Transmissões sem fio e campos magnéticos prejudicam a saúde?

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1 Transmissões sem fio e campos magnéticos prejudicam a saúde humana? Seminário de Computação Móvel Instituto de Matemática e Estatística Universidade de São Paulo 30 de Maio de 2012

2 Conteúdo 1 2 Radiação eletromagnética Transmissões sem fio Benefícios na Saúde 3 4 Estudos Tratamento 5 Recomendações

3 A disseminação dos dispositivos móveis aumentou a preocupação relacionada ao impacto sobre a saúde humana. Dispositivos móveis, antenas de telefonia (ERBs) e transmissão de dados sem fio; A maioria dos estudos foca na telefonia celular por apresenta maior riscos que outras tecnologias sem fio (potências mais elevadas); A comunicação sem fio é baseada na radiação eletromagnética e parte dessa radiação é absorvida pela cabeça do usuário.

4 Radiação eletromagnética Radiação eletromagnética Transmissões sem fio Benefícios na Saúde É composta de um campo elétrico e um magnético, que oscilam perpendicularmente um ao outro e à direção da propagação de energia. Por ser dividida em: ionizante: capaz de remover elétrons de átomos ou moléculas e causar danos ao tecido, como o câncer [Ex. raios X e gamma]; não-ionizante: capaz de aumentar a vibração das moléculas e consequentemente a temperatura dos tecidos biológicos [Ex. ultravioleta, infravermelho, radiofrequência (RF)]. Os campos elétrico e magnético enfraquecem rapidamente com o aumento da distância.

5 Transmissões sem fio Radiação eletromagnética Transmissões sem fio Benefícios na Saúde Permite a comunicação por meio de radiofreqüência ou radiação infravermelha. Radiofrequência: campos eletromagnéticos de alta energia [pequeno comprimento de onda].

6 Benefícios na saúde Radiação eletromagnética Transmissões sem fio Benefícios na Saúde As radiações são utilizadas em aplicações médicas. Recuperação de fraturas e tratamento de dores: ELF; TMS ou Estimulação Transcranial Magnética: ELF; detecção de câncer: ELF; recuperação de tecidos e tratamento de câncer: RF; exame de ressonância magnética: RF e campo estático; tomografia e radioterapia: raios X e raios gamma. ELF - campos eletromagnéticos de baixa frequência.

7 Tipos de experimentos Os experimentos são classificados como: com células [em laboratório - entendimento dos mecanismos biológicos] com animais [em laboratório e condições controladas] cĺınicos [monitoração da fisiologia de voluntários] epidemiológicos [observação e comparação de grupos que já estiveram/estão expostos, sem o controle das condições do ambiente]

8 Resultados biológicos Devido à distância que os telefones celulares se situam da cabeça dos usuários, há muitas preocupações com o sistema nervoso central. Algumas mudanças nas respostas biológicas dos voluntários já observadas: redução de três a cinco batimentos cardíacos por minuto; pequena alteração na atividade cerebral durante o sono (semelhante a cafeína); redução na liberação de melatonina após a exposição aos campos; elevação de temperatura próximo a orelha (inferior a observada após exercícios); efeitos temporários no sono, memória e em processos cognitivos. Efeitos biológicos não implicam em efeitos à saúde.

9 Câncer Como alguns estudos já associaram o aumento do risco de câncer com a exposição a campos magnéticos [1979], estes são o foco da maioria das pesquisas sobre efeitos dos campos eletromagnéticos. Estudos buscam: saber se é possível iniciar algum tipo de câncer ou influenciar o desenvolvimento de tumores já existentes; avaliar a possível incidência em crianças;

10 Câncer - Resultados Nada significante foi encontrado no surgimento ou desenvolvimento de tumores. Os estudos não indicaram maiores riscos em crianças. Diversos estudos falharam em encontrar evidências de uma associação real entre campos eletromagnéticos induzidos por correntes de alta voltagem e câncer. Em 2002, a IARC (International Agency for Research on Cancer) concluiu que os campos magnéticos não estão relacionados a qualquer tipo de câncer, exceto pela leucemia.

11 Câncer - Resultados recentes Em 2011, a IARC classificou os celulares como possíveis cancerígenos por causa da possibilidade de causar um tipo de tumor no cérebro, o neuroglioma. Relatório de abril de 2012 da Agência de Proteção à Saúde do Reino Unido concluiu que o período dos estudos, 15 anos, não é grande o suficente.

12 Realizado entre 2003 e Os resultados ainda não estão totalmente disponíveis. não encontraram efeitos de campos RF no ciclo, proliferação ou diferenciação celulares, nem na incidência de apoptose, na síntese de DNA ou em funções imunológicas; descobriu fortes evidências de alterações no DNA de células expostas a sinais de intensidade considerada segura pelos principais órgãos reguladores, além de indicativos de aberrações cromossômicas e divisão celular acelerada, o que pode representar um início de câncer num ser vivo. Não conseguiram repetir os resultados iniciais.

13 Maior estudo epidemiológico já realizado sobre a relação entre o câncer e os telefones celulares: aumento de risco de glicoma após uso a longo prazo (2011), mas sugere que os resultados necessitam ser replicados; estimativas dos riscos dobrarem após dez anos de uso regular de aparelhos celulares (considerado o lado da cabeça utilizado). Não conseguiram repetir os resultados iniciais.

14 Considerável produção bibliográfica, mas escassez de estudos na América do Sul. Revisão Científica Latino-Americana - Relatório Campos Eletromagnéticos de Alta Frequência e Saúde Humana. Provas insuficientes ou inconsistentes sobre impactos sobre o câncer ou sistemas celulares maiores, com RF mantida abaixo dos níveis de segurança. Rompimento da barreira hemato-encefálica em animais, mas resultados não puderam ser replicados. Efeitos sobre o sistema nervoso foram majoritariamente negativos. Estudos com imagens funcionais do cérebro tem mostrado que não há aquecimento significativo causado diretamente pela exposição à RF.

15 Outros estudos Campo eletromagnético suprime o metabolismo da glicose no cérebro: flutuações muito maiores ocorrem naturalmente (álcool). Efeitos dos campos ELF sobre os radicais livres: indicam possibilidade de aumentar os níveis de radicais ou DNA pode ser afetado indiretamente pela influência dos campos sobre os radicais livres. Exposição da comunidade a partir de antenas de estações rádio-base: níveis são milhares de vezes abaixo dos padrões internacionais de segurança, mesmo a curtas distâncias das antenas. Possibilidade do sistema auditivo ser afetado pelo uso de aparelhos celulares: nenhum efeito foi observado. Estudos de longa duração estão faltando.

16 Em resumo diversos resultados considerados inconsistentes; estudos que se contrariam; resultados não puderam ser replicados; campos ELF aparentemente não oferecem risco à saúde; campos RF, não há garantia de segurança a longo prazo; influência sobre o DNA é improvável, porém incerta. Portadores de dispositivos médicos Cuidado. Pode haver interferência dos campos eletromagnéticos de tecnologias de comunicação sem fio.

17 Em resumo A ICNIRP, organização independente e reconhecida pela OMS, definiu limites de exposição com base nas taxas de absorção de energia (SAR - Specific Absorption Rate) A OMS afirma não haver risco à saúde devido à exposição a campos eletromagnéticos de baixo nível, ainda que por longos períodos. Se há algum efeito da exposição a campos de baixa intensidade, seria através de um mecanismo biológico ainda desconhecido. Relatório de abril de 2012 da Agência de Proteção à Saúde do Reino Unido concluiu que ainda não há indícios convincentes de efeitos nocivos à saúde humana decorrentes de transmissões sem fio.

18 É um modelo eletromagnético do corpo humano com uma resolução sem precedentes, desenvolvido na Universidade do Texas pela Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos (NSF) em um estudo que deverá terminar em Estudos epidemiológico anteriores utilizam correlações estatísticas para estimar o risco. Quando não existem mecanismos conhecidos, biologicamente plausíveis, pelos quais a exposição ao agente poderia causar o resultado observado, a correlação deve ser especialmente forte. Isto significa que muita gente terá que adoecer para que os estudos estatísticos fundamentem uma conclusão. Outros modelos virtuais esbarravam no poder computacional necessário para fazer simulações complexas.

19 O modelo possibilita: representar o corpo humano com alta-fidelidade com uma resolução de um miĺımetro cúbico (melhor que tomografia computadorizada e ressonância magnética) estimar os efeitos da radiação nas diversas potências emitidas pelos mais diversos equipamentos do tipo wireless; evidências científicas, e não levantamentos estatísticos, do funcionamento do corpo humano para balizar conclusões seguras.

20 Modelos virtuais não conseguirão responder taxativamente se os telefones celulares causam câncer ou não porque os cientistas não sabem tudo sobre a dinâmica do câncer e outros efeitos adversos à saúde induzidos por diversos fatores ambientais. Resultados preliminares: A evidência, embora ainda esteja se acumulando, é forte o bastante para endossar uma conclusão: há risco.

21 Estudos Tratamento EHS (Electromagnetic Hypersensitivity) Atribuido às pessoas que afirmam apresentar algum tipo de sintoma quando expostas a campos elétricos ou magnéticos, ou mesmo quando próximas a algum equipamento elétrico. estima-se que 3% da população mundial é afetada; maioria localizada na Suécia; Os sintômas variam muito de pessoa para pessoa e alguns podem ser facilmente confundidos com sintomas de estresse. Ex: problemas de pele, sensibilidade à luz, cansaço, dores de cabeça, dificuldades de concentração, enjôos e palpitações.

22 Estudos Tratamento EHS (Electromagnetic Hypersensitivity) A inexistência de uma padronização dos sintomas contribui para que muitos países não reconheçam a hipersensibilidade como uma incapacitação ou doença. Alguns profissicionais consideram uma condição física com uma causa não clara; outros sugerem que em algum aspecto são psicológicas; a OMS não reconhece como uma doença e recomenda tratamento psicológico (2004); Estocolmo, capital da Suécia, reconhece os hipersensíveis como pessoas doentes. Os sintomas são reais e podem variar muito em sua severidade.

23 EHS - Estudos Estudos Tratamento Diversos estudos tentaram verificar se a origem dos sintomas é a radiação eletromagnética e se esses sintomas são verdadeiros. em 2005, a OMS concluiu que a hipersensibilidade realmente existe e pode ser um grande problema; não são capazes de detectar presença de campos eletromagnéticos; não há provas de que esteja relacionada à exposição a campos RF; um levantamento de um hospital britânico mostrou forte conexão entre toxicidade química e eletrossensibilidade [confirmado por vários outros estudos]; Independente da origem, um estudo da Universidade de Essex mostrou que realmente existem pessoas que sofrem problemas de saúde quando sabem que estão sob radiação eletromagnética.

24 EHS - Estudos Estudos Tratamento Há até um local específico para estes estudos: a região de Green Bank, no Estado da Virgína (EUA); existência de uma enorme instalação de radiotelescópios faz com que não possam sofrer interferências; a região foi declarada zona livre de ondas de rádio. Um estudo recente na região demonstrou que existe uma relação entre as dores e queimaduras na pele dos pacientes e a frequência eletromagnética dos campos a que estão sujeitos.

25 EHS - Tratamento Estudos Tratamento O desconhecimento da causa exata implica em não haver tratamentos com certeza de cura. Destacam-se atualmente dois centros de tratamento: Hospital Breakspear, no Reino Unido; Centro de Saúde Ambiental de Dallas, nos Estados Unidos. Devido à forte relação da sensibilidade com substâncias tóxicas, um dos tratamentos possíveis é a desintoxicação química.

26 Recomendações A interação com meios de transmissão sem-fio causam alterações no corpo humano, mas em níveis bastante baixos de forma a não apresentarem riscos reais a saúde. Não existem evidências que comprovam algum risco a saúde. Mais estudos são necessários para determinar os riscos a longo prazo (mais de 20 anos). Normas são adequadas. Com base nos resultados avaliados, atualmente podem-se considerar seguras a transmissão de dados sem fio e o uso de telefones celulares.

27 Recomendações Recomendações Todas as tecnologias tem sua cota de riscos, que devem ser contrabalançadas por um estudo cuidadoso de seus benefícios. Algumas precauções: usar telefones tradicionais quando acessíveis; fazer ligações curtas; usar acessórios que mantenham as mãos livres e o aparelho mais longe da cabeça; não carregar o celular muito perto do corpo; evitar falar no celular dentro do carro (maior RF com sinal baixo).