais de Recreio são reconhecidas: a Reserva da Quinta das Rosas e parte do Mistério de São João. As potencialidades naturais da ilha têm contribuído para o desenvolvimento turístico do Pico. Tem-se apostado na preservação das características arquitectónicas e na não agressão à ambiência envolvente. Neste contexto, ressalva-se o papel importante desempenhado pelo turismo de habitação, que como nos outros concelhos, também neste está a ser marcante. A população investe na recuperação das suas habitações, mantendo a sua identidade embora aliando o passado com o presente fundamentalmente no que ao conforto diz respeito. Esta aposta tem contribuído para um fluxo turístico que, de ano para ano, se mostra cada vez mais significativo. 74

75 O posicionamento privilegiado da vila da Madalena, em frente à ilha do Faial e a uma distância de cerca de 7,5 Km da mesma, implica a existência de um fluxo maior de pessoas neste concelho comparativamente com os outros. Tal disparidade acentua-se sobretudo no Verão, passando, muitas vezes, a região fronteira da ilha do Pico a ser um dormitório daqueles que durante o dia vão exercer as suas funções na ilha do Faial. Desde o povoamento, a ilha do Pico tem sofrido algumas fatalidades, nomeadamente, erupções vulcânicas, crises sísmicas, ciclones, enxurradas, deslizamentos de terras, entre outras, que foram catalisadoras de importantes fluxos migratórios. A população, no entanto, foi sobrevivendo através da adaptação a novas formas de vida, merecendo especial destaque as indústrias baleeira e atuneira que em épocas passadas foram determinantes no desenvolvimento da ilha, embora com especial incidência nos outros dois concelhos. Em termos gerais pode-se considerar que, tendo em conta os censos de 2001, a população activa do concelho da Madalena, da ordem dos 36,3%, exerce a sua actividade maioritariamente no sector terciário (43%) e, em segundo lugar, no sector primário (29%). 2. Caracterização física 2.1.Aspectos geomorfológicos genéricos O município da Madalena do Pico dispersa-se pelo sector ocidental do estratovulcão da Montanha do Pico, que é o elemento nitidamente mais determinante na geomorfologia do mesmo. Para além desta importante característica, a presença de uma série de cones de escórias e de salpicos de lava (spatter cones) alinhados, realça o papel dominante da tectónica, que se exprime através de fissuras divergindo ou circundando a Montanha. 75

76 2.2. Caracterização climática As características meteorológicas do arquipélago dos Açores, e particularmente da ilha do Pico, decorrem do seu enquadramento geográfico. Na realidade, as condições climatéricas são determinadas preponderantemente pelo seu posicionamento no Atlântico Norte, numa zona subtropical de anticiclones, tal como o designado anticiclone dos Açores, bem como, de forma subsidiária, pela superfície frontal polar, que sazonalmente migra para Sul (Borges, 2003). Neste contexto, o clima da ilha do Pico apresenta temperaturas amenas, com pequenas amplitudes térmicas, do tipo temperado oceânico. A precipitação é regular ao longo de todo o ano, a humidade relativa do ar é elevada, apresentando-se o céu em geral nublado. Frequentemente ocorrem ventos fortes. A precipitação média anual atinge maiores valores em altitude (variando entre 4547 mm/ano, no Posto Udométrico da Lagoa do Caiado, e 3168 mm/ano, no P.U. da Lagoa do Paúl, situados a cotas entre m. Pelo contrário, nas proximidades do litoral, a cotas inferiores a 100 m, a precipitação média anual oscila entre 1002 mm/ano (PU da Madalena) e 1895 mm/ano (PU de São Roque do Pico; Cruz, 1997). O valor mais baixo observado na Madalena supõe-se resultar do facto do PU se encontrar ao abrigo da influência da Montanha do Pico (Cruz, 1997). No que respeita à distribuição mensal da precipitação verifica-se que durante a estação invernosa, desde finais de Setembro a finais de Março, ocorre a precipitação mais significativa. A cotas superiores a 1500 m, na Montanha do Pico e principalmente em Janeiro, observa-se a queda de neve. Os nevoeiros são frequentes na ilha do Pico, sobretudo no Verão e acima daquelas cotas, embora sejam usuais, também, nas zonas mais elevadas do Planalto da Achada, sobretudo na parte final do dia. A temperatura do ar varia regularmente ao longo do ano, observando-se os valores mais elevados em Julho e Agosto (Temp. média de 22ºC-23ºC) e os mais baixos em Janeiro e Fevereiro (Temp. média de 13ºC-14ºC). A temperatura média anual é de 17,4ºC e a taxa de variação da temperatura com a altitude é de -0,6ºC/100 m. 76

77 Os ventos predominantes são de SW, embora nos meses de Outubro a Dezembro sejam mais comuns ventos do quadrante S e nos meses de Maio e Julho haja uma predominância de ventos de NE Caracterização sumária da hidrografia e recursos hídricos No que concerne à rede hidrográfica da ilha do Pico verifica-se que o regime é preferencialmente torrencial, directamente conectado com as épocas de maior pluviosidade, embora de forma menos determinante, em alguns casos pontuais, com os degelos estivais. O estudo da rede hidrográfica do Pico permite destacar a existência de áreas morfológicas distintas resultantes das próprias características do relevo, com ênfase para a Montanha do Pico e o Planalto da Achada. Uma análise genérica permite destacar que os extremos ocidental e oriental da ilha apresentam menor densidade de drenagem relativamente às restantes zonas (Fig. 10). Fig. 10. Mapa simplificado das linhas de água da ilha do Pico. Focalizando-nos especificamente na área correspondente ao concelho da Madalena as linhas de água são coordenadas predominantemente pela morfologia da Montanha do Pico e pelas suas características vulcanológicas. A densidade de drenagem (Dd; razão entre o comprimento total das linhas de 77

78 água e a área onde este é determinado) no sector ocidental da Montanha) no concelho é essencialmente nula ou atinge valores muito baixos, com excepção da zona compreendida entre São Mateus e São João, no lado sul, onde este parâmetro morfométrico sofre um incremento (Fig. 11). Uma possível explicação poderá relacionar-se com a excentricidade do topo do estratovulcão e a declividade muito acentuada da vertente sul. Na verdade, estas condições são propícias a que o capeamento lávico atinja menores espessuras, permitindo que os depósitos piroclásticos mais antigos aflorem à superfície, criando, assim, uma impermeabilização indispensável à ocorrência de uma drenagem superficial Escala 1: Fig. 11. Mapa de Densidade de Drenagem (Dd) da ilha do Pico, com os valores em Km -1 (adaptado de Cruz, 1997). Deste grupo de linhas de água da vertente meridional da Montanha salienta-se a Ribeira Grande, pelo seu forte encaixe e vigor, que é fortemente amplificado quando galga a falha de São Mateus, constituindo uma imponente queda de água de 530 m de altura. Um aspecto comum às linhas de água que integram este concelho é o seu traçado divergente directamente relacionado com a morfologia da Montanha do Pico. A distribuição dos valores da Dd desta área é imputada mais à juventude das formações que constituem o estratovulcão do Pico, do que à declividade, que nem 78

79 sempre demonstra um efeito directo sobre a drenagem, isto é, sobre a presença ou ausência de linhas de água em determinadas zonas da ilha. Parece também merecer referência, que a predominância de escoadas pahoehoe, por vezes com fracturação superficial, com inúmeros tubos lávicos e onde os solos são praticamente ausentes, pode contribuir de sobremaneira para situações de infiltração. No que se refere aos recursos hídricos pode-se constatar que no início do povoamento a captação de água esteve restringida às zonas litorais, quer pela própria distribuição demográfica que se concentrou preferencialmente nessas zonas, quer pelo facto de as nascentes em altitude serem raras e de caudais fracos sujeitos aos efeitos estivais. Neste contexto, o número de pontos de água estão representados por furos de captação de água e poços, que localmente são designados por poços de maré. Estes últimos são pouco profundos e estão localizados muito próximos da linha de costa. Pelo contrário, as captações, também tubulares, embora de menor diâmetro, estão localizadas a maiores distâncias do mar e atingem maiores profundidades. O número de captações tubulares camarárias em toda a ilha ronda o número 20, estando 10 no concelho da Madalena (Mapa Anexo -5-PME). A máxima cota a que elas foram executadas não ultrapassa os 200m (Mirateca) e a máxima profundidade atingida ronda também os 200m na mesma captação. Todos os furos captam no sistema aquífero de base, na formação geológica da Montanha do Pico, atingindo o nível médio da água do mar. Geoquimicamente as águas subterrâneas do Pico são frias (14.38ºC a 17.44ºC) e são principalmente do tipo cloretadas sódicas. O sódio é o catião predominante e o cloreto o anião principal. A conductividade varia entre 82 a 9790 µs/cm, no entanto 18% apresentam valores superiores a 5130 µs/cm, o que sugere que são altamente mineralizadas. Tal facto deve-se a dois processos principais, nomeadamente, (1) para cotas mais elevadas, a dissolução de silicatos e (2) a salinização nas áreas litorais, devido à intrusão de água do mar e do sal transportado pelas águas das chuvas. As águas são muito duras, com valores de 79

80 dureza total superiores a 250mg/l e são alcalinas, com ph variando entre 7.20 e O volume da recarga aquífera para a ilha do Pico aponta para a existência de um volume total de 582 Mm 3 /ano, que é o valor mais elevado do arquipélago. Este valor de recarga corresponde ao volume de recursos hídricos renováveis, visto estas duas grandezas serem equivalentes quando se considera um espaço de tempo alargado As taxas de recarga que estiveram na base da determinação dos recursos hídricos subterrâneos variam, para a totalidade do arquipélago entre 8.5% e 62.1% do volume da pluviosidade, e verifica-se que os valores mais elevados são atingidos nas ilhas do Pico, Terceira, Faial, São Miguel e Graciosa, nomeadamente em sistemas aquíferos constituídos predominantemente por escoadas lávicas basálticas s.l. recentes, intercaladas com níveis piroclásticos da mesma natureza. Os resultados mais elevados foram observados no sistema aquífero da Montanha, na ilha do Pico. As águas de consumo do concelho são mensalmente analisadas e têm apresentado parâmetros (1) físico-químicos, nomeadamente, azoto amoniacal, nitratos, oxidabilidade, condutividade a 20º, cor. ph, cheiro, sabor e turvação, e (2) bacteriológicos, dentro dos valores definidos no Dec-Lei nº 306/ Uso do solo As características geológicas associadas às condições climatéricas inerentes às variações altimétricas foram determinantes no uso do solo. Desde o início se assistiu a um esforço sobre-humano para conseguir transformar as lavas em terrenos produtivos. Nesta labuta diária e árdua edificaram-se os maroiços e construíram-se os currais contribuindo assim para a limpeza dos terrenos e para a sua capacitação para o plantio das videiras. As zonas cultivadas passam a ocupar as zonas mais litorais acompanhando a própria distribuição da população. As terras que oferecem melhores condições são utilizadas no cultivo de legumes, inhames, batata, batata-doce, árvores de fruto, cereais e tabaco. Nas zonas mais altas, que podem ultrapassar os 800m de cota, distribuem-se as pastagens. As florestas de laurissilva expandem-se, com predominância das plantas endémicas, nomeadamente, o cedro-do-mato, o 80

81 azevinho, o louro e a urze que se expande até aos 1700 m. Por todo as matas de criptomérias e de acácias começam a ser bastante representativas. Nas últimas décadas uma política apostada nos lacticínios mudou drasticamente a ocupação do território insular, assistindo-se ao corte indiscriminado das endémicas, ao abate das florestas e à disseminação anacrónica de pastagens. Para além dos prejuízos que advieram para as restantes culturas, e das alterações provocadas nos ecossistemas, recaiu sobre os corpos hídricos uma real ameaça que pode por em causa as qualidades físicas, químicas e biológicas dos corpos de água. A má gestão da ocupação do solo por indevida utilização agrária, irracional uso dos recursos naturais, ausência de um planeamento demográfico que considere as características geotécnicas regionais e locais podem conduzir a erros irreparáveis. Neste contexto, em acções concertadas, deve-se (1) tentar identificar e caracterizar as áreas que favorecem as melhorias na qualidade e disponibilidade hídrica, (2) promover acções de conservação do solo e (3) controlar a expansão das áreas urbanas e agricultáveis 3. Caracterização Socioeconómica 3.1.Análise da População O concelho da Madalena, com uma área total da ordem dos 148 km 2, tem uma população residente, de 6136 habitantes, sendo 3078 do sexo masculino e 3058 do sexo feminino, com a seguinte distribuição por freguesias (MAPA 2_População por freguesias).. Bandeiras (28 km 2 ; 520 Hab; 252 Homens); Madalena (30 km 2 ; 2509 Hab; 1297 Homens); Criação Velha (16 km 2 ; 818 Hab; 405 Homens); Candelária (31 km 2 ; 892 Hab; 425 Homens); São Mateus (17 km 2 ; 847 Hab; 424 Homens); São Caetano (24 km 2 ; 550 Hab; 275 Homens). A densidade populacional do concelho da Madalena do Pico é de 42,03 hab/km 2, 81

82 com a seguinte representatividade por freguesia: Bandeiras 18,57 hab/km 2 ; Madalena 83,63 hab/km 2 ; Criação Velha 51,13 hab/km 2 ; Candelária 28,77 hab/km 2 ; São Mateus 49,82 hab/km 2 ; São Caetano 22,92 hab/km 2 ; Segundo os resultados preliminares do censo de 2011, a população actual é de 6049, sendo 49,12% homens e 50,88% mulheres. Comparativamente ao ano de 1991 a densidade demográfica do concelho aumentou na ordem de 2 hab/ km 2. Analisando os valores anteriores o maior aumento verificou-se na freguesia da Madalena que teve um acréscimo aproximado de 16,6 habitantes por km 2 e, por outro lado a freguesia das Bandeiras, que em 1991 apresentava um menor índice demográfico, em 2001 diminuiu em cerca de 1.8. Notícias recentes, não oficializadas, baseadas nos censos de 2011, apontam no sentido de que o concelho da Madalena foi o que registou uma tendência de decréscimo menos negativa relativamente ao conjunto da ilha, onde os sinais são de que o Pico continua a perder população. Presume-se que o concelho terá perdido 95 pessoas, surgindo as Bandeiras e a Madalena como as freguesias que, apesar deste cenário, ganharam alguns habitantes. No que diz respeito aos grupos etários verifica-se que: (1) entre 0 e 14 anos existem 1011 pessoas; (2) entre 15 e 24 anos existem 875 pessoas; (3) entre 25 e 64 anos existem 3071 pessoas e (4) com 65 anos ou mais existem 1179 pessoas. Comparativamente aos dados referentes a 1991 a variação percentual da população residente, respectivamente para cada um dos anteriores grupos foi de -16,5%, 13,5%, 5,8% e 9,2%. Tais valores apontam para uma população envelhecida. A percentagem de população activa no concelho da Madalena varia entre 41,11% 82

83 a 42,89% o que corresponde a um aumento, relativamente ao ano de 1991, de cerca de 5,08% a 5.83%. As famílias clássicas residentes do concelho da Madalena são em número de 2057, havendo 5 institucionais. No que respeita a alojamentos familiares existem 2690 do tipo clássico e 8 de natureza diversa. Os alojamentos colectivos são na totalidade 9, encontrando-se 8 na freguesia da Madalena e 1 na Candelária (Mapa Anexo -3-PME). A taxa de analfabetismo do concelho diminuiu de 0.9% relativamente ao ano de 1991, embora existam ainda 382 pessoas analfabetas com idades iguais ou superiores a 10 anos. No que respeita ao nível de alfabetização surgem 3162 com o 1º ciclo, 648 com o 2º ciclo, 738 com o 3º ciclo, 684 com o ensino secundário, 25 com o ensino médio e 329 com o ensino superior Caracterização geral do edificado Considerando a relação de alojamentos por km 2 verifica-se que o concelho da Madalena apresenta, assim como toda a ilha, um nº compreendido entre 13 a 18, que comparativamente com a situação de 1991 representa um acréscimo inferior a 4%. Se por outro lado tivermos em conta o Índice de Envelhecimento dos Edifícios, deste concelho, que se obtém pela aplicação da seguinte relação: os valores inferiores a 50% obtidos são indiciadores de um importante incremento da renovação do parque habitacional. O parque habitacional do município está plasmado conforme se pode constatar no (Mapa 3), englobando alojamentos familiares, dispostos na sua maioria ao longo das vias de comunicação, edifícios de hotelaria (incluindo típicos hotéis, apartamentos e casas de turismo de habitação, e 14 igrejas e ermidas, algumas 83

84 com valor patrimonial arquitectónico, nomeadamente dos séculos XV a XIX. No que diz respeito a edifícios de uso sazonal a taxa aumentou de 3,21 para 3.84% de 1991 para 2001, com a 21.35% de habitações deste tipo no concelho. Por outro lado a taxa de edificado muito degradado situa-se entre 2.16 a 2.77%, o que não é muito significativo comparativamente com os valores da restante região. Todavia, essa degradação acentuou-se entre 1991 e 2001, à ordem de 21%. Um factor positivo a registar é que 85% dos edifícios do concelho têm acessibilidades para pessoas de mobilidade condicionada. Refira-se, ainda, a existência de elementos construtivos de expressão tradicional e primitiva, que contribuem para a valorização da paisagem, como é o caso de maroiços, currais de vinha, adegas, atafonas, eiras, impérios, muros, cisternas, bebedouros e moinhos Rede escolar A nível do concelho existem creches de infância, escolas primárias, 1 escola secundária e uma escola de ensino profissional, identificadas no ANEXO A (MEIOS E RECURSOS) Tecido Empresarial e Sectores de Actividade mais Representativos A identificação das unidades de produção, que se encontram, relativamente dispersas, consta do ANEXO A (MEIOS E RECURSOS). 84

85 4. Caracterização das infra-estruturas Para a consecução global desta caracterização todos os pormenores estarão explicitados no ANEXO A (MEIOS E RECURSOS) Redes viárias A rede viária do município da Madalena, entre estradas de asfalto e estradas de macadame, tem uma extensão de metros, sendo a freguesia de Criação Velha a que possui a mais densa rede com metros de extensão. O município da Madalena é servido por uma estrada regional que liga todas as povoações principais que se sucedem ao longo do litoral, constituindo a ligação principal aos municípios limítrofes. Adicionalmente, existe uma via central ao concelho que se inicia na Vila da Madalena e se desenvolve para oeste, fazendo a ligação ao concelho de São Roque, a cerca de 800 metros de altitude, na face Norte da montanha do Pico. Existe uma extensa rede de vias secundárias interiores que, à excepção da vertente Sul da montanha do Pico onde existem só alguns caminhos florestais, são em grande parte asfaltadas e com uma faixa de rodagem de dimensões suficientes para permitir a fácil passagem de duas viaturas. As vias de macadame apresentam-se geralmente em boas condições sendo acessíveis por qualquer viatura. Os caminhos florestais são, na sua maior parte, acessíveis só a viaturas de tracção às quatro rodas ou pick-up, apresentando, nalguns casos, um elevado nível de deterioração que os torna acessíveis só a tractores e máquinas de lagartas Portos e varadouros No concelho, precisamente na vila da Madalena e localizado a 38º 32 N, 28º 32 W, abrindo-se para o canal do Faial, existe o Porto da Madalena que é a principal infra-estrutura portuária da ilha do Pico e responsável pela quase totalidade de transporte de passageiros com o exterior. Este porto garante condições ao tráfego de mercadorias e reparação naval de barcos até 30 metros de comprimento, permitindo também o apoio à actividade piscatória artesanal e à náutica de 85

86 recreio. Na doca, existem um cais para passageiros do tráfego entre a ilha do Faial e a do Pico, um varadouro e algumas outras instalações de apoio. Existem 11 pequenos núcleos de apoio à actividade piscatória artesanal e à náutica de recreio: 2 na orla Norte da ilha; 5 na orla Ocidental; 4 na orla Sul. As infraestruturas do Porto da Madalena podem considerar-se satisfatórias (áreas para armazenar contentores, gruas e empilhadoras). As condições de operacionalidade dependem das condições meteorológicas sendo que o Porto da Madalena é particularmente vulnerável a temporais de sul. Sempre que o porto da Madalena se encontra impraticável, constituem alternativa eventual os seguintes varadouros: Porto do Calhau, de São Mateus e da Praínha do Galeão na costa Sul embora, em qualquer dos casos, tais alternativas se afigurarem pouco viáveis tendo em conta estarem viradas para o quadrante Sul. Uma alternativa na costa Norte da ilha, como o Cais do Pico, já no Concelho de São Roque, será a mais adequada nessas circunstâncias (Mapa 4) Aeródromo Existe um único aeródromo na ilha do Pico situado no concelho da Madalena, em Porto Cachorro, no limite entre este concelho e o concelho de São Roque do Pico. Localizado a 10 Km da vila da Madalena, no extremo noroeste do concelho junto ao mar, a uma altitude média de 34 metros, é servido por vias rodoviárias amplas e em boas condições. Tem uma pista de 1745 metros de comprimento por 45 metros de largura, na qual operam os voos regulares da SATA AIR AÇORES e TAP Air Portugal. No âmbito do novo modelo de transporte aéreo, implementado a partir de 2005, este aeródromo passou a constituir uma das portas de entrada e saída do arquipélago (gateway) e pode receber voos internacionais intra-schengen. As dimensões da pista e plataforma permitem, em função da distância e carga a transportar, a operação dos aviões mais frequentes de médio curso, como sejam o Boeing B737 (142 a 180 passageiros), o Airbus A318, A319, A320, A321 (110 a 180 passageiros), o Boeing 757 (180 passageiros) ou mesmo o Airbus A-310 (220 passageiros). Apesar do horário de funcionamento normal se enquadrar no período diurno, o 86

87 Aeroporto está equipada com um sistema de sinalização luminosa de pista, luzes de guiamento de aproximação e de plataforma de estacionamento, totalmente adequada para a operação nocturna. A Aerogare é ampla e moderna, cumprindo todas as regras aplicáveis no domínio da segurança operacional e policial serviços e equipamentos. O controlo de tráfego aéreo de aproximação é exercido pela Torre de Controlo da Horta sendo a informação meteorológica recolhida e transmitida localmente aos pilotos. A concessão de gestão do Aeroporto do Pico foi atribuída pelo Governo Regional dos Açores, proprietário da infra-estrutura, à SATA-Gestão de Aeródromos, uma das empresas do Grupo SATA. Novas regras aeronáuticas impõem complementaridade entre o Aeroporto da Horta e o Aeroporto do Pico. Em caso de impossibilidade de operar num dos referidos aeroportos, devido a condições meteorológicas adversas, as companhias aéreas portuguesas de serviço público (SATA e TAP) têm indicações para operar no aeroporto da ilha vizinha se existirem condições meteorológicas para tal. Na ilha do Pico não existem heliportos. Dada a localização das freguesias limítrofes e a distância das mesmas relativamente ao aeródromo do Pico, afigurase importante poder dispor, em caso de emergência, de algumas estruturas heliportuárias. A título opcional são indicadas hipotéticas localizações de heliportos no ANEXO D. Na realidade, a análise de riscos, que em capítulo próprio é apresentada, identifica a região de São Mateus e limítrofes como zona de provável risco geológico. Assim sendo, a inoperância das vias de comunicação naquela área poderia maximizar os riscos inerentes a uma situação de catástrofe. A escolha da localização de heliportos e das suas especificidades, como é óbvio, terão que ser estabelecidas pelas entidades competentes, nomeadamente a FAP Hospitais No concelho da Madalena actualmente existe um único Centro de Saúde com 87

88 insuficientes potencialidades para dar resposta adequada em caso de catástrofe. Para além desta estrutura existem serviços de Saúde localizados nas Casas do Povo de Bandeiras, Candelária, Criação Velha, São Mateus e São Caetano. Assinala-se, no entanto, que uma nova unidade de saúde está a ser projectada o que vem ampliar em muito as valências actuais. Dadas as dimensões da ilha e a sua proximidade à ilha do Faial poderão ser utilizados, em simultâneo, (1) os outros dois Centros de Saúde existentes nos concelhos de São Roque do Pico e das Lajes do Pico; (2) e o próprio Hospital da Horta Instalações dos agentes de Protecção Civil (ANEXO B) 4.6. Instalações Militares Não existem instalações militares no município da Madalena Telecomunicações (MAPA 6) 4.8. Abastecimento de água (MAPA 5) 4.9. Abastecimento de electricidade (MAPA Combustíveis (MAPA 4) e ANEXO A (MEIOS E RECURSOS) Meios e Recursos O inventário dos meios e recursos mobilizáveis em caso de acidente grave ou catástrofe consta no ANEXO A (MEIOS E RECURSOS). 88

89 5. Caracterização do Risco Em termos gerais há duas ordens de riscos: I. Riscos/Catástrofes de origem natural II. Riscos/Catástrofes de origem antrópica Para uma caracterização dos riscos ter-se-á que (1) proceder a uma recolha de dados que, perduram na memória ou constituam registos históricos; (2) ter um conhecimento exaustivo das condições geológicas e vulcanológicas da área e da ilha e (3) verificar, entre outros factos, se são observadas todas as normas que podem contribuir para evitar as catástrofes provocadas pelo homem e que abaixo se indicam. As catástrofes provocadas pelo Homem mais significativas, em termos de probabilidade de ocorrência ou de gravidade das suas consequências incluem, entre outros, acidentes graves de tráfego (aéreo, marítimo ou terrestre), incêndios, transporte de mercadorias perigosas, colapso de estruturas, epidemias, marés negras e explosões. Nas sociedades modernas, vêm aumentando os riscos industriais e tecnológicos associados a fenómenos antrópicos, face ao desenvolvimento industrial, ao incremento nos transportes e à construção de grandes obras, aos quais se deve associar, na maior parte das vezes, eventuais negligências humanas. No que se refere aos riscos de origem natural verifica-se que os efeitos estão directamente relacionados com o tipo e magnitude do fenómeno em curso, a vulnerabilidade da zona atingida e dos elementos em risco, nomeadamente, a população, o edificado, as infra-estruturas existentes e as actividades económicas afectadas. De tal facto decorre que é fundamental proceder, por um lado, a uma avaliação detalhada de possíveis riscos e, por outro, à elaboração de cartas de risco, sobre as quais se deverá basear o planeamento das acções de intervenção. Tal metodologia irá, indubitavelmente contribuir para a prevenção e a minimização dos danos expectáveis. As ameaças de origem natural mais significativas no Município, em termos de 89

90 probabilidade de ocorrência ou de gravidade das suas consequências, estão relacionadas com: sismos, erupções vulcânicas, inundações costeiras (tempestades e tsunami) e movimentos de massa de vertente (e.g. quebradas, escorregamentos). Em termos gerais estes riscos geológicos e sismo-vulcânicos decorrem ou estão interligados, fundamentalmente, com o enquadramento geotectónico da região Açores. Por tal facto proceder-se-á, em primeira mão, a esta contextualização Enquadramento geográfico e geotectónico O arquipélago dos Açores situa-se no Atlântico Norte, a aproximadamente 1600 km de Portugal Continental (Fig. 12). Este arquipélago, constituído por nove ilhas e alguns ilhéus, distribui-se entre as latitudes 36º 55 e 39º 43 N e as longitudes 24º 46 e 31º 16 W. As ilhas integram a denominada Plataforma dos Açores, que apresenta uma forma grosseiramente triangular, definida pela curva batimétrica dos 2000m, e que cobre uma área de 5,8 milhões de km 2. Dessa área, 2333 km 2 correspondem ao arquipélago dos Açores. Fig. 12 Localização geográfica do arquipélago dos Açores. As diferentes ilhas apresentam-se alinhadas segundo uma faixa de orientação geral NW-SE, com uma extensão de cerca de 600km entre Santa Maria e o Corvo. Geotectonicamente o arquipélago dos Açores encontra-se numa zona de 90

91 convergência de uma série de estruturas tectónicas, cuja dinâmica é responsável pela sismicidade e vulcanismo actuantes nestas ilhas, bem como, de certa forma, pelas características petrológicas e geoquímica das lavas emitidas. De entre essas estruturas salientam-se (Fig. 13): a Crista Médio-Atlântica (CMA), o Rifte da Terceira (RT), a Zona de Fractura Norte dos Açores (ZFNA), a Zona de Fractura Este dos Açores (ZFEA) e a Zona de Fractura Oeste dos Açores (ZFWA). A Crista Médio-Atlântica é uma estrutura distensiva pura, sismicamente activa, que se estende de norte a sul do Atlântico, intersectada por falhas transformantes, de tendência geral E-W, que a fragmentam em inúmeros troços. Esta estrutura estabelece o limite entre a placa Americana, que se encontra a oeste, e as placas Euroasiática e Africana, que se desenvolvem para leste deste acidente tectónico (Meidav & Forjaz, 1976; Searle, 1980; Forjaz, 1983). As ilhas Flores e Corvo integram a placa Americana, a Oeste da CMA, ao invés das restantes que se edificaram a E daquela estrutura. A análise pormenorizada da junção tripla dos Açores sugere que a taxa de expansão da CMA a sul dos Açores é mais baixa do que a norte deste arquipélago (Krause & Watkins, 1970). Laughton & Whitmarsh (1974) determinaram que a velocidade média de expansão da região da CMA, a norte e a sul dos Açores, é, respectivamente, igual a 1,8 cm/ano e 1,3 cm/ano. A Zona de Fractura Norte dos Açores encontra-se à latitude 39º30 N, exactamente na região em que a CMA se apresenta desviada cerca de 15 km para leste. Searle (1980) considerou que esta estrutura, de direcção aproximada E-W, parecia corresponder a uma fractura sem características de falha transformante. A Zona de Fractura Este dos Açores, inicialmente designada por Fractura Açores-Gibraltar, representa o segmento oeste de uma das mais importantes zonas de fracturas do Globo Terrestre - o Arco Tectónico Alpino. O limite entre as placas Euroasiática e Africana, para leste dos Açores, é estabelecido por um troço da Fractura Açores-Gibraltar actualmente conhecido por Falha Glória (FG; Laughton et al., 1972). 91

92 CMA - Crista Média-Atlântica; ZFEA - Zona de Fractura Este dos Açores; ZFWA - Zona de Fractura Oeste dos Açores; RT- Rifte da Terceira; ZFNA - Zona de Fractura Norte dos Açores; FG - Falha GLORIA; ZFBPA - Zona de Fractura Banco Princesa Alice, ZFBA - Zona de Fractura Banco Açor; ZFFP - Zona de Fractura Faial - Pico; TSJ - Transformante de São Jorge (in Ribeiro, L.P., 2011). Fig. 13. Principais acidentes tectónicos que interactuam na região dos Açores Para W do flanco submarino de Santa Maria, à latitude de 36º 48 N e longitude 24º 30 W, a ZFEA termina abruptamente e estabelece ligação com um sistema de falhas normais de direcção NW-SE que atravessam a bacia dos ilhéus das Formigas. A existência de uma escarpa a cerca de 10 km a sul daquela ilha, com uma direcção similar à Falha Glória (embora menos linear, mais larga e geomorfologicamente de aspecto menos fresco), levou a considerar-se tal escarpa como um primitivo sector terminal da ZFEA que estabeleceria a sua ligação com a CMA, e que teria antecedido a formação do centro de expansão dos Açores (Searle, 1980). Este segmento para alguns autores está inactivo (Laughton & Whitmarsh, 1974; Searle, 1980), enquanto que, para outros, é uma estrutura sismicamente activa (Krause & Watkins, 1970; Forjaz, 1984). A Zona de Fractura Oeste dos Açores parece corresponder ao prolongamento, para W, da ZFEA. As duas estruturas apresentam sensivelmente a mesma direcção W-E, embora a ZFWA se desenvolva mais a norte, a partir da latitude 38ºN, e se encontre à longitude 32ºW (Krause, 1965). Esta estrutura, referida inicialmente por Tolstoi (1951; in Krause & Watkins, 1970) é também designada por Zona de Fractura do Pico (Laughton & Whitmarsh, 1974; Udias et al., 1988; Buforn et al., 1988). A ausência de movimentos relativos entre os blocos situados 92

93 a norte e a sul deste acidente tectónico, aliada ao seu comportamento assísmico, levou Krause & Watkins (1970) a alegarem que aquela estrutura não deva ser considerada como uma uma zona de fractura no sentido dinâmico, embora o deva ser no sentido estrutural. O Rifte da Terceira (Machado, 1959) apresenta uma direcção WNW-ESE, sensivelmente coincidente com a disposição das ilhas dos grupos oriental e central dos Açores. Esta estrutura evidencia-se entre as latitudes 36º 48 N e 39º 20 N e as longitudes 24º 30 W e 28º 50 W (Searle, 1980) e é definida por uma série de bacias e elevações (ilhas e bancos submarinos) que se desenvolvem entre a Bacia Oeste da Graciosa e os ilhéus das Formigas. A intersecção entre este acidente e a ZFNA ocorre aos 39º 20 N e 28º 50 W (Searle, 1980). A não consensualidade relativamente ao limite das placas euroasática e africana, no sector compreendido entre a ilha de Santa Maria e a CMA, desencadeou a idealização de uma série de modelos tectónicos, bem como uma acentuada controvérsia científica. Neste âmbito, alguns investigadores consideram que aquele limite corresponde ao RT, estrutura distensiva pura funcionando como centro de expansão secundário, o que determinaria que a junção tripla fosse do tipo RRR (Krause & Watkins, 1970; Udías & Arroyo, 1972; Udías et al., 1976; Udías, 1980; Udías et al., 1986; Buforn et al., 1988). Para outros (Mckenzie, 1972; Laughton & Whitmarsh, 1974; Searle, 1980; Ribeiro, 1982) a interligação entre a CMA e a Falha Glória ocorre através de uma estrutura do tipo leaky transform, com eixo na ilha de São Jorge ou no canal São Jorge-Pico. Posteriormente, Forjaz (1983) concebeu o modelo da microplaca dos Açores, considerando uma microplaca triangular limitada a W pela Crista Média Atlântica, a S pela ZFEA e a NE pelo RT. Para este último autor o jogo de tensões, criado nos dois últimos limites, induziria um regime de compressão oblíquo na Falha Glória. Trabalhos recentes (Miranda et al., 1991; Luís et al., 1994; Miranda & Luís, 1995; Fig. 7), baseados em estudos geofísicos desenvolvidos na CMA, entre as latitudes 37ºN e 40º 30 N, e abrangendo uma área de 10 Ma de crusta oceânica para W e E daquele acidente tectónico, apontam no sentido de que o vulcanismo e a tectónica da região dos Açores têm sido controlados pelas variações de 93

94 movimento entre as placas Americana, Euroasiática, Africana e a "microplaca ou bloco dos Açores". Ao invés da migração directa da junção tripla desde a ZFEA para a ZFNA, proposta por Searle (1980), estes autores defendem uma migração progressiva (1) desde a Zona de Fractura Este dos Açores, para a Zona de Fractura Banco Princesa Alice, num período anterior aos últimos 10 Ma; (2) da Zona de Fractura Banco Princesa Alice para a Zona de Fractura Banco Açor e, actualmente, (3) desta zona para a Zona de Fractura Faial-Pico (Fig.14). Apontam, ainda, estes investigadores que a recente migração do "ponto triplo" foi responsável pela edificação de duas das mais recentes ilhas do arquipélago - Faial e Pico - construídas sobre a ZFFP, num ambiente de leaky transform. CMA Crista Média-Atlântica ZFPA Zona de Fractura Princesa Alice ZFNA Zona de Fractura Norte dos Açores ZFP Zona de Fractura do Pico ZFF Zona de Fractura do Faial ZFEA Zona de Fractura Este dos Açores ZFA Zona de Fractura Açor Fig. 14. Mapa batimétrico (intervalos de 1000m) com as diferentes zonas de fractura e com a área do trajecto aeromagnético delimitada a tracejado (adaptado de Luís et al., 1994) Caracterização Geológica e Vulcânica da ilha do Pico Por que um município é parte integrante de uma maior unidade - a ilha, é impossível proceder à sua caracterização sem ter em conta a realidade maior que é o espaço insular. Descrições pormenorizadas sobre a geologia e a vulcanologia desta ilha podem ser encontradas nos trabalhos de investigação de J.V. Cruz 94

95 (1997), J. Madeira (1998), J.C. Nunes (1999) e Z. França (2000). Neste documento, porque se considera importante dar a conhecer alguns aspectos relevantes, que facilitem a compreensão da análise dos perigos e riscos a que se irá proceder, dá-se uma panorâmica sucinta da geologia da ilha. A ilha do Pico, com uma área total da ordem dos 448km 2, apresenta, aproximadamente, valores máximos de 50km de comprimento, 16km de largura e 2351m de altitude. A sua forma alongada, segundo a direcção dominante WNW- ESE, evidencia um nítido controlo geotectónico (Fig.8). O vulcanismo decorrente desta dinâmica edificou uma ilha que, no contexto actual do arquipélago, é única devido à majestosa e emblemática montanha que ocupa o lado ocidental da mesma. Para oriente, a ilha prolonga-se através de um alinhamento fissural de cones de escórias e de respingos lávicos (spatter cones), conhecido como Planalto da Achada. Numa posição meridional, sensivelmente a meia distância dos dois extremos daquele sistema fissural, desenvolve-se um vulcão em escudo (shield volcano), designado como vulcão do Topo Fig.15 - Modelo Digital de Terreno da ilha do Pico (dados de IGeoE). Passando à descrição individual de cada um dos grandes domínios morfológicos da ilha, verifica-se que a Montanha do Pico é um estratovulcão (vulcão compósito), que apresenta, ao nível do mar, uma base aproximadamente elíptica, com cerca de 16 Km de diâmetro máximo e um volume da ordem dos 97 Km 3 (Nunes et al., 1998). Este vulcão está encimado por uma cratera de colapso (pit crater) com um diâmetro variando entre 550m e 590m, o que lhe confere uma 95

96 forma aproximadamente circular. A cratera é delimitada a W e S por paredes verticais que chegam a atingir 30m. O colapso dos bordos N e E da cratera, na sequência de episódios geológicos ocorridos no passado, originou importantes depósitos de vertente conhecidos localmente por areeiros ou quebradas, dos quais se destaca, a norte, o Areeiro de Santa Luzia e, de ESE para SSE, as Quebradas do Norte, do Curral e da Terça. O desmantelamento das paredes da cratera poderá ter resultado da conjugação de uma série factores, tal como, o jogo de falhas circulares bem visíveis nesta área, as amplitudes térmicas que se verificam àquela altitude, a alternância dos períodos dos gelos e degelos e o próprio crescimento excêntrico do pequeno cone lávico o Piquinho, que se ergue a partir da base da cratera da Montanha do Pico, atingindo uma altura da ordem dos 125m (França, 2000). No topo deste cone lávico observa-se uma cratera de pequenas dimensões por onde foram emitidas lavas pahoehoe em tripas (driblets), que preencheram toda a cratera actual do estratovulcão, originando um lago de lava. A menor altura atingida pelos bordos E e SE daquela cratera permitiu que as lavas do lago galgassem as paredes extravasando-se sobre as vertentes da Montanha do Pico. Merece, ainda, realce o facto de ser possível observarem-se, tanto no topo do Piquinho como na sua base, algumas emissões gasosas, que podem atingir temperaturas máximas da ordem dos 76ºC. Outro aspecto notável é a existência de um alinhamento fissural de direcção N115ºW, que afecta a vertente W do Piquinho, a base e a parede da cratera do estratovulcão, bem como, os seus flancos na direcção da Lomba de São Mateus. Este alinhamento adquire maior expressão no fundo da cratera onde se destacam pequenas bocas de explosão que emitiram as escórias e salpicos de lava observáveis, com maior expressão, para NW da fissura, o que indicia a presença de ventos de direcção SE na altura da erupção. Aos 2050m observa-se uma importante ruptura de declive correspondente a uma primitiva cratera, com um diâmetro que se estima rondar os 800m, parcialmente invadida por lavas de erupções mais recentes relacionadas com o processo de crescimento do actual estratovulcão. As vertentes da Montanha do Pico, são nitidamente côncavas e os pendores aumentam drasticamente acima de uma altitude de aproximadamente 1150 m. Na 96

97 verdade, embora as inclinações das vertentes sejam bastante variáveis, poder-seá considerar que até àquela altitude o declive oscila entre os 3º e os 15º, enquanto que para altitudes superiores se chegam a observar inclinações da ordem dos 50º e 70º (no Piquinho). A maior declividade das vertentes S e E, relativamente aos flancos N e W da Montanha do Pico, confere-lhe uma notória assimetria. Circundando todo o aparelho vulcânico da Montanha do Pico, encontram-se inúmeros cones adventícios, relacionados quer com a tectónica regional, quer com estruturas exclusivamente locais. Um facto interessante prende-se com o adensamento de cones adventícios à medida que a altitude diminui, embora, sejam raros os cones a altitudes inferiores a 150 m. Por outro lado, verifica-se que um maior número de cones vulcânicos se dispersa por duas faixas diametralmente opostas, de um lado e outro do topo da Montanha, com uma direcção WNW-ESE, quase na continuidade dos alinhamentos definidos pelos cones do Planalto da Achada (França, 2000). Grande parte dos cones vulcânicos da Montanha corresponde a cones de escórias (cinder cones), constituídos essencialmente por bagacinas, embora com alguns níveis intermédios de piroclastos soldados (spatters). Ainda excepcionalmente, como no caso do Cabeço dos Rienos, é possível visionar-se um nível de materiais finamente pulverizados exibindo uma certa estratificação, o que parece evidenciar a interacção de água com o líquido magmático em determinado momento do fenómeno eruptivo (França, 2000). Observam-se outros, porém, como o Cabeça Negra, em Campo Raso (Mirateca), que correspondem a cones de piroclastos soldados (spatter cones) e, ainda, vários hornitos, correlacionáveis com tubos lávicos, como por exemplo os hornitos de Frei Matias e das Torrinhas. Em algumas situações, tais como no Pico da Urze e no Cabeço da Brindeira, são visíveis, nas proximidades dos cones, notáveis crateras de colapso (pit craters) bem preservadas. Inserem-se, ainda, na Montanha do Pico dois cones constituídos por piroclastos submarinos, bastante desmantelados: um deles está representado pelos ilhéus da Madalena e o outro, é o Cabeço Debaixo da Rocha, no local do Cabeço do Chão. 97

98 No que diz respeito ao vulcão do Topo, actualmente muito afectado pela acção conjugada da tectónica, de importantes movimentos de massa e de factores erosivos (França, 2000), constata-se que tem uma altitude de 1022 m, uma área total de aproximadamente 18 km 2 e o seu volume subaéreo é de cerca de 8 km 3 (Nunes, 1999). Este vulcão em escudo, resultante, predominantemente, da sobreposição de inúmeras escoadas lávicas, tem no lado oriental duas importantes depressões designadas por Caldeira de Santa Bárbara e Terras Chãs. A Caldeira de Santa Bárbara, grosseiramente de forma circular, corresponde a uma zona abatida, de fundo mais ou menos plano, ligeiramente basculada para sul. Esta depressão é delimitada na sua parte meridional pela falha do Topo, a ocidente por uma parede de aproximadamente 100 m de altura que parece corresponder ao prolongamento da falha do Arrife, e a norte por um conjunto de cones alinhados do Planalto da Achada. A depressão das Terras Chãs é limitada a norte e nordeste por uma escarpa circular bem evidente, que se desvanece para o lado oriental. Do lado oeste o limite é estabelecido pela escarpa de falha do Arrife, que se desenvolve sensivelmente de norte para sul, com rejeitos que chegam a atingir os 300 m no seu troço mais setentrional. Ladeando toda a parte norte e oeste desta depressão encontram-se importantes depósitos de vertente. No seu interior ocorreram fenómenos vulcânicos responsáveis pela edificação de cones secundários, provavelmente relacionados com acidentes tectónicos de direcção NE SW, que afectaram a escarpa da falha do Arrife e o próprio bordo NE das Terras Chãs. O vulcão do Topo mostra um perfil aproximadamente côncavo, com uma inclinação no sector superior da ordem dos 20º, a contrastar com os pendores médios da ordem dos 10º observáveis a menores altitudes. Sobre os flancos noroeste e sul do vulcão do Topo encontra-se um maior número de cones adventícios, dos quais se salienta o do Geraldo, o do Castelete, o 405, responsável pela emissão das lavas que contribuíram para a construção da última fase da fajã lávica da Vila das Lajes, e o cone que marginaliza a Ribeira da Burra. O Planalto da Achada desenvolve-se desde a parte leste da Montanha do Pico até à extremidade oriental da ilha, correspondendo a uma zona de topo aplanado, delimitada por vertentes bastante inclinadas e com altitudes que vão diminuindo 98

99 em direcção à Ponta da Ilha. Na realidade verifica-se que as inclinações variam entre os 9º e os 30º, maximizando-se em alguns pontos, tais como entre a Praínha e a Terra Alta, a norte, e Ribeiras e Ribeira Seca, a sul. A extremidade mais oriental, pelo contrário, apresenta encostas muito suaves. A distribuição dos cones vulcânicos define duas direcções predominantes de vulcanismo. Assim, desde o Cabeço do Piquinho até aproximadamente o Cabeço do Escalvado, a norte da Lagoa do Paul, ao longo de uma distância de cerca de 12 km, a orientação geral dos cones é de N60ºW. Nesta zona a largura do Planalto da Achada oscila entre os 9 e 11 km, o que equivale ao valor máximo observado no planalto. Uma nítida inflexão na direcção do sistema fissural, que passa a ser N80ºW, ocorre precisamente no raio de acção do vulcão do Topo, facto esse que condiciona a distribuição dos cones vulcânicos deste sector. Entre o Cabeço do Caveiro e o Cabeço do Padre Roque há um maior adensamento de cones, e consequentemente um espessamento na cobertura de piroclastos basálticos, por vezes muito alterados, o que impermeabiliza o solo e permite que nas zonas deprimidas haja a retenção da água e a formação de pequenas lagoas, tais como a da Rosada e a do Peixinho (Cruz, 1997). O rebaixamento importante do relevo na extremidade da ilha é acompanhado por uma maior dispersão dos cones. Para além da escoada histórica de 1562/64 da Praínha, que espraiando-se principalmente para o lado norte da ilha galgou a falésia e constituiu uma nova plataforma lávica, muitos outros episódios deste tipo ocorreram no Planalto da Achada. A extrema frescura de muitas das lavas do Planalto da Achada, a sua expressão morfológica destacada e, por outro lado, o rigor com que é possível a sua individualização total, apontam no sentido de que estamos na presença de uma zona de vulcanismo muito intenso em tempos quase históricos (Nunes, 1999, França, 2000). Parecem enquadrar-se neste cenário os fenómenos eruptivos associados ao Cabeço das Heras, da Lomba do Coelho e da Lambisca, entre outros. A maior parte dos cones desta área são cones de escórias, embora alguns sejam de piroclastos soldados (spatter cones), aos quais estão associadas essencialmente escoadas do tipo aa. Observam-se contudo algumas escoadas pahoehoe, que à medida que se afastam dos centros emissores e galgam as encostas, se 99

100 transformam em lavas do tipo aa ou mistas. Entre os maiores cones de escórias desta área estão o dos Grotões (1008 m) e o Landroal (887 m). Na zona do Cabeço dos Sardos-Caldeira uma sequência de magníficas crateras de colapso (pit craters) pode também ser observada. O modelo digital de terreno da ilha do Pico (Fig. 8) e o mapa de declives expedito (Fig. 16) permitem confirmar muitas das ilações anteriores, na medida que evidenciam claramente: (1) uma zona mais montanhosa na parte ocidental da ilha, bem como os maiores declives associados ao troço superior da Montanha do Pico; (2) a notória assimetria deste vulcão, com as vertentes do lado Sul mais declivosas e implantadas mais próximo da faixa costeira relativamente aos flancos Norte e Oeste; (3) a existência de uma zona planáltica elevada, de declividade acentuada que se observa para Leste de São Roque do Pico (o Planalto da Achada), estreitando-se para oriente e com uma altitude decrescente nesse sentido; (4) que na faixa costeira da zona ocidental da ilha se localizam preferencialmente arribas mais suaves, ao contrário da parte oriental onde parecem prevalecer as mais vigorosas; (5) os importantes acidentes morfotectónicos presentes no Vulcão do Topo, que marcam significativamente a sua topografia; (6) os inúmeros alinhamentos tectónicos definidos pelos cones vulcânicos e (7) a presença de várias fajãs lávicas na ilha, como são o caso das fajãs do Mistério da Praínha, de Ribeiras ou de São Mateus. Ao contrário da zona da Montanha do Pico, é possível observar nas zonas mais antigas do Planalto da Achada algumas estruturas tectónicas que evidenciam uma clara expressão morfológica, como é o caso da Falha da Lagoa do Capitão. Esta falha, com uma direcção N60ºW, apresenta uma escarpa de altura variável numa extensão de cerca de 4 km, com o bloco Sul abatido, que atinge um valor máximo de cerca de 20 m, nas proximidades da lagoa. É igualmente o caso da zona entre a Lomba do Cácere e o Cabeço da Canzana, onde se desenvolve uma estrutura tectónica de direcção N75ºE, com o bloco Sul abatido numa extensão de cerca de 2 km e uma escarpa em geral de altura inferior a 2 m. 100

101 Fig. 16. Mapa de declives da ilha do Pico (in: Cruz, 1997). A principal característica da tectónica da ilha do Pico reside no facto de que os acidentes de orientação geral WNW-ESE são, de um modo genérico, os dominantes na ilha, uma consequência directa do seu enquadramento geodinâmico. Não obstante, identificaram-se nesta ilha acidentes tectónicos com uma direcção muito variada e que se podem agrupar em três grupos principais: (1) WNW-ESE a W-E; (2) NNW-SSE; (3) NE-SW a ENE-WSW. Deste conjunto de estruturas, são indubitavelmente dominantes na ilha os acidentes tectónicos de orientação geral WNW-ESE, quer em termos de quantidade, quer em extensão (Figura 17). Embora na sua maioria sejam definidos por alinhamentos vulcânicos (de cones, crateras, bocas e fissuras eruptivas), alguns evidenciam uma rotura superficial importante, designadamente sob a forma de escarpas de falha mais ou menos extensas, como é o caso da anteriormente referida Falha da Lagoa do Capitão, bem como da Falha do Topo ou da Falha de São Caetano. Na sua maioria estas estruturas apresentam-se como desligamentos direitos normais (Madeira, 1998) e na zona oriental do alinhamento vulcânico São Roque-Piedade os acidentes tectónicos desta família evidenciam uma orientação geral mais próxima de W-E. O segundo grupo, com menor representatividade na ilha do Pico, inclui acidentes de orientação geral NNW-SSE, na sua maioria segundo desligamentos esquerdos com componente normal associada, e que são mais comuns na Montanha do Pico. O mais significativo acidente desta família corresponde à Falha da Lomba 101

102 do Fogo, com uma extensão superior a 25 km e que intersecta os focos eruptivos da erupção de 1718 e o topo da Montanha. Finalmente, os acidentes NE-SW, incluindo aqueles de orientação geral ENE-WSW, estão mais difundidos no estratovulcão do Pico e no vulcão em escudo do Topo, onde, em termos gerais, parecem corresponder a fracturas radiais a estes edifícios vulcânicos. Algumas destas fracturas evidenciam uma componente normal, a que está associada por vezes uma componente desligativa. A quase totalidade dos filões observados no Vulcão do Topo apresenta uma orientação geral NE-SW, coincidente com a da maioria dos alinhamentos vulcânicos inferidos para este vulcão. Este facto sugere a possibilidade que tal directriz tectónica retratar o campo de tensões associado a erupções secundárias relativamente recentes nos flancos deste vulcão em escudo. Fig. 17. Carta morfo-tectónica da ilha do Pico (Nunes et al., 1999). A definição da actual vulcanoestratigrafia da ilha do Pico (Nunes, 1999, Nunes et al., 1999 e França, 2000; Fig. 18), resultante de uma cartografia de detalhe, possibilitou um melhor conhecimento do vulcanismo actuante desde há cerca de anos, período que se estima para que a ilha tenha adquirido a sua configuração actual. Assim, a ilha do Pico ter-se-á iniciado em resultado de um vulcanismo do tipo fissural desencadeado numa zona de fractura regional de direcção geral WNW-ESE. 102

103 Fig. 18. Carta vulcanológica preliminar da ilha do Pico (Nunes et al., 1999). Por circunstâncias de diversa índole, em que a tectónica local e regional provavelmente foram determinantes, na região correspondente à actual localização do vulcão do Topo, uma maior produtividade lávica foi responsável pelo soerguimento de uma estrutura do tipo vulcão em escudo, há cerca de anos (França, 2000). O resultado desta intensa actividade está patente no empilhamento de inúmeras escoadas pahoehoe compostas, com uma espessura global de várias centenas de metros, que se pode observar na zona das Lajes do Pico. No prosseguimento desta actividade vulcânica nota-se uma certa modificação no tipo de vulcanismo, que passa a ter um carácter um pouco mais explosivo, manifestado por algumas erupções estrombolianas (eg. Cone do Geraldo), com centros eruptivos nos flancos daquele vulcão central, ao longo de alinhamentos de orientação NE-SW a NNE-SSW. Simultaneamente, outras erupções ocorrem no topo do vulcão, provavelmente a partir da Caldeira de Santa Bárbara, que deve corresponder a uma cratera do tipo poço (pit crater), actualmente bastante erosionada. A actividade deste vulcão deverá ter cessado há cerca de anos. Muitas cicatrizes morfológicas, tais como as falhas do Arrife e do Topo e a depressão de Terras Chãs, evidenciam a complexa dinâmica que foi determinante na configuração actual do Complexo Vulcânico do Topo- Lajes. À medida que o vulcão do Topo crescia, concomitantemente para os seus lados ocidental e oriental, e sobre a mesma zona de fractura de direcção principal 103

104 WNW-ESE, iam-se erguendo inúmeros cones vulcânicos, primeiramente submarinos e posteriormente dando lugar aos aparelhos subaéreos, responsáveis pela elevação da importante cordilheira que constitui o Complexo Vulcânico São Roque-Piedade (França, 2000). Estima-se que a fase subaérea se terá iniciado há cerca de anos e prosseguido até 1562/64 (com a erupção do Mistério da Prainha), a um ritmo variável e não demonstrativo de qualquer padrão migratório sistemático dos centros eruptivos. Contudo, o grau de erosão do relevo e a alterabilidade das formações geológicas parecem apontar no sentido de uma migração, em termos gerais, de ocidente para oriente. Constitui importante excepção a este pressuposto a erupção histórica de 1562/64, situada mais para ocidente. No evoluir dos acontecimentos verifica-se que os centros eruptivos posicionados a E do vulcão do Topo passam a definir uma direcção geral E-W. Em determinado momento, no extremo ocidental daquela longa cordilheira, erguida em resposta a um intenso vulcanismo do tipo fissural, novas movimentações eventualmente associadas (1) ao sistema de falhas do graben da ilha do Faial; (2) à zona de Fractura Faial-Pico e (3) a acidentes de expressão local, terão potenciado uma maior extrusão de lavas numa zona mais circunscrita da ilha do Pico o que impulsionou a edificação do estratovulcão da Montanha do Pico - Complexo Vulcânico da Montanha (França, 2000). Concorrem para este facto inúmeros episódios estrombolianos e havaianos, em que indubitavelmente as fases efusivas terão prevalecido e deverão ter-se centrado predominantemente no topo do estratovulcão em crescimento. Não obstante a carência de datações absolutas, é possível reconhecerem-se três importantes fases de edificação neste vulcão central. Na primeira fase é construído um estratovulcão vulcão compósito que atinge uma altitude superior a 2050 m e que posteriormente colapsa originando uma cratera cujos resquícios são visíveis actualmente àquela altitude. Depois deste paroxismo, o vulcão volta a crescer, embora excentricamente devido a um deslocamento para NE da conduta central do edifício vulcânico, relativamente à posição anterior, acabando de novo por colapsar e originar a cratera actual que se observa aos 2250 m. Finalmente, e de novo num centro eruptivo localizado a NE do anterior, observa-se uma intensa emissão de lavas que preenchem aquela cratera, constituindo um lago de lava. O 104

105 facto das paredes ENE, E e SE da cratera apresentarem menor altitude, ou se terem desmoronado parcialmente, permite que as lavas se extravasem cobrindo importantes áreas do estratovulcão. Na fase terminal deste episódio, provavelmente na sequência da emissão de lavas a uma menor taxa de efusão, houve a possibilidade de se soerguer o pequeno cone lávico do Piquinho, onde inúmeros driblets ou lavas em tripa se sobrepõem. Esta fase inclui, ainda, um episódio vulcânico, de reduzidas proporções, cujas bocas se alinham numa fissura eruptiva que afecta o Piquinho e as paredes da cratera principal do estratovulcão, e das quais foram emitidos piroclastos soltos e soldados (spatter), que de uma forma incipiente constituíram uma pequena escoada de características clastogénicas. As datações de 14 C permitem atribuir uma idade de aproximadamente 1700 anos BP às lavas relacionadas com a segunda fase da Montanha e de 1300 anos BP às relacionadas com a formação do Piquinho e do respectivo lago de lava (Nunes et al., 1998). Estes autores estimaram, baseandose entre outros factores, no estudo desenvolvido por Cruz et al. (1995) sobre as características físicas das escoadas das erupções históricas da ilha do Pico, que seria necessário um período de anos para a formação da Montanha do Pico. De forma idêntica, mas a partir de novos valores de produtividade determinados com base nas escoadas do C.V. Topo-Lajes, Nunes (1999) atribuiu a idade de anos a este complexo, o que se ajusta aos valores apontados por Chovelon (1982). No que respeita ao vulcanismo histórico da ilha do Pico, isto é, pós meados do século XV, há a assinalar as erupções subaéreas de 1562/64, na Praínha do Norte, de 1718, em Santa Luzia e em São João e de 1720, na Silveira (Fig. 19). Para além destas erupções há a reportar ainda a erupção submarina de 1963 ao largo do Cachorro (lado Norte da ilha). Dados históricos recolhidos de diversas fontes, tais como, Saudades da Terra de Gaspar Fructuoso (1978), História das Quatro Ilhas que Formam o Distrito da Horta de Macedo (1871) e em extractos do Archivo dos Açores de Castro (1879, 1882 e 1883), Weston (1964) permitiram fazer a retrospectiva sinóptica que está plasmada na Tabela II. 105

106 Fig. 19. Esboço das escoadas históricas (a vermelho) da ilha do Pico (modificado de França et al., 1995a; Cruz et al., 1995; Nunes et al., 1997). Tabela I Sinopse das erupções históricas da ilha o Pico. 106

107 5.3. Identificação dos Perigos e dos Riscos A consciencialização mundial da necessidade de se intervir na mitigação dos desastres naturais levou as Nações Unidas a considerar os anos como a Década Internacional para a Redução dos Desastres Naturais (IDNDR). A partir deste marco tem-se assistido ao desenrolar de medidas conducentes à preservação da vida das populações, que estão sujeitas a situações de perigosidade diversa, bem como à minimização dos efeitos sobre o seu património, decorrente de algum fenómeno natural, tecnológico ou antrópico. Urge, neste âmbito, clarificar a utilização de alguns termos que se irão utilizar neste texto. Assim, entende-se como (1) Perigo a probabilidade de ocorrência de um fenómeno natural, numa determinada área e num determinado período de tempo; (2) Vulnerabilidade, como a fracção do valor total que pode ser destruída em consequência de um determinado evento; (3) Elemento de risco, como qualquer valor que pode ser afectado em consequência da acção de um qualquer fenómeno; (4) Risco específico, como algo que incide directamente sobre um elemento de risco susceptível de sofrer algum dano ou perda total, durante um certo tempo de exposição a um evento; (5) Valor, como um valor de natureza monetária ou de vidas humanas expostas ao risco e (6) Risco, como a possibilidade de um prejuízo, relacionado com a perda de vidas, de propriedades ou mesmo com a capacidade produtiva (fábricas, campos de agricultura, centrais eléctricas, etc). A análise destes conceitos catapulta de imediato o perigo para um patamar de maior dificuldade, porque implica que se conheça a probabilidade de ocorrência de um determinado fenómeno, que sendo natural, não se rege por leis de rigor matemático. No entanto, a identificação dos mesmos, e a estimativa da sua recorrência, assenta no conhecimento da História Natural da ilha e da região, em termos particulares, ou do País ou do Mundo em termos mais gerais. Tratando-se de uma ilha vulcânica, enquadrada num ambiente geotectónico complexo, numa primeira instância os maiores perigos advêm, directa ou indirectamente, da actividade vulcânica e sísmica. No entanto, muitos outros poderão afectar as populações e, talvez mais, com maior persistência, pelo que se irá proceder a uma análise de pormenor dos diversos perigos e riscos passíveis de afectar o 107

108 concelho da Madalena Risco Vulcânico Introdução A avaliação dos perigos/riscos vulcânicos deve assentar na definição da história eruptiva de um dado aparelho, ou região vulcânica, na medida em que a melhor maneira de se estimar o comportamento futuro de um vulcão, passa por se conhecer a sua actividade no passado. Essa avaliação, que pressupõe considerar-se a probabilidade de ocorrência de um fenómeno de natureza vulcânica numa determinada área e num determinado período de tempo, será tanto mais precisa, quanto mais pormenorizado for o conhecimento da actividade vulcânica passada. Neste contexto, a abordagem agora apresentada está em grande parte fundamentada nos trabalhos de cartografia vulcanológica efectuados na ilha do Pico, que permitiram a elaboração da respectiva carta vulcanológica preliminar, bem como nas várias teses de doutoramento que incidiram sobre esta ilha, onde a temática dos perigos vulcânicos é amplamente analisada. Na presente abordagem incluem-se os aspectos mais significativos apresentados naqueles trabalhos e faz-se uma análise mais específica para o município da Madalena. A avaliação dos perigos vulcânicos para este município do Pico insere-se na própria avaliação da perigosidade vulcânica para a ilha do Pico, uma vez que este município, embora esteja inserido no Complexo Vulcânico da Montanha do Pico, terá grande probabilidade de ser afectado na sequência de qualquer fenómeno vulcânico que ocorra nos outros dois complexos, à semelhança do que se verificou durante as erupções históricas que afectaram esta ilha. Neste contexto, para a determinação das características vulcânicas e dos estilos eruptivos previstos na ilha do Pico é imperioso considerar os seguintes aspectos: (1) a juventude da ilha; (2) a tectónica regional e local que a afecta; (3) a existência de um grande edifício vulcânico central activo e (4) a inexistência de uma câmara magmática subjacente ao mesmo o que de certo modo pode afastar alguns dos riscos a que outras ilhas deste arquipélago estão sujeitas (França, 2000). A conjugação de todos estes parâmetros permite advogar que 108

109 provavelmente num futuro não muito longínquo, a ilha do Pico poderá ser palco de um evento vulcânico subaéreo de maior ou menor explosividade. No âmbito desta análise insere-se também a possibilidade da ocorrência de alguma erupção submarina cujas consequências estarão directamente relacionadas com a distância do foco eruptivo à ilha. Outro factor a considerar prende-se com a circunstância de que, diversas erupções do passado recente da ilha (Fig. 11), evidenciam que dois ou mais centros eruptivos distintos, com localização fortemente condicionada pela tectónica regional e/ou local actuaram simultaneamente ou separados por curtos períodos temporais, o que amplia o cenário de perigosidade a eles associado. Tal pressuposto é sustentado pela da datação que se obteve para uma erupção do Cabeço do Escalvado que terá ocorrido no ano 1585 ± 75, isto é pouco antes do povoamento da ilha e que terá antecedido a erupção de 1562/64 da Praínha, bem como o que se refere às erupções históricas de Santa Luzia-São João em 1718 e a da Silveira em Estilos Eruptivos O estilo, ou estilos eruptivos, que caracterizam uma dada erupção condicionam de um modo significativo a maior ou menor perigosidade associada. Embora não se possa, com rigor, estimar qual o estilo eruptivo que caracterizará a próxima erupção vulcânica na ilha do Pico, é possível definir, numa primeira aproximação, quais os cenários mais prováveis, tendo por base as descrições das erupções históricas, os produtos emitidos nos vários eventos que contribuíram para a edificação da ilha e as estruturas vulcânicas observáveis. Na realidade, cruzando os dados de campo (e.g. formas e produtos vulcânicos observados), com os estudos de natureza petrográfica e geoquímica (que mostram que cerca de 80% das lavas emitidas são basaltos e os restantes 20% são quase exclusivamente havaitos), conclui-se que a fase subaérea de edificação da ilha foi caracterizada por uma sequência de episódios vulcânicos de natureza basáltica, de baixa a média explosividade, predominantemente dos tipos havaiano e estromboliano e em que as fases efusivas são claramente mais representativas. 109

110 Embora a elevada permeabilidade da maioria das formações geológicas da ilha não favoreça o desenvolvimento de eventos hidrovulcânicos em terra, a existência de níveis de material finamente pulverizado em alguns cones vulcânicos da ilha do Pico, indicam ser possível uma interacção água/magma (com níveis de água superficiais), sobretudo na zona axial do Planalto da Achada. Por outro lado, a ocorrência de eventuais erupções submarinas, ao largo do Pico, tenderão a localizar- -se preferencialmente no prolongamento de falhas identificadas sobre a ilha. Merece notoriedade, a existência nesta ilha de uma única escoada lávica de composição mugearítica/benmoreítca, emitida no foco eruptivo da Lomba do Fogo, durante a erupção histórica de Santa Luzia, em Esta constatação, aliada aos estudos de natureza geofísica (Camacho et al., 1998) e de geoquímica mineral (França, 2000), parece apontar no sentido da inexistência de uma câmara magmática de grandes dimensões subjacente ao vulcão compósito da Montanha do Pico. Não obstante, os dados obtidos convergem no sentido da existência, neste vulcão, de um complexo sistema de condutas internas (plumbing system), onde uma porção (batch) de magma terá encontrado condições físicas de armazenamento temporário, a uma profundidade da ordem dos 20 km, o que lhe permitiu evoluir e originar as lavas mais ácidas desta ilha, os mugearitos/benmoreitos acima referidos. Assim, tal ocorrência permite inferir que o processo conducente ao desenvolvimento de uma câmara magmática sob a Montanha do Pico poderá encontrar-se num estado embrionário e, como tal, esta zona deverá constituir um dos locais prioritários de vigilância vulcânica. 110

111 Caracterização dos diversos Perigos Vulcânicos Face aos estilos eruptivos atrás enunciados, os perigos vulcânicos presentes na ilha do Pico estarão relacionados sobretudo com prováveis escoadas lávicas basálticas s.l., piroclastos de trajectória balística, cinzas e lapilli de queda, lahars, emissão de gases vulcânicos, colapso do edifício vulcânico central e sismos vulcânicos Escoadas lávicas As escoadas lávicas raramente constituem uma ameaça directa para a vida humana. Ao invés, podem causar grandes danos ambientais, no parque edificado e em propriedades de uma região, na medida em que provocam uma destruição mais ou menos definitiva dos terrenos, edifícios e outras infra-estruturas por elas afectadas (por exemplo, as estradas). Os efeitos resultantes da acção das escoadas lávicas dependerão fundamentalmente da velocidade de progressão da frente da escoada, que será condicionada pela temperatura, pela viscosidade, pela taxa de emissão, pelo volume emitido e pela própria topografia da área afectada. Na verdade, a velocidade é determinante para que se disponha de tempo suficiente para a concretização de todas as medidas possíveis conducentes a uma minimização dos riscos. Velocidades da ordem dos 100 km/h e 64km/h foram observadas, respectivamente, no início da erupção de 1977 do Vulcão Nyiragongo e na erupção de 1855 no Mauna Loa (Hawaii), em zonas de declives de 10 a 25º. Naqueles casos as escoadas lávicas cobriram áreas de 20 km 2 e de 50 km 2, respectivamente, embora, normalmente, as velocidades e as distâncias atingidas sejam bastante menores. Estes parâmetros sofrem um acréscimo nos casos em que a lava se movimenta em barrancos ou túneis lávicos, onde o seu arrefecimento ocorre a um ritmo muito mais lento, permitindo que durante mais tempo se mantenha fluida. Deste modo, as escoadas lávicas podem atingir grandes distâncias sem que haja um arrefecimento significativo das lavas, mantendo a escoada uma elevada mobilidade. A destruição dos edifícios pelo fogo, colapso ou soterramento constituem, então, as principais ameaças 111

112 colocadas pela progressão das escoadas lávicas Projecções de trajectória balística, dispersão e queda de piroclastos As erupções explosivas que produzem uma elevada quantidade de piroclastos são extremamente perigosas, podendo originar danos em infra-estruturas (como o colapso dos tectos de edifícios), falhas mecânicas em motores de veículos e aviões e problemas respiratórios. Os danos mais significativos provocados pela acumulação de piroclastos incluem o soterramento pelas cinzas (e.g. prados, quintas e pastagens) e o colapso de estruturas. No caso das erupções relacionadas com lavas básicas, dominantes na ilha do Pico, assumem primordial importância os perigos associados à queda de projécteis de trajectória balística (blocos, bombas e lapilli), sendo significativamente menor a perigosidade associada à queda de cinzas e de lapilli. Produtos piroclásticos, de diferentes granulometrias, estão associados, igualmente, a potenciais erupções submarinas. Neste caso a profundidade do foco eruptivo (menor profundidade implicará maior explosividade) e a proximidade a centros populacionais são determinantes na magnitude dos efeitos. Os efeitos resultantes do impacto de projécteis de trajectória balística (blocos, bombas e lapilli) dependem, por um lado, da distância alcançada e, por outro, da sua velocidade de impacto. A distância percorrida é controlada pela forma e dimensão do material piroclástico, bem como pela velocidade de projecção incutida pela saída dos gases na parte terminal da conduta. Em erupções basálticas, a velocidade de projecção é da ordem dos 100 m/s e as distâncias percorridas mais habituais são da ordem dos 5 a 20 km, sobretudo para os piroclastos de menor dimensão. A velocidade de impacto depende, por sua vez, da dimensão, da densidade e da forma do projéctil. Contudo, projécteis de trajectória balística grosseiros, muito raramente atingem distâncias superiores a 5 km relativamente à boca emissora. No caso das bombas basálticas, embora estas possam atingir o solo com o núcleo ainda líquido, esse factor normalmente não constitui um perigo adicional, pelo facto das suas trajectórias não se afastarem muito dos centros eruptivos. 112

113 Em relação a vidas humanas, os riscos relacionados com a queda de bombas e blocos poderão manifestar-se por morte ou ferimentos. Porém, a probabilidade desta ocorrência é insignificante face à baixa frequência deste fenómeno a uma certa distância do centro eruptivo. Note-se, no entanto, que por incúria, praticamente todos os anos inúmeras pessoas morrem vítimas do impacto de bombas vulcânicas, normalmente por se terem aproximado demasiado dos centros eruptivos. O número de mortes associadas directamente à queda de cinzas e de lapilli é muito reduzido, mas a acumulação destes produtos pode representar uma forte ameaça para as habitações e a agricultura. Os piroclastos de menores dimensões (e.g. cinzas) apresentam uma maior dispersão, pois são transportados nas colunas convectivas até alturas significativas, dispersando-se posteriormente por difusão e por acção do vento. Devido às suas diminutas dimensões, podem permanecer durante muito tempo na atmosfera, em virtude da sua queda depender de uma velocidade limite. Por este facto, as áreas afectadas pela dispersão e queda destes piroclastos são normalmente as mais extensas, comparativamente com as afectadas por qualquer um dos outros fenómenos vulcânicos. São sobretudo as suas características abrasivas que originam os danos mais significativos, fazendo sentir-se a sua acção em todo o tipo de maquinarias, como aviões e helicópteros, sistemas produtores e transformadores de electricidade, sistemas de comunicações e de abastecimento de água, e filtros, incluindo os de viaturas. Outras ameaças relacionadas com a queda de cinzas e de lapilli incluem: (1) a possível emanação de gases tóxicos retidos nas cinzas que, ao se libertarem lentamente, poderão provocar problemas do foro respiratório; (2) a contaminação das águas, pelo facto de poderem conter produtos tóxicos que se dissolvem nelas; (3) a impermeabilização dos terrenos, pela sua acumulação excessiva, o que aumenta consideravelmente o risco de inundações e (4) consequências gravosas ao nível dos terrenos de cultivo e das pastagens, pelo seu soterramento. As cinzas vulcânicas podem constituir uma ameaça para as coberturas dos edifícios, na medida em que podem provocar o seu colapso. Uma vez que a densidade das cinzas depende do seu grau de compactação e/ou do teores em 113

114 água adsorvidos, espessuras muito pequenas de depósitos de cinzas, na ordem de alguns centímetros, poderão ser suficientes para provocar o colapso do tecto dos edifícios, sobretudo daqueles com declives inferiores a 20º e menos resistentes. Deste modo, a mais eficaz medida protectora perante a queda de cinzas e de lapilli consiste na remoção atempada e cuidadosa dos materiais piroclásticos acumulados no telhado das construções. Refira-se, ainda, que uma acentuada queda de cinzas está por vezes associada a erupções submarinas de maior explosividade, do tipo surtseiano (e.g. Capelinhos), sobretudo quando essas cinzas são acumuladas em condições de vento favoráveis. Havendo a possibilidade da existência de níveis freáticos, a maior ou menor profundidade, nos vulcões compósitos, não é inviável que essa água em circulação, em qualquer momento e por aproximação de uma fonte magmática, possa atingir temperaturas suficientemente altas para que vaporize. Poderão, assim, estar criadas as condições indispensáveis para que ocorra uma erupção freática, o que depende exclusivamente do facto da pressão do vapor exceder, ou não, a pressão litostática. Uma erupção deste tipo pode arrastar consigo fragmentos do aparelho vulcânico de dimensões diversas (sob a forma de líticos, pela fragmentação das camadas sobrejacentes), que são lançados em trajectórias balísticas Fluxos de lama e de detritos (lahars) A formação de lahars, fluxos de lama (mud flows) ou fluxos de detritos (debris flows), situa-se no topo dos fenómenos vulcânicos que maior número de vítimas causam a nível mundial. Esses fluxos são constituídos, essencialmente, por fragmentos de origem vulcânica (usualmente cinzas) misturados com água, incluindo também blocos e material detrítico de diferente natureza e granulometria. Podem ser originados durante uma erupção vulcânica ou posteriormente, por processos de instabilidade de vertentes constituídas por materiais vulcânicos detríticos. É fundamental salientar (1) a sua grande capacidade de transporte, devido à alta viscosidade destes fluxos; (2) as grandes distâncias que podem percorrer e (3) as velocidades consideráveis que podem atingir. 114

115 As distâncias percorridas pelos lahars podem atingir valores superiores a 100 km e os parâmetros que condicionam estas distâncias são: (1) o conteúdo em água; (2) o seu volume e (3) o gradiente do percurso. Por outro lado, a velocidade alcançada é determinada pelo declive do terreno, pela razão sólido/água, pela forma da conduta e também pelas dimensões da massa em movimento. Nestas circunstâncias, tais fenómenos constituem um perigo acrescido para as populações, mesmo para aquelas que, embora distantes dos centros eruptivos, se encontram em zonas que, pela sua morfologia, são propícias à movimentação de lahars. Por tal motivo, populações que se julgam em segurança, face ao seu afastamento dos centros emissores potencialmente perigosos, são por vezes apanhadas desprevenidas, sofrendo implacavelmente os efeitos destes fluxos piroclásticos Gases vulcânicos São diversos os gases que se encontram dissolvidos nos magmas, em quantidades variáveis, e que são emanados durante as erupções e nos períodos de repouso entre fases eruptivas. Neste contexto, verifica-se que as lavas basálticas ao atingirem a superfície da Terra apresentam um conteúdo em gases que equivale a aproximadamente 0,5% do seu peso, ao invés das lavas ricas em sílica onde há uma maior discrepância percentual, podendo o teor em gases ser bastante maior. Os principais danos causados pela libertação de gases vulcânicos circunscrevemse, normalmente, às proximidades dos centros eruptivos e dos campos fumarólicos, uma vez que, ao misturarem-se rapidamente com o ar atmosférico (sobretudo se há vento), vão atingir teores inferiores aos níveis de toxicidade. No entanto, há a registar algumas situações em que os gases foram responsáveis por problemas de saúde bastante graves e, inclusive, pela ocorrência de mortes, tais como as relacionadas com: (1) emissões de CO 2, que sendo mais pesado do que o ar tende a acumular-se em zonas deprimidas, como vales e crateras, ou em grutas; (2) chuvas ácidas, resultantes da deposição de gotas de água sobre aerossóis vulcânicos; (3) a desgaseificação de escoadas lávicas e de piroclastos e 4) a emissão de flúor e de SO

116 Os principais efeitos dos gases sobre os humanos observam-se ao nível da pele e dos olhos e constituem uma importante ameaça para a população com problemas respiratórios e de coração. Os gases vulcânicos podem também danificar culturas e actuar nocivamente sobre a vegetação e os animais que dela se alimentam. Refira-se, por último, que mesmo após os fenómenos eruptivos, há um risco elevado para as pessoas que, por mera curiosidade ou por motivo de outra natureza, se aproximem demasiado dos centros emissores, nomeadamente das crateras e bocas eruptivas Colapso do edifício vulcânico Os vulcões activos são estruturas dinâmicas cujo crescimento está dependente de diferentes processos, os quais são responsáveis, em conjunto, por crescentes condições de instabilidade geradas no edifício vulcânico. A principal consequência destas condições de instabilidade é o desenvolvimento de roturas superficiais no edifício vulcânico, que poderão estar, ou não, directamente associadas a eventos vulcânicos e que se manifestam, nomeadamente, por colapsos gravitacionais nas encostas do vulcão e por movimentos de massa, de maior ou menor magnitude. São numerosos os factores que, actuando isoladamente ou em conjunto, contribuem para esta instabilidade, onde se inclui a grande declividade dos flancos do vulcão, o peso do empilhamento lávico e um incremento dos declives devido a intrusões magmáticas, entre outros Sismos vulcânicos A actividade sísmica presente nas regiões vulcânicas e a que usualmente antecede e acompanha as erupções, são caracterizadas pela ocorrência de sismos com diferentes conteúdos espectrais, sob a forma de enxames sísmicos de várias dezenas a centenas de sismos por dia. À semelhança dos sismos de natureza tectónica, os sismos vulcânicos constituem um perigo constante para as populações e as infra-estruturas existentes. No entanto, o facto de: (1) em muitas situações, as áreas vulcânicas coincidirem com zonas de alta sismicidade; (2) existirem, em muitos casos, medidas cautelares tendentes a minimizarem os efeitos dos sismos e (3) a magnitude dos eventos de origem vulcânica ser 116

117 geralmente pequena, coloca a ocorrência de sismos vulcânicos entre os factores de risco com menores repercussões sobre a vida humana. Não obstante, verifica-se frequentemente a não observância, por parte das populações, das normas de segurança fundamentais na construção, pelo que, em tempo de crises vulcânicas, onde o número de eventos sísmicos pode ser bastante elevado, as estruturas sofrem efeitos de fadiga e colapsam. Neste contexto, os estudos de hazard e de risco sísmico constituem, por si só, medidas que minimizam o hazard vulcânico, na medida em que, um incremento na resistência sísmica dos edifícios contribui, também, para tornar estas estruturas mais resistentes à maioria dos perigos vulcânicos presentes na ilha Resumo dos Perigos/Riscos Vulcânicos e Vulnerabilidades Associadas A avaliação dos perigos vulcânicos para a ilha do Pico, e especificamente do município da Madalena, permite realçar as suas vulnerabilidades face a um evento vulcânico focalizado na área do município, ou na área circundante. Saliente-se que se entende por vulnerabilidade, a fracção do valor total que pode ser destruída em consequência de um determinado fenómeno vulcânico. Nesta perspectiva, e considerando cada um dos perigos que se assinalou anteriormente, procede-se agora a uma análise de pormenor que evidencie as várias vulnerabilidades do município em causa. Em caso de erupção vulcânica, o maior risco para este município e esta ilha advém, indubitavelmente, da emissão de escoadas lávicas. A elevada fluidez da maioria dessas escoadas, a presença de zonas muito declivosas na ilha e, ainda, o facto de que muitas destas escoadas lávicas apresentam túneis lávicos das mais variadas dimensões, acentuam os níveis de perigosidade associados a uma futura erupção vulcânica, e podem constituir riscos acrescidos para a população e suas propriedades, bem como para as várias infra-estruturas. Considera-se, no entanto, que estes fluxos poderão não constituir um perigo imediato para a população, na medida em que através do conhecimento da localização do centro emissor e, essencialmente da topografia da área circunvizinha, é possível proceder (1) ao seu desvio para zonas onde provoquem menor perigo ou (2) ao 117

118 impedimento de avanço, em tempo quase real. O desenvolvimento sócioeconómico actual desta ilha e as suas perspectivas de crescimento no futuro próximo, fazem ressaltar aspectos relacionados com a vulnerabilidade de infraestruturas especialmente críticas (e.g. aeródromo, estradas, escolas, centros de comunicação e de acolhimento, etc) que possam encontrar-se, eventualmente, em trajectos potenciais de futuras escoadas lávicas. Estas escoadas lávicas poderão ocorrer na dependência de centros eruptivos localizados, quer na cratera terminal da Montanha do Pico, quer nos alinhamentos vulcânicos dispersos nos seus flancos, os quais envolvem uma maior perigosidade para este município. A possibilidade da formação de um lago de lava na cratera principal da Montanha parece pouco provável, dado o estado actual de desmantelamento de grande parte das suas paredes, o que impossibilita a acumulação e a permanência de um volume significativo de lavas no seu interior. A distribuição geográfica actual dessas paredes facilitará uma dispersão das escoadas segundo os quadrantes Norte, NE e SE da Montanha, o que, em princípio, pouco ou nada afectará o concelho da Madalena. Como se pode constatar da carta vulcanológica (Figura 11), as escoadas relacionadas com a formação do Piquinho e respectivo lago de lava (há cerca de 1300 anos), apresentam um padrão de escoamento do tipo do acima indicado. Nas zonas mais aplanadas, é provável que os derrames lávicos adquiram uma maior extensão lateral, cobrindo maiores áreas, sobretudo para as escoadas mais volumosas, mas mesmo nestes casos parece.pouco plausível que ocorra alguma destruição no concelho face a uma erupção no topo do estratovulcão. Pelo contrário, no que concerne a hipotéticas escoadas lávicas oriundas de centros eruptivos situados nos flancos o cenário poderá ser definitivamente diferente. A constatação de cristas e de cones vulcânicos resultantes de vulcanismo histórico ou muito recente, tais como, respectivamente, as Bocas de Fogo da erupção de 1718 A.D, e o alinhamento de cones do Cabº Gordo, Cabº Tamusgo, Cabº Manuel João e Cabº Bravo, com um importante tubo lávico associado, fortalecem a ideia da probabilidade de ocorrência de uma futura 118

119 erupção focalizada nas áreas de interacção das acima referenciadas. Neste contexto, e considerando uma erupção na zona do alinhamento das bocas da erupção de 1718, por certo que, atendendo exclusivamente ao concelho da Madalena, a freguesia das Bandeiras poderia ser altamente afectada e o aeroporto da ilha teria grande probabilidade de ficar inoperacional. Ao invés, uma erupção focalizada no alinhamento do Cabº Gordo-Cabº Bravo exprimir-se-ia de forma idêntica à que foi responsável pela formação dos campos lávicos pahoehoe da Criação Velha, actual Paisagem da Vinha. Neste cenário, a zona compreendida entre Areia Larga e Calhau terá, igualmente, grande probabilidade de ser afectada por futuros fluxos lávicos. Dada a juventude de todo o vulcanismo da ilha e a importância que a tectónica exerce no seu controle, outros alinhamentos evidenciados na morfologia deste concelho, embora com um factor probabilístico menor, poderão também atingir a área compreendida entre Candelária e Campo Raso. Em termos gerais, no município da Madalena, os campos lávicos do tipo pahoehoe são dominantes, embora em zonas mais restritas como seja, por exemplo, no centro da Madalena e no Valverde, as escoadas lávicas do tipo aa evidenciem a sua pujança. Ponderando, por outro lado, o comprimento, a área e o volume das escoadas lávicas emitidas nos três complexos vulcânicos, verifica-se que os valores médios são em geral superiores no C.V. da Montanha, onde as escoadas podem atingir 10 km de comprimento, comparativamente com os cerca de 3 a 4 km das do C.V. São Roque-Piedade e os 2 km de comprimento que atingem no C.V. do Topo- Lajes (Nunes, 1999). Relativamente aos projécteis piroclásticos de trajectória balística considera-se no âmbito da ilha do Pico, que os riscos associados e as vulnerabilidades decorrentes são de pequena magnitude, tendo em conta que: (1) nas erupções do tipo estromboliano, que caracterizam a grande maioria dos cones de escórias da ilha do Pico, os blocos e as bombas vulcânicas são em geral projectados a distâncias relativamente pequenas, da ordem de algumas centenas de metros e (2) estes blocos e bombas excepcionalmente ultrapassam a área circunscrita aos 119

120 cones. Neste contexto, é de salientar que a medida protectora mais eficaz contra os projécteis piroclásticos de trajectória balística consiste em manter-se a distâncias suficientemente afastadas dum vulcão em actividade. Contudo, na proximidade de potenciais focos eruptivos, a sua queda reveste-se de elevada perigosidade, quer para as pessoas, quer para os edifícios existentes, os quais podem sofrer sérios danos estruturais, incluindo a sua destruição total. Neste panorama, especial atenção deverá ser dada a instalações industriais ou similares, para evitar que o calor residual destes materiais vulcânicos de projecção possa originar incêndios em produtos inflamáveis, destruir linhas de alta tensão, transformadores, depósitos de água e outras construções críticas, que na globalidade deverão ser adequadamente protegidas. A distribuição dos centros eruptivos neste município sobre as vertentes da Montanha, na grande maioria a distâncias suficientemente afastadas dos principais centros populacionais, tendo em conta o raio de acção dos mesmos, não invalida, no entanto, a possibilidade de algum dos povoados deste município ser afectado pela queda de piroclastos de trajectória balística (bombas, blocos e lapilli), na sequência do surgimento de um centro eruptivo (e.g. cone vulcânico) nas suas proximidades. Na ilha do Pico as evidências apontam no sentido de que, de uma forma geral, a dispersão e queda de cinzas e de lapilli raramente alcançaram grandes distâncias relativamente ao centro emissor e cobriram grandes áreas, embora possam vir a constituir uma ameaça futura face (1) ao posicionamento de um novo centro eruptivo nas proximidades de uma zona de maior concentração demográfica ou de cariz agrícola/florestal importante e (2) à direcção e intensidade dos ventos actuantes no momento do evento vulcânico. Conforme mencionado anteriormente, é praticamente nula a possibilidade de ocorrência de mortes humanas pela queda de cinzas e de lapilli, se forem tomadas as medidas adequadas no caso de uma erupção que envolva a projecção excessiva destes materiais. No entanto, é de realçar que, por exemplo, para a erupção de 1720 (Silveira), os acervos históricos reportam a morte de grande número de animais e a destruição de pomares, pastagens e searas pela acção de cinzas vulcânicas (as quais chegaram a São Jorge), pelo que há fortes 120

121 possibilidades de que desastres deste tipo possam ocorrer de novo. Relativamente às distâncias alcançadas, convém ter presente, que os relatos históricos, ainda, referem que as cinzas da erupção de 1562 (Praínha) atingiram São Jorge e o Faial, e que as emitidas pelo centro eruptivo de Santa Luzia, em 1718, caíram em São Mateus. As observações de campo levam a considerar também como muito reduzidos os riscos inerentes aos lahars para a ilha do Pico. No entanto, o facto de durante alguns meses do ano a Montanha se apresentar coberta por uma película de gelo e/ou neve pode constituir uma potencial ameaça, em caso de erupção focalizada no topo da Montanha, para algumas das populações que se distribuem na vizinhança de cursos de água que se desenvolvem a partir de grandes altitudes. De facto, a existência de volumosos depósitos detríticos nas vertentes da Montanha (os chamados arieiros e as quebradas ), associada à possibilidade da fusão dessas neves ou gelo, podem desencadear fluxos detríticos com um raio de acção controlado essencialmente pelos cursos de água, ou por depressões topográficas que funcionem como caminhos preferenciais para a sua deslocação. Considera-se que, para o caso do município da Madalena, a Ribª da Praínha, a Ribª Grande, a Ribª Nova e a Rib. dos Biscoitos poderão, eventualmente, canalizar fluxos detríticos daquele tipo, o que afectaria habitações e terrenos adjacentes a essas linhas de água na área de São Caetano e de Terra do Pão. As fumarolas existentes na ilha do Pico situam-se: (1) na cratera do Piquinho e nas suas vertentes, cujos focos parecem definir um alinhamento geral WNW-ESE e (2) nas encostas E do estratovulcão, a N da Quebrada do Norte, segundo um alinhamento de orientação geral E-W. Este campo tem uma expressão pouco significativa e está localizado em zonas muito afastadas dos aglomerados populacionais da ilha do Pico, pelo que é reduzida a perigosidade associada à emissão de gases vulcânicos para os habitantes do município da Madalena. Não obstante, na ilha do Pico há a assinalar a morte de pelo menos uma pessoa durante a erupção de 1718 (em São João), relacionada com a emissão de gases tóxicos, que segundo os relatos emanavam odores horríveis e que se poderá deduzir tratar-se de compostos de enxofre (tais como, dióxido ou trióxido de enxofre) e sulfureto de hidrogénio. Desta forma, não serão de menosprezar os perigos associados à 121

122 emissão de gases vulcânicos em futuras erupções que afectem este município, nomeadamente devido à desgaseificação de escoadas lávicas e de piroclastos por incúria das pessoas. Para além dos fenómenos de desgaseificação acima referidos, importa, por outro lado, ter em conta os perigos associados a potenciais focos de emanações difusas na ilha do Pico, especialmente na dependência dos principais alinhamentos tectónicos. Refira-se, por último, que a elevada permeabilidade e porosidade da grande maioria das formações geológicas do Pico e a inexistência de grandes depressões fechadas (como é o caso de caldeiras vulcânicas) onde se acumulem grandes quantidades de gases vulcânicos, constituem, por si só, factores minimizadores do risco associado a estes fenómenos nesta ilha. Há diversas provas da existência de condições de instabilidade nos edifícios vulcânicos principais da ilha do Pico, as quais incluem: (1) a presença de grandes depressões associadas a colapsos gravitacionais no Vulcão do Topo; (2) os fortes declives e os volumosos depósitos de vertente que constituem os arieiros e as quebradas da Montanha e (3) a existência de fendas circulares no topo do estratovulcão do Pico. Na realidade, ao longo da história vulcânica recente da ilha do Pico verificou-se, pelo menos por duas vezes, o colapso do topo da Montanha do Pico, com a formação de crateras de colapso (pit craters), na sequência de fenómenos eruptivos e da drenagem da conduta principal deste estratovulcão. Tais colapsos e a constatação de que há um importante controlo tectónico, regional e local, deste estratovulcão, leva a que se pondere a possibilidade de uma nova ocorrência deste tipo, a qual deverá estar directamente associada a uma actividade vulcânica predominantemente efusiva e afectará essencialmente a zona somital da Montanha do Pico. A existência deste aparelho vulcânico compósito, que domina a parte ocidental da ilha do Pico, e a sua história eruptiva, que aponta para alguns episódios de colapso, justificam uma monitorização continuada da Montanha, de modo a se detectarem atempadamente quaisquer variações ao nível de parâmetros físicos e químicos. Realce-se, no entanto, que a análise das anomalias gravimétricas e a evolução geoquímica actual de todo o sistema vulcânico, parecem indiciar que fenómenos relacionados com o colapso da Montanha do Pico não constituirão um 122

123 risco eminente para a população desta ilha e deste município, em particular. Como nota final, refira-se que, embora seja possível a ocorrência de fenómenos de natureza hidromagmática com foco em terra, designadamente no interior da ilha, as evidências de campo levam a concluir que estes não deverão constituir um risco significativo para a sua população deste concelho. No entanto, (1) a proximidade dos ilhéus da Madalena à Vila do mesmo nome e (2) a presença do Cabº Debaixo da Rocha- um cone submarino-, no interior da ilha, entre os Toledos e o Cais do Mourato, alertam no sentido de que uma erupção submarina, hidromagmática, poderá sempre ser um cenário a considerar. A tal acontecer parece-nos que a maior probabilidade seria (1) no mesmo alinhamento onde se encontram os ilhéus da Madalena e que se prolonga para a ilha do Faial e (2) nas proximidades do foco eruptivo da 1963, no mar, a NE do Cais do Mourato. Como corolário da análise agora apresentada, a TabelaII apresenta um resumo dos principais perigos vulcânicos identificados na ilha do Pico, o qual inclui, igualmente, os perigos associados aos movimentos de massa, aos tsunami e aos sismos vulcânicos, analisados em detalhe posteriormente. Da consulta deste quadro e daquela análise, conclui-se que, em caso de erupção vulcânica na ilha do Pico, são as escoadas lávicas e a queda de piroclastos de maiores dimensões, os factores que apresentam um maior nível de perigosidade para a população. Em termos de bens e haveres, estes são ameaçados sobretudo por estes factores, bem como pela queda de cinzas e de lapilli, os quais poderão causar danos patrimoniais importantes. Por outro lado, e independentemente de qualquer evento vulcânico associado, é a possibilidade da ocorrência de movimentos de massa na ilha do Pico, sobretudo na parte mais elevada da Montanha e em zonas mais declivosas do Planalto da Achada, que maior atenção deverá suscitar na perspectiva das medidas mitigadoras do risco na ilha do Pico. FACTOR DE PERIGO FREQUÊNCIA DANOS MAIS PROVÁVEIS OBSERVAÇÕES Escoadas lávicas Muito comum Danos em terrenos agrícolas, edifícios e outras infra-estruturas. Incêndio. Soterramento. Normalmente pouco perigosas para as pessoas. Muito perigosas para animais e propriedades. Projécteis de trajectória balística Muito comum Danos por impacto. Incêndio. Elevada perigosidade nas proximidades do centro emissor 123

124 Queda de cinzas e de Comum Soterramento e colapso de edifícios. Vegetação, terrenos agrícolas e lapilli Danos na agricultura. pastagens poderão ser ameaçados Movimentos de massa e colapso da superfície do vulcão Comum Soterramento. Tsunami induzido. Geralmente não perigosos. Algumas vias de comunicação poderão ser ameaçadas Sismos vulcânicos Comum Danos em edifícios e outras infraestruturas. Movimentos de massa. Gases vulcânicos Pouco comum Envenenamento e asfixia. Contaminação do ar e da água. Algumas edificações (de pior qualidade) poderão ser ameaçadas Geralmente não perigosos na ilha do Pico. Maior perigosidade nas proximidades de crateras e de bocas em erupção Lahars Muito raro ou Danos em edifícios e outras infra- Geralmente não perigosos na ilha do ausente estruturas. Arraste de materiais. Pico Soterramento por lamas. Tsunami Raro Inundação de zonas costeiras Afectam faixas costeiras de baixa altitude Tabela II Resumo dos principais perigos vulcânicos identificados na ilha do Pico. 124

125 Probabilidade de Ocorrência e Cenários Eruptivos A avaliação de Quando ocorrerá a próxima erupção vulcânica na ilha do Pico requer, a curto prazo, a aplicação de técnicas de monitorização vulcânica que permitam obter uma resposta fundamentada e definitiva, enquanto que, a médio e longo prazo, a aproximação estatística, baseada no vulcanismo histórico ou na história vulcânica da ilha, constitui a única aproximação possível. Nas regiões vulcânicas, como é o caso da ilha do Pico, em que o período histórico se resume a algumas centenas de anos e onde, simultaneamente, é muito reduzido o número de erupções ocorridas neste período de tempo, essa abordagem estatística pode gerar grandes imprecisões, pelo que deve ser tida com as devidas reservas. Por outro lado, em muitas regiões vulcânicas, a actividade eruptiva não se distribui de um modo homogéneo em termos temporais, evidenciando pelo contrário um padrão muito irregular, com tempos de repouso curtos intercalados com outros mais longos. Tal parece ser o caso do Pico, a julgar pelo protótipo evidenciado pelas erupções históricas ocorridas nesta ilha. Apesar dessas dificuldades e limitações, podem-se estimar, grosso modo, períodos de retorno médios de cerca de 150 a 200 anos, com tendência a aumentarem para o presente (França, 2000). Como outra aproximação, pode-se estimar a duração dos períodos de repouso entre erupções, avaliando os diferentes intervalos de tempo entre erupções obtidos a partir das datações 14 C disponíveis. Neste caso, a análise estatística efectuada aponta para um período de retorno médio de cerca de 130 anos para as erupções vulcânicas na ilha do Pico, independentemente da localização do respectivo centro emissor. O local Onde poderá ocorrer uma futura erupção é condicionado, em primeira instância, pelo posicionamento dos alinhamentos tectónicos activos da ilha do Pico. Os trabalhos de vulcanoestratigrafia e de cartografia de detalhe realizados nesta ilha pela equipa da Universidade dos Açores permitiram detalhar a distribuição espacial dos centros eruptivos existentes (cones, crateras e fissuras eruptivas) que se edificaram ao longo dos tempos. Esta localização e a tectónica activa presente na ilha do Pico, possibilitam, de certa forma, apontar, ou pelo menos restringir, os 125

126 locais onde, com maior probabilidade, se localizarão os futuros centros eruptivos. Assim, numa primeira aproximação foi elaborado para tal um mapa de probabilidades de ocorrência de centros eruptivos na ilha do Pico, de acordo com a metodologia adoptada por França et al. (1999). Para isso considerou-se que havia maior probabilidade de ocorrência de erupções em zonas onde exista: (1) um maior número de cones/centros eruptivos (2) centros emissores de erupções recentes, históricas ou pré-históricas e (3) alinhamentos vulcano-tectónicos activos isto é, em zonas onde a crusta terrestre evidencia uma maior debilidade (Figura 20). Evidenciando a Montanha do Pico detecta-se que próximos centros eruptivos se situarão preferencialmente nos alinhamentos dispostos nas encostas do estratovulcão onde foram registadas erupções, em tempos históricos ou em tempos geológicos muito recentes, e no topo do estratovulcão. Na verdade, a constatação da existência de importantes acidentes tectónicos activos, tais como a Falha da Lomba do Fogo - São João, onde, entre outros se localizam os focos eruptivos da erupção de 1718 de Santa Luzia (lado Norte) e de São João (lado Sul) permite-nos alvitrar que a área circunscrita à acção daquele acidente tectónico poderá ser uma das mais prováveis para a ocorrência de um novo evento tectonovulcânico. Fig. 20. Mapa de probabilidades de ocorrência de erupções na ilha do Pico (França et al., 1999). A 126

127 probabilidade diminui dos vermelhos para os verdes. Numa tal situação e, na eventualidade, de o centro ou centros emissores se situarem no lado Norte, a parte mais oriental da freguesia das Bandeiras será fortemente danificada, havendo grande probabilidade de o aeródromo ficar inoperacional. Ainda no espaço integrador deste concelho as manchas probabilísticas parecem evidenciar a possibilidade da ocorrência de algum evento vulcânico, nomeadamente, no alinhamento dos Cabeços Gordo-Bravo, que teve erupções em tempos muito recentes. Uma outra hipótese aponta para a eventualidade de uma erupção no topo da Montanha. Considerações desta índole mostram-se importantes, na medida em que escoadas lávicas provenientes de centros emissores localizados na Montanha do Pico (no topo ou nos flancos) poderão, dada a natureza muito fluida dessas lavas, atingir áreas do município afastadas destes mesmos centros emissores, designadamente o litoral, onde se localizam os principais núcleos urbanos do município (Mapa 3- Edificado por freguesias). Embora seja muito reduzido o número de eventos vulcânicos submarinos identificados na ilha do Pico, é possível que um fenómeno desta natureza possa ocorrer em qualquer local dos cerca de 120 km do perímetro da ilha do Pico (especialmente no prolongamento dos principais alinhamentos tectónicos cartografados em terra) e seguindo um processo usual de crescimento das ilhas dos Açores. Embora o mapa de probabilidades de ocorrência de erupções vulcânicas (Figura 20) não pareça evidenciar a ocorrência de fenómenos deste tipo, o mapa de anomalias gravimétricas (Fig. 21), a morfologia da ilha no seu sector oriental e a existência de um vulcanismo bastante recente na área do Cabeço da Hera, não invalidam a hipótese de poder ocorrer um evento submarino nesta região da ilha do Pico ou mesmo na zona estrutural que se materializa nos Ilhéus da Madalena ou na zona onde ocorreu a última erupção da ilha do Pico em 1963 (Fig. 19). Na perspectiva da avaliação do risco vulcânico, importa realçar a possibilidade de povoações localizadas em zonas onde há uma baixa probabilidade de ocorrer uma extrusão de lavas serem, contudo, afectadas por 127

128 fluxos lávicos emitidos a partir de centros eruptivos implantados a montante e potencialmente afastados dos aglomerados populacionais. De facto, as escoadas lávicas, sobretudo as emitidas das zonas terminais da Montanha do Pico, podem movimentar-se por distâncias superiores a 10 km, dada a sua elevada fluidez e/ou uma alimentação por intermédio de um sistema de túneis lávicos. A modelização dos fluxos lávicos constitui, neste domínio, uma ferramenta adicional na avaliação dos riscos vulcânicos. Deste modo, elaboraram-se algumas simulações, que são exibidas na Figura 22, as quais, de certa forma, permitem tirar algumas conclusões, com base em cenários eruptivos hipotéticos. Assim, verifica-se que: (1) quanto maior for a altitude do centro eruptivo, maiores serão as áreas potencialmente afectadas; (2) as lavas emitidas por uma erupção hipoteticamente com foco eruptivo na área de interacção da fissura, onde ocorreu o evento de 1718 A.D., terão uma dispersão mais ou menos idêntica à histórica e (3) devido aos colapsos do bordo da cratera principal do estratovulcão uma erupção terminal irá afectar sensivelmente as mesmas zonas da anterior. Fig. 21. Distribuição de contrastes de densidade por inversão gravimétrica (Camacho et al., 1998). 128

129 (Maior perigosidade, a vermelho; Menor perigosidade a azul) Fig. 22. Modelização de possíveis fluxos lávicos oriundos da Montanha do Pico (França et al.,.1999). 129

130 Risco Sísmico Sismicidade da Ilha do Pico O arquipélago dos Açores, em consequência do seu posicionamento numa zona geotectonicamente conturbada, apresenta uma sismicidade bastante peculiar, com um número apreciável de sismos que, no entanto, geralmente não atingem grande magnitude. A análise de mapas de distribuição epicentral (Fig. 23) permite realçar as principais estruturas tectónicas, anteriormente referidas, actuantes na região dos Açores Fig. 23. Carta de epicentros para a região dos Açores, referente ao período In: Nunes et al. (2004). No período compreendido entre o povoamento das ilhas e a instalação da primeira estação sismográfica na ilha de São Miguel, em 1902, a actividade sísmica do arquipélago é relatada por diversos autores e baseia-se exclusivamente em dados de natureza macrossísmica. Neste intervalo de tempo, e no que concerne à ilha do Pico, para além dos sismos associados às erupções históricas de 1562, 1718 e 1720, mais ou menos violentos, salientam-se, pelas repercussões que tiveram nesta ilha, os eventos de 9 de Julho de 1757 e o de

131 de Agosto de Relativamente ao primeiro é estimada uma Magnitude=7,4 e o grau IX na Escala de Mercalli Modificada, na freguesia da Piedade e limítrofes, ocasionando a morte de 11 pessoas e o colapso da Igreja e de algumas casas. Relativamente ao de 31 de Agosto de 1926 sabe-se que teve epicentro no Canal Faial-Pico e corresponde ao segundo evento sísmico mais importante na ilha do Pico tendo sido sentido com intensidade máxima de grau VIII na Candelária, Canada da Bragada (Santo António) e Baixa da Ribeirinha. Este sismo, que originou diversas derrocadas nas vertentes da Montanha e vários outros deslizamentos de terras. Enquanto que os sismos associados à crise de 12/13 Maio de 1958 (na dependência da erupção dos Capelinhos, ilha do Faial), não atingiram intensidades no Pico superiores ao grau IV, muitos dos sismos da crise de São Jorge (iniciada em Fevereiro de 1964), foram igualmente sentidos na ilha do Pico, em especial nas povoações da costa Norte da ilha e do seu extremo Leste, tendose atingido uma IMM máxima de grau VI. A crise sísmica mais importante gerada na própria ilha do Pico foi a de A fase marcante desta crise decorreu entre 6 de Outubro de 1973 e 26 de Março de Dos 802 eventos registados na estação sísmica da Horta, 409 foram sentidos na ilha do Pico. Uma série de fenómenos iniciados em Março de 1973 precederam esta crise (Forjaz et al., 1974). Neste âmbito, detectou-se (1) enorme incremento na microssismicidade registada nos sismógrafos da Horta, (2) abatimentos do solo que afectaram as Bocas de Fogo da erupção de 1562, da Praínha, e a Lagoa do Landroal e (3) fumos negros na extremidade do Piquinho. Forjaz et al. (1974) consideraram que esta crise era de origem vulcânica, enquanto que Ravara e Duarte (1975) afirmam que embora os sismos tenham uma origem essencialmente vulcânica, alguns deles poderão ter origem tectónica. Posteriormente, Nunes et al. (1997) estabelecem que a mesma está associada ao sistema de falhas radiais actuantes no estratovulcão do Pico, e que os epicentros definem um alinhamento de orientação geral NNW-SSE. A crise culminou com o sismo de intensidade VII/VIII e magnitude 5.8 do dia 23 de Novembro de O sismo de 1 de Janeiro de 1980 enquadra-se no conjunto dos sismos mais 131

132 violentos que assolaram o arquipélago dos Açores (Hirn et al., 1980). O seu epicentro localizou-se no canal entre Terceira, São Jorge e Graciosa, a uma distância aproximadamente equitativa destas três ilhas e a sua magnitude cifrouse em 7.2 na escala de Richter. Relativamente à ilha do Pico, verificou-se à semelhança do que ocorreu com outros grandes sismos da região, que o sector oriental foi o mais flagelado, tendo a intensidade atingido o grau VI na Piedade (Machado e Silveira, 1982). No âmbito dos grandes sismos insere-se o de 9 de Julho de 1998, que iniciou uma crise de longa duração. Este sismo, com epicentro localizado na zona norte do canal Faial-Pico, ocorreu às 5h 19m UTC e afectou as ilhas do Faial, Pico e São Jorge. Atingiu a intensidade máxima de VIII/IX graus, na Escala de Mercalli Modificada, no nordeste da ilha do Faial, provocando, assim, a morte de 8 pessoas, cerca de 150 feridos e graves prejuízos a nível do parque habitacional e outras estruturas sociais desta ilha. No Pico, este sismo foi sentido em toda a ilha, embora a intensidade máxima de VII tenha sido observada na zona do Valverde, Madalena (Fig. 24). Fig. 24. Carta de isossistas da ilha do Pico referente ao sismo de 9 de Julho de 1998 (05:19 UTC), com distribuição de intensidades IMM por localidades. In: Nunes et al. (1998). A macrossísmica expedita desenvolvida de imediato permitiu identificar a existência de anomalias sísmicas, que se imputaram: (1) à melhoria do parque habitacional na sequência do sismo de 1973; (2) a morfologia dos terrenos (nomeadamente a presença de declives acentuados); (3) a natureza geológica dos mesmos (e.g. existência de níveis de clinker) e (4) a presença de 132

133 descontinuidades na crosta (designadamente estruturas tectónicas e contactos geológicos principais). A anomalia positiva detectada na zona de Almagreira- Ribeira do Meio (de pelo menos um grau de intensidade acima da curva média de atenuação), foi igualmente observada quando ocorreu o sismo de 1 de Janeiro de 1980 e põe em evidência na ilha do Pico, quer a existência de anomalias no fenómeno de atenuação, quer uma repetição do fenómeno de amplificação provocado por sismos oriundos de zonas sismogénicas geograficamente distintas. O balanço dos efeitos deste sismo na ilha do Pico apontou para a destruição total de 142 casas, para cerca de 225 habitações com diferentes níveis de prejuízos, para inúmeros muros derrocados que, em alguns casos bloquearam os caminhos, e para a abertura de fendas em algumas vias de comunicação. A casualidade de se estar a proceder na altura a trabalhos de cartografia nesta ilha permitiu um acompanhamento temporário desta crise, através de registos sísmicos obtidos numa estação sísmica digital instalada na Furna Santo António. A figura 25 reproduz a principal réplica ocorrida no dia 11 do mesmo mês. 10 Velocidade (mms-1) :49:15 0:49:45 0:50:15 0:50:45 0:51:15 0:51:45 0:52:15 hh:mm:ss Fig Sismograma da maior réplica, referente às 00:49h UTC do dia 11/7/98 (Nunes et al., 1998). Como anteriormente referido a sismicidade da ilha do Pico traduz, ainda, os fenómenos sísmicos ocorridos na dependência directa das erupções vulcânicas. Com efeito, estas erupções foram antecedidas e acompanhadas por uma actividade sísmica importante e é provável que, à semelhança do que 133

134 acontece noutros sistemas vulcânicos basálticos, aquela actividade sísmica tenha sido de relativa baixa magnitude, apesar de intensa e contínua (designadamente sob a forma de enxames sísmicos). Embora não perfeitamente documentado, é igualmente provável que essa actividade tenha sido responsável por algumas destruições no parque habitacional da ilha do Pico, eventualmente por um efeito de fadiga nas estruturas, sobretudo nas mais frágeis, originando o seu colapso. Aquela actividade constitui, por outro lado, um manancial de informação crucial em termos de prevenção e de previsão vulcânica, dada a sua natureza premonitória no contexto dos processos vulcânicos. A instalação de estações sísmicas no arquipélago veio permitir um melhor e mais detalhado cadastro da sismicidade desta região do Atlântico e de cada uma das ilhas dos Açores. Contudo, somente após 1980, com a instalação de uma rede microssísmica (capaz de detectar os eventos de pequena magnitude) e progressivamente alargada a um maior número de ilhas, foi possível obter uma melhor fiabilidade nesses dados. Apesar das limitações impostas pela configuração da rede de detecção dos Açores, as localizações epicentrais disponíveis (Figura 26) mostra que, no caso do Pico, a grande maioria dos epicentros calculados se localiza predominantemente na metade ocidental da ilha, quer na dependência do estratovulcão da Montanha do Pico, quer no canal Faial- Pico. As limitações acima referidas não permitem, contudo, definir com rigor e de um modo inequívoco quais os acidentes tectónicos, ou as estruturas vulcânicas activas inequivocamente responsáveis pela actividade sísmica detectada na ilha do Pico. Por outro lado, ao maior número de estações sísmicas instalado nos últimos anos (e o consequente incremento no número de sismos localizados), não se tem observado um aumento concomitante na intensidade e/ou na magnitude dos eventos registados na ilha do Pico. A instalação destas estações veio também pôr em evidência que os eventos sísmicos locais, isto é, gerados na ilha do Pico, são pouco numerosos e que os que ocorrem são, na sua grande maioria, eventos do tipo ultramicrossismo (magnitude<1) ou microssismo (magnitude<3), registados em poucas estações da rede e que raramente são sentidos pelas populações. 134

135 Fig. 26. Carta de epicentros da ilha do Pico para o período (CSRA versão 1.0, 2004). Deste modo, a sismicidade intrínseca da ilha do Pico mostra-se relativamente baixa quando comparada com a das restantes zonas sismogénicas do Grupo Central, caracterizando-se pela ocorrência de abalos pouco frequentes e de baixa magnitude Perigosidade Sísmica Um dos principais aspectos que resulta da análise da sismicidade da ilha do Pico é o facto de que, esta reflecte fortemente a actividade sísmica das zonas sismogénicas vizinhas, dado que os sismos sentidos no Pico com maior intensidade têm usualmente foco nessas zonas. Assim, e em termos globais, a sismicidade do Pico está directamente condicionada pela actividade sísmica que caracteriza estas zonas vizinhas, sobretudo a da zona sismogénica da Zona de Fractura Faial-Pico, incluindo-se aqui as sub-zonas: (1) do canal Faial-Pico; (2) da ilha do Faial, e (3) da zona localizada para Oeste do Faial, em direcção à Crista Médio-Atlântica. Adicionalmente, as estruturas tectónicas regionais e locais associadas ao Rifte da Terceira e as associadas à ilha de São Jorge (na sua maioria de orientação geral WNW-ESE) constituem, também, importantes áreas geradoras de sismos que, quando mais energéticos, afectam igualmente a ilha do Pico. 135

136 Esta característica pode deduzir-se da Figura 27, a qual mostra a variação anual no número de sismos sentidos na ilha do Pico após o ano de São evidentes os picos correspondentes aos anos de 1964 ( crise sísmica de São Jorge ), 1980 ( sismo de 1 de Janeiro, Terceira ), 1993 ( crise sísmica a Oeste do Faial ) e 1998 ( sismo de 9 de Julho, Faial ). Os picos menos pronunciados de 1915, 1937, 1947 e 1953, estão potencialmente relacionados com crises (ou enxames sísmicos), de intensidade baixa a moderada (IMM<V/VI), gerados na zona de Fractura Faial- Pico (quer no canal Faial-Pico, quer na zona sismogénica localizada para Oeste da ilha do Faial). Considerando-se os abalos sentidos na ilha do Pico e que atingiram uma intensidade IMM IV/V, foi possível identificar os máximos de intensidade ocorridos anualmente e, para diferentes graus de intensidade, determinaram-se os intervalos de recorrência entre sismos de uma dada intensidade ou superior. Essa análise incidiu nos abalos de intensidade superior ou igual a IV/V, na medida em que para valores de intensidade inferior a IV os efeitos dos sismos não incluem estragos materiais. Por outro lado, esta análise abrangeu unicamente o período correspondente ao Séc. XX, na medida em que para esse período a informação disponível está mais completa. Fig. 27. Frequência anual de sismos sentidos na ilha do Pico, após Modificado de Nunes (1999). 136

137 Os resultados obtidos estão resumidos na Tabela III, onde é evidente que os sismos moderados a fortes afectam esporadicamente a ilha do Pico. Assim, sismos de intensidade VI ou superior afectaram esta ilha nos anos de 1926, 1964, 1973, 1980 e 1998, com intervalos de 38, 9, 7 e 18 anos, respectivamente. Quando se consideram intensidades superiores ou iguais a VII, os intervalos de recorrência observados no Século XX foram de 47 e 25 anos entre, respectivamente, os anos de 1926, 1973 e Ainda segundo os dados disponíveis, em média, de 1,8 em 1,8 anos é sentido na ilha do Pico um sismo de IMM III, embora um sismo com esta intensidade possa ocorrer com intervalos mínimo e máximo de, respectivamente, 1 e 5 anos. Deve salientar-se, contudo, que cerca de 90% dos sismos sentidos na ilha do Pico são de baixa intensidade, ou seja, apresentam intensidade IMM inferiores ou iguais a IV e, como tal, não causam quaisquer prejuízos materiais. Esta percentagem é muito idêntica à determinada por Frederico Machado para o conjunto Faial-Pico e é substancialmente superior à observada na ilha Terceira e na ilha de São Miguel. Como se disse, a ilha é sacudida esporadicamente por abalos de intensidade V a VII, na sua maioria gerados nas zonas sismogénicas vizinhas e que podem causar danos, de natureza e extensão variável. Nos últimos cem anos, ocorreram sismos com IMM V segundo intervalos médios de 12 anos, mas observaram-se sismos com estas intensidades em intervalos máximo e mínimo de, respectivamente, 20 e 7 anos. Embora seja de esperar que sismos moderados a fortes com essas características venham a afectar todo o município da Madalena do Pico, os danos expectáveis e, por conseguinte, a distribuição das intensidades sísmicas, dependerão de factores como a magnitude do evento, a localização do seu foco e a distância epicentral, para além de outros parâmetros, como as características do parque edificado, a morfologia e geologia dos terrenos e a sua declividade. Intensidade Nº de Maior Menor Intervalo Desvio 137

138 Mercalli Sismos ( ) Intervalo (anos) Intervalo (anos) Médio (anos) Padrão (anos) I VII ,6 I VI ,2 I V/VI ,4 8,2 I V ,7 I IV/V ,2 4,9 I IV ,4 3,0 I III/IV ,9 2,4 I III ,8 1,3 Tabela III. Intervalos de recorrência para sismos na ilha do Pico, para diferentes graus de intensidade. In: Nunes (1999) Vulnerabilidades Associadas A ilha do Pico constitui uma parcela do arquipélago em que os fenómenos sísmicos são comuns, e em que esses eventos podem, ocasionalmente, atingir intensidades elevadas. Apesar disso, a sismicidade intrínseca da ilha do Pico (gerada na própria ilha) é relativamente baixa quando comparada com a das restantes ilhas que integram o Grupo Central do arquipélago dos Açores, caracterizando-se pela ocorrência de sismos locais pouco frequentes e de baixa magnitude. Neste enquadramento, a zona ocidental da ilha do Pico, onde se localiza o estratovulcão activo da Montanha, constitui a principal zona geradora de sismos. Como mencionado anteriormente, os sismos sentidos no Pico com maior intensidade têm usualmente foco em zonas sismogénicas vizinhas, pelo que a sismicidade desta ilha reflecte fortemente a actividade sísmica destas zonas. Neste contexto, o canal Faial-Pico, onde se prolongam as estruturas tectónicas do graben do Faial, constitui uma importante zona sismogénica. Com excepção do sismo de São Jorge (1757), que terá sido sentido na ilha do Pico com grau IX, e o sismo da Horta (1926), sentido com grau VIII, todos os restantes abalos sentidos na ilha do Pico apresentam intensidades IMM inferiores ou iguais a VII/VIII. 138

139 Elementos recolhidos após o sismo de 9 de Julho de 1998, mostraram que o tipo e a extensão dos danos causados na ilha do Pico foram, em primeira instância, fortemente condicionados pelo tipo de construção que caracteriza o parque habitacional das zonas atingidas. Assim, as construções mais afectadas foram sobretudo as antigas, de pedra solta ou com barro como ligante, com os edifícios a apresentarem frequentemente paredes total ou parcialmente colapsadas, ou uma fendilhação acentuada. Verificou-se, igualmente, que a acentuada declividade de alguns terrenos (com socalcos) e a natureza geológica dos mesmos (quando constituídos por escoadas lávicas basálticas do tipo aa, com níveis superficiais de clinker), contribuíram decisivamente para que alguns edifícios tivessem sofrido movimentos diferenciais ao nível das suas fundações e apresentassem, por isso, maiores destruições. Tais fenómenos foram particularmente observados na zona de Almagreira e Valverde, onde tais declives, estruturas em socalcos e/ou maior ou menor envolvimento das escoadas por clinker estão presentes. Atendendo aos dados sobre a macro-sismicidade da ilha do Pico retirados do CSRA Catálogo Sísmico da Região dos Açores de Nunes et al., 2004, elaborouse (1) a Tabela III onde é possível observar-se a intensidade dos maiores sismos que afectaram o concelho da Madalena no período indicado e (2) através desses elementos projectou-se sobre uma carta topográfica parcelar as maiores intensidades verificadas em várias localidades deste concelho (Fig. 28). A análise destas duas peças de trabalho aponta para que a freguesia das Bandeiras foi a que, neste intervalo de observação, foi abalada por um sismo com a maior intensidade (VII/VIII) durante a crise de São Caetano, São Mateus e Valverde, foram os locais em que foram sentidos sismos de intensidade VII, respectivamente durante o sismo de 1926, nas duas primeiras localidades, e, na terceira, durante o principal evento do enxame sísmico de Nos restantes locais do concelho da Madalena as intensidades máximas não ultrapassaram o grau VI sendo predominantemente inferiores a esse valor. Parece, assim, possível afirmar-se que as zonas de maior vulnerabilidade sísmica se situam à volta das Bandeiras, em Valverde, devido às condicionantes decorrentes da reologia das escoadas lávicas, em São Mateus e São Caetano. Contudo, deve considerar-se a possibilidade de alguns desses valores de intensidade sísmica estarem 139

140 sobreavaliados e derivarem de tipologias construtivas de pior qualidade, no contexto do parque edificado existente, à data, no município. Perante a ocorrência de um sismo moderado a forte, de maior magnitude, é de esperar que uma parte significativa do município da Madalena seja afectada, designadamente na sequência da obstrução de vias de comunicação. Neste âmbito, visualizando a estrada regional, parece-nos que eventuais obstruções só poderão ocorrer pontualmente nalguns troços da Candelária, de São Mateus e de São Caetano. No entanto, nas vias de comunicação que partem da estrada regional, para o interior ou em direcção ao mar, há probabilidade de ocorrência de obstruções bastante mais significativas, nomeadamente nas áreas de Bandeiras, Cabeço do Chão, Madalena, Sete Cidades, Valverde, Criação Velha, Monte, Candelária, Campo Raso, São Mateus, São Caetano e Terra do Pão. Constatando, no entanto, que (1) as novas construções exibem uma melhor qualidade; (2) se tem procedido a profundas intervenções no parque edificado do município na sequência de crises sísmicas anteriores e (3) a sismicidade afecta ao município tem sido moderada, é expectável que os futuros danos poderão não atingir níveis de destruição elevados, comparativamente a outras áreas do arquipélago dos Açores. Tal pressuposto não invalida a implementação de medidas conducentes ao investimento no desenvolvimento de um bom parque habitacional na ilha, e no município, implantado de acordo com um Plano de Ordenamento do Território devidamente fundamentado. Esta metodologia irá, indubitavelmente, ter um forte impacto no campo da prevenção, face a potenciais sismos mais energéticos. Neste sentido uma importante contribuição será proceder a um inventário pormenorizado das actuais condições do parque edificado do município, dando-se prioridade às zonas mais vulneráveis e em que sistematicamente ocorreram os danos mais significativos. Saliente-se, ainda, que os danos provocados nas construções dependerão de factores como a sua idade, tipo de construção, qualidade dos materiais utilizados e a resistência sísmica dos terrenos de fundação. Nesse contexto, deverão ser sempre respeitadas as normas de construção anti-sísmica na edificação e na reabilitação das construções existentes, não se devendo descurar os aspectos 140

141 relacionados com as fundações dos edifícios. Deste modo ficará devidamente salvaguardada a segurança da grande maioria dos edifícios da ilha e contribuirse-á, decisivamente, para a minimização dos efeitos que normalmente decorrem de sismos de maior magnitude e intensidade. 141

142 Tabela IV. Intensidade sísmica por localidades, para eventos sentidos no concelho da Madalena do Pico com IMM V. Fonte: CSRA, 2004 Ano Mês Dia Hora Minuto Seg. Local (Ilha Pico) Intensidade 1926 Abril São Mateus 7 São Caetano Agosto ,00 Candelária 8 Bandeiras 7 Madalena 6 São Mateus Novembro Bandeiras 6, Junho ,00 Candelária 6 Madalena Junho ,00 Candelária 5 Madalena Agosto ,91 Madalena 5 São Mateus Março ,51 Bandeiras 5 Madalena 4 São Mateus Novembro ,77 São Mateus 5 Bandeiras 4 Madalena 3, Novembro ,02 Bandeiras 7,5 Valverde 6,5 Monte de Cima 6,5 São Mateus 6,5 Madalena 6 Candelária Novembro ,37 São Mateus 5 Bandeiras 4,5 Madalena Dezembro ,79 São Mateus 5,5 Madalena 4, Janeiro ,90 Terra do Pão 5 Bandeiras 4,5 Madalena 4,5 Criação Velha 4,5 Monte 4,5 Candelária 4,5 Mirateca 4,5 São Mateus 4,5 Tabela V. Intensidade sísmica por localidades, para eventos sentidos no concelho da Madalena do 142

143 Pico com IMM V. Fonte: CSRA, 2004 Ano Mês Dia Hora Minuto Seg. Local (Ilha Pico) Intensidade 1998 Julho ,30 Valverde 7 São Caetano 6,5 Formosinha 6 Toledos 6 Carmo 6 Valverde 6 Monte 6 Calhau 6 São Mateus 6 Cabeço Chão 5,5 Bandeiras 5,5 Criação Velha 5,5 Candelária 5,5 Mirateca 5,5 Campo Raso 5 Terra do Pão 5 Fig. 28. Maiores intensidades sísmicas verificadas em várias localidades do concelho da Madalena. 143

144 Risco de Movimentos de Massa (Deslizamentos) Generalidades As regiões vulcânicas estão sujeitas a diferentes tipos de movimentos de massa, na sequência de condições de instabilidade geradas nas vertentes dos edifícios vulcânicos (incluindo no interior de crateras e de caldeiras), os quais apresentam magnitude e tipologias variáveis, em função da morfologia da região, das litologias presentes e da maior ou menor contribuição de água. Por outro lado, a geração de movimentos de massa está dependente de diversos factores, actuando isoladamente ou em conjunto, os quais podem ser naturais ou resultar da acção do Homem. De entre os primeiros cita-se: (1) a actividade vulcânica; (2) a ocorrência de sismos moderados a fortes e (3) condições meteorológicas anormais, como chuvas torrenciais, ventos fortes e tempestades. Os factores antropogénicos que podem induzir movimentos de massa incluem modificações na rede hidrográfica e no uso do solo de uma região, deficiente ocupação e ordenamento do território, construção de vias de comunicação e existência de muros e de taludes incorrectamente dimensionados Identificação de Perigos Considerando o tipo de formações geológicas presentes na ilha do Pico (em geral maciças e coerentes) e a sua natureza basáltica, são os movimentos de massa do tipo desmoronamento e queda de rochas os mais comuns na ilha, afectando os bordos rochosos e escarpados das escoadas lávicas, designadamente ao longo do litoral (Fig. 29). Entre os factores que podem incrementar este tipo de risco estão as intervenções florestais em zonas muito declivosas, a abertura de estradas sobre materiais piroclásticos e a destruição da vegetação que os estabiliza. 144

145 Fig. 29. Aspecto fracturado e desmoronado do litoral de Terra de Pão Pelo contrário, nas vertentes detríticas, compostas por piroclastos basálticos (escórias ou bagacinas/lapilli) e, também, por clinker, são a queda e os escorregamentos de detritos os mais comuns, dando origem a depósitos de gravidade sob a forma de cones ou taludes de detritos, de dimensões diversas. Apesar do município da Madalena se situar na área de intervenção da Montanha do Pico, cujos elevados declives existentes no seu terço superior podem ser geradores de movimentos de massa, como o demonstra a presença dos Arieiros de Santa Luzia e das Quebradas do Norte, do Curral e da Terça considera-se, dada a distância que separa essas áreas de maior perigosidade aos centros populacionais, que o risco para os habitantes é reduzido por este facto. No entanto, todo o sector compreendido entre São Mateus e Terra de Pão, com maior incidência para São Caetano, está sujeito a importantes movimentos de massa, nomeadamente do tipo creep, persistente, muito lento e detectável principalmete pela alteração de posição de árvores, cercas, etc. A cicatriz morfológica bem patente na vertente da Montanha sobranceira a estas freguesias 145

146 (Fig. 30), as profundas linhas de água que a penetram e os espessos depósitos detríticos que se dispersam por toda a vertente (Fig. 31) são evidências de que se está na presença de uma zona potencialmente muito activa e geradora de movimentos de massa. Fig. 30. Escarpa da falha de São Mateus/São Caetano e principais ribeiras desta área. Pormenor da Carta topográfica 1: do Pico. Fig. 31. Escarpa da falha de São Mateus/São Caetano e pormenor de depósitos detríticos 146

147 associados Vulnerabilidades Associadas A inexistência de registos que reportem vítimas ou danos significativos na sequência de movimentos de massa ocorridos na ilha do Pico, não implica necessariamente que se deva considerar como negligenciáveis as ameaças derivadas destes fenómenos. Com efeito, mesmo movimentos de massa de pequena magnitude, poderão constituir e causar importantes perturbações ao bem-estar das populações e no tecido sócio-económico da ilha. De entre estas destaca-se: (1) o corte de estradas e outras vias de comunicação, (2) alterações à paisagem, coberto vegetal e interferência com a rede de drenagem da região e (3) danos importantes nas redes de abastecimento de água, energia eléctrica e comunicações. Por outro lado constata-se, frequentemente, que algumas habitações e infra-estruturas básicas estão implantadas em zonas que evidenciam, localmente, níveis de alta perigosidade, pela proximidade a vertentes instáveis, a taludes elevados, a leitos de cursos de água e sobretudo nas zonas litorais, situações estas que devem merecer uma atenção especial e que devem ser tidas em linha de conta em futuros planos de ordenamento do território. Refira-se, por último, que os movimentos de massa poderão surgir na dependência directa de um cataclismo natural (por exemplo um sismo forte ou uma tromba de água) ou, pelo contrário, originarem-se independentemente destes. Face ao exposto recomenda-se cuidados acrescidos em todas as intervenções que se venham a desenvolver nos taludes que ladeiam São Mateus, São Caetano e, de certa forma, Terra do Pão pelo facto de poderem vir a induzir importantes escorregamentos e deslizamentos, pondo em risco parte daquelas zonas urbanas. Na realidade, as bacias de retenção que se estão a construir parecem incrementar infiltrações a montante o que pode agravar a situação de instabilidade da vertente. Advoga-se que estas bacias deveriam ser substituídas por diques de pedra arrumada ou de betão visando reduzir os impactos de escoamento turbulento. Simultaneamente aconselha-se a instalação de um sistema sonoro de aviso de perigo por forma a que a população possa proceder 147

148 em consonância com o mesmo. Chama-se à atenção de que os resultados da monitorização que parece estar a ser feita pela SRAM e pela SRPCB, com a colaboração do CIVISA (Universidade dos Açores) deverá ser disponibilizada à Câmara Municipal da Madalena para poder actuar atempadamente. De igual modo, devem merecer especial atenção todas as construções que se encontram sobre ou muito próximas do domínio marítimo. As áreas apontadas devem estar sujeitas a rigorosos critérios de licenciamento. 148

149 Risco de Cheias Hidrologia da Ilha do Pico Um dos aspectos característicos do clima da ilha do Pico consubstancia-se na ocorrência de precipitações atmosféricas elevadas que, não obstante a reduzida densidade de postos de observação meteorológica, é possível avaliar quantitativamente. Uma análise sintética sobre esta problemática foi anteriormente feita no capítulo 2.4. Apesar da pluviosidade elevada que se verifica na ilha, constata-se que os cursos de água apresentam invariavelmente um tipo efémero e um regime torrencial bem marcado. Este regime traduz a elevada permeabilidade superficial das formações de cobertura e a distribuição sazonal da precipitação, que é caracterizada por uma estação húmida entre Setembro e Março, durante a qual ocorre aproximadamente 75% da pluviosidade anual (Cruz, 1997). A densidade de drenagem é o parâmetro morfométrico mais relevante na descrição quantitativa das redes de drenagem. Na realidade, o mapa de densidade de drenagem da ilha do Pico (Fig. 2) evidencia os principais traços da rede hidrográfica, nitidamente marcada pela existência de duas áreas contrastantes: uma, na região ocidental da ilha, onde a densidade de drenagem é baixa, com extensas zonas onde este parâmetro é nulo, enquanto que a outra, ocupando a metade oriental, apresenta uma densidade de drenagem substancialmente maior. Independentemente dos sectores considerados há a assinalar, ainda, uma característica relativamente frequente nas ribeiras desta ilha e que se prende com o facto de desaguarem em vales suspensos, os quais retratam uma maior taxa erosiva marinha do que fluvial. Acresce, ainda, o facto de apresentarem, como no caso da Ribeira Grande, quedas de água, devido ao ressalto topográfico da falha da Lomba de São Mateus. Por outro lado, de uma forma genérica, os cursos de água, mesmo os de maior magnitude, apresentam escoamento superficial unicamente após a queda de chuvas fortes (com índices de precipitação elevados num curto período de 149

150 tempo). Por tal situação é recorrente o aparecimento de caudais apreciáveis, sobretudo nos cursos de água mais declivosos. São caracterizados por serem de tipologia temporária e imprevisível nitidamente controlada pela precipitação pelo que o escoamento da água normalmente está restrito a algumas horas Identificação de Perigos A ocorrência de cheias é um fenómeno usual na ilha do Pico e está associado essencialmente a situações hidrológicas extremas, nomeadamente a ocorrência de elevados índices de precipitação. Os riscos derivados destas situações são maiores em face da declividade acentuada das bacias hidrográficas, o que, no caso do município da Madalena do Pico, é importante no que concerne aos cursos de água que drenam a zona do município compreendida, sensivelmente, entre São Mateus e Terra do Pão (Fig. 32). Refira-se, ainda, que os vales fluviais constituem, também, locais privilegiados para a progressão dos materiais detríticos gerados pelos movimentos de massa (incluindo aqueles directamente associados a uma actividade vulcânica), canalizando estes materiais e acentuando os potenciais efeitos destruidores. As acções antrópicas contribuem, em larga escala, para um incremento do perigo de cheias e, consequentemente, dos riscos associados. Na ilha do Pico, como na generalidade do arquipélago, a implantação, por razões históricas, de aglomerados habitacionais na proximidade de cursos de água (e em especial nos respectivos leitos de cheia), constitui, por si só, um factor de perigo acrescido. Para além da ocupação do leito de cheia das ribeiras, este deficiente ordenamento do território e actividades humanas negligentes incluem: (1) a redução da secção natural dos cursos de água, quer mediante a edificação de pontes e outras infra-estruturas sub-dimensionadas (no caso do atravessamento por vias de comunicação), quer devido a movimentações de terrenos adjacentes ao curso de água; (2) a falta de limpeza das ribeiras e (3) a alteração das condições de escorrência superficial dos terrenos, pela realização de arroteamentos visando a instalação de pastagens. 150

151 Fig. 32. Vista geral das Ribeiras Grande e Nova (São Caetano) e pormenores do material detrítico canalizado nos seus leitos. Não obstante, dada a realidade da rede hidrográfica deste concelho os perigos associados a fenómenos desta natureza estão relativamente circunscritos às zonas aqui indicadas Vulnerabilidades AssociadaS A inexistência de estações hidrométricas na ilha do Pico e, nomeadamente, nos cursos de água instalados no município da Madalena, impossibilitaram o registo de caudais. Desta forma, não existem curvas de vazão estabelecidas para as ribeiras mais importantes da ilha, nem valores para os escoamentos mensais ou anuais naquelas bacias. A análise das características geomorfológicas da rede hidrográfica, da dispersão dos depósitos associados e dos relatos históricos, permitem, no entanto identificar as zonas de maior vulnerabilidade associadas a possíveis fenómenos de cheias: 151

152 Ribeira da Calheta e dos Bodes (zona ocidental de São Mateus), que poderão afectar sobretudo a rede viária; Ribeira da Praínha, que poderá trazer alguns problemas na área localizada entre Praínha do Galeão e São Caetano; Ribeiras Grande e Nova que dentro do conjunto de ribeiras do concelho são as que oferecem maior perigosidade, sendo por isso a zona oriental de São Caetano a mais vulnerável, o que se pode traduzir na obstrução da rede viária e na destruição de terrenos de pastagem e agrícolas. Ribeiras dos Biscoitos e Nova, que poderão afectar a Terra do Pão, para além da rede viária, algumas habitações, pastagens, terrenos agrícolas e linhas de transporte de energia eléctrica Riscos Oceanográficos e de Tsunami Generalidades As tempestades marítimas constituem igualmente uma importante ameaça para a segurança e o bem-estar das populações ribeirinhas, bem como para a saúde pública. Estas situações de temporal marítimo, que são consideradas como tal sempre que a altura significativa da onda (Hs) iguala ou excede os 5 m, são por vezes responsáveis por avultados prejuízos materiais, podendo estes atingir montantes dos mais elevados causados por perigos naturais (Borges, 2003). Os tsunami são ondas oceânicas que resultam, na sua maioria, da deslocação abrupta do fundo submarino em consequência de actividade sísmica, ou ainda por perturbações associadas ao vulcanismo explosivo, ao colapso lateral de um estratovulcão, aos escorregamentos (submarinos ou subaéreos) e ao impacto de meteoritos com os oceanos. De um modo geral são portadores de uma quantidade de energia considerável e caracterizam-se por se propagarem através dos oceanos a altas velocidades (por vezes superiores a 450 km/h). Acresce, ainda, o facto de terem um comprimento de onda e um período muito grande, passando despercebidas em mar alto. No litoral, a cota de inundação tsunamigénica (run-up) é função não apenas das características da(s) onda(s), 152

153 mas também da topografia e da batimetria da zona costeira (Borges, 2003) Geologia Costeira da Ilha do Pico O litoral da ilha do Pico tem cerca de 126km de extensão, o que corresponde a 14,9% do total da faixa costeira das nove ilhas do arquipélago (Borges, 2003). De um modo geral nos Açores (e a ilha do Pico não constitui excepção), a franja costeira constitui uma das raras, senão a única, unidade de superfície que melhores potencialidades de ocupação evidencia, apesar de todos os perigos daí decorrentes. A morfologia costeira da ilha do Pico reflecte, em grande parte, as características do vulcanismo da ilha, sendo constituída na sua maioria por costa de escoada lávica, de acordo com o sistema de classificação de Borges (2003). As vertentes costeiras no sector ocidental da ilha do Pico são normalmente pouco elevadas, enquanto que na metade oriental da ilha atingem maiores alturas. Na realidade, através da observação da figura 33 é possível verificar que as arribas costeiras com altura inferior a 10 m predominam nas zonas litorais do concelho da Madalena. 153

154 Fig. 33. Identificação das arribas em função da sua altura. Há, no entanto, a assinalar algumas excepções, tais como (1) a zona do Pé do Monte, com alturas compreendidas entre 50 e 100m e (2) a área contígua à Ponta do Espartel, no Hospital, os troços entre a Baía das Pedrinhas e o Porto de São Mateus e desde a Ponte de São Macário até Terra do Pão, com alturas variando entre 10 e 50m. Assim, na extremidade NW da ilha, o litoral é baixo (inferior a 10m) e o declive da vertente é extremamente suave, de tal forma que o ressalto definido pelo bordo da arriba se situa por vezes a cotas inferiores a 1m relativamente ao nível médio do mar (Borges, 2003). Esta situação torna a faixa costeira vulnerável a galgamentos e inundações, como testemunham diversos depósitos de temporal constituídos por balastros, que formam cordão quase contínuo ao longo desses troços costeiros. A categoria litoral primário de 154

155 construção está representada apenas pela classe de costa de escoada lávica. Esta classe é a segunda mais frequente e as suas ocorrências distribuem-se ao longo de toda a faixa costeira, sendo porém mais frequentes na metade ocidental e na extremidade leste da ilha Identificação de Perigos A bacia do Atlântico Norte contribui com cerca de 2% para o total de eventos de inundação tsunamigénica conhecidos em todo o mundo. Os dados disponíveis para esta área do globo indicam cerca de 350 anos como período médio de retorno de um tsunami associado a um run-up com 7 m de altura, um intervalo relativamente curto e que estaria ligado a eventos com consequências devastadoras para a faixa costeira do arquipélago dos Açores. Desde o povoamento do arquipélago, a meados do século XV, foram registados 23 tsunami que atingiram o litoral destas ilhas, o que implica um período de retorno da ordem dos 18 anos. Cerca de 50% destes eventos tsunamigénicos tiveram geração distante, enquanto os restantes foram de geração local (Borges, 2003). Para a primeira situação merece especial destaque o tsunami de 1 de Novembro de 1755, que originou a máxima altura de run-up até hoje conhecida nos Açores (11-15 m) e que foi registada em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira. Dos eventos com geração local refira-se, a título de exemplo, os tsunami associados aos sismos de 1614 e de 1641 (ilha Terceira), de 9 de Julho de 1757 (ilha de São Jorge) ou, mais recentemente, ao sismo de 1 de Janeiro de O tsunami de 1757 causou inundações registadas no Faial, Terceira e Graciosa. As ilhas do arquipélago dos Açores, incluindo a ilha do Pico, ocupam uma área de elevado potencial tsunamigénico, em consequência: (1) da sua localização no Atlântico, que as tornam vulneráveis a tsunami gerados ao longo da margem continental Ibérica; (2) do contexto geotectónico local, onde sismos com potencial gerador de tsunami têm probabilidade de ocorrer de 1 em cada 70 anos e (3) de estarem sujeitas a outras condições potencialmente geradoras de tsunami, como sejam os escorregamentos (subaéreos ou submarinos), a actividade vulcânica (escoadas piroclásticas, erupções submarinas, explosões vulcânicas e/ou colapso e formação de caldeiras) e lahars. Apesar de não se conhecerem registos 155

156 históricos e instrumentais de inundações de natureza tsunamigénica na ilha do Pico, tal facto não significa que a franja costeira desta ilha não tenha sido atingida por tsunami. Na verdade, há a considerar que as condicionantes antropogénicas ou mesmo vulcânicas podem ter contribuído para que os vestígios dos mesmos estejam camuflados ou total ou parcialmente soterrados. A avaliação dos potenciais perigos associados a situações de temporal marítimo implica conhecer, para uma dada região, os valores usuais de altura significativa da onda (Hs) e respectivos rumos. Dada a ausência deste tipo de informação para a ilha do Pico, designadamente no que respeita a valores extremos ao largo, recorreu-se a dados de agitação marítima proveniente dos diversos rumos e associada a um período de retorno de 10 anos, estimada a partir de observações visuais efectuadas na Estação Meteorológica da Horta e tratados em 1991 pelo consórcio Profluidos & Engidro, no âmbito de estudo técnico realizado nos Açores (Borges, 2003). De acordo com o trabalho em causa, os maiores valores de Hs (altura significativa da onda) ocorrem do rumo de SW e atingem 9 m para um período de retorno de 10 anos, enquanto que para Hs de 5 m, o período de retorno é de 1 ano. Deste modo, há a possibilidade das zonas ribeirinhas da ilha do Pico serem fustigadas, pelo menos uma vez por ano, por tempestades marítimas. Com efeito, a tempestuosidade no arquipélago dos Açores caracteriza-se por elevada variação interanual, sendo as tempestades de baixa intensidade as mais frequentes, mas os eventos extremos (e.g. ciclones/furacões/ tempestades tropicais e tempestades extratropicais) acontecem uma vez em cada 7 anos. As direcções preferenciais das tempestades marítimas nos Açores são de SW a NW. A sobreelevação do nível do mar de origem meteorológica (storm surge) é um factor extremamente importante, uma vez que modifica o nível de maré previsto, sendo responsável, por si só, por galgamentos e por inundações de áreas costeiras baixas. Este fenómeno, quando associado a condições de tempestade, poderá ter efeitos mais devastadores. Contudo, não existem para os Açores dados disponíveis da magnitude deste fenómeno. Neste contexto, e pelo facto dos Açores serem ilhas vulcânicas, de acordo com a bibliografia consultada, os 156

157 storm surges não constituem uma ameaça significativa, atendendo a que este tipo de ilhas emerge abruptamente do fundo oceânico e, consequentemente, não possuem uma plataforma periférica com águas pouco profundas de dimensão conveniente para empolar significativamente a superfície do oceano. O facto do litoral açoriano ser na sua maior extensão aberto diminui a pujança dos efeitos de storm surge Vulnerabilidades Associadas O município da Madalena do Pico está vulnerável a qualquer um dos perigos referidos neste capítulo (tsunami, tempestades marítimas e storm surges), que afectam a faixa costeira deste município com uma frequência de incidência e ameaças diferentes. Tendo em conta estes pressupostos, uma análise conjunta dos perigos geológicos (tsunami) e oceanográficos/meteorológicos (tempestades marítimas e storm surges) permite concluir que uma parte significativa da faixa costeira deste município (sobretudo os aglomerados urbanos ribeirinhos implantados a cotas iguais ou inferiores a 15 m Figura 24), pode estar sujeita a galgamentos e inundações resultantes de fenómenos deste tipo, actuando quer de uma forma isolada ou em conjunto. As zonas consideradas de elevada vulnerabilidade e que requerem, por isso, uma atenção e cuidados especiais no respectivo ordenamento são todas aquelas que apresentam cotas inferiores a 15m e que se encontram fora das classes que anteriormente se identificaram como tendo cotas superiores e que por tal facto são pouco vulneráveis (1. com alturas compreendidas entre 50 e 100m, a zona do Pé do Monte; 2. com alturas variando entre 10 e 50m, a área contígua à Ponta do Espartel, no Hospital, os troços compreendidos entre a Baía das Pedrinhas e o Porto de São Mateus e desde a Ponte de São Macário até Terra do Pão; Fig. 24) Riscos Tecnológicos e Antrópicos Generalidades Entre as catástrofes provocadas pelo homem, e com possibilidade de ocorrerem 157

158 no concelho da Madalena, enquadram-se os acidentes rodoviários, os acidentes marítimos, os acidentes decorrentes da movimentação e armazenagem de hidrocarbonetos, os acidentes aéreos, os acidentes industriais, os incêndios, o transporte de substâncias perigosas, o colapso de estruturas, a ruptura de reservatórios, o ruído e os desastres inerentes à subida à Montanha do Pico Acidentes Rodoviários Acidente rodoviário é o conjunto de ocorrências violentas, envolvendo veículos e pessoas, que ocorrem nas estradas e caminhos transitáveis. Especificamente neste concelho, dado que o tráfego não é muito intenso e as estradas oferecem óptimas condições, poucos acidentes há a registar. No entanto, são exactamente estas condições que muitas vezes convidam os condutores a prevaricar excedendo-se na velocidade. A baixa frequência de acidentes provavelmente está relacionada com um eficaz policiamento. Um cuidado especial merece também a atenção das autoridades no que se refere ao controlo de álcool aos condutores, pelas implicações gravosas que uma condução com excesso de álcool pode acarretar. De entre os vários troços de estrada que atravessam o concelho merece um olhar mais atento aquele que atravessa a Mirateca, uma vez que é exactamente na curva lá existente que se tem verificado uma maior incidência de desastres. A explicação para tal facto parece decorrer do perfil da curva, bem como da natureza do piso. Neste contexto, aconselha-se a uma rápida intervenção conducente à correcção desta anomalia o que irá contribuir para uma diminuição de acidentes. 158

159 Acidentes Marítimos Acidentes marítimos graves são o conjunto de ocorrências violentas, envolvendo barcos e pessoas, que ocorrem nos mares, orlas costeiras e portos. Devido à situação geográfica deste Concelho, a maior parte do tráfego faz-se entre as duas ilhas vizinhas Pico-Faial, e de certa forma, também Pico-São Jorge. Nos últimos anos, devido às condições do novo porto alguns iates estão a aportar (cerca de 60/ano) à Madalena, embora devido às condições excepcionais da marina da Horta esta ocorrência não seja muito significativa. Embora se verifiquem frequentemente condições de mar alteroso até ao momento não têm ocorrido desastres com implicações graves. Devido às novas técnicas de navegação não há a reportar a ocorrência de encalhamentos recentes - no passado, pode inferir-se a sua ocorrência pelos restos de navios encontrados na Praínha do Galeão, no Calhau, na Areia Larga e na Baía da Barca. O equipamento de salvamento existente no porto da Madalena é muito rudimentar, prevendo-se um melhoramento em Especificações dos portos do concelho da Madalena e das suas potencialidades são dadas, respectivamente, na página 84 (Portos e varadouros) e no ANEXO A Acidentes decorrentes da movimentação e armazenagem de hidrocarbonetos e de outras substâncias perigosas A movimentação de hidrocarbonetos e de outras substâncias perigosas, bem como os respectivos armazenamentos obedecem a regras de segurança mínimas. Até ao momento actual não há memória de qualquer acidente deste tipo no concelho da Madalena, no entanto, julga-se que se impõe uma maior fiscalização neste âmbito e actualização periódica de conhecimentos por parte das pessoas envolvidas no transporte e armazenagem de produtos perigosos. 159

160 Acidentes aéreos Acidentes aéreos são o conjunto de ocorrências violentas resultantes de queda e de manobras de aeronaves, que ocorrem nos aeroportos, heliportos e em zonas envolventes a estes. Devido ao seu posicionamento no meio do Atlântico, o principal meio de saída dos habitantes deste concelho é feito, principalmente, por via marítima, mas também através dos voos regulares inter-ilhas, com ênfase para a Terceira e São Miguel, bem como para Lisboa. Note-se que em caso de necessidade de evacuação de doentes ou acidentados (todos os casos de emergência médica que obriguem a deslocações para a Terceira, São Miguel ou continente português) será utilizado o aeródromo ou os heliportos que constam nos ortofotomapas e no ANEXO D Regista-se que até ao momento nenhum acidente aéreo ocorreu na ilha do Pico. De salientar, ainda, que para acidentes aéreos, existe um plano de emergência especifico, pertencente à ANA-Portugal S.A. Todas as especificidades do aeródromo da ilha do Pico encontram-se na página 87 deste plano e no ANEXO A Acidentes Industriais Acidentes industriais são um conjunto de ocorrências violentas para o meio ambiente, resultantes da libertação de nuvens tóxicas, de incêndios e explosões susceptíveis de desenvolvimento em cadeia. O concelho não apresenta grande desenvolvimento industrial (sendo a maior industria existente a COFACO) e daí que ao longo dos anos se não tenha verificado um aumento dos riscos inerentes à perigosidade dos fenómenos que poderão eclodir. Até este momento não há registo de ocorrência de acidentes com gravidade no Concelho. Neste âmbito, poderemos considerar os incêndios e explosões, com a possível libertação de nuvens tóxicas, que poderão ocasionar consequências graves quer directamente ao ser humano, quer de forma indirecta através do meio 160

161 ambiente. As medidas legislativas já tomadas, quando cumpridas, poderão minimizar os efeitos de tais fenómenos. Não se constitui o Concelho da Madalena como uma área de elevada vulnerabilidade à ocorrência de acidentes químicos, no entanto isso não inviabiliza que sejam tomadas todas as medidas de precaução no que se refere ao armazenamento e manuseamento de substâncias tóxicas e inflamáveis. Outro factor de perigo é a existência de postos de abastecimento de combustível e os depósitos de gás junto de habitações, sem por vezes as condições desejáveis de segurança, tornando-se desta forma, indubitavelmente, potenciais e preocupantes agentes de risco. O comércio de produtos químicos em estabelecimentos instalados em locais de relativa maior densidade urbana, sem as desejáveis condições de segurança, é também, indubitavelmente, potencial agente de risco. A segurança dos trabalhadores de qualquer estabelecimento ou indústria é salvaguardada pelos responsáveis dos mesmos cabendo à Protecção Civil apenas agir em caso de acidente. A considerar, há o caso das habitações e serviços existentes nas zonas circundantes das indústrias identificadas (ANEXO A). 161

162 Incêndios Urbanos Os incêndios urbanos são muito graves quando ocorrem (1) em zonas onde o tecido urbano se condensa e coalesce; (2) em edifícios comerciais; (3) em unidades hoteleiras; (4) em edifícios classificados e (5) em edifícios que pela sua actividade específica constituam riscos especiais nomeadamente pela falta de mobilidade dos ocupantes, como é o caso da Unidade de Saúde, de lares de 3ª idade e de infantários. Embora não se tenham registado recentemente neste concelho incêndios de grande gravidade, importa desenvolver Planos Especiais de Intervenção que contemplem a realidade de cada edifício, pelo menos os mais problemáticos, definindo estratégias mais adequadas de intervenção. A existência na freguesia da Madalena de arruamentos de pequena acessibilidade, o que dificulta a intervenção de auto-tanques e outras unidades de intervenção em caso de incêndio, impõe que se assegure uma boa rede de bocas de incêndio e se idealizem formas eficazes de actuação por parte do Corpo de Bombeiros. Devido à estrutura urbana da zona mais antiga da Madalena os problemas aliados à fácil propagação de incêndio são entre outros, o tipo de construção, o estado das instalações eléctricas, o desenvolvimento de actividades de algum risco e armazenamento de materiais facilmente inflamáveis. Deste modo impõe-se uma adequada fiscalização e acções pedagógicas conducentes à minimização de riscos desta tipicidade. Outro factor a ter em atenção é, a falta de manutenção das bocas-de-incêndio, pelo que será importante efectuar uma correcta localização e uma manutenção regular destas. De salientar a importância, que poderá ter, a execução de testes objectivando a operacionalidade da protecção civil através da realização de exercícios em situações de incêndio simulado. Os danos resultantes dos incêndios são, na maior parte das vezes, de ordem 162

163 material, causando danos humanos pouco significativos, no entanto as consequências poderão ter maior proporção consoante o local e tipo de estrutura onde deflagrem os sinistros Colapso de Estruturas e Ruptura de Reservatórios A probabilidade de surgir colapso de estruturas, principalmente perante a ocorrência de sísmos de intensidade elevada, ou ainda devido à ocorrência de outros eventos, tais como erupções vulcânicas, tempestades (ciclones/furacões) e incêndios de grandes dimensões, é um factor a considerar. Neste risco tecnológico, identificamos como sendo estruturas: pontes, viadutos, estradas, edifícios, etc. Por se tratar de um concelho onde a actividade vulcânica constitui um risco importante a ponderar é de aconselhar que a nível de arquitectura não se invista em edifícios de telhados planos, horizontais, uma vez que o excesso de carga resultante da acumulação de piroclastos emitidos em eventual erupção pode provocar o colapso dos mesmos. Deve-se optar por uma tipologia arquitectónica pautada pela existência de telhados com a inclinação que habitualmente se usava. Por outro lado, e ainda na sequência, principalmente, de sismos poderão ocorrer, rupturas em reservatórios de água o que poderá constituir um risco potencial muito elevado, face ao comportamento da onda hídrica gerada, que poderá provocar a destruição quase total de instalações que fiquem a jusante, dentro do leito de cheia Acessibilidades As acessibilidades concelhias têm seguido traçados e perfis que as enquadram no conjunto regional de boa segurança e de fácil manutenção. A recuperação das estradas e caminhos florestais, regionais e municipais desenvolveu-se a um ritmo notável, mas foram esquecidas as famosas canadas e caminhos vicinais, alguns centenários, onde se evidencia a presença de pesados muros e muretes de pedra seca, não argamassada, muito instáveis não apenas perante acelerações sísmicas, mas também em situações de ventanias intensas e 163

164 prolongadas. Essas estruturas, aparentemente inofensivas, podem colocar uma via em situação de completa inoperacionalidade. Desse modo recomenda-se o seu inventário e o respectivo tratamento, caso a caso Poluição Sonora e de Partículas Sólidas As sociedades industriais, com o seu desenvolvimento tecnológico, têm contribuído para o aumento dos níveis de ruído e de poluição por emanação de produtos nocivos, sendo um dos principais factores de risco para a saúde da população, em particular trabalhadores de diversas áreas de actividade. A existência de legislação própria sobre o ruído, associada a um incremento do conhecimento por parte das populações, permite que o ruído excessivo seja controlado de forma mais eficaz. No entanto, é de assinalar que a existência de unidades de extracção de inertes (pedreiras) para além de produzirem ruido libertam partículas sólidas de pequenas dimensões que poderão provocar graves problemas de saúde. Assim, aponta-se no sentido que a sua localização no concelho deve ser bem ponderada Acidentes na Montanha do Pico Dentro das atracções turísticas da ilha do Pico insere-se a subida à sua mais emblemática Montanha. Na realidade, sobretudo no verão, inúmeras pessoas visitam a Montanha do Pico. Neste contexto, alguns acidentes mortais, para além de outros menos gravosos, têm-se registado e posto em destaque uma certa ineficiência na ajuda aos sinistrados, embora seja de salientar o empenho que os Bombeiros têm nas várias situações demonstrado. Merece neste momento ressalvar que a nova legislação e o apoio logístico fornecido pela Casa da Montanha têm contribuído para a minimização dos riscos que esta subida encerra. 5.4.Estratégias para a mitigação dos riscos O município da Madalena do Pico, é uma zona que está sujeita à ocorrência de 164

165 inundações costeiras, movimentos de massa de vertente/deslizamentos, sismos e erupções vulcânicas. Para além destes perigos naturais, podem ocorrer na área do município, ou vir a afectá-lo, algumas catástrofes provocadas pelo homem, como é o caso de acidentes rodoviários graves, acidentes aéreos e marítimos, incêndios ou marés negras, entre outros. Enfatiza-se, neste âmbito, as actividades sísmica e vulcânica por se considerar que são as que, de entre todos os perigos enunciados, os que podem trazer maiores problemas para este concelho. Na realidade, no que se refere aos riscos naturais, convém salientar que o facto de esta ilha ser (1) de origem vulcânica; (2) geologicamente muito juvenil e (3) estar enquadrada num ambiente geotectonicamente activo tem grandes probabilidades de poder ser palco de uma erupção subaérea ou submarina num curto espaço de tempo. A vulnerabilidade do concelho não depende exclusivamente do facto de uma eventual erupção se focalizar no mesmo. Dadas as dimensões da ilha e considerando, por exemplo, as projecções piroclásticas, qualquer erupção com um grau de explosividade médio a alto, do tipo estromboliano ou surtseiano, poderá afectar o concelho. Neste caso particular, a magnitude dos efeitos estará directamente relacionada com a direcção dominante dos ventos e a proximidade do centro eruptivo. No caso de escoadas lávicas, como anteriormente referido, as zonas de maior vulnerabilidade serão as Bandeiras e a faixa Areia Larga-Criação Velha-Monte devido a estarem num raio de acção de sistemas fissurais com actividade histórica ou muito recente, ou em zonas de maior densidade de cones de escórias strombolianos ou de spatters. A fluidez das lavas, predominantemente basálticas, com baixos teores em sílica, fortemente canalizadas por sistemas de tubos lávicos, é um factor a ter em consideração na medida em que a velocidade de propagação é maior e as distâncias atingidas também, o que em conjunto amplifica o perigo inerente às mesmas. A sismicidade associada quer à actividade vulcânica, quer à actividade tectónica, constitui outro parâmetro de risco que ao longo dos tempos históricos tem tido 165

166 forte impacto sobre as populações e seus haveres. A continuidade destas crises implementou uma consciencialização no sentido de se investir na melhor qualidade do parque habitacional e diversas infra-estruturas que têm sucessivamente mostrado uma maior resistência aos abalos ao longo dos vários episódios sísmicos. Em súmula, entende-se que para a mitigação dos riscos que se foram paulatinamente apontando neste capítulo é fundamental a existência de: Um sistema de vigilância sismo-vulcânica, que, fundamentalmente, monitorize a sismicidade, a deformação de terreno, a movimentação de falhas activas e de zonas de instabilidade e a geoquímica de gases e de águas. Um adequado Plano Director Municipal e Plano de Urbanização que tenha em conta nos licenciamentos as recomendações técnico-científicas relativamente às zonas mais vulneráveis aos vários risco devidamente tipificados; Um melhor sistema de telecomunicações, uma vez que os existentes não cobrem totalmente o concelho; Ambulâncias e carros de bombeiros adequados a transporte de feridos e/ou capacitados para actuarem em situações de incêndios e afins. Abertura para a auscultação dos cientistas que melhor conhecem a Região e a ilha e a integração dos mesmos no corpo de intervenção. Actualizações frequentes dos corpos de intervenção. Acções de formação junto das escolas e da comunidade em geral. Exercícios periódicos testando as capacidades das diversas entidades intervenientes em caso de catástrofe envolvendo a população do concelho. 6. Cenários Neste capítulo faz-se uma sinopse dos potenciais riscos e respectivos impactos sobre o concelho da Madalena, tipificando-os através de uma escala de intensidades, bem como atribuindo-lhes um grau probabilístico, seguindo as 166

167 normas emanadas pela Directiva Operacional nº1/anpc/2007. ANEXO I 167

168 6.1. Risco vulcânico Tabela VI. Análise do GRAU DE GRAVIDADE do risco vulcânico Gravidade Residual Reduzida Descrição Emanações gasosas, sempre que forem observadas as normas de segurança Projecção de piroclastos, desde que forem cumpridas as normas de segurança. Moderada Acentuada.. 1. Escoadas lávicas, devido, fundamentalmente, ao facto da possibilidade de haver mobilização das pessoas das suas áreas de residência e de haver perdas económicas significativas e assistência financeira necessária. Necessidade de recorrer a recursos externos. Crítica 2. Emissão de piroclastos se o centro eruptivo se situar nas proximidades de centros urbanos ou no mar, próximo da costa. Quadrantes direccionais do vento são determinantes. Tabela VII. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE do risco vulcânico Gravidade Descrição Confirmada Elevada Média-alta Média Média-baixa Baix Erupção do tipo stromboliano/havaiano nos sistemas fissurais das erupções históricas de 1718 (Sta. Luzia/São João) ou, entre outros, nos alinhamentos Cabº Gordo-Bravo com erupções recentes (ocorridas há cerca de 500 a 1000 anos). Erupção do topo da Montanha do Pico (última erupção com expressiva cartografia deverá ter ocorrido há aproximadamente 1400 anos) Tabela VIII. Matriz de risco vulcânico Probabilidade Frequência Gravidade/Intensidade Residual Reduzida Moderada Acentuada Crítica Confirmada Elevada Média Médiaalta Médiabaixa Baixa Baixa 168

169 6.2. Risco sísmico Tabela IX. Análise do GRAU DE GRAVIDADE do risco sísmico Gravidade Descrição Residual Reduzida Moderada Acentuada Algumas áreas do concelho historicamente mostram alta vulnerabilidade a eventos sísmicos de IMM VII, nomeadamente, Bandeiras, Valverde, Candelária, São Mateus e São Caetano Crítica Tabela X. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE do risco sísmico Gravidade Descrição Confirmada Elevada Média-alta Periodicidade média de 12 anos (com intervalos mínimo e máximo de 5 e de 20 anos) para eventos de IMM V Média Para eventos de IMM VII os intervalos de recorrência no século XX variaram entre 25 e 45 anos Média-baixa Baixa Tabela XI. Matriz de risco sísmico. Probabilidade/ Frequência Gravidade/Intensidade Residual Reduzida Moderada Acentuada Crítica Confirmada Elevada Média-alta Média Elevada Moderada Médiabaixa Baixa 169

170 6.3. Risco de movimentos de massa Tabela XII. Análise do GRAU DE GRAVIDADE do movimentos de massa Gravidade Descrição Residual Reduzida Moderada Fundamentalmente circunscritos às zonas de São Mateus, São Caetano e Terra do Pão Acentuada Crítica Tabela XIII. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE do risco de movimentos de massa Gravidade Descrição Confirmada Elevada Média-alta Média Média-baixa Eventos desta natureza e com impactos significativos não reportados em tempos recentes Baixa Tabela XIV. Matriz de risco movimento de massa. Probabilidade/ Frequência Gravidade/Intensidade Residual Reduzida Moderada Acentuada Crítica Confirmada Elevada Média-alta Média Média-baixa Baixo Baixa 170

171 6.4. Risco de cheias Tabela XV. Análise do GRAU DE GRAVIDADE do risco de cheias Gravidade Residual Reduzida Moderada Acentuada Crítica Descrição As zonas de maior vulnerabilidade associadas a fenómenos de cheias estão circunscritas às Ribeiras da Calheta, dos Bodes, da Praínha, Grande, Nova, dos Biscoitos, de Joanes e do Mistério, podendo neste contexto serem afectadas as freguesias de São Mateus, São Caetano, Terra do Pão e extremo ocidental de São João. Tabela XVI. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE do risco de cheias Gravidade Confirmada Elevada Média-alta Média Média-baixa Baixa Para as Ribeiras Grande e Nova Tabela XVII. Matriz de risco de cheias. Probabilidade/ frequência Confirmada Elevada Média-alta Média Média-baixa Baixa Descrição Para as restantes (Ribeiras da Calheta, dos Bodes, da Praínha, dos Biscoitos, de Joanes e do Mistério). Gravidade/Intensidade Residual Reduzida Moderada Acentuada Crítica Baixo Moderado 171

172 6.5. Riscos oceânicos e de tsunami Tabela XVIII. Análise do GRAU DE GRAVIDADE de riscos oceânicos e de tsunami Gravidade Residual Descrição Reduzida Exceptuando as zonas costeiras com alturas compreendidas entre 50 e 100m (Pé do Monte, Ponta do Espartel e troços entre a Baía das Pedrinhas e o Porto de São Mateus) o restante litoral do concelho encontra-se a cotas muito baixas sendo facilmente afectado por sobreelavação do nível do mar (Fig. 24). Acresce que as direcções preferenciais das tempestades marítimas são de SW a NW. Moderada Acentuada Crítica Tabela XIX. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE dos riscos oceânicos e de tsunami Gravidade Confirmada Elevada Média-alta Média Média-baixa Baixa Para as tempestades marítimas Para tsunami Tabela XX. Matriz de risco de tsunami Probabilidade/ Frequência Confirmada Elevada Média-alta Média Média-baixa Baixa Descrição Gravidade/Intensidade Residual Reduzida Moderada Acentuada Crítica Moderado Baixo Moderada 172

173 6.6. Riscos Antrópicos Tabela XXI. Análise dos GRAU DE GRAVIDADE dos Acidentes Rodoviários Gravidade Descrição Residual Reduzida Moderada Raras ocorrências Acentuada Crítica Tabela XXII. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE dos Acidentes Rodoviários Gravidade Descrição Confirmada Elevada Média-alta Irá provavelmente ocorrer Média Média-baixa Baixa Tabela XXIII. Matriz de risco dos Acidentes Rodoviários Probabilidade/ Frequência Gravidade/Intensidade Residual Reduzida Moderada Acentuada Crítica Confirmada Elevada Média-alta Moderado (cuidado especial na Mirateca) Média Média-baixa Baixa 173

174 Tabela XXIV. Análise dos GRAU DE GRAVIDADE de Acidentes Marítimos Gravidade Descrição Residual Reduzida Dada as condições de navegabilidade existentes e o controlo marítimo. Moderada Acentuada Crítica Tabela XXV. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE de Acidentes Marítimos Gravidade Descrição Confirmada Elevada Média-alta Média Média-baixa Não há registos ou razões que levem a estimar que ocorram. Baixa Tabela XXVI. Matriz de risco de Acidentes Marítimos Probabilidade/ Frequência Gravidade/Intensidade Residual Reduzida Moderada Acentuada Crítica Confirmada Elevada Média-alta Média Média-baixa Baixo Baixa 174

175 6.6. Riscos Antrópicos Tabela XXVII. Análise dos GRAU DE GRAVIDADE de Acidentes decorrentes da movimentação e armazenagem de hidrocarbonetos e de outras substâncias perigosas Gravidade Residual Reduzida Moderada Acentuada Crítica Descrição Dado o volume de produtos armazenados e movimentados o grau de gravidade até ao momento é residual Tabela XXVIII. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE de Acidentes decorrentes da movimentação e armazenagem de hidrocarbonetos e de outras substâncias perigosas Gravidade Confirmada Elevada Média-alta Média Média-baixa Baixa Descrição Poderá ocorrer em algum momento, embora com fracas razões para ocorrer.; Tabela XXIX. Matriz de risco de Acidentes decorrentes da movimentação e armazenagem de hidrocarbonetos e de outras substâncias perigosas Probabilidade/ Frequência Confirmada Elevada Média-alta Média Média-baixa Baixa Gravidade/Intensidade Residual Reduzida Moderada Acentuada Crítica Baixo 175

176 Tabela XXX. Análise dos GRAU DE GRAVIDADE de Acidentes aéreos Gravidade Descrição Residual Reduzida Moderada Acentuada Embora até ao momento não haja a reportar qualquer acidente aéreo a eventualidade de ocorrência de algum acidente deste tipo não poderá ser descartada e assim o risco seria acentuado Crítica Tabela XXXI. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE de Acidentes aéreos Gravidade Descrição Confirmada Elevada Média-alta Média Poderá ocorrer em algum momento. Média-baixa Baixa Tabela XXXII. Matriz de risco de Acidentes aéreos Probabilidade/ Frequência Gravidade/Intensidade Residual Reduzida Moderada Acentuada Crítica Confirmada Elevada Média-alta Média Moderado Média-baixa Baixa 176

177 Tabela XXXIII. Análise dos GRAU DE GRAVIDADE de Acidentes Industriais Gravidade Residual Reduzida Moderada Acentuada Crítica Descrição Alguns feridos, alguns danos, alguma perda financeira, algum impacte ambiental Tabela XXXIV. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE de Acidentes Industriais Gravidade Confirmada Elevada Média-alta Média Média-baixa Baixa Poderá ocorrer em algum momento. Tabela XXXV. Matriz de risco de Acidentes Industriais Probabilidade/ Frequência Confirmada Elevada Média-alta Média Média-baixa Baixa Descrição Gravidade/Intensidade Residual Reduzida Moderada Acentuada Crítica Baixo 177

178 Tabela XXXVI. Análise dos GRAU DE GRAVIDADE de Incêndios Urbanos Gravidade Residual Reduzida Moderada Acentuada Crítica Descrição Alguns danos, retirada das pessoas por um certo período, alguma perda financeira Tabela XXXVII. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE de Incêndios Urbanos Gravidade Confirmada Elevada Média-alta Média Média-baixa Baixa Poderá ocorrer em algum momento. Tabela XXXVIII. Matriz de risco de Incêndios Urbanos Probabilidade/ Frequência Confirmada Elevada Média-alta Média Média-baixa Baixa Descrição Gravidade/Intensidade Residual Reduzida Moderada Acentuada Crítica Baixo 178

179 Tabela XXXIX. Análise dos GRAU DE GRAVIDADE de Colapso de Estruturas e Ruptura de Reservatórios Gravidade Descrição Residual Reduzida Alguns danos, retirada das pessoas por um certo período, alguma perda financeira Moderada Acentuada Crítica Tabela XXXX. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE de Colapso de Estruturas e Ruptura de Reservatórios Gravidade Descrição Confirmada Elevada Média-alta Média Poderá ocorrer em algum momento. Média-baixa Baixa Tabela XXXXI. Matriz de risco de Colapso de Estruturas e Ruptura de Reservatórios Probabilidade/ Frequência Gravidade/Intensidade Residual Reduzida Moderada Acentuada Crítica Confirmada Elevada Média-alta Média Baixo Média-baixa Baixa 179

180 Tabela XXXXII. Análise dos GRAU DE GRAVIDADE de Poluição Sonora e de Partículas Sólidas Gravidade Descrição Residual Reduzida Alguns danos para as pessoas precisando de apoio médico por um certo período, algum impacte ambiental Moderada Acentuada Crítica Tabela XXXXIII. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE de Poluição Sonora e de Partículas Sólidas Gravidade Descrição Confirmada Elevada Média-alta Média Poderá ocorrer em algum momento. Média-baixa Baixa Tabela XXXXIV. Matriz de risco de Poluição Sonora e de Partículas Sólidas Probabilidade/ Frequência Gravidade/Intensidade Residual Reduzida Moderada Acentuada Crítica Confirmada Elevada Média-alta Média Baixo Média-baixa Baixa 180

181 Tabela XXXXV. Análise dos GRAU DE GRAVIDADE de Acessibilidades Gravidade Residual Reduzida Moderada Acentuada Crítica Descrição Provavelmente não haverá feridos nem vítimas mortais, mas pode complicar possíveis acções de socorro. Tabela XXXXVI. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE de Acessibilidades Gravidade Confirmada Elevada Média-alta Média Média-baixa Baixa Descrição Poderá ocorrer fundamentalmente na sequência de alguma crise sísmica. Tabela XXXXVII. Matriz de risco de de Acessibilidades Probabilidade/ Frequência Confirmada Elevada Média-alta Média Média-baixa Baixa Gravidade/Intensidade Residual Reduzida Moderada Acentuada Crítica Baixo 181

182 Tabela XXXXVIII. Análise dos GRAU DE GRAVIDADE de Acidentes na Montanha Gravidade Descrição Residual Reduzida Alguns danos para as pessoas precisando de apoio médico Moderada Acentuada Crítica Tabela XXXXIX. Análise do GRAU DE PROBABILIDADE de Acidentes na Montanha Gravidade Descrição Confirmada Elevada Média-alta Média Média-baixa Poderá ocorrer em algum momento, embora com fracas razões para ocorrer. Baixa Tabela XXXXL. Matriz de risco de Acidentes na Montanha Probabilidade/ Frequência Gravidade/Intensidade Residual Reduzida Moderada Acentuada Crítica Confirmada Elevada Média-alta Média Baixo Média-baixa Baixa 182

183 7. Cartografia MAPAS DE CARACTERIZAÇÃO E DE RISCO DO MUNICÍPIO DA MADALENA Todos os mapas que integram o PME da Madalena encontram-se na pasta designada por INFORMACAO GEOGRAFICA Mapa 1- Divisão Administrativa Freguesias Mapa 2- Populaçãopor Freguesias Mapa 3- Edificado por Freguesias Mapa 4- Acessibilidades: Rede Viária, Portos e Portinhos Mapa 5- Rede de Distribuição de Água Mapa 6- Distribuição de Energia Eléctrica e Rede de Telecomunicações Mapa 7- Perímetros Urbanos Mapa 8- Reserva Agrícola Regional Mapa 9- Parque Natural de ilha e Rede Natura 2000 Mapa 10- Carta de Declives Ortofotomapas D1 a D17) zonas de concentração, alojamento, montagem de tendas e heliportos. 1 - Carta de Risco Sísmico 2- Carta de Risco Vulcânico 3-Carta de Riscos de Movimentos de Massa / Deslizamentos, Tsunami, Galgamentos, Cheias e Enxurradas 183

184 Secção III 1. Inventário de meios e recursos (ANEXO A) 2. Lista de contactos dos elementos do CMPC (ANEXO B) 3. Modelos de relatórios e comunicados (ANEXO C) 4. Locais para instalar os desalojados (ANEXO D) 5. Zonas de reunião dos mortos (ANEXO E) 6. Lista de distribuição do plano (ANEXO F) 7. Lista de contactos de entidades de apoio (ANEXO G) 8. Lista de siglas (ANEXO H) 9. Legislação (ANEXO I)) 10. Dados de actualização do PME (ANEXO J) 184

185 11. Bibliografia ABDEL-MONEM, A.A., FERNANDEZ, L.A. e BOONE, G.M. (1975) - K/Ar ages from the eastern Azores group (Santa Maria, São Miguel and the Formigas Islands). Lithos, 4, ANDRADE, C., BORGES, P., & FREITAS, M.C., Historical Tsunami in the Azores Archipelago (Portugal). Journal of Volcanology and Geothermal Research, Special Issue (submetido para publicação). ARAÑA, V. E ORTIZ, R. (1996): Riesgo volcánico. Introducción. In: R. Ortiz (Ed), Riesgo Volcánico Série Casa de Los Volcanes, Lanzarote, Canárias. Vol. 5, BORGES, P., Ambientes litorais nos grupos Central e Oriental do arquipélago dos Açores, conteúdos e dinâmica de microescala. Tese de Doutoramento. Univ. dos Açores. Ponta Delgada. 413 p. BUFORN, E., UDIÁS, A. e COLOMBÁS, M. (1988) Seismicity, source mechanisms and tectonics of the Azores-Gibraltar plate boundary. Tectonophysics, 152, CAMACHO, A.G., MONTESINOS, F.G., VIEIRA, R., NUNES, J.C., ALVES, M.C. E FRANÇA, Z. (1998): Estudio gravimétrico de la isla de Pico (Azores). In: J.M.G. Garcia-Garcia e M.D.R. Romacho (Ed), Actas da 1ª Assembleia Luso-Espanhola de Geodesia e Geofísica. Sesione S Almeria. Espanha. UM-IGN. Edição Electrónica (ISBN: ), 6p. CASTRO, E.V.P.C. (1879) Anno de Erupção na ilha do Pico. Arch. Açores, 1, CASTRO, E.V.P.C. (1882) Anno de Erupção na ilha do Pico. Arch. Açores, 4, CASTRO, E.V.P.C. (1883) Anno de Erupção na ilha do Pico. Arch. Açores, 4, CHOVELON, P. (1982): Évolution volcanotectonique des iles de Faial et de Pico, Archipel des Açores - Atlantique Nord. Thèse de Docteur 3 ème Cycle, Université de Paris-Sud, Centre D'Orsay, 193p. CRUZ, J. V. M. F. (1997) Estudo hidrogeológico da ilha do Pico (Açores-Portugal). Tese de Doutoramento. Univ. dos Açores. Ponta Delgada. 433p. CRUZ, J.V. e Z. FRANÇA, Groundwater composition of perched-water bodies at Azores volcanic islands. In: Cidu, R. (Ed.), Proceedings Ten th International Symposium on Water Rock Interaction, Villasimius, Balkema Publishers, Lisse, CRUZ, J.V., NUNES, J.C., FRANÇA, Z., CARVALHO, M.R. e FORJAZ, V.H. (1995) Estudo vulcanológico das erupções históricas da ilha do Pico Açores. IV Congresso Nacional de Geologia, Porto, Mem. Mus. Lab. Min. Geol. Fac. Ciências Porto, 4, DUARTE, J.F. (2000): Plano de emergência local de protecção civil Município da Madalena. Análise de riscos vulnerabilidades. Câmara Municipal de Madalena e PROELIA (Ed), 16 p. 185

186 FORJAZ, V.H. (1966) Carta vulcanológica do sistema vulcânico Faial-Pico-São Jorge à escala 1: In Actividade Vulcânica do Faial , F. Machado e V.H. Forjaz, eds., Ed. Comissão Regional de Turismo do Distrito da Horta, Porto, FORJAZ, V.H. (1977) Carta vulcanológica da ilha do Pico à escala 1: Ed. Instituto de Geociências dos Açores, Ponta Delgada. FORJAZ, V.H. (1980b) Erupções Históricas do Sistema Vulcânico Faial-Pico-São Jorge. Rel. Int. 01/80, Lab. Geociências e Tecnologia, S.R.C.I., Ponta Delgada. FORJAZ, V.H. (1989) Esquema de evolução vulcanológica do vulcão do Pico (resumo simplificado). Rel. Int. CV/INIC, Ponta Delgada, 1p.. FORJAZ, V.H. (1992) Considerações sobre o risco vulcânico dos Açores. In 10 anos após o sismo dos Açores de 1 de Janeiro de 1980, C.S. Oliveira, A.R.A. Lucas e J.H.C. Guedes eds., Vol. 1, Ed. LNEC, Lisboa, FORJAZ, V.H. E RIBEIRO, E. (1999): Catálogo das catástrofes naturais dos Açores. Serviço Regional de Protecção Civil dos Açores e Universidade dos Açores (Ed). FORJAZ, V.H. e Weston, F.S. (1964) Actividade vulcânica dos Açores de 1959 a Bol. Núcleo Cultural da Horta, 3(3), FORJAZ, V.H., FRANÇA, Z., TAVARES, J., ALMEIDA, L., RODRIGUES, J From the Azores Volcanoes. Ed. Publiçor. ISBN: p. FORJAZ, V.H., MACEDO, J.R. e SERRALHEIRO, A. (1974) Crise sismovulcânica do Faial-Pico (Novembro-Dezembro-1973). Rel. Int. DGFCUL, Lisboa, 7p.. FORJAZ, V.H., NUNES, J.C, e FRANÇA, Z. (1996) - Azores islands potentially active volcanoes. Electronic book - 5ª Reunião Internacional do Vulcão Colima. Janeiro FORJAZ, V.H., SERRALHEIRO, A. e NUNES, J.C. (1990) Carta vulcanológica dos Açores à escala 1:200000; Grupo Central. Ed. U.A./C.V./I.N.I.C. S.R.P.C., Ponta Delgada. FORJAZ, V.H., Z. FRANÇA e J.C. NUNES, Serretyan, a new type of submarine eruptions. Poster In: Stewart, C. (Ed.), Book of Abstracts of the Cities on Volcanoes 2 Conference, Auckland, New Zealand, Institute of Geological and Nuclear Sciences Information Series 49, p. 39. FRANÇA, Z. (2000): Origem e evolução petrológica e geoquímica do vulcanismo da ilha do Pico- Açores. Tese de Doutoramento. Univ. dos Açores. Ponta Delgada. 372p. FRANÇA, Z A ilha do Pico: geologia, sismicidade, vulcanismo e perigosidade associada In Sismo 1998-Açores. Uma década depois. Edição: Carlos Sousa Oliveira, Aníbal Costa e João C. Nunes. Lisboa ISBN FRANÇA, Z., Vulcanismo da ilha do Pico (Açores): perigos inerentes. Geonovas, 16: FRANÇA, Z., ALMEIDA, M.H. e WALLENSTEIN, N. (1995) Sobre a ocorrência de xenólitos mantélicos numa lava da ilha do Pico. Gaia, 11,

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188 orientação para o estudo petrológico e geoquímico das lavas históricas da ilha do Pico Açores. IV Congresso Nacional de Geologia, Porto, Mem. Mus. Lab. Min. Geol. Fac. Ciências Porto, 4, FRANÇA, Z., V.H. FORJAZ, J.C. NUNES, J.V. CRUZ e P. BORGES, Pico (Azores) composite volcano - a model for explaining the migration of the summit vent. In: Davilla, J.M., García, A.p., Vallina, A.u. e Peiró, E.b. (Eds.), Proceedings of the Meeting The geodinamics of the western part of Eurasia-Africa plate boundary (Azores-Tunisia), San Fernando, Spain, p.3-5. FRANÇA, Z Estudo comparativo entre as lavas históricas das ilhas do Pico, Faial, São Jorge e Terceira. P In: Vulcão dos Capelinhos. Memórias Editor Victor Forjaz, OVGA, São Miguel Açores. ISBN: FRANÇA, Z.T., R. ORTIZ, J.V. CRUZ e J.C. NUNES, A Ilha do Pico: (2) sistemas de monitorização vulcânica. In: F.G. García e J.L.B. Valero (Ed.), Proceedings da 3ª Assembleia Luso-Espanhola de Geodesia e Geofísica, Valência. Espanha. Editorial de la UPV- Universidad Politécnica de Valencia, Tomo II; FRUCTUOSO, G. (1978) Saudades da Terra. Ed. Instituto Cultural de Ponta Delgada, V. 6, 432p.. GUEDES, J.H.C. E OLIVEIRA, C.S. (1997): A importância dos tsunamis no arquipélago dos Açores. In: Instituto Superior Técnico (Ed), 3º Encontro Sobre Sismologia e Engenharia Sísmica - Proceedings. Lisboa. Instituto de Engenharia de Estruturas, Território e Construção - DECivil., KRAUSE, D.C. (1965) East and West Azores Fracture Zones in the North Atlantic. In Submarine Geology and Geophysics. Whittard, W. & Bradshaw, R. (edit.), Butterworths, London, KRAUSE, D.C. e WATKINS, N. D. (1970) - North Atlantic crustal genesis in the vicinity of the Azores. Geophys. J. R. Astr. Soc., 19, LAUGHTON, A.S. e WHITMARSH, R.B. (1974) - The Azores-Gibraltar plate boundary. Geodynamics of Iceland and the North Atlantic area, D.Reidel Publishing Company, Dordrecht-Holland. LAUGHTON, A.S., WHITMARSH, R.B., RUSBY, J.S.M., SOMERS, M.L., REVIE, J., McCARTNEY, B.S. e NAFE, J.E. (1972) - A continuous East-west fault on the Azores-Gibraltar ridge. Nature, 237, nº5352, LUÍS, J. F., MIRANDA, J. M. GALDEANO, A., PATRIAT, P., ROSSIGNOL, J.C. e VICTOR, L. A. M. (1994) The Azores triple junction evolution since 10Ma from an aeromagnetic survey of the Mid-Atlantic Ridge. Earth Planet. Sci. Lett., 125, MACEDO, A.L.S. (1871) História das quatro ilhas que formam o distrito da Horta. Ed. SREC/DRAC, 3 vol., 1514p.. 188

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190 NUNES, J.C., CRUZ, J.V., FRANÇA, Z., SIGVALDASON, G., CARVALHO, M.R. GARVIN, J. E ALVES, M. (1999): Production rates and age of Pico stratovolcano (Azores islands): an estimation from historical eruptions data. In: J.M.G. Garcia-Garcia e M.D.R. Romacho (Ed), Actas da 1ª Assembleia Luso-Espanhola de Geodesia e Geofísica. Sesione S09-4. Almeria. Espanha. UA-IGN. Edição Electrónica (ISBN: ); 6p. NUNES, J.C., FORJAZ, V.H. E OLIVEIRA, C.S. (2004). Catálogo Sísmico da Região dos Açores. Versão 1.0 ( ). In: P.B. Lourenço, J.O. Barros & D.V. Oliveira (Eds.), 6º Congresso Nacional de Sismologia e Engenharia Sísmica SÍSMICA 2004 Livro de Actas. Guimarães. Universidade do Minho; NUNES, J.C., FRANÇA, Z. e MALHEIRO, A.M. (1999) Avaliação de perigos geológicos na ilha do Pico. Relatório de Progresso da Fase I. Lugar de Valverde/Freguesia de Madalena. Relatório Técnico-Científico 03/DGUA/99. Departamento de Geociências. Universidade dos Açores. 13p.. NUNES, J.C., FRANÇA, Z., CRUZ, J.V., CARVALHO, M.R. E SERRALHEIRO, A. (1999): Carta vulcanológica preliminar da ilha do Pico (Açores). Escala 1: Folhas 1,2 e 3. Universidade dos Açores, Ponta Delgada. NUNES, J.C., FRANÇA, Z., OLIVEIRA, C.S. E ORTIZ, R. (1999): Distribuição das intensidades sísmicas na Ilha do Pico referentes ao sismo de 9 de Julho de 1998: condicionantes morfológicas, geológicas e tectónicas. In: APMG (Ed), Actas do I Simpósio de Meteorologia e Geofísica Comunicações de Geofísica. Lagos (Algarve); NUNES, J.C., Z. FRANÇA, J.V. CRUZ, M.R. CARVALHO e A. SERRALHEIRO, Carta Morfo-Tectónica da Ilha do Pico (Açores) Versão Preliminar. Escala 1: Folhas 1, 2 e 3. ORTIZ, R. (1995) Modelos matemáticos y riesgo volcánico. Protección Civil, 26, PLANO MUNICIPAL DE EMERGÊNCIA DAS LAJES DO PICO Urbeeangra, Lda e Universidade dos Açores (Nunes, J.C., França, Z. e Borges, P.B). PLANO MUNICIPAL DE EMERGÊNCIA DE PROTECÇÃO CIVIL DE LEIRIA. Município de Leira. Junho de RIBEIRO, A. (1982) - Tectónica de placas: aplicação à sismotectónica e à evolução da fronteira de placas Açores -Gibraltar. Geonovas. 1(4), SEARLE, R. (1980) - Tectonic pattern of the Azores spreading centre and triple junction. Earth & Planet. Sci. Lett., 51, UDIAS, A. e ARROYO, A. (1972) Plate tectonics and the Azores-Gibraltar region. Nature Physical Science, 237, WESTON, F.S. (1964) - List of recorded volcanic eruptions in the Azores with brief reports. Boletim do Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico da Faculdade de Ciências de Lisboa. 10, 3-190

191 18. WOODHALL, D. (1974) Geology and volcanic history of Pico Island volcano Azores. Nature, 248, ZBYSZEWSKI, G., FERREIRA, C.R. e FERREIRA, O.V. (1962) Étude géologique de l ile de Pico (Açores). Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, 46, ZBYSZEWSKI, G., FERREIRA, C.R., FERREIRA, O.V. e ASSUNÇÃO, C.T. (1963a) - Carta Geológica de Portugal na escala de 1: Notícia explicativa da folha A, Pico (Açores). Serviços Geológicos de Portugal, 20p.. ZBYSZEWSKI, G., FERREIRA, C.R., FERREIRA, O.V. e ASSUNÇÃO, C.T. (1963b) - Carta Geológica de Portugal na escala de 1: Notícia explicativa da folha B, Pico (Açores). Serviços Geológicos de Portugal, 20p.. 191

192 12. Glossário Técnico-Científico Acidente acontecimento, ou série de acontecimentos com a mesma origem, de que resulta, ou possa resultar, uma situação de emergência ou seja susceptível de provocar danos pessoais, materiais ou ambientais. Acidente grave acontecimento repentino e imprevisto, provocado por acção do homem ou da natureza, com efeitos relativamente limitados no tempo e no espaço, susceptíveis de atingirem as pessoas, os bens ou o ambiente. Agente extintor qualquer matéria utilizável no combate eficaz de um foco de Incêndio. Alarme sinal sonoro e/ou visual para aviso e informação de ocorrência de uma situação anormal ou de emergência, levado a efeito por uma pessoa ou por um dispositivo automático para transmissão de informação. Alerta é a comunicação que indica que existe ou poderá vir a existir uma situação anormal ou de emergência. O alerta pode ter vários níveis, podem sempre determinar a tomadas das medidas especiais inerentes e adequadas, consentâneas com o mesmo, como por exemplo a mobilização de meios e recursos em reforço para a supressão do incidente. Ambiente conjunto dos sistemas físicos, ecológicos, económicos e sócio culturais com efeito directos ou indirectos sobre a qualidade de vida do homem. Bacia hidrográfica área delimitada por linhas de cumeada que encaminha para um mesmo curso de água e seus afluentes as águas das chuvas que nela caíam. Basalto rocha vulcânica, de cor negra acinzentada, resultante da solidificação de lavas muito fluidas (de baixa viscosidade) devido, fundamentalmente, ao facto de possuírem pouca sílica (43<sio 2< 52%). Bloco edifício ou conjunto de edifícios contíguos que constituem um compartimento de incêndio. Boca-de-incêndio dispositivo de uma rede de incêndios, constituído por união e válvula que permite a ligação de mangueira para combate a um incêndio. Bomba piroclasto de forma arredondada, aerodinâmica, ejectado durante uma erupção vulcânica. Calamidade acontecimento ou série de acontecimentos, graves de origem natural ou tecnológica, com efeitos prolongados no tempo e no espaço, em regra previsíveis, susceptíveis de provocarem elevados prejuízos materiais e, eventualmente vítimas, afectando intensamente as condições de vida e o tecido sócio económico em áreas extensas do território nacional. Câmara magmática reservatório subjacente a uma estrutura vulcânica onde o magma pode permanecer, evoluir e, eventualmente, alimentar futuras erupções. Caminho de evacuação percurso a utilizar em situação de emergência, a partir de qualquer ponto de um edifício, até uma saída para o exterior. Catástrofe acontecimento súbito quase sempre imprevisível, de origem natural ou tecnológica, susceptível de provocar vitimas e prejuízos materiais avultados, afectando gravemente a segurança das pessoas, as condições de vida das populações e o tecido sócio económico do país. Centro operacional avançado extensão do centro municipal de emergência da protecção civil, no local sinistrado, o qual tem como objectivo acompanhar todo o desenvolvimento das operações de socorro e salvamento. 192

193 Cheia de um curso de água elevação notável por um período relativamente breve, do nível superficial das respectivas águas. Cheia episódica o mesmo que cheia extraordinária. Cheia extraordinária cheia que se produz raramente. Cheia ordinária cheia que se produz muito frequentemente. Cheia periódica o mesmo que cheia ordinária. Cinzas piroclastos de menores dimensões (< 2mm) ejectado explosivamente durante uma erupção vulcânica. Compartimento de incêndio área limitada por paredes, pavimentos, tectos e elementos de fecho de vãos de abertura que impeçam durante um determinado intervalo de tempo a propagação de um eventual incêndio a outros locais. Cone estromboliano ou stromboliano vulcão de forma cónica, constituído fundamentalmente pela acumulação de piroclastos (bagacinas, bombas, cinzas, etc) projectados durante uma erupção explosiva subaérea (terrestre). Cone surtseiano ou surtseyano ou capeliniano cone de cinzas ou de tufos resultantes da fragmentação violenta do magma por acção da água do mar, com vertentes muito inclinadas e com cratera(s) normalmente de maior diâmetro do que a(s) dos cones strombolianos. Cratera em poço (pit crater) cratera de forma aproximadamente circular, de paredes perpendiculares, encaixadas na morfologia, não correspondendo a formas construtivas, possivelmente resultando da remoção, por drenagem secundária, do magma subjacente. Cratera vulcânica depressão arredondada e afunilada, de vertentes acentuadas, normalmente encimando um vulcão. Crista Média Atlântica CMA - grande cadeia montanhosa submarina que atravessa o oceano Atlântico e onde são criados, constantemente, novos fundos oceânicos. Tem expressão subaérea na Islândia e encontra-se muito próxima do arquipélago dos Açores influenciando o seu vulcanismo. Crista Média Oceânica grande cadeia montanhosa submarina que se prolonga por vários oceanos e onde são criados, constantemente, novos fundos oceânicos. Densidade de drenagem (Dd) - razão entre o comprimento total das linhas de água e a área onde este é determinado) Derrame o derrame é uma acumulação no solo de produtos (sólidos ou líquidos) acidentalmente libertados. Edificios com interesse histórico edifícios representativos de valores culturais, arquitectónicos, urbanísticos ou simplesmente afectivos, cuja memória importa preservar. Elemento de risco, como qualquer valor que pode ser afectado em consequência da acção de um qualquer fenómeno; Energia de activação energia necessária para que inicie a combustão. Erupção efusiva emissão mais ou menos tranquila de lavas fluidas (com baixos teores em sílica), que genericamente se manifestam por rios de lava e cortinas de fogo, entre outros aspectos. São as simbólicas erupções do tipo havaiano. Erupção explosiva emissão mais ou menos violenta de fragmentos de lava das mais variadas dimensões (cinzas, bagacina/lapilli, bombas, blocos) que no seu conjunto são designados por 193

194 piroclastos ou tefra. O grau de fragmentação da lava, a dispersão da tefra e consequente área coberta e a altura da coluna eruptiva são factores que permitem atribuir, às diferentes erupções deste tipo, designações tais como: stromboliana, sub-pliniana, pliniana, ultrapliniana, hidromagmática, surtseiana/capeliniana. Erupção fissural emissão de lavas ao longo de uma abertura ou fractura alongada. Este tipo de erupção normalmente evolui concentrando-se a emissão de lava somente em alguns pontos da fissura, originando uma série de cones de escórias soltas ou soldadas (spatters) alinhados. Erupção freática/freatomagmática erupções que ocorrem quando o magma em ascensão se aproxima ou contacta com água subterrânea. No primeiro caso erupção freática - observa-se, principalmente, uma fragmentação das rochas pré-existentes, enquanto que, o 2º é marcado, fundamentalmente, pela fragmentação do magma devido à interacção directa deste com a água. Ambas envolvem uma intensa vaporização da água subterrânea com formação de impressionantes colunas de vapor de água. Erupção histórica basáltica (Mistério) - evento ocorrido depois do povoamento dos Açores (meados do século XV). Estas erupções fundamentalmente havaianas e/ou strombolianas foram de explosividade baixa a média, e emitiram na maioria bagacinas (lapilli), bombas e lavas basálticas fluidas (de baixa viscosidade). Pelo facto de não encontrarem uma explicação para tais fenómenos naturais, os povoadores designaram-nos por mistérios. Actualmente o termo identifica as escoadas lávicas históricas que se formaram na sequência das erupções que ocorreram depois do povoamento das ilhas. Erupção histórica sub-pliniana, traquítica evento ocorrido depois do povoamento dos Açores (meados do século XV). As erupções deste tipo foram altamente explosivas emitindo produtos de natureza traquítica s.l., nomeadamente, pedra pomes, lavas e ignimbritos. Erupções históricas deste tipo só são reportadas na ilha de São Miguel. Erupção vulcânica libertação de lava e de gases provenientes do interior da terra, que (1) se depositam directamente sobre a sua superfície, (2) caiem gravitacionalmente depois de descreverem trajectórias na atmosfera e (3) se dissipam na atmosfera. Escala de Mercalli escala de intensidade sísmica, qualitativa, baseada nos efeitos produzidos por um sismo, decorrentes fundamentalmente da distância local ao epicentro, da profundidade do hipocentro, da natureza do terreno e do tipo de construções. Escórias fragmentos de lava porosos, expelidos por um vulcão, durante uma erupção explosiva. Estratovulcão aparelho vulcânico de dimensões substancialmente superiores às dos cones strombolianos, constituído essencialmente por alternâncias de escoadas lávicas com produtos piroclásticos, tais como, cinzas, escórias, lapilli, etc. (Exemplo emblemático dos Açores - a Montanha do Pico). Escala de magnitude de Richter são escalas que medem a quantidade de energia libertada de um sismo com base em observações recolhidas através de equipamento sísmico. São escalas abertas pois não têm minimo nem máximo. O valor máximo até hoje medido num sismo é de 9,5 (sismo de Chile em 1960). Os valores de magnitude também podem ser negativos. Existem muitas escalas de magnitude sendo a mais conhecida a Escala de Richter que foi desenvolvida para avaliar sismos locais e regionais na Califórnia por Charles F. Richter. Escala de Mercalli a escala que Giuseppe Mercalli elaborou em 1902 é a mais conhecida das escalas de intensidade. As revisões elaboradas em 1917 por Sieberg (MCS-17), em 1931 por Wood e Newmann (MM-31) e em 1956 por C. F. Richter(MM-56) foram e ainda são extensivamente utilizadas. Em Portugal utilizou-se nos serviços oficiais a escala MSC-17 de 1947 até 1960, a escala MM-31 de 1961 até 1973 (até 1974 nos Açores). A escala MM-56 (lê-se "Escala de Mercalli modificada de 1956") tem sido a utilizada desde então. Escalas sísmicas de 194

195 intensidade e de magnitude (Mercalli Modificada e de Richter) páginas 199 e 200 Fajã lávica plataforma resultante da acumulação de lavas que galgaram uma arriba costeira, espraiando-se no mar. Falha fractura na crusta terrestre ao longo da qual ocorreram movimentos e deslocamentos. Fissura fractura mais ou menos alongada onde não ocorre movimentos relativos entre os blocos separados por ela. Foco ou hipocentro local onde se inicia a libertação de energia de um sismo. Fumarola libertação de vapor de água e/ou de outros gases vulcânicos através de fissuras e/ou de poros da superfície terrestre em zonas relacionadas com corpos magmáticos. Graben zona abatida entre pares de falhas paralelas. Lapilli (plural de lapillus) pequenos fragmentos de lava (entre 2 e 64mm) projectados durante uma erupção. Localmente conhecidos como bagacina. Lava designação utilizada para o magma que atinge a superfície da Terra, constituindo escoadas (quando é muito ou medianamente fluido) ou colunas gasosas, que atingem alturas variáveis e transportam materiais mais ou menos pulverizados (tipo cinzas), dependente do grau de explosividade da erupção. Lavas aa termo Havaiano para um tipo de lava com uma superfície rugosa, espinhosa. Lavas pahoehoe termo havaiano para um tipo de lavas com uma superfície suave e, por vezes, com estruturas encordoadas. Magma rocha fundida (ou em estado de fusão) que ao atingir a superfície terrestre, mais desgaseificada, origina lavas. Medidas de prevenção medidas de segurança tomadas, com a finalidade de diminuir a probabilidade de ocorrência de acidentes. Nevão quantidade de neve que cobre uma grande extensão tempestade de neve com estradas interrompidas. Perigo a probabilidade de ocorrência de um fenómeno natural, numa determinada área e num determinado período de tempo; Piroclasto rocha vulcânica que é ejectada para o ar durante uma erupção, incluindo cinzas (<2mm), lapilli (entre 2 e 64mm) e bombas e blocos (>64mm). Plano de emergência documento que reúne as informações e estabelece os procedimentos que permitem organizar e empregar os recursos humanos e materiais disponíveis em situações de emergência. Planta de emergência planta simplificada de um determinado sector, contendo indicação de localização dos meios de alarme e de intervenção em caso de acidente, caminhos de evacuação e saídas de emergência. Estas plantas são acompanhadas de instruções gerais de actuação em situações de emergência. Ponto nevrálgico ponto ou local a proteger prioritariamente em situação de emergência por razões económicas, culturais ou sociais ou que, se afectado, pode pôr em causa o funcionamento de uma instalação. Ponto perigoso ponto ou local onde, mercê de várias circunstâncias, a ocorrência de um acidente apresenta maiores riscos, quer numa perspectiva de probabilidade, quer de consequências. 195

196 Posto de comando operacional centro de comando das operações de socorro e salvamento. Rede hidrogáfica de uma bacia conjunto constituído pelo curso de água e respectivos afluentes. Risco específico, como algo que incide directamente sobre um elemento de risco susceptível de sofrer algum dano ou perda total, durante um certo tempo de exposição a um evento; Risco, como a possibilidade de um prejuízo, relacionado com a perda de vidas, de propriedades ou mesmo com a capacidade produtiva (fábricas, campos de agricultura, centrais eléctricas, etc). A estimativa quantitativa do risco pode ser obtida através da equação seguinte: {RISCO } = {VULNERABILIDADE} X {VALOR}X {PERIGO} Simulacro acto de simular situações reais, em particular situações de emergência, com vista a melhorar o adestramento do pessoal com funções no plano de emergência. Sinalização de segurança conjunto de sinais que se destinam a alertar de uma forma rápida e inteligível, para a existência de um risco, condicionar comportamentos e transmitir informações de segurança. Situação de emergência situação incontrolada ou de difícil controlo, que possa originar danos pessoais, materiais ou ambientais requerendo uma acção imediata para recuperação do controlo e minimização das suas consequências. Substância perigosa qualquer substância que possa originar danos para as pessoas, meio ambiente, instalações e equipamento. Torrencial regime hidrológico caracterizado por uma resposta rápida às precipitações e pela predominância do escoamento superficial. Traquito rocha de cor predominantemente clara, resultante da solidificação de lavas muito viscosas, com altos teores de sílica (sio 2 65%). Traquito rocha de cor predominantemente clara, resultante da solidificação de lavas muito viscosas, com altos teores de sílica (sio 2 65%). Tsunami ou maremoto fenómeno resultante, mais frequentemente, da ruptura e sucessivo deslocamento do fundo oceânico na sequência de actividade sísmica o que induz um afluxo de água à zona deprimida seguida de um refluxo que se manifesta pela formação de ondas altamente energéticas. Colapsos laterais de estratovulcões, escorregamentos submarinos entre outros, podem igualmente ser geradores tsunamigénicos. Urgência situação anormal, que se manifesta abruptamente, que para, limitar danos em pessoas, bens ou ambiente, requer uma acção imediata, com mobilização de meios especializados, previamente estandardizados nos seus procedimentos. Valor - quantitativo de natureza monetária ou de vidas humanas expostas ao risco Vulcão uma abertura na crusta terrestre através da qual lava e gases emergem. Vulcões com uma conduta central normalmente têm uma forma cónica. Os que apresentam diversos centros eruptivos ou uma fissura eruptiva formam maciços alongados ou alinhamentos de cones de piroclastos soltos ou soldados (spatters) Vulcão em escudo vulcão constituído fundamentalmente por empilhamentos lávicos. Vulcão fissural vulcão com centro eruptivo projectado sobre uma fissura - abertura alongada. Vulnerabilidade - a fracção do valor total que pode ser destruída em consequência de um determinado evento; Zona de apoio local próximo do sinistro, onde se concentram materiais e equipamentos que 196

197 possam ser necessários ao combate, tais como: mangueiras, aparelhos de respiração autónoma, equipamentos de comunicação, entre outros. Zona de concentração local local de reunião das pessoas provenientes da área sinistrada. Este deverá ser suficientemente próximo do local sinistrado, de forma a permitir a deslocação das pessoas por meios próprios. Zona de emergência Área que engloba o espaço atingido pelos efeitos de um acidente grave e o espaço adjacente necessário ao desenvolvimento das operações de emergência. 197

198 198

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