Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais e das Comunidades Aquáticas na Usina Hidrelétrica São Domingos MS
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- Patrícia Domingues Pedroso
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1 Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais na Usina Hidrelétrica São Domingos MS RELATÓRIO TÉCNICO CONCLUSIVO 12ª CAMPANHA PÓS-ENCHIMENTO DO RESERVATÓRIO Municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo Dezembro/2014
2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO OBJETIVOS METODOLOGIAS DE TRABALHO ÁREA DE ESTUDO LOCALIZAÇÃO E DESCRIÇÃO DAS ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM METODOLOGIA DE AMOSTRAGEM METODOLOGIA DE LABORATÓRIO RESULTADOS E DISCUSSÃO VARIÁVEIS DE CAMPO VARIÁVEIS DE LABORATÓRIO VARIÁVEIS ABIÓTICAS DADOS BIÓTICOS Índice de Coliformes Comunidade Fitoplanctônica Comunidade Zooplanctônica ÍNDICE DE QUALIDADE DA ÁGUA (IQA) E ÍNDICE DE ESTADO TRÓFICO (IET) ANÁLISE COMPARATIVA DOS DADOS OBTIDOS ANTES DO ENCHIMENTO DO RESERVATÓRIO COM OS DADOS DO ENCHIMENTO CONCLUSÃO SUGESTÕES DE MONITORAMENTO FUTUROS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELO RELATÓRIO ANEXOS
3 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Mapa da Rede de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais e Comunidades Aquáticas Figura 2 Pontos de monitoramento na UHE São Domingos. A=RSD4, B=RV6, C=RV7, D=RSD Figura 3 Aferição de parâmetros com utilização de sonda Figura 4 Medição da transparência utilizando Secchi Figura 5 Coleta de fitoplâncton e zooplâncton Figura 6 Valores de Temperatura da água Figura 7 - Valores de Oxigênio Dissolvido Figura 8 - Valores de ph Figura 9 - Valores de Condutividade Elétrica Figura 10 - Valores de Turbidez Figura 11 - Valores de Transparência Figura 12 - Valores de sólidos totais Figura 13 - Valores de sólidos totais dissolvidos Figura 14 - Valores de Demanda Bioquímica de Oxigênio Figura 15 -Valores de Cor verdadeira Figura 16 - Valores de Alcalinidade total Figura 17 - Valores de Fósforo total Figura 18 -Índices de coliformes termotolerantes Figura 19 - Riqueza registrada para o fitoplâncton Figura 20 - Abundância relativa da comunidade do fitoplâncton Figura 21 - Riqueza registrada para o zooplâncton Figura 22 -Abundância relativa da comunidade do zooplâncton Figura 23 - Abundância relativa de macroinvertebrados bentônicos Figura 24 - Representação do IQA (índice de qualidade da água)
4 LISTA DE QUADROS Quadro 1-Localização das estações de amostragem Quadro 2 Parâmetros analisados, método de análise e preservação das amostras Quadro 3 - Classificação do Estado Trófico segundo o Índice de Calrson modificado Quadro 4 - Classificação do Índice de Qualidade da Água Quadro 5 - Valores de IET LISTA DE TABELAS Tabela I - Dados obtidos em campo na 12ª campanha (dezembro/14) pós-enchimento do reservatório Tabela II - Resultados obtidos em superfície na 12ª campanha - dezembro de Tabela III - Resultados dos pontos de reservatório realizados em superfície, meio e fundo Tabela IV - Densidade (ind./ml) dos táxons do fitoplâncton registrados no ambiente de estudo, apresentando os organismos dominantes (vermelho) e abundantes (azul) Tabela V - Densidade (ind./ml) dos táxons do zooplâncton registrados no ambiente de estudo, apresentando os organismos dominantes (vermelho) e abundantes (azul) Tabela VI - Densidade (ind/ml) dos táxons do zoobenton nos pontos amostrados Tabela VII - Resultados de IQA
5 1. INTRODUÇÃO Este Relatório apresenta os dados da campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais e das comunidades aquáticas na área de influência da UHE São Domingos, realizada no mês de dezembro de 2014 (dias) que corresponde à fase pós-enchimento do reservatório. Foram realizadas 12 (doze) campanhas na fase pós-enchimento, quatro campanhas de monitoramento na fase enchimento e quatro campanhas na fase rio, sendoque as duas primeiras da fase rio (realizadas em novembro de 2010 e fevereiro de 2011) não foram realizadas pela Conagua Ambiental. As atividades fazem parte dos Programas Monitoramento das Águas Superficiais e Monitoramento das Comunidades Aquáticas, da UHE São Domingos que são parte integrante do Projeto Básico Ambiental PBA da Usina. TUNDISI et al. (2008) esclarecem que barramentos de rios construídos pelo homem, são sistemas aquáticos artificiais que apresentam características muito diferentes de lagos e interferem nas bacias hidrográficas e nos ciclos hidrológicos. Dentre estas diferenças, se destaca a presença de gradientes longitudinais bem característicos e acentuados, nos quais se distinguem três regiões: Região sob influência de rios tributários; Região de transição funcionando como um intermediário entre rio e lago; Região de caráter mais lacustre, sujeita às ações da abertura do vertedouro e das turbinas. As regiões descritas por TUNDISI et al. (2008) criam uma dinâmica no ecossistema aquático, proporcionando a formação de padrões de comportamento local e espacial que caracterizam os ambientes. Como instrumentos para descrição, acompanhamento e conhecimento da dinâmica do ambiente aquático e suas interações entre as variáveis bióticas e abióticas, foram estudados - 5 -
6 alguns aspectos físico-químicos da água e parâmetros biológicos, bem como o fitoplâncton, o zooplâncton e macroinvertebrados bentônicos. A Usina Hidrelétrica de São Domingos (UHSD) é o primeiro empreendimento da Eletrosul, na área de geração de energia no Mato Grosso Sul desde 1980, ano em que a empresa iniciou as atividades no Estado, direcionadas para a transmissão de energia em alta tensão. A Usina Hidrelétrica São Domingos tem potência instalada de 48 MW e energia assegurada de 36,9 MW médios. Com esta potência é capaz de gerar anualmente 323,25 GWh, e segundo cálculos da empresa, a energia assegurada de 36,9 MW, é capaz de alimentar uma cidade de até 210 mil domicílios ou, atender em média, 700 mil pessoas. A UHE SD é uma usina com característica de fio d água, ou seja, seu reservatório tem somente a função de manter o desnível necessário para a geração de energia. A usina é constituída de uma barragem que utiliza um canal de adução para conduzir a água até a casa de força, de forma a aproveitar a queda natural do rio Verde. 2. OBJETIVOS Monitorar os padrões limnológicos do rio São Domingos, rio Verde e ribeirão Tamanduá na área de influência direta do empreendimento durante a implantação do mesmo; Monitorar a qualidade da água e os ecossistemas aquáticos após o enchimento do reservatório, avaliando a reestruturação dos padrões ecológicos gerada pela formação do reservatório; Fornecer subsídios para a tomada de decisão sobre o uso da água e desenvolvimento sustentável do futuro reservatório
7 3. METODOLOGIAS DE TRABALHO 3.1. ÁREA DE ESTUDO Localizada a 205 quilômetros da cidade de Campo Grande, a Usina Hidrelétrica de São Domingos está instalada na confluência dos rios Verde e São Domingos, na divisa dos municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo (região leste do MS), com acesso pela BR-262, em Água Clara. A sub-bacia do rio Verde situa-se no quadrante centro-nordeste do estado de Mato Grosso do Sul, abrangendo parcelas do território de quatro municípios, Ribas do Rio Pardo e Camapuã pela margem direita, Água Clara e Costa Rica pela esquerda. A drenagem da sub-bacia é comandada pelo rio Verde e pelo São Domingos, seu principal tributário. O rio Verde tem suas cabeceiras situadas a cerca de 980 m de altitude no reverso da cuesta, conhecida regionalmente como Serra das Araras, e que constitui a borda setentrional da Bacia Sedimentar do Paraná. Após um percurso de aproximadamente 220 km, desemboca no rio Paraná cerca de 50 km a jusante da cidade de Três Lagoas. Seu afluente principal, o rio São Domingos, na margem esquerda, nasce mais a sul (ENGEVIX, 2001) LOCALIZAÇÃO E DESCRIÇÃO DAS ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM A rede de monitoramento da qualidade da água e das comunidades aquáticas é composta por sete (7) estações de amostragem que estão apresentadas no Quadro 1 a seguir. Em todos os pontos de amostragem foram realizadas coletas para análise da qualidade da água e comunidades aquáticas
8 Quadro 1-Localização das estações de amostragem. Ponto Código Localização Coordenadas (Datum SAD 69) 1 RSD 1 Rio São Domingos, curso médio, nas cachoeiras situadas a jusante do ribeirão Nascente W S 2 RSD 2 Rio São Domingos próximo a foz W S 3 RV 3 Rio Verde imediatamente a montante da área prevista do reservatório da UHE São Domingos W S 4 RV 4 Rio Verde a montante da cachoeira Branca nas proximidades da cachoeira Preta (a jusante da confluência com o ribeirão Araras) W S 5 RTM 5 Ribeirão Tamanduá próximo a foz com o rio Verde, aproximadamente 600 metros da foz do rio Verde W S 6 RV 6 Rio Verde imediatamente após a cachoeira Branca (a jusante do barramento) W S 7 RV 7 Rio Verde região de várzea situada entre os córregos Ferreira e Barreirinho, a jusante da cidade de Água Clara (a jusante da UHE São Domingos) W S Os novos ambientes criados com o represamento da água resultaram no aparecimento de novas comunidades e inúmeras interações. Os pontos RSD 02 e RV 04 são pontos de reservatório (lênticos). Os pontos RSD1 e RV3 são considerados ambientes de transição, situados a montante do reservatório. Já o ponto RTM5 está localizado no rio Tamanduá, um afluente do rio Verde. Os pontos RV6 e RV7 são ambientes fluviais (lóticos) e estão localizados a jusante da barragem, estando o ponto RV 06, próximo, e o ponto RV 07 distante da barragem
9 A Figura 1 a seguir representa a localização das estações de amostragem (Anexo I Mapa de localização das estações). Figura 1 Mapa da Rede de Monitoramento da Qualidade das ÁguasSuperficiais e Comunidades Aquáticas. As mesmas estações de amostragem foram adotadas em todas as fases do empreendimento (fase de implantação, enchimento e operação da Usina), buscando uma análise comparativa entre os valores levantados com as fases do empreendimento. Seguem abaixo registros fotográficos dos pontos amostrais
10 A B C D Figura 2 Pontos de monitoramento na UHE São Domingos. A=RSD4, B=RV6, C=RV7, D=RSD METODOLOGIA DE AMOSTRAGEM A amostragem foi realizada conforme Instrução Normativa Interna IT (Plano de amostragem de água e efluentes - para as amostras físico-químicas e microbiológicas). As amostras para análises físico-químicas foram coletadas em frascos de polietileno e/ou em vidro de borossilicato conforme o tipo de parâmetro a ser determinado. Para as amostras destinadas ao exame bacteriológico foram utilizados materiais estéreis. As amostras foram devidamente preservadas e acondicionadas em gelo embalado em sacos plásticos e transportadas em baixa temperatura até o laboratório para análises seguindo
11 recomendações das NORMAS TÉCNICAS: NBR9897 e NBR9898 corroborando ao preconizado no Standard Methods for Examination of Water and Wastewater, AWWA/APHA, 22ª ed. (2012), tendo-se o cuidado de obedecer ao tempo decorrido entre a coleta e análise da amostra. Em campo foram realizadas as seguintes análises: oxigênio dissolvido, ph, condutividade elétrica e turbidez utilizando sonda multiparamétrica HORIBA (Figura 9). Foram aferidas também as temperaturas ambiente e da água. Figura 3 Aferição de parâmetros com utilização de sonda. A profundidade da extinção da luz visível foi obtida através do disco de Secchi, cujo valor medido permite estimar a transparência da água (Figura 4)
12 Figura 4 Medição da transparência utilizando Secchi. As amostras destinadas à análise qualitativa do fitoplâncton foram obtidas mediante uso de rede com malha de abertura de 20 µm. Para a coleta a rede foi passada várias vezes na zona eufótica. O número de passadas foi registrado em cada amostragem e definido, a partir deste, o volume amostrado. A amostra também foi fixada com lugol acético. Amostras quantitativas de fitoplâncton foram obtidas com um frasco de vidro âmbar, com volume de 1000 ml, por meio de amostragem na superfície, obedecendo a orientação do disco de Secchi, considerando a zona eufótica da coluna d água. A amostra foi fixada com solução de lugol acético. As amostras de zooplâncton foram coletadas passando a rede várias vezes na zona eufótica, cujo número de passadas foi registrado em cada amostragem e definido, a partir deste, o volume amostrado (Figura 5). Foi utilizada a rede de malha de 50 μm a fim de capturar os organismos menores, e em seguida, a amostra foi fixada com formol 5%. De acordo com CETESB (2000), quando o método quantitativo utilizado é a análise da densidade de organismos, ele fornece também a informação qualitativa
13 Figura 5 Coleta de fitoplâncton e zooplâncton. As amostras para determinação de macroinvertebrados bentônicos foram coletadas com auxílio de um amostrador tipo Surber, onde foram coletadas subamostras totalizando aproximadamente 0,5m 2 por ponto de coleta, acondicionadas em frascos plásticos e preservadas com formol a 4% METODOLOGIA DE LABORATÓRIO As amostras foram analisadas seguindo as instruções da IT (Plano de amostragem de águas e efluentes), instrução interna de trabalho da Conagua, e em conformidade com os procedimentos recomendados no Standard Methods for Examination of Water and Wastewater, AWWA/APHA-22ª ed. (2012), desta forma obedecendo aos padrões de qualidade analítica e certificações da CONAGUA Ambiental. Foram avaliados os parâmetros ambientais apresentados no Quadro 2. Quadro 2 Parâmetros analisados, método de análise e preservação das amostras. PARÂMETROS MÉTODO ANALÍTICO PRESERVAÇÃO DA AMOSTRA ÁGUAS SUPERFICIAIS Temperatura da Água Termômetro de mercúrio Análise em campo Alcalinidade total Titulometria Análise em campo
14 Coliformes totais e Coliformes Fecais PARÂMETROS MÉTODO ANALÍTICO PRESERVAÇÃO DA AMOSTRA Teste substrato enzimático cromogênico e fluorogênico Refrigeração < 10ºC Condutividade Potenciometria Análise em campo Cor verdadeira Comparação visual Refrigeração a 4ºC DBO 5,20 Teste DBO 5 dias Refrigeração a 4ºC Fósforo total Cloreto Estanhoso - Espectrofotométrico Adição de H 2SO 4 até ph<2 e refrigeração a 4ºC Fosfato Ácido Ascórbico - Espectrofotométrico Adição de H 2SO 4 até ph<2e refrigeração a 4ºC Ortofosfato Ácido Ascórbico - Espectrofotométrico Adição de H 2SO 4 até ph<2e refrigeração a 4ºC Nitrato Redução de Cádmio Refrigeração a 4ºC Nitrito Colorimétrico Refrigeração a 4ºC Nitrogênio amoniacal total Macro-Kjeldhal/Destilação/Nesslerização Adição de H 2SO 4 até ph<2 e refrigeração a 4ºC Nitrogênio totalkjeldahl Macro- Adição de H 2SO 4 até Kjeldhal/Digestão/Destilação/Nesslerização ph<2 e refrigeração a 4ºC Oxigênio dissolvido Sonda de Oxigênio Dissolvido Determinação em campo ph Potenciométrico Determinação em campo Sólidos dissolvidos totais SMWW 2540 C 22st ed Refrigeração a 4ºC Sólidos sedimentáveis totais SMWW 2540 D 22st ed Refrigeração a 4ºC Sólidos totais SMWW 2540 B 22st ed Refrigeração a 4ºC Turbidez Nefelométrico Refrigeração a 4ºC Transparência Secchi (m) Disco de Secchi Determinação em campo COMUNIDADES AQUÁTICAS Zooplâncton Fitoplâncton Bentos Clorofilaa Filtração de volume conhecido em rede de 20 a 60 μm e preservado em formol 4% Filtração de volume conhecido em rede de 20 μm e preservado em lugol Coleta com amostradorsurber e preservados em formol 4%. Filtração de volume conhecido de água em filtro de fibra de vidro 1µm de poro, e extração em metanol pelo Método de Nush 25 ml de formaldeído neutralizado 40% em 250 ml de amostra Temperatura de 4ºC, protegida da luz e apenas 2/3 do volume do frasco contendo amostra Refrigeração, sacos plásticos resistentes Refrigeração a 4ºC, protegida da luz e ácidos com 1 ml de solução de carbonato de magnésio Ressalta-se que conforme mencionado anteriormente foram analisados em campo os parâmetros Oxigênio Dissolvido, ph, Condutividade Elétrica, Temperatura ambiente, Temperatura da água e Transparência. Os resultados foram avaliados segundo recomendações da Resolução CONAMA Nº 357 de 17 de Março de 2005, artigo 15 que enquadra os mananciais em classes
15 Para a determinação do índice de coliformes totais e bactérias termotolerantes foi adotada a técnica dos tubos múltiplos, NMP/100 ml em que a faixa de detecção é 1,8, sendo (menor que) < 1,8 correspondente ao valor de expressão para ausência de bactérias na amostra examinada. Para determinação do nível trófico, o índice adotado será o índice clássico introduzido por CALRSON modificado por LAMPARELLI (2004) adotado pela CETESB que, através de método estatístico baseado em regressão linear, alterou as expressões originais para adequá-la a ambientes subtropicais. Este índice utiliza três avaliações de estado trófico em função dos valores obtidos para as variáveis: transparência (disco de Secchi), clorofila a e fósforo total. Das três variáveis citadas para o cálculo do IET foram aplicadas neste relatório apenas duas: clorofila a e fósforo total, uma vez que os valores de transparência muitas vezes não são representativos do estado de trofia, pois esta pode ser afetada pela elevada turbidez decorrente de material mineral em suspensão e não apenas pela densidade de organismos planctônicos. Se não houver resultados para o fósforo total ou para a clorofila a, o índice será calculado com a variável disponível e considerado equivalente ao IET (Quadro 3). Nesse índice, os resultados correspondentes ao fósforo, IET(P), devem ser entendidos como uma medida do potencial de eutrofização, já que este nutriente atua como o agente causador do processo. A avaliação correspondente à clorofila a, IET (CL), por sua vez, deve ser considerada como uma medida da resposta do corpo hídrico ao agente causador, indicando de forma adequada o nível de crescimento de algas que tem lugar em suas águas. Assim, o índice médio engloba, de forma satisfatória, a causa e o efeito do processo. Quadro 3 - Classificação do Estado Trófico segundo o Índice de Calrson modificado. Categoria estado trófico Ponderação Ultraoligotrófico IET 47 P 13 CL 0,74 Oligotrófico 47 < IET 52 13< P 35 0,74 < CL 1,31 Mesotrófico 52 < IET < P 137 1,31 < CL 2,96 Eutrófico 59 < IET < P 296 2,96 < CL 4,70 Supereutrófico 63 < IET < P 640 4,70 < CL 7,46 Hipereutrófico IET> < P 7,46 < CL Fonte: TUNDISI et al. (2009) P-total - P Clorofila a
16 Os dados obtidos com as amostras foram usados como subsídios para o cálculo do IQA, que se apresentou como importante ferramenta empregada na avaliação da qualidade da água de rios, córregos e lagos. Segundo CETESB (2011), o IQA é calculado pelo produtório ponderado das qualidades de água correspondentes aos parâmetros: temperatura da amostra, ph, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio (5 dias, 20ºC), coliformes termotolerantes, nitrogênio total, fósforo total, resíduo total (sólido total) e turbidez. A seguinte fórmula foi utilizada: Onde: IQA: Índice de qualidade das Águas, um número entre 0 e 100; qi: qualidade do i-ésimo parâmetro, um número entre 0 e 100, obtido da respectiva "curva média de variação de qualidade", em função de sua concentração ou medida, e wi: peso correspondente ao i-ésimo parâmetro, um número entre 0 e 1, atribuído em função da sua importância para a conformação global de qualidade, sendo que: em que: n: número de parâmetros que entram no cálculo do IQA. Na ausência de valor de algum dos 9 parâmetros, o cálculo do IQA é inviabilizado. A partir do cálculo efetuado do IQA, pode-se determinar a qualidade das águas brutas, variando numa escala de 0 a 100, conforme quadro a seguir (Quadro 4)
17 Quadro 4 - Classificação do Índice de Qualidade da Água. IQA - Parâmetros Categoria Ponderação Ótima 79 <IQA 100 Boa 51 < IQA 79 Regular 36 < IQA 51 Ruim 19 < IQA 36 Péssima IQA 19 Fonte: CETESB (2011). Com relação às amostras de fitoplâncton total, estas foram quantificadas através de microscópio invertido marca Zeiss modelo Axiovert, utilizando aumento de 400 vezes, de acordo com o método de Utermöl (UTERMÖL, BIBLIOGRAFIA). A contagem foi realizada em campos distribuídos aleatoriamente (UHELINGER, BIBLIOGRAFIA), sendo sorteadas abscissas e ordenadas a cada novo campo. A quantificação dos organismos (cenóbios, colônias, filamentos e células) foi avaliada até alcançar 100 indivíduos da espécie mais frequente. Quando este procedimento foi impossível de ser realizado em função da quantidade dos indivíduos não atingir o número esperado, foram contadas as algas de tantos campos aleatórios quantos foram necessários até estabilizar o número de espécies, aumentando assim o limite de confiança. O índice de diversidade Shannon foi calculado através do programa estatístico Biodiversity Professional (1997). H ' = S i= 1 ( pi) log( pi) Onde: H = índice de diversidade de Shannon; pi = probabilidade de ocorrência da espécie i na amostra; As amostras de zooplâncton foram quantificadas de acordo como o método do Manual da CETESB/2000, em microscópio invertido Zeiss modelo Axiovert 25 a 400 aumentos. Para
18 cada amostra, um volume conhecido foi filtrado em uma rede de plâncton de 20 µm de abertura de malha. Os resultados foram expressos em número de organismos por unidade de volume, considerando a quantidade de água filtrada durante a coleta do zooplâncton. Para análise e identificação dos zoobentons, o material coletado foi inicialmente flotado em uma solução de glicose (açúcar cristal) a 120%, sendo o sedimento retido em rede de malha 250 µm, imediatamente fixado em álcool 70%. Posteriormente, uma fração fixa do volume total da amostra (BRANDIMARTE et al., 2004) foi depositada em placa de Petri e os organismos separados do sedimento com pinça entomológica, utilizando um microscópio estereoscópico, no aumento de 7x, sendo utilizado para a identificação em nível de família quando possível, chave taxonômica de MERRITT & CUMMINS, (1996) e PEIXINHO et al. (1999). Para a análise de abundância relativa e dominância dos macroinvertebrados utilizou-se os critérios de LOBO & LEIGHTON (1986). Alguns índices são empregados na avaliação de macroinvertebrados. A riqueza de táxon é representada pelo número de organismos encontrados (PEREIRA& HENRIQUE, 1996). 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os Relatórios de Ensaios, que contemplam todos os resultados de qualidade da água e os resultados limnológicos encontram-se no Anexo II deste documento VARIÁVEIS DE CAMPO Os dados de campo obtidos durante a campanha estão registrados na Tabela I a seguir
19 Tabela I - Dados obtidos em campo na 12ª campanha (dezembro/14) pós-enchimento do reservatório. Pontos Oxigênio Dissolvido (mg/l O 2) ph Condutividade (µs/cm) Temp. ambiente C Temp. água C Disco de Secchi (m) Turbidez (NTU) RSD1 7,25 7,74 24,6 28,6 28,8 0,90 9,06 RSD2 7,1 7,65 14,27 28,6 28,8 0,83 13,3 RV3 7,4 7,52 26,5 29,0 28,0 0,92 13,1 RV4 7,53 7,85 26,4 29,7 29,0 0,80 16,4 RTM5 7,26 7,56 24,3 26,5 26,8 Fundo 7,5 RV6 8,22 7,68 23,3 27,0 27,2 0,65 22,5 RV7 7,37 7,7 23,9 27,0 27,1 0,50 16,1 A temperatura do ar demonstrou variações sazonais, com média de 28,05 ºC. O tempo esteve nublado em grande parte do período de coletas, sendo registradas chuvas fracas a médias. O mês de dezembro é considerado um mês chuvoso, com registro de elevadas precipitações. A temperatura média das águas foi de 27,95ºC. A temperatura desempenha um papel principal de controle no meio aquático, condicionando as influências de uma série de variáveis físico-químicas, porém pode variar durante o dia. A Figura 6 apresenta os valores da temperatura da água medidos durante o monitoramento realizado na UHE São Domingos. Segundo BRANCO (1978), os rios podem ser classificados quanto à temperatura de suas águas. Sendo este um importante fator ecológico, tanto pela influência direta que pode exercer sobre vários tipos de organismos, como pela relação existente entre eles e o teor de gases dissolvidos
20 ,8 28, ,8 27,2 27, C RSD1 RSD2 RV3 RV4 RTM5 RV6 RV7 Figura 6 Valores de Temperatura da água. Em relação ao oxigênio dissolvido, suas principais fontes para a água são a atmosfera e a fotossíntese, devendo-se as perdas à decomposição de matéria orgânica (oxidação), difusão para a atmosfera, respiração dos organismos aquáticos e oxidação de íons metálicos (ESTEVES, 1998). O oxigênio esteve bastante elevado nos pontos da UHE São Domingos no mês de dezembro de O ponto RV6 apresentou o maior valor de oxigênio (8,22), ponto localizado a jusante da barragem. Todos os pontos monitorados atenderam a recomendação da Resolução CONAMA 357/05, estando acima de 5 mg/l O2 (Figura 7). De acordo com ROLLA et al. (2009), teores de oxigênio >3mg/L O2 já são suficientes para manter a comunidade de peixes em condições adequadas de sobrevivência
21 9 8,22 8 7,25 7,4 7,53 7,37 mg/l O ,1 7,26 12ª campanha dez/14 CONAMA 357/05 4 RSD1 RSD2 RV3 RV4 RTM5 RV6 RV7 Figura 7 - Valores de Oxigênio Dissolvido. O ph mostrou médiade 7,67 e apresentou valores neutros, estando entre 7,52 (RV3) e7,85 (RV4). Todos os resultados atenderam ao recomendado na legislação, estando entre 6 e 9, conforme apresentado na Figura 8. O ph pode em determinadas condições, contribuir para a precipitação de elementos químicos tóxicos como metais pesados; em outras condições podem exercer efeitos sobre a solubilidade de nutrientes na água (CETESB, 2010). 9,5 9 8,5 6 a9 8 7,5 7 6,5 6 12ª campanha dez/14 CONAMA 357/05 5,5 RSD1 RSD2 RV3 RV4 RTM5 RV6 RV7 Figura 8 - Valores de ph
22 A condutividade pode fornecer indicação das modificações na composição de uma água, especialmente na sua concentração mineral. A condutividade elétrica nas campanhas esteve baixa (< 50 µs/cm) (Figura 9), demonstrando baixa concentração de sais nas águas. O maior registro foi 26,5 µs/cm no ponto RV3. A legislação não faz referência a esse parâmetro, e, portanto, não há limites recomendados. µs/cm ,6 26,5 26,4 24,3 23,3 23,9 14,27 RSD1 RSD2 RV3 RV4 RTM5 RV6 RV7 Figura 9 - Valores de Condutividade Elétrica. Segundo CETESB (2010), a turbidez é o grau de atenuação de intensidade que um feixe de luz sofre ao atravessar a água, e esse valor pode ser influenciado por vários fatores, tais como presença de sólidos em suspensão, partículas inorgânicas (areia, silte, argila) e de detritos orgânicos, algas e bactérias, plâncton em geral, etc. A turbidez esteve baixa em todos os pontos, conforme apresenta a Figura
23 NTU RSD1 RSD2 RV3 RV4 RTM5 RV6 RV7 12ª campanha dez/14 CONAMA 357/05 Figura 10 - Valores de Turbidez. A transparência, medida pelo disco de Secchi, é função essencialmente da reflexão da luz na superfície do corpo d água sendo, por isso, influenciada pelas características das águas e dos constituintes da matéria orgânica nela dissolvida ou em suspensão (WETZEL, 1993 apud BARBOSA et al, 2006). Essa medida tem maior significado em lagos e represas, já que águas turvas nestes ambientes podem reduzir a penetração da luz, prejudicando assim, a fotossíntese. No ponto RTM5 o disco de secchi sempre atinge o fundo, onde a água é bem rasa. Nos outros pontos a transparência variou de 0,5 m (RV7) a 0,92 m (RV3) (Figura 11). A transparência esteve baixa, o que tem relação com as chuvas que caíram na região no período das coletas, corroborando a elevada cor registrada nos pontos amostrais
24 RSD1 RSD2 RV3 RV4 RTM5 RV6 RV7 0,9 0,83 0,92 0,8 0,65 Metros 0,4 0,5 Figura 11 - Valores de Transparência VARIÁVEIS DE LABORATÓRIO Na Tabela II a seguir estão apresentados os resultados obtidos em superfície na 12ª (décima segunda) campanha pós-enchimento realizada no mês de dezembro de
25 Tabela II - Resultados obtidos em superfície na 12ª campanha - dezembro de PONTOS PARÂMETROS Ponto RSD1 Ponto RSD2 Ponto RV3 Ponto RV4 Ponto RTM5 Ponto RV6 Ponto RV7 CONAMA 357/05 (VMP) Alcalinidade Total 13,5 10,0 12,5 12,5 15,0 13,5 11,5 NR Clorofila a < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 30,0 Cor Verdadeira 58,0 69,0 75,0 72,0 50,0 131,0 90,0 75,0 Cloretos < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 1,0 250,0 DBO 5 a 20 C 2,3 0,3 0,4 0,3 1,5 1,8 1,6 5,0 Fósforo Total 0,033 0,03 0,025 0,025 0,027 0,04 0,033 0,1 (a) Fosfato Total 0,1 0,091 0,076 0,076 0,082 0,122 0,101 NR Nitratos 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 <0,01 0,1 10,0 Nitritos 0,016 0,007 <0,001 0,011 <0,001 <0,001 <0,001 1,0 Nitrogênio Amoniacal <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 0,5 a 3,7 (b) Nitrogênio total kjeldahl < 0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,01 NR Ortofosfato 0,02 0,029 0,022 0,02 0,027 0,027 0,016 NR Sólidos Totais 19,0 12,0 19,0 21,0 19,0 15,0 16,0 NR Sólidos Totais Dissolvidos 13,53 7,84 14,57 14,52 13,36 12,81 13,14 500,0 Sólidos Sedimentáveis <0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 NR Coliformes Totais 2,0x10 3 6,97x10 2 6,97x10 2 8,85x10 2 2,0x10 3 2,0x10 3 2,0x10 3 NR Coliformes Termotolerantes 2,54x10 2 1,0x10 3,1x10 6,4x10 4,53x10 2 1,0x10 1,24x10 2 1,0x10 3 Legenda NR: Não regulamentado; VMP: Valor máximo permitido; (a): Até 0,1 mg/l para ambientes lóticos, até 0,03 mg/l para ambientes lênticos, e até 0,05 mg/l em ambientes intermediários e tributários diretos de ambientes lênticos. (b): 3,7mg/L N para ph 7,5; 2,0 mg/l N para 7,5 < ph 8,0; 1,0 mg/l N para 8,0 < ph 8,5; 0,5 mg/l N para ph > 8,
26 A Tabela III a seguir apresenta os resultados em profundidade nos pontos de reservatório RSD2 e RV4. Tabela III - Resultados dos pontos de reservatório realizados em superfície, meio e fundo. PARÂMETROS RSD2 RV4 SUPERFÍCIE MEIO FUNDO SUPERFÍCIE MEIO FUNDO (0,20 m) (12 m) (25 m) (0,20 m) (9 m) (17 m) Alcalinidade total 10,0 15,0 10,0 12,5 15,0 13,5 Cloretos < LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ Cor verdadeira 69,0 80,0 312,0 72,0 93,0 176,0 Condutividade 14,27 23,3 24,0 26,4 26,8 24,7 Demanda Bioquímica de Oxigênio 0,3 0,2 1,0 0,3 1,1 0,3 Fósforo total 0,03 0,035 0,132 0,025 0,048 0,219 Fosfato total 0,091 0,105 0,396 0,076 0,145 0,671 Nitrato 0,1 < 0,01 0,1 0,1 0,1 0,3 Nitrito 0,007 0,013 0,002 0,011 < 0,001 0,041 Nitrogênio amoniacal < 0,01 < 0,01 < 0,01 < 0,01 < 0,01 < 0,01 Nitrogênio total < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 <0,01 <0,01 Ortofosfato 0,029 0,026 0,091 0,02 0,04 0,126 Oxigênio dissolvido 7,1 7,04 6,78 7,53 7,12 7,14 ph 7,65 7,64 7,81 7,85 7,72 7,58 Sólidos sedimentáveis < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 0,9 Sólidos totais 12,0 16,0 15,0 21,0 17,0 36,0 Sólidos totais dissolvidos 7,84 12,81 13,2 14,52 14,74 13,58 Turbidez 13,3 12,9 100,0 16,4 31,8 156,0 Coliformes totais 6,97x10 2 1,184x10 3 1,091x10 3 8,85x10 2 2,0x10 3 1,445x10 3 Coliformes fecais 1,0x10 6,4x10 1,64x10 2 6,4x10 9,9x10 1,37x10 2 O fósforo total esteve elevado no meio e fundo dos pontos de reservatório em dezembro de A cor também se mostrou elevada no fundo. A carga orgânica, representada pela DBO esteve baixa. A turbidez apresentou valores elevados no fundo, porém somente no RV4 ultrapassou o recomendado pela legislação. Os valores de coliformes estiveram baixos, sendo mais elevados no fundo. Houve registro de sólidos sedimentáveis no fundo do RV4. O oxigênio dissolvido não apresentou perfil vertical, alterando pouco conforme o aumento da profundidade
27 4.3. VARIÁVEIS ABIÓTICAS A seguir serão discutidos os resultados dos parâmetros realizados em laboratório monitorados nessa fase pós-enchimento do reservatório. Segundo TUCCI (2008), a bacia hidrográfica, naturalmente, produz uma quantidade de sedimentos transportada pelos rios em razão das funções naturais do ciclo hidrológico, porém quando ocorre modificação da cobertura da bacia (retirada da cobertura vegetal), o solo fica desprotegido e a erosão e produção de sedimentos aumentam. Os sólidos em geral, são compostos por argila, areia, matéria orgânica, sais minerais e metais. Os sólidos sedimentáveis não foram significantes. Eles evidenciam a capacidade de sedimentação de sólidos em reservatórios. A resolução CONAMA 357/05 não faz referência a esse parâmetro. Os sólidos totais foram pouco expressivos, conforme verificamos na Figura 12. Não há limite legal para os sólidos totais mg/l RSD1 RSD2 RV3 RV4 RTM5 RV6 RV7 Figura 12 - Valores de sólidos totais
28 Os sólidos totais dissolvidos também foram pouco expressivos, sendo que estes se referem à concentração de íons dissolvidos presentes nas águas. Os sólidos totais dissolvidos estiveram dentro do recomendado na Resolução CONAMA 357/05 (<500 mg/l), sendo o maior registro de 14,57 mg/l no ponto RV3 (Figura 13) ,53 14,57 14,52 13,36 12,81 13,14 12 mg/l , RSD1 RSD2 RV3 RV4 RTM5 RV6 RV7 Figura 13 - Valores de sólidos totais dissolvidos. A carga orgânica, expressa pela DBO, durante o período monitorado esteve baixa. O maior valor encontrado foi no RSD1 (2,3) e atendeu a Resolução CONAMA 357/05(< 5,0 mg/l O2 em ambientes Classe II). Os resultados das análises de DBO estão representados na Figura 14 a seguir
29 6 mg/l O ª campanha dez/14 CONAMA 357/ RSD1 RSD2 RV3 RV4 RTM5 RV6 RV7 Figura 14 - Valores de Demanda Bioquímica de Oxigênio. A cor nas águas naturais, geralmente é devida a produtos de decomposição de matéria orgânica do próprio manancial ou do húmus dos solos adjacentes e também por atividades humanas, tais como: irrigação de terras destinadas à agricultura, dragagens de areia, queima de matas, etc. (BRANCO, 1978). A cor é responsável pela coloração da água, resulta da existência de sólidos dissolvidos, pode ser causada pelo ferro ou manganês, pela decomposição da matéria orgânica da água. Quando de origem natural, não apresenta risco a saúde, e de origem industrial, pode ou não apresentar toxicidade (VON SPERLING, 1996; BRANCO, 1978). A cor verdadeira não atendeu a legislação nos pontos RV6 e RV7. A Resolução CONAMA 357/05 determina limite máximo de 75 mg Pt/L (Figura 15). Foram registradas chuvas fracas a médias durante as coletas, explicando o aumento da cor verdadeira em todos os pontos
30 mg/l Pt RSD1 RSD2 RV3 RV4 RTM5 RV6 RV7 12ª campanha dez/14 CONAMA 357/05 Figura 15 - Valores de Cor verdadeira. A alcalinidade, conforme CETESB (1973) é uma propriedade que indica a capacidade de neutralização de substâncias ácidas ou básicas pelos ecossistemas aquáticos. A Figura 16 ilustra os valores de alcalinidade. Os valores encontrados durante as campanhas em todos os corpos d água estudados foram baixos (<50 mg/l de CaCO3) , ,5 12, ,5 11,5 mg/l CaCO3 5 0 RSD1 RSD2 RV3 RV4 RTM5 RV6 RV7 Figura 16 - Valores de Alcalinidade total
31 A avaliação correspondente à clorofila a deve ser considerada como a resposta do corpo hídrico ao excesso de nutrientes disponíveis nas cadeias primárias, indicando o exponencial de crescimento da comunidade planctônica e fornecendo também uma noção do estado trófico do meio (CARLSON, 1977). A clorofila a não foi registrada nos pontos de monitoramento. Isso demonstra baixa disponibilidade de nutrientes distribuídos ao longo da coluna d água. A legislação recomenda que esses valores para clorofila não ultrapassem 30 µg/l. A liberação do fosfato orgânico, a partir de matéria orgânica é catalisada por enzimas denominadas fosfatases, produzidas principalmente por bactérias. Algumas bactérias e fungos produzem fitase, que pode ter grande importância na ciclagem do fosfato como um todo. Esta enzima atua sobre o hexafosfato de inisidol (ácido fítico), liberando ortofosfato (hexafosfato de inisidol + 6 H2O = fitaseinositol + 6 PO4 3+ ). O fósforo total atendeu ao recomendadopelo CONAMA 357/05 CLASSE II (0,1 mg/l para ambientes lóticos, 0,03 mg/l para ambientes lênticos e 0,05 mg/l para ambientes intermediários) em todos os pontos. A Figura 17 representa os valores de fósforo registrados durante o monitoramento. 0,12 0,1 mg/l P 0,08 0,06 0,04 12ª campanha dez/14 CONAMA 357/05 0,02 0 RSD1 RSD2 RV3 RV4 RTM5 RV6 RV7 Figura 17 - Valores de Fósforo total
32 O fósforo deve ser entendido como uma medida do potencial de eutrofização, já que este nutriente atua como o agente limitante da produção primária de ecossistemas aquáticos continentais. O ortofosfato mostrou valores entre 0,016 e 0,029 mg/l. Os ortofosfatos são biodisponíveis. De acordo com CETESB, uma vez assimilados, eles são convertidos em fosfato orgânico e em fosfatos condensados. Após a morte de um organismo, os fosfatos condensados são liberados na água. Entretanto, eles não estão disponíveis para absorção biológica até que sejam hidrolizados para ortofosfatos por bactérias DADOS BIÓTICOS Índice de Coliformes Os coliformes fecais são um grupo de bactérias indicadoras de organismos originários predominantemente do trato intestinal humano e de outros animais (VON SPERLING, 1996). A presença dessas bactérias na água é indicativo da presença de organismos patogênicos. Para coliformes totais não há limites na legislação, e segundo BASTOS et al (2000) eles não são indicadores adequados da qualidade da água in natura, guardando validade apenas como indicadores da qualidade da água tratada. Embora tenham sido registrados em todos os pontos, os índices de coliformes termotolerantes (fecais) estiveram baixos, não ultrapassando o recomendado pela legislação (1,0x10 3 NMP/100 ml) (Figura 18)
33 NMP/100 ml ª campanha dez/14 CONAMA 357/05 0 RSD1 RSD2 RV3 RV4 RTM5 RV6 RV7 Figura 18 - Índices de coliformes termotolerantes Comunidade Fitoplanctônica O fitoplâncton foi constituído por doze táxons distribuídos entre Cyanophyceae (7 táxons), Chlorophyceae (3 táxons), Bacillariophyceae e Zygnemaphyceae (1 táxon cada). A Tabela IV a seguir ilustra a densidade (ind./ml) dos táxons do fitoplâncton registrados no ambiente de estudo durante as amostragens da 12ª campanha (pós-enchimento)
34 Tabela IV - Densidade (ind./ml) dos táxons do fitoplâncton registrados no ambiente de estudo, apresentando os organismos dominantes (vermelho) e abundantes (azul). TÁXONS - FITOPLÂNCTON RSD 01 RSD 02 RV 03 RV 04 RTM 05 RV 06 RV 07 Bacillariophyceae 1 Aulacoseira sp TOTAL Cyanophyceae 2 Aphanocapsa sp Phormidium sp Planktothrix sp 69 5 Pseudonabaena sp Sphaerocavum sp Chroococcus sp 46 8 Coelomocon sp TOTAL Chlorophyceae 9 Closteripsis sp Desmodesmus sp Dictyosphaerium sp TOTAL Zygnemaphyceae 12 Cosmarium sp 137 TOTAL TOTAL GERAL Índice de diversidade de Shannon 0,085 0,472 0,092 0,391 0,059 0,280 0,576 A diversidade mostrou-se baixa em todas as campanhas. Porém, desde o começo isso foi verificado, indicando assim, ambientes com baixa diversidade ecológica (RICKLEFS, 2003). A menor diversidade foi registrada no ponto RSD1, que registrou apenas duas espécies. A maior diversidade foi registrada no RV7 (H =0,576)
35 A riqueza também esteve baixa, mostrando variação entre os pontos. A maior riqueza foi registrada nos pontos RV4 e RV7 com cinco (5) gêneros cada, seguido dos RSD2 e RV6 com quatro (4) gêneros cada. Os demais registraram as menores riquezas Riqueza RSD1 RSD2 RV3 RV4 RTM5 RV6 RV7 Figura 19 - Riqueza registrada para o fitoplâncton. Em ordem de importância, com base na média percentual geral das estações de amostragem, a estrutura de comunidade esteve representada por Chlorophyceae (59,0%), Cyanophyceae (37,7%), Bacillariophyceae (2,4%) e Zygnemaphyceae (0,9%). As clorofíceas foram mais abundantes nos pontos RSD1, RSD2, RV3 e RV6, não sendo registradas apenas no ponto RTM5, o qual registrou elevada abundância de cianofíceas. As cianofíceas foram abundantes nos pontos RV4, RTM5 e RV7. As bacilariofíceas foram pouco representativas, sendo registradas nos pontos RSD2, RV4, RTM5 e RV6. Espécies de zignemafíceas apareceram apenas no ponto RSD1 com baixa abundância. A Figura 20 representa a abundância relativa da comunidade do fitoplâncton registrada em cada ponto amostral na campanha realizada na UHSD
36 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% RSD1 RSD2 RV3 RV4 RTM5 RV6 RV7 Bacillariophyceae Cyanophyceae Chlorophyceae Zygnemaphyceae Figura 20 - Abundância relativa da comunidade do fitoplâncton Comunidade Zooplanctônica A Tabela V sintetiza as informações acerca da comunidade zooplanctônica amostradas no presente estudo. Foram registrados quatro grupos, sendo eles Testáceos, Rotíferos, Cladocera e Copepoda. Foram registradas doze (12) espécies, distribuídas entre Testáceos (5 táxons), Copepoda (4 táxons), Rotíferos (2 táxons) e Cladocera (1 táxon)
37 Tabela V - Densidade (ind./ml) dos táxons do zooplâncton registrados no ambiente de estudo, apresentando os organismos dominantes (vermelho) e abundantes (azul). TÁXONS - ZOOPLÂNCTON RSD1 RSD2 RV3 RV4 RTM5 RV6 RV7 Testáceos 1 Arcella sp Centropyxis sp Difflugia sp Euglypha sp Lesquereusia sp 10 TOTAL Copepoda 6 Copepodito 9 7 Nauplius de cyclopoida 6 8 Nauplius calanoida 6 9 Notodiaptomus sp 31 TOTAL Cladocera 10 Bosmina sp TOTAL Rotíferos 11 Lecane sp Trichocerca sp 6 TOTAL TOTAL GERAL Índice de diversidade de Shannon 0,504 0,759 0,617 0,776 0,664 0,675 0,566 A diversidade continuou baixa, igual nas campanhas anteriores, sendo que o maior valor foi registrado no ponto RV4 (H =0,776), seguido do RSD2 com H =0,759. A riqueza esteve mais elevada no ponto RV4 com registro de oito espécies, seguido do ponto RSD2 com sete espécies registradas
38 RSD1 RSD2 RV3 RV4 RTM5 RV6 RV7 Figura 21 - Riqueza registrada para o zooplâncton. De uma maneira geral, os testáceos apresentam grande abundância em todos os pontos. Os rotíferos foram registrados nos pontos RSD2, RV4, RTM5 e RV6 com pequena representatividade. Os cladoceras também tiveram pouca abundância e foram registrados nos pontos RSD1, RSD2, RV3 e RV6. Já o grupo dos copepodas foi registrado apenas no ponto RV4. Na Figura 22 verificamos a abundância relativa distribuída por ponto amostral. Testáceos Copepoda Cladocera Rotíferos 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% RSD1 RSD2 RV3 RV4 RTM5 RV6 RV7 Figura 22 - Abundância relativa da comunidade do zooplâncton
39 Os pontos RV4 e RV6, localizados no rio Verde, apresentaram as maiores abundâncias (N=208 e N=194, respectivamente). Nos dois ambientes a maior abundância esteve por conta da espécie Arcella sp. A comunidade esteve assim representada Testáceos (80,7%), Rotíferos (8,7%), Cladoceras (5,5%) e Copepodas (5,2%). Os Testáceos apresentaram dominância do ambiente em vários pontos. De acordo com SOUZA (2005), ambientes preservados podem abrigar uma alta diversidade de amebas testáceas em relação a outros organismos da comunidade zooplanctônica quando comparados com ambientes impactados/degradados. Esses protozoários testáceos são abundantes na maioria dos ecossistemas aquáticos e o seu tamanho e tempo de geração permitem investigações sobre processos demográficos, tanto em escala espacial quanto temporal (HARDOIM, 1997 apud LEÃO et al, 2005) Comunidade Zoobentônica A Tabela VI apresenta a comunidade bentônica e os valores de densidade e de riqueza total. Os pontos com maior riqueza foram o RSD1 (localizado no rio São Domingos) e RV7 (localizado no rio Verde). A maior abundância foi registrada nos pontos RSD1 e RV3. Tabela VI - Densidade (ind/ml) dos táxons do zoobenton nos pontos amostrados. Filo Classe/Ordem Família-Gênero ARTHROPODA RSD 01 Pontos de Amostragem Insecta/Coleoptera Dysticidae Insecta/Diptera Chironomidae Insecta/Trichoptera Limnephilidae ANNELIDA Oligochaeta/Lumbriculida Lumbriculidae MOLLUSCA Gastropoda/Mesogastropoda Hydrobiidae Gastropoda/Basommatophora Ancylidae Total do número de indivíduos - ind/m Riqueza de Taxa (n de famílias) Índice de Diversidade de Shannon-bits/ind 0,45 0,24 NA 0,28 0,48 RV 03 RTM 05 RV 06 RV 07 Total
40 A abundância dos organismos zoobentônicos foi baixa de 180 indivíduos. Foram registradas as Classes Insecta, Oligochaeta e Gastropoda (Figura 23). 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% Ancylidae Hydrobiidae Lumbriculidae Limnephilidae Chironomidae Dysticidae 10% 0% RSD 01 RV 03 RTM 05 RV 06 RV 07 Figura 23 - Abundância relativa de macroinvertebrados bentônicos. Os Limnephilidae estiveram em maior quantidade (48 indivíduos). A ocorrência destes organismos, principalmente nas lagoas temporárias, pode sugerir um baixo enriquecimento orgânico destes ambientes, uma vez que, estes insetos são típicos de ambientes mesooligotróficos sensíveis a poluição orgânica, e sendo assim os primeiros a desaparecerem com o aumento do processo de eutrofização no ambiente (MERRITT& CUMMINS, 1984). 5. ÍNDICE DE QUALIDADE DA ÁGUA (IQA) E ÍNDICE DE ESTADO TRÓFICO (IET) Os resultados obtidos no período de estudos estão apresentados através de relatórios de análises, tabelas e discutidos a luz da limnologia, possuindo como referência primária o IQA e o IET
41 A clorofila a não foi registrada em nenhum dos pontos, portanto foi considerado apenas o elemento fósforo. Observa-se, que o IET foi baixo (< 47) nos pontos RSD1, RV3, RTM5, RV6 e RV7, sendo classificado como ultraoligotrófico, ou seja, o ambiente em estudo possui baixas concentrações de matéria orgânica e nutrientes disponíveis na coluna de água. Os pontos de reservatório apresentaram um ambiente mesotrófico, com níveis intermediários de nutrientes, conforme o Quadro 5. Quadro 5 - Valores de IET. PONTOS IET Classificação RSD1 26,05 ultraoligotrófico RSD2 53,07 mesotrófico RV3 25,33 ultraoligotrófico RV4 52,52 mesotrófico RTM5 25,53 ultraoligotrófico RV6 26,55 ultraoligotrófico RV7 26,05 ultraoligotrófico O IQA, nos pontos amostrados, registrou índices elevados. O maior índice foi encontrado no RSD2 (87,0) e o menor no ponto RTM5 (75,0). O IQA foi classificado como Bom nos pontos RSD1 e RTM5, e Ótimo nos demais pontos (Figura 23). dez/ RSD 01 RSD 02 RV 03 RV 04 RTM 05 RV 06 RV 07 Figura 24 - Representação do IQA (índice de qualidade da água)
42 A Tabela VII apresenta a classificação de IQA na campanha de água superficial realizada na UHE São Domingos no mês de dezembro de Tabela VII - Resultados de IQA. PONTOS RSD 01 RSD 02 RV 03 RV 04 RTM 05 RV 06 RV 07 CATEGORIA Boa Ótima Ótima Ótima Boa Ótima Ótima 6. ANÁLISE COMPARATIVA DOS DADOS OBTIDOS ANTES DO ENCHIMENTO DO RESERVATÓRIO COM OS DADOS DO ENCHIMENTO E DO PÓS-ENCHIMENTO Este relatório contempla a décima segunda (12ª) campanha de monitoramento, realizada em dezembro de As três primeiras campanhas pós-enchimento foram realizadas em janeiro, fevereiro e março de 2013, e a partir de junho de 2013 elas passaram a ser realizadas trimestralmente. As campanhas referentes ao enchimento do reservatório foram realizadas nos meses de outubro (três campanhas) e dezembro de 2012 (uma campanha). As campanhas pré-enchimento foram realizadas em novembro de 2010, fevereiro de 2011, agosto e setembro de No geral, os parâmetros físico-químicos não mostraram variações significativas durante as campanhas pré-enchimento, enchimento e pósenchimento. Os pontos de reservatório apresentaram aumento gradativo de nutrientes. O IQA torna-se uma importante ferramenta empregada na avaliação da qualidade da água de rios, córregos e lagos, considerando vários parâmetros importantes em seu cálculo, como os coliformes fecais, nitratos, DBO e ph. Nas campanhas pré-enchimento o IQA apresentou valores mais elevados em agosto e setembro de Como as campanhas realizadas anteriormente foram em períodos
43 chuvosos, estes podem ter contribuído para um IQA menor, demonstrando uma qualidade da água um pouco inferior. Já nas campanhas de enchimento o IQA esteve bastante satisfatório, mostrando uma ótima qualidade da água em quase todos os pontos, com exceção do RTM5 que apresentou nas 1ª, 3ª e 4ª campanhas IQA classificado com BOM, sendo esse ponto um afluente do rio Verde. Nas três primeiras campanhas realizadas pós-enchimento do reservatório (jan/fev/mar/13), o ponto RSD1 mostrou um índice mais baixo, que está relacionado aos coliformes registrados nesse ambiente. Os pontos RV3 e RV7 na 2ª campanha (fevereiro) também registraram um índice baixo de IQA, devido à contaminação por coliformes, que diminui a qualidade da água analisada. Já nas campanhas realizadas em abr/mai/jun/13 a qualidade das águas esteve bastante afetada no ponto RV3, o qual apresentou índice de qualidade da água pouco satisfatório, com alto índice de coliformes fecais em suas águas. Na campanha realizada em setembro de 2013 apenas o parâmetro fósforo total esteve em desacordo com a legislação nos pontos lênticos. Em todos os pontos os valores de IQA foram satisfatórios. Em dezembro de 2013, com exceção do RTM5 classificado como Bom, todos os demais pontos apresentaram Ótima qualidade da água. Em março de 2014 o IQA esteve ótimo no RV4, e nos outros pontos o IQA mostrou pouca oscilação com índice bom de qualidade da água. É possível que o IQA tenha apresentado valores menores em março de 2014 em virtude do elevado índice de coliformes registrado nos ambientes estudados. Em junho, setembro o IQA apresentou índice Bom. Em dezembro o IQA foi elevado, sendo bom e ótimo, apresentando qualidade satisfatória das águas na UHE São Domingos
44 RSD 01 RSD 02 RV 03 RV 04 RTM 05 RV 06 RV 07 1ª campanha pós-enchimento jan/13 2ª campanha pós-enchimento fev/13 3ª campanha pós-enchimento mar/13 4ª campanha pós-enchimento abr/13 5ª campanha pós-enchimento mai/13 6ª campanha pós-enchimento jun/13 7ª campanha pós-enchimento out/13 8ª campanha pós-enchimento dez/13 9ª campanha pós-enchimento mar/14 10ª campanha pós-enchimento jun/14 11ª campanha pós-enchimento set/14 12ª campanha pós-enchimento dez/14 limite entre regular e boa 51 limite entre boa e otima 79 Gráfico 28 - Comparação do IQA em todas as campanhas de pós-enchimento. Fitoplâncton Houve uma grande variação das comunidades do fitoplâncton entre as campanhas. Nas campanhas pré-enchimento foram registradas Bacillariophyceae, Zygnemaphyceae e Cyanophyceae, com predominância de Zygnemaphyceae. Na 1ª campanha da fase de enchimento houve registro de Cyanophyceae, e na 2ª campanha do enchimento foi registrada a comunidade Chlorophyceae. No geral, Bacillariophyceae e Zygnemaphyceae foram mais expressivas em todas as campanhas. Na 3ª campanha do enchimento nos pontos RDS1 e RSD2 houve ocorrência de Euglenophyceae, sendo registrado um indivíduo em cada ponto apenas. No ponto RSD2 (reservatório) as Bacilariofíceas foram substituídas pelas Zygnemafíceas, com registro de indivíduos pertencentes à comunidade Chlamidophyceae na última campanha realizada após o enchimento e em março de O ponto RSD2 apresentou grande densidade de Chlorophyceae. Na campanha de dezembro as clorofíceas
11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas
CONTRIBUIÇÃO DA COMUNIDADE ZOOPLANCTÔNICA NO CÓRREGO BREJO COMPRIDO, PALMAS-TO, PARA O RESERVATÓRIO DA UHE LUIS EDUARDO MAGALHÃES NO MÉDIO TOCANTINS - TO. Nome dos autores: Cecília Marques T. Pereira 1
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