ATIVIDADES CIENTÍFICAS VERÃO 2007/2008 OPERAÇÃO ANTÁRTICA XXVI DEZEMBRO DE 2007 JANEIRO DE 2008
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- Guilherme de Sequeira César
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1 ATIVIDADES CIENTÍFICAS VERÃO 2007/2008 OPERAÇÃO ANTÁRTICA XXVI DEZEMBRO DE 2007 JANEIRO DE 2008 Neste período, 12 projetos realizaram pesquisa de campo na estação Antártica Comte. Ferraz. As atividades foram divididas em fases e alguns projetos trocaram a sua equipe de pesquisadores. Cinco projetos realizados em Ferraz fazem parte do Ano Polar Internacional e 10 projetos atendem ao edital CNPq Contudo, a meta científica é reunir todas as informações possíveis e contribuir para o conhecimento básico do ambiente da região e acompanhar as variações ambientais e os respectivos impactos. 01. Impacto do clima espacial na atmosfera da região polar e sobre o território brasileiro ( GEOESPAÇO - projeto do Ano Polar Internacional) Este projeto tem como objetivo estudar o impacto do clima espacial na alta atmosfera da Terra através de vários experimentos (VLF, GPS e detector de raios cósmicos) e identificar qual dos fenômenos solares que as produziram (se explosões, ejeções de massa coronal (EMC) e/ou vento solar de alta velocidade). Deste modo poderemos estabelecer a conexão entre as alterações do meio interplanetário e o clima terrestre. Para avaliar os impactos do clima espacial na alta atmosfera da Terra o projeto estudará: (i) as perturbações detectadas na baixa ionosfera através de sinais de VLF, (ii) as perturbações na alta atmosfera através de medidas do conteúdo total de elétrons na EACF e sobre o território brasileiro, (iii) as variações no fluxo de raios cósmicos detectados na região da anomalia do Atlântico Sul. Deste modo poderemos determinar a correlação entre os efeitos do clima espacial na atmosfera terrestre e seu impacto nas condições climáticas (cobertura de nuvens e precipitação de chuvas/neve). Entidades Executoras: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Centro de Radioastronomia e Astrofísica Mackenzie (CRAAM) Coordenadora do Projeto: Dra. Emília Correia 02. Atmosfera Antártica: Estudo da Mesosfera, Estratosfera, Troposfera e suas conexões com a América do Sul (ATMANTAR - projeto do Ano Polar Internacional). Tem por objetivo o estudo integrado das três camadas da atmosfera: troposfera, estratosfera e mesosfera, visando medir e entender a interação entre elas, principalmente durante o período da presença do Buraco de Ozônio. Impactos ambientais como mudanças no clima, gases do efeito estufa, gases poluentes emitidos na Estação Antártica Comandante Ferraz, aumento da radiação ultravioleta e transporte de aerossóis também serão analisados. Medidas simultâneas em Ferraz e na América do Sul darão subsídios para estudos da conexão entre estas duas regiões. Entidades Executoras: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Unversidad de Magallanes, Chile, Universidade Mayor San Andrés, Bolívia
2 Coordenadora do Projeto: Dra. Neusa Maria Paes Leme 03. Monitoramento Meteorológico do Proantar ( METEORO). O objetivo deste projeto é assegurar a continuidade dos registros meteorológicos do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) na Antártica, de maneira a manter o desenvolvimento de pesquisas de sistemas meteorológicos regionais e de suas interações com o Brasil, bem como manter o apoio de 15 anos com dados a inúmeros projetos de pesquisa de várias áreas do conhecimento que lá se realizam, e ao próprio PROANTAR. Entidade Executora: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) Coordenador do Projeto: Dr. Alberto W. Setzer 04. Evolução e Biodiversidade na Antártica: a resposta da vida a mudanças (EBA projeto do Ano Polar Internacional) A plasticidade genotípica e fenotípica e o sucesso adaptativo dos mecanismos bioquímicos e fisiológicos para fazerem frente às oscilações de salinidade e ph no ambiente aquático e ao bio-acúmulo de fluoreto no ecossistema Antártico serão estudados em peixes nototenioideos. Conhecida a linha base para as condições ambientais atuais, será verificada a adaptabilidade dos peixes às conseqüências de alterações climáticas desses fatores no metabolismo e nos sistemas enzimáticos com reflexos no comportamento, morfologia e fisiologia dos peixes. Entidade Executora: Universidade Federal do Paraná Coordenador do Projeto: Dra. Edith Susana Elisabeth Fanta 05. Bioprospecção de moléculas bioativas de peixes da Antártica O projeto tem por objetivo o isolamento, a purificação e a caracterização quanto à estrutura e função, algumas proteínas e peptídeos de peixes nototenióides da Antártica, visando futuras aplicações médicas, veterinárias e na agricultura. Entidade Executora: EMBRAPA Recursos Genéticos e Biotecnologia Coordenador do Projeto: Luciano Paulino da Silva 06. Vida Marinha Antártica: Biodiversidade em Relação à Heterogeneidade Ambiental na Baía do Almirantado, Ilha Rei George, e áreas adjacentes (MABIREH) Tem por objetivo estudar, de forma multi-disciplinar e multi-institucional, como a heterogeneidade ambiental influência no espaço e no tempo a biodiversidade das estruturas de comunidades biológicas na Baía do Almirantado. Comparar, utilizando técnicas moleculares, populações de espécies da Baía consideradas circumpolares com populações do Leste Antártico. Estudar a variação batimétrica na composição das comunidades biológicas e averiguar os padrões de fluxo gênico de grupos taxonômicos que possuem elevada amplitude batimétrica. Desenvolver um robô submarino (ROV) adequado para executar missões de exploração nas águas geladas da Baia. Estudar o problema da realização de levantamento fotográfico e geração de imagens de vídeo utilizando o ROV. Integrar os resultados do trabalho ao SCARMarBin. Entidades Executoras: Instituto de Biologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro (IB/UFRJ), (COPPE/UFRJ), (IO/USP), (ICB/USP), (IB/USP), (UFSC), (UFF), (UENF),(MACKENZIE), (LNCC), (UNESP/CLP)
3 Coordenadora do Projeto: Lúcia de Siqueira Campos PhD 07. Modelagem da bioacumulação de poluentes orgânicos através da malha trófica antártica (MODELAPOPs) A proposta deste projeto visa complementar e acompanhar a introdução de poluentes orgânicos na Baia do Almirantado, particularmente os estudos de hidrocarbonetos do petróleo e poluentes orgânicos persistentes em diversos compartimentos, bem como compreender sua distribuição e transferência trófica através da aplicação de modelos matemáticos (modelagem ecológica). Entidades Executora: Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP) e Centro Universitário Monte Serrat (UNIMONTE) Coordenadora do Projeto: Profa. Dra. Rosalinda Carmela Montone 08. Geoquímica de Esteróis em Sedimentos Recentes das Ilhas Shetlands do Sul, Península Antártica: origens, degradação e respostas a alterações ambientais locais O objetivo deste projeto é estudar a distribuição temporal de esteróis marcadores geoquímicos como indicadores de origem, variações no aporte, preservação e degradação da matéria orgânica em testemunhos de sedimento de regiões antárticas sujeitas a alterações ambientais pontuais e temporais causadas por atividade vulcânica, introdução de material ornitogênico e eutrofização pela descarga de esgoto. Entidades Executoras: Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná (CEM/UFPR) e 2 Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP) Coordenador do Projeto: Prof. Dr. César de Castro Martins 09. Modelagem do impacto do aquecimento global sobre o estoque de carbono e potencial de emissão de C-CO2 em ecossistemas terrestres da antártica marítima. O objetivo geral do presente trabalho é modelar o impacto do aquecimento global sobre o estoque de C orgânico e sobre o potencial de emissão de C-CO2 em diferentes solos da Antártica Marítima diante de aumentos na temperatura global. Entidade Executora: Universidade Federal de Viçosa (UFV) Coordenador do Projeto: Prof. Dr. Eduardo de Sá Mendonça 10. Implementação de Estrutura para Estudos da Biodiversidade Molecular na Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) e Integração do Conhecimento de Ecologia Microbiana e sua Biocomplexidade no Ambiente Antártico Implementação de estrutura para estudos de biodiversidade molecular na EACF e a integração do conhecimento de ecologia microbiana e sua biocomplexidade no ambiente antártico visando estabelecer dados comparativos das regiões polares norte e sul. O objetivo é criar a primeira Coleção de Cultura de Microrganismos Antárticos e Banco de Dados de Ecologia Microbiana da América do Sul. Entidade Executora : Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (ICB/USP)
4 Coordenadora: Profa. Dra. Vivan Helena Pellizari 11. Biologia reprodutiva e ecologia comportamental de Skuas (Catharacta lonnbergi e C. Maccormicki) na Península Keller, Baia do Almirantado, Ilha Rei George O principal objetivo do projeto é estudar a biologia reprodutiva e ecologia comportamental de duas espécies de Skuas: a Catharacta lonnbergi e C. Maccormicki, que nidificam na Península Keller, próxima à Estação Brasileira Comandante Ferraz na Antártica. Isto inclui marcar, quantificar e acompanhar pares reprodutores e sua prole em diferentes está gios de reprodução no campo, além de caracterizar e comparar a defesa de território em três ambientes distintos (Refúgio 2, Yellow Point e EACF). Adicionalmente, análises genéticas para avaliar variabilidade genética, determinar sexo e paternidade também estão previstas para associar estas análises com dados de observações obtidos em campo. Entidade Executora: Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Coordenadora do Projeto: Dra. Maria Alice dos Santos Alves. 12. Otimização da eficiência construtiva, dos padrões de utilização e do desempenho ambiental de edificações brasileiras na Antártica (ARQUIANTAR). O projeto tem como objetivo estudar métodos e procedimentos que viabilizem a otimização da eficiência construtiva, dos padrões de utilização e do desempenho ambiental de edificações brasileiras na Antártica. Entidade Executora: Universidade Federal do Espírito Santo Coordenador do Projeto: Arq. Drª. Cristina Engel de Alvarez ATIVIDADES REALIZADAS POR PROJETO NO PERÍODO: 01. IMPACTO DO CLIMA ESPACIAL NA ATMOSFERA DA REGIÃO POLAR E SOBRE O TERRITÓRIO BRASILEIRO GEOESPAÇO. Equipe de campo: Dra. Emília Correia (coordenadora) - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais / Centro de Radioastronomia Mackenzie - INPE/CRAAM fase II ( dezembro). Dr. José Henrique Fernandez (UNITAU) fase III (dezembro a janeiro). Para caracterizar os efeitos do clima espacial na alta atmosfera da Terra, estão sendo monitoradas algumas características da atmosfera na região a partir de 80 Km de altitude que são afetadas diretamente pela atividade solar (fenômenos solares explosivos, ejeções de massa da coroa do Sol (EMCs) e vento solar de alta velocidade), para melhor se
5 estabelecer a inter-conexão Sol-Terra, melhor conhecendo a origem dos fenômenos solares e seu grau de impacto em nosso planeta (fenômenos solares geo-efetivos). O projeto também objetiva o estudo da precipitação de partículas energéticas na alta atmosfera da Terra, fenômeno este associado a descargas elétricas na atmosfera terrestre (relâmpagos) e a atividades tempestuosas do campo magnético da Terra diretamente associadas à atividade solar. Para tanto utilizam-se os seguintes sistemas: 1. Monitoramento da ionosfera através da detecção da amplitude de sinais VLF que se propagam a longas distâncias (Sistema TRIMPI). Operando na EACF desde Detecção de variações de fase e amplitude de sinais VLF (Novo Sistema VLF). Em operação desde dezembro de Sistema GPS de dupla freqüência para determinação do Conteúdo Total de Elétrons (CET). Em operação contínua desde dezembro de Neste período, além das atividades de coleta e pré-análise dos dados in loco também desenvolveram-se as seguintes atividades técnicas: 1. Instalação da antena GPS do sistema SAVNET com pelo pesquisador Flavio Amaral. Montagem do sistema com a instalação da placa de áudio e programas de aquisição de dados. Testes com o sistema SAVNET. Será usado para padrão de tempo.
6 02. ATMOSFERA ANTÁRTICA: ESTUDO DA MESOSFERA, ESTRATOSFERA, TROPOSFERA E SUAS CONEXÕES COM A AMÉRICA DO SUL (ATMANTAR). Subprojeto: Estudo da Camada de Ozônio e da radiação Ultravioleta. Equipe de Campo: Dra. Neusa Maria Paes Leme ( coordenadora) - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) Fase II e Fase III ( dezembro a janeiro). A radiação UV é medida durante todo o ano e é comparada com a radiação obtida em Punta Arenas, Sul do Chile, em La Paz, Bolívia e no Brasil (4 locais). A camada de ozônio é monitorada em Ferraz,no período de agosto a março, desde 2001 e em campanhas especiais em setembro e outubro, desde No período da ocorrência do Buraco de ozônio, a concentração sobre Ferraz é reduzida em torno de 65% e a radiação UV pode aumentar em 500%, atingindo valores de regiões tropicais. No ano de 2007, a redução da concentração do ozônio foi 15% menor do que em 2006, quando foi registrado um novo recorde em tamanho e destruição da camada de ozônio. Ainda existe muito gás CFC (Cloro-Flúor-Carbono) responsável pela destruição do ozônio. Os modelos indicam que a camada só estará normal em 2060 (comparada com a concentração de 1980), se nenhum fato novo ocorrer. No período de dezembro, o tempo esteve bastante encoberto o que protege a superfície da radiação que incide no solo. Apenas o sensor de radiação chamado GUV ( Ground Ultraviolet Radiometer ) ficou em operação. O monitoramento da radiação ultravioleta é feita em 4 comprimentos de onda e o PAR que é a radiação fotossintéticamente ativa, informação muito importante, pois mede a radiação que produz danos biológicos nos organismos. Aproveitamos este período para fazer uma calibração internacional do sistema óptico, o Espectrofotômetro Brewer, que mede a coluna total de ozônio, a radiação UV, o gás dióxido de Enxofre (SO 2 ) e o dióxido de Nitrogênio (NO 2 ). Estes gases são importantes na química do ozônio. O SO2 também é importante em grandes centros urbanos e durante erupções vulcânicas, pois atua como gás poluente. Esta calibração ocorreu na cidade de Punta Arenas, Chile, onde um técnico enviado pela WMO (Organização Mundial de Meteorologia) trouxe um calibrador para aferir a instrumentação. O equipamento Brewer já está de volta à Ferraz e foi testado para saber se está tudo O.K. Será instalado novamente no mês de agosto de 2008, quando será iniciada uma nova operação para o monitoramento do Buraco de Ozônio.
7 Foto1. Espectrofotômetro Brewer sendo Foto 2. Neusa analisando imagem do satélite aferido depois da calibração. da Nasa que ilustra o buraco de ozônio sobre a Antártica, em outubro, atingindo a América do sul ( mancha azul ).
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