Projecto de Norma Regulamentar Regras aplicáveis aos seguros com coberturas de morte, invalidez ou desemprego associados a contratos de mútuo
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1 RESULTADOS DA CONSULTA PÚBLICA N.º 01/2008 Projecto de Norma Regulamentar Regras aplicáveis aos seguros com coberturas de morte, invalidez ou desemprego associados a contratos de mútuo
2 I Enquadramento O Instituto de Seguros de Portugal colocou em consulta pública o Projecto de Norma Regulamentar que estabelece regras aplicáveis aos seguros com coberturas de morte, invalidez ou desemprego associados a contratos de mútuo. Constitui prática generalizada das instituições de crédito a exigência da celebração de contratos de seguro individuais com coberturas em caso de morte, de invalidez, ou de desemprego ou a adesão a contratos de seguro de grupo com o mesmo tipo de coberturas, para garantia do pagamento de contratos de mútuo junto de si subscritos, ou como condição da atribuição de uma taxa de juro ou de um spread mais vantajosos. No âmbito do processo de supervisão da conduta de mercado, o Instituto de Seguros de Portugal verificou a existência de práticas diferenciadas por parte das empresas de seguros no que se refere à informação prestada aos tomadores de seguro ou segurados aquando da comercialização deste tipo de seguros. Para além disso, constatou-se que das condições contratuais dos seguros que incluem coberturas cujo valor do capital seguro é determinado em função do capital em dívida no contrato de mútuo associado, nem sempre resulta clara a necessidade de ajustamento do prémio sempre que se produza um ajustamento no valor do capital em dívida. Assim, julgou-se adequado reforçar os mecanismos de prestação de informação aos tomadores de seguro ou aos segurados, consoante se trate de um seguro individual ou de grupo, no sentido de tornar clara a interligação entre os montantes envolvidos no contrato de seguro e no contrato de mútuo, bem como estabelecer o princípio da adequação do prémio ao risco verdadeiramente incorrido pela empresa de seguros. Estas novas exigências inserem-se na estratégia delineada pelo Instituto de Seguros de Portugal de definição e efectiva implementação de elevados padrões de conduta por parte dos operadores, não pretendendo limitar a tipologia de contratos disponibilizados pelo mercado segurador, mas sim contribuir para uma tomada de decisão mais esclarecida e fundamentada por parte dos consumidores. Assim, o projecto de Norma Regulamentar em consulta pública estabelecia um conjunto de regras relativas aos contratos de seguro individuais ou de grupo que incluam coberturas de risco de morte, de invalidez ou de desemprego associados a contratos de mútuo. contratos de mútuo 2
3 O projecto de Norma Regulamentar estabelecia: - um conjunto de deveres de informação pré-contratual a prestar ao tomador ou ao segurado, nomeadamente quanto à existência de relação entre o capital seguro e o capital em dívida do contrato de mútuo ao qual se encontra associado; - que os contratos de seguro que incluam coberturas cujo valor do capital seguro seja determinado em função do capital em dívida no contrato de mútuo associado devem prever, sempre que se produza um ajustamento no valor do capital em dívida, o ajustamento do prémio ao novo capital seguro. II Síntese das principais questões suscitadas e dos fundamentos para a decisão do ISP quanto ao respectivo acolhimento Apresenta-se uma síntese das principais questões suscitadas nas respostas à consulta pública, bem como os fundamentos para o respectivo acolhimento total/acolhimento parcial/não acolhimento das sugestões efectuadas na versão final do regime (Norma Regulamentar n.º 6/2008-R, de 24 de Abril). Âmbito Tal como sugerido por umas das respostas à consulta pública, foi clarificado que as regras são aplicáveis aos contratos de seguro de vida individuais ou de grupo contributivo que incluam coberturas de risco de morte, de invalidez ou de desemprego associados a contratos de mútuo. Foi sugerido que os deveres de informação fossem restringidos a seguros de grupo contributivo, uma vez que não se afiguram úteis no âmbito de seguros de grupo não contributivos. De acordo com critérios de proporcionalidade, esta sugestão foi aceite, reconhecendo-se que, não só os deveres de informação, como os restantes aspectos do regime a introduzir, relevam essencialmente no âmbito de seguros de grupo contributivos, pelo que se delimitou o objecto da Norma Regulamentar aos seguros individuais ou de grupo contributivo. Deveres de informação: Foi também referida a conveniência de esclarecimento do teor da alínea b) do n.º 1 do artigo 3.º por se encontrar a mesma consumida pela alínea c). As alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 3.º tratam matérias distintas e não sobrepostas. Assim, na alínea b) está em causa informação sobre a contratos de mútuo 3
4 existência, ou não, de relação entre o prémio e o valor do capital seguro e especificação do regime de prémios aplicável, designadamente se é aplicável um regime de prémios nivelados ou um regime de prémios únicos sucessivos. Já a alínea c) aborda a informação sobre o critério de ajustamento do prémio, designadamente se o ajustamento se processa de forma automática e imediata à alteração do capital seguro ou na data aniversária ou de renovação do contrato de seguro. Por outro lado, uma das resposta questiona qual o âmbito do conceito critério de identificação dos beneficiários. Refira-se que o conceito deve ser entendido como permitindo ao tomador dispor de informação sobre se a prestação decorrente do contrato será devida apenas ao credor, ou se existindo parcela remanescente face ao capital em dívida, a mesma reverterá em favor de outro(s) beneficiário(s). Ajustamento do prémio: Referiu-se existir uma contradição entre a referência na alínea c) do n.º 1 do artigo 3.º a: (...) o critério de ajustamento do respectivo prémio (...) ou na data aniversária ou de renovação do contrato de seguro; e a referência no n.º 1 do artigo 4.º a (...) sempre que se produza um ajustamento no valor do capital em dívida, o ajustamento do prémio ao novo capital seguro. As disposições têm âmbitos distintos. Assim, o n.º 1 do artigo 4.º fixa um dever de em contratos cujo valor do capital seguro é determinado em função do capital em dívida no contrato de mútuo associado, se verificar um ajustamento do prémio, sempre que se produzir um ajustamento do valor do capital em dívida, não impondo, no entanto, qualquer critério quanto ao momento do ajustamento. Já a alínea c) do n.º 1 do artigo 3.º pretende que o tomador/segurado de contratos de seguro seja informado do momento em que se processa o ajustamento do prémio. Não obstante, na redacção final do n.º 1 do artigo 4.º procurou clarificar-se esta interligação. Questionou-se também a reduzida eficácia do disposto no n.º 2 do artigo 4.º uma vez que não impõe um dever às instituições de crédito de disponibilização atempada de informação relevante relativamente às alterações de capitais em dívida dos contratos de mútuo em causa. A ponderação deste comentário reflectiu-se numa nova redacção para esta disposição, distinguindo o regime as situações em que as instituições de crédito mutuantes integram o mesmo grupo económico que as empresas de seguros, caso em que estas devem desenvolver as diligências adequadas a que lhe seja disponibilizada atempadamente a informação relativa às contratos de mútuo 4
5 alterações dos capitais em dívida dos contrato de mútuo, das restantes situações em que o ónus recai sobre o próprio tomador do seguro. III Lista de comentários recebidos: Abílio Ferreira Moreira Associação Portuguesa de Seguradores (APS) Companhia de Seguros Tranquilidade, S.A. Genworth Financial Luís Andrade Em 6 de Junho de 2008 contratos de mútuo 5
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