CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PRAÇA DA REPÚBLICA, 53 CENTRO/SP - CEP: FONE:

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1 PROCESSO DER Taubaté INTERESSADO 1. RELATÓRIO CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PRAÇA DA REPÚBLICA, 53 CENTRO/SP - CEP: FONE: /00871/18 (Volumes I e II) Denny Queiroz (responsável) ASSUNTO Recurso contra retenção / Deliberação CEE Nº 155/17 RELATORA Consª Laura Laganá PARECER CEE Nº 131/2018 CEB Aprovado em 28/3/2018 CONSELHO PLENO Comunicado ao Pleno 04/4/ HISTÓRICO Trata-se de recurso especial protocolado neste Conselho, em , contra a retenção de Y.C.Q., no 7º ano do Ensino Fundamental, na Escola Jardim das Nações, jurisdicionado à DER Taubaté, o qual não obteve média regimental sete para aprovação em: Língua Portuguesa, Matemática, Geografia e Espanhol (Boletim, às fls. 48). O aluno encontra-se matriculado na mesma escola, conforme declaração às fls º Bim 2º Bim Rec Média Rec Média 3º Bim 4º Bim Sem Anual Final Final L Portuguesa 6,5 3,0 6,5 4,0 4,5 5,5 5,5 5,5 Ciências Naturais 6,0 4,5 6,0 4,5 7,5 6,0 8,5 8,5 Arte * * * * * * * * Ed Física * * * * * * * * Inglês 7,5 5,5 8,0 5,0 6,5 7,0-7,0 Matemática 7,0 2,5 3,5 2,5 3,5 4,0 2,0 4,0 Geografia 7,5 2,5 5,5 4,0 6,0 6,0 4,0 6,0 História 5,5 3,5 4,0 4,0 6,5 5,0 7,0 7,0 Espanhol 7,0 6,0 5,5 1,5 4,5 5,0 5,5 5,5 * Nas Disciplinas Arte e Educação Física são atribuídos conceitos O Regimento Escolar (de fls. 57 a 64) estabelece que a média anual é a média aritmética dos quatro bimestres (art.88); ao término do ano letivo, o Conselho de Classe analisará o desempenho global do aluno, opinando sobre as possibilidades de remetê-lo à recuperação final ou ao prosseguimento de estudos ao ano/série subsequente (art. 89); a recuperação de estudos será oferecida de forma contínua, paralela e intensiva (art. 91); os resultados obtidos pelo aluno em estudos de recuperação paralela substituirão a média bimestral, caso seja favorável ao aluno, de forma a refletir a aprendizagem obtida (art. 94); a recuperação intensiva poderá ocorrer em todos os componentes curriculares (art. 94); o Conselho de Classe poderá aprovar alunos com média abaixo de sete, após a recuperação intensiva, considerando empenho e dedicação aos estudos, que demonstrem possibilidade de recuperação no ano seguinte (art. 95); O aluno ficou retido após os exames finais (atas do Conselho de Classe/Série, de fls. 67 a 70, e o responsável tomou ciência da retenção em e em , solicitou à escola a reconsideração da retenção (de fls. 41 a 47 vol.i). Em , a escola mantém a retenção e o responsável toma ciência em (fls. 30, 52 e 53).

2 2 Em , o pedido de recurso é protocolado na DER Taubaté (fls. 29 a 47 vol I), onde o responsável informou que o aluno ingressou nessa escola em 2017, ano em que apresentou faltas devido às crises de alergia, e que possuía atestado médico para comprovar isso. Informou que não foram oferecidas aulas de reposição dos conteúdos e foi sugerido que o aluno repusesse as aulas no período da tarde, com outros professores, o que dificultava o entendimento das listas de exercícios, oferecidos. Afirmou que o aluno faltou em uma avaliação denominada Testão do 3º bimestre, cuja nota zero entrou na composição de todas as disciplinas e a escola se recusou a aceitar a solicitação da segunda chamada para este teste, fora do prazo. Alegou que o aluno enfrentou problemas com uma professora durante o ano de 2017, e que o fato foi informado para a escola. Solicitou que a escola apresente um documento com os motivos para que tenha sido mantida a retenção e isso causará um grande problema psicológico ao aluno em relação aos colegas promovidos. Solicitou que a escola apresente um documento elencando os motivos para que tenha sido mantida sua retenção. A Escola Jardim das Nações enviou relatório sobre o aluno (de fls. 25 a 27), onde informou que o aluno possui número expressivo de faltas, mas que foram apresentados apenas 3 atestados, justificando-se 6 dias. Quanto à segunda chamada para provas perdidas, o pai foi alertado pessoalmente do prazo para a devida solicitação, o que não aconteceu e por isso o aluno não pode fazer a prova substitutiva. Quanto ao problema do aluno com um professor, a escola afirma que tomou providências reunindo-se com os dois e o problema foi considerado superado pelo aluno, que não ficou retido nessa disciplina. Explicou que a média bimestral é composta por 3 notas: um testão multidisciplinar, cuja nota é atribuída a todas as disciplinas; uma nota bimestral, com questões dissertativas, e uma terceira nota, na qual são avaliadas a execução dos planos de estudo e atividades feitas durante a aula. Afirmou que a família foi alertada sobre o risco de retenção após os resultados da recuperação semestral e sobre a necessidade de assiduidade nas aulas de recuperação paralela (contra turno) e exemplifica com a recuperação paralela de Língua Portuguesa, de 35 aulas oferecidas, o aluno compareceu em 6. O recurso foi analisado pela DER Taubaté (fls. 96 a 106 do Volume II), mantendo-se a retenção do aluno, em , após analisar as médias obtidas por ele durante o ano e entender que a porcentagem de notas abaixo da média mínima exigida é significativa e indica que o desempenho foi insatisfatório no conjunto dos componentes curriculares, capaz de comprometer o prosseguimento de estudos no ano subsequente. O responsável tomou ciência da decisão da DER em (fls. 28). O Recurso Especial (fls. 04 a 08) foi protocolado na DER em , onde o responsável alegou que alguns atestados médicos, encaminhados à escola, não foram encontrados e como a escola não gera comprovantes de recebimento para esse tipo de documento e como os hospitais não geram segunda via de atestados, criou-se um impasse; que a documentação apresentada aos autos é sempre favorável à escola e que não há registro dos assuntos tratados em todas as vezes que a família procurou a instituição; que o reforço no contra turno deixa a desejar, sendo imputadas listas de exercícios; que a troca de professor de Espanhol durante o ano gerou uma queda nas notas; que havia correção dos planos de estudo somente na lousa e a não verificação dos cadernos, o que seria obrigatoriedade dos professores. Reafirmou o grande prejuízo que foi a nota zero atribuída ao testão do 3º bimestre, pois a escola não aceitou a solicitação da segunda chamada fora do prazo. Observe-se que o responsável, anexa comprovantes de procedimentos e consultas realizadas em hospital, com as datas: , , , , , ,

3 3 Constam do processo: - listas de convocação e presença de recuperação/plantão de dúvida, planos de ensino, avaliações bimestrais/recuperação, diários de classe, planos de estudo de recuperação; - ficha individual do aluno (fls. 81 a 83); - atas de Conselho de Classe (fls. 65 a 70). Cabe observar que a Supervisão de Ensino, em seu relatório sobre o caso, verifica que não houve descumprimento das normas regimentais da escola, e que ao aluno foram oferecidas oportunidades de aprendizagem, recuperação e avaliação nelas previstas; a reprovação do aluno deu-se em função do seu desempenho global no conjunto dos componentes curriculares; os resultados finais indicam que os objetivos essenciais do 7º ano do Ensino Fundamental não foram atingidos; e que não houve qualquer atitude discriminatória contra o aluno. O procedimento para requisição de segunda chamada para as provas que o aluno não realizou por algum impedimento, deve ser normatizado pela escola. Observe-se que no Boletim, para cada bimestre, constam notas de diferentes avaliações: prova mensal, prova bimestral, 3º nota, indicando mais de um instrumento de avaliação. Não se nota uma evolução nas notas apresentadas nesses vários instrumentos de avaliação. Não há como este Conselho emitir posição sobre a alegação do responsável ter entregue os atestados médicos à escola. 1.2 APRECIAÇÃO Os autos demonstram que a escola ofereceu todas as oportunidades avaliativas para o aluno, com exceção da prova denominada Testão do 3º BIM, que segundo alegação do genitor, o aluno encontrava-se sob atendimento médico, sem condições para realiza-lo, sendo que apesar da insistência do mesmo, não obteve autorização da escola para a realização da avaliação em outra data, devido ter o pedido extrapolado o prazo regulamentar interno. Ressalta o pai que essa regra não foi aplicada quando da segunda chamada da recuperação em Matemática, no final do ano letivo de 2017; bastou a realização do pagamento referente a esse procedimento no dia 8/12/2017 e a prova foi realizada no dia seguinte. Sem entrar no mérito dos procedimentos internos da unidade escolar, que supomos tenham sido avençados de comum acordo entre o responsável pelo aluno menor e a instituição educacional, entendemos que, dada a dimensão e o peso desse instrumento de avaliação, cujo resultado repercute em todos os componentes curriculares, a sua não realização pressupõe prejuízo para o educando. Inobstante, tenha a escola cumprido com seu Regimento Escolar propiciando oportunidades de recuperação, em especial após o encerramento do 3º bimestre, ocorreu a reprovação ao final do ano letivo. Diante dessa divergência entre os resultados apresentados pela unidade de ensino referentes ao desempenho do aluno, durante o ano letivo de 2017, e as alegações do pai de que o aluno foi prejudicado por não ter realizado o Testão do 3º Bimestre, está o aluno Y.C.Q., adolescente, de 13 anos, portador de algumas dificuldades de aprendizagem, aguardando a decisão do ano escolar que deverá cursar na sua trajetória escolar.

4 4 Indaga-se sobre o que seria melhor para ele: mantê-lo retido no 7º ano do Ensino Fundamental ou promovêlo para o 8º ano. Qual das duas alternativas de decisão contribuirá de uma forma mais efetiva para seu desenvolvimento, amadurecimento e evolução na vida escolar. Consoante já se manifestara anteriormente o ilustre Conselheiro Francisco José Carbonari em recente Parecer CEE nº 121/2018, in verbis. A questão da reprovação não é consensual na sociedade brasileira, mas a literatura sobre o assunto tem demonstrado à exaustão que ela não é a primeira solução a ser buscada e na maioria dos casos traz mais prejuízos que vantagens. Diante do exposto, o nosso entendimento é de que a escola deve promove-lo para o 8º ano do Ensino Fundamental, uma vez que o seu próprio Regimento prevê a possibilidade de aprovação de aluno com média final abaixo de 7 (sete), desde que o aluno demonstre condições de empenho e dedicação aos estudos, que suponham possibilidade de recuperação no ano seguinte. Acreditamos que a família, pelo interesse demonstrado em todas as fases do processo, se empenhará no acompanhamento e assiduidade do aluno nessa nova etapa de forma que o mesmo possa suprir suas defasagens de aprendizagem e dedicar-se aos estudos de forma intensiva. Caberá à escola, que também demonstrou nos autos ser cumpridora dos procedimentos regimentais, o cuidado de, juntamente com a família, assegurar condições pedagógicas para a mais rápida integração do aluno nesse novo ano escolar 2. CONCLUSÃO 2.1 Nos termos deste Parecer, e com fundamento na Del CEE nº 155/2017, defere-se o Recurso Especial apresentado contra a retenção do aluno Y.C.Q., no 7º ano do Ensino Fundamental, da Escola Jardim das Nações, em Taubaté, jurisdicionado à Diretoria de Ensino Região Taubaté. 2.2 Envie-se cópia deste Parecer ao responsável pelo aluno, à Escola Jardim das Nações, à DER Taubaté, à Coordenadoria de Gestão da Educação Básica - CGEB e à Coordenadoria de Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional - CIMA. São Paulo, 21 de março de DECISÃO DA CÂMARA a) Consª Laura Laganá Relatora A Câmara de Educação Básica adota como seu Parecer, o Voto da Relatora. Presentes os Conselheiros: Cleide Bauab Eid Bochixio, Débora Gonzalez Costa Blanco, Dom Carlos Lema Garcia, Francisco Antônio Poli, Francisco José Carbonari, Jair Ribeiro da Silva Neto, Luís Carlos de Menezes, Nilton José Hirota da Silva e Sylvia Gouvêa. Sala da Câmara de Educação Básica, em 28 de março de a) Cons.ª Sylvia Gouvêa em exercício da Presidência nos termos do artigo 13 3º do Regimento do CEE

5 5 DELIBERAÇÃO PLENÁRIA O CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO toma conhecimento, da decisão da Câmara de Educação Básica, nos termos do Voto da Relatora. Sala Carlos Pasquale, em 04 de abril de Consª. Bernardete Angelina Gatti Presidente PARECER CEE Nº 131/18 Publicado no DOE em 05/4/ Seção I - Página 37