Produção Equipe Pastoral da Comunidade Presbiteriana Chácara Primavera (texto) Primavera Eventos (arte)

Transcrição

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2 Comunidade Presbiteriana Chácara Primavera Ministério de Grupos Pequenos Março de 2012 Produzido para uso interno Contatos (19) Produção Equipe Pastoral da Comunidade Presbiteriana Chácara Primavera (texto) Primavera Eventos (arte)

3 Sumário Prefácio... 2 Instruções para o Líder... 3 Objetivos de um grupo pequeno... 4 Lista de Presença Comunidade Acolhedora: um olhar para dentro Comunidade Criativa: um olhar para fora Comunidade Transformadora: um olhar para frente Missão na Cidade: um novo olhar... 31

4 2 Prefácio Esta primeira série de estudos de 2012 relembra os princípios e valores norteadores dentro da visão da nossa igreja local, a Comunidade Presbiteriana Chácara Primavera. Em cada estudo, abordaremos um deles, apontando a importância de sermos uma comunidade acolhedora, criativa e transformadora que está em missão. Além disso, nosso desejo neste ano é que você reveja esses valores dentro da perspectiva de seu engajamento pessoal dentro e fora da comunidade. Nossa missão não acabou. E ainda temos uma jornada pela frente. Para isso, não deixe de olhar para cima e ver que Deus possui toda autoridade e nos convoca para continuar sua missão. Mas olhe também para o lado e observe que Deus também caminha conosco, nos encorajando e capacitando para esta missão! Que o Senhor Jesus nos abençoe e use os encontros de nossos grupos pequenos para continuar a boa obra que ele está fazendo em nossas vidas! Equipe Pastoral

5 3 Instruções para o líder Você foi convocado por Deus para tomar conta de um pequeno rebanho. Sua responsabilidade pode parecer gigantesca se você não a amparar com uma vida de oração e intercessão por você e seu grupo. Lembre-se que seu papel no grupo não é o de preletor, mas de facilitador de um encontro que tem como ênfase o aprofundamento da fé e das amizades. Que Deus lhe dê sabedoria e motivação para esta grande tarefa de aplicar o estudo ao seu grupo. Prepare-se para o estudo, mas lembre-se que isto não é tudo. Seu objetivo principal é ser um instrumento nas mãos de Deus para transformação das vidas do seu grupo. Isso inclui a sua própria vida. E mais importante do que muito conteúdo na mente é a mudança de caráter na vida. Deus o capacite para unir teoria e prática. Esta série cobrirá quatro encontros dos grupos pequenos. O formato segue o que já adotamos no ano passado. Acrescentamos também sugestões de dinâmicas e alguns modos criativos de facilitar o aprendizado. Você perceberá que, nos quatros estudos, além de uma dinâmica inicial, há três partes do estudo que visam ajudá-lo: PARTE I: A reflexão - aponta um problema no mundo em que estamos sobre o qual somos convidados a pensar; PARTE II: A decisão - traz uma proposta para que o problema seja resolvido sob a perspectiva do que a Bíblia diz; PARTE III: A ação - aponta algumas práticas para nós a partir do que a Bíblia diz a fim de gerar transformação em nós e nos que estão à nossa volta. Muitas orientações deste material não estão incluídas no guia do participante. Muito do que há aqui são explicações fornecidas para ajudá-lo no direcionamento do estudo, caso seja necessário. Que você seja um instrumento poderoso usado pelo Santo Espírito de Deus para edificar muitas vidas!

6 4 Objetivos do Grupo Pequeno Queremos aprender a Palavra de Deus para abençoar os outros e ser um só Corpo engajado na missão, para nos tornarmos muitos. 1. Queremos aprender a Palavra de Deus (Ensino): junte suas mãos em formato de um livro semiaberto (palmas para cima, mãos próximas ao corpo). 2. para abençoar os outros (Pastoreio): posicione suas mãos como se estivesse abençoando alguém (palmas para baixo, braços estendidos acima da cintura, mãos separadas). 3. e ser um só Corpo (Comunhão): dê as mãos às pessoas ao seu lado. 4. engajado na missão (Missão): posicione suas mãos como se oferecesse ajuda (palmas para cima, braços estendidos na altura da cintura, mãos separadas). 5. para nos tornarmos muitos (Multiplicação): abra os braços em forma de cruz.

7 TOTAL Nome Lista de Presença Presença nos Encontros 1º 2º 3º 4º

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9 7 1 COMUNIDADE ACOLHEDORA UM OLHAR PARA DENTRO Por que você deve dar este estudo A sociedade pós-moderna tem se caracterizado pela busca do prazer e bem-estar a qualquer custo, envolvendo as mais diferentes áreas da vida na forma como encaramos o trabalho, ansiamos por ter bens e nos relacionamos. Essa busca revela nossas tendências egocêntricas e consumistas e o quanto estamos centrados em nós mesmos. Em decorrência disso, uma das marcas urbanas atuais tem sido a solidão. Assim, ser uma comunidade relacional, que acolhe e inclui pessoas é, por um lado, um grande desafio contracultural e, por outro, uma grande responsabilidade. Este estudo desafiará os participantes a observarem aquele que está ao lado e a desenvolverem relacionamentos profundos e significativos. É um convite a olhar para dentro da comunidade e para dentro de seu grupo, cultivando uma identidade comunitária firmada em amizades, companheirismo e apoio, os quais são oferecidos e recebidos ao longo da jornada da vida.

10 8 Objetivos Mostrar para o grupo a importância dos relacionamentos na construção de nossa identidade e de nossa vida. Motivar o grupo a acolher e conhecer os demais participantes. Dinâmica em Grupo Duração aproximada: 20 minutos 1. Distribua cópias e canetas para cada participante (ver figura na folha seguinte). Peça para colocarem, inicialmente, o seu nome no círculo central da folha. Depois, instrua-os a que preencham os demais círculos com os nomes das demais pessoas do grupo. Em seguida, oriente-os a que liguem o seu nome (que foi escrito no círculo central) a cada nome dos demais círculos, seguindo a seguinte convenção: a. Linha cheia ( ) se o relacionamento com aquela pessoa for intenso. b. Linha interrompida ( ) se o relacionamento é normal. c. Linha pontilhada ( ) se o relacionamento com aquela pessoa for fraco. d. Nenhuma linha ( ) se não há relacionamento com aquela pessoa ainda. Nota: Oriente as pessoas que não vale perguntar o nome dos demais! Fale que é apenas a primeira parte de um exercício com mais duas etapas. 2. Peça para que cada participante fale o nome da pessoa que está ao seu lado direito e uma coisa que sabe sobre esta pessoa (o que faz, local em que nasceu, o que gosta, se tem filhos...). Alerte que não vale perguntar para a pessoa! Comece o exercício por

11 9 você, a fim de ilustrar para os demais participantes e para compreenderem mais facilmente a dinâmica. Nota: Cada pessoa deve ter cerca de 20 a 30 segundos para falar, dependendo do tamanho do seu grupo. É possível que alguns não saibam o nome e muito menos algo a respeito do outro. Mostre para os participantes que isso é normal num primeiro momento. Não há problema se isso acontecer. O objetivo da dinâmica envolve, em parte, mostrar quanto ainda temos a conhecer sobre a história do outro. 3. Após este exercício, instrua o grupo a que cada um fale seu nome, o que faz e algo mais que queira compartilhar com o grupo sobre sua vida. A reflexão Nota: As pessoas gostam muito de falar sobre si mesmas. Mais do que sobre os outros. Alerte cada participante de que eles possuem de 20 a 30 segundos para falar nome, o que faz e algo sobre si mesmo, a fim de que todos tenham tempo para falar. O sociólogo polonês Zigmunt Bauman aponta algo interessante ao falar da solidão de nossos dias: Hoje, os indivíduos solitários entram na ágora apenas para encontrar outros indivíduos solitários. E voltam para casa com a confiança renovada em sua própria solidão. (A Sociedade Individualizada, contra-capa do livro). Uma sociedade individualizada, que busca sua felicidade pessoal a todo custo sem referências, princípios ou cumplicidade tem experimentado, em decorrência disso, as dificuldades de lidar com pessoas. Temos optado por construir uma identidade individualizada e nossos relacionamentos têm refletido isso.

12 10 a. Linha cheia ( ) se o relacionamento com aquela pessoa for intenso. b. Linha interrompida ( ) se o relacionamento é normal. c. Linha pontilhada ( ) se o relacionamento com aquela pessoa for fraco. d. Nenhuma linha ( ) se não há relacionamento com aquela pessoa ainda.

13 11 O distanciamento nas relações interpessoais e o surgimento de solitários em meio às multidões têm sido marcas cada vez mais visíveis, infelizmente. A necessidade de refletirmos sobre a importância de nossos relacionamentos é algo crescente. E mais: a necessidade de repensarmos nossos relacionamentos está diretamente ligada à necessidade de repensarmos nossa identidade. Zigmunt Bauman, falando sobre nossos relacionamentos e nossa identidade, nos alerta:... a falta ostensiva de relacionamento é uma ilusão, se não um erro grave. A incompletude da identidade e da responsabilidade individual para sua conclusão estão intimamente relacionadas a todos os outros aspectos da condição moderna. Por mais que tenha sido colocada em nossos tempos e por mais que se apresente em nossas reflexões, a identidade não é uma questão privada. (A Sociedade Individualizada, p.183). Há um aspecto social envolvido em nossa identidade. Quando nos relacionamos, crescemos. Desafios emergem. Limitações são evidenciadas. Ajustes são necessários. Às vezes, precisamos ceder. Em outros momentos, confrontar e resistir. Em meio à complexidade de quem somos e das pessoas com quem interagimos, nossa identidade é moldada e nos tornamos uma nova pessoa no convívio com outros. Mas, então, como ser indivíduos em um contexto social? E como construir nossa identidade em um contexto relacional? Há uma referência? Há um caminho? O que a Bíblia fala sobre nossa identidade e relacionamentos ao pensarmos em uma comunidade em missão?

14 12 Texto Base (...) vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Mateus A decisão O evangelho de Mateus mostra-nos que Deus nos chamou para irmos até as pessoas, convidando-as para ouvirem e verem quem é Jesus. À medida que compreendem e se entregam a Jesus, elas devem ser batizadas. Ou seja, elas passam a ter uma nova identidade. Esta identidade não é a identidade do pastor da igreja. Nem é a do líder de um grupo pequeno ou de alguém que admira. Também não é da denominação. Esta nova identidade é firmada a partir da identidade do próprio Deus - Pai, Filho e Espírito Santo. Mas... o que isso significa? A Bíblia diz que nós somos indivíduos, pessoas criadas e amadas por Deus. Fomos criados à sua imagem e semelhança (Gênesis 1.27). Mas, devido ao pecado humano, nossa identidade foi corrompida. Apesar disso, Jesus veio e nos mostrou que é possível um novo começo, no qual esta identidade é recriada e restaurada. Isso significa que duas características da pessoa de Deus devem ser cultivadas também em nossa identidade: (a) Uma dimensão individual: assim como Deus é um, somos uma pessoa inteira por si só. Pensamos, sentimos, criamos, desejamos, temos anseios e dúvidas... E isso acontece sem necessariamente existir outra pessoa. Como indivíduos, queremos encontrar paz, felicidade e bem-estar. Tudo isso e muito mais constituem o que há em cada um de nós.

15 13 (b) Uma dimensão comunitária: por outro lado, há uma dimensão de nosso ser que é social. Assim como Deus é uma única pessoa, ele também é três pessoas Pai, Filho e Espírito Santo. E nós, de uma forma complexa e que transcende nosso entendimento, possuímos também uma dimensão comunitária. Fomos criados no contexto da família. E, ali, cônjuges são dois que se tornam um. Filhos são partes que se originaram de seus pais, revelando a dimensão de três (pai, mãe, filhos) em um (uma família). E em uma comunidade cristã, vemos este exercício, de ser um entre diferentes, acontecer de modo muito mais intenso e complexo e somos surpreendidos pelo retorno que traz. Há em nós, de forma misteriosa, uma identidade que envolve o individual em sinergia com o comunitário. E, no fundo, percebemos que, estando com pessoas, tornamo-nos algo mais. Com uma família, conhecemos mais sobre nossos pontos fortes e fracos. Descobrimos mais sobre quem somos e encontramos a possibilidade de ter um refúgio de amor e proteção. Com amigos, convivemos e choramos. Trocamos experiências, confrontamos e caminhamos juntos. Em cada relacionamento, aprendemos. Deus nos fez pessoas relacionais. Faz parte de nossa identidade. E ele nos convida a aprender sobre relacionamento assim como ele é um Deus relacional. Assim, descobrimos que a Bíblia nos apresenta o caminho de nossa identidade a partir da identidade do próprio Deus. Nós temos a referência. Não é de um líder. Não é humana. É a identidade que envolve a particularidade de sermos um incluindo a dimensão de sermos muitos. E passa pelo caminho da convivência. Na convivência, Deus faz coisas novas. Na convivência, coisas boas acontecem e crescemos.

16 14 A ação Nota: O estudo poderá trazer à tona dúvidas a respeito da Trindade. Algumas ilustrações podem auxiliar: a água em três estados (sólido, líquido, gasoso) sendo uma só; o átomo em três partículas (próton, elétron, nêutron); as três dimensões de uma única sala (largura, altura, profundidade). Além dessas, a própria família e a comunidade cristã é um exemplo humano disso (ver item b). Apesar de todas essas figuras e ilustrações, a Trindade ainda será um mistério que não compreenderemos por inteiro. A partir do estudo realizado aqui, observe este texto: Portanto, aceitem-se uns aos outros, da mesma forma que Cristo os aceitou, a fim de que vocês glorifiquem a Deus. Romanos O que fazer: Aceitem-se uns aos outros... a. O que é aceitar uns os outros? Quais as dificuldades para isso? 2. Como fazer:... da mesma forma que Cristo os aceitou... b. De que forma Cristo acolheu e aceitou o outro? c. Diante da referência de Cristo, de que forma tenho acolhido e aceitado o outro? O que precisar mudar? d. O que o grupo pequeno pode fazer como parte de uma comunidade cristã que evidencie aceitação e acolhimento no grupo? E na comunidade? 3. Por que fazer:... a fim de que vocês glorifiquem a Deus. e. Quando acolho e aceito o outro, qual a minha motivação a minha glória ou a glória de Deus? Importante: Trabalhe a questão 1 O que fazer no aspecto conceitual e geral de aceitação e acolhimento. Já a questão 2 Como fazer perceba que apontamos o referencial que temos: Jesus. Pense em como Jesus demonstrou acolhimento e aceitação através de seu amor: negou-se, doando-se e servindo os outros. Esse é o desafio que se aplica a nós.