Caracterização gravimétrica dos resíduos sólidos domiciliares do bairro São Jorge, Uberlândia - Minas Gerais.
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- Arthur Caiado
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1 Caracterização gravimétrica dos resíduos sólidos domiciliares do bairro São Jorge, Uberlândia - Minas Gerais. Gravimetric characterization of solid waste from the São Jorge neighborhood, Uberlândia- MinasGerais. Joyce Silvestre de Sousa 1 Mariana Rodrigues da Cunha 2 Fabrício Pelizer Almeida 3 Gilberto Coelho 4 Luis Antônio Coimbra Borges 5 Resumo Para implantação de coleta seletiva em um município, diversos estudos são necessários, entre eles, o conhecimento da composição qualitativa dos resíduos sólidos urbanos gerados. O presente estudo objetivou realizar uma caracterização dos resíduos sólidos gerados no bairro São Jorge localizado em Uberlândia/MG, o que permitiu conhecer a fração de materiais recicláveis presentes no lixo.a metodologia seguiu as orientações NBR 10007/04. A quantidade de materiais recicláveis é de aproximadamente 23,8%. Conclui-se que, mesmo informal, a coleta seletiva realizada pelos catadores no bairro é representativa, visto que os recicláveis de maior valor econômico (latas de alumínio e garrafas pets) não foram identificados na amostragem. Palavras-chave:Resíduos sólidos urbanos, composição qualitativa, coleta seletiva Abstract For the implementation of selective collection in a municipality, several studies are needed, including, knowledge of the qualitative composition of municipal solid waste generated. This study aimed to carry out a characterization of solid waste generated in the St. George neighborhood located in Uberlândia / MG, which allowed us to know the fraction of recoverable materials in lixo.a methodology followed the NBR 10007/04 guidelines. The amount of recyclable material is approximately 23.8%. It concludes that, even informal, selective collection held by collectors in the neighborhood is representative, as the largest economic value of recyclable (aluminum cans and plastic bottles) were not identified in the sample. Key words:urban solid waste, qualitative composition, selective garbage collection. 1 Doutoranda da Universidade Federal de Lavras; Gestora Ambiental; Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro Campus Uberaba; Minas Gerais, Brasil; joycesilvestres@yahoo.com.br 2 Especialista em Saneamento Ambiental; Gestora Ambiental, Engenheira Ambiental; marianarcunha@gmail.com 3 Doutorando da Universidade Federal de Uberlândia; Professor da Universidade de Uberaba 4 Dr.; Engenheiro Agrícola; Professor do Departamento de Engenharia Agrícola e do Programa de Pós-Graduação em Recursos Hídricos em Sistemas Agrícolas da Universidade Federal de Lavras 5 Dr.; Engenheiro Florestal; Professor do Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal de Lavras; luis.borges@dcf.ufla.br
2 Introdução A vida útil de um aterro sanitário é largamente comprometida em função da ausência de coleta seletiva. Segundo a ABNT (1993), coleta seletiva é a coleta que remove os resíduos previamente separados pelo gerador, tais como: papéis, latas, vidros e outros. Nas cidades, a coleta seletiva é um instrumento concreto de incentivo a redução, a reutilização e a separação do material para a reciclagem, buscando uma mudança de comportamento, principalmente em relação aos desperdícios inerentes à sociedade de consumo (RIBEIRO e LIMA, 2000). Desta forma, o conhecimento da composição dos resíduos é muito importante, visto que possibilita verificar quais materiais entram em sua constituição e em que percentual ocorrem, permitindo inferir sobre a viabilidade da implantação da coleta diferenciada de produtos recicláveis, bem como, em caso afirmativo, definir as dimensões das instalações necessárias, a equipe de trabalho e os equipamentos envolvidos, além de estimar-se receitas e despesas decorrentes (FUZARO e RIBEIRO, 2005). O objetivo deste estudo foi identificar as frações percentuais dos resíduos sólidos destinados ao aterro sanitário; verificando a porcentagem de materiais passíveis de reciclagem no bairro São Jorge, na cidade de Uberlândia-Minas Gerais (MG). Materiais e Métodos O bairro São Jorge está situado no sudeste da cidade de Uberlândia-MG; possui área de 4,8 km², uma população de habitantes (UBERLÂNDIA, 2010); sendo que os responsáveis pelos domicílios possuem renda média de até 500 reais (UBERLÂNDIA, 2009). A coleta dos resíduos no bairro ocorreu em 25/10/2010. O caminhão utilizado na coleta dos resíduos sólidos urbanos foi um caminhão compactador coletor de lixo. A equipe de coleta foi orientada a não realizar a prensa nos materiais coletados. Os estudos foram realizados nas dependências do aterro sanitário de Uberlândia. A metodologia atendeu ao preconizado na NBR 10007/04. Ao chegarem ao aterro sanitário, os resíduos eram
3 descarregados em um pátio sobre uma lona que protegia o solo. Em seguida, iniciou-se o trabalho de quarteamento, onde os resíduos foram separados em quatro partes, das quais se misturava duas novamente (duas que se encontravam opostas em uma diagonal). A partir desta mistura, outras quatro partes foram separadas novamente e assim sucessivamente até que se obteve uma amostra de aproximadamente 100 quilos. A amostra pesava Kg e a amostra quarteada tinha 144Kg; na qual os sacos foram rompidos e os resíduos presentes neles foram separados em matéria orgânica, metal, outros, papel e papelão, plástico, rejeito, têxtil e vidro. Os materiais foram acondicionados em recipientes de plástico e pesados em uma balança eletrônica. Resultados e Discussão A amostragem dos resíduos sólidos gerados no bairro mostrou que eles são compostos, em sua maior parte, por matéria orgânica (somando-se restos de comida e de varrição e poda, totalizou se69,7%), como é apresentado na Tabela 1. Tabela 1 Caracterização dos resíduos domiciliares do bairro São Jorge. Material Peso (kg) % Madeira e poda 13,8 9,6 Matéria orgânica 86,5 60,1 Metal 2,2 1,5 Outros 0,8 0,6 Papel e papelão 15,5 10,8 Plástico 15,7 10,9 Rejeito 7,8 5,4
4 Fonte: Autores (2015) Têxtil 0,9 0,6 Vidro 0,8 0,6 Total 144,0 100,0 Figura 1 Representação gráfica da composição gravimétrica dos resíduos do bairro São Jorge,Uberlândia MG. Fonte: Autores (2015) A quantidade de materiais recicláveis é de aproximadamente 23,8% (metal, papel, papelão, plástico e vidro). No entanto, boa parte do papel e do papelão estava suja e úmida, inviabilizando sua reciclagem. Quanto aos plásticos, a amostragem apontou que eram compostos em 76% de plástico filme (sacolas de mercados e de lixo), que também se encontravam sujas e úmidas e ainda observou-se a ausência de embalagens PET. Registrou-se a presença de 0,6% de embalagens longa vida (identificado como Outros na tabela). O rejeito era composto praticamente por resíduos de sanitários como papel higiênico, papel toalha, fraldas, etc. Salienta-se a ausência de embalagens de alumínio, sendo a fração de metais composta, basicamente, por embalagens de alimentos em conserva.
5 Conclusão Conclui-se que, mesmo informal, a coleta seletiva realizada pelos catadores no bairro é representativa, visto que os recicláveis de maior valor econômico (latas de alumínio e garrafas pets)não foram identificados na amostragem. Esse resultado também demonstra a ligação da baixa renda com o a coleta seletiva informal, já o bairro se configura em um bairro de baixa renda e os recicláveis identificados na amostragem não são os de maior valor econômico, ressaltando não a eficiência de um processo e gestão dos resíduos sólidos, mas sim uma questão social (falta de opção empregatícia e sobrevivência). Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR : Resíduos Sólidos Classificação. Rio de Janeiro ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR : Amostragem de Resíduos Sólidos Classificação. Rio de Janeiro ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12980: Coleta, varrição e acondicionamento de Resíduos Sólidos Urbanos - Terminologia. Rio de Janeiro, FUZARO, J. A.; RIBEIRO, L. T.. Coleta Seletiva para Prefeituras. São Paulo: SMA/CPLEA, Disponível em: Acesso em: 27 mai RIBEIRO, T. F.; LIMA, S. C. Coleta Seletiva de Lixo Domiciliar Estudo de Casos. Caminhos da Geografia. Uberlândia, v. 1, n. 5, dez/2000. Disponível em: < Acesso em: 24 nov UBERLÂNDIA. Banco de Dados Integrados. SEPLAMA, Disponível em: < Acesso em: 29 mai UBERLÂNDIA. População. SEPLAMA, Disponível em: Acesso em: 07 out 2015.
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