ESTAÇÃO DE AVISOS DE CASTELO BRANCO
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- Mirela Camilo Vidal
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1 ESTAÇÃO DE AVISOS DE CASTELO BRANCO CIRCULAR Nº 07 / 2012 CASTELO BRANCO, 8 DE MAIO POMÓIDEAS MACIEIRAS e PEREIRAS Pedrado Nos pomares da região ainda não foram observadas manchas de pedrado. No entanto, considerando a precipitação registada nos últimos dias, recomenda-se a renovação do tratamento para manter o seu pomar protegido. (Ver quadro nº2 da circular nº4/2012) Afideo Cinzento Já detectámos focos desta praga em alguns pomares. Sr. Fruticultor, deve efectuar a estimativa do risco no seu pomar observando 100 rebentos e se registar 2 a 5% de rebentos infestados, deve tratar com um aficida específico. (Ver quadro nº1 em anexo) VINHA Oídio Sr. Viticultor, sendo esta a principal doença da vinha na nossa região, deve ter em atenção os períodos de maior sensibilidade da planta ao oídio. As vinhas mais precoces a sul da Gardunha já se encontram no estado fenológico F /G (Cachos visíveis/cachos separados), período muito sensível ao oídio. Assim, à medida que as vinhas se aproximarem deste estado fenológico, aconselhamos a realização de um tratamento preventivo anti-oídio, dando preferência ao enxofre em pó. (Ver quadro nº 3 em anexo) PRUNÓIDEAS CEREJEIRAS Moniliose Renove o tratamento contra a moniliose com um dos produtos homologados. (Ver quadro nº2 da circular nº2/2012) A chuva dos últimos dias já provocou o rachamento dos frutos. A pulverização com sais de cálcio pode contribuir para reduzir o rachamento fisiológico da cereja. Mosca da Cereja Registaram-se os primeiros adultos de mosca da cereja em armadilhas cromótropicas. Nos pomares com variedades de maturação tardia e apenas onde é frequente o ataque da praga, deverá efectuar um tratamento utilizando uma das substâncias activas homologadas. (Ver quadro nº 2 em anexo). Nota: Atenção ao Intervalo de Segurança (nº de dias que deve decorrer entre a última aplicação do produto fitofarmacêutico e a colheita) Informa-se que se irá realizar uma Jornada Técnica sobre a Podridão Negra da Videira (black-rot), no dia 24 de Maio no Auditório da Escola Superior de Tecnologia e Gestão em Viseu. As inscrições devem ser efectuadas para o podridão.negra@gmail.com. Para mais informações consulte drapc.min-agricultura.pt Junto se anexa folheto sobre a podridão negra. Nota: Durante o mês de Maio terá lugar o 1º período para a recolha de embalagens vazias de produtos fitofarmacêuticos. Sr. Agricultor, informe-se junto do seu fornecedor, cumpra as boas práticas agrícolas e ambientais. A Equipa Técnica da EA Castelo Branco Direcção de Serviços de Agricultura e Pescas Divisão de Protecção e Qualidade da Produção Estação de Avisos de Castelo Branco R. Amato Lusitano Lote Nº 3 Apartado Castelo Branco Telefone: Fax: eacastelobranco@drapc.min-agricultura.pt
2 Quadro Nº 1 - Insecticidas homologados para os Afídeos de Pomóideas Substância activa Modo de Acção IS PI Nome Comercial acetamiprida (2) Sistémico. Actua por contacto e 14 S EPIK SG, GAZELLE SG, GAZELLE, ingestão. EPIK azadiractina (1) Insecticida regulador crescimento 3 N ALIGN, FORTUNE AZA alfa cipermetrina Contacto e ingestão. 7 N FASTAC deltametrina Contacto e ingestão. 7 N DECIS, DECIS EXPERT, DELTAPLAN Flonicamida (2) Contacto e ingestão 21 S TEPPEKI Imidaclopride (2) Sistémico. Contacto e ingestão 14 S CONFIDOR O TEC, COURAZE, COURAZE WG, MASTIM, CORSÁRIO, CONDOR, CONFIDOR CLASSIC, SOLAR, NUPRIDE 200 SL, WARRANT 200SL, KOHINOR 20 SL, NEOMAX lambda cialotrina (2) Contacto e ingestão. 7 N KARATE +, JUDO, KARATE ZEON, ATLAS, NINJA ZEON pirimicarbe Sistémico. Contacto, ingestão e 14 N PIRIMOR G fumigação tau fluvalinato Contacto e ingestão. 90 N KLARTAN, MAVRIK tiaclopride(2) Contacto e ingestão. 14 S CALYPSO tiametoxame(2) Sistémico. Actua por contacto e 14 S ACTARA 25 WG ingestão A consulta destes quadros não dispensa a leitura atenta do rótulo do respectivo produto fitofarmacêutico IS Intervalo de Segurança; PI Protecção Integrada; (1) Para utilização exclusiva em agricultura biológica (2) Não efectuar mais de duas aplicações NOTA: Adaptado do Guia dos produtos fitofarmacêuticos da DGADR ( Quadro Nº 2 - Insecticidas homologados para controlar a Mosca da Cereja Substância activa Modo de Acção Nome Comercial azadiractina acetamiprida* deltametrina Limonoide. Insecticida regulador de crescimento de origem vegetal. Produto indicado para utilização em agricultura biológica. Neonicotinoide. Sistémico. Actua por contacto e ingestão Piretróide. Insecticida que actua por contacto e ingestão. IS (dias) FORTUNE AZA. 3 EPIK SG * 14 DECIS, DELTAPLAN 7 PI (a) Não Sim (1) Sim (1) MPB (b) Sim Não Não A consulta destes quadros não dispensa a leitura atenta do rótulo do respectivo produto fitofarmacêutico IS Intervalo de Segurança; PI Protecção Integrada; MPB Modo Produção Biológico (a) (b) Esta informação não dispensa a consulta da lista de produtos aconselhados em PI Esta informação não dispensa a consulta da lista de produtos aconselhados em MPB (1) Máximo 2 aplicações. * Extensão de autorização para utilizações menores (dgadr.pt-produtos fitofarmacêuticos-divulgação-usos menores) (Os produtos fitofarmacêuticos indicados neste quadro estão de acordo com a informação disponível no sítio Web da DGADR a 04/05/2012) NOTA: Adaptado do Guia dos produtos fitofarmacêuticos da DGADR ( Circular Nº 07 / 2012 ESTAÇÃO DE AVISOS DE CASTELO BRANCO Pág. 2
3 Quadro Nº 3 - Fungicidas homologados para combater o Oídio da Videira Tipo de acção Substância activa Nome Comercial I.S. P.I. P C Azoxistrobina (4) (51) QUADRIS; QUADRIS G; x x- 21 Sim (b) Azoxistrobina + folpete (4) (7) (51) QUADRIS MAX x x- 42 Sim (b) Boscalide + Cresoxime-metilo (4) (89) COLLIS x x- 35 Sim (d) VITIPEC DUPLO AZUL; VITIPEC Cimoxanil+flusilazol+folpete (7) (12) x x 42 DUPLO Não Cimoxanil+folpete+tebuconazol (7) (12) (51) ENIGMA DUO x x 42 Sim (b) Cimoxanil+propinebe+tebuconazol (12) (51) MILRAZ COMBI x x 63 Sim (c) Cresoxime-metilo (4) STROBY WG x x- 35 Sim (d) Enxofre VÁRIOS PRODUTOS COMERCIAIS x x Isento Sim (f) Espiroxamina PROSPER x x 35 (h) Sim (d) Fenebuconazol (12) POLKA x x 28 Sim (b) Folpete+piraclostrobina (4) (7) CABRIO STAR x x 42 Sim (c) Meptildinocape (93) KARATHANE STAR x x 21 Sim (e) Metrafenona (22) VIVANDO x 28 Sim (b) Miclobutanil (12) RALLY; SYSTHANE S; SELECTANE; SYSTHANE 45 EW x x 21 Sim (d) Miclobutanil+quinoxifena (12) (64) ARITHANE x x 28 Sim (d) Penconazol (12) TOPAZE; DOURO; PENCOL x x 14 Sim (d) Piraclostrobina (4) (7) Proquinazida (64) Quinoxifena (64) Tebuconazol (12) CABRIO TALENDO ARIUS; VENTO 25 SC ENIGMA; TEBUTOP GOLD; AKORIUS; RIZA; TEMPLO EW; ORIUS 20 EW ; HORIZON; LIBERO TOP; FOX WG ADVANCE; FOX; TEBUTOP; FEZAN; SPARTA; PHANTOM; MYSTIC 25 WG; ERASMUS; FRUTOP 25 EW x x 35 Sim (b) x 28 Sim (e) x 21 Sim (b) x x 7 Sim (b) MYSTIC 250 EC; x x 7 Não Tebuconazol + trifloxistrobina (4) (12) (94) FLINT MAX x x 35 Sim (b) Tetraconazol (12) DOMARK; EMINENT 125 x x 14 Sim (b) Trifloxistrobina (4) FLINT; CONSIST x x- 35 Sim (d). OBSERVAÇÕES: A CONSULTA DESTES QUADROS NÃO DISPENSA A LEITURA ATENTA DO RÓTULO DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS. É NECESSÁRIO VERIFICAR SEMPRE QUAL O PRODUTO HOMOLOGADO PARA A FINALIDADE DESEJADA. Circular Nº 07 / 2012 ESTAÇÃO DE AVISOS DE CASTELO BRANCO Pág. 3
4 LEGENDAS: P- Preventivo: tratamento antes da infecção (impede a germinação dos esporos); C - Curativo: acção curativa até 2-3 dias após a infecção (consoante o produto); X- - Fungicidas anti oídio, com fraca actividade curativa; QOI- Inibidor da respiração no complexo III, na face externa do citocromo b; DMI- Inibidor da biossíntese de esteróis na demetilação; CAA- Inibidor de amidas do ácido carboxílico; QIL- Inibidor da respiração no complexo III, na face interna do citocromo b; SDHI - Enzima sucinato desidrogenase; I.S. - Intervalo de segurança: período de tempo que deve decorrer entre a aplicação e a colheita; P.I. - Sim / Não : Produtos fitofarmacêuticos permitidos / não permitidos, em Produção Integrada da Vinha; P. I. - Sim (a) : máximo 1 aplicação em P.I.; Sim (b) : máximo 2 aplicações em P.I.; Sim (c) : máximo 2 aplicações consecutivas em P.I.; Sim (d) : máximo 3 aplicações em P.I.; Sim (e) : máximo 4 aplicações em P.I.; (a) - Em Produção Integrada são permitidas, no máximo, 1 aplicação, por campanha, com fungicidas deste grupo; (b) - Em Produção Integrada são permitidas, no máximo, 2 aplicações, por campanha, com fungicidas deste grupo; (c) - Em Produção Integrada são permitidas, no máximo, 2 aplicações consecutivas, por campanha, com fungicidas deste grupo; (d) - Em Produção Integrada são permitidas, no máximo, 3 aplicações, por campanha, com fungicidas deste grupo; (e) - Em Produção Integrada são permitidas, no máximo, 4 aplicações, por campanha, com fungicidas deste grupo; (f) - Em Produção Integrada não utilizar mais de 12 kg/ha na formulação WP e até 25-30kg/ha na formulação pó; (h) - I.S. = 14 dias em videiras para uvas de mesa; 35 dias em videiras para uvas para vinificação; (4) Contêm fungicida do grupo dos QOI. Não efectuar mais de 3 tratamentos, por ano e no total das doenças, com este ou outro fungicida deste grupo. (7) Não aplicar em videiras de uvas de mesa. (12) Contêm fungicida do grupo dos DMI (fenebuconasol, flusilazol, tebuconazol). Não efectuar mais de 3 tratamentos, por campanha, com este ou outro fungicida deste grupo (DMI). (22) Máximo de 2 tratamentos por campanha. (51) Este produto destina-se ao combate do míldio da videira, quando se efectue um tratamento de combate a esta doença também está a proteger a videira do oídio. (64) Não efectuar mais de 4 tratamentos, por campanha, com este ou outros fungicidas do mesmo grupo (produtos que contenham proquinazida ou quinoxifena). (89) Contêm fungicida do grupo SDHI. Realizar, no máximo, 3 tratamentos, com fungicidas do grupo SDHI, por ciclo cultural e no conjunto das finalidades (oídio e podridão cinzenta). (93) Efectuar, no máximo, 4 aplicações por campanha com este fungicida. (94) Efectuar, no máximo, 2 aplicações por campanha com este fungicida. FONTES: LISTAGEM DE PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS COM AUTORIZAÇÃO DE VENDA EM PORTUGAL, DGADR, ACTUALIZAÇÃO DE 13 DE FEVEREIRO DE 2012; DSPFSV/DABSV ACT (PI -VHN) 01/ ACTUALIZAÇÃO DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS PERMITIDOS EM PROTECÇÃO INTEGRADA, ACTUALIZAÇÃO A 13 DE MARÇO DE NOTA: Adaptado do Guia dos produtos fitofarmacêuticos da DGADR ( LISTA ACTUALIZADA EM 11/04/2012 Circular Nº 07 / 2012 ESTAÇÃO DE AVISOS DE CASTELO BRANCO Pág. 4
5 A PODRIDÃO NEGRA DA VIDEIRA Inglês - Black rot Castelhano - Podredumbre negra Italiano - Marciume nero Alemão - Schwarzfaüle Doença da videira que causa estragos em folhas, pecíolos, pâmpanos e cachos. Causada pelo fungo Guignardia bidwellii (Ellis) Viala & Ravaz, cujo anamorfo é Phyllosticta ampelicida (Engleman) Van der Aa. As videiras são susceptíveis de infecção a partir do estado fenológico de ponta verde. Nesta fase, o risco de infecção será maior em vinhas onde na campanha anterior ocorreu um forte ataque de podridão negra. Este risco pode ser minorado pela aplicação de medidas culturais, nomeadamente a eliminação de restos de cultura infectados. Foto 1. Na Primavera, na sequência de períodos chuvosos com temperaturas amenas, ocorrem as primeiras contaminações que levam ao aparecimento dos primeiros sintomas da doença. Estes surgem, em folhas, como pequenas manchas de forma circular e de cor inicialmente acinzentada. Foto 2. As manchas podem surgir isoladas na superfície das folhas ou agrupadas dando origem a uma mancha de maior dimensão. Rapidamente as manchas vão adquirindo uma tonalidade castanha clara. Foto 3. Numa fase mais adiantada, as manchas de cor castanha surgirão rodeadas de um halo de cor castanha escura.
6 Foto 4. Com o auxílio de uma lupa, são visíveis, sobre as manchas, pontuações de côr escura (seta), os primeiros sinais da doença. Estas pontuações são frutificações do estado assexuado (anamorfo) do fungo - Phyllosticta ampelicida - designadas por picnídios. Em Portugal não há, até à data, referência da presença do estado sexuado do fungo - Guignardia bidwellii. Foto 5. Visualização ao microscópio de um picnídio (A) libertando milhares de conídios (B). A esporulação ocorre em condições de elevada temperatura e forte humidade (segundo alguns autores o óptimo será de 27 C com humidade relativa de 90%) originando inúmeras infecções secundárias... Foto 6....que poderão surgir sobre a forma de manchas necrosadas quer em folhas, quer em pâmpanos e pecíolos. Foto 7. Sobre estas manchas são visíveis os picnídios.
7 Se a Primavera continuar húmida e com temperaturas elevadas, a doença irá atingir o cacho. A época de maior sensibilidade do cacho à podridão negra é o período entre a fase fenológica de botões florais separados / floração e a fase de fecho do cacho. Foto 8. Sintomas iniciais nos bagos. Sobre a superfícies dos bagos é visível uma mancha redonda de cor clara, em torno da qual se desenvolve uma podridão de cor mais escura que afecta parte da superfície do bago. Foto 9. Lentamente, a podridão envolve todo o bago que se apresenta de cor pardacenta e começa a enrugar. Foto 10. Sobre a superfície deprimida do bago começam a ser visíveis os picnídios (seta) Foto 11. Os bagos secam (mumificam), desaparecendo a polpa e ficando a película agarrada à grainha. Muitos permanecem agarrados ao ráquis. Foto 12. Sobre a superfície dos bagos mumificados surgem inúmeros picnídios.
8 Foto 13. Bagos afectados numa fase tardia (após fecho do cacho) em que são visíveis infecções incipientes sobre os bagos. Foto 14 e 15. Os cachos contaminados (foto 14) que permanecem na vinha, nomeadamente os caídos ao solo (foto 15), constituirão o inóculo potencial para a infecção na campanha seguinte. Métodos de controlo Medidas culturais: Estas medidas destinam-se a reduzir o inóculo e a limitar a propagação da doença. Remoção de varas infectadas, cachos e bagos mumificados e sua destruição pelo fogo; Enterramento, por mobilização, de todos os restos de cultura que não foi possível retirar. Luta química: A luta química contra esta doença é recomendada quando ocorrem Primaveras chuvosas: A partir da ponta verde em vinhas que sofreram fortes ataques no ano anterior, ou em regiões que sofram forte pressão da doença. Nas restantes vinhas, na fase de maior sensibilidade a esta doença, entre o início da floração e o fecho dos cachos. À data encontram-se homologados, em Portugal, para combate à podridão negra diversos produtos fitossanitários com base nas seguintes substâncias activas ou misturas de substâncias activas: azoxistrobina, azoxistrobina + folpete, mancozebe + metalaxil-m, tebuconazol + trifloxistrobina e bentiavalicarbe-isopropilo + mancozebe. Elaborado por: Jorge Sofia Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro/Direcção de Serviços de Agricultura e Pescas/Divisão de Protecção e Qualidade da Produção. Estação de Avisos do Dão, Estrada de S. João da Carreira, Viseu. e- mail: jorge.sofia@drapc.min-agricultura.pt Fotos do autor. Foto 7, gentilmente cedida pela Engª Vanda Pedroso do CEVDão Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território DRAP Centro Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro
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