Leandro Bertoldo O Dia do Senhor. O Dia do Senhor. Leandro Bertoldo

Transcrição

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3 3 De: Para:

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5 5 Dedico este livro ao meu aluno e irmão em Cristo: Felipe Pereira Rocha

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7 7 Guarda o dia de sábado, para o santificar, como te ordenou o Senhor teu Deus. (Deuteronômio 5:12)

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9 Dados biográficos Prefácio Sumário 9 1. A Escritura e o Sábado 2. O Criador do Sábado 3. O Início e o Fim do Dia 4. Horas do Dia 5. Milagre no Sábado 6. O Sábado na Teocracia 7. A Santidade do Sábado 8. O Dia de Culto Religioso 9. A Profanação do Sábado 10. Os Sábados Abominados 11. Amós e o Sábado 12. Oséias e o Sábado Abolido 13. O Sábado Esquecido 14. Neemias e o Sábado 15. O Sábado no Tempo 16. Os Cristãos e o Sábado 17. O Sábado e os Judeus 18. O Sábado e os Gentios 19. Controvérsias e o Sábado 20. O Dia do Domingo 21. Mandamento e Tradição 22. Paulo e o Dia de Repouso 23. Prevista a Heresia O Sétimo Dia da Semana 26. O Sábado e o Homem Relação de Endereços

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11 Dados biográficos 11 Meu nascimento ocorreu no dia 03 de março de 1959 no bairro do Belenzinho na cidade de São Paulo SP. Os meus pais José Bertoldo Sobrinho e de Anita Leandro Bezerra tiveram dois filhos: Eu e o meu irmão Francisco Leandro Bertoldo. Fiz as faculdades de Física (1980) e de Direito (2000) na Universidade de Mogi das Cruzes UMC. Atualmente, sou funcionário do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Em 1986, orientado pela colega de trabalho Célia Regina de Souza Xavier, converti-me ao cristianismo. Seis meses depois, passei a estudar na Classe Bíblica com o eminente professor Pedro B ärg e fui batizado em 26 de setembro de 1987 pelo pastor Davi Marski. Sou casado com Daisy Menezes Bertoldo, funcionária do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Minha filha Beatriz Maciel Bertoldo é advogada em Mogi das Cruzes. Muitas das minhas distrações e alegrias foram e são proporcionadas pelos meus maravilhosos cachorros: Fofa, Pitucha, Calma, Mimo e Serena. Até o presente momento publiquei 70 livros, abrangendo diversas pesquisas originais nas áreas da Física, Matemática, Química, Teologia e Poesia. Visando preparar-me melhor para servir a Deus em minha denominação religiosa, realizei no biênio o curso do EREM Estudos em Religião e Escola Missionária, coordenada pelo dedicado Pr. Luiz Henrique Sena. Há muitos anos sou Coordenador de Classe Bíblica. Essa função tem me proporcionado grande satisfação porque ao assumir a direção da Classe Bíblica tive grande êxito em levar muitas almas sinceras ao santo batismo.

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13 Prefácio 13 Este livro é composto por 26 breves capítulos, que realizam uma análise criteriosa sobre o dia de sábado e sobre o dia de domingo, bem como as suas consequências bíblicas. Nesta obra o referencial adotado para o exame e a visão de todas as questões ventiladas é a Bíblia Sagrada e somente a Bíblia Sagrada e nada mais do que a Bíblia Sagrada. Alguns grandes teólogos que se prontificaram em fazer um estudo sistemático sobre o dia do sábado praticamente desprezaram as Escrituras Sagradas e em sua análise míope chegaram a conclusões totalmente equivocadas a respeito da verdade ensinada pela Palavra de Deus. A Bíblia Sagrada é tudo em questões doutrinárias e religiosas. Por tratar-se de uma revelação divina, a Bíblia Sagrada é o padrão aferidor de tudo o que procura passar-se por verdade. Toda doutrina que for contrária às Santas Escrituras deve ser imediatamente abominada e rechaçada. Com esse espírito, esta obra analisa temas fundamentais sobre o sábado, tais como O Criador do Sábado, O Sábado na Teocracia, A Santidade do Sábado, O Dia de Culto Religioso, A Profanação do Sábado, O Sábado no Tempo, Os Cristãos e o Sábado, O Sábado e os Judeus, O Sábado e os Gentios, Controvérsias e o Sábado, O Dia do Domingo, Mandamento e Tradição, etc. Esses temas ampliam grandemente a nossa compreensão a respeito da verdade e santidade do dia do Senhor. Espero de coração, que esta singela obra possa esclarecer muitas de suas dúvidas com relação ao sábado do Senhor e conscientizá-lo de sua santidade. leandrobertoldo@ig.com.br

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15 15 1. A Escritura e o Sábado A Bíblia Sagrada é a nossa única fonte de fé, doutrina e conduta. Portanto, a consciência do cristão gira unicamente em torno das Escrituras Sagradas. O que não está na Bíblia não está no mundo: Quod non est in biblia non est in mundo. Esse brocardo estabelece que a fé, a doutrina e a conduta do cristão estão restritas aos limites impostos pelo universo bíblico. Os cristãos estão edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina (Efésios 2:20). Como pedra principal sobre a qual está edificada a Igreja de Deus, Jesus disse aos seus ouvintes: Examinais as Escrituras (João 5:39). Várias são as razões pelas quais devemos examinar as Escrituras Sagradas: 1ª. Ela é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça (II Timóteo 3:16). 2ª. Porque tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito (Romanos 15:4). 3ª. Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente (Efésios 4:14). Portanto, devemos avaliar todo comportamento e doutrina religiosa somente com base no padrão das Escrituras Sagradas. E a Escritura não pode ser anulada (Joao 10:35). O mundo cristão deveria ser regido exclusivamente pelo juízo e critério das Escrituras Sagradas. Na prática, isso não acontece. Como resultado de sincretismos religiosos, a maioria das seitas que formam a cristandade fundamenta as suas crenças em filosofias, tradições e ensinos de homens. Todos levemente maquiados pelo verniz das Escrituras Sagradas. Qualquer doutrina religiosa criada por homens não tem nenhum respaldo bíblico ou valor diante de Deus, pois assim

16 16 disse Jesus Cristo: Em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens (Marcos 7:7). Cristo também disse: E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus (Mateus 15:6). Por conseguinte, toda tradição ou ensino religioso que contrariar qualquer ponto das Escrituras Sagradas deve ser vigorosamente combatido pelos fiéis, porque mais importa obedecer a Deus do que aos homens (Atos 5:29). Como cristãos, devemos exercitar o mesmo espírito dos bereanos, que foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim (Atos 17:11). Os bereanos foram mais nobres do que os tessalonicenses porque não aceitaram cegamente tudo o que lhes era ensinado. Mas conferiam todo ensino que recebiam examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim (Atos 17:11). A fé bíblica não é cega, mas tem uma base sólida. Somente a ignorância pode crer sem entender. A verdadeira fé está alicerçada em provas, evidências e razões que são mais do que suficientes para nos convencer da verdade bíblica. Entre tantas verdades anunciadas pela Palavra de Deus, destaca-se de maneira toda especial o ensino bíblico sobre a santificação do dia do sábado. Assim diz o Senhor: Lembra-te do dia do sábado, para o santificar (Êxodo 20:8). O dia de sábado não deve ser apenas guardado, mas também precisa ser santificado: Guarda o dia de sábado, para o santificar, como te ordenou o Senhor teu Deus (Deuteronômio 5:12). Desse versículo depreende-se que Deus ordenou a santificação do dia de sábado. Ele fez isso em detrimento a qualquer outro dia da semana. Não existe nas Escrituras Sagradas nenhum mandamento ordenando a santificação de qualquer outro dia da semana, que não apenas o dia do sábado. A santificação de qualquer outro dia da semana não é mandamento de Deus, mas mandamento de homens.

17 17 A guarda do sábado ocorre com a interrupção das nossas atividades seculares cotidianas. Porém a santificação do sábado ocorre com uma santa convocação, quando nos reunimos na igreja e em nossos lares para cultuar a Deus: Seis dias obra se fará, mas ao sétimo dia será o sábado do descanso, santa convocação; nenhuma obra fareis; sábado do Senhor é em todas as vossas habitações (Levítico 23:3). O sábado é conscientemente observado pelos fiéis como um memorial divino, que remete o adorador para o momento da criação do mundo: Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou: portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou (Êxodo 20:11). Nota-se que, diferentemente de qualquer outro dia da semana, o dia de sábado desfruta de três prerrogativas de origem divina que o torna único e especial: 1ª. Deus descansou no dia do sábado. 2ª. Deus abençoou o dia do sábado. 3ª Deus santificou o dia do sábado. Nenhum outro dia da semana goza de tamanha honra e proeminência. Toda doutrina deve estar em perfeita harmonia com as Escrituras Sagradas: À Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva (Isaías 8:20). Nesse versículo aparecem três palavras que precisam de explicações: Lei, Testemunho e a alva. A Lei é uma referência aos cinco primeiros livros da Bíblia Sagrada. O Testemunho é uma referência aos escritos dos profetas bíblicos. A alva é a luz do conhecimento da verdade. Diante do exposto está claro que a guarda de qualquer outro dia da semana não está em harmonia com as Sagradas Escrituras e deve ser desprezada como doutrina de homens. A Palavra de Deus ainda continua vigorando e continuará valendo para sempre: Mas a palavra do Senhor permanece para sempre; e esta é a palavra que entre vós foi evangelizada (I Pedro 1:25).

18 18 2. O Criador do Sábado A Bíblia Sagrada revela explicitamente que Jesus Cristo é Deus: O Verbo era Deus. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós (João 1:1 e 14). Deus, o Pai, disse do Filho: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos (Hebreus 1:8). Foi o próprio Pai quem declarou que Cristo é Deus, razão pela qual em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Ele é a imagem de Deus. É imagem do Deus invisível. Sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa (Colossenses 2:9; II Coríntios 4:4; Colossenses 1:15; Hebreus 1:3). Jesus Cristo revelou aos judeus que Ele é Deus: Eu e o Pai somos um (João 10:30). Isso deixou os judeus irritados, a ponto de pegaram então outra vez em pedras para o apedrejar (João 10:31). Eles reagiram com o seguinte argumento: sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo (João 10:33). Sobre Cristo, Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu! (João 20:28). Falando a respeito de Jesus, o apostolo João afirma: Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna (I João 5:20). Além das explicitas declarações bíblicas de que Jesus Cristo é Deus, outra prova de Sua divindade consiste no fato dele ser o Criador: Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades: tudo foi criado por ele e para ele. A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo (João 1:3; 10; Colossenses 1:16; Hebreus 1:2).

19 19 Tudo foi criado pelo Senhor: Eu fiz a terra, e criei nela o homem; eu o fiz; as minhas mãos estenderam os céus, e a todos os seus exércitos dei as minhas ordens. Eu fiz a terra, o homem, e os animais que estão sobre a face da terra, pelo meu grande poder, e com o meu braço estendido, e a dou aquele que me agrada em meus olhos (Isaías 45:12; Jeremias 27:5). Além Criador de todas as coisas, Jesus Cristo também é O mantenedor do Universo: E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele (Colossenses 1:16-17). Ele mantém a vida no Universo: Tu só és Senhor, tu fizeste o céu, o céu dos céus, e todo o seu exército; a terra e tudo quanto nela há; os mares e tudo quanto neles há; e tu os guardas em vida a todos; e o exército dos céus te adora (Neemias 9:6). Como mantenedor da vida, o Senhor Deus nos dá a respiração: Assim diz Deus, o Senhor, que criou os céus, e os estendeu, e formou a terra, e a tudo quanto produz: que dá a respiração ao povo que nela está, e o espírito aos que andam nela (Isaías 42:5). Para criar o Universo, o Senhor nosso Deus empregou três de Seus predicados: Poder, Sabedoria e Inteligência. Ele fez a terra pelo seu poder; ele estabeleceu o mundo por sua sabedoria e com a sua inteligência estendeu os céus (Jeremias 10:12). O poder que o Senhor utilizou para criar todas as coisas foi a Sua Palavra: Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo espírito da sua boca. Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu. Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados. Como mantenedor do Universo, o Senhor Jesus está sustentando todas as coisas, pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas (Salmos 33:6, 9; Hebreus 11:3; 1:3). Entre as grandes obras criadas por Deus está o dia de sábado: E havendo Deus acabado no dia sétimo a sua obra, que tinha feito, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que

20 20 tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra, que Deus criara e fizera (Gênesis 2:2-3). Com o sábado, o Senhor coroou a semana da criação e delimitou para sempre a semana de sete dias, que perdura pelo Seu grande poder. No sábado o Senhor descansou de Sua atividade criadora. Em seguida cobriu o sétimo dia da semana de glória e honra abençoando-o e santificando-o. Nenhum outro dia da semana desfruta de tamanho prestígio divino. A proeminência do dia do sábado entre os demais dias da semana é tão grande que, milênios depois da criação, o Senhor colocou o sábado entre os Dez Mandamentos: Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou: portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou (Êxodo 20:11). O sétimo dia da semana abençoado e santificado na criação do mundo (Genesis 2:2-3) é o abençoado e santificado dia de sábado mencionado no decálogo (Êxodo 20:11). O sábado foi abençoado e santificado por Deus no Jardim do Éden, bem antes da entrada do pecado no mundo ou da existência de qualquer judeu sobre a face da Terra. Depois disso, o Senhor nunca mais abençoou ou santificou qualquer outro dia da semana. O vocábulo santo em hebraico é qadosh, que significa ser separado ; mas separado para propósito sagrado. Ao santificar o sétimo dia da semana, todos tinham o dever moral de observá-lo como dia santo. Seria incoerente Deus santificar o dia do sábado para que o homem viesse a profanar. Portanto, Adão e Eva foram os primeiros habitantes do mundo a santificarem o abençoado dia de sábado. O sábado é um memorial divino no tempo. Ele nos lembra de que Deus é o nosso Criador. Sendo que a razão apresentada para santificarmos o sétimo dia da semana é o fato de que Deus criou todas as coisas em seis dias literais.