Livro Eletrônico Aula 00 Direito Processual Civil p/ Procurador do BACEN 2018

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1 Livro Eletrônico Aula 00 p/ Procurador do BACEN 2018 Professor: Gabriel Borges

2 DIREITO PROCESSUAL CIVIL PARA O BANCO CENTRAL DO BRASIL BACEN Procurador do Banco Central Aula 00: Jurisdição APRESENTAÇÃO DO CURSO Vamos tecer algumas considerações iniciais em relação ao nosso curso. Primeiramente, quero dizer que é um grande prazer encarar este desafio com vocês. Faremos um curso de teoria e exercícios voltado para o concurso do BANCO CENTRAL DO BRASIL, para o cargo de Procurador. Será um curso bastante didático, deixando de lado a linguagem excessivamente técnica e a formalidade. Utilizaremos recursos visuais: marcadores de texto, negrito e muitas questões de concurso, no corpo da aula, bem como ao final. Sabemos que a resolução de questões é a melhor forma de consolidar o estudo apreendido ao longo das aulas, por isso, em nossa metodologia, inserimos questões ao longo de todo o material. Importante asseverar que, eventualmente, trabalharemos questões de outras bancas. Isso porque prezamos por praticar, ao máximo, o conteúdo apresentado em cada aula, demonstrando como o direito processual civil pode ser abordado em prova. As questões são de provas passadas e eventualmente inéditas (elaboradas pelo próprio professor). O objetivo é preparar o candidato para resolução de questões no grau de complexidade que a banca, CESPE/CEBRASPE, tem atribuído aos certames mais concorridos. Iremos trabalhar todo o conteúdo de, por meio de teoria e exercícios de concursos anteriores e tendo como base a Lei nº /2015 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Será um curso de 10 encontros, além deste, em que iremos trabalhar o conteúdo de modo objetivo e com o foco na sua aprovação. Atente-se para o fato que ao longo da teoria vamos trabalhar, também, a jurisprudência aplica ao e os artigos mais relevantes e possíveis de serem cobrados pela banca. Página 2 de 64

3 Vamos ao nosso cronograma: DATA CONTEÚDO Disponível Jurisdição: contenciosa e voluntária. Órgãos da jurisdição. Normas de. Natureza Jurídica. Sobre a Ação. Condições da ação. Cumulação de ações. Aula 01 Disponível em 07/02/2018 Aula 02 Disponível em 09/02/2018 Aula 03 Disponível em 15/02/2018 Aula 04 Disponível em 18/02/2018 Aula 05 Disponível em 24/02/2018 Aula 06 Disponível em 28/02/2018 Aula 07 Disponível em 02/03/2018 Aula 08 Disponível em 06/03/2018 Competência: espécies, perpetuação e modificações. Competência internacional. Incompetência. Conflito de Competência. Partes. Capacidade e legitimidade. Substituição processual. Litisconsórcio. Assistência. Intervenção de terceiros. Ação regressiva. Intervenção anômala das pessoas jurídicas de direito público (Lei nº 9.469, de 10 de julho de 1997). Atos processuais. Tempo e lugar dos atos processuais. Comunicação dos atos processuais. Citação e intimação. Despesas processuais e honorários advocatícios. Litigância de má fé. Resposta do réu: exceção, contestação e reconvenção. Revelia. Efeitos da revelia. Formação, suspensão e extinção do processo. Processo. Conceito, natureza jurídica e princípios fundamentais. Pressupostos processuais. Processo e procedimento. Procedimento ordinário. Petição inicial. Requisitos. Inépcia da petição inicial. Pedido. Cumulação e espécies de pedido. Julgamento conforme o estado do processo. Audiência. Prova. Princípios gerais. Ônus da prova. Tutela antecipada e tutela específica. Sentença. Coisa julgada formal e material. Preclusão. Relativização da coisa julgada. Recursos. Duplo grau de jurisdição. Pressupostos. Apelação, agravo, embargos de declaração, embargos infringentes, recurso especial, recurso extraordinário e embargos de divergência. Reclamação Constitucional. Ação rescisória. Pedido de Suspensão de Execução de Liminar e de Segurança. Processo nos tribunais. Agravo Interno. Sustentação oral. Questão de Ordem. Liquidação de sentença. Cumprimento de sentença. Execução. Regras gerais. Partes. Competência. Requisitos. Título executivo. Responsabilidade patrimonial. Espécies de Execução. Execução para a entrega de coisa. Execução de obrigação de fazer e de não fazer. Execução por quantia certa contra devedor solvente. Execução de prestação alimentícia. Execução contra a fazenda pública. Página 3 de 64

4 Execução fiscal (Lei nº 6.830, de 22 de setembro de 1980). Redirecionamento da execução fiscal e desconsideração da personalidade jurídica. Embargos do devedor e exceção de pré-executividade. Execução por quantia certa contra devedor insolvente. Aula 09 Disponível em 09/03/2018 Tutelas Provisórias. Ação popular e ação civil pública. Ação de improbidade administrativa (Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992). Mandado de segurança. Mandado de injunção. Habeas data. Ação declaratória. Declaratória incidental. Ação de consignação em pagamento. Ações possessórias. Embargos de terceiro. Ação monitória. Ação cível originária nos tribunais. Juizados Especiais Federais Cíveis. Precedente judicial. Súmula Vinculante. Repercussão Geral. Multiplicidade de recursos. Recursos representativos da controvérsia. Prerrogativas da Fazenda Pública em juízo (Lei nº 9.028, de 12 de abril de 1995, Lei nº 9.469, de 10 de julho de 1997). Reexame necessário. 62. Representação judicial de agentes públicos (art. 22 da Lei nº 9.028, de 12 de abril de 1995). 63. O princípio constitucional da duração razoável do processo. Crise de sobrecarga do Poder Judiciário. 64. Solução extrajudicial de conflitos na Administração Pública. Solução de conflitos envolvendo entes e órgãos da Administração Pública Federal (art. 11 da Medida Provisória nº , de 24 de agosto de 2001). A Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal (CCAF), da Advocacia-Geral da União (art. 18 do Anexo I ao Decreto nº 7.392, de 13 de dezembro de 2010). Aula 10 Disponível em 14/03/2018 Mais uma informação antes de iniciarmos a nossa primeira aula. Sou o Professor Gabriel Borges, Consultor Legislativo do Senado Federal; mestre em Direito; pós-graduado em Direito e Relações Internacionais; e leciona a matéria de para concursos desde Até tornar-se Consultor, foi aprovado em vários concursos públicos. Estarei à disposição para sanar eventuais dúvidas que por ventura surjam ao longo do nosso curso. Vocês podem me alcançar por qualquer dos contatos abaixo, além do nosso fórum. professorgabrielborges profgabrielborges Blog: professorgabrielborges.com.br Página 4 de 64

5 OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos. DA JURISDIÇÃO Introdução; Equivalentes jurisdicionais; Conciliação e mediação; Autocomposição; Mediação e conciliação; Classificação; Jurisdição voluntária versus jurisdição contenciosa; Classificação dos procedimentos de jurisdição voluntária; Jurisdição voluntária como administração pública de interesses privados; Escopos da jurisdição; Princípios inerentes à jurisdição; Investidura; Territorialidade; Indelegabilidade; Inevitabilidade; Inafastabilidade; Juiz natural; Características da jurisdição; Unidade; Secundariedade; Substitutividade; Imparcialidade; Criatividade; Inércia; Definitividade; Lide. Página 5 de 64

6 CAPÍTULO I: DA JURISDIÇÃO Nos últimos anos, ganhou força no Direito a ideia de que a Constituição deve ser mais efetiva do que em seus primeiros anos de vigência, mas o que isso quer dizer? Quer dizer que os princípios e regra constitucionais devem e podem ser aplicados de modo direto pelo juiz (órgão singular) e pelos demais órgãos jurisdicionais (colegiados), não somente pelo Supremo Tribunal Federal STF. Logo no artigo 1º, o CPC/2015 deve ser interpretado, ordenado e pensado de maneira integrada à Constituição. Evidentemente, este tipo de previsão não seria sequer necessária em razão da supremacia das normas constitucionais, mas não deixa de simbolizar uma nova e importante didática e, acima disso, a tendência contemporânea de atribuir aos princípios valor diretivo aos operadores do Direito. A previsão serve, inclusive, para rebater aqueles que se equivocam ao restringir o à leitura dos dispositivos do Código, como se não houvesse outra fonte de Direito Processual Civil. Falamos do artigo 1º do CPC/2015, então vamos citá-lo: Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código. Há, nesse contexto, uma nova hermenêutica, consubstanciada no 1º do artigo 5º da Constituição da República, a saber: Art. 5º [...] 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. Cumpre-se interpretar a Constituição como um todo normativo, no qual o Novo CPC é recepcionado e, com base nos preceitos fundamentais, deve-se evitar qualquer tipo de antinomia entre as normas. A partir dessas linhas introdutórias, passemos ao estudo do instituto da Jurisdição. Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte. Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. (NORMAS PROCESSUAIS Livro I, Título Único, Capítulo II). Página 6 de 64

7 1. INTRODUÇÃO O conflito é uma característica inerente do ser humano. Quando não havia um Estado organizado, a solução dos conflitos dava-se pela atuação dos próprios interessados - aquele que dispusesse de maior força ou sagacidade vencia a disputa. A solução dos conflitos consolidava-se, desse modo, por instrumentos parciais. Vencia o mais forte mesmo, estamos falando de situações, inclusive, de chegar-se às vias de fato para fazer valer seu Direito. Com o desenvolvimento das relações de comércio e consumo, a sociedade começou a demandar maior grau de segurança jurídica. Imaginem que um comerciante ou investidor necessita de previsibilidade para se motivar a crescer. Nesse sentido, começou-se a perceber que a solução pela força não representava a forma mais justa de resolução de conflitos. Na mesma direção, a sociedade e as populações de diversas regiões começavam a se organizar em torno de um único poder. Assim, a partir da consolidação do Estado, passou a existir o poder central para a solução dos conflitos, o poder estatal. Ao poder judiciário, não participante do litígio, portanto imparcial, atribuiu-se a função de aplicar a lei, em regra abstrata, em busca da pacificação social. Atribuiu-se a ele o chamado poder jurisdicional. Percebam, então, que a consolidação de um poder central veio acompanhada de um sistema que pretendia dar segurança jurídica à sua população. São duas figuras indissociáveis: 1) O Poder Central (Estatal) e 2) a instituição de um controle imparcial da conduta dos jurisdicionados. Imaginem, agora, a existência de uma sociedade onde não há segurança jurídica, onde não se sabe ao certo como garantir a propriedade sobre seus bens e a justeza no conflito com seus pares... Esse cenário impediria os indivíduos de buscarem prosperidade porque estariam voltados, a todo momento, para questões de segurança. A jurisdição veio dar ao Estado a legitimidade para agir em nome do interesse público e ao jurisdicionado a segurança jurídica para prosperar. Em seu conceito tradicional, jurisdição é o poder de resolver um conflito entre as partes, substituindo a vontade delas pela da lei. Ela tem como característica a substitutividade, que consiste em dizer que o Estado, na figura do juiz, ao solucionar a lide, estaria substituindo a vontade das partes, proibindo a elas de estarem, em regra, fazendo valer a justiça do mais forte. No entanto, não é somente quando há conflito entre as partes que o poder estatal atua, nem é sempre que há substituição da vontade das partes. Nas palavras de Chiovenda: Exercendo a jurisdição, o Estado substituiu, como uma atividade sua, as atividades daqueles que estão envolvidos no conflito trazido à apreciação. Não cumpre a nenhuma das partes interessadas dizer definitivamente se a razão está com ela própria ou com Página 7 de 64

8 outra; nem pode, senão excepcionalmente, quem tem uma pretensão de invadir a esfera jurídica alheia para satisfazer-ser. 1 Na concepção moderna, jurisdição é a atuação estatal ao caso concreto; uma atuação com caráter de definitividade diz respeito à imutabilidade da sentença, que faz coisa julgada material, objetivando a pacificação social. Assim, a jurisdição consiste no poder conferido ao estado, por meio dos seus representantes, de atuar no caso concreto quando há situação que não pôde ser dirimida no plano extrajudicial, revelando a necessidade da intervenção do estado para que o conflito estabelecido seja solucionado. De modo sucinto, Marcus Vinícius R. Gonçalves define Jurisdição como a: Função do Estado, pela qual ele, no intuito de solucionar os conflitos de interesse em caráter coativo, aplica a lei geral e abstrata aos casos concretos que lhe são submetidos. ( Esquematizado). Há entendimento da doutrina de que o poder jurisdicional não se restringe a dizer o direito (juris-dicção), alcança também a imposição do direito (juris-satisfação). Obviamente, não é suficiente esperar que o Estado apenas diga o caminho a ser trilhado, espera-se que o poder estatal faça o direito ser efetivamente aplicado. Por isso, o Estado-juiz, por meio do seu poder jurisdicional, tem a capacidade de impor suas decisões. É um poder coativo. Dúvida: Qual dos três poderes, da clássica divisão montesquiana, é responsável pela jurisdição? A função jurisdicional é atribuída ao poder judiciário como função típica, mas também a outros poderes, como função atípica. Exemplo: processo de impeachment, que pode ser conduzido pelo legislativo, ou das sindicâncias, pelo poder executivo. Fredie Didier Jr. mantém o conceito abrangente e inovador à Jurisdição em seu novo Curso de, a saber: A jurisdição é a função atribuída a terceiro imparcial (a) de realizar o Direito de modo imperativo (b) e criativo (reconstrutivo) (c), reconhecendo/efetivando/protegendo situações jurídicas (concretamente) deduzidas (e), em decisão insuscetível de controle externo (f) e com aptidão para tornar-se indiscutível (g). (Curso de (vol. I, 17ª ed. p. 153) Esse conceito moderno apresentado por Didier deve ser analisado, pois está de acordo com a realidade das transformações por que passou o 1 GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido; CINTRA, Antônio Araújo. Teoria geral do processo, cit.,p.132. Página 8 de 64

9 Estado. (Trabalharemos cada um desses elementos expressos no conceito de Jurisdição). A inovação mais relevante neste conceito é apontar o exercício da jurisdição a terceiro imparcial, não considerando o Estado detentor exclusivo desse poder/dever. Importante salientar que a imparcialidade não se confunde com a neutralidade. Não existe juiz neutro, pois todo ser humano tem vontade inconsciente, formada por suas experiências ao longo da vida, por sua vivência, traumas, medos, preferências. Sobre a questão, importante registrar que o tema gerou polêmica no Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC) 2, sendo que dois enunciados (4 e 5) que tratavam da questão foram posteriormente revisados e cancelados porque consideravam que árbitro também poderia ser detentor de jurisdição: Os enunciados sobre arbitragem foram aprovados por aclamação no FPPC de Salvador; por isso, no FPPC-Rio, tiveram de passar por uma reavaliação criteriosa da assembleia. Disso resultou que alguns foram cancelados. 1 Redação original: O árbitro é dotado de jurisdição para processar e julgar a controvérsia a ele apresentada, na forma da lei. (Grupo: Arbitragem). 3 Redação original: O árbitro é juiz de fato e de direito e como tal exerce jurisdição sempre que investido nessa condição, nos termos da lei. (Grupo: Arbitragem). Esses dois enunciados, portanto, não estão mais em vigor. Ainda mais convincente a parte do conceito expresso por Fredie Didier que considera o aspecto de criação e reconstrução do exercício de se dizer o direito, já que o sistema normativo tende, como temos visto, a uma dimensão mais aberta, transferindo ao órgão jurisdicional a tarefa de completar o sentido da norma, a criação do direito. Feitas essas considerações, vejamos cada elemento elencado no conceito de Jurisdição da letra a até g. 2. ELEMENTOS DO CONCEITO DE JURISDIÇÃO a) Terceiro imparcial: na solução da lide utiliza-se a técnica de heterocomposição o conflito é solucionado por um agente exterior à relação conflituosa original. Os sujeitos do processo submetem a terceiro seu conflito, em busca de solução. Chiovenda chama essa heterocomposição de substitutividade, sendo esta a característica que diferencia jurisdição das outras funções estatais. 2 O Fórum Permanente de Processualistas Civis emitiu vários enunciados com o intuito de facilitar a interpretação do CPC/2015. Esses enunciados serão citados ao longo de nosso curso. Página 9 de 64

10 Ok! E o que é a substitutividade? Bem pessoal, como falamos há pouco a substitutividade consiste em dizer que o Estado, na figura do juiz, ao solucionar a lide, está substituindo a vontade das partes, já que elas estariam proibidas de, em regra, fazer valer a justiça do mais forte (característica do conceito de jurisdição tradicional). (TJ ES) Acerca da função jurisdicional, da ação e suas características, julgue o item seguinte: A função jurisdicional é, em regra, de índole substitutiva, ou seja, substitui-se a vontade privada por uma atividade pública. Gabarito: Certo COMENTÁRIOS: Destaque-se, uma vez mais, que é importante não se confundir neutralidade com imparcialidade. Neutralidade é o mito que se sustenta na possibilidade de o juiz não ter vontade inconsciente; segundo a qual predominaria a vontade dos sujeitos processuais e não o interesse geral da justiça. A imparcialidade, por seu turno, determina que o magistrado não pode ter interesse na lide, bem como possui o dever de tratar as partes com igualdade, garantindo o contraditório em paridade de armas. Assim, até aqui, na parte de elementos do conceito de jurisdição, mister guardarmos duas palavras chaves: SUBSTITUTIVIDADE & IMPARCIALIDADE b) Manifestação de Poder: a jurisdição coloca-se de modo imperativo, aplicando o direito a situações que são levadas ao Estado (ao órgão jurisdicional). Aqui, as partes hão de se submeter-se ao que foi decidido pelo órgão jurisdicional, o que denominamos de inevitabilidade da jurisdição. IMPERATIVIDADE & INEVITABILIDADE c) Atividade criativa: cria-se a norma jurídica do caso concreto, bem como se cria, muitas vezes, a própria regra abstrata que deve regular o caso concreto. (Curso de, vol. I. Didier Jr., Fredie). As normas não são capazes de impor todas as decisões a serem tomadas pelos Página 10 de 64

11 Tribunais. Há necessidade de interpretação ou confirmação da consistência dos textos normativos quando aplicados ao caso concreto. Dessa forma, cabe aos Tribunais interpretar, construir e distinguir os casos para formulação da decisão. Há um papel singular na produção normativa, exercido pela interpretação da norma. CRIATIVIDADE JUDICIAL Destaca-se que a criatividade jurisdicional deve operar-se a partir de dois limites. Por um lado, o órgão julgador limita-se pelos enunciados normativos do direito objetivo (CF, leis, regulamentos, etc) e, por outro lado, pelo caso concreto que lhe foi submetido à apreciação, não podendo ir além do caso, ou seja, não podendo decidir fora do que lhe foi pedido. d) Técnica de tutela: a jurisdição é considerada uma importante técnica de tutela de direitos. A proteção jurídica deve contemplar todas as situações jurídicas. Conforme Fredie Didier Jr., a tutela dos direitos dá-se ou pelo reconhecimento judicial (tutela de conhecimento), ou pela sua efetivação (tutela executiva) ou pela sua proteção (tutela de segurança, cautelar, inibitória). (Curso de, vol. I. Didier Jr., Fredie). PROTEÇÃO/TUTELA DOS DIREITOS e) Situação jurídica concreta: a jurisdição atua em situações concretas. Exemplo: ameaça de lesão a direitos (em que se requer uma tutela inibitória). SITUAÇÃO CONCRETA f) Impossibilidade de controle externo da função jurisdicional: uma das características da função jurisdicional é a capacidade de produzir a última decisão sobre o caso concreto deduzido em juízo: ao caso aplica-se o Direito sem que aja possibilidade de apreciação, controle de outro poder. A jurisdição é controlada, somente, pela própria jurisdição. Como sabemos, a jurisdição controla a função legislativa (controle de constitucionalidade e preenchimento de lacunas) e a função administrativa (controle dos atos administrativos), porém, não é controlada por nenhum dos outros poderes. g) Aptidão para tornar-se indiscutível: sabemos que a coisa julgada é uma situação jurídica referente às decisões jurisdicionais, exclusivamente. Só uma decisão judicial pode vir a ser indiscutível e imutável pela coisa julgada Página 11 de 64

12 material. No entanto, não podemos deduzir que somente haverá jurisdição se houver possibilidade de coisa julgada, pois esta é uma opção política do Estado. Há casos em que o legislador retira das decisões a aptidão de submeter-se à coisa julgada, mas isso não aniquila a jurisdicionalidade das decisões. Ora, a coisa julgada é um elemento a posteriori da decisão e, portanto, não pode ser elemento ou característica de existir da decisão. É fato que somente a jurisdição tem a característica da definitividade diz respeito ao caráter de imutabilidade da sentença, que faz coisa julgada material (característica do conceito moderno de jurisdição), mas nem toda decisão judicial em exercício de jurisdição será passível de tornar-se imutável. IMUTABILIDADE, COISA JULGADA MATERIAL, DEFINITIVIDADE. ==0== No intuito de preencher todas as possíveis formas de ser cobrado o conceito de jurisdição, vamos compreendê-lo de uma outra perspectiva. A doutrina diz que a jurisdição é o poder que o estado avocou para si de dizer o direito, de fazer justiça, em substituição aos particulares. Podemos, na realidade, dizer que a jurisdição é poder, função e atividade. É poder devido à capacidade de imposição das decisões às partes pelo Estado o poder decorre da potestade (força para impor sua decisão) do Estado exercida de maneira definitiva sobre as partes litigantes. Função por cumprir a finalidade de fazer valer a ordem jurídica em face de um conflito. Por último, é atividade por consistir em uma série de manifestações (atos) externas e ordenadas que resultam na declaração do direito e na concretização do que foi pleiteado. Como PODER Como FUNÇÂO Como ATIVIDADE JURISDIÇÃO Manifestação de soberania do Estado Obrigação de se fazer cumprir as decisões e de resolver os conflitos. Atos no processo exercício do poder Atente-se para o fato de que o poder da jurisdição se subdivide em três espécies: o poder de decisão, o de coerção e o de documentação. No poder de decisão, o Estado-juiz deve conhecer a controvérsia judicial, colher provas e decidi-la. É o poder do Estado- juiz de analisar, verificar e decidir o litígio poder de decisão. O segundo [de coerção], diz respeito ao poder do Estado-juiz em impor à parte vencida o cumprimento da decisão por ele proferida. O poder de documentação, por sua vez, ocorre quando o Estado-juiz documenta os atos processuais. Página 12 de 64

13 (DPE BA) No Brasileiro, a jurisdição compreende três poderes, que são o de: a) decisão, o de coerção e o de documentação. b) coerção, o de documentação e o de exposição. c) documentação, o de exposição e o de disposição. d) exposição, o de disposição e o de decisão. e) disposição, o de decisão e o de coerção. Gabarito: A O conflito é uma característica inerente do ser humano. Quando não havia um Estado organizado, a solução dos conflitos dava-se pela atuação dos próprios interessados - aquele que dispusesse de maior força ou sagacidade vencia a disputa. A solução dos conflitos consolidava-se, desse modo, por instrumentos parciais. A partir da consolidação do Estado, passou a existir o poder central para a solução dos conflitos, O PODER ESTATAL. Ao poder judiciário, não participante do litígio, portanto imparcial, atribuiu-se a função de aplicar a lei, em regra abstrata, em busca da pacificação social. Atribuiu-se a ele o chamado poder jurisdicional. São duas figuras indissociáveis: 1) O Poder Central (Estatal) 2) a instituição de um controle imparcial da conduta dos jurisdicionados. A jurisdição veio dar ao Estado a legitimidade para agir em nome do interesse público e ao jurisdicionado a segurança jurídica para prosperar. Página 13 de 64

14 CONCEITO: A jurisdição consiste no poder conferido ao estado, por meio dos seus representantes, de atuar no caso concreto quando há situação que não pôde ser dirimida no plano extrajudicial, revelando a necessidade da intervenção do estado para que o conflito estabelecido seja solucionado. O poder jurisdicional não se restringe a dizer o direito (juris-dicção), alcança também a imposição do direito (juris-satisfação). Obviamente, não é suficiente esperar que o Estado apenas diga o caminho a ser trilhado, espera-se que o poder estatal faça o direito ser efetivamente aplicado. DA FUNÇÃO JURISDICIONAL A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional. O que é necessário para postular em juízo? É necessário ter interesse e legitimidade. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio? Regra geral não, mas há casos em que o ordenamento jurídico autoriza. Havendo substituição processual, o substituído passa a intervir no processo? Sim, ele poderá intervir como assistente litisconsorcial. E o interesse do autor se limita a quê? O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; II - da autenticidade ou da falsidade de documento. DIFERENÇA ENTRE DIREITO MATERIAL E DIREITO PROCESSUAL DIREITO MATERIAL: é o corpo de normas que disciplinam as relações jurídicas referentes a bens e utilidades da vida (direito civil, penal, administrativo, eleitoral, tributário, trabalhista, previdenciário etc). DIREITO PROCESSUAL: Direito Processual é o ramo do direito público que contém o repositório de princípios e normas legais que regulamentam os procedimentos jurisdicionais, tendo como objetivo administrar o direito. Dessa forma, o Direito Processual, por meio de seus instrumentos básicos (jurisdição, ação, processo), serve ao Direito Material, cuidando das relações jurídicas que surgem para discutir as referidas normas. Página 14 de 64

15 3. EQUIVALENTES JURISDICIONAIS O Estado detém exclusividade de Jurisdição, mas não detém exclusividade na solução de conflitos. Existem formas alternativas: autotutela, autocomposição, arbitragem. Depois da centralização do poder no Estado, e da atribuição ao Estado-juiz da função jurisdicional, não quer dizer que somente o Estado possa resolver os conflitos, nem que tenham se extinguido todas as formas de resolução de controvérsia pela força ou pela astúcia. 3.1 AUTOTUTELA A autotutela (autodefesa) é a forma mais antiga de se resolver conflitos. Ocorre o sacrifício integral do interesse de uma das partes, pelo uso da força da outra parte. Assim, a autotutela ocorre quando a própria parte busca afirmar seu interesse impondo-o à parte contrária. Podemos considerar que a autotutela, de certo modo, permite o exercício de coerção por um particular em defesa de seus interesses. Modernamente, tem-se buscado restringir as formas de exercício da autotutela, transferindo para o Estado as diversas formas de coerção. O Direito prevê casos excepcionais em que pode ser empregada: legítima defesa (art. 188, I, do CC), desforço imediato no esbulho (art , parágrafo 1o do CC). A autotutela pode ser totalmente revista pelo poder judiciário. A legítima defesa é considerada, pelo Código Penal, como um Excludente de Ilicitude. Isso significa que quem age em legítima defesa não comete crime. Simplesmente não há crime e, portanto, não há que se falar em pena. Assim, a pessoa que age em legítima defesa não comete ato ilícito (art. 188, I, CC). Algo esbulhado é aquilo que foi retirado forçadamente do bem de seu legítimo possuidor, que pode se dar violenta ou clandestinamente. (art , 1º, CC). 3.2 ARBITRAGEM A arbitragem (modalidade de heterocomposição) é uma técnica de solução de conflitos em que as partes buscam em uma terceira pessoa a solução do litígio, por isso, classificada como modalidade de heterocomposição. Dessa forma, a arbitragem ocorre quando a fixação da solução da lide entre as partes é entregue a um terceiro, denominado árbitro, em geral escolhido pelas partes. No direito brasileiro, a arbitragem somente pode se dirigir a acertamento de direitos patrimoniais disponíveis. É o que aduz o art. 1º da Lei 9.307/96 que regula a arbitragem: as pessoas capazes de contratar poderão Página 15 de 64

16 valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis. A arbitragem possui caráter voluntário podendo ser de direito ou de equidade, a critério das partes, que poderão escolher, livremente, as regras de direito que serão aplicadas (1), desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem pública. Igualmente, poderão as partes convencionar que a arbitragem se realize com base nos princípios gerais de direito (2), nos usos e costumes e nas regras internacionais de comércio. A arbitragem, no Brasil, é regulamentada pela Lei nº /1996, podendo ser constituída por meio de um negócio jurídico denominado convenção de arbitragem, na forma estabelecida no art. 3º da lei supramencionada: Art. 3º As partes interessadas podem submeter a solução de seus litígios ao juízo arbitral mediante convenção de arbitragem, assim entendida a cláusula compromissória e o compromisso arbitral. As partes interessadas podem, por exemplo, submeter a solução de seus litígios ao juízo arbitral mediante convenção de arbitragem, assim entendida a cláusula compromissória e o compromisso arbitral. A cláusula compromissória (prévia e abstrata) é a convenção por meio da qual as partes em um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir, relativamente a tal contrato. Deve ser estipulada por escrito, podendo estar inserta no próprio contrato ou em documento apartado (separado) que a ele se refira. Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar, expressamente, com a sua instituição, desde que por escrito em documento anexo ou em negrito, com a assinatura ou visto especialmente para essa cláusula. A cláusula compromissória é autônoma em relação ao contrato em que estiver inserta, de tal sorte que a nulidade deste não implica, necessariamente, a nulidade da cláusula compromissória. Caberá ao árbitro decidir de ofício, ou por provocação das partes, as questões acerca da existência, validade e eficácia da convenção de arbitragem e do contrato que contenha a cláusula compromissória. Já o compromisso arbitral (posterior e concreta) é o estabelecimento posterior ao conflito que esse será solucionado por meio da arbitragem. Art. 6º da Lei 9.307/96: Não havendo acordo prévio sobre a forma de instituir a arbitragem, a parte interessada manifestará à outra parte sua intenção de dar início à arbitragem, por via postal ou por outro meio qualquer de comunicação, mediante comprovação de recebimento, convocando-a para, em dia, hora e local certos, firmar o compromisso arbitral. O compromisso arbitral pode ser judicial ou extrajudicial. O compromisso arbitral judicial celebra-se por termo nos autos, perante o juízo ou Página 16 de 64

17 tribunal, onde tem curso a demanda. O compromisso arbitral extrajudicial é celebrado por escrito particular, assinado por duas testemunhas, ou por instrumento público. Importante destacarmos algumas características da arbitragem no direito brasileiro (Lei nº /1996): POSSIBILIDADE DE ESCOLHA DA NORMA DE DIREITO MATERIAL (art.2º, 1º e 2º): As partes podem escolher qual a regra a ser aplicada. ÁRBITRO (art. 13): para exercer a função de árbitro são necessários dois requisitos: ser pessoa natural e ser capaz. DESNECESSIDADE DE HOMOLOGAÇÃO JUDICIAL DA SENTENÇA ARBITRAL (art.31) A SENTENÇA ARBITRAL É TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL (art. 31) RECONHECIMENTO E EXECUÇÃO das sentenças arbitrais produzidas no exterior (art. 34 e SS). POSSIBILIDADE DE CONTROLE JUDICIAL da sentença arbitral (art. 32 e 33, caput), mas apenas no que tange à sua validade. A DECISÃO ARBITRAL FICA IMUTÁVEL PELA COISA JULGADA (art. 33, 1º), podendo ser invalidada a decisão, no prazo de 90 dias, que uma vez ultrapassado, fará coisa julgada SOBERANA. 3.3 AUTOCOMPOSIÇÃO A autocomposição consiste no acordo entre as partes envolvidas no conflito para se chegar a uma solução, ou seja, o conflito é solucionado pelas partes sem que um agente externo defina o resultado de pacificação da lide. A autocomposição ocorre quando há o despojamento unilateral em favor de outrem (da vontade por este almejada); quando há aceitação ou resignação de um dos sujeitos aos interesses do outro ou quando há concessão recíproca efetuada pelas partes. Em tese, não há de se falar em coerção dos indivíduos. Página 17 de 64

18 As modalidades de autocomposição são três: RENÚNCIA, ACEITAÇÃO E A TRANSAÇÃO. A renúncia ocorre quando o titular do direito, unilateralmente, dele de despoja em favor de outrem. A aceitação, por sua vez, ocorre quando um dos sujeitos reconhece o direito do outro, passando a guiar-se pela plena consonância com este reconhecimento. Já a transação ocorre quando os sujeitos que se consideram titulares do direito pleiteado solucionam a lide por meio de concessões recíprocas. A solução negocial, além de ser um meio efetivo de resolução de conflitos, é um elemento de desenvolvimento da cidadania. As partes passam a ser protagonistas na solução do litígio. A autocomposição, assim, pode ser compreendida como um reforço do poder das partes em regular suas relações conflitantes. Vê-se, nestes meios de solução alternativos de conflito, um forte caráter democrático. A Resolução nº 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça normatizou a mediação e a conciliação até a edição do CPC/2015, que dedica um capítulo inteiro a estes meios de solução de controvérsias (muitas são as chances de cobrança destes dois equivalentes jurisdicionais. Atenção à leitura dos artigos do CPC/2015 que versam sobre o tema). Dessa forma, o sistema brasileiro vem se estruturando no sentido de estimular a autocomposição. Esse estímulo pode-se dizer que é uma efetiva política pública a ser desenvolvida no âmbito dos Tribunais. A solução autocomposta reduz os custos de transação envolvidos nas fases de tramitação do processo e promove uma solução com resultados que tendem a ser mais proveitosos às partes do que a passagem por todos os momentos do procedimento ordinário. Vejamos o que diz o artigo 3º do CPC/2015. Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. (Este é um mandamento Constitucional, art. 5º, inciso XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. Veja que o Novo CPC deve observar o texto constitucional. Lembram do Neoconstitucionalismo trabalhado no tema Jurisdição? Pois bem, vejam ele incidindo no art. 3º do CPC/2015) 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei. 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. Página 18 de 64

19 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. 3.4 MÉTODOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS Para melhor esclarecer os métodos de solução de conflitos, montamos um gráfico para vocês. Vejamos a classificação em heterocomposição e autocomposição dos equivalentes jurisdicionais. O Juiz decide sobre o conflito HETEROCOMPOSIÇÃO: A VS B Jurisdição, Arbitragem. Maior influência do terceiro. O Árbitro decide sobre o conflito Fica a cargo do terceiro a Sentença/Decisão. AUTOCOMPOSIÇÃO A VS X B Y Mediação, Conciliação e Negociação. C As partes possuem maior controle. Conciliação/Sugestão Facilitação/Sugestão/Negociação. X Y M Mediação/Facilitação X Y Negociação/Negociação 3.5 MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO A mediação é uma conduta pela qual um terceiro coloca-se entre as partes e tenta conduzi-los à solução autocomposta. Didier aduz tratar-se de uma técnica para catalisar a autocomposição (Curso de Direito Processual Página 19 de 64

20 Civil, vol. I. Didier Jr., Fredie). Na mediação, diferentemente do que ocorre na conciliação, o foco não recai no conflito propriamente, mas se desloca para as causas desse conflito. A mediação surge como um instrumento de pacificação social, uma vez que há a perspectiva de solução da lide sem qualquer decisão impositiva e busca-se a preservação do interesse das partes litigantes. O mediador tem a função de conduzir, e não propor soluções ao conflito das partes como o conciliador faz. Os litigantes devem discutir as causas do conflito e chegar a uma solução. Assim, a função do mediador é de induzir as partes a chegar, por elas mesmas, à solução da lide. O sentimento de capacidade que certamente será sentido pelas partes também é aspecto que torna a mediação uma forma alternativa de solução de conflitos bastante atraente. (Neves, Daniel Amorim Assumpção, pg. 7, Manual de Direito 0 Processual Civil). Mediação e conciliação são, igualmente, formas de solução de conflitos em que um terceiro intervém no processo conflituoso com o intuito de auxiliar as partes envolvidas a chegar à autocomposição. Aqui não cabe ao terceiro resolver o litígio, como ocorre na arbitragem. Cabe a ele exercer um papel estimulante na solução negocial do litígio. Por isso, não estamos diante de uma espécie de heterocomposição, mas, sim, diante de exemplos de autocomposição, com a integração de um terceiro. As duas formas são os principais exemplos de resolução alternativa de controvérsias. A diferença entre elas é sutil, mas a doutrina as considera técnicas distintas de autocomposição. O conciliador participa da negociação de modo mais ativo. Pode ele, inclusive, sugerir às partes soluções para o litígio. É indicada, com mais frequência, na solução de conflitos em que as partes não tenham tido vínculo anterior. O mediador, por seu turno, já tem um papel mais amplo. Exerce uma atividade de comunicador das partes, é um facilitador do diálogo. Auxilia os envolvidos a compreender as questões do conflito, para que possam chegar a soluções consensuais. É mais indicada quando já existe uma relação anterior entre as partes, como nas relações familiares e societárias. A mediação atinge êxito quando as partes chegam a um resultando que gere benefícios mútuos. Neste sentido é importante ler o artigo 165 do CPC/2015. Art Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição. 1º A composição e a organização dos centros serão definidas pelo respectivo tribunal, observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça. 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem. Página 20 de 64

21 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos. As duas modalidades podem ocorrer judicial ou extrajudicialmente. Judicialmente, o mediador e o conciliador serão auxiliares da justiça, o que implica dizer que a eles serão aplicadas as regras relativas a este tipo de sujeito processual, inclusive no que tange às questões de impedimento e suspeição. Já na conciliação/mediação extrajudiciais só haverá a tentativa de solução consensual se ambas as partes chegarem a esse consenso. Cumpre destacar o conceito de conciliação/mediação extrajudicial: ocorre quando as partes optam por tentar resolver o conflito por meio da mediação antes de ingressarem na via judicial. Poderá funcionar como mediador extrajudicial qualquer pessoa capaz que tenha a confiança das partes e seja capacitada para fazer mediação (art. 9º da Lei nº /15). Lei nº de 2015 Art. 9o Poderá funcionar como mediador extrajudicial qualquer pessoa capaz que tenha a confiança das partes e seja capacitada para fazer mediação, independentemente de integrar qualquer tipo de conselho, entidade de classe ou associação, ou nele inscrever-se. Essa pessoa escolhida como mediador não precisa estar vinculada a qualquer tipo de conselho, entidade de classe ou associação de mediadores. Na mediação extrajudicial, as partes é quem escolhem livremente o mediador. Aqui, as partes podem participar da audiência sem acompanhamento jurídico. Além disso, o artigo 175 do CPC/2015, somente trouxe a possibilidade de mediação e conciliação extrajudiciais, sendo essas formas de solução de conflitos que serão reguladas por lei específica. A mediação e a conciliação podem ocorre em câmaras públicas, em câmaras privadas ou em ambientes mais informais, como nos escritórios de advocacia. CPC/2015: Art Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de conciliação e mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, que manterá registro de profissionais habilitados, com indicação de sua área profissional. Art A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criarão câmaras de mediação e conciliação, com atribuições relacionadas à solução consensual de conflitos no âmbito administrativo, tais como: I - dirimir conflitos envolvendo órgãos e entidades da administração pública; II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de conciliação, no âmbito da administração pública; III - promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta. Página 21 de 64

22 Art As disposições desta Seção não excluem outras formas de conciliação e mediação extrajudiciais vinculadas a órgãos institucionais ou realizadas por intermédio de profissionais independentes, que poderão ser regulamentadas por lei específica. Parágrafo único. Os dispositivos desta Seção aplicam-se, no que couber, às câmaras privadas de conciliação e mediação. Professor, mas o que são câmaras privadas de conciliação/mediação? R: As câmaras privadas de conciliação e mediação são uma forma de conciliação e mediação extrajudicial. As câmaras são empresas privadas que se dedicam unicamente em desempenhar tais atividades em caráter privado, oferecendo isso como um serviço à população. Vejamos agora quem pode exercer o papel de mediador ou conciliador. Podem exercer essa função tanto funcionários públicos como profissionais liberais. CPC/2015: Art Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de conciliação e mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, que manterá registro de profissionais habilitados, com indicação de sua área profissional. 1o Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de curso realizado por entidade credenciada, conforme parâmetro curricular definido pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça, o conciliador ou o mediador, com o respectivo certificado, poderá requerer sua inscrição no cadastro nacional e no cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal. 2o Efetivado o registro, que poderá ser precedido de concurso público, o tribunal remeterá ao diretor do foro da comarca, seção ou subseção judiciária onde atuará o conciliador ou o mediador os dados necessários para que seu nome passe a constar da respectiva lista, a ser observada na distribuição alternada e aleatória, respeitado o princípio da igualdade dentro da mesma área de atuação profissional. 3o Do credenciamento das câmaras e do cadastro de conciliadores e mediadores constarão todos os dados relevantes para a sua atuação, tais como o número de processos de que participou, o sucesso ou insucesso da atividade, a matéria sobre a qual versou a controvérsia, bem como outros dados que o tribunal julgar relevantes. 4o Os dados colhidos na forma do 3o serão classificados sistematicamente pelo tribunal, que os publicará, ao menos anualmente, para conhecimento da população e para fins estatísticos e de avaliação da conciliação, da mediação, das câmaras privadas de conciliação e de mediação, dos conciliadores e dos mediadores. 5o Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na forma do caput, se advogados, estarão impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que desempenhem suas funções. 6o O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliadores e mediadores, a ser preenchido por concurso público de provas e títulos, observadas as disposições deste Capítulo. Página 22 de 64

23 Quanto à remuneração ou não dessas atividades, o CPC/2015 prevê tanto a remuneração como atuação voluntária. É importante destacar que a remuneração dessas atividades ajuda no aprimoramento e capacitação destes auxiliares de justiça. CPC/2015: Art Ressalvada a hipótese do art. 167, 6º, o conciliador e o mediador receberão pelo seu trabalho remuneração prevista em tabela fixada pelo tribunal, conforme parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça. 1º A mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho voluntário, observada a legislação pertinente e a regulamentação do tribunal. 2º Os tribunais determinarão o percentual de audiências não remuneradas que deverão ser suportadas pelas câmaras privadas de conciliação e mediação, com o fim de atender aos processos em que deferida gratuidade da justiça, como contrapartida de seu credenciamento. Dúvida: Quem escolhe esses auxiliares? Consensualmente, as partes podem escolher o mediador e o conciliador e a câmara privada para a realização da autocomposição. Se a escolha recair sobre um profissional não cadastrado no tribunal, deverá ser realizado o devido cadastro deste para que se habilite a participar. CPC/2015: Art. 168 do CPC/2015. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o mediador ou a câmara privada de conciliação e de mediação. 1º O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não estar cadastrado no tribunal. 2º Inexistindo acordo quanto à escolha do mediador ou conciliador, haverá distribuição entre aqueles cadastrados no registro do tribunal, observada a respectiva formação. 3 Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de um mediador ou conciliador. Destacamos, ainda, os princípios expressos no CPC/2015 que informam a conciliação e a mediação, sendo eles (art. 166): 1.Independência 2. Imparcialidade 5.Oralidade 3. Autonomia vontade da 4.Confidencialidade 6.Informalidade 7.Decisão informada DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO Perguntas Respostas Página 23 de 64

24 Quando se inicia a audiência conciliação ou mediação? de Uma vez preenchido os requisitos essenciais da petição inicial e se não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação em um prazo mínimo de 30 (trinta) dias. E quando o réu deve ser citado? O réu deve ser citado com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. Há conciliador ou mediador? Sim, o conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de mediação. Quantas sessões podem ocorrer audiência de conciliação e mediação? na Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes (condição). E quem faz a intimação do autor? A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado. Quando a audiência não será realizada? I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; II - quando não se admitir a autocomposição. (Vamos relembrar um pouco sobre o que é a autocomposição: A autocomposição consiste no acordo entre as partes envolvidas no conflito para se chegar a uma solução, ou seja, o conflito é solucionado pelas partes sem que um agente externo defina o resultado de pacificação da lide. A autocomposição ocorre quando há o despojamento unilateral em favor de outrem [da vontade por este almejada]; quando há aceitação ou resignação de um dos sujeitos aos interesses do outro ou quando há concessão recíproca efetuada pelas partes). Quando o autor deverá apresentar o seu O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse pela audiência? desinteresse na autocomposição. E o réu? Quando deverá apresentar seu Deverá o réu apresentar seu desinteresse por petição, no desinteresse pela audiência? mínimo 10 (dez) dias antes da data da audiência. E nos casos de litisconsórcio? Quem Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da demonstra o desinteresse? audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes. Pode haver audiência por via eletrônica? Sim. A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei. Caso o autor ou o réu não justifique a Sim. O não comparecimento injustificado do autor ou do Página 24 de 64

25 ausência na audiência, poderá a eles ser réu à audiência de conciliação é considerado ato imputada alguma sanção? atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. É obrigatória a presença de um advogado? Sim. As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. A parte poderá nomear alguém para Sim. A parte poderá constituir representante, por meio de negociar em seu nome? procuração específica, com poderes para negociar e transigir. Caso a autocomposição seja obtida, é Sim. Uma vez obtida a autocomposição, esta será necessário reduzi-la a termo? reduzida a termo e homologada por sentença. Há tempo mínimo ou máximo entre as As pautas das audiências de conciliação ou de mediação pautas da audiência? serão organizadas de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte. 4. CLASSIFICAÇÃO A jurisdição é una e indivisível, mas é comum dividi-la para efeitos didáticos e para definição do sistema de competências, quanto ao objeto, à hierarquia, ao órgão. Também é possível classificá-la em contenciosa e voluntária. Quanto ao objeto, a jurisdição pode ser civil ou penal. São de natureza civil todas as que não tenham caráter penal. Há doutrinadores que discordam da limitação a essas duas espécies e incluem as outras esferas jurisdicionais na classificação: trabalhista, militar, eleitoral. Quanto à hierarquia, classifica-se em inferior ou superior. Inferior é a que tem a chamada competência originária, ou seja, que recebe o processo primeiro; a superior tem atuação recursal. Relativamente ao órgão que a exerce, poderá ser especial e comum. Especial é definida pela Constituição Federal com base na matéria a ser tratada: Justiça Eleitoral, Justiça do Trabalho e Justiça Militar; sendo a comum todo o restante (daí, falar-se em competência residual). A Justiça Comum é composta pela Justiça Federal e pela Justiça Estadual. Página 25 de 64

26 JURISDIÇÃO: pode ser nacional ou internacional. Vejamos: Jurisdição Comum: Jurisdição Federal e Estadual. Dividem-se em jurisdição civil e penal. Jurisdição Nacional: UNA Jurisdição Especial: Jurisdição trabalhista, eleitoral e militar. Jurisdição Internacional Jurisdição UNA: Adotada no Brasil: Poder Judiciário exerce a jurisdição com exclusividade (causas comuns e administrativas). As causas que envolvem o Estado são julgadas pelo Poder Judiciário. Jurisdição DUAL: Adotada, por exemplo, na França. Tribunais Judiciários (causas comuns) e Tribunais Administrativos (causas administrativas). As causas que envolvem o Estado são julgadas pelo Poder Administrativo. DA FUNÇÃO JURISDICIONAL (Livro II: Título II, Capítulo I) Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: I - de alimentos, quando: a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;; b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos; II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. 2o Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, 1o a 4o. Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. Página 26 de 64

27 A jurisdição também, como já se mencionou, poderá ter natureza contenciosa ou voluntária. Contenciosa é a rotineira, a conflitual, por meio da qual a parte vai a juízo para requerer tutela de seu Direito; enquanto a voluntária se caracteriza por não apresentar, em tese, conflito de interesses (exemplo: homologação de acordo previamente firmado entre as partes). Nesta espécie (voluntária), o interessado ou interessados buscam a prestação jurisdicional do Estado quando não podem alcançar seus objetivos sozinhos, ainda que não haja conflito. Muitos autores questionam a natureza de Jurisdição da espécie voluntária, classificando-a como simples administração de interesses particulares. (TJ CE/ Adaptada) Sobre jurisdição e ação é correto dizer que: Pelo princípio da aderência os juízes e tribunais exercem a atividade jurisdicional apenas no território nacional. Essa atividade é repartida de acordo com as regras de competência. COMENTÁRIOS: A questão está correta. Percebam que o princípio da aderência ligado ao princípio internacional da não ingerência em assuntos de outros povos impõe os limites territoriais do País para exercício da jurisdição pelo Estado-juiz nacional. Gabarito: Certo (TST) A jurisdição é a atividade desenvolvida pelo Estado por meio da qual são resolvidos conflitos de interesses visando-se à pacificação social. Acerca desse tema, é correto dizer que a jurisdição pode ser classificada em comum ou especial. a) Certo b) Errado Gabarito: Certo (TST) Por seu inegável alcance social, a justiça trabalhista é exemplo claro de jurisdição comum. a) Certo b) Errado Gabarito: Errado Página 27 de 64

28 (TST) Considerando-se a sistemática federativa vigente no Brasil, a justiça comum é dividida em federal e estadual. a) Certo b) Errado Gabarito: Certo 5. PRINCÍPIOS INERENTES À JURISDIÇÃO Os princípios inerentes à jurisdição são: Investidura Indelegabilidade/Indeclinabilidade Inafastabilidade Inércia Territorialidade Inevitabilidade Juiz Natural a) INVESTIDURA O Poder Judiciário possui um caráter inanimado e, por isso, necessita escolher pessoas para representar o Estado no exercício concreto da atividade jurisdicional. Investido do poder jurisdicional, o juiz (sujeito escolhido para ser o agente público representante do Estado), também chamado de Estado-Juiz, é o responsável pela solução da lide. No Brasil, existem duas maneiras de obter a investidura: o concurso público (art. 93, I, CF) e indicação do Poder Executivo (quinto constitucional art. 94 da CF). jurisdição. Somente a autoridade investida de poder jurisdicional pode exercer a Tanto a jurisdição civil, voluntária como a contenciosa é exercida pelos Juízes, em todo o território nacional a jurisdição é UNA. Página 28 de 64

29 (Furnas) Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais. Assim sobre jurisdição é correto afirmar que a jurisdição a) civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o território nacional. b) civil é contenciosa e involuntária e é exercida pelos juízes, em todo o território nacional. c) civil é voluntária, exercida pelos juízes de paz, em todo o território nacional e internacional. d) militar, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes estaduais, em todo o território nacional. e) civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o território nacional e internacional. COMENTÁRIOS: Letra a é a correta. A jurisdição, seja contenciosa ou voluntária, é exercida pelos juízes. Os juízes são investidos de jurisdição para atuar em todo o território nacional conforme sua competência. O erro da letra B está em mencionar jurisdição involuntária, modalidade que não existe. Na letra C, o erro está em mencionar os juízes de paz como aqueles investidos de jurisdição. Erro da letra D: A jurisdição militar é da competência dos JuízesAuditores, integrante da Justiça Militar da União (vide Lei nº 8.457, de 4 de setembro de 1992), não pelos juízes estaduais. Erro da letra E: Os juízes nacionais não têm jurisdição internacional. Gabarito: A (Procurador Maricá-RJ) A jurisdição é entendida como o: a) poder do juiz em prolatar sentenças b) poder do juiz em efetivar pretensões c) poder do juiz em possibilitar a todos uma prestação jurisdicional d) poder-dever-atribuição do Estado em possibilitar a todos uma prestação jurisdicional e) poder do STF, na solução superior das demandas. COMENTÁRIOS: Único item com resposta adequada é a letra D. Já que a jurisdição confere ao Estado-juiz mais do que um poder, mas um dever, uma atribuição de prestar a tutela jurisdicional pleiteada. Gabarito: D Página 29 de 64

30 b) INDELEGABILIDADE/INDECLINABILIDADE Deve ser analisado por meio de dois prismas, o externo, tendo a Constituição Federal atribuído a função jurisdicional ao Poder Judiciário, não pode delegar tal função a outros poderes ou órgãos. Exceção: função estatal atípica ; e o interno, em que a competência atribuída a um órgão jurisdicional para analisar uma demanda não poderá ser delegada a outro. O exercício da função jurisdicional não pode ser delegado. Não é possível delegar o poder decisório a outro órgão, pois violaria a regra da competência e o princípio do juiz natural. No entanto, existem hipóteses de delegação a outros poderes judiciais, como o poder de execução das decisões. (Exemplo, permite-se ao STF delegar atribuições para a prática de atos processuais art. 102, I, m, CF/88 relacionados à execução de seus julgados). Além disso, destaca-se que nas cartas precatórias não há delegação, pois sequer há competência (parcela de jurisdição) a ser delegada, já que o juiz do juízo deprecante (juízo de origem da carta precatória) pede cooperação ao juízo deprecado (juízo de destino da carta) por não poder cumpri-la por si só. c) INAFASTABILIDADE De acordo com o inciso XXXV do art. 5o da CF, a lei não pode excluir da apreciação do Poder Judiciário nenhuma lesão ou ameaça de direito. O acesso à ordem jurídica adequada não pode ser negado a quem tem justo direito ameaçado ou prejudicado. Esse princípio também pode ser analisado sob o aspecto da relação entre a jurisdição e a solução administrativa de conflitos. Nessa visão, o sujeito não é obrigado a utilizar os mecanismos administrativos antes de provocar o poder judiciário em razão de ameaça de lesão ou lesão ao direito. O juiz não pode invocar a lacuna da lei e deixar de julgar o processo. Não é necessário esgotar as vias administrativas para provocar o Poder Judiciário. O interessado pode procurar tanto a via administrativa como a judiciária. No entanto, há exceções, como: Nas questões desportivas: art. 217, 1 da CF: O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. Não cabimento de mandado de segurança enquanto pendente de julgamento de recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução. O habeas data só é cabível se houver recusa de informações por parte da autoridade administrativa (entendimento do STJ). Página 30 de 64

31 Diante de ato administrativo que ofenda súmula vinculante, a parte só poderá se valer da reclamação constitucional após o esgotamento das vias administrativas de solução do conflito. d) INÉRCIA A jurisdição não é prestada de ofício, ou seja, os órgãos jurisdicionais dependem da provocação do titular da ação para movimentar-se no objetivo de resolver os conflitos existentes. Assim, só haverá atividade jurisdicional desde que a parte venha ao Poder Judiciário trazer sua pretensão na forma prevista em lei. Importante ressaltar que a inércia pode ser tida tanto como um princípio, tanto quanto uma característica da jurisdição. No CPC de 73, o juiz podia instaurar o inventário de ofício, conforme seu art. art. 989, pois esta era uma exceção ao princípio da inércia, o que não ocorre mais no CPC/2015. Professor, já que a instauração de inventário deixou de ser uma hipótese de exceção, o senhor teria outros exemplos que subsistiram ou que foram criados no CPC/2015 como exceções ao Princípio da Inércia? R: Sim, temos alguns exemplos de mitigação deste princípio também no atual CPC, como os artigos 712 e 951, nos quais o legislador deu ao juiz a possibilidade de agir de ofício, veja: Art Verificado o desaparecimento dos autos, eletrônicos ou não, pode o juiz, de ofício, qualquer das partes ou o Ministério Público, se for o caso, promover-lhes a restauração. Art O conflito de competência pode ser suscitado por qualquer das partes, pelo Ministério Público ou pelo juiz. e) TERRITORIALIDADE A autoridade dos juízes será exercida nos limites territoriais do seu Estado. Assim, a jurisdição é exercida em um dado território (art. 60 e 255). Esse princípio é uma forma de limitação do exercício da jurisdição. Existem, no entanto, exceções ao princípio da territorialidade. Situações em que o juízo poderá praticar atos fora de sua comarca ou seção judiciária. Há exceções, como: Citação pelo correio (art. 247, caput, CPC/2015). Se o imóvel disputado estiver localizado em mais de um Estado, comarca, seção ou subseção, judiciárias, a competência do juízo que conhecer da causa se estenderá sobre todo o imóvel, mesmo em relação à parte que extrapola os limites Página 31 de 64

32 territoriais da jurisdição daquele juiz (art. 60, CPC/2015). Colheita de depoimento à distância, tanto das partes, quanto das testemunhas, por meio de sistema de transmissão de imagem (art. 385, 3º; art. 453, 1º e 2º do CPC/2015). Prática de atos de comunicação processual (citação, por exemplo) e atos executivos (penhora, por exemplo) em comarcas limítrofes (art. 255 do CPC/2015). Não confunda a territorialidade da jurisdição com o lugar onde a decisão irá produzir efeitos, podendo a mesma produzir efeitos em outro país, bastante que para isso a referida decisão seja lá homologada. f) INEVITABILIDADE O princípio da inevitabilidade ocorre em dois momentos distintos. Primeiro, quando os sujeitos do processo sofrem a vinculação obrigatória ao processo judicial, ou seja, uma vez integrantes da relação jurídica processual, os sujeitos não podem, independendo de concordância ou vontade, deixar de cumprir o chamado jurisdicional. Segundo, em consequência da integração obrigatória, os sujeitos ficam em um estado de sujeição suportam todos os efeitos da decisão judicial, mais uma vez, independentemente de gostar ou concordar com ela. Assim, as partes estarão sempre em uma situação de sujeição que independe da vontade delas. Devem as partes submeter-se à decisão do órgão jurisdicional g) JUIZ NATURAL O princípio do juiz natural apresenta duas facetas: a primeira relacionada ao órgão jurisdicional e a segunda com a pessoa do juiz a imparcialidade do magistrado. O primeiro aspecto do princípio quer assegurar que os processos sejam julgados pelo juízo competente, ou seja, que a competência constitucional preestabelecida seja cumprida. Já o segundo aspecto surge para garantir que o juiz responsável pelo julgamento da demanda seja imparcial. Trata-se da essencial exigência de imparcialidade que permite que o julgamento do processo seja justo. Em razão dessa segunda faceta, as leis Página 32 de 64

33 processuais estabelecem as causas de impedimento e suspeição do magistrado. Hipóteses de Impedimento do Juiz Art Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo: I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo; VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes; VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório; IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 1o Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz. 2o É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz. 3o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo. Hipóteses de Suspeição do Juiz Art Há suspeição do juiz: I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; Página 33 de 64

34 II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio; III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões. 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando: I - houver sido provocada por quem a alega; II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido. É uma cláusula do devido processo legal. Uma garantia fundamental implícita que se origina da conjugação dos seguintes dispositivos constitucionais: o dispositivo que proíbe o tribunal ou juízo de exceção e o que determina que ninguém poderá ser processado senão pela autoridade competente. Ele se caracteriza pelo aspecto formal, objetivo, substantivo e material. A determinação de um juízo não pode ocorrer post facto ou ad personam. Assim, os critérios para a sua determinação devem ser impessoais, objetivos e pré-estabelecidos. A garantia do juiz natural advém dos princípios da imparcialidade e da independência atribuída aos magistrados. As garantias do juiz natural são respeitadas por meio das regras de distribuição critérios prévios, objetivos, gerais e aleatórios para a identificação do juízo responsável pela causa. O desrespeito ao princípio da distribuição implicará incompetência absoluta do juízo. Não viola o princípio do juiz natural a criação de varas especializadas, as regras por prerrogativa de função, a instituição de Câmaras de Férias em tribunais. Dúvida: Por que não há violação ao princípio do juiz natural nos casos citados? Porque nos três casos acima são situações em que as regras são gerais, abstratas e impessoais. - Art. 5º, CF: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção. Página 34 de 64

35 Comentários: Aos Tribunais de exceção (juízo extraordinário) contrapõe-se o juiz natural, pré-constituído pela Constituição Federal e por Lei. Em uma primeira acepção, o princípio do juiz natural apresenta duplo significado: 1) Somente o juiz é o órgão investido de jurisdição; 2) Impede a criação de Tribunais de Exceção e ad hoc, para o julgamento de causas penais e civis. Modernamente, porém, este princípio passa a englobar a proibição de subtrair o juiz competente. Assim, a garantia desdobra-se em três conceitos: 1) Só são órgãos jurisdicionais os instituídos pela CF; 2) Ninguém pode ser julgado por tribunal constituído após a ocorrência do fato; 3) Entre os juízes pré-constituídos vigora a ordem taxativa de competências que exclui qualquer alternativa deferida à discricionariedade de quem quer que seja. Vejamos: O tribunal (ou juízo) de exceção é aquele formado temporariamente para julgar: a) Um caso específico Tribunal ad hoc; b) Após o delito ter sido cometido designa o juízo ex post facto; c) Para um indivíduo específico ad personam. Exemplo de Tribunal de exceção: Tribunal de Nuremberg criado pelos aliados para julgar os nazistas pelos crimes cometidos na 2 Guerra Mundial. É constituído ao oposto dos princípios constitucionais do direito processual civil do contraditório e da ampla defesa, do juiz natural. E qual o problema dos tribunais de exceção? O primeiro é que eles invariavelmente não são imparciais. O segundo é que a pessoa, ao ser julgada por um tribunal de exceção, perde algumas das garantias do processo, como a do duplo grau de jurisdição e do juiz natural. Terceiro, o Tribunal de exceção não necessariamente é formado por juristas, podendo ser composto por qualquer pessoa, ferindo, dessa forma a garantia constitucional do juiz competente: (...) LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente (art. 5 ). Para finalizarmos os princípios, destacamos a diferença entre os elementos da jurisdição e os princípios da jurisdição: Página 35 de 64

36 Os elementos são a estrutura da própria jurisdição: i) terceiro imparcial, ii) manifestação de poder, iii)atividade criativa, iv) técnica de tutela, v)situação jurídica concreta, vi)impossibilidade de controle externo da jurisdição, vii) aptidão para tornar-se indiscutível (coisa julgada). Já os princípios são cláusulas gerais, normas, que guiam a jurisdição, caracterizando-a, sendo eles, princípio: i) da Investidura, ii) da Indelegabilidade/Indeclinabilidade, iii) da Inafastabilidade, iv) da Inércia, v) da Territorialidade, vi) da Inevitabilidade e, vii) do Juiz Natural. 6. CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO 6.1 UNIDADE Para a consagrada doutrina clássica, a jurisdição é uma função exclusiva do Poder Judiciário, exercida pelo magistrado, que decide monocraticamente ou por órgãos colegiados. A jurisdição é o poder-dever de o Estado dizer e realizar o direito, consistente num poder uno. Há uma jurisdição por Estado. Só há uma função jurisdicional, de outro modo, se houvesse várias jurisdições, estaríamos diante de várias soberanias, portanto, de vários Estados. Contudo, nada impede que esse poder, que é uno, seja exercido por diversos órgãos, que recebem cada qual, suas competências. O poder é uno, mas pode ser limitado pelas competências. Assim, a jurisdição, como já foi dito, é UNA. É importante ressaltar que a distribuição funcional da jurisdição em órgão não faz com que ela perca sua característica de unidade. Essa distribuição tem efeito organizacional. 6.2 SECUNDARIEDADE A Jurisdição tem a característica da secundariedade por ser acionada quando surge um litígio. Num primeiro momento, espera-se que o Direito seja realizado independente do poder judiciário. Exemplo: regra geral, o locatário paga o aluguel sem que o locador recorra à justiça, assim como o pai paga a prestação alimentícia ao seu filho. Percebam que nesses dois casos, o direito é realizado sem a atuação do judiciário. Contudo, se o pai ou o locatário deixam de cumprir com os seus deveres, a outra parte poderá provocar o judiciário para ter o seu direito garantido. E é nesse contexto que se diz ter a jurisdição a característica de secundariedade. Uma observação a ser considerada é o fato de que, atualmente, se observa no judiciário a perda dessa característica, já que há um aumento considerado de demandas judiciais sem que nenhuma medida extrajudicial tenha sido tomada anteriormente. Esse fenômeno ocorria com frequência, por exemplo, no INSS, em que a parte buscava o efeito previdenciário direto no Página 36 de 64

37 judiciário sem que qualquer pedido administrativo fosse encaminhado anteriormente. Até que o Supremo Tribunal Federal deu parcial provimento ao Recurso Extraordinário (RE) , com repercussão geral reconhecida, no qual o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) defendeu a necessidade de requerimento administrativo antes de o segurado recorrer à Justiça para a concessão de benefício previdenciário. O Plenário considerou, em decisão majoritária, que a exigência não feriria o livre acesso à Justiça (artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição), uma vez que o pedido anterior, no âmbito administrativo, serve para caracterizar a lesão ou ameaça de direito, que, por sua vez, será questionada judicialmente. 6.3 SUBSTITUTIVIDADE Trabalhamos a substitutividade no início da aula. No entanto, vamos falar mais sobre essa característica. Regra geral, as relações jurídicas se formam, desenvolvem e extinguem sem dar origem a litígios. É o que acontece, por exemplo, nos instrumentos extrajudiciais da transação (concessões mútuas) e da conciliação (transação obtida em audiência). O Estado é chamado a atuar somente quando frustradas as tentativas de conciliação extrajudiciais. Assim, quando o Estado participa do litígio, ele é um terceiro que substitui a vontade daqueles diretamente interessados na relação de direito material, teremos, assim, a característica da substitutividade. 6.4 IMPARCIALIDADE Aqueles que integram a jurisdição e o próprio Estado-Juiz devem ser imparciais para que o exercício da jurisdição seja legítimo. Deve predominar, no exercício da jurisdição, o interesse geral, a igualdade entre as partes tanto de tratamento como de oportunidade em participar no convencimento do juiz. Por isso se diz que a jurisdição é uma atividade imparcial do Estado. Atente-se para o fato de que ao advogado, ainda que indispensável, não se exige imparcialidade, como também não é exigida dos demais agentes. Eles, por atuarem no interesse da parte, devem ser parciais. 6.5 CRIATIVIDADE O Estado-Juiz, ao final do julgamento de uma lide, inova a ordem jurídica ao criar uma norma individual que passará a atuar no caso concreto. Essa norma será uma sentença ou um acórdão. Regra geral, nela o juiz declara o direito, que aplica a norma aos fatos. No entanto, a prestação jurisdicional vai além, e inova o mundo jurídico. O Estado-Juiz não somente aplica a lei ao caso concreto, há um processo de criação, pelo qual se exige do juiz uma postura ativa, fazendo com que ele analise cada caso e suas especificidades de modo a encontrar uma Página 37 de 64

38 solução consensual com os preceitos constitucionais e legais. Por isso que a jurisdição tem um caráter criativo. 6.6 INÉRCIA O Estado só pronunciará o direito se provocado, pois a jurisdição tem como uma de suas características a inércia daí vem o ditado a justiça não socorre aos que dormem. No entanto, uma vez que o Estado-juiz seja provocado, ele agirá por impulso oficial, de ofício. Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. [...] 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. O CPC/15 suprimiu a regra de que o Juiz poderia de ofício abrir o inventário, prevista no art. 989 do CPC/73. Portanto, aqueles legitimados pelos artigos 615 e 616 do CPC/15 poderão requerer a abertura do inventário. Importante ressaltar, como já mencionado em linhas acima, que a inércia pode ser tida tanto como um princípio, tanto quanto uma característica da jurisdição. 6.7 DEFINITIVIDADE Essa característica permite a jurisdição ser tornar imutável. A essa característica dá-se o nome de coisa julgada. A estabilidade concedida à jurisdição varia de acordo com sua natureza. As decisões de mérito são as que gozam do maior grau de estabilidade: a coisa julgada material garantia fundamental do cidadão. Apesar de elevado grau de estabilidade, o próprio ordenamento jurídico prevê exceções. Exemplo disso, temos nos casos em que a ação rescisória é cabível. Já as decisões que não analisam o mérito (coisa julgada formal) têm um grau de estabilidade reduzido, pois nas decisões em que não se decide o mérito, não há o impedimento de que haja nova propositura da demanda, podendo o juiz decidir de modo contrário ao proferido na primeira sentença. 6.8 LIDE Na concepção clássica de Carnelutti, a lide é o conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida. Assim, a jurisdição tem a função de compor, de maneira justa, a lide a provocação do judiciário está condicionada à necessidade da parte em obter o bem da vida. O bem da vida, por sua vez, consiste em afastar a resistência criada pela outra parte, trata-se de fenômeno de caráter fático-jurídico (ou ainda sociológico) anterior ao processo. Página 38 de 64

39 7. ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código. (Novo CPC) delas. A jurisdição pode ser: contenciosa ou voluntária. Vejamos cada uma 7.1. JURISDIÇÃO CONTENCIOSA Em regra, a jurisdição contenciosa decorre de processo judicial. Ela é marcada pelo litígio entre as partes, que, por sua vez, termina com a sentença de mérito. Sua decisão pode ser, e comumente o é, traumática porque beneficia uma das partes somente, causando prejuízo à outra. Podemos dizer que a jurisdição contenciosa possui a essência da jurisdição, propriamente dita, isto, pois, exige a intervenção do Estado para a solução da lide. paga. Exemplo: separação judicial litigiosa, ação de cobrança dívida não 7.2. JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA A jurisdição voluntária, também conhecida como administrativa ou integrativa, é uma atividade estatal de integração e fiscalização. Em verdade, não é voluntária: há obrigatoriedade, em regra, de participação do Poder Judiciário para integrar as vontades e, dessa maneira, tornar apta a produção de seus efeitos. As garantias fundamentais do processo são aplicadas à jurisdição voluntária e também aos magistrados, que estão atrelados a dois elementos: a) Inquisitoriedade: o magistrado poderá decidir de modo contrário à vontade das partes. A inquisitoriedade ocorre na Jurisdição contenciosa, apenas, excepcionalmente, porque nela (contenciosa) a regra é o princípio do dispositivo. A característica de "Inquisitoriedade" só é aplicável de forma excepcional na jurisdição contenciosa? R: Sim, o Princípio Inquisitivo só se aplica de forma excepcional na jurisdição contenciosa. Estabelece este princípio que o juiz não está obrigado a julgar conforme o alegado pelas partes, ou seja, não está adstrito a julgar secundum allegata et probata a partibus, podendo livremente buscar os fatos ou indagar sobre a verdade dos fatos colocados na base do seu provimento. Por isso, podemos dizer que poderá o juiz julgar de forma contrária á vontade das partes, uma vez que não se limita ao que as mesmas trazem para seu conhecimento no processo. Página 39 de 64

40 Mas o que é o Princípio Dispositivo? E qual a diferença deste princípio e o Princípio Inquisitivo? R: O art. 2º do CPC norteia o Princípio Dispositivo (da inércia ou da demanda). Tal princípio consubstancia que a jurisdição apenas atua quando provocada por algum interessado, ressalvadas hipóteses previstas em lei, recordando que a inércia da jurisdição não importa passividade e apatia do juiz na condução do processo, o qual deverá sempre perseguir a verdade. Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. Por fim, segundo o Princípio Inquisitivo, compete ao juiz o poder de iniciativa probatória para a determinação dos fatos postos pela parte como fundamento da demanda. A diferença entre eles é basicamente esta: no Dispositivo são as partes que levam até o juiz os elementos necessários para a lide, já no Inquisitivo tal iniciativa parte do juiz. b) Possibilidade de decisão fundada em equidade (art. 723 do CPC): não se observa na decisão a legalidade estrita. A sentença é baseada nos critérios de conveniência e oportunidade. O órgão jurisdicional tem ampla discricionariedade na condução e na decisão do processo em jurisdição voluntária. Assim, permite-se uma espécie de juízo de equidade na jurisdição voluntária. Conforme art. 725 do CPC/2015, são pedidos que tramitam pelo procedimento comum de jurisdição voluntária: Emancipação (inciso I) Sub-rogação (inciso II) Alienação, arrendamento, ou oneração de bens de crianças e adolescentes, de órfãos e de interditos (inciso III) Alienação, locação e administração da coisa comum (inciso IV) Alienação de quinhão em coisa comum (inciso V) Extinção de usufruto, quando não decorrer da morte do usufrutuário, do termo da sua duração ou da consolidação, e de fideicomisso, quando decorrer de renúncia ou quando ocorrer antes do evento que caracterizar a condição resolutória (inciso VI) Expedição de alvará judicial (inciso VII) Homologação de autocomposição extrajudicial, de qualquer natureza ou valor. São procedimentos especiais de jurisdição voluntária (art. 719 a 770 do CPC/2015): NOTIFICAÇÃO, INTERPELAÇÃO E ALIENAÇÃO JUDICIAL PROTESTO. HOMOLOGAÇÃO DE: DIVÓRCIO E SEPARAÇÃO CONSENSUAIS Página 40 de 64

41 DE EXTINÇÃO CONSENSUAL DA UNIÃO ESTÁVEL ALTERAÇÃO CONSENSUAL DE REGIME ABERTURA DE TESTAMENTO E CODICILO DE BENS DE MATROMÔNIO ARRECADAÇÃO: PROCESSOS TESTEMUNHÁVEIS FORMADOS A BORDO. DE BENS DA HERANÇA JACENTE DE BENS DOS AUSENTES DE COISAS VAGAS ORGANIZAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DAS FUNDAÇÕES RATIFICAÇÃO DOS PROTESTOS INTERDIÇÃO MARÍTIMOS CLASSIFICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA Não é muito comum a cobrança dessa classificação em prova, mas façamos uma rápida e resumida análise das seguintes espécies: 1 Receptícios: a atividade judicial limita-se a registrar, documentar ou comunicar manifestações de vontade. Exemplo: notificações, protestos. 2 Probatórios: a atividade jurisdicional limita-se à produção da prova. Exemplo: justificação. 3 Declaratórios: o magistrado limita-se a declarar a existência ou inexistência de uma situação jurídica. Exemplo: da posse em nome do nascituro. 4 Constitutivos: a criação, modificação ou extinção de uma situação jurídica dependem da concorrência da vontade do magistrado, por meio de autorizações, homologações, aprovações. Exemplo: interdição. 5 Executórios: o magistrado deve exercer uma atividade prática que modifica o mundo exterior. Exemplo: alienações de coisas. 6 Tutelares: a proteção de interesses de determinadas pessoas que se encontram em situação de desamparo é confiada ao Poder Judiciário poderá instaurar os procedimentos ex officio. Exemplo: Nomeação de curadores. Quanto à natureza da jurisdição voluntária, há divergência se ela é de administração pública de interesses privados ou se de atividade jurisdicional. a) Como administração pública linha que tem crescido na doutrina brasileira parte-se do pressuposto de que a jurisdição voluntária não é jurisdição, mas sim administração pública de interesses privados. Isso porque não existe lide a ser resolvida nem a possibilidade Página 41 de 64

42 de substitutividade o magistrado insere-se entre as partes do negócio jurídico e não as substitui. Além disso, por não ocorrer a jurisdição, não se falaria em coisa julgada, mas em preclusão. b) Como atividade jurisdicional: a jurisdição voluntária tem natureza de atividade jurisdicional. Pode ocorrer relação conflituosa nessa modalidade de jurisdição. Os casos de jurisdição voluntária são conflituosos em potencial e, por isso, submetem-se ao poder judiciário. Vamos, logo abaixo, analisar um pouco mais sobre esse assunto: jurisdição voluntária como administração pública de interesses privados e jurisdição voluntária como atividade jurisdicional JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA COMO PÚBLICA DE INTERESSES PRIVADOS ADMINISTRAÇÃO Na doutrina brasileira, discute-se se a questão de que a jurisdição voluntária não seria jurisdição, mas administração pública de interesses privados realizada pelo Poder Judiciário. Essa construção doutrinária parte da premissa, como exposto no quadro acima, de que a jurisdição voluntária, por não possuir lide a ser solucionada, não pode ser considerada jurisdição. Também não poderíamos falar em substitutividade uma das características da jurisdição, porque o juiz não substitui a vontade dos sujeitos processuais, e, sim, insere-se entre os participantes do negócio jurídico. Desse modo, porque não há conflito, não existiriam sujeitos processuais, só meros interessados. Não havendo jurisdição, não haveria que se falar em ação nem em processo, mas em requerimento e procedimento. Igualmente, não existindo jurisdição, não há coisa julgada, mas preclusão. Nessa modalidade de Jurisdição, a Voluntária, o juiz não é obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que considerar mais conveniente ou oportuna. Da sentença, é bom mencionar, caberá, assim como no caso da Contenciosa, o recurso da apelação. JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA DIFERENÇAS DOUTRINÁRIAS ACERCA DA JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA Doutrina majoritária (clássica) Não há jurisdição Doutrina minoritária (moderna) Há jurisdição Não existem partes no processo, meros Há partes interessados. Página 42 de 64

43 Não há ação nem processo, requerimento e procedimento. mas Há processo Não faz coisa julgada, mas preclusa. Há coisa julgada É uma atividade administrativa É uma atividade jurisdicional Não há substutividade; juiz é administrador. Há substutividade: juiz é juiz. Decide sobre a lide no exercício do poder que é investido de Jurisdição. (TJ - ES) A jurisdição civil pode ser contenciosa ou voluntária, esta também denominada graciosa ou administrativa. Ambas as jurisdições são exercidas por juízes, cuja atividade é regulada pelo Código de Processo Civil, muito embora a jurisdição voluntária se caracterize pela administração de interesses privados pelos órgãos jurisdicionais, ou seja, não existe lide ou litígio a ser dirimido judicialmente. a) Certo b) Errado COMENTÁRIOS: Correto. Perceba que a banca considerou correta a questão da ausência de litígio na jurisdição, um elemento que destacamos em nossa aula, mas que tem sido combatido pela doutrina moderna. Existe, sim, a possibilidade de ide, embora não seja a regra. Portanto, se na sua prova for mencionado que é possível a verificação de conflito na Jurisdição Voluntária, sua resposta será correto, mas, se a menção for de que há uma lide para ser resolvida em substituição da vontade das partes pela atuação do Estado-juiz, a resposta será errado. Esta última descrição serve à Jurisdição Contenciosa. No enunciado da questão, a jurisdição voluntária é também nomeada de administrativa, mais uma característica da doutrina clássica. Gabarito: Certo (TRT 11ª Região/ Adaptada) Sobre jurisdição, é correto afirmar: Nos procedimentos não contenciosos, há função jurisdicional apenas sob um ponto de vista estritamente formal. COMENTÁRIOS: Correto. Entre as opções oferecidas pela banca ( a a e ), considerouse correta a letra c, que citamos (agora em análise). Desse modo, o entendimento clássico e majoritário é o predominante de que a jurisdição Página 43 de 64

44 voluntária é jurisdição apenas em seu aspecto formal, e relativamente ao conteúdo pode ser entendida como administração de interesses particulares pelo Poder Judiciário. A Teoria Revisionista, por seu turno, considera a Jurisdição Voluntária uma jurisdição propriamente dita, já que é possível a ocorrência da lide. O STJ já se pronunciou no sentido de que o litígio pode ou não estar presente na jurisdição administrativa, mas não é essencial para a propositura da ação. No mesmo sentido em que se manifestaram autores como Alexandre de Freitas Câmara e Fredie Didier. É exemplo de jurisdição voluntária a separação consensual (arts. 731 a 734), já que o ato judicial irá conferir validade ao negócio jurídico que se realizar, mas acidentalmente pode haver conflito na separação consensual; dizse acidentalmente porque não é parte essencial do negócio jurídico. Percebam a diferença, na qualidade de voluntária, a jurisdição não tem como aspecto essencial a lide, mas é um possível elemento acidental, ou seja, que pode vir a ocorrer num dado momento; enquanto na qualidade de contenciosa, a lide está virtual/real e essencialmente ligada à jurisdição. Didier cita os casos de interdição e de retificação de registro como procedimentos de jurisdição voluntária que normalmente dão ensejo a controvérsias. De fato não são raros os casos em que surgem questões que devem ser solucionadas pelo magistrado, por exemplo, as divergências entre o pai e o menor que queira se emancipar (jurisdição voluntária com lide acidental). É por isso que se impõe a citação dos possíveis interessados, que podem, de fato, não opor qualquer resistência, mas não estão impedidos de fazê-lo. São frequentes os casos em que, em pleno domínio da jurisdição voluntária, surgem verdadeiras questões a demandar juízo do magistrado. (Didier) Outra distinção que pode ser considerada entre Jurisdição Voluntária e Contenciosa refere-se, ainda, à pretensão. Nesse aspecto, vale destacar: pode haver processo sem lide, mas não há processo sem pretensão. O Juiz exerce a função jurisdicional quando provocado esta provocação é que chamamos de pretensão e, por meio dela, dá-se a integração da jurisdição voluntária ou da jurisdição contenciosa. Não se debrucem em demasia sobre estas contradições, pelo menos, não para o concurso. Como bem disse Leonardo Greco, todos esses critérios são imperfeitos, porque a jurisdição voluntária abrange uma variedade tão heterogênea de procedimentos, nos quais sempre vamos encontrar o desmentido de um ou de outro desses critérios. Página 44 de 64

45 Leiam este elucidativo acórdão do STJ, em que grifamos os trechos mais importantes sobre a matéria: [...] não parece adequado afirmar categoricamente que na jurisdição voluntária não há bem litigioso e tampouco lide. A mais recente doutrina processualista tem ressaltado o equívoco em se qualificar a chamada jurisdição administrativa de atividade não jurisdicional em razão da suposta ausência de lide. Afirma-se, modernamente, que a jurisdição voluntária não equivale a demanda sem lide. O litígio pode ou não verificar-se no seio da jurisdição administrativa: ele apenas não é essencial para a propositura da ação. [...] Para ilustrar a atenuação que se verifica na diferenciação entre a jurisdição voluntária e a jurisdição contenciosa, transcrevo trecho da obra de Leonardo Greco (GRECO, Leonardo. Jurisdição Voluntária Moderna. São Paulo: Editora Dialética, 2003, p. 23): Apesar das divergências de opinião, há algumas características que geralmente são apontadas pela doutrina para diferenciar a jurisdição contenciosa e a jurisdição voluntária. Na primeira haveria lide, na segunda não; na primeira haveria partes em posições subjetivas antagônicas, na segunda apenas um ou mais interessados concordantes em suas postulações; a primeira incidiria sobre situações fáticas preexistentes, enquanto a segunda teria caráter constitutivo; a primeira seria repressiva e a segunda preventiva; na primeira, a atividade judicial seria substitutiva da vontade das partes, na segunda os interessados dependeriam da concorrência da vontade estatal manifestada pelo juiz, sem a qual não poderiam isoladamente alcançar o efeito jurídico almejado; na primeira o juiz tutelaria direitos subjetivos, enquanto na segunda, meros interesses; na primeira, os procedimentos previstos em lei não seriam exaustivos, na segunda o juiz somente poderia atuar com expressa previsão legal; na primeira haveria formação da coisa julgada, na segunda não; na primeira o juiz estaria adstrito ao pedido do autor, enquanto na segunda o juiz poderia agir de ofício ou adotar providência diversa da que lhe fosse requerida. Todos esses critérios são imperfeitos, porque a jurisdição voluntária abrange uma variedade tão heterogênea de procedimentos, nos quais sempre vamos encontrar o desmentido de um ou de outro desses critérios. REsp DF, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, j ESCOPOS DA JURISDIÇÃO O estudo da jurisdição pode ter em consideração os objetivos que persegue. Distinguindo-se em: escopo jurídico, social, educacional e político. O escopo jurídico decorre da efetiva aplicação da vontade da lei, dando fim à lide. Já está vencido o entendimento de que esse seria o único objetivo da jurisdição (aplicação da lei; fim do conflito). No escopo social, pretende-se a pacificação social, de modo que se resolva a lide de caráter social. Nesse escopo, a jurisdição não tem como intenção fundamental a solução do conflito jurídico, mas a solução no plano fático, que traga a maior satisfação possível às partes. Página 45 de 64

46 A transação consiste, assim, em excelente modo de alcançar esses objetivos, porque ocorre a partir da cessão mútua de interesses e tende a extinguir o conflito sem imposição severa a alguma das partes (solução do conflito (fático); satisfação das partes). O escopo educacional deriva da função de divulgar (ensinar) a todos os jurisdicionados, incluindo-se obviamente as partes envolvidas no processo, quais os seus direitos e deveres. É escopo bem amplo, que ganhou importância nos julgados contemporâneos, que se revestem de verdadeiro caráter didático. Os mais importantes julgamentos são acompanhados por meios de comunicação, que os tornam acessíveis a grande número de indivíduos (divulgação dos direitos e deveres de todos os jurisdicionados). O escopo político, por sua vez, prisma pelo bom funcionamento jurisdicional que eleva a credibilidade do Estado perante os indivíduos e, desse modo, estimula a participação democrática por meio do processo (estimula a participação democrática). (Procurador Itaboraí-RJ) A jurisdição, em todos os países, é informada por alguns princípios fundamentais universalmente reconhecidos, como: a) aderência ao território, indelegabilidade, inafastabilidade, juiz natural b) investidura, indelegabilidade, juiz natural c) competência, investidura, aderência ao território, indelegabilidade, inafastabilidade, juiz natural, inércia d) aderência ao território, indelegabilidade, inafastabilidade, juiz natural, inércia e) investidura, aderência ao território, indelegabilidade, inafastabilidade, juiz natural, inércia. COMENTÁRIOS: Percebam que a banca considerou correto o item que expôs os princípios corretamente e de modo mais completo: letra E. O erro da letra c está em considerar a competência um princípio, quando na verdade é um limite à jurisdição. Gabarito: E Página 46 de 64

47 JURISDIÇÃO 1) Jurisdição: a jurisdição consiste no poder conferido ao estado, por meio dos seus representantes, de atuar no caso concreto quando há situação que não pôde ser dirimida no plano extrajudicial, revelando a necessidade da intervenção do estado para que a controvérsia estabelecida seja solucionada. Surgiu da necessidade de se conferir segurança jurídica e paz social à coletividade, de tal forma que houvesse previsibilidade nas relações jurídicas estabelecidas e as pessoas pudessem buscar o desenvolvimento de atividades econômicas e a prosperidade. 2) Classificação: jurisdição é classificada em: civil ou penal; inferior ou superior; especial ou comum; contenciosa ou voluntária. 3) Princípios inerentes à jurisdição: investidura, territorialidade, indelegabilidade, inevitabilidade, inafastabilidade, inércia, do juiz natural. 4) Características: Unidade, secundariedade, substitutividade, imparcialidade, criatividade, inércia, definitividade, lide. Principais Equivalentes Jurisdicionais AUTOTUTELA (AUTODEFESA) Forma mais antiga de resolver conflitos. Ocorre o sacrifício integral do interesse de uma das partes, pelo uso da força da outra parte. O Código Civil prevê casos excepcionais em que pode ser empregada. Exemplos: legítima defesa (art. 188, I, do CC) e desforço imediato no esbulho (art , parágrafo 1º do CC). Essa forma de solução de controvérsia pode ser totalmente revista pelo poder judiciário. Esse é um elemento marcante da autotutela. Consiste no comum acordo entre as partes envolvidas no conflito para chegar a uma solução. Classifica-se em unilateral, quando há renúncia ou submissão de uma das partes. AUTOCOMPOSIÇÃO E bilateral, o que é mais comum, ambas as partes abrem mão de uma parcela de sua pretensão em favor da outra é a transação. Página 47 de 64

48 ARBITRAGEM Viabiliza-se quando há concordância entre as partes de submeter o conflito, ou a questão, ao árbitro (terceiro imparcial, que, por acordo das partes litigantes, resolve uma questão). Os motivos que levam os contratantes a optarem pela arbitragem em detrimento da jurisdição são, principalmente, rapidez e economia. Os árbitros não são condicionados a muitos formalismos, podem ser autorizados pelas partes a, até mesmo, decidirem por equidade ou utilizarem leis específicas. 5) Jurisdição Contenciosa e Voluntária: Contenciosa é a rotineira, a tradicional; enquanto a voluntária é que assim se classifica por não ter conflito de interesses como questão principal a ser solucionada. Jurisdição Voluntária: Não existe litígio entre as partes. Nesse caso, há homologação de pedidos que não implicam litígio, ou seja, não se resolvem conflitos, mas apenas tutela interesses. Participação do Estado, requerentes com interesses comuns e jurisdição integrando e validando o negócio jurídico. Relação Processual Não-Triangular da Jurisdição Voluntária: INTERESSADOS JUIZ Jurisdição Contenciosa: Pressupõe conflito entre as partes a ser solucionado pelo magistrado. É por meio da jurisdição contenciosa que se alcança uma solução para a lide. Formação de litígio, sujeitos com interesses opostos e jurisdição compondo e solucionando o conflito. Jurisdição Contenciosa: - Características: Unidade, imparcialidade, secundariedade, substitutividade, instrumentalidade. - Princípios: Improrrogabilidade, indeclinabilidade, juiz natural. Relação Processual Triangular da Jurisdição Contenciosa: JUIZ AUTOR RÉU - O princípio do juiz natural apresenta duas faces: a primeira relacionada ao órgão jurisdicional e a segunda com a pessoa do juiz a imparcialidade do magistrado. Página 48 de 64

49 Juiz Natural em sentido Formal 1) Garantia da proibição da existência de Tribunais de exceção. 2) Respeito às regras de competência: (...) LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente (art. 5, CF). Juiz Natural em sentido Material 1) Imparcialidade do juiz. 2) Contra o juiz se podem alegar as razões de suspeição e impedimento (arts. 144 e 145 do CPC/2015). Juiz Natural possui competência constitucional e foi investido de maneira regular na jurisdição. 1. (TJ CE) Aponte, dentre os princípios processuais abaixo, aquele que não tem previsão explícita na Constituição Federal: a) Juiz natural. b) Duplo grau de jurisdição. c) Devido processo legal. d) Acesso à justiça. 2. (TJ MA/Adaptada) Julgue o item abaixo: O princípio do Juiz Natural pode ser encontrado na Constituição federal no artigo onde expressa que ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente ou por juízo ou tribunal de exceção. 3. (TJ MA/Adaptada) São manifestações do princípio processual do devido processo legal as seguintes garantias: acesso à justiça, igualdade de tratamento, publicidade dos atos processuais, contraditório, ampla defesa, julgamento por juiz natural e competente, de acordo com provas obtidas licitamente por decisão fundamentada. 4. (SERPRO/Adaptada) Relativamente aos princípios constitucionais do processo civil, é correto afirmar-se que: O princípio do juiz natural consiste exclusivamente na proibição de tribunais de exceção. 5. (MP-SP Promotor de Justiça) O Estado democrático de direito e o juiz natural: Página 49 de 64

50 a) Não exigem necessariamente a imparcialidade do juiz para proferir decisões nos procedimentos de jurisdição voluntária. b) Não exigem necessariamente a imparcialidade do juiz para proferir decisões nos processos contenciosos. c) Exigem a imparcialidade do juiz para proferir decisões somente nos processos contenciosos (objetivos e subjetivos). d) Exigem a imparcialidade do juiz para proferir decisões tanto nos processos contenciosos como nos procedimentos de jurisdição voluntária. e) Permitem a parcialidade do juiz destinada a realizar os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil. 6. (STJ) Quanto aos princípios constitucionais e gerais do direito processual civil, julgue o item abaixo. O ato do presidente de um tribunal que designa um juiz substituto para atuar em determinado feito, após o juiz titular e seu substituto legal terem afirmado sua suspeição para atuar na ação, não viola o princípio do juiz natural, já que o afastamento daqueles originalmente competentes para o julgamento se deu com base em motivo legal, e não, por ato de exceção. 7. (DPF) Considere que A proponha contra B ação para reparação de dano causado em acidente de veículo ocorrido na cidade do Rio de Janeiro. Em face dessa consideração, julgue o item a seguir, relativo à competência. As partes podem, desde que estejam de comum acordo, estabelecer o foro competente para a causa, elegendo, por exemplo, o juízo da 1.ª Vara Cível para processar o feito, sendo previsto no Código de Processo Civil o foro de eleição quando se tratar de competência territorial. 8. (TRT 22ª Região) A indeclinabilidade é uma característica a) da ação. b) da jurisdição. c) do processo. d) da lide. e) do procedimento. 9. (TRT 19ª Região) A respeito da jurisdição e da ação, considere: I. Nenhum juiz prestará tutela jurisdicional, senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e formas legais. Página 50 de 64

51 II. O direito de ação é objetivo, decorre de uma pretensão e depende da existência do direito que se pretende fazer reconhecido e executado. III. Na jurisdição voluntária, não há lide, tratando-se de forma de administração pública de interesses privados. É correto o que se afirma APENAS em a) II. b) II e III. c) I. d) I e II. e) I e III. 10. (TJ PA) Jurisdição é a) a faculdade atribuída ao Poder Executivo de propor e sancionar leis que regulamentem situações jurídicas ocorridas na vida em sociedade. b) a faculdade outorgada ao Poder Legislativo de regulamentar a vida social, estabelecendo, através das leis, as regras jurídicas de observância obrigatória. c) o poder das autoridades judiciárias regularmente investidas no cargo de dizer o direito no caso concreto. d) o direito individual público, subjetivo e autônomo, de pleitear, perante o Estado a solução de um conflito de interesses. e) o instrumento pelo qual o Estado procede à composição da lide, aplicando o Direito ao caso concreto, dirimindo os conflitos de interesses. 11. (TCE RO Adaptada) A garantia do juiz natural admite a pré-constituição, por lei, de critérios objetivos de determinação da competência. 12. (TJ-RR) Pelo princípio da aderência os juízes e tribunais exercem a atividade jurisdicional apenas no território nacional. Essa atividade é repartida de acordo com as regras de competência. 13. (TST) A jurisdição é a atividade desenvolvida pelo Estado por meio da qual são resolvidos conflitos de interesses visando-se à pacificação. Acerca desse tema, é correto dizer que a jurisdição pode ser classificada em comum ou especial. 14. (TST) Por seu inegável alcance social, a justiça trabalhista é exemplo claro de jurisdição comum. Página 51 de 64

52 15. (TST) Considerando-se a sistemática federativa vigente no Brasil, a justiça comum é dividida em federal e estadual. 16. (TCU/Adaptada) No que concerne aos princípios processuais e à jurisdição, julgue o item que se segue. Na jurisdição contenciosa, o Estado, em substituição às partes, resolve a lide submetida a sua apreciação, sendo inadmitida, após a instauração do processo contencioso, a composição entre as partes. 17. (TRF 1ª Região/Adaptada) Assinale a opção correta a respeito da jurisdição e dos equivalentes jurisdicionais. a) Na jurisdição voluntária, a lei confere maior flexibilidade ao julgador para conduzir o processo, mas o obriga à observância de critérios de legalidade estrita quando da prolação da sentença. b) A imparcialidade é a característica da jurisdição contenciosa que impede o julgador de determinar, de ofício, a produção de prova em juízo. c) A autodefesa, excepcionalmente permitida no direito brasileiro para a composição da lide, pode ocorrer antes ou durante o processo. d) Na arbitragem, as partes podem escolher a norma de direito material a ser aplicada para a solução do conflito. e) Configura exceção à regra da indelegabilidade da jurisdição a expedição de carta precatória que delegue a oitiva de testemunha a outro juízo. 18. (Câmara de Conceição do Mato Dentro Advogado) Em relação aos limites da jurisdição nacional prevista no Novo CPC, é CORRETO afirmar: a) A ação proposta perante tribunal estrangeiro induz litispendência e obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. b) Compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. c) Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que, no Brasil, tiver de ser cumprida a obrigação. d) Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra, julgar as ações em que o credor tiver domicílio ou residência no Brasil. 19. (Defensor Público) Em relação aos procedimentos de jurisdição voluntária no Código de Processo Civil (CPC/2015), assinale a afirmativa correta. a) Contra sentença prolatada em procedimentos de jurisdição voluntária não cabe recurso. Página 52 de 64

53 b) No procedimento da notificação e da interpelação, o juiz em qualquer caso irá ouvir o requerido antes do deferimento da notificação, podendo apresentar contestação escrita em 15 (quinze) dias. c) Na ação de divórcio direto consensual, é obrigatória a realização de audiência de conciliação ou ratificação. d) O tabelião somente lavrará a escritura pública de divórcio consensual se os interessados estiverem assistidos por advogado ou por Defensor Público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial. e) O CPC/2015 não prevê o cabimento de separação consensual. 20. (MPE-RJ - Técnico do Ministério Público - Notificações e Atos Intimatórios) No tocante à inércia, uma exceção a tal característica da jurisdição, de acordo com a legislação processual vigente, é a: a) interdição; b) reintegração de posse de imóvel público; c) restauração de autos; d) anulação de contrato administrativo; e) nulidade de casamento. 1. (TJ CE) Aponte, dentre os princípios processuais abaixo, aquele que não tem previsão explícita na Constituição Federal: a) Juiz natural. b) Duplo grau de jurisdição. c) Devido processo legal. d) Acesso à justiça. COMENTÁRIOS: No art. 5 da CF/88 encontramos a resposta a essa questão: XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção princípio do juiz natural. Também relaciona-se a esse princípio o inciso LIII do mesmo artigo: ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente. LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. Quanto ao acesso à justiça: Página 53 de 64

54 XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos. Entre os princípios elencados na questão, só não há expressa menção ao princípio do duplo grau de jurisdição na Constituição da república/1988. Gabarito: B 2. (TJ MA/Adaptada) Julgue o item abaixo: O princípio do Juiz Natural pode ser encontrado na Constituição federal no artigo onde expressa que ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente ou por juízo ou tribunal de exceção. COMENTÁRIOS: O problema da afirmativa está na parte final, porque contradiz o inciso XXXVII (art. 5 da Carta Magna), que dispõe: não haverá juízo ou tribunal de exceção. O tribunal de exceção está em posição antagônica ao juiz natural. A afirmação de um é a negação dou outro. Gabarito: Errado 3. (TJ MA/Adaptada) São manifestações do princípio processual do devido processo legal as seguintes garantias: acesso à justiça, igualdade de tratamento, publicidade dos atos processuais, contraditório, ampla defesa, julgamento por juiz natural e competente, de acordo com provas obtidas licitamente por decisão fundamentada. COMENTÁRIOS: Todas essas garantias visam a assegurar o devido processo legal, que é um supraprincípio, tendo como corolários vários outros previstos constitucionalmente. A lista da questão é exemplificativa, de modo que, se houvesse termos como somente ou exclusivamente tornariam a questão errada. Gabarito: Certo 4. (SERPRO/Adaptada) Relativamente aos princípios constitucionais do processo civil, é correto afirmar-se que: O princípio do juiz natural consiste exclusivamente na proibição de tribunais de exceção. COMENTÁRIOS: O princípio do juiz natural apresenta duas facetas: a primeira relacionada ao órgão jurisdicional e a segunda com a pessoa do juiz a imparcialidade do magistrado. O juiz natural possui competência constitucional e foi investido de maneira regular na jurisdição. Juiz Natural em sentido Formal: 1) Garantia da proibição da existência de Tribunais de exceção. 2) Respeito às regras de competência: (...) LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente (art. 5, CF). Página 54 de 64

55 Juiz Natural em sentido Material: Imparcialidade do juiz. Contra o juiz se podem alegar as razões de suspeição e impedimento (arts. 144 e 145 do CPC/2015). Pois bem, como exposto o princípio do juiz natural não consiste exclusivamente na proibição de tribunais de exceção. Engloba nesse princípio a imparcialidade, o respeito às regras de competência e a garantia da proibição de Tribunais de exceção. Gabarito: Errado 5. (MP-SP Promotor de Justiça) O Estado democrático de direito e o juiz natural: a) Não exigem necessariamente a imparcialidade do juiz para proferir decisões nos procedimentos de jurisdição voluntária. b) Não exigem necessariamente a imparcialidade do juiz para proferir decisões nos processos contenciosos. c) Exigem a imparcialidade do juiz para proferir decisões somente nos processos contenciosos (objetivos e subjetivos). d) Exigem a imparcialidade do juiz para proferir decisões tanto nos processos contenciosos como nos procedimentos de jurisdição voluntária. e) Permitem a parcialidade do juiz destinada a realizar os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil. COMENTÁRIOS: O princípio do juiz natural apresenta duplo significado: 1) consagra regra de que só é juiz quem investido de jurisdição; 2) impede criação de tribunais de exceção. Modernamente, tem-se admitido terceiro conceito, referente à competência constitucional do juiz, a qual não pode ser subtraída. O domínio do conceito de juiz natural já seria suficiente para resolver a questão, mas vejamos, de modo breve, distinção entre a jurisdição contenciosa e a voluntária. A contenciosa é a comum, em que as partes de uma lide buscam tutela judicial para resolver o conflito. A jurisdição voluntária é mera administração pública de interesses privados, não há, em regra, conflito (ex: alienação judicial de bens de incapazes). Gabarito: D 6. (STJ) Quanto aos princípios constitucionais e gerais do direito processual civil, julgue o item abaixo. O ato do presidente de um tribunal que designa um juiz substituto para atuar em determinado feito, após o juiz titular e seu substituto legal terem afirmado sua suspeição para atuar na ação, não viola o princípio do juiz natural, já que o afastamento daqueles originalmente competentes para o julgamento se deu com base em motivo legal, e não, por ato de exceção. COMENTÁRIOS: Página 55 de 64

56 O que se visa, nesses casos, é manter a imparcialidade do juiz, de modo que não se pode considerar que viola o princípio do juiz natural uma medida que se coaduna com ele e que tenha sido tomada consoante critérios objetivos e definidos previamente em instrumento legal. A suspeição e o impedimento são situações em que o juiz pode ter sua imparcialidade prejudicada. Nos dois casos, o juiz deverá declarar parcialidade. O impedimento tem caráter objetivo e absoluto, enquanto a suspeição é subjetiva e relativa. Isso quer dizer que no caso do impedimento, por ser absoluto, não há preclusão (pode ser questionado, pela parte, a qualquer tempo). - Hipóteses de impedimento do Juiz: Art Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo: I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo; VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes; VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório; IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 1o Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz. 2o É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz. 3o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo. - Hipóteses de suspeição do Juiz: Art Há suspeição do juiz: I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; Página 56 de 64

57 II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio; III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões. 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando: I - houver sido provocada por quem a alega; II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido. Gabarito: Certo 7. (DPF) Considere que A proponha contra B ação para reparação de dano causado em acidente de veículo ocorrido na cidade do Rio de Janeiro. Em face dessa consideração, julgue o item a seguir, relativo à competência. As partes podem, desde que estejam de comum acordo, estabelecer o foro competente para a causa, elegendo, por exemplo, o juízo da 1.ª Vara Cível para processar o feito, sendo previsto no Código de Processo Civil o foro de eleição quando se tratar de competência territorial. COMENTÁRIOS: Essa questão é excelente para entender o princípio do Juiz Natural, que é um dos princípios garantidores da imparcialidade judiciária, por meio dele se invoca o total respeito às regras de competência. Está previsto no inciso LIII do art. 5º da CF: LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente Pelas regras gerais de competência, a escolha do juiz deve ser aleatória. A proibição de escolha do juízo refere-se a todos, incluindo partes e juízes. Portanto, não seria possível eleger, como menciona a questão, a 1ª Vara Cível, mas somente eleger o local, a comarca. Gabarito: Errado 8. (TRT 22ª Região) A indeclinabilidade é uma característica a) da ação. b) da jurisdição. c) do processo. d) da lide. Página 57 de 64

58 e) do procedimento. COMENTÁRIOS: A banca cobrou os princípios da jurisdição. Sabemos que a indeclinabilidade é um dos princípios que norteia a jurisdição e aduz que o juiz não poderá abrir mão do poder jurisdicional. Podemos ainda resguardar esse princípio invocando outro: à inafastabilidade da apreciação pelo poder judiciário: art. 5º, XXXV, da CF: "a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito." Gabarito: B 9. (TRT 19ª Região) A respeito da jurisdição e da ação, considere: I. Nenhum juiz prestará tutela jurisdicional, senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e formas legais. II. O direito de ação é objetivo, decorre de uma pretensão e depende da existência do direito que se pretende fazer reconhecido e executado. III. Na jurisdição voluntária, não há lide, tratando-se de forma de administração pública de interesses privados. É correto o que se afirma APENAS em a) II. b) II e III. c) I. d) I e II. e) I e III. COMENTÁRIOS: I: Está correto, pois o juiz deverá ser provocado para que possa prestar a tutela jurisdicional. Podemos concluir que o magistrado não pode prestar a tutela de ofício. II: Item errado, uma vez que o direito de ação é SUBJETIVO e não objetivo. O direito de ação também é abstrato - tem existência independente da existência do direito material, objeto da controvérsia e autônomo - tem natureza diferente do direito material afirmado pela parte. III: Correto. A jurisdição voluntária refere-se à homologação de pedidos que não impliquem litígio, ou seja, não se resolve conflitos, mas apenas tutela interesses. São sinônimos de jurisdição voluntária: jurisdição graciosa ou inter-volentes. Gabarito: E 10. (TJ PA) Jurisdição é a) a faculdade atribuída ao Poder Executivo de propor e sancionar leis que regulamentem situações jurídicas ocorridas na vida em sociedade. b) a faculdade outorgada ao Poder Legislativo de regulamentar a vida social, estabelecendo, através das leis, as regras jurídicas de observância obrigatória. Página 58 de 64

59 c) o poder das autoridades judiciárias regularmente investidas no cargo de dizer o direito no caso concreto. d) o direito individual público, subjetivo e autônomo, de pleitear, perante o Estado a solução de um conflito de interesses. e) o instrumento pelo qual o Estado procede à composição da lide, aplicando o Direito ao caso concreto, dirimindo os conflitos de interesses. COMENTÁRIOS: Conceito de jurisdição: A jurisdição consiste no poder conferido ao Estado, por meio dos seus representantes, de atuar no caso concreto quando há situação que não pôde ser dirimida no plano extrajudicial, revelando a necessidade da intervenção do Estado para que o conflito estabelecido seja solucionada. Vejam bem, portanto, não se trata de um instrumento, porque uma vez que o órgão jurisdicional está investido desse poder, ele mesmo é o instrumento. Lembrem-se: Há entendimento da doutrina de que o poder jurisdicional não se restringe a dizer o direito (juris-dicção), alcança também a imposição do direito (júris-satisfação). É uma questão de nomenclatura. O processo é considerado um instrumento porque é o mecanismo a ser utilizado para a resolução do conflito levado ao conhecimento do órgão jurisdicional. Todavia, a Jurisdição não é tangível, trata-se de um poder, conferido a quem foi aprovado em concurso de provas e títulos para exercer a atribuição de juiz, ou a quem foi nomeado na forma determinada pela Constituição para se tornar ministro de alguma corte superior. Perceba que a Jurisdição sozinha, sem o processo, não é capaz de resolver o conflito. Seria como dizer que o diploma fosse o instrumento para o médico atuar, o que não é verídico. O diploma é a autorização para que o médico atue, é o resultado de seu esforço na faculdade que lhe conferiu competência para ser médico, os instrumentos do médico são os protocolos de atendimento, são as consultas, as cirurgias, as anamneses etc. Gabarito: C 11. (TCE RO Adaptada) A garantia do juiz natural admite a pré-constituição, por lei, de critérios objetivos de determinação da competência. COMENTÁRIOS: A legislação processual dispõe sobre a competência de juízos, seja em razão da matéria, do valor da causa, do território. A previsão em lei de critérios de definição de competência, por ser anterior à formação e distribuição do processo e respeitar critérios objetivos, não fere o princípio do juiz natural. Gabarito: Certo Página 59 de 64

60 12. (TJ-RR) Pelo princípio da aderência os juízes e tribunais exercem a atividade jurisdicional apenas no território nacional. Essa atividade é repartida de acordo com as regras de competência. COMENTÁRIOS: Alternativa correta, uma vez que o princípio da aderência ao território, inerente a jurisdição, impõe limites territoriais a atuação dos juízes. Ligado ao princípio internacional da não ingerência em assuntos de outros povos impõe os limites territoriais do País para exercício da jurisdição pelo Estado-juiz nacional. Gabarito: Certo 13. (TST) A jurisdição é a atividade desenvolvida pelo Estado por meio da qual são resolvidos conflitos de interesses visando-se à pacificação. Acerca desse tema, é correto dizer que a jurisdição pode ser classificada em comum ou especial. COMENTÁRIOS: Alternativa correta, pois a jurisdição classifica-se quanto ao tipo de órgão que a exerce, sendo que a CF/88, ao formular as regras de organização judiciária, distingue-a entre a justiça comum e especial. A trabalhista, a militar e eleitoral são denominadas justiça especial. A matéria discutida no processo determina a competência seja de uma ou de outra. Portanto, a competência da justiça comum é supletiva, pois é competente para julgamento daquilo que não é de competência da justiça especial. Gabarito: Certo 14. (TST) Por seu inegável alcance social, a justiça trabalhista é exemplo claro de jurisdição comum. COMENTÁRIOS: Alternativa incorreta, pois a CF/88, ao formular as regras de organização judiciária, distingue o exercício da jurisdição entre a justiça comum e especial e a esfera trabalhista, a militar e eleitoral são denominadas justiça especial. Gabarito: Errado 15. (TST) Considerando-se a sistemática federativa vigente no Brasil, a justiça comum é dividida em federal e estadual. COMENTÁRIOS: Alternativa correta, a justiça comum pode ser estadual ou federal. A CF/88 prevê no art. 106 que são órgãos da Justiça Federal os Tribunais Regionais Federais; e os Juízes Federais. Bem como no art. 125 que os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição. Gabarito: Certo Página 60 de 64

61 16. (TCU/Adaptada) No que concerne aos princípios processuais e à jurisdição, julgue o item que se segue. Na jurisdição contenciosa, o Estado, em substituição às partes, resolve a lide submetida a sua apreciação, sendo inadmitida, após a instauração do processo contencioso, a composição entre as partes. COMENTÁRIOS: Alternativa incorreta, pois o art. 139 inciso V do CPC/15 prevê que o juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais. Gabarito: Errado 17. (TRF 1ª Região/Adaptada) Assinale a opção correta a respeito da jurisdição e dos equivalentes jurisdicionais. a) Na jurisdição voluntária, a lei confere maior flexibilidade ao julgador para conduzir o processo, mas o obriga à observância de critérios de legalidade estrita quando da prolação da sentença. b) A imparcialidade é a característica da jurisdição contenciosa que impede o julgador de determinar, de ofício, a produção de prova em juízo. c) A autodefesa, excepcionalmente permitida no direito brasileiro para a composição da lide, pode ocorrer antes ou durante o processo. d) Na arbitragem, as partes podem escolher a norma de direito material a ser aplicada para a solução do conflito. e) Configura exceção à regra da indelegabilidade da jurisdição a expedição de carta precatória que delegue a oitiva de testemunha a outro juízo. COMENTÁRIOS: Alternativa a incorreta, nos termos do Parágrafo único do art. 723 do CPC/15 o juiz não é obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que considerar mais conveniente ou oportuna Alternativa b incorreta, nos termos do art. 370 do CPC/15 caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito. Alternativa c incorreta, pois a autodefesa somente será exercida excepcionalmente na esfera processual conforme o art. 10 da Lei /01 que prevê que as partes poderão designar, por escrito, representantes para a causa, advogados ou não. Nos termos do art. 2º parágrafo 1º da Lei 9.307/96 poderão as partes escolher, livremente, as regras de direito que serão aplicadas na arbitragem, desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem pública. Alternativa correta. Alternativa e incorreta, pois segundo o princípio da indelegabilidade o Judiciário não pode delegar seus poderes para outro Poder, bem como o órgão jurisdicional não pode delegar seu trabalho a outro. A carta precatória é uma forma de colaboração entre juízos, visando o cumprimento dos atos judiciais e não implica em ofensa ao princípio da delegabilidade. Gabarito: D Página 61 de 64

62 18. (Câmara de Conceição do Mato Dentro Advogado) Em relação aos limites da jurisdição nacional prevista no Novo CPC, é CORRETO afirmar: a) A ação proposta perante tribunal estrangeiro induz litispendência e obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. b) Compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. c) Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que, no Brasil, tiver de ser cumprida a obrigação. d) Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra, julgar as ações em que o credor tiver domicílio ou residência no Brasil. COMENTÁRIOS: A Alternativa A está incorreta porque a ação proposta em tribunal estrangeiro não induz litispendência (art. 24 do CPC/2015). A Alternativa B está incorreta, pois, neste caso, não é competência da autoridade judiciária brasileira (art.25 do CPC/2015). A Alternativa C está CORRETA, por expressa previsão do art. 21, inciso II, do CPC/2015: Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação E, por fim, a alternativa D está incorreta devido às disposições do art. 23 do CPC/2015, cabendo à autoridade brasileira: Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. Gabarito: C 19. (Defensor Público) Em relação aos procedimentos de jurisdição voluntária no Código de Processo Civil (CPC/2015), assinale a afirmativa correta. a) Contra sentença prolatada em procedimentos de jurisdição voluntária não cabe recurso. Página 62 de 64

63 b) No procedimento da notificação e da interpelação, o juiz em qualquer caso irá ouvir o requerido antes do deferimento da notificação, podendo apresentar contestação escrita em 15 (quinze) dias. c) Na ação de divórcio direto consensual, é obrigatória a realização de audiência de conciliação ou ratificação. d) O tabelião somente lavrará a escritura pública de divórcio consensual se os interessados estiverem assistidos por advogado ou por Defensor Público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial. e) O CPC/2015 não prevê o cabimento de separação consensual. COMENTÁRIOS: A Alternativa A está incorreta, pois cabe sim recurso de apelação contra sentença de procedimentos de jurisdição voluntária (art. 724 do CPC/2015). A Alternativa B está incorreta, uma vez que, regra geral, o requerido não é previamente ouvido da notificação ou interpelação (arts. 728 e 729 do CPC/2015). A Alternativa C também está incorreta, pois, não existe mais audiência de conciliação ou ratificação de divórcio, pois este pode ser realizado até mesmo por escritura pública, conforme art. 731 do CPC/2015. A Alternativa D é a CORRETA, consoante expressa previsão do art. 733, 2º do CPC/2015: Art O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união estável, não havendo nascituro ou filhos incapazes e observados os requisitos legais, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições de que trata o art o A escritura não depende de homologação judicial e constitui título hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras. 2o O tabelião somente lavrará a escritura se os interessados estiverem assistidos por advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial. Por fim, a Alternativa E está incorreta uma vez que a separação consensual é prevista como procedimento especial de jurisdição voluntária (art. 731 a 734 do CPC/2015). Gabarito: D 20. (MPE-RJ - Técnico do Ministério Público - Notificações e Atos Intimatórios) No tocante à inércia, uma exceção a tal característica da jurisdição, de acordo com a legislação processual vigente, é a: a) interdição; b) reintegração de posse de imóvel público; c) restauração de autos; d) anulação de contrato administrativo; e) nulidade de casamento. COMENTÁRIOS: Página 63 de 64

64 Alternativa correta é letra C, conforme art. 712 do CPC/2015: Art. 712: Verificado o desaparecimento dos autos, eletrônicos ou não, pode o juiz, de ofício, qualquer das partes ou o Ministério Público, se for o caso, promover-lhes a restauração. Lembre-se: O CPC/15 suprimiu a regra de que o Juiz poderia de ofício abrir o inventário, prevista no art. 989 do CPC/73. Portanto, aqueles legitimados pelos artigos 615 e 616 do CPC/15 poderão requerer a abertura do inventário. Porém, trouxe outras regras que mitigam o princípio da inércia. Gabarito: C 01 B 09 E 17 D 02 Errado 10 C 18 C 03 Certo 11 Certo 19 D 04 Errado 12 Certo 20 C 05 D 13 Certo 06 Certo 14 Errado 07 Errado 15 Certo 08 B 16 Errado Bons estudos e até nosso próximo encontro! Página 64 de 64

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