Assembleia Geral Extraordinária a ser

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1 Proposta da Administração para a Assembleia Geral Extraordinária a ser realizada em 28 de dezembro de 2018 EBR & EBR.B LISTED NYSE

2 SUMÁRIO CONVITE... 3 EDITAL DE CONVOCAÇÃO... 4 PROPOSTA DA ADMINISTRAÇÃO PROCEDIMENTOS INERENTES À ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA ORA CONVOCADA... 6 DIREITO DE VOTO... 6 INSTALAÇÃO DA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA... 6 HABILITAÇÃO E PARTICIPAÇÃO NA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA... 6 VOTO À DISTÂNCIA MATÉRIAS A SEREM DELIBERADAS NA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA ORA CONVOCADA 8 2. HISTÓRICO ITENS 1, 2, 3 E 4 DA ORDEM DO DIA BENEFÍCIOS, RISCOS E CUSTOS CONCLUSÃO DOS ADMINISTRADORES ANEXOS EBR & EBR.B LISTED NYSE

3 CONVITE A CENTRAIS ELÉTRICAS BRASILEIRAS S.A. ELETROBRAS, convida a todos os seus acionistas a participarem da sua 173ª Assembleia Geral Extraordinária, conforme abaixo: Data: 28 de dezembro de 2018 Horário (Brasília): 14:00h Local: Sede da Empresa, Setor Comercial Norte, Quadra 06, Conjunto A, Bloco A, 6º andar, parte, Ed. Venâncio 3000, Asa Norte, CEP , Brasília-DF; Matérias a serem deliberadas: 1. Aprovar a retificação do item 6 da decisão da 171ª Assembleia Geral Extraordinária, alterando para que a data da transferência do controle da Companhia Energética de Alagoas (doravante denominada Ceal ) ocorra até 31 de março de 2019, desde que, cumulativamente, se verifique a ocorrência dos seguintes eventos: (i) que o Poder Concedente prorrogue a designação para prestação dos serviços de distribuidora, pela referida distribuidora, até 31 de março de 2019, nos termos do art. 3º da Medida Provisória 856, de 13 de novembro de 2018; e (ii) que, de forma irrevogável e irretratável, o Poder Concedente assegure, por ato jurídico perfeito, que os recursos necessários para operar, manter e fazer investimentos relacionados à prestação temporária do serviço público da respectiva distribuidora, entre 1 de janeiro de 2019 e 31 de março de 2019, sejam providos pela tarifa e/ou pela União e/ou pelos Fundos Setoriais, mantendo a neutralidade econômica e financeira integral de todo o novo período de designação, sem qualquer aporte de recursos pela Eletrobras; 2. Aprovar a retificação do item 4 da decisão da 171ª Assembleia Geral Extraordinária, alterando para que a data da transferência do controle da Amazonas Distribuidora de Energia S.A. (doravante denominada Amazonas Energia ) ocorra até 31 de março de 2019, desde que, cumulativamente, se verifique a ocorrência dos seguintes eventos: (i) que o Poder Concedente prorrogue a designação para prestação dos serviços de distribuidora, pela referida distribuidora, até 31 de março de 2019, nos termos do art. 3º da Medida Provisória 856, de 13 de novembro de 2018;e (ii) que, de forma irrevogável e irretratável, o Poder Concedente assegure, por ato jurídico perfeito, que os recursos necessários para operar, manter e fazer investimentos relacionados à prestação temporária do serviço público da respectiva distribuidora, entre 1 de janeiro de 2019 e 31 de março de 2019, sejam providos pela tarifa e/ou pela União e/ou pelos Fundos Setoriais, mantendo a neutralidade econômica e financeira integral de todo o novo período de designação, sem qualquer aporte de recursos pela Eletrobras; 3. Aprovar, caso sejam aprovados os itens 1 e/ou 2 acima, o início da dissolução e liquidação da respectiva distribuidora, na hipótese de não cumprimento de qualquer das condicionantes listadas nos respectivos itens 1 e/ou 2; e 4. Aprovar, caso sejam aprovados os itens 1 e/ou 2 acima, que a Eletrobras não preste garantias adicionais, a favor das distribuidoras mencionadas nos itens 1 e 2 acima, a partir do novo período de designação de que tratam os itens 1 e 2 acima. A Companhia preparou a presente Proposta de Administração, em atendimento às boas práticas de governança corporativa e transparência, visando orientar e esclarecer a todos os seus Acionistas acerca das matérias que serão deliberadas, colocando à inteira disposição sua Superintendência de Relações com Investidores, para esclarecer quaisquer dúvidas adicionais. Canais de Atendimento Av. Presidente Vargas, 409-9º andar - Edifício Herm Stoltz Rio de Janeiro - Cep: Site: ombudsman-ri@eletrobras.com Telefones: (21) Fax: (21)

4 MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA CENTRAIS ELÉTRICAS BRASILEIRAS S.A. - ELETROBRAS (Companhia aberta) CNPJ. Nº / EDITAL DE CONVOCAÇÃO 173ª Assembleia Geral Extraordinária Convocamos os Senhores Acionistas da Centrais Elétricas Brasileiras S.A - Eletrobras ( Companhia ) a se reunirem na sede da Companhia, em Brasília, Distrito Federal, Setor Comercial Norte, Quadra 06, Conjunto A, Bloco A, 6º andar, parte, Ed. Venâncio 3000, Asa Norte, CEP , no dia 28 de dezembro de 2018, às 14:00 horas, em Assembleia Geral Extraordinária, para deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: 1. Aprovar a retificação do item 6 da decisão da 171ª Assembleia Geral Extraordinária, alterando para que a data da transferência do controle da Companhia Energética de Alagoas (doravante denominada Ceal ) ocorra até 31 de março de 2019, desde que, cumulativamente, se verifique a ocorrência dos seguintes eventos: (i) que o Poder Concedente prorrogue a designação para prestação dos serviços de distribuidora, pela referida distribuidora, até 31 de março de 2019, nos termos do art. 3º da Medida Provisória 856, de 13 de novembro de 2018; e (ii) que, de forma irrevogável e irretratável, o Poder Concedente assegure, por ato jurídico perfeito, que os recursos necessários para operar, manter e fazer investimentos relacionados à prestação temporária do serviço público da respectiva distribuidora, entre 1 de janeiro de 2019 e 31 de março de 2019, sejam providos pela tarifa e/ou pela União e/ou pelos Fundos Setoriais, mantendo a neutralidade econômica e financeira integral de todo o novo período de designação, sem qualquer aporte de recursos pela Eletrobras; 2. Aprovar a retificação do item 4 da decisão da 171ª Assembleia Geral Extraordinária, alterando para que a data da transferência do controle da Amazonas Distribuidora de Energia S.A. (doravante denominada Amazonas Energia ) ocorra até 31 de março de 2019, desde que, cumulativamente, se verifique a ocorrência dos seguintes eventos: (i) que o Poder Concedente prorrogue a designação para prestação dos serviços de distribuidora, pela referida distribuidora, até 31 de março de 2019, nos termos do art. 3º da Medida Provisória 856, de 13 de novembro de 2018;e (ii) que, de forma irrevogável e irretratável, o Poder Concedente assegure, por ato jurídico perfeito, que os recursos necessários para operar, manter e fazer investimentos relacionados à prestação temporária do serviço público da respectiva distribuidora, entre 1 de janeiro de 2019 e 31 de março de 2019, sejam providos pela tarifa e/ou pela União e/ou pelos Fundos Setoriais, mantendo a neutralidade econômica e financeira integral de todo o novo período de designação, sem qualquer aporte de recursos pela Eletrobras; 3. Aprovar, caso sejam aprovados os itens 1 e/ou 2 acima, o início da dissolução e liquidação da respectiva distribuidora, na hipótese de não cumprimento de qualquer das condicionantes listadas nos respectivos itens 1 e/ou 2; e 4. Aprovar, caso sejam aprovados os itens 1 e/ou 2 acima, que a Eletrobras não preste garantias adicionais, a favor das distribuidoras mencionadas nos itens 1 e 2 acima, a partir do novo período de designação de que tratam os itens 1 e 2 acima. Nos termos do parágrafo primeiro do artigo 126 da Lei das Sociedades por Ações e da decisão do I. Colegiado da CVM no processo CVM RJ-2014/3578, em 04 de novembro de 2014, o acionista pode ser representado na assembleia geral: (i) se pessoa natural, por procurador constituído há menos de 1 (um) ano (que seja acionista, administrador da Companhia ou advogado regularmente inscrito nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil), (ii) se pessoa jurídica, por seus representantes legais ou por procurador nomeado nos termos de seus atos constitutivos e de acordo com as regras do Código Civil Brasileiro, (iii) se fundo de investimento, pelo seu administrador e/ou gestor ou, ainda, por procurador nomeado nos termos de seus atos constitutivos e de acordo com as regras do Código Civil Brasileiro. Observados os procedimentos previstos na Instrução CVM nº 481, de 17 de dezembro de 2009, conforme alterada ( Instrução CVM 481 ), no Formulário de Referência da Companhia e as 4

5 instruções contidas na Proposta da Administração para a Assembleia Geral ora convocada, o acionista poderá exercer o direito de voto por meio de preenchimento e entrega do Boletim de Voto à Distância ( Boletim de Voto ) disponibilizado pela Companhia nos websites da Companhia ( e da Comissão de Valores Mobiliários - CVM ( O Acionista ou seu representante legal, objetivando assegurar a admissão na Assembleia Geral, nos termos do artigo 5º da Instrução CVM 481, deverá apresentar os seguintes documentos: Documento oficial de identidade com foto; Fotocópia autenticada do ato constitutivo atualizado (estatuto social ou contrato social), no caso de pessoa jurídica; Original ou fotocópia autenticada de procuração outorgada por acionista; e Via original do extrato de posição acionária fornecido pela instituição depositária ou pela custódia, identificando a condição de acionista. Nos termos do parágrafo primeiro do artigo 19 do Estatuto Social da Companhia, solicita-se a entrega dos documentos comprobatórios da condição de acionista e de sua representação até 72 (setenta e duas) horas antes da realização da Assembleia Geral Extraordinária ora convocada, na Superintendência de Relações com Investidores - DFR, Departamento de Relacionamento com o Mercado DFRM, na Avenida Presidente Vargas, nº º Andar, na cidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, durante o horário de 8 horas às 12 horas e de 14 horas às 17 horas. Serão admitidos à Assembleia Geral Extraordinária ora convocada, no entanto, todos os acionistas que comparecerem com a documentação necessária à participação no conclave. As deliberações serão tomadas na Assembleia Geral Extraordinária ora convocada por maioria de votos, sendo o voto de cada acionista proporcional à sua participação acionária no capital social da Companhia. Encontram-se à disposição dos acionistas na Superintendência de Relações com Investidores DFR, Departamento de Relacionamento com o Mercado DFRM, na Av. Presidente Vargas, n Andar, na cidade do Rio de Janeiro, RJ e nos websites da Companhia ( da Comissão de Valores Mobiliários - CVM ( e da B3 S.A. Brasil, Bolsa, Balcão ( toda documentação pertinente à matéria que será deliberada na Assembleia Geral Extraordinária, nos termos da Lei das Sociedades por Ações e da Instrução CVM 481. Brasília, 28 de Novembro de José Guimarães Monforte Presidente do Conselho de Administração 5

6 PROPOSTA DA ADMINISTRAÇÃO 1. Procedimentos inerentes à Assembleia Geral Extraordinária ora convocada Para facilitar a compreensão e o comparecimento dos Senhores Acionistas à Assembleia Geral Extraordinária ora convocada, a Companhia lista, a seguir, algumas informações relevantes referentes aos procedimentos de instalação, participação e condução do conclave. ( Proposta da Administração ) Direito de Voto A Companhia informa aos senhores acionistas que os acionistas titulares de ações preferenciais da Companhia terão direito de voto nesta Assembleia Geral Extraordinária, nos termos do disposto no parágrafo primeiro do artigo 111 da Lei das Sociedades por Ações, observadas todas as demais formalidades previstas na Lei das Sociedades por Ações, no Estatuto Social da Companhia, na regulação aplicável e nesta Proposta da Administração. Instalação da Assembleia Geral Extraordinária Nos termos do artigo 125 da Lei das Sociedades por Ações, para a instalação da Assembleia Geral Extraordinária em primeira convocação será necessário o comparecimento hábil de acionistas e/ou seus representantes legais detentores de participação correspondente a, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) do capital social votante da Companhia. Caso não se atinja o referido percentual, proceder-se-á à nova convocação, com pelo menos 08 (oito) dias de antecedência, após a qual a Assembleia Geral Extraordinária será instalada mediante a presença de qualquer número de acionistas. Habilitação e Participação na Assembleia Geral Extraordinária Para participar da Assembleia Geral Extraordinária ora convocada, os Senhores Acionistas deverão comprovar a qualidade de detentores de ações de emissão da Companhia, mediante apresentação dos seguintes documentos: (a) extrato expedido pela instituição financeira depositária das ações escriturais de emissão da Eletrobras de titularidade do respectivo acionista, contendo a indicação da respectiva participação acionária, datado de, no máximo, 02 (dois) dias antes da data da realização da Assembleia Geral Extraordinária; e (b) original ou cópia autenticada de documento de identificação, reconhecido legalmente como tal, com foto recente e validade nacional, dentro do prazo de validade, caso aplicável, em se tratando de pessoa natural; ou (c) instrumento de mandato devidamente outorgado na forma da lei e/ou dos atos constitutivos do acionista com firma reconhecida, e no caso de documento lavrado no exterior, sua tradução juramentada para o português, devidamente registrada no competente cartório de títulos e documentos, bem como a comprovação de sua notarização e consularização, ou alternativamente, de seu apostilamento na forma da legislação aplicável, em versão original ou cópia autenticada; ou (d) cópia autenticada dos atos constitutivos atualizados do acionista e do ato que investe o representante de poderes bastantes para representação no âmbito da Assembleia Geral Extraordinária, devidamente registrados nos órgãos competentes, acompanhados de suas respectivas publicações, no caso de pessoa jurídica. Para os fins dos documentos previstos no item (d), a Companhia acatará (i) estatutos e contratos sociais, em certidão expedida pelo respectivo órgão de registro, cópia simples do original, desde que acompanhada de certidão original emitida pelo órgão registrador ou sua cópia autenticada, 6

7 atestando o registro do documento ou cópia autenticada do ato registrado; e (ii) especificamente em relação ao ato que investe o representante de poderes para votar em nome da pessoa jurídica acionista, se tratar-se de instrumento particular de mandato, deverá conter firma reconhecida do outorgante ou de seus representantes (exceto para acionistas estrangeiros, nos termos do Estatuto Social da Companhia), e estar acompanhado de sua tradução juramentada devidamente registrada no competente cartório de títulos e documentos, bem como dos comprovantes de notarização e consularização ou apostilamento, conforme o caso. Caso tal ato corresponda a uma reunião de conselho de administração, o acionista deverá providenciar antecipadamente o comprovante do arquivamento e publicação do ato no registro competente. No caso de pessoas jurídicas com representantes que não sejam nomeados no próprio estatuto/contrato social ou com algum procedimento de nomeação por ato em separado, é necessário que o acionista comprove a validade da nomeação providenciando comprovante do arquivamento do ato no registro competente. No caso dos fundos de investimento, o representante deverá comprovar a sua qualidade de administrador do fundo ou de procurador devidamente nomeado por este, na forma da legislação que lhe for aplicável. No caso das pessoas jurídicas estrangeiras, a documentação que comprova os poderes de representação deverá estar traduzida, por tradutor juramentado, para o português, e registrada no competente cartório de títulos e documentos, bem como deverá passar por processo de notarização e consularização. No entanto, nos termos da Convenção Sobre a Eliminação da Exigência de Legalização de Documentos Públicos Estrangeiros, celebrada em 5 de outubro de 1961, e promulgada pelo Decreto Nº 8.660, de 29 de janeiro de 2016, a Companhia dispensará a consularização de documentos estrangeiros emitidos em países signatários da mencionada convenção, desde que comprovado o seu apostilamento. Documentos redigidos em outras línguas, nos termos da Lei, só serão aceitos mediante apresentação de tradução juramentada devidamente registrada no competente cartório de registro de títulos e documentos. Nos termos do parágrafo primeiro do artigo 19 do Estatuto Social da Companhia, solicita-se que a entrega dos documentos comprobatórios da condição de acionista e de sua representação ocorra até 72 (setenta e duas) horas antes da realização da Assembleia Geral Extraordinária ora convocada, na Superintendência de Relações com Investidores DFR, Departamento de Relacionamento com o Mercado DFRM, na Avenida Presidente Vargas, nº º Andar, na cidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, CEP: , durante o horário de 8 horas às 12 horas e de 14 horas às 17 horas. Voto à Distância Conforme previsto na Instrução CVM 481, a Eletrobras disponibilizará para a Assembleia Geral Extraordinária ora convocada a possibilidade de participação à distância por meio do Boletim de Voto à Distância, cujo modelo segue anexo à presente Proposta na forma do seu Anexo 01 ( Boletim de Voto ). Para participar da Assembleia Geral Extraordinária por meio dessa modalidade, os acionistas da Companhia deverão preencher os campos próprios, assinar no Boletim de Voto e enviá-lo, alternativamente, para: (i) o Agente Escriturador (conforme abaixo definido) das ações de emissão da Companhia; (ii) o Agente de Custódia responsável pela custódia das ações de emissão da Companhia de sua titularidade ( Agente de Custódia ), desde que ele esteja apto a receber o Boletim de Voto nos termos da Instrução CVM 481; ou, ainda, (iii) a Companhia, diretamente. Neste sentido, a Eletrobras informa que o agente escriturador de suas ações, a saber, o Banco Bradesco S.A. ( Agente Escriturador ), nos termos de convênio firmado com a Companhia, receberá o Boletim de Voto dos acionistas da Companhia em toda a sua rede de agências bancárias 7

8 espalhadas por todo o território nacional, observados os procedimentos estabelecidos pelo Agente Escriturador. Os acionistas ou seus representantes deverão comparecer em qualquer agência bancária do Agente Escriturador, munidos de documento de identidade válido, original, com foto e, no caso de acionistas considerados pessoas jurídicas e/ou representados por procurador, deverão ser apresentados os documentos de representação competentes, além do Boletim de Voto. Além disso, cabe salientar que nos termos da Instrução CVM 481, os agentes de custódia podem, mas não são obrigados a receber os Boletins de Voto dos acionistas da Companhia. Em razão disso, é recomendado aos acionistas que verifiquem junto ao respectivo Agente de Custódia se o mesmo prestará tal serviço, bem como seus custos e procedimentos. Nos casos em que o Agente de Custódia opte por receber os Boletins de Voto, os acionistas da Companhia poderão, também, a seu exclusivo critério, encaminhar o Boletim de Voto diretamente a tais agentes. Ainda, nos termos da Instrução CVM 481, os acionistas que assim desejarem, também poderão encaminhar o Boletim de Voto (Anexo 01) diretamente para a Companhia, e, neste caso, devem observar as regras a seguir: (i) O Boletim de Voto somente será recebido quando enviado fisicamente, por via postal, endereçado à Superintendência de Relações com Investidores da Companhia, localizada na Cidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, na Avenida Presidente Vargas, 409, Centro, 9º andar, ou quando enviado por , para o seguinte endereço eletrônico: ombudsman-ri@eletrobras.com, devendo os originais, neste último caso, serem encaminhados à Companhia antes da data prevista para realização da Assembleia Geral Extraordinária ora convocada; (ii) O Boletim de Voto deverá conter local, data e assinatura do acionista solicitante. Caso o acionista seja considerado uma pessoa jurídica nos termos da legislação brasileira, a assinatura deverá ser de seus representantes legais, ou procuradores com poderes para prática deste tipo de ato; (iii) O Boletim de Voto encaminhado diretamente à Companhia deverá estar acompanhado da documentação que comprove a qualidade de acionista ou de representante legal do acionista signatário, observados, portanto, os requisitos e formalidades indicados no item 1.2 acima. O Boletim de Voto que estiver desacompanhado da documentação necessária à comprovação da condição de acionista, ou à comprovação de sua representação não será considerado válido, e, em consequência, não será processado pela Companhia, podendo, contudo, ser corrigido e reenviado pelo acionista à Companhia, observados os prazos e procedimentos estabelecidos na Instrução CVM 481. Será admitido o Boletim de Voto que for recebido pelo Agente Escriturador, pelo Agente de Custódia (conforme o caso) e/ou pela Companhia até 7 (sete) dias antes da data de realização da Assembleia Geral nos termos do art. 21-B da Instrução CVM 481. O Boletim de Voto que for entregue após este prazo será considerado inválido e não será processado pela Companhia. Após o decurso do prazo mencionado, caso remanesçam itens não preenchidos dos Boletins de Voto apresentados, a Companhia informa que os considerará como instrução equivalente à abstenção de voto em relação a tais matérias. 1. Matérias a serem deliberadas na Assembleia Geral Extraordinária ora convocada Os itens 1 e 2 tratam da postergação do prazo para transferência do controle acionário das distribuidoras Ceal e Amazonas Energia, assuntos que serão mais detalhadamente abordados nesta proposta. Cada um desses itens pode ser aprovado independente da aprovação do outro. O item 3 do Edital, que trata da dissolução e liquidação das distribuidoras Ceal e Amazonas Energia, somente será deliberado caso pelo menos um dos itens 1 ou 2 seja aprovado, uma vez que, caso não haja aprovação ou deliberação dos itens 1 ou 2, será observado o prazo estabelecido nos respectivos itens 6 e 4 da decisão da 171ª Assembleia Geral Extraordinária, devendo ser iniciado o 8

9 processo de liquidação das respectivas companhias, conforme o caso, observada a legislação pertinente, especialmente no que toca a vigência e normas relativas ao regime jurídico de prestação temporária de serviços de distribuição a que ora estão sujeitas Amazonas Energia e Ceal, bem como ao princípio de continuidade dos serviços públicos. O item 4, que trata da vedação de prestação de garantias adicionais, será deliberado caso pelo menos um dos itens 1 ou 2 seja aprovado, uma vez que tem por objetivo trazer uma condição adicional para um novo período de designação, o que não era vedado anteriormente. 2. Histórico A 165ª Assembleia Geral Extraordinária, realizada no dia 22 de julho de 2016, aprovou a transferência do controle acionário, até 31 de dezembro de 2017, das distribuidoras Companhia Energética do Piauí CEPISA; Companhia Energética de Alagoas CEAL; Companhia de Eletricidade do Acre ELETROACRE; Centrais Elétricas de Rondônia S.A CERON; Boa Vista Energia S.A Boa Vista; e Amazonas Distribuidora de Energia S.A Amazonas Energia, nos termos do 1ª-A do artigo 8º, da Lei nº /2013, doravante denominadas em conjunto Distribuidoras, desde que, até a transferência da distribuidora para o novo controlador, a distribuidora recebesse diretamente, da União Federal ou através de tarifa, todos os recursos e remuneração necessários para operar, manter e fazer investimentos que forem relacionados aos serviços públicos da respectiva distribuidora, mantendo o equilíbrio econômico e financeiro da Distribuidora, sem qualquer aporte de recursos, a qualquer título, pela Eletrobras. Caso esses requisitos e o prazo não fossem observados, foi aprovado que fossem adotadas providências de liquidação das respectivas distribuidoras. Em 28 de dezembro de 2017, os acionistas decidiram, na 169ª AGE, aprovar a retificação do item 7.9 da decisão da 165ª Assembleia Geral Extraordinária, para prorrogar o prazo para assinatura do contrato de transferência do controle acionário detido pela Eletrobras nas Distribuidoras para até 31 de julho de Em 8 fevereiro de 2018, os acionistas decidiram na 170ª AGE aprovar a venda da integralidade das ações, menos 1 (uma) ação ordinária, emitidas por cada Distribuidora de titularidade da Eletrobras, em leilão de desestatização a ser promovido pela Brasil, Bolsa, Balcão S.A. B3, pelo preço de R$ ,00 (cinquenta mil reais) cada uma, associada à outorga de concessão pelo Poder Concedente pelo prazo de 30 (trinta) anos, nos termos do 1º-A do art. 8º da Lei nº /2013 e conforme condições estabelecidas na Resolução do Conselho de Parceria de Investimentos CPPI número 20, de 08 de novembro de 2017, com as alterações das Resoluções do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos CPPI número 28, de 22 de novembro de 2017, e número 29, de 28 de dezembro de 2017, incluindo assunção de dívidas no valor de até R$ 11,2 bilhões, com prazo para transferência de controle até o dia 31 de julho de 2018, conforme estabelecido na citada 169ª AGE. Ainda na 170ª AGE, foi aprovado que a Eletrobras assumisse direitos referentes à Conta de Consumo de Combustíveis ( CCC ) e à Conta de Desenvolvimento Energético ( CDE ), reconhecidos nas Demonstrações Financeiras das Distribuidoras na data base dos estudos considerando os ajustes até 30 de junho de 2017, no valor de até R$ 8,5 bilhões, devendo a Eletrobras assumir, em contrapartida, obrigações em valores equivalentes, conforme condições estabelecidas na Resolução do Conselho de Parceria de Investimentos CPPI número 20, de 08 de novembro de 2017, com as alterações das Resoluções do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos CPPI número 28, de 22 de novembro de 2017, e número 29, de 28 de dezembro de O governo federal, através da Portaria MME 246, de 12 de junho de 2018, decidiu prorrogar a prestação de serviços de energia elétrica, pelas distribuidoras, por meio de designação, com vistas a garantir a continuidade do serviço público até 31 de dezembro de Em 30 de julho de 2018, foi realizada a 171ª AGE onde foi aprovada a prorrogação da data da transferência do controle acionário das Distribuidoras para 31 de dezembro de

10 A distribuidora Cepisa foi leiloada com sucesso em 26 de julho de 2018, tendo sido o contrato de transferência do controle celebrado em 17 de outubro de As distribuidoras Ceron, Eletroacre e Boa Vista foram leiloadas, com sucesso, em 31 de agosto de 2018, tendo sido o contrato de transferência do controle acionário da Ceron celebrado em 30 de outubro de Os demais contratos das empresas já leiloadas deverão ser assinados até 31 de dezembro de Ocorre que, em relação às distribuidoras Ceal e Amazonas Energia, que ainda não foram leiloadas, têm-se os seguintes cenários distintos: No caso da Ceal, o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, concedeu liminar para suspender a realização do leilão da referida distribuidora, no âmbito da Ação Civil Originária A referida liminar ainda permanece vigente, o que impede a realização de leilão para venda da Ceal. No caso da Amazonas Energia, considerando as questões complexas que afetam a prestação de serviços e valuation daquela distribuidora, como reembolso de CCC, desverticalização das atividades de geração e transmissão, concatenação do contrato de gás que serve de combustível para usinas termoelétricas da região e especialmente negociação de débitos e garantias junto a fornecedores de combustíveis, o leilão foi adiado para que essas questões relevantes fossem solucionadas previamente, de modo a manter a atratividade da Amazonas Energia e ultimar tratativas para mitigar riscos da Eletrobras e dos possíveis interessados no leilão. O leilão da Amazonas foi remarcado pelo BNDES para 10 de dezembro de Em meio ao processo de implementação da modelagem de privatização das Distribuidoras, vinha tramitando no Congresso Nacional a Medida Provisória nº 814/2017, a qual estabelecia diversos dispositivos que buscavam o equilíbrio da modelagem aprovada pela 170ª Assembleia Geral Extraordinária, através de reconhecimento de crédito da CCC/CDE, bem como dar atratividade aos proponentes investidores no leilão de privatização. Contudo, tal Medida Provisória perdeu eficácia no dia 1 de junho de Tendo em vista a perda de eficácia da Medida Provisória nº 814/2017 e em um esforço de se tentar preservar aspectos que oferecessem atratividade aos investidores e preservasse as condicionantes de implementação da modelagem de desestatização das Distribuidoras, o governo federal enviou ao Congresso Nacional, em 1º de junho de 2018, o Projeto de Lei PL nº /2018, que foi aprovado na Câmara dos Deputados, porém acabou sendo rejeitado por maioria no Senado Federal. Em, 13 de novembro de 2018, foram editadas as Medidas Provisórias nº 855 e nº 856 (Anexo 2). A Medida Provisória nº 855/2018 foi editada para prever ajustes necessários à preservação das condições de atendimento das áreas de concessão de distribuição de energia elétrica de que trata o art. 8º da Lei nº , de 11 de janeiro de 2013, o que inclui a Amazonas Energia. A referida Medida Provisória reconhece que o reembolso de valores da CCC é essencial para manter as condições de suprimento de combustível, assegurando a adimplência junto aos fornecedores e afastando o risco de desabastecimento às populações locais. Nos termos da Exposição de Motivos da referida Medida Provisória, o objetivo foi criar condições necessárias para preservar a situação financeira das concessões atualmente enquadradas no art. 8º da Lei nº , de Vejamos: (...) 6. Primeiramente, a proposta prevê o equacionamento de valores não recebidos por força das exigências do art. 3º, 12 e 16, da Lei nº , de 9 de setembro de 2009, ou seja, valores não reembolsados pela CCC. 7. Assim, serão tratados valores que afetam a concessão ainda não licitada na modalidade do art. 8º, 1º-A, da Lei nº , de 11 de janeiro de 2013, na data de publicação desta Medida Provisória, amparando-se no fato de que a prestação do 10

11 serviço de distribuição designada nos termos do art. 9º da mesma Lei, tem caráter precário e se dá em representação à obrigação constitucional do Poder Concedente. 8. Para tanto, os valores identificados deverão ser desembolsados pela Reserva Global de Reversão -RGR, em sessenta parcelas e com pagamento atualizado pela taxa do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia -SELIC. 9. Nesse mesmo sentido se propõe que a Agência Nacional de Energia Elétrica -Aneel conceda carência de cinco anos à aplicação dos parâmetros de eficiência econômica e energética e do limite de reembolso previstos no art. 3º, 12 e 16, da Lei nº , de 2009, para as concessões de serviço público de distribuição licitadas nas modalidades previstas no art. 8º da Lei nº , de 2013, assegurando-se assim a viabilidade de uma solução definitiva para a prestação do serviço nessas áreas. 10. Propõe-se ainda a prorrogação de prazo até 2021 para que a Conta de Desenvolvimento Energético -CDE ressarça despesas de aquisição de combustível realizadas no passado e não reembolsadas pela CCC, que acabaram se convertendo em valores não recebidos pelos fornecedores de combustível dificultando as relações atuais de suprimento, o que coloca em risco a continuidade do serviço público às populações locais. 11. A medida também atua sobre a otimização dos recursos energéticos das Regiões dependentes de CCC, reforçando a preocupação com o atendimento local, ao passo que busca eficientizar esse atendimento nos aspectos econômicos e ambientais, ao privilegiar o aproveitamento de combustíveis mais baratos e limpos já disponíveis fisicamente, mas sem o respaldo contratual que permita seu aproveitamento pleno e economicamente viável. 12. Ainda sob a ótica do uso ótimo dos recursos energéticos mais limpos e baratos, conciliada à necessidade de se equacionar débitos passados que dificultam soluções estruturadas com os fornecedores desses recursos, propõe-se o reconhecimento das infraestruturas dutoviárias construídas para movimentar os combustíveis, assegurando-se que o usuário pague pela infraestrutura a ele disponibilizada. (...) A Medida Provisória nº 856/2018, por sua vez, delega à Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel a responsabilidade pela contratação de prestador emergencial e temporário do serviço público de distribuição de energia elétrica para substituir pessoa jurídica, sob controle direto ou indireto da União, que, na data de publicação da Medida Provisória, esteja designada para prestação do serviço de distribuição até 31 de dezembro de No caso, esta Medida Provisória é aplicável para substituir a designação de serviço público de energia elétrica da Ceal e Amazonas Energia, cujas privatizações, provavelmente, não terão sido concluídas até 31 de dezembro de 2018, em razão dos fatos expostos acima. Entretanto, de acordo com o artigo 1º, 2º, da Medida Provisória nº 856/2018, os atos preparatórios da Aneel para a contratação do novo prestador emergencial e temporário para substituir a Ceal e Amazonas Energia: I - poderão ser concomitantes aos processos licitatórios de que tratam o caput e o 1º-A do art. 8º da Lei nº , de 11 de janeiro de 2013, que se referem aos leilões de venda das distribuidoras da Eletrobras nos moldes em andamento; II - serão interrompidos imediatamente caso os processos licitatórios de que trata o 1º-A do art. 8º da Lei nº , de 2013, tenham sucesso; e III - poderão ser suspensos pela União, desde que haja concordância do prestador de serviço atual, caso seja iniciado novo processo licitatório de que trata o 1º-A do art. 8º da Lei nº , de 2013, observada a data-limite de 31 de março de

12 Devido ao disposto na Medida Provisória nº 856/2018 e ressalvados todos os riscos que serão expostos a seguir, caso os acionistas da Eletrobras decidam não prorrogar os prazos previstos nos itens 1 e 2 da ordem do dia e/ou a União não suspenda o processo de contratação de um novo prestador emergencial e temporário para os serviços de distribuição atualmente prestados pela Ceal e Amazonas Energia, estas duas empresas deverão seguir para processo de liquidação. Porém, por designação compulsória do Poder Concedente, poderão ter que continuar a prestar o serviço de forma temporária até 31 de março de Itens 1, 2, 3 e 4 da Ordem do Dia Conforme mencionado acima, independente da aprovação dos acionistas da Eletrobras, as empresas Ceal e Amazonas poderão ter que continuar a prestar serviços temporários de distribuição até 31 de março de 2019, se assim forem designadas pelo Poder Concedente, conforme previsto no artigo 3º da Medida Provisória nº 856/2018, devido ao princípio da continuidade do serviço público. O diferencial da aprovação do que se propõe nos itens 1 e 2 para o artigo 3º da Medida Provisória nº 856/2018 é que, somente com a autorização dos acionistas da Eletrobras, a Eletrobras poderá continuar, até 31 de março de 2019, adotando providências para tentar ter êxito na venda das distribuidoras Ceal e Amazonas Energia, devido à data limite aprovada pela 171ª AGE, qual seja, 31 de dezembro de Caso não haja a autorização em referência, a Eletrobras, após 31 de dezembro de 2018, não poderá praticar mais qualquer ato para concluir a venda e deverá iniciar os procedimentos preparatórios para a liquidação da Amazonas Energia e Ceal, sendo que, de qualquer forma, a execução da liquidação somente poderá iniciar após o Poder Concedente contratar um novo prestador de serviço emergencial e temporário, nos termos da Medida Provisória nº 856/2018. No caso da Ceal, por exemplo, se porventura a liminar que impede seu leilão for revogada até 31 de dezembro de 2018, não haverá tempo hábil para convocação de uma nova assembleia de acionistas, diante dos prazos de convocação obrigatórios, para possibilitar a realização de leilão e, caso haja proponentes, praticar todos os atos jurídicos para concluir a privatização. No caso da Amazonas Energia, temos três situações possíveis. Caso tenham proponentes no leilão agendado para 10 de dezembro de 2018, o prazo de 31 de dezembro de 2018 não será suficiente para serem concluídos todos os atos jurídicos necessários para a transferência do controle acionários, tais como, aumento de capital nos termos do que foi aprovado pela 170ª AGE, obtenção das autorizações dos órgãos reguladores e assinatura do contrato de transferência de ações propriamente dito. A segunda situação estaria configurada pela não existência de proponente no leilão agendado para 10 de dezembro de 2018, situação em que não haverá tempo hábil até 31 de dezembro de 2018, para o Poder Concedente, mantendo a mesma modelagem aprovada pela 170ª AGE, promover novo leilão de transferência de controle associado à outorga da concessão, à luz da prerrogativa se lhe concedida no art. 1º, 2º, III da MP 856/2018. No terceiro cenário possível o Poder Concedente, na ausência de proponente no leilão do dia 10 de dezembro de 2018 da Amazonas Energia, pode decidir refazer valuation e modelagem da Amazonas Energia para fins de promover novo leilão de transferência de controle da distribuidora associada à outorga da concessão, à luz também da prerrogativa que é concedida no art. 1º, 2º, III da MP 856/2018. Nesta situação, importante destacar, que a Administração da Eletrobras teria que fazer nova avaliação da modelagem e, se fosse o caso, convocar nova assembleia de acionistas para aprovar ou não, conforme o caso, a nova modelagem e avaliar o prazo de execução. Como este cenário parece não ser possível no prazo de até 31 de dezembro de 2018, e, além disso, não teríamos nenhuma premissa sobre eventual nova modelagem, não está sendo considerado nesta proposta de administração. Assim, considerando que a Amazonas Energia e Ceal terão que continuar operando até 31 de março de 2019, e que a liquidação dessas companhias é um cenário complexo, conforme será tratado nas 12

13 notas técnicas anexa, os itens 1 e 2 da ordem do dia possibilitam levar aos acionistas a decisão de aprovar a extensão do prazo de 31 de dezembro de 2018, para 31 de março de 2019, com objetivo garantir a oportunidade de, durante o período de designação compulsório, tentar ter sucesso na venda das distribuidoras remanescentes Ceal e Amazonas Energia. Para subsidiar os acionistas com as informações importantes em relação aos itens 1, 2 e 3 da ordem do dia, fazemos remissão à IT DFP/DFF/DDEF 003/2018 e seus anexos (Anexo 3), especialmente nos seguintes temas: (i) (ii) (iii) (iv) Cenário de Liquidação, caso os itens 1 e 2 da ordem do dia não sejam aprovados, considerando a manutenção da prestação do serviço temporário de distribuição em designação até 31 de março de 2019, por determinação do Poder Concedente; Cenário de prorrogação do prazo para transferência do controle acionário da Ceal e Amazonas Energia, em sendo aprovados os itens 1 e 2 da ordem do dia, seja para (i) realização de novo procedimento licitatório, conforme previsto no inciso III, 2º, art. 1º da Medida Provisória nº 856/2018; seja para (ii) concluir atos jurídicos de eventuais leilões com êxito que venham a ser realizados até 31 de dezembro de 2018; Neutralidade dos custos e despesas relativos à prestação de serviços de distribuição de todas as distribuidoras da Eletrobras, durante o período de designação; Impacto Financeiro dos cenários abordados para o Fluxo de Caixa da Companhia. Conforme pode ser verificado pelas Informações Técnicas anexas e tabela a seguir, o cenário de alienação parece ser mais favorável, se considerar a não aplicação do regime da Lei 8.029, a despeito dos pareceres jurídicos contratados pela Companhia e disponibilizados aos acionistas, devidos aos riscos tratados na IT DCGR 003/2018 (Anexo 5). Set/18 - R$ mil Itens AmE D CEAL Total Total do Ativo para Liquidação Total do Passivo para Liquidação Total Patrimônio Líquido para Liquidação ( ) ( ) ( ) Ajustes Extras ( ) ( ) ( ) Custo de Desligamento ( ) ( ) ( ) Ativo Financeiro da Concessão em Serviço ( ) (77.945) ( ) Ativo Financeiro da Concessão em Curso (50.328) (37.456) (87.784) Clientes ( ) ( ) ( ) Contingências Possíveis (*) ( ) ( ) ( ) Custo de Liquidação após Ajustes ( ) ( ) ( ) (*) Líquido de Andeco Esse valor acima de liquidação não leva em consideração os efeitos da Portaria MME 301/2018. Para os custos de liquidação apresentados na tabela acima, caso fossem considerados os efeitos da Portaria nº MME 301/2018, onde é garantida a neutralidade econômica das despesas totais do período de 1º de agosto de 2018 até 31 de dezembro de 2018, estima-se que os custos de liquidação da Amazonas Energia teria redução de R$ 968,2 milhões, atingindo o valor final de R$ ,4 milhões para a data base de set/18, enquanto a redução do valor de liquidação da Ceal seria de R$ 79,9 milhões, alcançando o valor de R$ 1.738,2 milhões. Assim, o valor total de liquidação das duas distribuidoras seria de R$ ,6 milhões. 13

14 R$ Milhões Distribuidoras Liquidação sem aplicação da Lei Liquidação sem aplicação da Lei com Portaria 301 Ajustes Totais Alienação Amazonas Energia Ceal ,05 Disclaimer: Verificar a IT DFP/DFF/DDEF 003/2018 e seus anexos (Anexo 3), para melhor interpretação da tabela acima, uma vez que existem premissas para elaboração dos referidos valores. O cenário de alienação considera os ajustes aprovados pela 170ª AGE. Encontra-se em anexo também o parecer contratado do escritório Felsberg Advogados (Anexo 4) que trata dos procedimentos inerentes a eventual liquidação das Distribuidoras, ressaltando que os riscos relativos a tal cenário, e demais, estão abordados na IT DCGR 003/2018 (Anexo 5). As Distribuidoras Ceron, Amazonas Energia, Eletroacre e Boa Vista Energia acumularam débitos junto à Petrobras e BR Distribuidora, que alcançavam, em 30 de novembro de 2014, o montante de R$ 8.601,6 milhões. Essa dívida foi objeto de formalização de contratos de confissão de dívida (denominados CCDs ) entre as Distribuidoras, a Petróleo Brasileiro S.A Petrobras e Petrobras Distribuidora S.A ( BR Distribuidora ), em dezembro de 2014, sendo a dívida parcelada em 120 prestações mensais e corrigida pela Selic. Devedora Instrumento Credora Gás/Óleo Valor em 2014 Valor em 06/03/2018 Garantia Amazonas CCD1 BR Óleo , ,00 Corporativa e Créditos da CDE Amazonas CCD2 Petrobras Gás , ,74 Corporativa e Créditos da CDE Amazonas CCD Petrobras Gás , ,80 Corporativa e Créditos da CDE Ceron CCD1 BR Óleo , ,49 Corporativa e Créditos da CDE Ceron CCD2 BR Óleo , ,93 Corporativa e Créditos da CDE Eletroacre CCD1 BR Óleo , ,75 Corporativa e Créditos da CDE Eletroacre CCD2 BR Óleo , ,50 Corporativa e Créditos da CDE Roraima CCD1 BR Óleo , ,26 Corporativa e Créditos da CDE Roraima CCD2 BR Óleo , ,94 Corporativa e Créditos da CDE TOTAL , ,41 Após a confissão de dívida assinada em dezembro de 2014, novos inadimplementos por parte das Distribuidoras acima mencionadas ocorreram, devido, especialmente, ao não reembolso integral e tempestivo pela CDE/CCC, nos termos da Lei /12. Essa nova dívida que se formou, tal como a negociação de 2014, também se referia ao fornecimento de óleo combustível e ao fornecimento de gás natural, conforme a seguir, na data base de 06 de março de 2018: 14

15 Natureza Empresa Valor em 06/03/2018 Óleo Combuistível Amazonas ,14 Óleo Combuistível Ceron ,31 Óleo Combuistível Eletroacre ,45 Óleo Combuistível Boa Vista ,85 Gás Natural Amazonas ,89 Total ,64 Os valores totais formalizados, por meio de confissões de dívidas, somavam, em 06 de março de 2018, R$ 16,7 bilhões, considerando os CCDs de 2014 e os de A negociação das dívidas com a Petrobras e Br Distribuidora e o oferecimento ou recomposição de garantias para os CCDs eram condições indispensáveis para: (i) obtenção das autorizações necessárias dos credores para a cessão do contrato de gás da Amazonas Energia para a Amazonas Geração e Transmissão S.A, no âmbito do processo de desverticalização, sendo a própria desverticaliação condição regulatória indispensável para a venda da Amazonas Energia; (ii) viabilizar a própria privatização em si; (iii) evitar o vencimento antecipado dos CCDs de 2014 e, por consequência, o risco de eventual cross defaults de outros contratos da Eletrobras com terceiros; e (iv) garantir o fornecimento de combustível para a geração de energia e atendimento das regiões providas pelas referidas Distribuidoras. A tabela abaixo detalha todos os CCDs formalizados e as garantias, até a edição desta proposta de administração: EMPRESA INSTRUMENTOS ANO Credor Gás/Óleo Saldo Devedor em 06/03/18 Amazonas** Boa Vista Eletroacre Ceron*** Amazonas Valores em R$ Eletrobras 2 aditivo CCD 2014 Petrobras Óleo , ,00 2 aditivo CCD 2014 Petrobras Óleo , ,74 Outras 2 aditivo CCD 2014 Petrobras Gás , , ,75 2 aditivo CCD 2014 Petrobras óleo , ,26 2 aditivo CCD 2014 Petrobras óleo , ,94 2 aditivo CCD 2014 Petrobras óleo , ,75 2 aditivo CCD 2014 Petrobras óleo , ,50 2 aditivo CCD 2014 Petrobras Óleo , ,49 2 aditivo CCD 2014 Petrobras Óleo , ,93 Novo CCD 2018 Petrobras Gás , ,89 Novo CCD 2018 BR Óleo , ,14 Boa Vista Novo CCD 2018 BR óleo , ,85 Eletroacre Novo CCD 2018 BR óleo , ,45 Ceron Novo CCD 2018 BR Óleo , ,31 GARANTIAS Total CCD , , ,17 Total CCD , ,64 Divida Total , , ,17 * CCD = Contrato de Confissão de Dívidas ** Parte das garantias (Amazonas) se referem a créditos de ineficiência (MP ) *** Ofertado em garantia créditos com a Conta de Consumo de Combustíveis No que respeita as garantias mencionadas acima, a Eletrobras, desde a assinatura do contrato de fornecimento de gás com a Petrobras, comparece como devedora solidária da Amazonas Energia, e por consequência, possui tal característica nos respectivos instrumentos de dívidas de gás. Importante também destacar que quanto aos CCDs de 2014, em que a Eletrobras firmou, em 30 de abril de 2018, os termos aditivos, a Eletrobras já constava como garantidora subsdiária, servindo os aditivos mencionados na tabela para que a Eletrobras recompusesse as garantias da CCC/CDE deterioradas. 15

16 As garantias dos CCDs de 2018 foram exigidas no âmbito da negociação dos instrumentos, tendo sido o único meio de propiciar as condições para privatização das Distribuidoras e evitar vencimento antecipado de dívidas, incluindo dos próprioa CCDs de 2014, para a qual a Eletrobras já era garantidora. A lógica utilizada no rol de garantias oferecidas à Petrobras para os contratos CCDs 2014 e CCDs 2018, desde a origem de cada um deles, foi a seguinte: 1- Nos CCDs 2014, fornecer garantia para a parcela da dívida não lastreada em créditos das distribuidoras; 2- Nos CCDs 2018, extensão da mesma lógica definida para os CCDs 2014, o que resultou em fornecer garantia corporativa para o total das dívidas, visto a incapacidade de as próprias distribuidoras de prestarem garantias. Estas garantias fidejussórias prestadas pela Eletrobras, contudo, se findam nas hipóteses de (i) não efetivação das privatizações das respectivas Distribuidoras, a exceção de dívidas de gás, porque a Eletrobras é originalmente devedora solidária (salvo na hipótese de aplicação da Lei 8029); ou (ii) na troca do controle acionário das Distribuidoras, uma vez que a Eletrobras não pode permanecer como garantidora de empresa privada. No caso da alienação, será de responsabilidade do novo controlador substituir as garantias em favor da Petrobras e BR Distribuidora, referente às dívidas de gás e óleo, que remanescerem nas Distribuidoras e não forem cedidas para a Eletrobras, nos termos da decisão da 170ª AGE. Adicionalmente, durante a elaboração desta proposta de administração, a Petrobras, Eletrobras e Amazonas Energia negociam novo contrato de confissão de dívida referente a fornecimento de gás, no período de 07 de março de 2018 a 31 de novembro de 2018, que também deverá contar com garantia corporativa da Eletrobras, com as mesmas condições resolutivas acima mencionadas. Destaca-se ainda que, foram celebrados instrumentos de assunção de dívida ( IADs ), conforme tabela a seguir, através dos quais determinados CCDs de 2014 e 2018 são assumidos pela Eletrobras, condicionados à privatização das respectivas Distribuidoras, nos termos do que foi aprovado pela 170ª AGE. Para tais instrumentos, Eletrobras ofereceu garantias reais. Assunção de CCDs pela Eletrobras através de IADs Empresa Origem do IAD Valor em 06/03/2018 Amazonas CCD ,80 Amazonas CCD ,95 Boa Vista CCD ,69 Boa Vista CCD ,51 Boa Vista CCD ,85 Ceron CCD ,42 Ceron CCD ,31 Eletroacre CCD ,53 Eletroacre CCD ,72 Eletroacre CCD ,75 Valor Total Assumido por IADs ,53 Considerando que a 170º AGE autorizou a assunção pela Eletrobras de dívidas das distribuidoras, no montante de até R$ milhões e de assunção de créditos e débitos de até R$ milhões, caso fosse concluído o processo de privatização das mesmas, está sendo negociado junto à Petrobras, no âmbito de instrumento de encerramento de pendências, a assunção, pela Eletrobras, de outra dívida da Amazonas Energia, no montante de cerca de R$ 3 bilhões, e garantias fidejussórias e reais devido a extensão do prazo para apresentação, pela Amazonas Energia, de garantias. Tal assunção de dívida está em consonância com os ajustes previstos na Resolução CPPI 20, e alterações posteriores, conforme aprovado pela 170ª AGE. Para este caso, a Eletrobras 16

17 também apresentará garantias reais, sendo que o IAD de tal dívida, assim como todos os outros IADs acima, estará também condicionado à privatização da Amazonas Energia. Essa nova negociação deve ser concluída até 31 de dezembro de 2018 e, portanto, a vedação do item 4 da ordem do dia não a alcancará. Esta nova assunção se faz necessária para atender a modelagem de privatização aprovada pela 170ª AGE. Não obstante as garantias dos IADs estarem condicionadas à privatização, cabe esclarecer que, para efeito da vedação de que trata o item 4 da ordem do dia, as garantias dos IADs citados acima estão excluídas posto que já foram comprometidas antes de 1 de janeiro de 2019, data em que deve ser iniciado o novo período de designação, se aprovados os itens 1 e/ou 2 da ordem do dia. Para garantias reais de que trata este capítulo, a Eletrobras necessitará requerer, nos termos dos instrumentos contratuais, autorização de determinados credores. Ante ao todo exposto, a administração entende que as garantias necessárias para criar condições ao processo de privatização já foram prestadas ou comprometidas, no caso dos IADs (que são condicionados à privatização) ou já estão em negociação e devem ser encerradas até 31 de dezembro de 2018, e, portanto, não há prejuízo à vedação de que trata o item 4 da ordem do dia. Para maiores informações, vide Informação Técnica DFF 99/2018 (Anexo 6) Outras Informações Relevantes Não Reconhecimento de Neutralidade no Período de Designação A Lei nº /2013, em seu art. 9º, garantiu o recebimento de remuneração adequada pelo prestador temporário do serviço de distribuição, para assegurar a continuidade e a prestação adequada do serviço público de energia elétrica. A Portaria MME nº 388/2016, que regulamentou a Lei nº /2013, também garantiu, em seu art. 11, a remuneração adequada necessária para assegurar a continuidade e a prestação adequada do serviço de distribuição. Nesses termos e das condições de aprovação da 165ª e 171ª AGE da Eletrobras, o período de designação, para prestação de serviços temporários de distribuição, deveria ser neutro para as Distribuidoras, devendo estas receber todos os recursos tarifários, encargos setoriais e remuneração adequada para manter o equilíbrio econômico financeiro e assegurar a continuidade e a prestação adequada do serviço público de energia elétrica, sem limitação de recursos da RGR. Entretanto, conforme exposto na IT DFP/DFF/DDEF 003/2018 e seus anexos (Anexo 3), e nos termos já informados na 171ª AGE, a neutralidade das despesas inerentes à prestação de serviços temporários tem sido parcial, devido a limitações impostas pela Aneel, conforme abaixo. Síntese das três metodologias Ago/2016 a Ago/2018 RGR NT. 415/2016 RGR Res. 748/2016 Fluxo de caixa R$ milhões Média ED Amazonas 5.329, , , ,2 ED Roraima 165,1 75,1 175,5 138,6 ED Alagoas 423,6 646,2 479,7 516,5 ED Piauí 526,8 705,0 358,4 530,1 ED Rondônia 590, , , ,0 ED Acre 76,2 124,3 184,5 128,3 Total 7.111, , , ,6 Disclaimer: Verificar a IT DFP/DFF/DDEF 003/2018 e seus anexos (Anexo 3), para melhor interpretação da tabela acima, uma vez que existem premissas para elaboração dos referidos valores. No cenário de alienação das distribuidoras, o efeito para a Eletrobras pelo não reconhecimento de neutralidade é menor e está demonstrado na tabela a seguir: 17

18 Síntese das três metodologias Ago/2016 a Jun/2017 RGR NT. 415/2016 RGR Res. 748/2016 Fluxo de caixa R$ milhões Média ED Amazonas 2.551, , , ,5 ED Roraima 113,9 4,9 51,3 56,7 ED Alagoas 71,9 208,2 172,4 150,8 ED Piauí 7,6 83,9 269,0 120,2 ED Rondônia 253,3 547,6 323,1 374,7 ED Acre 38,9 49,8 30,3 39,7 Total 3.037, , , ,6 Disclaimer: Verificar a IT DFP/DFF/DDEF 003/2018 e seus anexos (Anexo 3), para melhor interpretação da tabela acima, uma vez que existem premissas para elaboração dos referidos valores. A Eletrobras vem adotando diversas providências para resguardar os direitos de pleitear esses créditos, por meio das seguintes ações: (i) (ii) (iii) Manifestação de não concordância com o não pagamento de todas as despesas do período de designação, através de correspondências protocoladas junto ao MME/Aneel, quais sejam CTAs-PR 2697/2018, de 02/08/2018, 2059/2018, de 14/06/2018 e 2469/2018, de 19/07/2018, e CTAs-DD 1858, 2279 e 1668; Contratação da Deloitte para apuração do Desequilibro Econômico-financeiro para cada uma das seis distribuidoras no período da designação - agosto de 2016 até a data da transferência do controle ou Dezembro de 2018, o que ocorrer primeiro; Preparação dos documentos para contratação de escritório para prestação de serviços jurídicos de acompanhamento das medidas administrativas e judiciais para a cobrança dos valores de neutralidade da prestação temporária no período de designação das Distribuidoras. Entretanto, não obstante as providências acima, cumpre esclarecer que o desequilíbrio ficará evidente e poderá ser demonstrado, e efetivamente pleiteado, após o encerramento do período de designação para prestação temporária de serviços de distribuição, quando as distribuidoras deverão prestar as contas finais à Aneel e efetuar os acertos que se fizerem necessários com o Poder Concedente, conforme dispõe o artigo 10 da Lei nº /2013. Inclusive porque os valores que afetam a Eletrobras, no cenário de alienação e no cenário de liquidação são diferentes e, além disso, alguns créditos poderão ser compensados pelos efeitos da Medida Provisória 855/ Benefícios, Riscos e Custos Benefícios Considerando que a Amazonas Energia e Ceal terão que continuar operando, compulsoriamente, até 31 de março de 2019, se o Poder Concedente editar nova designação nos termos da Medida Provisória 856, e que a liquidação dessas companhias é um cenário de extrema complexidade jurídica e risco exacerbado de judicializações, os itens 1 e 2 da ordem do dia possibilitam que os acionistas decidam se querem aprovar a extensão do prazo de 31 de dezembro de 2018, para 31 de março de 2019, com objetivo de garantir à Eletrobras a oportunidade de, durante o período de designação compulsória, tentar ter sucesso na venda das distribuidoras remanescentes Ceal e Amazonas Energia; O cenário de alienação é mais vantajoso para o fluxo de caixa da Companhia, tendo em vista que a possível judicialização acerca da aplicabilidade da Lei 8.029, poderá ensejar, ao menos no curto prazo, execução de garantias, em especiais as garantias solidárias, bem como dificuldades de captação de recursos ou rolagens de dívidas. A venda das distribuidoras se mostra menos onerosa que o cenário de liquidação sem aplicação da Lei 8.029; No cenário de alienação, o valor do não reconhecimento de neutralidade do período de designação, conforme demonstrado na IT DFP/DFF/DDEF 003/2018, que afeta a Eletrobras, é menor que o cenário de liquidação, a despeito de em qualquer caso, a Eletrobras ter o compromisso de 18

19 buscar o recebimento do seu crédito. Por outro lado, os créditos da MP 855/2018 são maiores na liquidação, pois não têm divisão dos créditos, pelo lapso temporal, com o novo controlador. Outros benefícios citados na IT DFP/DFF/DDEF 003/2018 e seus anexos (Anexo 3); Custos Os custos estimados da Liquidação das distribuidoras, os custos a serem assumidos pela Eletrobras e os efeitos do não reconhecimento de neutralidade do período de designação, encontram-se mencionados na IT DFP/DFF/DDEF 003/2018; Custos decorrentes de eventual execução de garantias dadas pela Eletrobras para dívidas das Distribuidoras; e Demais custos citados nesta Proposta de Administração. Riscos Os riscos referente aos assuntos tratados na ordem do dia estão abordados na IT DCGR 003/2018 (Anexo 5) e na IT DFP/DFF/DDEF 003/ Conclusão dos Administradores Conforme pode ser verificado por todo exposto acima, ponderando todos os benefícios e riscos descritos nesta Proposta de Administração e em seus anexos, a Administração opina que sejam aprovados todos os itens da ordem do dia. Entretanto a administração informa que, caso não obtenha êxito na venda das distribuidoras até 31/03/2019, perseguirá o melhor interesse da Companhia em todos os eventuais processos de credores em face da Companhia. Além disso, no que tange ao não reconhecimento de neutralidade do período de designação, no que afeta a Eletrobras, a Companhia, no momento de prestação de contas final, demonstrará seus créditos a receber e buscará por todos os meios administrativos e judiciais o seu recebimento. Brasília, 28 de novembro de José Guimarães Monforte Presidente do Conselho de Administração 19

20 ANEXOS ANEXO 01 Boletim de Voto à Distância ANEXO 02 Medida Provisória 855 de 13 de novembro de 2018 e Medida Provisória 856 de 13 de novembro de 2018 ANEXO 03 Informacao Tecnica DFP/DFF/DDEF sobre condições de Prorrogação; Informacao Tecnica DFP/DFF/DDEF sobre custo de Liquidação; e Informação Tecnica DDEF 007/2018 ANEXO 04 Parecer contratado do escritório Felsberg Advogados ANEXO 05 - Informacao Tecnica DC sobre riscos envolvidos ANEXO 06 Informação Técnica DFF 99/2018 ANEXO 07 - Parecer Jurídico PJ 0141/2018, 143/2018 e 145/

21 BOLETIM DE VOTO A DISTÂNCIA Data da atualização das informações: 26/11/2018 AGE - CENTRAIS ELET BRAS S.A. - ELETROBRAS de 28/12/2018 Nome do Acionista CNPJ ou CPF do acionista Orientações de preenchimento O Boletim de Voto deverá ser completamente preenchido, assinado e enviado para: (i) o Agente Escriturador das ações de emissão da Companhia (Banco Bradesco S/A); (ii) o Agente de Custódia responsável pela custódia das ações de emissão da Companhia de sua titularidade; ou, ainda, (iii) a Companhia, diretamente. Caso o acionista seja considerado uma pessoa jurídica nos termos da legislação brasileira, a assinatura deverá ser de seus representantes legais, ou procuradores com poderes para prática deste tipo de ato. Será admitido o Boletim de Voto que for recebido pelo Agente Escriturador, pelo Agente de Custódia e/ou pela Companhia até 7 (sete) dias antes da data de realização da Assembleia Geral. O Boletim de Voto que for entregue após este prazo será considerado inválido e não será processado pela Companhia. O Boletim de Voto encaminhado diretamente à Companhia deverá estar acompanhado da documentação que comprove a qualidade de acionista ou de representante legal do acionista signatário, observados, portanto, os requisitos e formalidades indicados no item 12.2 do Formulário de Referência da Companhia, bem como na Proposta da Administração. Findo tal prazo, a Companhia informa que considerará os campos não preenchidos como instrução equivalente à abstenção de voto em relação a tais matérias. Orientações de entrega, indicando a faculdade de enviar diretamente à companhia ou enviar instruções de preenchimento ao escriturador ou ao custodiante O Boletim de Voto poderá ser entregue alternativamente para: (i) o Agente Escriturador das ações de emissão da Companhia (Banco Bradesco S/A); (ii) o Agente de Custódia responsável pela custódia das ações de emissão da Companhia de sua titularidade, desde que ele ofereça tal serviço; ou (iii) à Companhia, diretamente. O Banco Bradesco S.A., Agente Escriturador das ações de emissão da Companhia, receberá o Boletim de Voto dos acionistas da Companhia em toda a sua rede de agências bancárias espalhadas por todo o território nacional, observados os procedimentos por ele estabelecidos. Os acionistas ou seus representantes deverão comparecer em qualquer agência bancária do Agente Escriturador, munidos de documento de identidade válido, original, com foto e, no caso de acionistas considerados pessoas jurídicas e/ou representados por procurador, deverão ser apresentados os documentos de representação competentes, além do Boletim de Voto. Os agentes de custódia podem, mas não são obrigados, receber os Boletins de Voto dos acionistas da Companhia. Recomenda-se aos acionistas que verifiquem junto ao respectivo Agente de Custódia se o mesmo prestará tal serviço, bem como seus custos e procedimentos. Os acionistas da Companhia poderão, também, a seu exclusivo critério, encaminhar o Boletim de Voto à Companhia, por via postal, endereçado à Superintendência de Relações com Investidores da Companhia, localizada na Av. Presidente Vargas, 409, Centro, 9º andar, Rio de Janeiro/RJ, CEP , ou por ombudsman-ri@eletrobras.com, devendo os originais, neste último caso, serem encaminhados à Companhia antes da data prevista para realização da Assembleia. O Boletim de Voto que estiver desacompanhado da documentação necessária à comprovação da condição de acionista ou à comprovação de sua representação não será considerado válido e, em consequência, não será processado pela Companhia, podendo, contudo, ser corrigido e reenviado pelo acionista à Companhia, observados os prazos e procedimentos estabelecidos na Instrução CVM 481. Endereço postal e eletrônico para envio do boletim de voto a distância, caso o acionista deseje entregar o documento diretamente à companhia Superintendência de Relações com Investidores da Eletrobras Avenida Presidente Vargas, 409, Centro, 9º andar Rio de Janeiro/RJ CEP ombudsman-ri@eletrobras.com Indicação da instituição contratada pela companhia para prestar o serviço de escrituração de valores mobiliarios, com nome, endereço fisico e eletrônico, telefone e pessoa para

22 BOLETIM DE VOTO A DISTÂNCIA AGE - CENTRAIS ELET BRAS S.A. - ELETROBRAS de 28/12/2018 contato Conforme convênio firmado entre a Companhia e o Banco Bradesco S/A, o Boletim de Voto poderá ser entregue em toda e qualquer agência do banco dentro do território nacional. Esclarecimentos acerca dos procedimentos e requisitos aplicáveis poderão ser obtidos no seguinte endereço: Banco Bradesco S.A. Departamento de Ações e Custódia 4010.acecustodia@bradesco.com.br A/C: Carlos Augusto Dias Pereira Endereço: Núcleo Cidade de Deus, Prédio Amarelo, 2º Andar, Vila Yara Osasco, SP CEP: tel: Deliberações / Questões relacionadas à AGE Deliberação Simples 1. Aprovar a retificação do item 6 da decisão da 171ª Assembleia Geral Extraordinária, alterando para que a data da transferência do controle da Companhia Energética de Alagoas (doravante denominada Ceal ) ocorra até 31 de março de 2019, desde que, cumulativamente, se verifique a ocorrência dos seguintes eventos: (i) que o Poder Concedente prorrogue a designação para prestação dos serviços de distribuidora, pela referida distribuidora, até 31 de março de 2019, nos termos do art. 3º da Medida Provisória 856, de 13 de novembro de 2018; e (ii) que, de forma irrevogável e irretratável, o Poder Concedente assegure, por ato jurídico perfeito, que os recursos necessários para operar, manter e fazer investimentos relacionados à prestação temporária do serviço público da respectiva distribuidora, entre 1 de janeiro de 2019 e 31 de março de 2019, sejam providos pela tarifa e/ou pela União e/ou pelos Fundos Setoriais, mantendo a neutralidade econômica e financeira integral de todo o novo período de designação, sem qualquer aporte de recursos pela Eletrobras; [ ] Aprovar [ ] Rejeitar [ ] Abster-se Deliberação Simples 2. Aprovar a retificação do item 4 da decisão da 171ª Assembleia Geral Extraordinária, alterando para que a data da transferência do controle da Amazonas Distribuidora de Energia S.A. (doravante denominada Amazonas Energia ) ocorra até 31 de março de 2019, desde que, cumulativamente, se verifique a ocorrência dos seguintes eventos: (i) que o Poder Concedente prorrogue a designação para prestação dos serviços de distribuidora, pela referida distribuidora, até 31 de março de 2019, nos termos do art. 3º da Medida Provisória 856, de 13 de novembro de 2018;e (ii) que, de forma irrevogável e irretratável, o Poder Concedente assegure, por ato jurídico perfeito, que os recursos necessários para operar, manter e fazer investimentos relacionados à prestação temporária do serviço público da respectiva distribuidora, entre 1 de janeiro de 2019 e 31 de março de 2019, sejam providos pela tarifa e/ou pela União e/ou pelos Fundos Setoriais, mantendo a neutralidade econômica e financeira integral de todo o novo período de designação, sem qualquer aporte de recursos pela Eletrobras; [ ] Aprovar [ ] Rejeitar [ ] Abster-se Deliberação Simples 3. Aprovar, caso sejam aprovados os itens 1 e/ou 2 acima, o início da dissolução e liquidação da respectiva distribuidora, na hipótese de não cumprimento de qualquer das condicionantes listadas nos respectivos itens 1 e/ou 2; e [ ] Aprovar [ ] Rejeitar [ ] Abster-se Deliberação Simples 4. Aprovar, caso sejam aprovados os itens 1 e/ou 2 acima, que a Eletrobras não preste garantias adicionais, a favor das distribuidoras mencionadas nos itens 1 e 2 acima, a partir do novo período de designação de que tratam os itens 1 e 2 acima. [ ] Aprovar [ ] Rejeitar [ ] Abster-se

23 BOLETIM DE VOTO A DISTÂNCIA AGE - CENTRAIS ELET BRAS S.A. - ELETROBRAS de 28/12/2018 Cidade : Data : Assinatura : Nome do Acionista : Telefone :

24 MEDIDA PROVISO RIA No 855, DE 13 DE NOVEMBRO DE 2018 Dispo e sobre o reconhecimento de direito a recursos associados a s concesso es de distribuic a o inclui das pelo art. 8o da Lei no , de 11 de janeiro de 2013, altera a Lei no , de 26 de abril de 2002, e da outras provide ncias. O PRESIDENTE DA REPU BLICA, no uso da atribuic a o que lhe confere o art. 62 da Constituic a o, adota a seguinte Medida Proviso ria, com forc a de Lei: Art. 1o As concesso es de distribuic a o de energia ele trica de que trata o 1o- A do art. 8o da Lei no , de 11 de janeiro de 2013, que na o tenham sido licitadas na data de publicac a o desta Medida Proviso ria, recebera o recursos da Conta de Reserva Global de Reversa o - RGR no valor de ate R$ ,00 (tre s bilho es de reais), para pagamento de valores na o reembolsados, entre 1o de julho de 2017 e a data de transfere ncia do controle aciona rio, por forc a das exige ncias de eficie ncia econo mica e energe tica e do limite de reembolso de que tratam o 12 e o 16 do art. 3o da Lei no , de 9 de dezembro de 2009, mediante apurac a o dos valores pela Ca mara de Comercializac a o de Energia Ele trica - CCEE, Gestora do fundo. 1o Cabera a CCEE a execuc a o das atividades necessa rias para a operacionalizac a o do pagamento de que trata o caput, consoante o orc amento de desembolso da RGR aprovado pela Age ncia Nacional de Energia Ele trica - Aneel e o termo firmado com o novo concessiona rio, que sera homologado pela Aneel. 2o Na hipo tese de insuficie ncia de recursos no fundo da RGR, fica autorizada a Conta de Desenvolvimento Energe tico - CDE a recolher recursos para a cobertura das despesas de que trata o caput. 3o O pagamento sera feito em sessenta parcelas mensais, a partir da data de assinatura do novo contrato de concessa o, e sera atualizado pela Taxa do Sistema Especial de Liquidac a o e de Custo dia - Selic ou pela taxa que vier a substitui -la. Art. 2o Fica delegada a Aneel a assinatura de termo de compromisso, que fixara care ncia de cinco anos para a aplicac a o de para metros de eficie ncia econo mica e energe tica e do limite de reembolso, previstos nos 12 e 16 do art. 3o da Lei no , de 2009, para as concesso es de distribuic a o de energia ele trica ainda na o licitadas nos termos do art. 8o da Lei no , de 2013, na data de publicac a o desta Medida Proviso ria, para garantir a viabilidade da prestac a o do servic o pu blico de distribuic a o nas a reas de concessa o com ni veis de perdas reais acima do ni vel regulato rio e que recebam recursos da Conta de Consumo de Combusti veis - CCC. 1o O beneficia rio do termo de compromisso sera o titular da concessa o do servic o pu blico de distribuic a o licitada em qualquer das modalidades previstas no art. 8o da Lei no , de o O prazo de care ncia sera contado da data de assinatura do novo contrato de concessa o. Art. 3o A Lei no , de 26 de abril de 2002, passa a vigorar com as seguintes alterac o es: "Art o-A Fica a Unia o autorizada a destinar a CDE, ate 31 de dezembro de 2021, sujeito a disponibilidade orc amenta ria e financeira, os recursos prioritariamente oriundos do pagamento de bonificac a o pela outorga de que trata o 7o do art. 8o da Lei no , de 11 de janeiro de 2013, ou de outras fontes definidas pelo Ministe rio do Planejamento, Desenvolvimento e Gesta o, exclusivamente para cobertura dos usos de que trata o inciso IX do caput. 1o-B O pagamento de que trata o inciso IX do caput limita-se ao valor de R$ ,00 (tre s bilho es e quinhentos milho es de reais). (NR)

25 Art. 4o O Poder Concedente, para garantir o aproveitamento o timo de termoele tricas a ga s natural que tenham entrado em operac a o ou convertido combusti vel li quido para ga s natural, a partir de 2010, como alternativa a substituic a o da energia vendida por essas termoele tricas, podera permitir a alterac a o do perfil de entrega e de prazos de contratos de energia lastreados em outras usinas termoele tricas de mesma titularidade, mantidas as condic o es de prec o e de reembolso de despesas com recursos da CCC desses contratos, conforme regulamento do Poder Concedente. Para grafo u nico. Fica autorizada a prorrogac a o, por ate dez anos, das outorgas das usinas termoele tricas a ga s natural, na hipo tese de ser necessa rio para permitir a alterac a o do perfil dos contratos de energia de que trata o caput, mantidas as condic o es de reembolso das despesas com recursos da CCC. Art. 5o A Aneel devera reconhecer, para fins de reembolso da CCC, o custo total da infraestrutura de transporte dutovia rio, conectada a empreendimentos de gerac a o termoele trica, instalada no Distrito Federal e nos Estados cujas capitais tenham sido interligadas apo s 31 de dezembro de 2012, afastada a aplicac a o do disposto nos 12 e 16 do art. 3o da Lei no , de o O reconhecimento sera feito a partir da data de entrada em operac a o da infraestrutura de transporte dutovia rio ate a data de 31 de dezembro de o A capacidade e o prec o da infraestrutura sera o aqueles homologados pela Age ncia Nacional do Petro leo, Ga s Natural e Biocombusti veis - ANP. 3o O pagamento decorrente do reconhecimento de que trata o caput podera ocorrer de forma parcelada, em ate dez anos, e o valor sera atualizado pela Taxa Selic ou pela taxa que vier a substitui -la, conforme regulamento da Aneel. 4o O beneficia rio do reconhecimento dos valores apurados ate 30 de junho de 2017 sera o controlador do responsa vel pela prestac a o do servic o, nos termos do disposto no art. 9o da Lei no , de o O beneficia rio do reconhecimento dos valores apurados de 1o de julho de 2017 a 31 de dezembro de 2018 sera o vencedor da licitac a o de que trata o art. 8o da Lei no , de o O reconhecimento de que trata o caput devera considerar os valores da RGR decorrentes do disposto no art. 1o. Art. 6o Ficam revogadas as partes do art. 3o da Lei no , de 21 de junho de 2016, que alteram o 1o-A e o 1o-B do art. 13 da Lei no , de Art. 7o Esta Medida Proviso ria entra em vigor na data de sua publicac a o. Brasi lia, 13 de novembro de 2018; 197o da Independe ncia e 130o da Repu blica. MICHEL TEMER W. Moreira Franco Esteves Pedro Colnago Junior

26 MEDIDA PROVISO RIA No 856, DE 13 DE NOVEMBRO DE 2018 Delega a Age ncia Nacional de Energia Ele trica - Aneel a responsabilidade pela contratac a o de prestador emergencial e tempora rio do servic o pu blico de distribuic a o de energia ele trica. O PRESIDENTE DA REPU BLICA, no uso da atribuic a o que lhe confere o art. 62 da Constituic a o, adota a seguinte Medida Proviso ria, com forc a de lei: Art. 1o Fica delegada à Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel, para garantir a continuidade da prestação do serviço, a responsabilidade pela contratação, sob regime de autorização e mediante processo competitivo simplificado, de prestador emergencial e temporário do serviço público de distribuição de energia elétrica para substituir pessoa jurídica, sob controle direto ou indireto da União, que, na data de publicação desta Medida Provisória, esteja designada para prestação do serviço de distribuição até 31 de dezembro de 2018, afastada a aplicação da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e da Lei nº 9.074, de 7 de julho de o O procedimento para a contratação do prestador emergencial e temporário de que trata o caput deverá ser iniciado a partir da data de entrada em vigor desta Medida Provisória. 2o Os atos preparatórios a serem realizados pela Aneel para a contratação de que trata o caput: I - poderão ser concomitantes aos processos licitatórios de que tratam o caput e o 1º-A do art. 8º da Lei nº , de 11 de janeiro de 2013 II - serão interrompidos imediatamente caso os processos licitatórios de que trata o 1º-A do art. 8º da Lei nº , de 2013, tenham sucesso; e III - poderão ser suspensos pela União, desde que haja concordância do prestador de serviço atual, caso seja iniciado novo processo licitatório de que trata o 1º-A do art. 8º da Lei nº , de 2013, observada a datalimite de 31 de março de o O critério de seleção do prestador emergencial e temporário será a menor proposta econômica, que considerará o maior deságio em relação aos empréstimos com recursos da Reserva Global de Reversão - RGR e da Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição - TUSD Fio B, observadas as seguintes condições: I - os empréstimos a serem concedidos com recursos da RGR serão calculados pela diferença entre as perdas de energia reais e as perdas regulatórias já flexibilizadas no último processo tarifário e as compensações pagas pela transgressão dos limites de continuidade, hipótese em que serão utilizadas as informações disponíveis nos doze meses anteriores à data da contratação; II - a TUSD Fio B será calculada com base no valor do último processo tarifário aplicado à pessoa jurídica a ser substituída, atualizado pelo Índice de Preços ao Consumidor - IPCA até a data do processo competitivo simplificado, inclusas as flexibilizações de parâmetros regulatórios de PMSO e perdas não técnicas, conforme regulação da Aneel, e será destinada a cobrir os custos de prestação do serviço, incluída a remuneração dos investimentos a serem feitos no período de prestação emergencial e temporária; III - a obrigac a o de pagamento dos empre stimos com recursos da RGR, recebidos no peri odo de prestac a o emergencial e tempora ria do servic o, devera ser transferida ao novo concessiona rio com o devido reconhecimento tarifa rio; IV - o desa gio devera ser ofertado sobre os empre stimos com recursos da RGR e, na hipo tese de desa gio ma ximo, sobre a TUSD Fio B; e V - o prestador emergencial e tempora rio devera ser sociedade integrante de grupo econo mico atuante no segmento de distribuic a o de energia ele trica nacional. 4o O prazo de contratac a o sera limitado a, no ma ximo, vinte quatro meses.

27 5o Os investimentos realizados pelo prestador emergencial e tempora rio sera o integrados aos bens vinculados ao servic o, conforme regulac a o vigente, e sera o adquiridos por meio de pagamento pelo vencedor da licitac a o de que trata o caput do art. 8o da Lei no , de o O prestador emergencial e tempora rio devera prestar contas periodicamente a Aneel. Art. 2o O regime de prestac a o emergencial e tempora ria devera ser disciplinado em contrato de prestac a o direta emergencial e tempora ria que contenha, no mi nimo, cla usulas relativas: I - a na o aplicac a o de glosas aos reembolsos da Conta de Consumo de Combusti veis - CCC originadas dos mecanismos de eficie ncia econo mica e energe tica e do limite de ni vel eficiente de perdas de que tratam o 12 e o 16 do art. 3o da Lei no , de 9 de dezembro de 2009; II - a participac a o em leilo es ou mecanismos centralizados de contratac a o ou descontratac a o de energia ele trica para atendimento ao mercado das a reas de concessa o; III - a adimple ncia com as obrigac o es intrassetoriais, a partir do ini cio da prestac a o emergencial e tempora ria do servic o; IV - a obrigac a o de compra de energia ele trica, de transmissa o de energia ele trica e de pagamento de encargos setoriais a ser assumida pelo prestador emergencial e tempora rio, a partir da data de ini cio da vige ncia do contrato; V - ao acesso aos bens, a s instalac o es e aos contratos, e ao seu uso, inclui dos os sistemas computacionais necessa rios para dar continuidade a prestac a o do servic o; e VI - a realizac a o, mediante autorizac a o da Aneel, de estudos, de investigac o es, de levantamentos e de projetos de utilidade para a superveniente licitac a o da concessa o, cujos dispe ndios correspondentes sera o especificados no edital para ressarcimento pelo vencedor da licitac a o. Art. 3o O prestador de servic o atual podera ter a sua designac a o estendida ate a assunc a o do servic o pelo prestador emergencial e tempora rio, observada a data- limite de 31 de marc o de o O prestador atual fara jus a neutralidade econo mica e financeira no peri odo de designac a o que seja posterior a 1o de janeiro de o A neutralidade econo mico-financeira no peri odo de que trata o 1o será assegurada por meio: I - da aplicac a o da tarifa homologada no processo tarifa rio de 2018; II - do recebimento de empre stimos da RGR; e III - dos reembolsos da CCC sem aplicac a o de glosas decorrentes dos mecanismos de eficie ncia econo mica e energe tica e do limite de ni vel eficiente de perdas de que tratam o 12 e o 16 do art. 3o da Lei no , de o Na hipo tese de a Aneel identificar que as receitas recebidas pelo prestador atual, no peri odo de que trata o 1o, na o sejam suficientes para assegurar a neutralidade econo mica e financeira de que trata o 2o, podera determinar a revisa o do encargo tarifa rio da Conta de Desenvolvimento Energe tico, de que trata o 1o do art. 13 da Lei no , de 26 de abril de 2002, para prover recursos destinados a cobrir a insuficie ncia identificada. 4o As despesas financeiras derivadas de passivos constitui dos em peri odo anterior a 1o de janeiro de 2019 na o sera o consideradas para fins de apurac a o da neutralidade econo mica e financeira. 5o Os empre stimos de que trata o inciso II do 2o ficam limitados a disponibilidade de recursos da RGR e sera o quitados pelo novo concessiona rio, a ser contratado nos termos do art. 8o da Lei no , de 2013, cujo contrato de concessa o devera prever o reconhecimento tarifa rio.

28 Art. 4o Concomitantemente a contratac a o de que trata o art. 1o desta Medida Proviso ria, a Aneel iniciara o processo de licitac a o da concessa o de distribuic a o de energia ele trica, de que trata o caput do art. 8o da Lei no , de 2013, que sera conferida por ate trinta anos. 1o Os estudos, as investigac o es, os levantamentos, os projetos, as obras e as despesas ou os investimentos ja efetuados, vinculados a concessa o, de utilidade para a licitac a o, realizados pela Aneel ou com a sua autorizac a o, estara o a disposic a o dos interessados, hipo tese em que o vencedor da licitac a o ressarcira os dispe ndios correspondentes, especificados no edital. 2o A contratac a o nos termos do art. 1o na o sera considerada impedimento para a participac a o na licitac a o de que trata o caput do art. 8o da Lei no , de Art. 5o O Poder Concedente, o prestador emergencial e tempora rio contratado, nos termos do disposto no art. 1o, ou o novo concessiona rio contratado, nos termos do disposto no art. 4o, na o sera o responsabilizados por qualquer custo relativo ao processo de liquidac a o dos prestadores anteriores do servic o, compreendidos os passivos tributa rios, financeiros, trabalhistas ou as penalidades contratuais. Art. 6o Na hipo tese de inexiste ncia de autorizac a o legal ou judicial para utilizac a o, pela Unia o, da faculdade a que se refere o 1o-C do art. 8o da Lei , de 2013, a Aneel iniciara o processo de licitac a o da concessa o de distribuic a o de energia ele trica de que trata o caput do art. 8o da Lei no , de 2013, que sera conferida por ate trinta anos. Para grafo u nico. Concomitantemente ao processo de que trata ao caput, a Aneel devera realizar o procedimento de contratac a o simplificado previsto no art. 1o para substituir a pessoa juri dica sob controle direto ou indireto dos Estado, do Distrito Federal ou dos Munici pio, que esteja designada para prestac a o do servic o de distribuic a o. Art. 7o Esta Medida Proviso ria entra em vigor na data de sua publicac a o. Brasi lia, 13 de novembro de 2018; 197o da Independe ncia e 130o da Repu blica. MICHEL TEMER Eduardo Refinetti Guardia W. Moreira Franco

29 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDEF 001/2018 Informação Técnica Título Assunto Autores Cenários de liquidação e de prorrogação do prazo para alienação da Amazonas Energia (AmD) e Ceal, à luz das disposições da Medida Provisória nº 856, de 13 de novembro de Atualização do custo de liquidação e condições para prorrogação do prazo para alienação da AmD e Ceal até 31/03/2019. Felipe Baptista da Silva DFP; Marcos Barreto de Faria Pinho DFPI; Flávia Xavier Cirilo de Sá DFPI; Pedro Paulo da Cunha DFF; Luiz Mário Albuquerque Carvalho - DFFO; Frederico Pinto Eccard DDEF. Empresa Amazonas Energia, Ceal, Eletrobras. Categoria Informação Técnica. Página 1

30 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDEF 001/2018 Sumário 1. Objetivo Histórico Cenários à luz da Medida Provisória nº 856/ Liquidação Prorrogação do prazo para transferência do controle acionário até 31/03/ Neutralidade na prestação temporária de serviço Impacto Financeiro dos cenários abordados - Fluxo de Caixa Cenário de Liquidação Cenário de Alienação Resultados Considerações Finais Anexos Anexo 1 As principais premissas utilizadas para projeção das entradas e saídas do fluxo de caixa Anexo 2 IT DFP/DFC/DDEF 003/2018, de 06/11/2018 Anexo 3 IT DDEF 007/2018, de 05/11/2018 Página 2

31 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDEF 001/ OBJETIVO A presente Informação Técnica tem por objetivo subsidiar a decisão da Administração da Eletrobras quanto aos direcionamentos à luz de uma possível não alienação dos controles acionários das distribuidoras Amazonas Energia (AmE D) e Ceal até 31/12/2018, conforme modelagem aprovada pelo Conselho do Programa de Parceria de Investimentos CPPI, por meio da Resolução nº 20, de 8/11/2017, alterada pelas Resoluções nº 28, de 22/11/2017, nº 29, de 28/12/2017, e nº 36, de 12/06/2018, com base nos estudos feitos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES e conforme decisão dos acionistas da Eletrobras na 170ª e 171ª Assembleia Geral Extraordinária AGE, e das disposições da Medida Provisória nº 856, de 13/11/2018, que delega à Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL a responsabilidade pela contratação de prestador emergencial e temporário do serviço público de distribuição de energia elétrica. 2. HISTÓRICO A Eletrobras adquiriu o controle acionário de um conjunto de concessionárias estaduais nas regiões Norte e Nordeste para promover seu reequilíbrio econômico-financeiro visando à privatização dessas empresas. Nesse sentido, a Lei nº 9.619/98 autorizou a Eletrobras a adquirir os respectivos controles das concessionárias estaduais de distribuição de energia elétrica: Ceal, Cepisa, Ceron e Eletroacre, com recursos da Reserva Geral de Reversão - RGR. O processo de privatização dessas empresas foi juridicamente lastreado pela inclusão das mesmas no Programa Nacional de Desestatização - PND. Posteriormente, pela Medida Provisória nº /2000 (transformada na MP nº /2001), a Eletrobras foi também autorizada a adquirir o controle acionário da Companhia Energética do Amazonas - CEAM, que foi incluída no PND em 22/01/2007 por meio do Decreto nº 6026/2007. A Lei nº 9.619/1998 dispôs ainda que, uma vez efetivada a aquisição do controle das empresas supracitadas, estas seriam incluídas no PND, cabendo à Eletrobras implementar as medidas de saneamento econômico-financeiro e administrativo que fossem necessárias para a privatização da empresa, segundo as normas da Lei nº 9.491, de 9 de setembro de Em um processo paralelo, concentrando o foco da atuação de seu grupo empresarial nos segmentos de geração e transmissão, a Eletrobras cindiu a Eletronorte, formando com os ativos de distribuição de Manaus e Boa Vista, respectivamente, a Manaus Energia e a Boa Vista Energia, empresas independentes para serem também desestatizadas. A CEAM, Página 3

32 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDEF 001/2018 posteriormente, foi incorporada pela Manaus Energia, cujo processo foi concluído em No ano seguinte, o nome da distribuidora foi alterado, passando a se chamar Amazonas Energia S.A. Após assunção dos respectivos controles acionários, coube à Eletrobras a gestão da distribuidora, bem como a realização de investimentos necessários à continuidade do serviço de distribuição por elas prestados. Frisa-se que a atuação da Eletrobras deveria ter sido temporária e se encerraria com a efetiva desestatização das distribuidoras. Por razões diversas, o Programa de Desestatização, levado a efeito nos anos 90, não foi concluído e as distribuidoras que, inicialmente, seriam geridas pela Eletrobras por um período curto, passaram a se constituir em investimento permanente. No ano de 2016, por meio da Medida Provisória nº 727, de 12/05/2016, convertida na Lei nº , de 13/09/2016, foi criado o Programa de Parcerias e Investimentos - PPI, com vistas a facilitar a desestatização, de modo geral. Neste sentido, a inclusão das distribuidoras da Eletrobras no PPI se deu por meio da Resolução CPPI nº 3/2016, que dentre outras condições, definiu que a desestatização das distribuidoras deveria ocorrer no 2º semestre de Essa decisão do CPPI foi legitimada com a edição do Decreto nº 8.893, de 1º/11/2016, que definiu os empreendimentos do PPI que seriam tratados como prioridade nacional nos setores de energia e de mineração e pelo Decreto nº 9.192, de 6/11/2017, que dispõe, nos termos da Lei nº , de 11/01/2013, sobre a licitação de concessões de distribuição e de transmissão associadas à transferência de controle de pessoa jurídica prestadora de serviço público de energia elétrica. Ainda no ano de 2016, os acionistas da Eletrobras, quando da realização da 165ª Assembleia Geral Extraordinária - AGE, decidiram, por maioria, pela não prorrogação das concessões das distribuidoras da Eletrobras, nos termos do Decreto nº 8.461, de 2 de junho de 2015, do Despacho ANEEL nº 3.540, de 20 de outubro de 2015, da Medida Provisória nº 706/2015, de 28 de dezembro de 2015, do Despacho S/N do Ministério de Minas e Energia, de 28 de dezembro de 2015, e da minuta de instrumento contratual divulgada pela ANEEL. Além disso, os acionistas aprovaram, por maioria, a liquidação das distribuidoras Cepisa, Ceal, Eletroacre, Ceron, Boa Vista Energia e AmE D, facultando a transferência do controle acionário, desde que ocorresse até 31 de dezembro de 2017, nos termos do 1ª-A do Página 4

33 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDEF 001/2018 artigo 8º, da Lei nº /2013, com a nova redação dada pela Medida Provisória nº 735/2016, convertida na Lei nº /2016, desde que, até a transferência da distribuidora para o novo controlador, a distribuidora recebesse diretamente, da União Federal ou através de tarifa, todos os recursos e remuneração necessários para operar, manter e fazer investimentos que fossem relacionados aos serviços públicos da respectiva distribuidora, mantendo o equilíbrio econômico e financeiro da Distribuidora, sem qualquer aporte de recursos, a qualquer título, pela Eletrobras. Nesse contexto, em agosto de 2016, por meio das Portarias MME nº 420, nº 421, nº 422, nº 423, nº 424 e nº 425, as distribuidoras da Amazonas Energia, Eletroacre, Ceron, Cepisa, Ceal e Boa Vista Energia foram designadas como responsáveis pela Prestação do Serviço Público de Distribuição de Energia Elétrica, nos termos e condições definidos na Portaria MME nº 388/2016, até 31/12/2017 ou a assunção do novo concessionário, o que ocorrer primeiro, com vistas a garantir a continuidade do serviço nas áreas estabelecidas. Em 6/11/2017, foi editado o Decreto nº que regulamenta a Lei nº /2013, para dispor sobre a licitação de concessões de distribuição e de transmissão associadas à transferência de controle de pessoa jurídica prestadora de serviço público de energia elétrica, e dá outras providências. Em 08/11/2017, com base nos estudos do BNDES, foi editada a Resolução CPPI nº 20/2017, com alterações posteriores, que aprovou as condições da transferência do controle acionário detido pela Eletrobras nas suas distribuidoras, quais sejam, Boa Vista Energia, Ceal, Cepisa, Ceron, Eletroacre e Amazonas Energia, de forma associada à outorga da concessão do serviço público de distribuição de energia elétrica. Em 04/12/2017, foi editada a Portaria MME nº 468, que alterou as Portarias MME nº 420, nº 421, nº 422, nº 423, nº 424 e nº 425, todas de 2016, de forma a prorrogar a prestação do serviço temporário de distribuição até 31/07/2018 ou a assunção do novo concessionário, o que ocorrer primeiro. Em 28/12/2017, os acionistas da Eletrobras, por meio da 169ª AGE, aprovaram a prorrogação do prazo para a transferência do controle acionário das distribuidoras, desde que ocorresse até 31 de julho de 2018, sob pena de manutenção da decisão da 165ª AGE que determinou o encerramento dos serviços temporários de distribuição, bem como a liquidação das referidas distribuidoras, caso os recursos necessários para operar, manter e Página 5

34 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDEF 001/2018 fazer investimentos relacionados aos serviços públicos da respectiva distribuidora não fossem providos pela tarifa, pela União ou pelos Fundos Setoriais. Em 08/02/2018, os acionistas da Eletrobras, por meio da 170ª AGE, aprovaram a modelagem de venda das distribuidoras definida pela Resolução nº 20/2017, bem como a realização dos ajustes previstos no art. 3º da Resolução CPPI nº 20/2017 e a assunção, pela Eletrobras, de direitos das distribuidoras Amazonas Energia, Boa Vista Energia, Ceron e Eletroacre, referentes à Conta de Consumo de Combustíveis - CCC e a Conta de Desenvolvimento Energético - CDE, reconhecidos nas Demonstrações Financeiras das Distribuidoras de 30 de junho de 2017, devendo a Eletrobras assumir, em contrapartida, obrigações em valores equivalentes, conforme condições estabelecidas na Resolução CPPI nº 20/2017. Em 12/06/2018, foi editada a Portaria MME nº 246, que alterou as Portarias MME nº 420, nº 421, nº 422, nº 423, nº 424 e nº 425, todas de 2016, de forma a prorrogar a prestação do serviço temporário de distribuição até 31/12/2018 ou a assunção do novo concessionário, o que ocorresse primeiro. Em 14/06/2018, o BNDES publicou o edital do Leilão nº 2/ PPI/PND, tornando públicas as condições de desestatização das distribuidoras da Eletrobras, mediante a concessão de serviço público de distribuição de energia elétrica, associada à alienação de ações representativas do seu capital social. Em 16/07/2018, foi editada a Portaria MME nº 301, que alterou a Portaria MME nº 388/2016, com o fito de assegurar a neutralidade econômica das despesas incorridas pelas distribuidoras, no período de 1º de agosto a 31 de dezembro de 2018, na hipótese da alienação do controle societário não ocorrer até 31 de dezembro de 2018 e a empresa ser encaminhada para liquidação, já que, apesar de prevista pela Lei nº /2013, a neutralidade das despesas incorridas pelas empresas durante o período em que estão designadas como prestadoras de serviço de distribuição pelo o poder concedente não estar ocorrendo na prática, por força da regulação que redunda em glosas praticadas pela ANEEL. Destaca-se que o Leilão nº 2/2018 PPI/PND está sendo realizado por etapas: (i) em 26/07/2018, foi vendido o controle acionário da Cepisa, sagrando-se vencedora a Equatorial; (ii) em 30/08/2018, foi vendido o controle acionário das distribuidoras Boa Vista Energia, Ceron e Eletroacre, sendo que a primeira adquirida pelo Consórcio formado Página 6

35 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDEF 001/2018 pelas empresas Oliveira Energia e Atem e as duas últimas pela Energisa; (iii) o leilão venda do controle acionário da Amazonas Energia está agendada para o dia 27/11/2018; e (iv) a venda do controle acionário da Ceal encontra-se suspenso em virtude de decisão judicial no âmbito da Ação Cível Originária n 3.132/DF. Nessa esteira, em 30/07/2018, os acionistas da Eletrobras, por meio da 171ª AGE, aprovaram a prorrogação do prazo para a transferência do controle acionário das distribuidoras, desde que ocorra até 31 de dezembro de 2018, e, também, desde que até a transferência das distribuidoras para o novo controlador todos os recursos necessários para operar, manter e fazer investimentos relacionados à prestação do serviço público das distribuidoras sejam providos pela tarifa, pela União Federal ou pelos Fundos Setoriais, mantendo o equilíbrio econômico e financeiro das distribuidoras sem qualquer aporte de recursos, a qualquer título, pela Eletrobras. Por fim, em 14/11/2018, foram publicadas a Medida Provisória nº 855 e nº 856. A primeira dispõe sobre o reconhecimento de direito a recursos associados às concessões de distribuição e dá outras providências e a segunda delega à ANEEL a responsabilidade pela contratação de prestador emergencial e temporário do serviço público de distribuição de energia elétrica. Em suma, a Medida Provisória nº 856/2018, objeto de análise desta IT, estabelece: (i) as condições de contratação do prestador emergencial e temporário, que poderá ser concomitantes à venda dos controles acionários do Leilão nº 2/2018 PPI/PND, que poderá ser interrompida em caso de sucesso do leilão ou suspensa pela União, com a concordância do atual prestador de serviço, caso seja iniciado um novo processo licitatório nos termos da Lei nº /2013, observada a data-limite de 31/03/2019; (ii) o regime de prestação emergencial e temporária do serviço público de distribuição por um novo prestador de serviço que não o atual; (iii) o prestador atual poderá ter a sua designação estendida até a assunção do serviço pelo prestador emergencial e temporário, observada a data-limite de 31/03/2019, garantida a neutralidade econômico e financeira no período de designação que seja posterior a 01/01/2019, no entanto, as despesas financeiras derivadas de passivos constituídos em período anterior à citada data não serão consideradas para fins de apuração da neutralidade econômica e financeira; Página 7

36 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDEF 001/2018 (iv) a ANEEL deverá iniciar o processo de licitação da concessão de distribuição de energia elétrica, de que trata o caput do art. 8º da Lei nº /2013; e (v) o Poder Concedente, o prestador emergencial e temporário contratado ou o novo concessionário não serão responsabilizados por qualquer passivo relativo ao processo de liquidação dos prestadores anteriores do serviço. 3. CENÁRIOS À LUZ DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 856/2018 Preliminarmente, ressalva-se que a Medida Provisória nº 856/2018 poderá ser convertida em lei no prazo de até 120 (cento e vinte) dias (60 dias prorrogáveis por mais 60 dias), nos termos do artigo 62 da Constituição Federal. Entretanto, considerando que, uma vez editada, a referida Medida Provisória está vigente, tem presunção de constitucionalidade e legalidade e tem força de lei, não caberia uma análise sem considerar como válida o inteiro teor da Medida Provisória. Feita a ressalva acima, considerando as disposições da Medida Provisória nº 856/2018 e, os seguintes cenários podem ser antevistos: (i) Liquidação a partir de 01/01/2019: no caso de insucesso na alienação do controle acionário das distribuidoras Ceal e Amazonas Energia até 31/12/2018, em decorrência da não suspensão da liminar e de o leilão marcado para o dia 10/12/2018 não tiver proponentes; e (ii) Transferência do controle acionário até 31/03/2019: no caso de haver proponente vencedor no leilão da Amazonas Energia, marcado para o dia 10/12/2018. Gráfico 1. Cenários à luz a Medida Provisória nº 856/2018 Prorrogação designação até 31/03/2019 Liquidação a partir de 01/01/2019 Transferência de controle até 31/03/2019 No caso da transferência do controle acionário não ocorrer até 31/12/2018, o cenário de liquidação já foi aprovado pela 171ª Assembleia Geral Extraordinária de Acionistas da Página 8

37 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDEF 001/2018 Eletrobras. Entretanto, o Poder Concedente poderá, independente da decisão da mencionada AGE, prorrogar o período de designação até 31/03/2019 ou até a assunção do prestador emergencial e temporário a ser contratado pela ANEEL, nos termos da Medida Provisória nº 856/2018, o que ocorrer primeiro. No caso em que o controle da Amazonas Energia seja alienado até 31/12/2018, haverá a necessidade de prorrogação do período de designação até a data-limite de 31/03/2019 ou até a assunção do novo concessionário, o que ocorrer primeiro, para a assinatura dos respectivos documentos de transferência. Neste caso, os acionistas da Eletrobras terão que deliberar sobre a prorrogação do prazo para a transferência do controle acionário dessa distribuidora, atualmente limitado a data de 31/12/2018, nas mesmas condições da prestação temporária atual. Por fim, outro cenário possível, é a realização de novo procedimento licitatório, com início até 31/03/2019, com consequente nova modelagem a ser proposta pelo CPPI, nos termos do 1º-A do art. 8º da Lei nº /2013, que poderá ocorrer a critério da União e com a concordância do prestador de serviço atual, isto é, Ceal e Amazonas Energia, nos termos previstos pelo art. 1º, 2º, inciso III da Medida Provisória nº 856/2018. Nesse caso, será necessária convocação de nova assembleia de acionistas da Eletrobras, a fim de deliberar eventual alteração nas condições de aprovação da venda atualmente vigentes. Ressalta-se que este cenário não está no escopo desta IT devido às indefinições quanto a sua ocorrência, dado que não é uma prerrogativa da Eletrobras definir a realização de novo procedimento licitatório. 3.1 LIQUIDAÇÃO Em caso de liquidação das distribuidoras Ceal e Amazonas Energia, existem quatro pareceres externos, dos seguintes juristas: Nelson Eizirik, Arnoldo Wald, Gustavo Binenbojm e Thomas Felsberg, da Feslberg Advogados, sendo os três primeiros já apresentados nas discussões e no material que compôs a instrução da proposta da administração para a 170ª AGE da Eletrobras e o último emitido em 22 de agosto de 2018, além do parecer interno da Eletrobras, que opinam que a eventual liquidação das distribuidoras deve seguir os ritos previstos na Lei nº 8.029/1990, na qual a União é sucessora, nos seus direitos e obrigações, das entidades que vierem a ser extintas ou dissolvidas, inclusive para os débitos nos quais a Eletrobras figura como garantidora. Página 9

38 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDEF 001/2018 Nesse caso, como a União seria a responsável por direitos e deveres das distribuidoras, o custo de liquidação para a Eletrobras tende a zero ou seria próximo à zero. Por outro lado, outros dois pareceres, dos escritórios Bocater Advogados e Loeser e Portela, o último contratado pelo BNDES, além de Ofício Interministerial nº 906/MME/MF/MP, todos também apresentados nas discussões e no material que compôs a instrução da proposta da administração para a 170ª AGE da Eletrobras, posicionam-se pela aplicação pura e simples da Lei nº 6.404/1976, na qual a Eletrobras seria a responsável pela liquidação das distribuidoras e seus respectivos custos. Nesse caso, o valor da liquidação da Ceal e Amazonas Energia, sob a ótica estritamente econômico-financeira e contábil, sem levar em consideração os efeitos da Portaria MME nº 301/2018, é de R$ ,7 milhões, sendo R$ ,6 milhões referentes à Amazonas Energia e R$ 1.818,1 milhões à Ceal, com a liquidação ocorrendo sob os ditames da Lei nº 6.404/76, ao custo já indicado e demonstrado na tabela abaixo: Tabela 1. Custo de Liquidação Ceal e Amazonas Energia, em R$ mil Set/18 - R$ mil AmE D CEAL TOTAL Total do Ativo - BP Não realizável (*) Total do Ativo Para liquidação Indenizável Liquidez imediata A realizar CCC Total do Passivo - BP Não exigível (**) Total do Passivo Para liquidação Exigiblidade imediata Compensáveis Sistema Eletrobrás Sistema Petrobrás Outros Total do Patrimonio Líquido Total do Patrimonio Líquido para Liquidação Custo de desligamento Custo de Liquidação Preliminar Ajustes no Ativo Ativo Financeiro da concessão em serviço ( ) (77.945) ( ) Ativo Financeiro da concessão em curso (50.328) (37.456) (87.784) Clientes ( ) (37.456) ( ) Ajustes no Passivo Contingências Possíveis (***) ( ) ( ) ( ) Custo de Liquidação após Ajustes (*) Intangível, Tributos e Contribuição Social, Ativo Regulatório - RGR (**) Concessão onerosa, RGR período de designação (***) Líquido de Andeco Página 10

39 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDEF 001/2018 Para os custos de liquidação apresentados na tabela acima, caso fossem considerados os efeitos da Portaria nº MME 301/2018, onde é garantida a neutralidade econômica das despesas totais do período de 1º de agosto de 2018 até 31 de dezembro de 2018, estimase que os custos de liquidação da Amazonas Energia teria redução de R$ 968,2 milhões, atingindo o valor final de R$ ,4 milhões para a data base de set/18, enquanto a redução do valor de liquidação da Ceal seria de R$ 79,9 milhões, alcançando o valor de R$ 1.738,2 milhões. Assim, o valor total de liquidação das duas distribuidoras seria de R$ ,6 milhões. O detalhamento dos números acima consta da IT DFP/DFC/DDEF 003/2018, de 06/11/2018, anexa a esta Informação Técnica. Por fim, salienta-se, como já mencionado, que neste cenário, conforme art. 3º da Medida Provisória nº 856/2018, o período de designação poderá ser estendido até a assunção do serviço de distribuição pelo prestador emergencial e temporário, observada a data-limite de 31/03/2019, garantida a neutralidade econômico-financeira no período de designação que seja posterior a 01/01/2019. Cabe destacar que as despesas financeiras derivadas de passivos constituídos em período anterior à 01/01/2019 não serão consideradas para fins de apuração da neutralidade econômica e financeira. 3.2 PRORROGAÇÃO DO PRAZO PARA TRANSFERÊNCIA DO CONTROLE ACIONÁRIO ATÉ 31/03/2019 O cenário de prorrogação do prazo para transferência do controle acionário da Ceal e Amazonas Energia engloba duas possibilidades (i) prazo para realização de novo procedimento licitatório, conforme previsto no inciso III, 2º, art. 1º da Medida Provisória nº 856/2018; e (ii) prazo para concluir atos jurídicos de eventuais leilões com êxito que venham a ser realizados até 31 de dezembro de No caso de realização de novo procedimento licitatório, conforme previsto no inciso III, 2º, art. 1º da Medida Provisória nº 856/2018, deverá ser avaliado pelo CPPI a necessidade de rever a modelagem para a privatização da Amazonas Energia e da Ceal, ante ao tempo decorrido entre a avaliação realizada pelo BNDES e a realização do novo procedimento licitatório. Mantida a modelagem de venda aprovada pela Resolução CPPI nº 20/2017, e suas alterações, e havendo êxito na venda por meio do novo processo licitatório, a Eletrobras terá que realizar os ajustes previstos nos incisos IV (Ceal) e VI (Amazonas Energia) do art. Página 11

40 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDEF 001/2018 3º da referida resolução e assumir direitos da Amazonas Energia, referentes à Conta de Consumo de Combustíveis - CCC e a Conta de Desenvolvimento Energético - CDE, reconhecidos nas Demonstrações Financeiras das Distribuidoras de 30 de junho de 2017, devendo a Eletrobras assumir, em contrapartida, obrigações em valores equivalentes, conforme condições estabelecidas na Resolução CPPI nº 20/2017. Esses valores já foram aprovados pela 170ª AGE da Eletrobras. A tabela a seguir apresenta os ajustes a serem realizados pela Eletrobras. Tabela 2. Ajustes pela Eletrobras com base na Resolução CPPI nº 20/2017, em R$ mil R$ mil Ceal Amazonas Energia Total Ajustes (art. 3 Res. CPPI 20/2017) 50, , ,56 Assunção de débitos correspondentes aos Créditos de , ,00 CCC/CDE Total 50, , ,56 Neste caso, a Eletrobras teria que capitalizar as distribuidoras e assumir dívidas das mesmas no valor total de R$ ,46 milhões. Em qualquer caso, o início do novo processo licitatório deverá ocorrer até 31 de março de 2019, nos termos da Medida Provisória nº 856/2018. Considerando a imprevisibilidade dos prazos e condições de um novo estudo, a premissa utilizada na presente IT é de que a alienação e transferência de controle da Amazonas Energia, ocorreria até 31/03/2019. Este cenário depende da União, nos termos do inciso III do 2º do artigo 1º da Medida Provisória nº 856/2018, e da edição dos respectivos atos oficializando o novo período de designação. Cabe destacar que é provável que, durante este novo período de designação, não seja garantida a neutralidade econômica e financeira total da prestação de serviços, mantidos os moldes praticados atualmente, com destaque para o não reconhecimento das despesas financeiras derivadas de passivos constituídos em período anterior, conforme descrito no item 3.3 abaixo. Por fim, cabe destacar, como já mencionado, que os acionistas da Eletrobras terão que deliberar sobre a prorrogação do prazo para a transferência do controle acionário das distribuidoras e, consequentemente do período de designação, nas mesmas condições atualmente aplicadas. Página 12

41 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDEF 001/2018 Novamente, ressalta-se que este cenário não pode ser mais detalhado nesta IT devido às indefinições quanto a sua ocorrência, dado que não é uma prerrogativa da Eletrobras definir a realização de novo procedimento licitatório. Entretanto, os valores acima são os que se encontram atualmente aprovados pelos acionistas da Eletrobras. 3.3 NEUTRALIDADE NA PRESTAÇÃO TEMPORÁRIA DE SERVIÇO A Medida Provisória nº 856/2018 garante, nos 1º e 2º do art. 3º, a neutralidade econômico-financeira do prestador atual (Amazonas Energia e Ceal), somente no caso do período de designação ser estendido até a assunção do serviço pelo prestador emergencial e temporário, entendendo-se, neste caso, que as mencionadas distribuidoras seriam levadas à liquidação. A neutralidade, nesta hipótese, de qualquer forma, somente é garantida no período entre 01/01/2019 a 31/03/2019 e exclui as despesas financeiras de passivo anteriores a 01/01/2019. A Portaria MME nº 301/2018, também garantiu, na hipótese de liquidação, a neutralidade econômica das despesas totais incorridas pela empresa, entre 1º de agosto de 2018 e 31 de dezembro de 2018, constituída pela diferença entre as despesas totais realizadas pela distribuidora neste intervalo temporal e os valores recebidos por tarifa, encargos setoriais, empréstimos da RGR referentes ao período de designação e demais fontes de receita recebidas em razão da Prestação do Serviço de Distribuição. Dessa forma, em havendo um novo processo licitatório, conforme previsto no inciso III, 2º do art. 1º da Medida Provisória nº 856/2018, o período de designação poderá ser estendido até assunção do novo concessionário, nas mesmas condições atuais. Outrossim, cabe ressaltar, de acordo com a IT DDEF 007/2018, de 05/11/2018, anexa a esta IT, que o período de designação que deveria ser neutro para as distribuidoras da Eletrobras, por estarem prestando serviço em nome do Poder Concedente, com base na Portaria MME n 388/2016 e na Lei nº /2013, está trazendo desequilíbrios de caixa para as próprias distribuidoras, fazendo-as incorrer em prejuízos contábeis que, consequentemente, impactam a Eletrobras. Após análise por meio de três metodologias detalhadas na IT DDEF 007/2018, observa-se que apesar de possuírem metodologias e conceitos diferentes, apresentam resultados próximos, o desequilíbrio econômico-financeiro estimado, no período de agosto de 2016 a agosto de 2018, se encontra na casa dos R$ 7,8 bilhões, já reduzido dos R$ 4,5 bilhões Página 13

42 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDEF 001/2018 (valor corrigido) recebidos de RGR nesse período de designação, como observado na tabela a seguir. Tabela 3. Síntese do desequilíbrio acumulado, por metodologia, em R$ milhões $ Ago/2016 a RGR RGR Ago/2018 NT. 415/2016 Res. 748/2016 Fluxo de caixa Média ED Amazonas 5.329, , , ,2 ED Roraima 165,1 75,1 175,5 138,6 ED Alagoas 423,6 646,2 479,7 516,5 ED Piauí 526,8 705,0 358,4 530,1 ED Rondônia 590, , , ,0 ED Acre 76,2 124,3 184,5 128,3 Total 7.111, , , ,6 Cabe destacar que os valores apresentados na tabela acima se referem a prestação de serviço durante um período de 25 meses, entre agosto de 2016 e agosto de Frisa-se que a referida prestação de serviço ainda encontra-se em curso. Acrescenta-se ainda que o período de designação deve ser separado em duas partes. A primeira de agosto de 2016 até junho de 2017 e a segunda de partir de julho de 2017 até o último mês em que a designação ocorrer. A necessidade dessa separação ocorre em razão de que o valuation das distribuidoras aprovado pelo CPPI, por meio da Resolução CPPI nº 20/2017, ter data-base em junho de Logo, a não neutralidade no período compreendido entre agosto de 2016 e junho de 2017 afeta diretamente o valuation e, portanto, os valores dos ajustes a serem realizados pela Eletrobras para alienação das distribuidoras. A partir de julho de 2017, os impactos da não neutralidade afetam apenas a situação das distribuidoras, agravando seus passivos, que serão assumidos pelo novo controlador. Assim, ao se separar o período de designação, procurou-se delimitar os valores que impactam o preço de transferência do ativo e os que não impactam, de forma a deixar claro o direito da Eletrobras enquanto acionista dessas empresas e do novo controlador, em uma futura discussão com o Poder Concedente sobre direito aos valores de reequilíbrio econômico-financeiro ou neutralidade econômico-financeira referentes ao período de designação para a prestação temporário do serviço de distribuição de energia elétrica. Página 14

43 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDEF 001/2018 De maneira que, do valor total decorrente do desequilíbrio econômico-financeiro, estimado em R$ 7,8 bilhões, aproximadamente R$ 2,8 bilhões dizem respeito ao intervalo de tempo entre agosto de 2016 e junho de 2017, havendo, portanto, necessidade de recursos adicionais dessa ordem que se somariam à RGR recebida no mesmo período, para tornar neutra a operação das distribuidoras durante o interregno de tempo citado, vide tabela abaixo: Tabela 4. Síntese do desequilíbrio entre ago/2016 e jun/2017, em R$ milhões Ago/2016 a RGR RGR Jun/2017 NT. 415/2016 Res. 748/2016 Fluxo de caixa Média ED Amazonas 2.551, , , ,5 ED Roraima 113,9 4,9 51,3 56,7 ED Alagoas 71,9 208,2 172,4 150,8 ED Piauí 7,6 83,9 269,0 120,2 ED Rondônia 253,3 547,6 323,1 374,7 ED Acre 38,9 49,8 30,3 39,7 Total 3.037, , , ,6 Por fim, ainda sobre os desequilíbrios causados pela não neutralidade econômico financeira, deve-se sublinhar que com a edição da Medida Provisória nº 855/2018, especificamente o seu artigo 5º, fica a ANEEL responsável por reconhecer, para fins de reembolso da CCC, os custos totais do contrato de gás da Amazonas Energia com a Cigás, desde a entrada em operação do gasoduto ocorra até a data de 31 de dezembro de 2018, levando em consideração a capacidade do gasoduto e o preço da infraestrutura homologados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP. Ainda, no artigo 5º da Medida Provisória nº 855/2018, fica determinado que o beneficiário do reconhecimento dos valores de reembolso de CCC ainda devidos e apurados até 30 de junho de 2017 será da Eletrobras (o controlador atual da Amazonas Energia), enquanto que os valores de reembolso de CCC a partir de 01 de julho de 2017 até 31 de dezembro de 2018, serão do novo controlador da distribuidora. Dessa forma, com o reconhecimento dos custos do contrato de gás, o valor de R$ 2 bilhões da não neutralidade da Amazonas Energia mostrado na tabela acima, até junho de 2017, seria coberto parcialmente. Para o período após junho de 2017, com impacto para o novo controlador, o artigo 1º da Medida Provisória nº 855/2018 também define o valor extra de RGR, limitado a R$ 3,0 bilhões, para pagamento de valores de CCC não reembolsados, entre 1º de julho de 2017 Página 15

44 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDEF 001/2018 e a data de transferência do controle acionário, por força das exigências de eficiência econômica e energética e do limite de reembolso da CCC. 4. IMPACTO FINANCEIRO DOS CENÁRIOS ABORDADOS - FLUXO DE CAIXA Com o fito de mensurar o impacto dos cenários abordados nesta IT no fluxo de caixa da Eletrobras, foram projetados fluxos da caixas considerando os seguintes eventos e suas consequências para empresa: (i) Liquidação das empresas Ceal e Amazonas Energia, mantendo, por determinação do Poder Concedente (art. 3º, da Medida Provisória nº 856/2018), a prestação do serviço temporário de distribuição em designação até 31/03/2019; e (ii) Alienação da Amazonas mantendo a prestação do serviço temporário de distribuição em designação até 31/03/2019. Ressalva-se, entretanto, que uma simulação dessa natureza contém estimativas ou projeções de eventos futuros e tendências que estão sujeitas a diversos riscos e incertezas naturais deste tipo de exercício, aumentadas em razão de serem estimativas de longo prazo, feitas considerando as melhores informações ora disponíveis e algumas suposições que dependem diretamente de negociações e aceitação de terceiros. 4.1 CENÁRIO DE LIQUIDAÇÃO Com relação ao cenário de liquidação, ressalta-se a dificuldade enfrentada para proposição de um cenário desta natureza, uma vez que conforme narrado anteriormente nesta IT e nos documentos disponibilizados por ocasião da 170ª e da 171ª Assembleias de Acionistas da Eletrobras, nas Informações Técnicas IT DFP/DFF/DDE 001/2017, de 30/11/2017 e IT DFP/DFF/DDE 001-B/2017, de 26/12/2017, existem entendimentos jurídicos divergentes sobre o regime a ser aplicado em um processo de liquidação de empresa estatal, em especial a definição sobre à responsabilização pela assunção dos custos decorrentes do processo de liquidação das distribuidoras (aplicação da Lei nº 8.029/1990 ou não aplicação desta lei). Além da indefinição acerca do regime de liquidação, incluindo a aplicabilidade da Lei nº 8.029/1990, quando se fala de cenários de liquidação de uma empresa, não é passível de estimação o tempo em que as obrigações e direitos poderão ser exigidas do liquidante. Página 16

45 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDEF 001/2018 Esta ordem de precedência também sofreria impacto de acordo com o regime aplicável. Por exemplo: (i) no cenário de não aplicação da Lei nº 8.029/1990, pode haver a suspensão da exigibilidade imediata de certas obrigações tendo em vista à instauração do próprio regime de liquidação apuração de ativos, estabelecimento da ordem de prioridade de realização dos ativos e dos passivos; e (ii) no cenário de aplicação da Lei nº 8.029/1990, tornam-se extintos os débitos de natureza tributária, diferentemente do caso onde a referida lei não é aplicada. Diante do exposto, tudo o que se falar sobre o efeito da liquidação no fluxo de caixa da Eletrobras refere-se a somente quantificação de um cenário dentre vários possíveis, com base em premissas gerais e específicas, entendidas como as mais adequadas, vez que não há precedente que oriente assertivamente uma projeção dessa natureza. Considerando que a tese de aplicação da Lei nº 8.029/1990 redundaria, segundo os especialistas consultados, que os custos incorridos na liquidação das distribuidoras fossem de responsabilidade da União, resta, no âmbito deste estudo, produzir cenários para mensurar o impacto na hipótese dos mesmos custos ficarem sob responsabilidade da Eletrobras, pela não aplicação da referida Lei. Para tanto, a Superintendência de Operações Financeiras DFF, levantou algumas questões relevantes para um cenário de liquidação, no qual não se tenha possibilidade de aplicação da citada Lei, e formulou consulta à Superintendência Jurídica PRJ (perguntas 1 a 6 abaixo). A resposta da PRJ, foi considerada na definição das premissas a serem utilizadas na projeção do fluxo de caixa da empresa. A transcrição da consulta do DFF, bem como a resposta das perguntas pelo PRJ, está a seguir: DFF: No estudo que iremos elaborar será com certeza apresentada e/ou sinalizada a questão relativa a aplicação da Lei 8029, contudo precisamos também mostrar a outra vertente de pensamento sobre este assunto. Assim, de modo a subsidiar a simulação do caixa do cenário de liquidação com custos na Eletrobras, restam diversas dúvidas na DFF sobre as condições a serem aplicadas em questões das naturezas elencadas abaixo: 1. Qual a consequência para os contratos da Amazonas Energia com a Petrobras nos quais a Eletrobrás aparece como garantidora, sendo que nos contratos de gás além de garantir, comparece também como devedora solidária, enquanto que nos contratos de fornecimento de óleo apenas dá as garantias. Página 17

46 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDEF 001/2018 Como tratar estas garantias solidárias e subsidiárias? Seria correto simular a continuidade do pagamento das obrigações destes contratos? PRJ: Dívidas com garantia solidária poderão ser exigidas da Eletrobras independente do procedimento de liquidação, nos parecendo correto simular a continuidade do pagamento. As dívidas com garantia subsidiária devem ser exigidas da devedora original primeiramente. No caso de liquidação a exigência das dívidas deve obedecer o procedimento observado na premissa (ii); Premissa: projetar as hipóteses de (i) pagamento integral das dívidas (solidárias e subsidiárias) e (ii) pagamento somente das dívidas com garantias solidárias. Consideramos a manutenção dos pagamentos das garantias já a partir de janeiro/2019, ressalvando novamente que pode haver a suspensão da exigibilidade imediata de certas obrigações tendo em vista a instauração do próprio regime de liquidação ; 2. Como tratar as garantias em contratos com produtores independentes de energia (PIEs). Neste caso perguntamos se na liquidação esta garantia cessará nos cenários em que a Eletrobras continue responsável pela operação da empresa ou que a mesma venha a ser operada por outro ente designado pelo regulador. PRJ: Há entendimento nos pareceres de que as garantias não se manteriam no cenário de aplicação da Lei nº 8.029/90. A Eletrobras não pode garantir uma empresa que não seja controlada por ela. Em caso de processos de desestatização há, por exemplo, cláusulas que estabelecem a previsão de substituição da garantia. No caso de haver um sucessor como prestador temporário de serviço que não seja controlado pela Eletrobras as garantias não poderão ser mantidas; Premissa: projetar as hipóteses de (i) pagamento integral das dívidas e (ii) não pagamento considerando que os custos operacionais ficariam com o novo operador da Amazonas. Consideramos a manutenção dos pagamentos das garantias já a partir de janeiro/2019, ressalvando novamente que pode haver a suspensão da exigibilidade imediata de certas obrigações tendo em vista a instauração do próprio regime de liquidação ; 3. Como tratar as dívidas com a RGR. As empresas receberam recursos da RGR repassados pela Eletrobras em dois momentos, antes e após a fase designação. Os contratos de RGR estão registrados no passivo da Eletrobras. A Página 18

47 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDEF 001/2018 regra vigente determina que a Eletrobras só devolve para a RGR os pagamentos recebidos das empresas, ou seja, o risco de inadimplência é do Fundo. Tal regramento prevalecerá numa situação de liquidação das empresas? PRJ: Se a Eletrobras não é garantidora do empréstimo tomado, apenas era a gestora do fundo, não há porque exigir que a Eletrobras pague este empréstimo. A princípio seguiria a regra da liquidação premissa (ii); Premissa: A Eletrobras não é garantidora do empréstimo tomado, apenas era a gestora do fundo, consideramos então que não há porque exigir que a Eletrobras pague este empréstimo; 4. Além disso, os empréstimos concedidos com RGR no período de designação foram recentemente distratados com a Eletrobras e assumidos de vez pela CCEE. Há o risco de a CCEE vir a cobrar da Eletrobras a devolução do valor emprestado. PRJ: O risco de a CCEE querer cobrar da Eletrobras está associado à existência de garantia prestada pela Eletrobras; Premissa: A Eletrobras não é garantidora dos empréstimos tomados, consideramos então que não há porque exigir que a Eletrobras pague este empréstimo; 5. Custos trabalhistas A Eletrobras deverá rescindir os contratos de trabalhos vigentes, existe algum prazo para isso? Como considerar o cálculo dos custos trabalhistas, a pergunta decorre de informação do Presidente na reunião de ontem de que tinha informações de súmulas do TST nas quais o referido tribunal em situação de dissolução e falência de empresas já decidiu que as indenizações devem ser quitadas em dobro. PRJ: O ideal é que a rescisão seja feita o quanto antes para se evitar custos com a manutenção de pessoal em uma empresa em liquidação. Há previsão de indenização em dobro para casos de empregados estáveis, nos termos do art. 492 e seguintes da CLT. Referida estabilidade existia nos contratos de trabalho anteriores à Constituição federal de 1988 para trabalhadores que estivessem há 10 anos na empresa. Ainda assim, houve à época, a possibilidade de o trabalhador em tal situação optar ou não por aderir o regime do FGTS abrindo mão da estabilidade. A indenização em dobro é aplicável para trabalhadores nesta situação trabalhadores estáveis nos termos do art. 492 e seguintes Página 19

48 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDEF 001/2018 da CLT, ou seja, não optaram pelo regime do FGTS e estavam empregados há mais de 10 anos antes de Premissa: Avaliando que o ideal é que a rescisão seja feita o quanto antes para se evitar custos com a manutenção de pessoal em uma empresa em liquidação, consideramos a despesa no 1º trimestre de 2019, e o valor apresentado na tabela 1 desta Informação Técnica; 6. Contratação de Empréstimos. Esta fonte de recurso vem sendo considerada pela Eletrobras tendo em vista compromissos futuros para amortização de dívidas da empresa. A liquidação das distribuidoras, em especial a Amazonas pela relevância do seu passivo, colocaria em risco a tomada de novos empréstimos pela Eletrobras? Premissa: Tal cenário provocaria elevação da percepção dos riscos financeiros da empresa afastando os financiadores, de tal modo, no cenário de liquidação das empresas não simulamos a contratação de novos empréstimos. 4.2 CENÁRIO DE ALIENAÇÃO Quanto ao cenário de alienação das empresas as premissas mais relevantes foram as seguintes: 1. Alienação da Amazonas Energia e da Ceal e transferência de controle em 31/03/2019. A premissa parte do princípio que será liberado pela justiça o leilão da distribuidora de Alagoas; 2. Recebimento do crédito de R$ 3,5 bilhões (também presente nos cenários de liquidação), referente a reembolsos das despesas com aquisição de combustível, porém não reembolsadas por força das exigências de eficiência econômica e energética, que no âmbito da modelagem de venda das distribuidoras previsto em Resoluções CPPI e, posteriormente, aprovado pelos acionistas da Eletrobras, foi transferido à Eletrobras. O referido crédito está previsto no artigo 3º da Medida Provisória nº 855/2018, de 13/11/2018. Na projeção do caixa considerou-se o recebimento em 30 parcelas de julho/19 a dezembro/21 (artigo 3º - parágrafo 1B da MP 855), uma vez que é necessário ser incluído no orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético-CDE. O risco de não conversão da referida Medida Provisória em lei, com a consequente não materialização dos créditos, será objeto de Página 20

49 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDEF 001/2018 análise em documento apartado produzido pela área de Risco Corporativo, sobresponsabilidade da Diretoria de Conformidade da Eletrobras. 3. Assunção pela Eletrobras de nova dívida da Amazonas Energia com a Petrobras formada após 07/03/2018, no montante de R$ milhões nas condições do CCD 2018 (pagamento em 36 meses e taxa de atualização de 124,75% do CDI), assunto que faz parte do Term Sheet do Termo de Equacionamento de Pendências - TEP que está sendo tratado em outra matéria, fazendo parte das negociações iniciadas pela Presidência da Eletrobras junto à Petrobras no sentido de adotar ações que tornem mais atrativo o leilão da Amazonas Energia. Neste ponto específico, a simulação considera a premissa de pré-pagamento desta dívida com créditos do acordo judicial com a Eletropaulo e de futura venda das SPE Eólicas não alienadas no leilão Eletrobras 01/2018, realizado em 27 de setembro do corrente; 4. Contratação de Empréstimos diferentemente do cenário de liquidação, consideramos que a venda das Distribuidoras, em especial, da Amazonas Energia, transmitirá a possíveis financiadores expectativa de melhoria dos resultados econômico-financeiros da Eletrobras, de tal modo que a projeção para este cenário contempla premissa de captação de recursos entre os anos de 2019 e 2020, da ordem de US$ 2,750 milhões. As premissas para os cenários de liquidação e alienação acima comentadas, bem como outras premissas comuns à ambos estão descritas em anexo a esta Informação Técnica. 4.3 RESULTADOS Considerando as premissas utilizadas, sem entrar no mérito da legitimidade de aplicação da Lei nº 8.029/1990, de caráter estritamente jurídico, o que remeteria automaticamente a melhor alternativa financeira para a Eletrobras simulamos cenários fluxo de caixa nas hipóteses de liquidação x alienação. A simulação realizada com todas as ressalvas e riscos associados a uma grande subjetividade e indefinições, conforme comentado nesta Informação técnica indicam sob a ótica de disponibilidade de caixa que: Os cenários de liquidação não têm sustentabilidade no médio prazo, e como primeira consequência a Eletrobras não teria nesta situação recursos para quitar o pagamento do bônus de US$ 1,0 bilhão que vencerá em no mês de julho/2019, o que seria condição de default e cross default de outras dívidas da empresa. Página 21

50 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDEF 001/2018 No longo prazo, dada às premissas da simulação, apenas o cenário de alienação das distribuidoras tem sustentabilidade. Para tanto é imprescindível o recebimento dos créditos e a realização de operações de crédito para alongamento das dívidas dos bônus que vencem em 2019 e Destaca-se a seguir alguns riscos que podem comprometer os resultados da projeção realizada do fluxo de caixa da Eletrobras, merecendo da companhia ações de mitigação. Liquidação da AmE D: Indefinição sobre o regime aplicável e a curva de realização das despesas decorrentes em condições diversas do exercício considerado na simulação; Recebimento do Serviço da Dívida e dividendos das Controladas: Pode ser comprometido em razão de falta e/ou dificuldade de capacidade de pagamento das empresas; Desinvestimentos: insucesso na alienação das SPE não leiloadas em 2018; Captação de Recursos insucesso da operação em razão de possível percepção negativa dos investidores e/ou falta de condições apropriadas de mercado; Créditos cedidos pelas distribuidoras: a materialização desses recursos depende de atos de terceiros, a edição da MP 855/18 não definiu condições de início dos pagamentos e, além disso, condiciona às liberações a existência de disponibilidade orçamentária e financeira na CDE (Artigo 2º, parágrafo 1ºA); Não Liquidação e não privatização da Amazonas Energia: risco associado a não suspensão dos pagamentos das garantias dos contratos CCD e IAD, caso a empresa não seja retirada do PND/PPI; Eletronuclear: risco de a Eletrobras ter de continuar socorrendo a controlada, face seu histórico recente de dificuldade de pagamento dos contratos com BNDES e CEF que contam com garantia da Holding, além de junho de 2019 (premissa considerada); Comercialização de Itaipu: risco de descasamento de fluxo, pois eventual inadimplência das distribuidoras das regiões Sul-Sudeste-Cento-Oeste, acarretaria a necessidade de a Eletrobras efetuar o pagamento da fatura da energia comprada sem a devida contrapartida imediata de receita de venda dessa energia. Tributário: risco de alteração na legislação a exemplo do ocorrido em 2018 e que resultou em pedido de liminar suspensiva pela Eletrobras para não pagamento de IR e Contribuição Social. Página 22

51 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDEF 001/2018 Empréstimo Compulsório: risco da aceleração de condenações e pagamentos em face de decisões em curso na justiça. Covenants: risco de descumprimento em razão de insuficiência mínima de caixa (saldo mínimo) e de declaração de vencimento antecipado de dívidas (default e cross default). Conversão da MP 855/2018: risco de não conversão da MP sem a pactuação do Termo de Compromisso pelo Tesouro para confirmação do crédito da ineficiência. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A Medida Provisória nº 856/2018 traz inovações que afetam o que foi deliberado pelos acionistas da Eletrobras nas 170ª e 171ª AGE, qual seja a liquidação das distribuidoras cuja transferência do controle acionário não ocorra até 31/12/2018, bem como a possibilidade de realização de um novo processo licitatório para essas distribuidoras (Amazonas Energia e Ceal) até 31/03/2019, a critério da União e com a concordância dos acionistas da Eletrobras. Assim, vislumbraram-se três possíveis cenários: (i) venda do controle da Amazonas Energia até 31/12/2018, com a necessidade de prorrogação do período de designação até a assunção do novo concessionário, limitado a 31/03/2019; (ii) liquidação das distribuidoras (Amazonas Energia e Ceal) a partir de 01/01/2019 e, consequente, extensão do período de designação até a assunção do serviço de distribuição pelo prestador emergencial e temporário, limitada a 31/03/2019; e (iii) realização de novo processo licitatório, a ser iniciado até 31/03/2019. Ressaltase que esse cenário, caso haja uma nova modelagem de venda a ser realizada à critério do CPPI, não está no escopo dessa IT devido às indefinições quanto a sua ocorrência, dado que não é uma prerrogativa da Eletrobras definir a realização de novo procedimento licitatório. Cabe destacar que ao se analisar os custos de liquidação, afastada a aplicabilidade da Lei nº 8.029/90, sob a ótica estritamente econômico-financeira e contábil e o valor total dos ajustes a serem realizados pela Eletrobras, conforme art. 3º da Resolução CPPI nº 20/2017, a alienação do controle acionário das distribuidoras seria a opção menos onerosa a ser enfrentada pela Eletrobras. Página 23

52 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDEF 001/2018 Contudo, releva destacar que no caso de liquidação das distribuidoras, existem quatro pareceres externos, além do parecer interno da Eletrobras, que opinam que a eventual liquidação das distribuidoras deve seguir os ritos previstos na Lei nº 8.029/90. Cenário este cujos riscos serão abordados pelas áreas Jurídicas e de Risco Corporativo da Eletrobras. Frisa-se, no entanto, que nesta hipótese de cenário, a União sucede, nos direitos e obrigações, as entidades que vierem a ser extintas ou dissolvidas, inclusive para os débitos nos quais a Eletrobras figura como garantidora. Neste caso, como a União seria a responsável por direitos e deveres das distribuidoras, o custo de liquidação para a Eletrobras seria próximo a zero, tornando-se essa a opção mais vantajosa para a empresa. Importante destacar que a liquidação numa condição onde os custos dela sejam atribuídos à Eletrobras, dependendo do regime de liquidação considerado (apuração de ativos, estabelecimento da ordem de prioridade de pagamentos e pagamento do passivo), poderá provocar a restrição do acesso da empresa ao mercado de crédito, fazendo conforme demonstrado na representação gráfica da evolução mensal do caixa em 2019 (projetado) que o caixa não seja suficiente para pagar a dívida do bônus que vencerá em julho do próximo ano (da ordem de US$ 1,0 bilhão) e, por consequência, impõe a Eletrobrás risco de default e cross default. Por outro lado, os custos de liquidação e os ajustes a serem realizados pela Eletrobras no caso de alienação do controle acionário não devem ser examinados de forma isolada, sendo necessário observar os impactos desses e dos cenários supramencionados no fluxo de caixa da Eletrobras. Diante do exposto, destaca-se que para além das premissas utilizadas na projeção do fluxo de caixa, há alto nível de incerteza envolvido nas decisões, inclusive quanto à aplicação da Lei nº 8.029/90, ponto que interfere sobremaneira na decisão de liquidação ou não das distribuidoras. Pelo que não há, com as informações ora disponíveis, como se determinar um cenário específico com alta probabilidade de ocorrência. Por fim, fundamental destacar que para esta decisão, além das óbvias considerações do aspecto financeiro, o processo decisório não pode prescindir de avaliação jurídica e de riscos que não foram objeto dessa IT. Página 24

53 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDEF 001/2018 Felipe Baptista da Silva Pedro Paulo da Cunha Marcos Barreto de Faria Pinho Luiz Mário Albuquerque Carvalho Flávia Xavier Cirilo de Sá Frederico Pinto Eccard De acordo: Armando Casado de Araujo Diretor Financeiro e de Relações com Investidores Página 25

54 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDE 001/2018 Anexo a Informação Técnica Conjunta DFP/DFF/DDE As principais premissas utilizadas para projeção das entradas e saídas do fluxo de caixa Página 1

55 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDE 001/2018 As principais premissas utilizadas para projeção das entradas e saídas do fluxo de caixa foram: i) Período da projeção: de 2018 até 2022, devido à incerteza de cenário para projetar a receita advinda da participação (detentora de 50%) da Eletrobras no capital de Itaipu Binacional, uma vez que em 2023 ocorrerá o encerramento da dívida financeira da Itaipu; ii) iii) iv) Renda/retorno de empréstimos e financiamentos concedidos: (i) projetada conforme a curva de vencimentos dos contratos, (ii) no cenário de alienação contemplando os recebíveis da Amazonas D e da Ceal conforme curva anual, (iii) nos cenários de liquidação há frustração no recebimento dos recebíveis da Amazonas e da Ceal, (iv) não projetado repactuações de contratos e (v) considera a capacidade de pagamento das empresas controladas com base no cenário do PDNG; Desinvestimentos: (i) Recebimento em 2019 do valor auferido no leilão de venda de SPEs realizado em setembro/18, com ingresso de caixa esperado de R$ 1,2 bilhão, (ii) alienação em 2019 dos ativos não leiloados em 2018 com ingresso de caixa de R$ MM (expurgando SPE Manaus Transmissora); Recebimento de dividendos: (i) Controladas em 2019 considerado a base do resultado do 3º ITR/2018, e para as empresas Furnas, Chesf e Eletrosul considerou o pagamento de 50% do lucro obtido e para a Eletronorte considerado 25% do lucro obtido; tendo como referência análise da capacidade de pagamento das empresas observada no fluxo de caixa projetado para 2019 na base de 31/10/2018; de 2019 em diante atualização pelo IPCA e (ii) Coligadas a partir de 2019 considerado como base o realizado em 2018 com atualização pelo IPCA; v) Contratos de Itaipu: (i) retorno e juros de financiamento com base na curva dos contratos, (ii) rendimento de capital e da diferença da inflação americana nos contratos de Itaipu foram projetados tendo como referência os valores recebidos no ano de 2017 e 2018 aprovados em Portaria pelo MME, e para os anos seguintes, aplicada à curva de recebimento dos contratos de financiamentos à Itaipu; vi) Captação de recursos: (i) nos cenários de Liquidação, não consideramos a possibilidade de captação de recursos no período, pois segundo avaliação da Página 2

56 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDE 001/2018 Diretoria Financeira, tal cenário provocaria elevação da percepção de riscos da empresa pelos financiadores e (ii) no cenário de Alienação consideramos operações de captações em 2019 de US$ 1,0 bilhão e de US$ 1,7 bilhão em A captação destes recursos para pagamento de dívidas elevadas com vencimento em 2019 e 2021 é uma das premissas essenciais para equilíbrio do fluxo de caixa da Eletrobras. vii) Assunção de créditos das distribuidoras: esta premissa foi considerada nos estudos anteriores para tomada de decisão sobre assunção de dívidas das distribuidoras previstas nas Resoluções CPPI, entretanto, não confirmada tendo em vista a frustração pelas não aprovações da MP 814/17 e do Projeto de Lei /18. Na presente projeção, com a edição da Medida Provisória nº 855/2018, de 14/11/2018, a premissa orientada pela Diretoria foi: (i) Créditos da Ineficiência no montante até R$ 3,5 bilhões, em 36 parcelas a receber de julho/19 a dezembro/21 (artigo 3º - paragrafo 1B da MP 855) e (ii) Termonorte no montante de R$ 1,7 bilhão com a premissa de recebimento desse crédito a partir de julho de 2019 em 120 parcelas corrigidas pela taxa Selic (por analogia ao disposto no parágrafo 3º do artigo 5º da MP 855); viii) Acordo judicial com a Eletropaulo: Considera a homologação na justiça do até o final de 2018 (R$ 1,692 bilhão base outubro/18), com o seguinte fluxo de ingresso no caixa - em 2018 (R$ 262 milhões), em 2019 (R$ 417 milhões), em 2020 (R$ 343 milhões), em 2021 (R$ 322 milhões) e em 2022 (R$ 348 milhões); ix) Despesas com PMSO (Pessoal, Materiais, Serviços de Terceiros e Outras): Projetadas em 2018 com base na proposta orçamentária. De 2019 em diante, atualização anual pelo IPCA, incluindo custo do PDC (Programa de Demissão Consensual) em curso; x) Despesa Judicial (empréstimo compulsório): Projetada a partir do valor realizado em 2018 até o mês de outubro, aderente ao orçamento e a partir de 2019 atualização anual pelo IPCA; xi) Serviço da dívida da Eletrobras: Considerada a curva de vencimento dos contratos atuais e a nova dívida em razão da premissa de captação de recursos em 2019 e 2020; Página 3

57 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDE 001/2018 xii) Reposição a RGR: Não consideramos como premissa reposição a Reserva Global de Reversão do passivo relativo aos financiamentos concedidos pela Eletrobras as distribuidoras com esta fonte de recurso nos período pré e pós designação das empresa, considerando o disposto no artigo 5º do decreto nº 9143, de 22/08/2017, que alterou o Decreto nº 9.022, de 31 de março de 2017, definindo que Na hipótese de um eventual inadimplemento contratual por parte do agente devedor junto à ELETROBRÁS, o reembolso de que trata o inciso II do 1º deverá ocorrer após o pagamento efetivo pelo agente devedor à ELETROBRÁS, acrescidos dos juros e da multa previstos em contrato, devidos até a data do pagamento. xiii) Dividendos a pagar: em 2018 não há distribuição em face do prejuízo em A partir de 2019, (i) nos Cenários de Liquidação considerando o prejuízo que o reconhecimento dos custos de liquidação no resultado de 2018, a premissa é de não pagamento de dividendos nos próximos anos e (ii) no Cenário de Alienação a premissa adotada foi de pagar em 2019 R$ 866 milhões (valor mínimo para os acionistas preferenciais + ordinários) e a partir de 2020 pagar o valor mínimo apenas aos acionistas preferenciais em razão de indisponibilidade de caixa; xiv) Concessão de recursos às controladas: Em 2018, o contratado e mais R$ 234 milhões para a Amazonas GT destinado a constituição da Scrow Account prevista no contrato de fornecimento de gás. Em 2019 previsto liberação de R$ 300 milhões para a Eletronuclear e na forma de AFAC R$ 191 milhões para a CGTEE para financiar o projeto de Overhall da usina Candiota 3. De 2020 em diante não projetamos concessão de recursos a qualquer empresa; xv) Assunção da dívida das distribuidoras com a Petrobras CCDs 2014: Dívida assumida (R$ 9,8 bilhões/referência abril/2018) nas mesmas condições financeiras dos contratos de confissão de dívida que preveem atualização das parcelas da pela taxa Selic; xvi) Assunção de dívidas das distribuidoras com a Petrobras CCDs 2018: a dívida assumida (R$ 1,3 bilhão/referência abril/2018), contratos das empresas Ceron, Eletroacre e Boa Vista, atualizado para outubro/18 e pelo prazo de restante de pagamento com taxa de atualização igual a 124,75% do CDI; Página 4

58 Data: 21/11/2018 IT DFP/DFF/DDE 001/2018 xvii) Assunção de nova dívida da Amazonas com a Petrobras (novo IAD 2018): no montante de R$ milhões formalizada no instrumento denominado Termo de Encerramento de Pendências (TEP). Premissa considerada somente nos Cenário de Alienação da Amazonas (condição de eficácia para assunção) e prevendo as seguintes condições: (a) Pagamento em 36 parcelas, (b) taxa de atualização equivalente a 124,75% do CDI, (c) amortização (pré-pagamento) da dívida do referido instrumento com recursos obtidos com a venda de Sociedades de Propósito Específico (SPEs) que forem objeto de leilão realizado pela Eletrobras - R$ 1,772 milhões em 2019 e (d) amortização (pré-pagamento) com o recebimento de direitos creditórios relativos ao acordo judicial com Eletropaulo, nos montantes descritos na premissa item VIII acima. xviii) Premissas de Liquidação: foram elaborados 2 cenários (1º) a Eletrobras ficaria responsável (i) pela quitação das 100% dívidas da AmE D nos contratos CCDs e ICDs firmados com a Petrobras e a BR Distribuidora nos quais configura como garantidora solidária (dívidas de gás) e subsidiária (dívidas de óleo), (ii) pagamento dos contratos com Produtores Independentes que também têm garantia da Eletrobras e (iii) pagamento das verbas trabalhistas rescisórias da Amazonas e da Ceal e (2º) a Eletrobras ficaria responsável (i) pela quitação das dívidas da AmE D nos contratos CCDs e ICDs firmados com a Petrobras e a BR Distribuidora apenas naqueles nos quais configura como garantidora solidária (dívidas de gás), (ii) pagamento das verbas trabalhistas rescisórias da Amazonas e da Ceal; xix) Aporte de acionistas: Não considerado recebimentos de AFACs do acionista União, bem como eventual chamada de capital para conversão dos AFACs concedidos pela União; xx) Devolução de recursos da RGR: Foram utilizados para federalização e aquisição da CEAM, incorporada pela Amazonas Energia. A Premissa considerada foi, de acordo com o artigo 21-B da Lei nº /2013, a Eletrobras somente está obrigada a devolver os recursos relativos a tal aquisição no caso de alienação das ações adquiridas com recursos da RGR, o que no cenário da liquidação não deverá ocorrer. Página 5

59 Data: 06/11/2018 IT DFP/DFC/DDEF 003/2018 Informação Técnica Conjunta DFP/DFC/DDEF 003/2018 Título Assunto Autores Análise do custo de liquidação das distribuidoras Amazonas Distribuidora de Energia (AmE D) e Ceal. Análise do custo de liquidação das distribuidoras da Eletrobras (AmE D e Ceal), em , baseada na decisão tomada na 171ª AGE de vender ou liquidar essas empresas até Felipe Baptista da Silva DFP; Marcos Barreto de Faria Pinho DFPI; Rodrigo Vilella Ruiz - DFC; Marcos José Lopes - DFCC; Frederico Pinto Eccard DDEF; Luciana Pereira de Souza DDEF. Empresa Eletrobras, Amazonas Distribuidora de Energia (AmE D) e Ceal Categoria Informação Técnica. Palavras-chave Amazonas Energia (AmE D) e Ceal. Página 1

60 Data: 06/11/2018 IT DFP/DFC/DDEF 003/2018 Sumário 1. Objetivo Análise DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ATIVO passivo Reclassificação do balanço patrimonial AJUSTES PARA O CUSTO DE LIQUIDAÇÃO Conclusão Página 2

61 Data: 06/11/2018 IT DFP/DFC/DDEF 003/ OBJETIVO Esta Informação Técnica complementa a Informação Técnica DFP/DFC/DDEF 002/2017, tendo como objetivo a atualização do cálculo do custo de liquidação das distribuidoras Amazonas Energia Distribuidora S.A. Amazonas Distribuidora de Energia (AmE D) e Companhia Energética de Alagoas S.A. CEAL. Já foram privatizadas Companhia Energética do Piauí CEPISA; Companhia de Eletricidade do Acre ELETROACRE; Centrais Elétricas de Rondônia S.A CERON e Boa Vista Energia S.A. Boa Vista Energia, razão pela qual será apresentado o custo de liquidação apenas da AmE D e da Ceal. Na 165ª AGE de 22 de julho de 2016, os acionistas da Eletrobras decidiram aprovar que, caso a transferência de controle não viesse a ocorrer até a data de 31 de dezembro de 2017, fossem adotadas todas as providências necessárias para liquidação dessas concessionárias de distribuição de energia elétrica, na forma do item 11, da ata da 165ª AGE, a seguir transcrito: 11. Aprovar, por maioria, que sejam devolvidas, a qualquer tempo, a concessão das distribuidoras Companhia Energética do Piauí CEPISA; Companhia Energética de Alagoas CEAL; Companhia de Eletricidade do Acre ELETROACRE; Centrais Elétricas de Rondônia S.A CERON; Boa Vista Energia S.A; e Amazonas Distribuidora de Energia S.A e que sejam adotadas as providências de sua liquidação, nas seguintes hipóteses: (i) a transferência de controle acionário de que trata o item 9 acima não for realizada até 31 de dezembro de 2017; A 169ª AGE da Eletrobras, realizada em 28 de dezembro de 2017, prorrogou o prazo para a assinatura do contrato de transferência do controle acionário das distribuidoras da Eletrobras para até 31 de julho de Caso não obtivesse sucesso no leilão de venda das distribuidoras e a transferência do controle até a referida data, ficou determinado o encerramento dos serviços temporários de distribuição, bem como a liquidação das distribuidoras da Eletrobras. Após a avaliação da modelagem apresentada pelo BNDES e aprovada pelo CPPI n 20 e suas alterações, a 170ª AGE aprovou a venda das ações das distribuidoras, com assunção pela Eletrobras de dívidas das mesmas, bem como assunção de direitos e obrigações da Página 3

62 Data: 06/11/2018 IT DFP/DFC/DDEF 003/2018 distribuidora perante a CCC e a CDE, conforme condições e limites estabelecidos na Resoluções CPPI. O Edital do Leilão nº 2/2018 de privatização das distribuidoras, foi publicado no dia 15 de junho de 2018, com o leilão previsto para o dia 26 de julho. Apenas o leilão da Cepisa ocorreu nesse dia, tendo a Equatorial vencedora do certame. Desse modo, como não haveria tempo hábil para a transferência do controle a 171ª AGE aprovou a retificação da data da transferência do controle para 31 de dezembro de 2018, baseada na Portaria MME nº 246/2018. Os leilões da Boa Vista, Eletroacre e Ceron ocorreram no dia 30 de agosto de 2018, obtendo sucesso na venda de todas as três empresas, sendo a distribuidora de Roraima comprada pelo Consórcio Oliveira-Atem e as duas demais pelo Grupo Energisa. As duas distribuidoras que ainda não foram vendidas estão em situação diferentes. O leilão da Amazonas Energia foi adiado do dia 25 de outubro para o dia 27 de novembro e adiado novamente para 10 de dezembro e a Ceal ainda tem a sua situação indefinida, pois tem uma liminar no STF suspendendo o leilão da empresa. Esta Informação Técnica (IT) mostrará o custo de liquidação sob a ótica econômicofinanceira e contábil, ou seja, não envolve aspectos jurídicos e legais. O objetivo será obter uma expectativa de valor para o caso de liquidação das distribuidoras da Eletrobras para a data base de 30 de setembro de A IT está separada em cinco tópicos, incluindo o objetivo e a conclusão. Primeiramente, será explicado o racional adotado para segregar as contas dos ativos em cinco grupos e as contas do passivo em seis grupos. O tópico seguinte irá mostrar a reclassificação do Balanço Patrimonial de 30/09/2018 da Amazonas Energia e Ceal de acordo com a premissa adotada de segregação das contas nos grandes grupos explicados na seção anterior. No tópico sobre ajustes para o custo de liquidação, será apresentado o racional e o arranjo feito para tornar os ativos e passivos das distribuidoras mais próximo de um cenário de liquidação. Cabe destacar que essa IT representará estritamente as Demonstrações Financeiras das duas distribuidoras disponibilizadas para a data base 30 de setembro de O que significa que não foram levados em consideração no cálculo que será apresentado a seguir, os impactos da Portaria MME 301/2018, onde ficou estabelecido que em caso de não alienação de alguma das distribuidoras designadas até 31 de dezembro de 2018 e a empresa ser encaminhada para liquidação, fica assegurada a neutralidade econômica das Página 4

63 Data: 06/11/2018 IT DFP/DFC/DDEF 003/2018 despesas totais incorridas pela empresa, entre 1º de agosto de 2018 e 31 de dezembro de 2018, que será dada pela diferença entre as despesas totais realizadas pela distribuidora no intervalo temporal de que trata o caput e os valores recebidos por tarifa, encargos setoriais, empréstimos da RGR referentes ao período de designação e demais fontes de receita recebidas em razão da Prestação do Serviço de Distribuição. Todos os valores contidos nas tabelas abaixo estão em reais mil, conforme padrão utilizado nas demonstrações financeiras das empresas. 2. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Este trabalho foi desenvolvido tendo como base as Demonstrações Financeiras preliminares de 30 de setembro de 2018 da AmE D e da Ceal. A escolha dessa data base tem o objetivo de atualizar o custo de liquidação da Informação Técnica DFP/DFC/DDEF 002/2017 que, na ocasião, comparava o custo de liquidação de 30/06/2017 com a opção da modelagem de venda das ações das citadas distribuidoras que teve o BNDES como responsável pela execução do trabalho, a partir de estudos de avaliação econômicofinanceira elaborados por consultores independentes 1. Todas as contas do Ativo foram reagrupadas em cinco grupos com o objetivo de se associar contas com grau de realização similares. Dessa forma, o ativo ficou dividido em: i) indenizável; ii) liquidez imediata; iii) a realizar; (iv) reembolso CCC; e (v) não realizável. Já o passivo foi segregado em seis grupos: (i) exigibilidade imediata; (ii) compensáveis; (iii) Sistema Eletrobras; (iv) Sistema Petrobras; (v) outros passivos; e (vi) não exigível. 1 As avaliações econômico-financeiras realizadas pelos consultores independentes adotaram o critério do Fluxo de Caixa Livre para a Firma FCFF nominal, tendo como data base 31 de dezembro de A taxa de desconto utilizada foi o custo de capital médio ponderado ou WACC. Posteriormente, ajustes foram feitos no valuation das distribuidoras considerando a última demonstração financeira disponível na época de finalização do estudo, de 30 de junho de Página 5

64 Data: 06/11/2018 IT DFP/DFC/DDEF 003/ ATIVO ATIVO INDENIZÁVEL Para o grupo indenizável foram incluídas contas onde se julga que a ANEEL/UNIÃO terá que ressarcir ao CNPJ da distribuidora ou ao seu controlador com a sua liquidação. Nessa avaliação estariam todos os ativos regulatórios, como CVA e componentes financeiros, reconhecidos pela ANEEL que a distribuidora teria direito a ser ressarcida no próximo reajuste tarifário. Como a empresa será liquidada, os custos ocorridos e já pagos pela distribuidora, como exemplo, compra de energia em um preço maior do que estabelecido no reajuste tarifário anterior, a empresa teria o direito de ressarcimento garantido. Na mesma lógica está o direito de ressarcimento CDE, onde estão a tarifa social de baixa renda e os subsídios de desconto tarifário, ambos com valores homologados pela ANEEL e de direito de ressarcimento pela distribuidora. Outro item classificado como indenizável é a energia elétrica de curto prazo, montante reconhecido pela CCEE, mas ainda não pago às empresas devido à inadimplência na Câmara. Nesse grupo indenizável, o item de maior impacto é o ativo financeiro concessão de serviço público, onde estão os seus ativos de distribuição que compõem a base de remuneração regulatória (BRR) da distribuidora que ainda não foram amortizados/depreciados. Dentro dessa conta no Balanço Patrimonial, está o ativo financeiro em serviço, comparável à BRR da empresa, e o ativo financeiro em curso, que seriam os investimentos realizados que ainda não foram concluídos ou que já foram concluídos e ainda unitizados pela contabilidade da empresa. Esse ativo financeiro em curso virá a compor a BRR no futuro. O ativo financeiro de distribuição, por ser imprescindível à operação, vai junto com a concessão no momento da licitação para um novo concessionário. Portanto, esses ativos não depreciados deverão ser ressarcidos pela União ao CNPJ da empresa liquidada. LIQUIDEZ IMEDIATA Dentro de liquidez imediata, estão as contas caixa e equivalente de caixa, além dos títulos e valores mobiliários. Recursos que as empresas podem transformar rapidamente em caixa para pagamento de passivos. Página 6

65 Data: 06/11/2018 IT DFP/DFC/DDEF 003/2018 A REALIZAR Ativos a realizar são itens onde o recebimento dos recursos não são imediatos nem indenizáveis, ou seja, são direitos das empresas, mas de realização incerta e com valores que podem ser negociados. Dentro desse grupo está: (i) clientes, (ii) serviços em curso, (iii) almoxarifado, (iv) investimentos, (v) imobilizado, (vi) cauções e depósitos vinculantes, e (vii) outros ativos registrados no Balanço Patrimonial. Sobre o item (vi), cauções e depósitos vinculantes, são ativos de difícil liquidez, mas que podem ser utilizados para abater valores do passivo de provisões para riscos cíveis, trabalhistas e fiscais. Por fim, o item (i), conta clientes, é a mais representativa do grupo A Realizar do ativo. Nesse item, constam todas as faturas em aberto de consumidores ainda não recebidas pela distribuidora, já descontada da provisão de crédito de liquidação duvidosa (PCLD). REEMBOLSO CCC Neste grupo, está a conta Direito de Ressarcimento CCC, onde estão todos os valores contabilizados pelas empresas a serem recebidos do Fundo Setorial CDE/CCC, como contrapartida dos gastos com combustível, aluguel de máquinas e impostos para geração de energia em sistemas isolados, cujos montantes não foram cobertos pela tarifa dos consumidores finais das distribuidoras. Esse item é o mais controverso do ativo da Amazonas Energia, pois é objeto de fiscalização da ANEEL, ainda em andamento, cujos valores preliminares calculados pela agência diferem enormemente do registrado por essas empresas. Por ser um item relevante e controverso, será melhor abordado mais a frente nesta IT. NÃO REALIZÁVEL Foram considerados como itens não realizáveis do ativo em caso de liquidação das distribuidoras da Eletrobras, as contas (i) tributos e contribuições sociais, (ii) intangível e (iii) ativo regulatório - RGR. O item (i), devido a todo crédito tributário ser destituído com a liquidação da empresa, não poderá ser utilizado nem repassado à outra empresa. Sobre o item (ii), o intangível também se encerra com a finalização das operações da empresa e com a sua liquidação. Já o item (iii) refere-se ao reconhecimento como ativo a RGR recebida como remuneração adequada durante o período de designação, que tem um passivo no mesmo valor em contrapartida, e que cujos valores serão repassados ao novo concessionário em caso de liquidação das distribuidoras da Eletrobras. Página 7

66 Data: 06/11/2018 IT DFP/DFC/DDEF 003/ PASSIVO EXIGIBILIDADE IMEDIATA O grupo passivo de exigibilidade imediata foi composto dos itens obrigações sociais e trabalhistas e por benefícios pós-emprego. Segundo o critério utilizado, esses dois itens teriam preferência de pagamentos em uma liquidação. COMPENSÁVEIS Nos passivos compensatórios estão as contas passivo regulatório, as obrigações de ressarcimento e os encargos setoriais. Estão classificados como compensáveis por serem objeto de diminuição do valor de ressarcimento pela ANEEL/UNIÃO a ser recebido pelas distribuidoras no momento de sua liquidação. O passivo regulatório tem a mesma explicação do ativo regulatório, a diferença está por ser um desembolso futuro da empresa ao invés de um direito. Nessa conta, está o CVA e componentes financeiros negativos, ou seja, a distribuidora faturou dos seus consumidores nesse ciclo tarifário, mais do que estava previsto no último reajuste e deveria ser compensado no reajuste seguinte. Como não haverá próximo reajuste, a empresa deverá pagar ou descontar do valor a ser recebido. Os encargos setoriais registrados no passivo são valores devidos pelas empresas ao fundo setorial CDE, e que por ser uma dívida setorial, também deve ser objeto de compensação para diminuição do valor a ser recebido pelas distribuidoras. Já nas obrigações de ressarcimento, estão principalmente os valores recebidos a maior do fundo setorial CDE/CCC, como antecipação de recursos, que deveriam ser compensados no futuro. SISTEMA ELETROBRAS As contas contidas neste grupo englobam todos os passivos com as empresas do Sistema Eletrobras, e não apenas com a holding. Estão aí incluídos os empréstimos de recursos ordinários (RO) contraídos com a Eletrobras, os empréstimos e financiamentos de RGR antigos, anteriores ao período de designação (agosto de 2016), empréstimos com a Eletrobras devido ao Projeto Energia Mais e do Programa Luz para Todos, e pagamentos realizados pela Eletrobras por ser garantidora de certos contratos. Adicionalmente às dívidas com a Eletrobras, estão passivos de compra de energia com a Eletronorte, Furnas, CHESF e com as demais distribuidoras do Sistema Eletrobras. Página 8

67 Data: 06/11/2018 IT DFP/DFC/DDEF 003/2018 SISTEMA PETROBRAS Este grupo é o de maior peso no passivo da AmE D. É referente à dívida de combustível contraída com a Petrobras, BR Distribuidora e com a Cigás para atendimento aos sistemas isolados. Grande parte dessa dívida foi objeto de negociação com a assinatura de contratos de confissão de dívida (CCD) em dezembro de 2014 e tinham lastro em garantias de recebimentos do fundo setorial CCC (CCD foram firmados entre as distribuidoras e o próprio fundo setorial). Novas dívidas de combustíveis contraídas a partir de 2015 foram negociadas e foi firmado um novo CCD em abril de 2018, com pagamentos em 36 parcelas, com o primeiro pagamento ocorrendo em maio de Por fazerem parte do escopo do trabalho de fiscalização da ANEEL sobre as liberações da CCC, os CCD garantias deixaram de ser pagos em durante o ano de 2017 à Amazonas Energia e poderão voltar a serem pagos somente após a finalização do processo de fiscalização da Aneel. O valor da dívida da Amazonas com o Sistema Petrobras já está abatido de R$ 3.417,1 milhões da diferença de preço da parcela do transporte do gás, conforme ocorre nas demonstrações financeiras dessa distribuidora. OUTROS PASSIVOS Em outros passivos estão os demais passivos com fornecedores, excluindo o Sistema Eletrobras e Sistema Petrobras, tributos e contribuições sociais, provisão para riscos cíveis, trabalhistas e fiscais, e outros passivos. NÃO EXIGÍVEL Assim como uma parte do ativo foi classificada como não realizável, uma parcela do passivo também foi considerada como não exigível. Os itens contrato oneroso e empréstimos da RGR durante o período de designação e de prestação de serviços foram retirados do passivo exigível das empresas no momento da liquidação. O contrato oneroso é baseado no teste de impairment realizado anualmente pelas empresas, e caso o teste dê resultado negativo, faz-se a baixa do intangível e se necessário o intangível não for o suficiente, ainda se lança um contrato oneroso no passivo. Esse seria um registro contábil de um resultado futuro negativo da empresa. Com a sua liquidação, esse contrato oneroso é encerrado e o item sai do passivo da empresa. Sobre os empréstimos de RGR durante o período de designação, cabe ressaltar que por mais que estejam registrados no passivo, a ANEEL e o MME, em suas portarias e Página 9

68 Data: 06/11/2018 IT DFP/DFC/DDEF 003/2018 resoluções, já definiram que esses empréstimos ficariam na concessão e seriam pagos via tarifa pelos consumidores finais entre o 6º e 30º ano da nova concessão. Portanto, com a liquidação dessas distribuidoras, esse empréstimo da RGR ficará com o novo concessionário que terá o direito de ter reconhecido na futura tarifa montante equivalente para o seu pagamento. Para a Amazonas, além das contas acima, também foi retirado do passivo a conta Provisão para passivo a descoberto em controladas que corresponde ao Patrimônio Líquido negativo da Amazonas GT AmE GT. Como no estudo é considerado que haverá a desverticalização da Amazonas Energia, esse passivo a descoberto da AmE GT deve ser desconsiderado. 3. RECLASSIFICAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL Nesta seção, serão apresentados o ativo e passivo por empresa com a nova reclassificação proposta. Ativo dividido cinco grupos: i) indenizável; ii) liquidez imediata; iii) a realizar; (iv) Reembolso CCC; e (v) não realizável. Já o passivo foi segregado em seis grupos: (i) exigibilidade imediata; (ii) compensáveis; (iii) Sistema Eletrobras; (iv) Sistema Petrobras; (v) outros passivos; e (vi) não exigível. Página 10

69 Data: 06/11/2018 IT DFP/DFC/DDEF 003/2018 BALANÇO PATRIMONIAL DA AMAZONAS 30/09/ /09/2018 Ativo Passivo Indenizável Exigiblidade imediata Ativo Regulatório Obrigações sociais e trabalhistas Ativo financeiro - concessões de serviço público Benefícios Pós-emprego Direito de Ressarcimento - CDE Arrendamento Mercantil Compensáveis Passivo regulatório Arrendamento Mercantil Líquidez imediata Obrigações de ressarcimento Caixa e equivalentes Encargos setoriais Títulos e Valores Mobiliarios Sistema Eletrobrás Empresas do Sistema Eletrobras A realizar Eletrobras - RGR Clientes CP Eletrobras - RO Clientes LP Eletrobras - Pagtos realizados Almoxarifado Ame GT Serviços em curso - Outros ativos Sistema Petrobrás Cauções e depósitos vinculados BR Distribuidora/Petrobras Investimentos Cigás/Petrobrás Imobilizado Outros CCC Fornecedores Direito de Ressarcimento - CCC CP Tributos e contribuições sociais Direito de Ressarcimento - CCC LP Provisão para riscos cíveis, trabalhistas e fiscais Outros passivos Não realizável Não exigível Tributos e Contribuições Sociais Concessão onerosa - Intangível RGR - Prestação de serviço Ativo Regulatório - RGR Provisão para passivo a descoberto em controladas Total do Ativo Total do Passivo Não realizável Não exigível Total do Ativo Para liquidação Total do Passivo Para liquidação Indenizável Exigiblidade imediata Liquidez imediata Compensáveis A realizar Sistema Eletrobrás CCC Sistema Petrobrás Outros Saldo líquido total para Liquidação ( ) Saldo líquido vinculado à concessão O saldo líquido total entre ativos e passivos para a liquidação da Amazonas Energia é negativo em R$ ,7 milhões, sendo que o saldo vinculado à concessão, ativos indenizáveis e passivos compensáveis, é positivo em R$ 1.343,4 milhões. Página 11

70 Data: 06/11/2018 IT DFP/DFC/DDEF 003/2018 BALANÇO PATRIMONIAL DA CEAL Em 30/09/2018 Em 30/09/2018 Ativo Passivo Indenizável Exigiblidade imediata Ativo Regulatório Obrigações sociais e trabalhistas Ativo financeiro - concessões de serviço público Benefícios Pós-emprego Direito de Ressarcimento - CDE Bresser Energia Elétrica de Curto Prazo - Líquidez imediata Compensáveis Caixa e equivalentes Passivo regulatório Títulos e Valores Mobiliarios Obrigações de Ressarcimento CP Encargos setoriais A realizar Clientes CP Clientes LP Sistema Eletrobrás Almoxarifado Eletrobras (RGR) Serviços em curso Eletrobras (RO + AFAC) Outros ativos Empresas do Sistema Eletrobras Cauções e depósitos vinculados Investimentos 168 Outros Imobilizado Fornecedores Empréstimos e Financiamentos (outros) Reembolso CCC Tributos e contribuições sociais Direito de Ressarcimento - CCC CP - Provisão para riscos cíveis, trabalhistas e fiscais Direito de Ressarcimento - CCC LP - Outros passivos Não realizável Tributos e Contribuições Sociais Não exigível Intangível Concessão onerosa Ativo Regulatório - RGR RGR - Prestação de serviço Total do Ativo Total do Passivo Não realizável Não exigível Total do Ativo Para liquidação Total do Passivo Para liquidação Indenizável Exigiblidade imediata Liquidez imediata Compensáveis A realizar Sistema Eletrobrás CCC - Outros Saldo líquido total para Liquidação ( ) Saldo líquido vinculado à concessão O saldo líquido total entre ativos e passivos para a liquidação da Ceal é negativo em R$ 1.063,3 milhões, sendo que o saldo vinculado à concessão, ativos indenizáveis e passivos compensáveis, é positivo em R$ 880,5 milhões. Página 12

71 Data: 06/11/2018 IT DFP/DFC/DDEF 003/ AJUSTES PARA O CUSTO DE LIQUIDAÇÃO CUSTO DE DESLIGAMENTO DE PESSOAL Para o exercício do custo de liquidação foi considerada multa de 50% do FGTS estimado para cada distribuidora adicionado de 2,5 vezes da folha projetada a título de aviso prévio. Os valores considerados são sintetizados na tabela abaixo: set/18 Custo do Desligamento Ame D Ceal Total ATIVO FINANCEIRO DA CONCESSÃO - EM SERVIÇO E EM CURSO O ativo financeiro da concessão foi tratado como ativo indenizável no cálculo da liquidação. Contudo, foi adotada como premissa uma glosa de 10% do valor do ativo financeiro da concessão em serviço da posição de setembro de Essa premissa foi estabelecida partindo-se do princípio que, nas revisões tarifárias, a Aneel faz uma glosa média de 5% contra o número previsto no laudo da base de ativos preparado por consultoria independente. Como as distribuidoras da Eletrobras não tiveram revisão tarifária desde o ano de 2013, a partir desse ano o seu ativo financeiro em serviço não foi ajustado ao valor da base de remuneração reconhecida pela Aneel. Dessa forma, foi proposta como premissa uma glosa de 10% sobre o valor do ativo financeiro de distribuição em serviço, o dobro da média nacional. Para os ativos financeiros em curso como o risco deles serem unitizados e passarem para a base de remuneração das distribuidoras reconhecida pela Aneel é maior, foi utilizado como premissa a glosa de 20% do seu saldo no Balanço Patrimonial. A tabela abaixo demonstra os valores glosados, bem como os considerados como indenizáveis. Página 13

72 Data: 06/11/2018 IT DFP/DFC/DDEF 003/2018 set/18 Ativo Ativo Ativo financeiro em Ajuste Ajuste Finaceiro Finaceiro em curso considerado (10%) (20%) em Serviço Curso indenizável Ame D ( ) (50.328) Ceal (77.945) (37.456) Total ( ) (87.784) CLIENTES Para efeitos do cálculo de liquidação, a conta Clientes já líquida de Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa (PCLD) foi tratada como a realizar. Contudo, foram feitos ajustes uma vez que de acordo com o quanto de tempo as faturas estão vencidas, a probabilidade de realização desses ativos são menores. Desse modo, foram adotadas as seguintes premissas para a conta clientes já descontada a PCLD: Vincendos não foram realizados ajustes por se considerar faturas de recebimento corrente da distribuidora, ainda não virou dívida vencida; Vencidos até 90 dias - glosa de 20%; Vencidos a mais de 90 dias glosa de 50%; Créditos renegociados glosa de 50%. A seguir, são apresentadas as contas de clientes, o valor dos ajustes e o valor considerado como ativo a realizar para cálculo do custo de liquidação: set/18 Clientes Ajuste Clientes considerados como a realizar Ame D ( ) Ceal ( ) Total ( ) Página 14

73 Data: 06/11/2018 IT DFP/DFC/DDEF 003/2018 CONTINGÊNCIAS POSSÍVEIS No passivo das distribuidoras da Eletrobras é adotado como padrão o registro de 100% das provisões de perdas classificadas como prováveis. Assim, não são registradas no passivo as provisões consideradas possíveis e remotas, apesar de estarem discriminadas nas notas explicativas das empresas. Dessa forma, foi adotada como premissa nesta IT que 30% das provisões classificadas como possíveis serão incluídas no cálculo do custo de liquidação, como tentativa de quantificar o aumento das questões judiciais que um processo de liquidação trará para as empresas. Para esse cálculo, foram desconsideradas as ações da ANDECO que estão classificadas como possíveis. 5. CONCLUSÃO Diante do exposto acima nesta Informação Técnica, conclui-se que, da ótica estritamente econômica e contábil e sem levar em consideração os efeitos da Portaria MME 301/2018 2, o valor de liquidação das duas distribuidoras que ainda não foram alienadas, para a data base de 30 de setembro de 2018, é negativo em R$ ,7 milhões, como pode ser visto na tabela a seguir: 2 Caso fosse considerado os efeitos da Portaria MME 301/2018 onde é garantida a neutralidade econômica das despesas totais do período de 1º de agosto de 2018 até 31 de dezembro de 2018, foi estimado que a liquidação da Amazonas teria uma redução de R$ 968,2 milhões, atingindo o valor final de R$ ,4 milhões para a data base de set/18, enquanto a redução do valor da liquidação da Ceal seria de R$ 79,9 milhões, alcançando o valor de R$ 1.738,2 milhões. Assim, o valor total de liquidação das duas distribuidoras seria de R$ ,6 milhões. A premissa utilizada para se estimar os efeitos da citada Portaria foi o aumento das faturas vencidas ao final do mês de setembro, medido pela ótica do fluxo de caixa, contra o valor das faturas vencidas em 31 de julho de Página 15

74 Data: 06/11/2018 IT DFP/DFC/DDEF 003/2018 AmE D CEAL TOTAL Total do Ativo - BP Não realizável (*) Total do Ativo Para liquidação Indenizável Liquidez imediata A realizar CCC Total do Passivo - BP Não exigível (**) Total do Passivo Para liquidação Exigiblidade imediata Compensáveis Sistema Eletrobrás Sistema Petrobrás Outros Total do Patrimonio Líquido Total do Patrimonio Líquido para Liquidação Custo de desligamento Custo de Liquidação Preliminar Ajustes no Ativo Ativo Financeiro da concessão em serviço ( ) (77.945) ( ) Ativo Financeiro da concessão em curso (50.328) (37.456) (87.784) Clientes ( ) ( ) ( ) Ajustes no Passivo Contingências Possíveis (***) ( ) ( ) ( ) Custo de Liquidação após Ajustes (*) Intangível, Tributos e Contribuição Social, Ativo Regulatório - RGR (**) Concessão onerosa, RGR período de designação (***) Líquido de Andeco Cabe destacar que no estudo de privatização da Amazonas Energia, realizado pelo BNDES, a Amazonas G&T foi tratada como neutra, ou seja, não tendo impactos positivos nem negativos no fluxo de caixa e no valuation da distribuidora. Assim, para alinhar com o entendimento do BNDES e dos Consultores contratados, foi adotada essa mesma premissa para o cálculo do custo de liquidação para setembro de Da dívida com o Sistema Petrobras de R$ 13,4 bilhões (que já está abatido do valor de R$ 3.417,1 milhões da diferença de preço da parcela do transporte do gás), a Eletrobras é garantidora de R$ 8.871,8 milhões dos contratos de confissão de dívida firmados entre as partes nos anos de 2014 e Página 16

75 Data: 06/11/2018 IT DFP/DFC/DDEF 003/2018 Não foram considerados no valor de liquidação exposto acima, os custos de recisão dos contratos vigentes das empresas, assim como todos os custos associados ao processo de liquidação, onde uma estrutura terá que ser mantida pela Eletrobras por um longo período. Por fim, importante destacar, que o custo de liquidação, apresentado na tabela anterior, pode conter imprecisões e/ou distorções, não representando necessariamente o efetivo custo de liquidação das distribuidoras, o qual somente poderá ser determinado em processo formal a partir de regras definidas, hoje desconhecidas. Felipe Baptista da Silva DFP Rodrigo Vilella Ruiz - DFC Marcos B. F. Pinho DFPI Frederico Pinto Eccard - DDEF Marcos José Lopes - DFCC Luciana Pereira de Souza - DDEF Página 17

76 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/2018 Informação Técnica DDEF 007/2018 Título Assunto Autores Quadro de desequilíbrio econômico financeiro das distribuidoras no período de designação Análise da insuficiência de recursos no período de designação para prestação de serviço de distribuição de energia elétrica, sob duas abordagens de Ebitda distintas e sob a ótica da dívida vencida do fluxo de caixa. Frederico Pinto Eccard DDEF; Luciana Pereira de Souza DDEF; Leonardo Fellipe de Toledo Costa DDEF. Empresa Eletrobras, Amazonas Distribuidora de Energia (AmE D), Boa Vista Energia, Ceal, Cepisa, Ceron, Eletroacre Categoria Informação Técnica. Palavras-chave Amazonas Energia (AmE D), Boa Vista Energia, Ceal, Cepisa, Ceron, Eletroacre, remuneração adequada, designação Página 1

77 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/2018 Sumário 1. OBJETIVO HISTÓRICO ABORDAGEM DA REMUNERAÇÃO ADEQUADA Cálculo da RGR de referência Cálculo do Ebitda realizado Cálculo do Ebitda realizado pela metodologia da RGR Referência NT 415/2016 Aneel Cálculo do Ebitda realizado pela metodologia de acompanhamento Ren Aneel 748/2016 e Prt MME 388/ Cálculo do investimento realizado Cálculo do serviço da dívida realizado Comparação da RGR recebida X RGR necessária ABORDAGEM DO FLUXO DE CAIXA DÍVIDAS VENCIDAS DURANTE O PERÍODO DE DESIGNAÇÃO SÍNTESE DAS três Metodologias CONCLUSÃO Página 2

78 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/ OBJETIVO Esta Informação Técnica tem como objetivo atualizar e complementar o quadro de insuficiência de recursos no período de designação apresentado na IT DDEF 006/2018. Na presente informação técnica, o período de análise foi estendido para agosto de 2016 a agosto de 2018, data do último BMP disponível, que é a principal base de dados para os cálculos realizados. Serão apresentadas duas abordagens: (i) RGR Recebida x RGR Necessária, para esta última serão apresentadas duas metodologias de cálculo para o Ebitda; e (ii) Fluxo de caixa em que será demonstrada a posição de dívida vencida acumulada no período de designação. 2. HISTÓRICO Em 22 de julho de 2016, os acionistas da Eletrobras, por meio da realização da 165ª Assembleia Geral Extraordinária, decidiram, por maioria, pela não prorrogação das concessões das distribuidoras da Eletrobras, nos termos do Decreto nº 8.461/2015, do Despacho ANEEL nº 3.540/2015, da Medida Provisória nº 706/2015 e da minuta de instrumento contratual divulgada pela ANEEL. Além disso, os acionistas aprovaram, por maioria, a liquidação das distribuidoras, facultando a transferência do controle acionário, desde que ocorresse até 31 de dezembro de 2017, nos termos do 1ª-A do artigo 8º, da Lei nº /2013, no caso que, até a transferência da distribuidora para o novo controlador, a distribuidora recebesse diretamente, da União Federal ou através de tarifa, todos os recursos e remuneração necessários para operar, manter e fazer investimentos que forem relacionados aos serviços públicos da respectiva distribuidora, mantendo o equilíbrio econômico e financeiro da Distribuidora, sem qualquer aporte de recursos, a qualquer título, pela Eletrobras. A Lei nº /2013 em seu art. 9º estabeleceu que não havendo a prorrogação do prazo de concessão e com vistas a garantir a continuidade da prestação do serviço, o titular poderá, após o vencimento do prazo, permanecer responsável por sua prestação até a assunção do novo concessionário, observadas as condições estabelecidas pela Lei. Página 3

79 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/2018 Considerando a decisão dos acionistas da Eletrobras pela não prorrogação de suas concessões de distribuição, o Ministério de Minas e Energia editou a Portaria MME nº 388, de 26 de julho de 2017, que define os termos e as condições para a Prestação do Serviço Público de Distribuição de Energia Elétrica por Órgão ou Entidade da Administração Pública Federal, nos termos do art. 9º, 1º, da Lei nº /2013. A mencionada Prestação do Serviço aplica-se às áreas cuja concessão não tenha sido prorrogada nos termos da referida Lei, do Decreto nº 7.805/2012 e do Decreto nº 8.461/2015, com vistas a garantir a continuidade do serviço. Nesse contexto, por meio das Portarias MME nº 420, nº 421, nº 422, nº 423, nº 424 e nº 425, de 03 de agosto de 2016, as distribuidoras da Eletrobras Amazonas Energia S.A., Companhia de Eletricidade do Acre, Centrais Elétricas de Rondônia S.A. CERON, Companhia Energética do Piauí CEPISA, Companhia Energética de Alagoas CEAL, e Boa Vista Energia S.A foram designadas como Responsáveis pela Prestação do Serviço Público de Distribuição de Energia Elétrica, com vistas a garantir a continuidade do serviço nas áreas estabelecidas. Adicionalmente, por meio da portaria MME n 425, e, por meio de Despacho do Ministro de Minas e Energia de, de 11 de agosto de 2016, foi extinta a concessão que era de titularidade da Companhia Energética de Roraima - CERR, passando a Boa Vista Energia a ser prestadora temporária do serviço de distribuição, a partir de 1 de janeiro de 2017, da área anteriormente atendida pela CERR. Desse modo, a Aneel publicou a Resolução Normativa nº 748/2016 e a Resolução Homologatória nº 2.184/2016. Nessa última Resolução, foi homologado o valor mensal a ser recebido por cada distribuidora designada a título de empréstimo da RGR, chamado de remuneração adequada. Esse valor foi calculado pela ANEEL para eliminar o déficit de caixa mensal dessas empresas, com base em informações financeiras de 2015, posto que a Eletrobras foi vedada, por decisão de seus acionistas, de aportar novos recursos nas distribuidoras. Em 08 de novembro de 2017 foi publicada a Resolução do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos CPPI número 20, alteradas pelas Resoluções de número 28 e 29 que aprovou as condições da transferência de controle acionário das distribuidoras associada à outorga, não havendo tempo suficiente para a privatização. Desse modo, por meio da Portaria MME n 468, de 04 de dezembro de 2017, alterou-se o prazo Página 4

80 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/2018 estabelecido nas Portarias MME n 420 ao n 425 de Prestação de Serviço Temporário de 31 de dezembro de 2017, para 31 de julho de 2018, ou até a assunção de novo concessionário. Assim, a 169ª AGE foi convocada para 28 de dezembro de 2017 e decidiu pela retificação da decisão da 165ª AGE, de 22 de julho de 2016, para prorrogar o prazo para assinatura do contrato de transferência do controle acionário detido pela Eletrobras nas distribuidoras, desde que ocorra até 31 de julho de 2018, sob pena de manutenção da decisão da 165ª AGE que determinou o encerramento dos serviços temporários de distribuição, bem como a liquidação das referidas distribuidoras, o que também deverá ocorrer caso não seja garantido pela ANEEL e/ou pelo Poder Concedente, que todos os recursos necessários para operar, manter e fazer investimentos relacionados aos serviços públicos da respectiva distribuidora, sejam providos pela tarifa, pela União ou pelos Fundos Setoriais, mantendo o equilíbrio econômico e financeiro das Distribuidoras, sem qualquer aporte de recursos, a qualquer título, pela Eletrobras. Após a avaliação da modelagem apresentada pelo BNDES e aprovada pelo CPPI n 20 e suas alterações, a 170ª AGE aprovou a venda das ações das distribuidoras, com assunção pela Eletrobras de dívidas das mesmas, bem como assunção de direitos e obrigações da distribuidora perante a CCC e a CDE, conforme condições e limites estabelecidos na Resoluções CPPI. O Edital do Leilão nº 2/2018 de privatização das distribuidoras, foi publicado no dia 15 de junho de 2018, com o leilão previsto para o dia 26 de julho. Apenas o leilão da Cepisa ocorreu nesse dia, tendo a Equatorial vencedora do certame. Desse modo, como não haveria tempo hábil para a transferência do controle a 171ª AGE aprovou a retificação da data da transferência do controle para 31 de dezembro de 2018, baseada na Portaria MME nº 246/2018, desde que alternativa ou cumulativamente: (i) o Poder Concedente que assegure todos os recursos necessários para operar, manter e fazer investimentos relacionados aos serviços públicos da respectiva distribuidora sejam providos pela tarifa, pela União ou pelos Fundos Setoriais, mantendo o equilíbrio econômico e financeiro da prestação do serviço, considerando todo período de designação desde 5 de agosto de 2016, sem qualquer aporte de recursos, a qualquer título, pela Eletrobras. Página 5

81 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/2018 Os leilões da Boa Vista, Eletroacre e Ceron ocorreram no dia 30 de agosto de 2018, obtendo sucesso na venda de todas as três empresas, sendo a distribuidora de Roraima comprada pelo Consórcio Oliveira-Atem e as duas demais pelo Grupo Energisa. As duas distribuidoras que ainda não foram vendidas estão em situação diferentes. O leilão da Amazonas Energia foi adiado do dia 25 de outubro para o dia 27 de novembro e, adiado novamente para 10 de dezembro e a Ceal ainda tem a sua situação indefinida, pois tem uma liminar no STF suspendendo o leilão da empresa. 3. ABORDAGEM DA REMUNERAÇÃO ADEQUADA Conforme citado anteriormente, a Lei n /2013, em seu art. 9, prevê que não havendo a prorrogação do prazo de concessão, este será explorado por meio de órgão ou entidade da administração pública federal, até que seja concluído o processo licitatório. Para tanto, com a finalidade de assegurar a continuidade do serviço, a Distribuidora Designada poderá: a) Receber recursos financeiros para assegurar a continuidade e a prestação adequada do serviço público de energia elétrica; b) Aplicar os resultados homologados das revisões e reajustes tarifários; c) Contratar e receber recursos da CCC, CDE, RGR, nos termos definidos pela Aneel, sendo que: As obrigações contraídas pelo órgão ou entidade na prestação temporária do serviço serão assumidas pelo novo concessionário, nos termos do edital de licitação; e O Poder Concedente poderá definir remuneração adequada ao órgão ou entidade em razão das atividades exercidas no período da prestação temporária do serviço público de energia elétrica. A Remuneração adequada foi definida na Portaria MME n 388/2016 como aquela necessária para assegurar a continuidade e a prestação adequada do Serviço Público de Distribuição de Energia Elétrica, definida pela seguinte condição: Geração Operacional de Caixa - Investimentos de Reposição - Juros da Dívida 0; Página 6

82 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/2018 Onde: Geração Operacional de Caixa: Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização - LAJIDA ajustado por eventos não recorrentes; Investimentos de Reposição: Quota de Reintegração Regulatória - QRR; e Juros da Dívida: Dívida Líquida x (1,11 x SELIC). Esta Remuneração Adequada será repassada às distribuidoras na forma de empréstimo, inclusive do Fundo da Reserva Global de Reversão (RGR), conforme o parágrafo 2 do Art. 11 desta Portaria: 2º Caso as receitas de que trata o art. 9o sejam insuficientes para assegurar a remuneração adequada, o RESPONSÁVEL poderá receber recursos financeiros, nos termos definidos pela ANEEL, para assegurar a continuidade e a prestação adequada do Serviço Público de Distribuição de Energia Elétrica, inclusive oriundos de empréstimos da Reserva Global de Reversão - RGR, em conformidade com o art. 9º, 3º e 4º, da Lei nº , de Estes empréstimos, conforme 3º desta mesma Portaria, apenas ficará limitado à disponibilidade de recursos da RGR. A Aneel, por sua vez, ficou responsável pela definição do cálculo dos parâmetros para cálculo da Remuneração Adequada, que foi estabelecido através da Resolução Normativa Aneel n 748, de 29 de novembro de 2016, no art. 6 : Art. 6o O gestor do fundo RGR fica autorizado a conceder empréstimo à Distribuidora Designada, necessário para assegurar a Remuneração Adequada prevista no art. 11 da Portaria n. 388/2016-MME, com o objetivo de criar condições para a continuidade e a prestação adequada do serviço, ressalvado disposto no art. 7o. 3o A Remuneração Adequada de Referência, mensal, estimada considerando a geração operacional de caixa, deduzida dos investimentos em reposição e os juros da dívida líquida, será homologada por meio de ato específico da ANEEL, ficando a Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira SFF autorizada a homologar os valores relativos às pessoas jurídicas sob controle direto ou indireto de Estado. Página 7

83 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/2018 4o A cada trimestre, a partir do resultado do quarto trimestre de 2016, será homologado, por meio de Despacho da Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira SFF, o valor mensal da Remuneração Adequada Realizada, calculado conforme parâmetros definidos no Anexo I. 5o A liberação mensal fica limitada ao menor valor entre a disponibilidade de recursos da RGR, a Remuneração Adequada de Referência, mensal, e o último valor homologado da Remuneração Adequada Realizada, mensal. Desse modo, observa-se que o único limitador posto na Portaria MME n 388/2016 é a disponibilidade de recursos da RGR. Contudo, na Resolução Normativa n 748/2016 da Aneel em seu capítulo II, art. 6 e parágrafo 5, limita a liberação mensal ao menor valor entre a disponibilidade de recursos da RGR, a Remuneração Adequada de Referência e o último valor homologado da Remuneração Adequada Realizada. Além disso, a referida Resolução Normativa não prevê a atualização da Remuneração Adequada de Referência, nem mesmo a sua atualização monetária. Dados esses fatos, é observada uma degradação da condição econômica financeira das distribuidoras designadas para prestação de serviço. Então, torna-se necessária uma análise da Remuneração Adequada, uma vez que ela deveria assegurar a continuidade e a prestação adequada do Serviço Público de Distribuição de Energia Elétrica. Para tanto, partiu-se da metodologia da Aneel para cálculo da RGR de referência, constante na Nota Técnica n 415/2016 da Aneel, e apurou-se o Ebitda por esta metodologia e também pela metodologia de acompanhamento trimestral da Aneel, constante no anexo I da ReN n 748/2016, os investimentos realizados e o serviço da dívidas das distribuidoras designadas da Eletrobras, realizando alguns ajustes que posteriormente serão detalhados. 3.1 CÁLCULO DA RGR DE REFERÊNCIA Para o cálculo da RGR de referência, foi utilizada a equação fixada na Portaria MME n 388/2016, em que a remuneração adequada é aquela suficiente para que o Ebitda menos o investimento de reposição e os juros da dívida sejam equilibrados, ou seja, maiores ou iguais a zero. Página 8

84 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/2018 Para o cálculo do Ebitda referência, a metodologia foi apresentada através da Nota Técnica n 415/2016 da Aneel. Nela, o Ebitda de referência é calculado como a soma entre o Valor da Parcela B (VPB) esperado e o PMSO Caixa Ajustado. Para o cálculo do VPB esperado, parte-se do VPB regulatório (Receita menos os custos e encargos setoriais VPA) definido no IRT 2015 e ajusta as perdas realizadas na geração e distribuição. A Aneel justifica esse ajuste no VPB para fins de cálculo do Ebitda devido a um comportamento incomum frente aos valores apresentados nos exercícios anteriores (queda de 67% entre 2015 e 2014), ainda mais quando comparadas às demais distribuidoras nacionais (elevação de 3% para o mesmo período). Os principais motivos, levantados pela Aneel, para essa redução no VPB foram as recontabilizações (exposição e sobrecontratação) da energia de curto prazo na CCEE, divergências entre os Componentes Financeiros homologados pela Aneel e os estimados pelas distribuidoras e divergências na apuração da Conta CCC. Desse modo, o VPB Regulatório foi ajustado pelas estimativas relacionadas às glosas com as despesas termelétrica e perdas de energia na rede de distribuição, conforme segue: VPB esperado para Ebitda da RGR de referência R$ milhões Amazonas Boa Vista Ceal Cepisa Ceron Eletroacre Total VPB Regulatório - IRT Perdas na geração (134) (2) - - (6) (3) (146) Perdas na distribuição (452) - (58) (85) (144) (12) (750) VPB Esperado (1) (205) Em relação ao PMSO Caixa ajustado, a Aneel partiu do PMSO Caixa definido no anexo II da mesma Nota Técnica, conforme quadro a seguir: Página 9

85 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/2018 Fonte: NT 415/2016 Aneel Após esse cálculo, foram feitos ajustes dos valores tidos como outliers no PMSO. O valor que compôs o Ebitda está demonstrado a seguir: Despesas de PMSO ajustado para Ebitda da RGR de referência Fonte: NT 415/2016 Aneel R$ milhões Amazonas Boa Vista Ceal Cepisa Ceron Eletroacre Total PMSO caixa Ajustes (503) (71) (12) (49) - (29) (664) Despesa de arrendamento (258) (258) Rec. Despesas Penalidades contratuais e regulatórias (294) (294) Perdas de alienação Excesso de provisões (71) (12) (83) Despesas Outros - Outros (49) (29) (78) PMSO ajustado Página 10

86 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/2018 Desse modo, o valor do Ebitda de referência é apresentado a seguir: Fonte: NT 415/2016 Aneel Ebitda da RGR de referência R$ milhões Amazonas Boa Vista Ceal Cepisa Ceron Eletroacre Total VPB Regulatório - IRT Perdas na geração (134) (2) - - (6) (3) (146) Perdas na distribuição (452) - (58) (85) (144) (12) (750) VPB Esperado (1) (205) PMSO Caixa 2015 (1.368) (249) (397) (508) (312) (186) (3.020) Ajustes PMSO ajustado (2) (865) (178) (385) (459) (312) (157) (2.355) Ebtida Ajustado (1) + (2) (1.069) (110) (69) (138) (154) (29) (1.568) Para o cálculo do investimentos de reposição e do juros da dívida de referência foi utilizada a metodologia posta no anexo I da ReN 748/2016, conforme segue: Investimento de Reposição: Quota de Reintegração Regulatória QRR ou Despesa de Depreciação Regulatória. Será o valor definido na última Revisão Tarifária Periódica RTP sem a subtração da amortização credora das Obrigações Especiais. Nos interstícios entre revisões terá alteração conforme a variação % entre o VPB1 DRP Ano 1 e o VPB1 DRP Ano 0. O investimento de reposição de referência partiu da Quota de Remuneração Regulatória da última Revisão Tarifária em 2013, como se segue: Investimento de reposição Cálculo da QRR para a RGR de referência QRR +Amort Obrig Especiais Anual Data RTP VPB RTP Data Último IRT VPB IRT 2015 Variação R$ milhões QRR +Amort OE p/ referência Amazonas 37,2 30/09/13 376,2 01/11/15 381,4 1% 37,8 Boa Vista 8,4 31/10/13 55,5 01/11/15 70,7 27% 10,7 Ceal 60,3 31/07/13 307,5 28/08/15 374,1 22% 73,4 Cepisa 49,9 31/07/13 341,1 28/08/15 405,8 19% 59,3 Ceron 42,1 31/10/13 262,3 30/11/15 307,3 17% 49,3 Eletroacre 22,3 31/10/13 122,3 30/11/15 142,9 17% 26,1 Total 220, , ,2 256,6 Por fim, para os juros da dívida, considerou-se a Taxa Selic de 14,00%, além do spread de 111%, conforme a Portaria MME n 388/2016. Foi calculada a dívida líquida de acordo com Página 11

87 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/2018 o protocolo posto no anexo I da ReN n 748/2016, na data base de 30 de junho de Ou seja, as dívidas de combustíveis com a Petrobras/BR Distribuidora e Cigás ficaram de fora dessa conta. Calculadas as três componentes (Ebitda, Investimento de Reposição e Juros da Dívida), tem-se o valor de referência para a remuneração adequada, que se constituirá no valor mensal de 1/12 do volume total de R$ milhões anuais, conforme a seguir: Página 12

88 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/2018 RGR de referência R$ milhões Amazonas Boa Vista Ceal Cepisa Ceron Eletroacre Total Ebtida Ajustado (1) (1.069) (110) (69) (138) (154) (29) (1.569) QRR (2) Juros da dívida (3) Remuneração anual de referência (4) = (1) - (2) - (3) Remuneração mensal de referência (5) = (4)/12 (1.404) (140) (330) (470) (286) (107) (2.738) A RGR de referência foi homologada na Resolução Homologatória n 2.184, de 29 de novembro de 2016 e, posteriormente alterada pela Resolução Homologatória n 2.199, de 17 de janeiro de Valores homologados de RGR referência ReH n 2.199/2017 Empresa Resolução Homologatória 2.199/17 (R$) Antes do IRT Pós IRT Amazonas , ,30 Boa Vista , ,62 Ceal Cepisa Ceron Eletroacre , , , ,12 Além disso, o valor da RGR de referência foi reduzido, uma vez que a Portaria MME n 346, de 1 de setembro de 2017, alterou a Portaria MME n 388, de 26 de julho de 2016, determinando que: 23. No processo tarifário do ano de 2017, a ANEEL deverá flexibilizar, de forma transitória, os parâmetros regulatórios referentes aos custos operacionais e às perdas não técnicas, com o objetivo de permitir o equilíbrio econômico da concessão a ser licitada nos termos do art. 8o da Lei no , de Desse modo, a Resolução Homologatória n 2.349, de 28 de novembro de 2017, altera a Resolução Homologatória n 2.199/2017, e, passa a vigorar com uma redução dos valores Página 13

89 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/2018 mensais da Remuneração Adequada de Referência, no montante de 1/12 avos dos valores flexibilizados de custos operacionais e perdas não técnicas, 30 dias após a da data do processo tarifário de 2017, para ajuste do fluxo de caixa das Designadas. Os valores de redução mensal da RGR seguem na tabela abaixo: Redução Mensal da Remuneração Adequada de Referência (R$) Redução Mensal da Empresa Remuneração Adequada de Referência (R$) Amazonas ,71 Boa Vista ,18 Ceal ,61 Cepisa ,23 Ceron ,47 Eletroacre ,57 Fonte: ReH Aneel n 2.349, de 28/11/2017 Assim, podemos destacar três períodos para o cálculo do Ebitda da remuneração adequada de referência: 1. O primeiro antes dos reajustes tarifários de Amazonas e Roraima, compreendendo o período de setembro a dezembro de O segundo após esses reajustes e antes da flexibilização tarifária, que para Ceal e Cepisa compreende o período até setembro de 2017, e para as demais distribuidoras, todo o ano de Por último, o terceiro período que compreende o período após a flexibilização tarifária, que começa um mês após os reajustes das empresas Ceal e Cepisa a partir do último trimestre de 2017 e para as demais a partir do primeiro trimestre de Desse modo, os valores limites adotados pela Aneel dos três períodos estão descritas na tabela a seguir: Página 14

90 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/2018 Limites mensais da Remuneração Adequada (RGR) definidas pela Aneel R$ milhões Valores mensais Empresas Ebtida referência Ebtida referência Ebtida referência Serviço da dívida pré reajuste 2016 pós reajuste 2016 pós reajuste 2017 QRR Referência Referência AmE e RR AmE e RR flexibilização (D) (E) (A) (B) (C) ED Amazonas (89,2) (40,3) (16,5) 3,1 24,7 ED Roraima (9,1) (8,9) (6,2) 0,9 1,6 ED Alagoas (5,8) (5,8) 3,0 6,1 15,7 ED Piauí (11,6) (11,6) (2,3) 4,9 22,8 ED Rondônia (12,9) (12,9) (4,4) 4,1 7,0 ED Acre (2,5) (2,5) 1,1 2,2 4,3 Total (131,1) (82,1) (25,4) 21,4 76,0 Empresas Limite RGR pré reajuste 2016 AmE e RR (F) = (A) - (D) - (E) Limite RGR pós reajuste 2016 AmE e RR (G) = (B) - (D) - (E) Limite RGR pós reajuste 2017 flexibilização (H) = (C) - (D) - (E) ED Amazonas (117,0) (68,2) (44,4) ED Roraima (11,6) (11,4) (8,7) ED Alagoas (27,6) (27,6) (18,8) ED Piauí (39,3) (39,3) (30,1) ED Rondônia (24,0) (24,0) (15,5) ED Acre (8,9) (8,9) (5,3) Total (228,5) (179,4) (122,8) (F) e (G) - Valores homologados pela ReH Aneel n 2.199, de 17/01/2017 (H) - Valores de redução homologados na ReH Aneel n 2.349, de 28/11/2017 De forma agregada para o período em análise, ago/16 a ago /18, obtemos como remuneração de referência o exposto na tabela abaixo: RGR de referência consolidado - ago/16 a ago/18 R$ milhões Serviço da Ebitda Ago/16 a QRR Referência dívida RGR de Referência Referência Ago/18 (B) Referência (D) = (A) - (B) - (C) (A) (C) ED Amazonas (1.013,0) 78,6 617,9 (1.709,5) ED Roraima (202,1) 22,3 39,5 (263,8) ED Alagoas (47,9) 152,8 392,7 (593,4) ED Piauí (188,0) 123,6 569,6 (881,2) ED Rondônia (254,6) 102,8 174,4 (531,8) ED Acre (34,1) 54,4 106,3 (194,9) Total (1.739,6) 534, ,5 (4.174,7) Página 15

91 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/2018 Cabe ressaltar, que no cálculo da RGR de referência da Boa Vista na metodologia exposta, foi levado em consideração apenas o BMP da capital, desse modo, a operação do interior não está contemplada na RGR limite da ED Roraima e, portanto, não está na análise comparativa dos itens 3.2 a 3.4 a seguir. Os valores pagos para o interior foram definidos posteriormente através das ReH nº de 31 de julho de 2017, e, posteriormente, foi alterado pela ReH n de 07 de novembro de CÁLCULO DO EBITDA REALIZADO Para o cálculo do Ebitda realizado foram feitos dois cálculos de Ebitda. O primeiro seguindo a metodologia do Ebitda da RGR de referência, explicitado na NT n 415/2016 da Aneel, e o segundo utilizando a metodologia com a qual a Aneel vem acompanhando trimestralmente o realizado de cada distribuidora, exposta no anexo I da ReN n 748/2016, ajustada pelos eventos não recorrentes conforme art.11 da Portaria MME n 388/ CÁLCULO DO EBITDA REALIZADO PELA METODOLOGIA DA RGR REFERÊNCIA NT 415/2016 ANEEL Para o cálculo do Ebitda realizado segundo essa metodologia partiu-se dos VPB regulatórios dos IRTs de 2015, 2016 e 2017 na proporção de meses dada a data base do reajuste. Desse valor foram descontadas as perdas na geração e na distribuição e o PMSO caixa ajustado. As perdas na geração foram utilizadas as mesmas do cálculo do Ebitda de referência proporcionalmente ao número de meses considerados. O impacto financeiro proveniente das perdas não técnicas na distribuição foi calculado mensalmente a partir das planilhas Sparta a fim de considerar a tarifa média de compra de energia apreciadas nos reajustes tarifários. Em relação ao PMSO caixa ajustado, utilizou-se o Balanço Mensal Padronizado (BMP) e a metodologia do Anexo II constante no item 3.1 desta Nota Técnica. O Ebitda realizado total para o período de agosto de 2016 a agosto de 2018 pela metodologia abordada na NT 415/16 da RGR de referência se encontra sumarizado na tabela a seguir: Página 16

92 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/2018 Ebitda realizado pela Metodologia da RGR Referência - ago/16 a ago/18 R$ milhões Amazonas Boa Vista Ceal Cepisa Ceron Eletroacre Total VPB Regulatório - IRT 997,0 217,2 880,0 996,8 694,1 354, ,4 Perdas na geração (279,2) (4,2) - - (12,5) (6,3) (302,1) Perdas na distribuição (454,5) (5,3) (80,4) (129,5) (202,2) (16,3) (888,2) VPB Esperado (1) 263,3 207,7 799,7 867,3 479,4 331, ,1 PMSO ajustado (2) (7.660,7) (607,8) (1.285,1) (1.545,0) (1.894,2) (417,0) (13.409,8) Ebtida Realizado (1) + (2) (7.397,4) (400,0) (485,5) (677,6) (1.414,8) (85,4) (10.460,7) Por fim, os valores do Ebitda realizados foram ajustados pelos eventos não recorrentes que o influenciam, conforme exposto no art.11 da Portaria MME n 388/2016. Cabe ressaltar, que na ReN n 748/2016 não há menção a exclusão de tais eventos, o que de fato, a Aneel não vem exercendo. Ebitda realizado x Ebitda ajustado ago/16 a ago/18 R$ milhões Ebitda realizado x Ebitda Ajustado (Ago/2016 a Ago/2018) Itens ED Amazonas ED Roraima ED Alagoas ED Piauí ED Rondônia ED Acre Total Ebitda Realizado (7.397,4) (400,0) (485,5) (677,6) (1.414,8) (85,4) (10.460,7) Ajustes 1.425,6 (4,2) 325,6 (54,4) 826, ,1 Provisão 1.538,1 19,4 385,2-826, ,2 Contratos onerosos 812, ,7 CCC (149,9) 19, ,4-133,9 Passivo a descoberto em controladas 402, ,5 Impairment 63,6-40, ,9 Bresser/PIE/ICMS 409,2-344,9-562, ,3 Diferimento flexibilização tarifária (112,5) (23,6) (59,6) (54,4) - - (250,1) - Ebitda Ajustado (5.971,8) (404,3) (159,9) (732,1) (588,2) (85,4) (7.941,6) A seguir são explicitados os motivos pelos quais esses ajustes foram classificados como não recorrentes: - Contrato oneroso / impairment - a metodologia da res. 748/2016 já expurga o impairment e sua reversão. Contudo, foi identificado que algumas distribuidoras não fizeram o lançamento na conta de impairment, e sim na conta provisão outros. Assim, para a correta aplicação da metodologia da Aneel, foi feito o ajuste. A diferença entre o contrato oneroso e o impairment, é que neste último se dá baixa somente até o total do intangível testado/registrado. Acima desse valor, o impairment é registrado como contrato oneroso. - Provisão do direito de ressarcimento CCC identificamos o valor de provisão do ativo de direito de ressarcimento no BMP e foi excluído a parte que se refere apenas a Página 17

93 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/2018 uma movimentação contábil, podendo ser visto como uma PCLD desse ativo. A provisão da CCC corrente foi considerada no cálculo. - Passivo a descoberto de controladas corresponde ao valor do passivo a descoberto da AmE GT que está influenciando o resultado da Amazonas Energia (distribuidora). Além do mais, a empresa deveria estar desverticalizada e a AmE GT vendida. - Provisão Plano Bresser efeito não recorrente, evento do passado que influenciou o período de designação dado o acordo fechado em março de 2018 (registrado em dez/17 evento subsequente). Foi expurgado somente o valor que transitou pelo resultado. - Provisão PIE como pela metodologia da Aneel as reversões de provisão não compõem o Ebitda, retirou-se a provisão referente aos PIEs registradas em 2016 no mesmo montante da reversão ocorrida no exercício de 2017 a fim de que esta provisão de 2016 não afetasse o Ebitda de todo o período analisado. - Diferimento tarifário acrescido o valor proporcional no período da flexibilização de PMSO diferido uma vez que não houve receita reconhecida na tarifa referente a esse valor. O diferimento relacionado à parcela de perdas flexibilizada já está contemplada no cálculo das perdas na distribuição. Por fim, em relação ao Ebitda de referência estabelecido pela Aneel, a necessidade complementar consolidada das empresas seria da ordem de R$ 6,2 bilhões, conforme exposto na tabela a seguir: Ebitda de Referência x Ebitda ajustado realizado ago/16 a ago/18 Ago/2016 a Ago/2018 Ebitda Referência (A) Ebitda Realizado (B) R$ milhões Diferença (B) - (A) ED Amazonas (1.013,0) (5.971,8) (4.958,8) ED Roraima (202,1) (404,3) (202,2) ED Alagoas (47,9) (159,9) (112,0) ED Piauí (188,0) (732,1) (544,1) ED Rondônia (254,6) (588,2) (333,6) ED Acre (34,1) (85,4) (51,2) Total (1.739,6) (7.941,6) (6.201,9) Página 18

94 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/ CÁLCULO DO EBITDA REALIZADO PELA METODOLOGIA DE ACOMPANHAMENTO REN ANEEL 748/2016 E PRT MME 388/2016 Por essa metodologia, o Ebitda foi calculado conforme anexo I da ReN n 748/2016, utilizando-se o Balanço Mensal Padronizado (BMP), descrita a seguir. Contudo, além desse cálculo, os valores do Ebitda foram ajustados pelos eventos não recorrentes, conforme exposto no art.11 da Portaria MME n 388/2016. Cabe ressaltar, que na ReN n 748/2016 não há menção a exclusão de tais eventos, o que de fato, a Aneel não vem realizando. Página 19

95 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/2018 O Ebitda acumulado realizado para o período de análise está exposto na primeira linha da tabela abaixo. Após, são excluídos os lançamentos não recorrentes que não foram tratados pela metodologia Aneel e, por fim, chega-se ao Ebitda ajustado. Ebitda realizado x Ebitda ajustado ago/16 a ago/18 R$ milhões Ebitda realizado x Ebitda Ajustado (Ago/2016 a Ago/2018) Itens ED Amazonas ED Roraima ED Alagoas ED Piauí ED Rondônia ED Acre Total Ebitda Realizado (6.410,2) 36,9 (102,5) 78,8 (1.414,2) 36,2 (7.774,9) Ajustes 327,8 (351,2) (279,9) (989,1) 298,9 (169,6) (1.163,2) Provisão 2.502,2 19,4 385,2-826, ,3 Contratos onerosos 812, ,7 CCC 814,1 19, , ,9 Passivo a descoberto em controladas 402, ,5 Impairment 63,6-40, ,9 Bresser/PIE/ICMS 409,2-344,9-562, ,3 Diferimento flexibilização tarifária/cva (1.776,3) (370,6) (665,1) (989,1) (527,7) (169,6) (4.498,5) Sobrecontratação de Energia (398,0) (398,0) Ebitda Ajustado (6.082,4) (314,3) (382,4) (910,3) (1.115,3) (133,4) (8.938,0) Além dos ajustes já explicados no item são tratados diferentemente outros dois, pois, afetam o Ebitda por essa metodologia e não afetavam na anterior, são eles: - Diferimento tarifário evento não recorrente correspondente ao valor da flexibilização tarifária nas empresas Ceal, Cepisa, Amazonas e Boa Vista que foi diferido no reajuste tarifário, e, portanto, originou uma receita de CVA afetando positivamente o Ebitda. - Reconhecimento de sobrecontratação evento não recorrente devido ao reconhecimento pela Aneel de direito a neutralidade da sobrecontratação de energia do período subsequente à interligação. A empresa tem um período de adaptação para ela se desfazer dos contratos do sistema isolado sem ser penalizada pela sobrecontratação. Por fim, em relação ao Ebitda de referência estabelecido pela Aneel, a necessidade complementar consolidada das empresas seria da ordem de R$ 7,2 bilhões, conforme exposto na tabela a seguir: Página 20

96 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/2018 Ebitda de Referência x Ebitda ajustado realizado ago/16 a ago/18 Ago/2016 a Ago/2018 Todas as empresas tiveram insuficiência de remuneração para fazer frente aos seus desequilíbrios econômico-financeiro. Ebitda Referência (A) Ebitda Realizado (B) R$ milhões Diferença (B) - (A) ED Amazonas (1.013,0) (6.082,4) (5.069,4) ED Roraima (202,1) (314,3) (112,3) ED Alagoas (47,9) (382,4) (334,5) ED Piauí (188,0) (910,3) (722,3) ED Rondônia (254,6) (1.115,3) (860,7) ED Acre (34,1) (133,4) (99,3) Total (1.739,6) (8.938,0) (7.198,4) 3.3 CÁLCULO DO INVESTIMENTO REALIZADO Para o cálculo do investimento realizado foi considerado todo o investimento realizado pelas distribuidoras, descontando os recursos provenientes da CDE para o Programa Luz para Todos, pois, trata-se de um encargo setorial para fazer frente a esse investimento. Cabe ressaltar que durante o período de designação, os investimentos foram autorizados e discutidos com o MME. Além disso, esses investimentos contemplam os destinados a redução de perdas e melhoria da qualidade do serviço e ainda incluem a ampliação da rede em casos de risco de colapso do sistema elétrico e necessidade de atendimento ao crescimento vegetativo. Diante desses motivos expostos, optou-se por comparar a QRR de referência com o total dos investimentos e não apenas os de reposição que só seriam suficientes para um curto período de tempo. Contudo, na tabela abaixo são demonstrados os dois tipos de investimentos. Página 21

97 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/2018 QRR Referência x Investimento realizado ago/16 a ago/18 Ago/2016 a Ago/2018 QRR Referência (A) Investimento Realizado c/ Recursos Próprios Investimento Reposição Realizado (C) R$ milhões Diferença (A) - (B) ED Amazonas 78,6 344,8 135,7 (266,2) ED Roraima 22,3 47,8 14,5 (25,5) ED Alagoas 152,8 272,4 106,2 (119,6) ED Piauí 123,6 281,6 114,8 (158,0) ED Rondônia 102,8 284,9 96,0 (182,1) ED Acre 54,4 76,8 34,8 (22,4) Total 534, ,4 501,9 (773,8) Todas as empresas em conjunto apresentaram insuficiência de remuneração da ordem de R$ 773,8 milhões, para fazer frente aos seus investimentos necessários, estando a Eletroacre mais equilibrada. Além disso, cabe ressaltar que a QRR de referência foi definida através da Base de Remuneração da revisão tarifária de 2013, estando muito defasada para a necessidade das empresas. 3.4 CÁLCULO DO SERVIÇO DA DÍVIDA REALIZADO Para o cálculo do serviço da dívida realizado foi considerado o efetivamente pago pelas distribuidoras dos empréstimos de RGR e o RO referentes ao Programa Energia+. Além desses valores, foram acrescidos os encargos financeiros dos empréstimos de RO uma vez que o Conselho da Eletrobras suspendeu os seus recebimentos a fim de aliviar o caixa das distribuidoras. Desse modo, se não houvesse esse adiamento dos recebimentos destes empréstimos pela holding, a situação econômico financeira das distribuidoras estaria ainda mais desequilibrada. Por esse motivo, a variação do montante de empréstimos e financiamentos de RO, de agosto de 2018 em relação à posição de agosto de 2016, foi incluída no serviço da dívida realizado, demonstrado na tabela a seguir: Página 22

98 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/2018 Serviço da dívida Referência x realizado ago/16 a ago/18 R$ milhões Ago/2016 a Ago/2018 Serviço da dívida Referência (A) Serviço da dívida Realizado (B) Diferença (A) - (B) ED Amazonas 617,9 639,2 (21,3) ED Roraima 39,5 27,8 11,7 ED Alagoas 392,7 429,2 (36,5) ED Piauí 569,6 317,6 252,0 ED Rondônia 174,4 244,9 (70,5) ED Acre 106,3 83,7 22,6 Total 1.900, ,5 157,9 Em relação ao serviço da dívida, o consolidado de referência foi maior em R$ 157,9 milhões, com destaque para o Piauí. Cabe destacar que nas duas metodologias aplicadas pela Aneel, tanto a NT 415/2016, quanto a da Res. 748/2016, não são consideradas para o cálculo da RGR de referência e para o acompanhamento trimestral da necessidade de recursos, o serviço da dívida de passivos com a Petrobras/BR Distribuidora e Cigás, ficando esse componente da RGR praticamente limitado ao valor da conta empréstimos e financiamentos onde se encontram as dívidas de RO com a Eletrobras e as dívidas de RGR contraídas antes do início do período de prestação de serviço. Assim, para o cálculo do serviço da dívida realizado, foi utilizada a mesma premissa da Aneel de excluir as dívidas com fornecedores de combustíveis do cálculo da necessidade de recursos. 3.5 COMPARAÇÃO DA RGR RECEBIDA X RGR NECESSÁRIA Após as comparações dos realizados por componente da equação da remuneração adequada de referência, faz-se necessário comparar com o efetivamente recebido pelas designadas neste período. Existe essa diferença entre a referência e o recebido pelas distribuidoras porque o primeiro considera os limites superiores da RGR referência da Aneel, independente dos resultados alcançados pelas distribuidoras. Já o segundo, é o efetivamente recebido pelas designadas no período, ou seja, leva em consideração os resultados trimestrais desempenhados por estas. Nesse sentido, Alagoas e Piauí tiveram Ebitda superiores ao de referência na apuração do terceiro trimestre de 2017, muito influenciado por um fator não recorrente, qual seja, o diferimento da flexibilização tarifária que leva a um registro de uma receita de CVA, tornando o Ebitda dessas distribuidoras positivo neste trimestre. O Acre também teve Página 23

99 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/2018 Ebitda positivo no acumulado até setembro de 2017, não recebendo RGR do período de dez/17 a mar/18. Em relação à Boa Vista, cabe ressaltar que na referência não se leva em consideração a operação do interior, e no RGR recebido e no necessário são contempladas a prestação de serviço em todo Estado. Foram recebidos aproximadamente R$ 80 milhões de RGR para operação do interior. Os valores de RGR referência, recebido e necessário são demonstrados na tabela a seguir: Ago/2016 a Ago/2018 RGR recebido x necessário ago/16 a ago/18 RGR Referência (A) RGR recebido (B) Para o valor da RGR recebida foram retirados os valores recebidos de RGR referentes ao diferimento tarifário de Ceal e Cepisa, respectivamente, R$ 113 milhões e R$ 61,3 milhões da Cepisa. Esse ajuste foi necessário uma vez que ao calcular o RGR necessário esses efeitos foram acrescidos nos ajustes do Ebitda por serem considerados efeitos não recorrentes que afetaram o resultado. RGR Necessário (Met. NT 415/2016) (C) RGR Necessário (Met. Prt 388/2016) (D) Diferença (C) - (B) R$ milhões Diferença (D) - (B) ED Amazonas (1.709,5) 1.626,3 (6.955,8) (7.066,4) (5.329,5) (5.440,1) ED Roraima (263,8) 314,8 (479,9) (390,0) (165,1) (75,1) ED Alagoas (*) (593,4) 437,9 (861,5) (1.084,1) (423,6) (646,2) ED Piauí (*) (881,2) 804,5 (1.331,3) (1.509,6) (526,8) (705,0) ED Rondônia (531,8) 527,7 (1.118,0) (1.645,1) (590,3) (1.117,4) ED Acre (194,9) 169,6 (245,9) (293,9) (76,2) (124,3) Total (4.174,7) 3.880,9 (10.992,4) (11.988,9) (7.111,5) (8.108,0) (*) Retirado os valores recebidos de RGR referentes ao diferimento tarifário, R$ 113 milhões Ceal e R$ 61,3 milhões De forma geral, no período, utilizando-se a abordagem da Remuneração Adequada, definida como o complemento ao recebimento de recursos via tarifa e encargos setoriais, a fim de se manter o equilíbrio econômico-financeiro das designadas, as empresas necessitariam receber R$ 7,1 bilhões a mais de RGR para que o período de designação fosse neutro, quando o Ebitda é calculado pela metodologia utilizada para o cálculo da RGR segundo a NT 415/2016 e R$ 8,1 bilhões quando o Ebitda é calculado pela metodologia de acompanhamento trimestral da Aneel (Res. 748/2016). Página 24

100 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/ ABORDAGEM DO FLUXO DE CAIXA DÍVIDAS VENCIDAS DURANTE O PERÍODO DE DESIGNAÇÃO Outra maneira de se verificar o desequilíbrio financeiro das empresas prestadoras de serviço temporário é através do fluxo de caixa. Durante o período de designação as distribuidoras acumularam dívidas de R$ 7,1 bilhões até agosto de 2018 devido à insuficiência de caixa para fazer frente a esses compromissos. Além dessa dívida, somou-se o quanto se deixou de pagar RO, exceto aqueles empréstimos do Banco Mundial. Esse ajuste foi realizado, pois, o pagamento desses empréstimos foi postergado para aliviar o caixa das distribuidoras. Caso não houvesse a repactuação deste serviço da dívida, o acúmulo de dívidas vencidas estaria certamente maior, acumulando dívidas setoriais o que poderia piorar ainda mais a situação financeira das designadas, uma vez que um de seus compromissos é a adimplência setorial. DÍVIDAS VENCIDAS PÓS PERÍODO DE DESIGNAÇÃO - A PARTIR DE Dívidas vencidas no período de designação ago/18 R$ milhões ago/18 Amazonas Boa Vista Ceal Cepisa Ceron Eletroacre Total 05/08/2016 Petrobras/CIGÁS 3.385, ,4 ATEM (Combustível) 39, ,0 Locação de Grupo Geradores Eletronorte PIEs - Eletrobras 440, ,7 CCEAR (Energia) - 140,7 167,9 54,0-100,1 462,7 Conta de Desenvolvimento Energético Serviço da Dívida 77, ,6 58,5-203,9 Encargo de Transmissão/Transmissora CCD - Parcelamento - Petrobras 242, ,9-457,1 CCD - Parcelamento - Eletrobras 898, ,1 AmE GT 230, ,2 Liquidação de Mercado a Curto Prazo 3, ,3-864,5 Custeio ,5-10,9 26,3 Investimento , ,0 Tributos ,0 50,9 10,6 75,6 Benefício pós emprego , ,4 Outros Total 5.316,5 140,7 167,9 161, ,7 121, ,9 Δ RO 408,4 34,7 311,8 197,0 175,6 63, ,5 Dívidas vencidas + RO repactuado 5.725,0 175,5 479,7 358, ,3 184, ,3 Conforme tabela anterior, pela ótica do fluxo de caixa, as empresas estariam desequilibradas em R$ 8,3 bilhões. Na ótica da abordagem do fluxo de caixa, ao contrário do que ocorre nas duas metodologias aplicadas pela Aneel (NT 415/2016 e Res. 748/2016), o serviço da dívida de passivos contraídos anteriormente ao período de designação, como as dívidas de combustíveis com a Petrobras/BR Distribuidora e Cigás, impactam o resultado da necessidade de recursos adicionais, pois o pagamento de Página 25

101 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/2018 compromisso de dívidas antigas acaba resultando em deixar de pagar faturas geradas durante a designação. Ou ainda, dívidas antigas que tenham sido parceladas e cuja alguma parcela não tenha sido paga durante o período de designação, acabam aparecendo como uma dívida gerada nesse período, aumentando a necessidade de recursos para gerar a neutralidade. 5. SÍNTESE DAS TRÊS METODOLOGIAS Após análise das três metodologias apresentadas, observa-se que apesar de possuírem metodologias e conceitos diferentes, apresentam resultados próximos, em média, R$ 7,8 bilhões de desequilíbrio econômico financeiro para o período de 25 meses, de ago/16 a ago/18, como observado na tabela a seguir: Síntese das três metodologias R$ milhões Ago/2016 a RGR RGR Ago/2018 NT. 415/2016 Res. 748/2016 Fluxo de caixa Média ED Amazonas 5.329, , , ,2 ED Roraima 165,1 75,1 175,5 138,6 ED Alagoas 423,6 646,2 479,7 516,5 ED Piauí 526,8 705,0 358,4 530,1 ED Rondônia 590, , , ,0 ED Acre 76,2 124,3 184,5 128,3 Total 7.111, , , ,6 Contudo, com base na Portaria n 388/2016 e na Lei n /2013, o período de designação deveria ser neutro para as distribuidoras, recebendo para isso recursos tarifários, encargos setoriais e remuneração adequada, limitada à disponibilidade de recursos da RGR, a fim de manter o equilíbrio econômico financeiro neste período. Desse modo, a Aneel não deveria ter limitado o desembolso da RGR ao menor valor entre a disponibilidade de recursos da RGR, a Remuneração Adequada de Referência e o último valor homologado da Remuneração Adequada Realizada, como o fez na Resolução Normativa Aneel n 748/2016. Na Portaria MME nº 301/2018, de 16 de julho de 2018, o Ministério em questão alterou partes da Portaria nº 388/2016, como o artigo 13º que passa a valer com a seguinte redação: na hipótese de a alienação do controle societário não ocorrer até 31 de dezembro de 2018 e a empresa ser encaminhada para liquidação, fica assegurada a Página 26

102 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/2018 neutralidade econômica das despesas totais incorridas pela empresa, entre 1º de agosto de 2018 e 31 de dezembro de Ou seja, ao contrário do pleiteado pela Eletrobras, ficou determinado a neutralidade econômica apenas para o novo período de designação que iria de ago/18 até dez/18 e somente no caso de liquidação das distribuidoras, sem contemplar desequilíbrios de períodos anteriores e no caso de venda das empresas. Em tratativas com a Aneel durante o segundo semestre de 2018, a agência reguladora argumenta que a Resolução 748/2016 limitou os recursos que seriam repassados à tarifa futura dos consumidores de energia através da concessão de empréstimos da RGR, no entanto, cabe à Eletrobras evidenciar os desequilíbrios ocorridos durante o período de designação e fazer o acerto de contas com o Poder Concedente, assim como está estabelecido no artigo 10º da Lei /2013. Como o resultado do período de designação de ago/16 até jun/17 impactou o Balanço Patrimonial das distribuidoras, e consequentemente, a dívida líquida das mesmas na data base da atualização do valuation dessas empresas, a Eletrobras entende que todo o desequilíbrio desse período de 11 meses, a começar em ago/16, é de direito da Eletrobras, pois impactou o nível de assunção de dívidas nas distribuidoras no processo de venda. Dessa forma, somente para o período de designação de ago/16 até jun/17, há necessidade de recursos adicionais de R$ 2,8 bilhões, que se somaria à RGR recebida nesse período, para tornar neutra a operação das distribuidoras durante esse período de designação, conforme demonstrado na tabela abaixo: R$ milhões Ago/2016 a RGR RGR Jun/2017 NT. 415/2016 Res. 748/2016 Fluxo de caixa Média ED Amazonas 2.551, , , ,5 ED Roraima 113,9 4,9 51,3 56,7 ED Alagoas 71,9 208,2 172,4 150,8 ED Piauí 7,6 83,9 269,0 120,2 ED Rondônia 253,3 547,6 323,1 374,7 ED Acre 38,9 49,8 30,3 39,7 Total 3.037, , , ,6 Esse racional de ter direito ao ressarcimento apenas até jun/17 só se aplica se todas as distribuidoras forem vendidas, de acordo com a modelagem proposta pelo BNDES e CPPI. Caso a Amazonas e Alagoas não sejam vendidas e aconteça a liquidação das duas empresas, e a liquidação ocorra na Eletrobras, dessa forma, a Eletrobras deve pleitear a Página 27

103 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/2018 necessidade de recursos adicionais para a neutralidade do período total de prestação de serviço, e não apenas até jun/17. Como pode ser observado, para o período total de ago/16 a ago/18 a metodologia do fluxo de caixa não destoa muito das duas metodologias, ficando muito próximo do resultado apresentado pela metodologia da Resolução Aneel 748/2016. No entanto, quando se segrega os períodos da prestação de serviço, fazendo um corte em jun/17, que foi a data base da atualização do valuation das distribuidoras e que afetou o nível de dívidas que serão assumidas pela Eletrobras com a venda das mesmas, a necessidade de recursos adicionais além da RGR recebida, medida pela ótica da metodologia do fluxo de caixa, varia bastante entre o primeiro e segundo período. A principal explicação está no fato do CCD 2014 com a Petrobras ter a sua parcela mensal mais que dobrado de valor, a partir de mar/18 (conforme regra estabelecida por contrato), e da assinatura do CCD 2018 em abr/18 com o primeiro pagamento no mês seguinte. Soma-se a isso, à interrupção do pagamento do CCD Garantia a partir de ago/17 para a Amazonas e jan/18 para o Acre, Rondônia e Roraima, além da diminuição do repasse mensal da CCC após a divulgação dos resultados preliminares da fiscalização da Aneel sobre o Fundo Setorial a partir de ago/17. Cabe enfatizar que, conforme já foi dito anteriormente nessa IT, nas duas metodologias aplicadas pela Aneel, tanto a NT 415/2016, quanto a da Res. 748/2016, não são consideradas para o cálculo da RGR de referência e para o acompanhamento trimestral da necessidade de recursos, o serviço da dívida de passivos com a Petrobras/BR Distribuidora e Cigás, ficando esse componente da RGR praticamente limitado ao valor da conta empréstimos e financiamentos. Assim, para o cálculo do serviço da dívida realizado para essas duas metodologias, foi utilizada a mesma premissa da Aneel de excluir as dívidas com fornecedores de combustíveis do cálculo da necessidade de recursos. Página 28

104 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/ CONCLUSÃO Em suma, o período de designação que deveria ser neutro para as distribuidoras da Eletrobras, por estarem prestando serviço em nome do poder concedente, com base na Portaria MME n 388/2016 e na Lei /2013, está trazendo prejuízos bilionários para as próprias empresas e para a Eletrobras. Até agosto de 2018, o prejuízo estimado se encontra na casa dos R$ 7,8 bilhões, já reduzido dos R$ 4,5 bilhões (valor corrigido) recebidos de RGR nesse período de designação, que se encontravam, até maio de 2018, registrados apenas no passivo das empresas, sem contrapartida do ativo regulatório, ou seja, contaminando o Patrimônio Líquido das distribuidoras e da própria Eletrobras. Em junho/18, o valor de R$ 4,2 bilhões foi reconhecido como ativo regulatório, tendo contrapartida na DRE como receita de CVA, gerando obrigações tributárias de PIS/COFINS e IR, não tornando o seu lançamento neutro. Como já foi discutido preliminarmente com a Aneel recentemente, após a venda das distribuidoras, cabe à Eletrobras prestar contas de todo o período de designação, evidenciando os desequilíbrios e a não neutralidade da prestação de serviço e fazer com que o Poder Concedente cumpra o estabelecido no artigo 10º da Lei nº /2013 e faça o acerto de contas dos prejuízos acumulados durante esse período. Durante os meses de designação de ago/16 até jun/17, o desequilíbrio econômico financeiro impactou negativamente o Balanço Patrimonial das distribuidoras, e consequentemente, o cálculo da dívida líquida na data base do valuation dessas empresas, o que obrigou à Eletrobras a assumir dívidas no valor aproximado de R$ 2,8 bilhões adicionais que não seriam necessários caso o período de designação fosse totalmente neutro para as empresas que prestaram serviço de distribuição de energia à solicitação do Poder Concedente. Dessa forma, o valor citado deveria ser reembolsado à Eletrobras, ficando a cargo da administração da empresa a decisão de solicitar o reembolso do desequilíbrio do período posterior a 30 de junho de Por fim, cabe destacar que os números e metodologias apresentados para o cálculo da neutralidade do período de prestação de serviço ainda são preliminares, necessitando de maior aprofundamento e discussões com a Aneel, a quem cabe a Eletrobras e suas distribuidoras prestarem contas do período de designação. Após a definição com a agência reguladora de qual será a metodologia para a prestação de contas, apenas uma metodologia deverá ser aplicada, podendo ser uma dessas três apresentadas nesse Página 29

105 Data: 05/11/2018 IT DDEF 007/2018 trabalho ou outra alternativa proposta pelas partes envolvidas. Adicionalmente, um maior detalhamento das provisões e contingências que afetaram o resultado das distribuidoras no período de designação precisa ser realizado, identificando e expurgando itens cujo fato gerador seja anterior à agosto de 2016, data do início do período de designação. Frederico Pinto Eccard - DDEF Luciana Pereira de Souza - DDEF Leonardo Fellipe de Toledo Costa - DDEF Página 30

106 Rio de Janeiro, 22 de agosto de Centrais Elétricas do Brasil S.A. - ELETROBRAS Avenida Presidente Vargas, º andar Rio de Janeiro RJ (via ) At: Marcos do Nascimento Pereira Coordenador Geral da Diretoria de Distribuição C/c: Maurício Carvalho Mazzini Superintendente Jurídico Ref: Distribuidoras do Norte/Nordeste da Eletrobras Principais aspectos de eventual dissolução Referimo-nos à consulta que nos foi formulada por V. Sas. a respeito da avaliação do regime jurídico aplicável a eventual dissolução e liquidação das Distribuidoras da Eletrobras, considerando a aprovação da modelagem de desestatização sugerida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES ) das Distribuidoras Companhia Energética do Piauí S.A. ( Cepisa ); Companhia Energética de Alagoas S.A. ( Ceal ); Companhia de Eletricidade do Acre S.A. ( Eletroacre ); Centrais Elétricas de Rondônia S.A. ( Ceron ); Boa Vista Energia S.A. ( Boa Vista Energia ); e Amazonas Distribuidora de Energia S.A. ( Amazonas Energia ), doravante denominadas em conjunto Distribuidoras. Em síntese, foi solicitado o nosso parecer a respeito do seguinte escopo: Avaliação a respeito do regime jurídico aplicável a eventual dissolução e liquidação das Distribuidoras da Eletrobras ( regime indicado ), à vista da ocorrência dos seguintes eventos: (i) incidência de qualquer das hipóteses previstas no art. 5º do Decreto nº 9.192/2017, que regula a desestatização mediante outorga da concessão associada à alienação do controle das empresas prestadoras do serviço público de distribuição de energia elétrica, modelo adotado na Resolução nº 20/2017 do CPPI e alterações posteriores; (ii) não prorrogação do prazo, estipulado na 169ª AGE da Eletrobras, para transferência do controle acionário das Distribuidoras, conforme termos aprovados nas 165ª, 170ª e 171ª AGEs da Eletrobras; Avaliação acerca dos procedimentos e atos a serem adotados pela Eletrobras e Distribuidoras na hipótese de sucesso nos leilões das Distribuidoras, e a consequente adjudicação de uma ou mais distribuidoras, e eventual não prorrogação do prazo, estipulado na 169ª e 171ª AGEs da 1

107 Eletrobras, para transferência do controle acionário das Distribuidoras, em especial diante do estabelecido na Lei nº 9.491/1997 e no Decreto nº 9.192/2017; Avaliação quanto ao trâmite societário e legal do regime indicado, correspondentes deveres fiduciários dos administradores da Eletrobras e das Distribuidoras, bem como limites da responsabilidade patrimonial da Eletrobras perante os credores das liquidandas; Avaliação quanto aos impactos sobre a aprovação societária e início dos atos de execução da liquidação à luz dos seguintes eventos: (i) depósito das ações das Distribuidoras no PND/PPI; (ii) designação, pelo Poder Concedente, para que as Distribuidoras prestem temporariamente os serviços de distribuição até a assunção de novo concessionário, conforme previsto no art. 9º, 1º e seguintes da Lei /2013 e Portarias MME 388/2016, 420 a 425/2016, 246/2018 e 301/2018; Avaliação quanto à inclusão, na apuração do acervo da liquidação, de eventuais créditos pleiteados pelas Distribuidoras em razão do desequilíbrio econômico-financeiro do período de designação; Avaliação, em caso de indicação do regime de liquidação ordinária pela Lei nº 6.404/76 ( liquidação ordinária ), a respeito de dívidas contraídas pelas Distribuidoras que possam eventualmente ser cobradas diretamente da Eletrobras, com lastro, e.g., na existência de grupo econômico ou garantias reais e/ou fidejussórias; Avaliação, em caso de indicação do regime de liquidação especial da Lei nº 8.029/90 ( liquidação especial ), que atrai a incidência da sucessão universal da União prevista no art. 23, se persistem para a Eletrobras obrigações ancoradas em garantias prestadas às Distribuidoras, sobretudo à luz do art. 40 da Lei de Responsabilidade Fiscal; Avaliação, qualquer que seja o regime indicado, se persiste para a Eletrobras a obrigação de recompor perante a RGR os recursos utilizados para a aquisição do controle das Distribuidoras à luz da Lei nº 9.619/1998, ou se é juridicamente possível aplicar-se a remissão prevista no art. 21- B, 2º da Lei nº /2013; Avaliação, em caso de indicação do regime de liquidação especial, de estratégia processual lastreada na sucessão universal da União prevista no art. 23 da Lei nº 8.029/90 e correspondentes prerrogativas contidas no Decreto nº 1.647/1996, quer seja para sugerir uma postura ativa de judicialização do tema pela Eletrobras, ou para defesa da companhia em face de demandas contra ela promovidas, levando-se em consideração os seguintes elementos: (i) impactos de um contencioso com a União, envolvendo, alternativa ou litisconsorcialmente, a Eletrobras e suas Distribuidoras liquidandas; (ii) neutralização/redução dos efeitos caixa e provisionamento para a Eletrobras. Assim, o presente documento pretende traçar o que nos parece ser o histórico do caso e levantar os principais argumentos jurídicos que permitam a dissolução de Distribuidora(s) na hipótese de restar deserto o leilão nos moldes atuais e a eventual responsabilização do administrador da Eletrobras no momento da tomada de decisão sobre o referido rito. Não 2 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

108 obstante, ao final deste estudo, analisaremos um a um os quesitos apresentados, embora tratando de forma resumida as questões que podem ser considerados incontroversos. A. DA DOCUMENTAÇÃO FORNECIDA E DO HISTÓRICO E PREMISSAS Para fins do presente parecer preliminar, analisamos a documentação disponibilizada no site da Eletrobras 1, assim como demais arquivos que nos foram fornecidos ao longo das últimas semanas, e as reuniões realizadas com os departamentos da Eletrobras envolvidos no tema e o seu Conselho de Administração. De forma sucinta, deve-se ressaltar que, para elaboração do presente parecer preliminar, partimos dos seguintes pressupostos e histórico obtidos nos documentos analisados: Na década de 90, nos termos autorizados por legislações específicas, a Eletrobras foi autorizada a adquirir os controles das Distribuidoras, em parte para a grande maioria das Distribuidoras, com a obtenção de recursos via empréstimo da Reserva Geral de Reversão ( RGR ), visando promover o reequilíbrio econômico-financeiro das mesmas para futura privatização; Efetivada a aquisição do controle das Distribuidoras, estas foram incluídas no Programa Nacional de Desestatização ( PND ), cabendo à Eletrobras implementar as medidas de saneamento econômico-financeiro e administrativo que fossem necessárias para a privatização das mesmas num futuro próximo; Por motivos alheios à vontade da Eletrobras, o PND não foi concluído e as Distribuidoras deixaram de ser um investimento transitório para se tornarem permanente na Eletrobras, permanecendo as Distribuidoras, porém, dentro do PND nos moldes atualmente existentes; Apesar de todo o esforço e recursos aplicados ao longo dos anos pela Eletrobras, e de eventuais ganhos práticos ocorridos para a populações atendidas, fato é que as Distribuidoras, por razões diversas (tais como estarem algumas das Distribuidoras no sistema isolado, em área de concessão peculiar com vasta extensão e pouco populosa e tarifas defasadas), de uma forma geral, não conseguem atingir os índices operacionais e de qualidade estabelecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica ( ANEEL ), o que vem contribuindo para constantes embates com o órgão regulador a respeito de glosas feitas e não pagamento de determinadas contribuições devidas, o que aumenta o déficit das já combalidas finanças das Distribuidoras. Essa situação crítica vem se arrastando ao longo dos anos; Os contratos de concessão das Distribuidoras tinham vencimentos estabelecidos para 2015 e, considerando que a mesma situação também se aplicava aos contratos de concessão de grande 1 %20AGE%20170%C2%AA.pdf 3 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

109 parte de outras empresas do setor elétrico, na última década, por decisão do Governo Federal, foi permitida a prorrogação de tais contratos de concessão, desde que, em contrapartida, certas metas exigidas pela ANEEL fossem cumpridas; A Eletrobras, após análise da situação histórica das Distribuidoras e dos cenários existentes (aceitando ou não as condições estabelecidas peal ANEEL para que fossem prorrogados tais contratos de concessão), decidiu por maioria, no âmbito de sua Assembleia Geral Extraordinária de Acionistas de nº 165, ocorrida em 22 de julho de 2016, por não prorrogar as concessões das Distribuidoras; Foi decidido, ainda, também por maioria, e com voto favorável da União, pela transferência do controle acionário das Distribuidoras, desde que ocorresse até 31 de dezembro de 2017, ou pela liquidação das mesmas. Sendo certo, porém, que a decisão alertava que até a efetiva transferência de cada uma das Distribuidoras para o novo controlador, tais Distribuidoras receberiam todos os recursos e remuneração necessários para operar, manter e fazer investimentos relacionados aos serviços públicos diretamente da União Federal ou através de tarifa, cabendo única e exclusivamente ao Governo Federal manter o equilíbrio econômico e financeiro das Distribuidoras, sem qualquer aporte de recursos, a qualquer título, pela Eletrobras; Naquela mesma oportunidade, os acionistas da Eletrobras também decidiram aprovar que, caso a transferência de controle não viesse a ocorrer até a data de 31 de dezembro de 2017, fossem adotadas todas as providências necessárias para liquidação das Distribuidoras; Paralelamente, considerando a decisão dos acionistas da Eletrobras pela não prorrogação de suas concessões de distribuição, e visando garantir a continuidade do serviço público essencial, o Ministério de Minas e Energia ( MME ) editou a Portaria MME nº 388, de 26 de julho de 2017, definindo os termos e as condições para a Prestação do Serviço Público de Distribuição de Energia Elétrica por Órgão ou Entidade da Administração Pública Federal; Por corolário, foram emitidas pelo MME portarias específicas designando cada uma das Distribuidoras como responsáveis pela Prestação do Serviço Público de Distribuição de Energia Elétrica, com vistas a garantir a continuidade do serviço nas suas respectivas áreas; Não obstante a decisão de que, desde 2016, competiria a União a responsabilidade pela manutenção do equilíbrio econômico e financeiro das Distribuidoras, na prática, a cada ano que passa a situação financeira e até mesmo operacional das Distribuidoras vem se agravando e as dívidas acumulando; Uma das principais credoras de determinadas Distribuidoras é a Petróleo Brasileiro S.A. Petrobras, por força da necessidade de aquisição de gás natural e combustível alternativo para alimentar usinas termelétricas que vem sendo despachadas constantemente ao longo dos últimos anos, especialmente nas áreas que estão no Sistema Isolado, que é o caso de algumas das Distribuidoras; No âmbito da relação com a Petrobras, por imposição da mesma, a Eletrobras, visando sempre manutenção dos serviços das Distribuidoras, se viu obrigada a ser garantidora em determinados contratos firmados por algumas das Distribuidoras perante a Petrobras; 4 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

110 Diante de todo o cenário, foi promulgada em setembro de 2016 a Lei , que criou o Programa de Parcerias de Investimentos ( PPI ) e o seu Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República ( CPPI ), esclarecendo que passaram a integrar o PPI as demais medidas do PND (regulamentado pela Lei nº 9.491, de 9 de setembro de 1997); No mesmo ano de 2016, em novembro, o Governo Federal promulgou o Decreto 8.893, qualificando as Distribuidoras como sendo de prioridade nacional nos setores de energia e designando o BNDES como responsável pela execução e acompanhamento do processo de desestatização das mesmas; Dentro de todo o arcabouço regulatório/legislativo criado para permitir a desestatização das Distribuidoras, um ordenamento relevante é o Decreto nº 9.192, de 6 de novembro de 2017, que regulamenta a Lei nº , de 11 de janeiro de No decreto em destaque, resta evidente a eventual licitação da concessão de distribuição de energia elétrica sem transferência do controle societário da pessoa jurídica responsável pela prestação do serviço de distribuição de energia elétrica, no caso as Distribuidoras. Devido a toda a complexidade do tema, e a designação do BNDES para estruturação do processo de desestatização das mesmas, a Eletrobras, em 28 de dezembro de 2017, na sua 169ª Assembleia Geral Extraordinária de Acionistas, decidiu por retificar o item aprovado na 165ª AGE para prorrogar o prazo para assinatura do contrato de transferência do controle acionário detido pela Eletrobras nas Distribuidoras, desde que ocorra até 31 de julho de 2018, sob pena de manutenção da decisão da 165ª AGE que determinou o encerramento dos serviços temporários de distribuição, bem como a liquidação das Distribuidoras, o que também deverá ocorrer caso não seja garantido pela ANEEL e/ou pelo Poder Concedente, o direito à prestação de serviços de distribuição, de forma temporária, até a efetiva transferência do controle acionário, mediante remuneração adequada; O BNDES, após contratar consórcio privado de expertises para realizar toda a análise das Distribuidoras visando realizar a desestatização das mesmas, sugeriu uma única licitação que juntaria a concessão da distribuição de energia elétrica com a transferência de controle de cada uma das Distribuidoras. Sob o argumento de viabilizar alguma chance de êxito no leilão a investidores e também a empregados e aposentados, o consórcio contratado pelo BNDES sugeriu uma estrutura pela qual, em suma, a Eletrobras assumiria a dívida das Distribuidoras e a converteria em capital social para posterior venda das Distribuidoras pelo preço atribuído de R$ ,00; A totalidade do que foi proposto pelo consórcio contratado pelo BNDES foi devidamente formalizado via a Resolução CPPI Nº 20, de 08 de novembro de 2017, e seus aditivos. A Eletrobras, em sua Assembleia Geral Extraordinária de Acionistas nº 170, decidiu, por maioria, considerando a opinião prestada pelos administradores da Eletrobras, com base nas informações e dados obtidos à época, em aprovar: (i) a estruturação delineada pelo BNDES à luz da Resolução CPPI nº 20/2017; e, (ii) aprovar a dissolução e liquidação da respectiva distribuidora, em caso de não cumprimento das condicionantes previstas nos itens 10 e 15 da referida Ata ou do prazo estabelecido pela 169ª AGE da Eletrobras para a assinatura do contrato de transferência do controle acionário detido pela Eletrobras nas Distribuidoras; 5 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

111 O Governo Federal, por força da Portaria MME nº 246, de 12 de junho de 2018, decidiu, de forma unilateral e discricionária, em prorrogar a Prestação do Serviço Público de Distribuição de Energia Elétrica por meio da designação, com vistas a garantir a continuidade do serviço nas suas respectivas áreas até o dia 31 de dezembro de 2018; O edital para a licitação das Distribuidoras foi lançado em 15 de junho de 2018, em atendimento ao disposto na Lei nº /2016, que alterou e Lei nº /2016, com o objetivo de viabilizar a licitação de empresas sob controle direto ou indireto da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, cujas concessões não foram prorrogadas (que é o caso das Distribuidoras), prevendo a possibilidade de a União promover nova licitação associada à transferência do controle acionário da concessionária, outorgando novo contrato de concessão pelo prazo de 30 anos. O edital atende ainda o disposto na Resolução CPPI nº 20, (alterada pelas Resoluções CPPI nº 28 e nº 29), aprovou as condições para a transferência do controle acionário detido pela Eletrobras Distribuidoras de forma associada à outorga da concessão do serviço de distribuição de energia elétrica nas respectivas áreas por 30 anos; Em 27 de junho de 2018, o Ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, concedeu liminar para suspender a realização do leilão da Ceal, no âmbito da Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 5.624; Através da Portaria nº 301, de 16 de julho de 2018, o MME alterou as normas de prestação do serviço de distribuição pela Eletrobras, ficando estabelecido, dentre outros, que: (i) caso a alienação do controle acionário não ocorra até 31 de dezembro de 2018, fica assegurada a neutralidade econômica das despesas totais incorridas pela Eletrobras entre 1º de agosto de 2018 e 31 de dezembro de 2018, as quais serão apuradas pela ANEEL e (ii) os recursos da RGR utilizados para empréstimos destinados ao custeio ou investimento a serem realizados pelas distribuidoras da Eletrobras serão tratados como obrigação da concessão de distribuição e a responsabilidade será transferida ao novo concessionário resultante de licitação, sendo que durante a prestação temporária do serviço, os empréstimos vão originar um direito correspondente; O prazo para transferência do controle acionário das Distribuidoras foi postergado até o dia 31 de dezembro de 2018, conforme aprovado por maioria dos acionistas da Eletrobras na 171ª AGE, realizada em 30 de julho de Deve-se destacar que os acionistas Fundo de Investimento em Ações Dinâmica Energia e Banclass Fundo de Investimento em Ações manifestaram-se no sentido de que só votariam pela prorrogação de tal prazo caso a União ficasse condicionada a absorver os futuros custos com a liquidação das Distribuidoras, nos termos da Lei nº 8.029/90; A distribuidora Cepisa não será objeto de nossa análise visto que foi leiloada em 26 de julho de 2018, quando a Equatorial Energia S.A. ofertou proposta de índice combinado de 119,00, o que significa renúncia de 100% do reposicionamento tarifário de PMSO, perdas não técnicas e dívida junto à RGR no período de designação em valor de aproximadamente R$ 844 milhões, captados antes da data de publicação do edital de desestatização, além de pagamento de outorga à União no valor de R$ 95 milhões. A Equatorial Energia S.A. se comprometeu ainda a aportar cerca de R$ 270 milhões na Cepisa; 6 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

112 Deve-se ressaltar que existe a possibilidade de que os leilões de algumas das Distribuidoras, mesmo dentro da estrutura sugerida pelo BNDES, restem desertos ou fracassem; Até a data do presente parecer, o leilão da Ceal encontra-se suspenso em virtude da liminar proferida pelo Ministro Ricardo Lewandowski já supramencionada; e Os nossos apontamentos abaixo partem da premissa de que as demais Distribuidoras, ou ao menos algumas delas, acabem permanecendo como parte integrante da Eletrobras e que a outorga da concessão na sua respectiva área seja concedida diretamente a terceiro de forma originária, ao qual caberia igualmente adquirir os bens reversíveis, com o que tais Distribuidoras perderiam por completo o seu objeto. Passamos agora a apresentar as nossas considerações sobre o tema, respondendo ao final, de forma objetiva, a cada um dos itens questionados. B. DOS ARGUMENTOS JURÍDICOS INERENTES AO TEMA SOLICITADO I. Das opiniões já apresentadas a respeito da aplicabilidade da Lei nº 8.029/90 ao caso em tela. Em síntese, a possibilidade de se seguir o rito de liquidação previsto na Lei nº 8.029/90 foi defendida nos pareceres elaborados por Arnoldo Wald, Gustavo Binenbojm e Nelson Eizirik, sob os seguintes principais argumentos: (i) Apesar da Lei nº 8.029/90 elencar, em seu art. 4º 2, as empresas que serão dissolvidas, o seu art. 21, 4º 3, determina que essa lei será aplicável, no que couber, à liquidação de empresas públicas que se revistam de outras formas admitidas pelo direito, o que garante a essa lei um caráter geral e abstrato. Sendo assim, a Lei nº 8.029/90 pode ser considerada como o estatuto geral aplicável à dissolução de sociedades por ações detidas pelo Poder Público. (ii) A Lei nº 8.029/90 é a única lei específica a regular a dissolução de sociedades de economia mista. 2 Art. 4 É o Poder Executivo autorizado a dissolver ou a privatizar as seguintes entidades da Administração Pública Federal: 3 Art. 21. Nos casos de dissolução de sociedades de economia mista, bem assim nos de empresas públicas que revistam a forma de sociedades por ações, a liquidação far-se-á de acordo com o disposto nos arts. 208 e 210 a 218, da Lei n 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e nos respectivos estatutos sociais. (...) 4 Aplicam-se as normas deste artigo, no que couber, à liquidação de empresas públicas que se revistam outras formas admitidas pelo direito. 7 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

113 (iii) O Tribunal de Contas da União ( TCU ) tem admitido a aplicação da Lei nº 8.029/90, especialmente seus artigos 21 e 23 4, à dissolução de qualquer ente da administração indireta, ainda que tais entes não constem no rol do supramencionado artigo 4º. (iv) Considerando que o art. 2º, I, da Lei nº /05 não permite que a dissolução de sociedade de economia mista siga o rito previsto em tal lei, Lei nº 8.029/90 resta como sendo a única legislação cabível a essa situação. (v) O art. 24 da Lei nº 9.491/97 determina que a Lei nº 8.029/90 será aplicável para qualquer caso de dissolução de sociedade incluída no PND, quando deliberada pelo Conselho Nacional de Desestatização, mas não restringiu a aplicação da Lei nº 8.029/90 a essa hipótese. Dessa forma, esta lei será aplicável a qualquer caso de dissolução de sociedade de economia mista. Por outro lado, a aplicação pura e simples, da Lei nº 6.404/76 à dissolução das Distribuidoras foi defendida pelo escritório Bocater Advogados e pelo escritório Loeser e Portela Advogados, este contratado pelo BNDES no âmbito do processo de privatização das Distribuidoras; assim como no parecer e na nota técnica não vinculantes emitidos pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e Advocacia-Geral da União, respectivamente, sob os seguintes argumentos: (i) A decisão tomada pelos acionistas da Eletrobras de proceder com a liquidação das Distribuidoras caso não ocorra a transferência do controle acionário até a data estabelecida foi de caráter exclusivamente empresarial e estratégico, estando fora do contexto de deliberação do CPPI. Como essa decisão pela dissolução das Distribuidoras não decorreu de ato do Poder Executivo, mas, sim, de uma decisão empresarial da Eletrobras, não seria aplicável a Lei nº 8.029/90, mas tão somente a Lei nº 6.404/76. (ii) Não há deliberação do CPPI para aprovar a dissolução das Distribuidoras como modalidade de desestatização, razão pela qual o art. 23 da Lei nº 8.029/90 não é aplicável à presente situação. (iii) Como não teriam se verificado nenhuma das hipóteses previstas na Lei nº 8.029/90, a dissolução das Distribuidoras deverá seguir estritamente o 4 Art. 23. A União sucederá a entidade, que venha a ser extinta ou dissolvida, nos seus direitos e obrigações decorrentes de norma legal, ato administrativo ou contrato, bem assim nas demais obrigações pecuniárias 8 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

114 previsto na Lei nº 6.404/76, cujas normas também são aplicáveis às sociedades de economia mista. Um dos principais argumentos pela inaplicabilidade da Lei nº 8.029/90 reside na necessidade de uma autorização legislativa específica e/ou decreto para liquidação de sociedade de economia mista ou empresa pública. No nosso entendimento, considerando que os arts. 15 e 16 da Lei nº A/61 dispõem que a Eletrobras operará diretamente ou por meio de subsidiárias, autorizando que estas constituam subsidiárias sem a necessidade de ter um ato normativo para tanto, entendese que na hipótese de a Eletrobras decidir pela extinção de tais subsidiárias, esta decisão deve ser interna, não dependendo de uma nova autorização legal. Ou seja, a autorização necessária para a Eletrobras extinguir suas subsidiárias advém da sua própria lei de criação. Em relação aos precedentes sobre o tema, além da decisão liminar proferida pelo Ministro Lewandovski, suspendendo expressamente a privatização de quaisquer empresas públicas e/ou de economia mista sem prévia e expressa autorização legislativa (Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 5.624), há poucos julgados tratando, ainda que tangencialmente sobre o tema. Aproximando-se do escopo, existe a Ação Direta de Inconstitucionalidade ( ADI ) nº 647-DF 5 julgada em que, dentre outras questões, contesta a constitucionalidade do Decreto nº /90, que nos termos da Lei nº 8.029/90 determinou a extinção do Instituto Brasileiro do Café ( IBC ). No caso em tela, a ADI não foi conhecida, justamente porque o decreto teria natureza regulamentar, apenas disciplinando a competência dos inventariantes que promoverão a extinção das autarquias e fundações, diferente do provimento legislativo que seria objeto de ADI. Importante notar, porém, que se trata de extinção de autarquia via Lei nº 8.029/90, não de empresa de economia mista como no caso das Distribuidoras. Também vale mencionar decisão do TCU que, em sede de aprovação de contas da Brasil Aconselhamento Financeiro (em liquidação), subsidiária do BB-Banco de Investimento (que por sua vez é subsidiária integral do Banco do Brasil), tratou não apenas sobre a natureza jurídica das subsidiárias de sociedades de economia mista, como também sobre a aplicação da DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

115 Lei nº 6.404/76 para liquidação e, ainda, sobre a desnecessidade de autorização legislativa para criação e extinção de tais sociedades 6. Entendendo que a liquidação das sociedades de economia mista deve seguir o regime comum das sociedades anônimas, previsto da Lei nº 6.404/76, há julgado do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, que, inclusive, por força do princípio da permanência da personalidade jurídica, consignou que a sucessão da sociedade de economia mista pela União só pode ocorrer após a conclusão do processo de extinção, e não a partir de Decreto do Poder Executivo (nº 1746/95), ou da lei (nº 9617/98) que autorizam a dissolução da sociedade (TRF 2. AC Rel. Des. PAULO BARATA. DJ 15/06/2004) Diante de tudo que foi apurado e de todos os contextos já apresentados, com a máxima vênia aos argumentos exarados pelos defensores da aplicação apenas do normativo da Lei nº 6.404/76, nos parece existir fundamentos sólidos para a defesa da aplicação da Lei nº 8.029/90 ao caso em tela. Primeiramente, deve-se ressaltar que a premissa de que a dissolução e a liquidação das Distribuidoras, cujos CNPJs não terão sido alienados, constituiria ato empresarial da Eletrobras não se sustenta, porquanto a decisão de alienar a concessão e os bens reversíveis a terceiro decorrem de atos de governo (dentre os quais, o inciso I, do artigo 5º do Decreto nº 9.192/17), o que torna a dissolução e a liquidação de tais Distribuidoras imperativa e automática, restando à Eletrobras simplesmente implementar tais atos, não lhe competindo qualquer outra alternativa. Ademais, o próprio art. 13 da Portaria MME nº 388/2016, cuja redação foi alterada pela Portaria nº 301/2018, estabelece que, caso não haja alienação do controle societário das Distribuidoras até 31 de dezembro de 2018, as mesmas deverão ser encaminhadas para liquidação. Sendo assim, não há que se falar que a decisão de liquidar as Distribuidoras foi em razão de um ato empresarial da Eletrobras, visto que isso foi decidido pela própria União. Mesmo que não se aceite a argumentação acima relativa à aplicação da Lei nº 8.029/90, o que se admite apenas ad argumentandum, há outro argumento que precisa ser considerado, relacionado com a natureza das Distribuidoras e a mens legis da Lei nº 8.029/90, que conduzem ao arcabouço jurídico que as incluíram no PND, sucedido pelo PPI, e de todo o processo para a privatização das citadas sociedades DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

116 Corrobora o fato de a decisão ter sido tomada diretamente pela União a exposição de motivos referentes à Medida Provisória nº 706/2015, que prevê que a realização do leilão das Distribuidoras seria para evitar a liquidação da empresa que perde o contrato de concessão. Nitidamente, nota-se que caso o leilão seja deserto, as Distribuidoras já serão encaminhadas para liquidação. Ademais, a Portaria nº 301/2018 do MME, que inclui determinados artigos na Portaria nº 388/2016 do MME, prevê a liquidação das Distribuidoras caso a alienação do controle societário não ocorrer até 31 de dezembro de É válido ressaltar ainda que o artigo 4º da Lei nº /16 deixa claro que o PPI será regulamentado por meio de decretos 7. Dessa forma, foi promulgado em novembro de 2016 o Decreto nº 8.893, no qual, em seu artigo 1º, qualifica as Distribuidoras como sendo de prioridade nacional 8. No mesmo diapasão, o inciso I, do artigo 5º, do Decreto nº 9.192/17, é claro ao dispor que, por decisão do CPPI, para os empreendimentos no âmbito do PPI, que é o caso das Distribuidoras, a ANEEL realizará a licitação da concessão de distribuição de energia elétrica sem transferência do controle societário das Distribuidoras, ou seja, da outorga originária da concessão. Como mencionado acima, se já existe normativo expresso outorgando à ANEEL a realização da licitação da outorga originária (e dos bens reversíveis), o que indubitavelmente acarretará no esvaziamento do objeto social das Distribuidoras, não resta dúvida que a dissolução das mesmas se torna um ato implícito do normativo vigente. Assim, em ocorrendo dito certame, e assumindo novas concessionárias o serviço de distribuição de energia elétrica nos estados atualmente atendidos pelas Distribuidoras, elas perderão por completo o seu objeto social e esse ato, por si só, como mencionado acima, deixa claro que não se necessita de qualquer ingerência da Eletrobras, cabendo a ela, tão 7 Art. 4º O PPI será regulamentado por meio de decretos que, nos termos e limites das leis setoriais e da legislação geral aplicável, definirão: 8 Art. 1º Ficam qualificados como prioridade nacional nos setores de energia e mineração os seguintes empreendimentos públicos federais, nos termos dos art. 1º, art. 4º, caput, inciso II, e art. 5º da Lei nº , de 13 de setembro de 2016: (...) IV - Amazonas Distribuidora de Energia S.A. e a concessão do serviço público de distribuição de energia elétrica da qual era titular; V - Boa Vista Energia S.A. e as concessões do serviço público de distribuição de energia elétrica da qual era titular e aquelas para as quais seja ou tenha sido designada como responsável temporariamente pela prestação do serviço; VI - Companhia de Eletricidade do Acre e a concessão do serviço público de distribuição de energia elétrica da qual era titular; VII - Companhia Energética de Alagoas e a concessão do serviço público de distribuição de energia elétrica da qual era titular; VIII - Companhia de Energia do Piauí e a concessão do serviço público de distribuição de energia elétrica da qual era titular; IX - Centrais Elétricas de Rondônia S.A. e a concessão do serviço público de distribuição de energia elétrica da qual era titular; 11 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

117 somente, formalizar a dissolução das Distribuidoras, se utilizando do rito do Decreto nº 8.029/90. II. Da Possibilidade de liquidar uma empresa deficitária Outro ponto que merece destaque é a respeito da situação atual das Distribuidoras. Apesar de não termos obtido acesso aos números até a presente data, é de conhecimento público a situação calamitosa dos balanços de cada uma das Distribuidoras, o que levantaria dúvidas sobre a possibilidade de liquidá-las, considerando, especialmente, que não podem vir a ter falência decretada, por força do artigo 2º da Lei nº /05 9. Não obstante, entendemos ser possível a liquidação de uma empresa deficitária, seja ela considerada como deficitária por não estar dando lucro, ou mesmo se essa empresa estiver insolvente (i.e., não possuir ativo suficiente para fazer frente ao passivo), que é o caso da grande maioria das Distribuidoras, senão o de todas. Porém, no caso da insolvência, de forma geral, apesar de a liquidação poder ser iniciada, ela provavelmente se converterá em falência no curso do procedimento. Em se tratando das Distribuidoras, sociedades de economia mista que são, há expressa vedação legal à hipótese de falência (apesar de haver correntes doutrinárias esparsas admitindo o contrário). Em tal hipótese, não havendo bens suficientes para fazer frente ao passivo, o liquidante não poderá requerer a falência, não existindo definição legal quanto ao destino da sociedade após se esgotarem os ativos. De qualquer forma, independentemente da sucessão já mencionada por força do artigo 23 da Lei nº 8.029/90, no caso de algumas das Distribuidoras não serem alienadas, o desequilíbrio econômico-financeiro que referidas Distribuidoras foram obrigadas a suportar, antes do período de designação, bem como outros eventuais atos de governo que precederam a aquisição das Distribuidoras pela Eletrobras, poderão gerar os créditos necessários para quitação dos seus passivos, na fase de liquidação das sociedades. No que tange aos termos da Lei nº 8.029/90, a União sucederá nos direitos e obrigações da Distribuidora a partir do ato de sua dissolução, embora possa o liquidante, atendendo à ordem de preferência falimentar, pagar os seus débitos até o exaurimento dos bens da sociedade dissolvida. 9 Art. 2º Esta Lei não se aplica a: I empresa pública e sociedade de economia mista;(...) 12 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

118 A liquidação das Distribuidoras obedecerá ao regime aplicável às sociedades anônimas e às sociedades limitadas, independentemente de sua natureza ou da lei de regência supletiva (Código Civil ou Lei nº 6.404/76). Isso ocorre porque o regime de liquidação previsto no Código Civil é perfeitamente análogo àquele previsto na Lei nº 6.404/76, tendo sido praticamente espelhado neste último. O regime de liquidação, portanto, é comum para qualquer sociedade empresária (ressalvados, obviamente, os regimes de liquidação especiais previstos em leis esparsas, como aqueles aplicáveis às cooperativas e instituições financeiras). Liquidação de uma sociedade ordinária Após o início da liquidação ordinária de uma sociedade empresária, uma das obrigações do liquidante é liquidar o ativo e proceder ao pagamento do passivo, conforme artigo 210, IV, da Lei nº 6.404/76 10 e artigo 1.103, IV, do Código Civil 11. Após o pagamento do passivo, o que sobrar deverá ser rateado entre os sócios. Já os incisos VII de ambos os artigos estabelecem como outra obrigação do liquidante confessar a falência da sociedade, o que deverá ocorrer caso o ativo seja superior ao passivo e caso não ocorram novos aportes por parte dos sócios para sanar tal situação de insolvência. É o que esclarecem Nelson Eizirik 12 e Modesto Carvalhosa Art São deveres do liquidante: (...) IV - ultimar os negócios da companhia, realizar o ativo, pagar o passivo, e partilhar o remanescente entre os acionistas; (...) VII - confessar a falência da companhia e pedir concordata, nos casos previstos em lei; 11 Art Constituem deveres do liquidante: (...) IV - ultimar os negócios da sociedade, realizar o ativo, pagar o passivo e partilhar o remanescente entre os sócios ou acionistas; (...) VII - confessar a falência da sociedade e pedir concordata, de acordo com as formalidades prescritas para o tipo de sociedade liquidanda; 12 Compete também ao liquidante requerer a falência da companhia, caso verifique que não há possibilidade de pagar os credores com o ativo social. Tendo em vista a redação do inciso VII, não é necessária a prévia autorização da assembleia geral, uma vez que constitui dever do liquidante, bastando a ciência ao órgão das medidas adotadas. (EIZIRIK, Nelson. A Lei das S/A Comentada, Vol. 4) 13 Uma vez apuradas perdas sociais que impedem o pagamento do passivo, ou a impossibilidade de tornar líquido o ativo para cobertura do passivo, é dever do liquidante requerer a autofalência ou a recuperação judicial ou extrajudicial da empresa. Ao ser acolhido o pedido de falência, deixa a liquidação de ser o meio de pagamento dos credores para o fim da partilha do remanescente entre os acionistas para transformar-se num concurso universal de credores, na presunção legal de insuficiência de ativos para o levantamento de recursos para o pagamento de seus créditos, ainda que o patrimônio social possa hipoteticamente superá-los. (CARVALHOSA, Modesto. Comentários ao Código Civil, Vol. 13) 13 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

119 Os artigos 214 da Lei 6.404/76 14 e do Código Civil 15, por sua vez, estabelecem que o liquidante pode dar início ao pagamento das dívidas sociais, devendo, porém: (i) respeitar as prioridades legais estabelecidas (previstas, principalmente, na lei de falências); e (ii) realizar todos os pagamentos proporcionalmente, independentemente de as dívidas serem vencidas ou vincendas (sendo que as vincendas deverão ser trazidas a valor presente e pagas com desconto). Para Fábio Ulhoa Coelho 16, isso significa que, num cenário em que a empresa liquidanda esteja insolvente (ou seja, não tenha ativos para solver o seu passivo), o liquidante tem duas opções: (i) pedir de imediato a falência da sociedade, mesmo antes de realizar qualquer pagamento; ou (ii) pagar as dívidas que forem possíveis a ele (respeitando-se a ordem de prioridades da lei de falências), e, só então, pedir a falência da sociedade. Em qualquer caso, porém, o destino da sociedade insolvente que tenha tido sua liquidação iniciada não tem como ser outro que não a falência. Caso, por outro lado, a sociedade seja solvente (tenha ativos suficientes para a cobertura do passivo), mas não esteja apurando lucro, poderá pedir sua liquidação, pois inexiste, seja no Código Civil, seja na Lei nº 6.404/76, qualquer regra que impeça a liquidação de empresa não lucrativa. A liquidação de sociedades empresárias existe, aliás, exatamente para essas situações, em que, apesar de a empresa ser solvente, a atividade empresarial não é mais viável ou lucrativa. Assim, caso por deficitária se entenda a empresa que não dá lucro, a resposta é positiva, e a empresa pode ser liquidada. Caso por outro lado, o termo deficitária se refira a uma empresa insolvente, o procedimento de liquidação pode ser iniciado, mas é obrigação do 14 Art Respeitados os direitos dos credores preferenciais, o liquidante pagará as dívidas sociais proporcionalmente e sem distinção entre vencidas e vincendas, mas, em relação a estas, com desconto às taxas bancárias. Parágrafo único. Se o ativo for superior ao passivo, o liquidante poderá, sob sua responsabilidade pessoal, pagar integralmente as dívidas vencidas. 15 Art Respeitados os direitos dos credores preferenciais, pagará o liquidante as dívidas sociais proporcionalmente, sem distinção entre vencidas e vincendas, mas, em relação a estas, com desconto. Parágrafo único. Se o ativo for superior ao passivo, pode o liquidante, sob sua responsabilidade pessoal, pagar integralmente as dívidas vencidas. 16 Após a realização do ativo e a satisfação do passivo, o patrimônio líquido remanescente é partilhado entre os sócios. A regra é a da divisão do acervo, segundo a participação de cada um no capital social, mas os sócios podem livremente negociar outras formas, visto tratar-se de direitos inteiramente disponíveis. Se não forem suficientes os bens do patrimônio social para o atendimento das dívidas da sociedade, e estando o capital social totalmente integralizado, o liquidante tem duas alternativas: pedir, desde logo, a falência da sociedade (LSA, art. 210, VII; CC, art , VII), ou realizar, com estrita observância das preferências titularizadas por cada credor (LSA, art. 214; CC, art ), os pagamentos possíveis, confessando a falência da sociedade após o exaurimento dos recursos da liquidação. (COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial, Vol. 2) 14 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

120 liquidante convertê-lo num pedido de falência, seja antes ou depois dos pagamentos que lhe forem possíveis. Cabe ressaltar ainda que o artigo 7º-A da Lei nº /07 17, modificado pela Lei Complementar nº 147/14, passou a permitir o registro de atos societários (inclusive de liquidação e extinção) independentemente da regularidade das obrigações tributárias, previdenciárias ou trabalhistas da sociedade liquidada. No entanto, além de isso em tese não alterar as demais obrigações do liquidante inclusive e principalmente a de pedir a falência da sociedade, conforme o caso, o próprio dispositivo legal ressalva a possibilidade de que os sócios e administradores venham a responder pessoalmente por tais débitos. Liquidação de uma sociedade de economia mista Em se tratando de sociedade de economia mista, que é o caso das Distribuidoras, o procedimento de liquidação, apesar de seguir a mesma forma daquele estabelecido na Lei nº 6.404/76 (e no Código Civil), possui algumas especificidades estabelecidas pelo artigo 2º da Lei nº /05 18 e pelos artigos 21 a 23 da Lei nº 8.029/90. Em primeiro lugar, conforme já acima mencionado, o artigo 2º da Lei nº /05 expressamente exclui a possibilidade de decretação de falência de sociedades de economia mista. Isso significa que, num cenário de liquidação, caso o liquidante verifique que a sociedade não tem ativos suficientes para solver o passivo, não poderá requerer a falência. Por outro lado, nem a Lei nº /05, nem a Lei nº 6.404/76, tampouco o Código Civil, estabelecem qual seria o destino da empresa liquidada caso os ativos se esgotem antes do término do pagamento do passivo. 17 Art. 7º-A. O registro dos atos constitutivos, de suas alterações e extinções (baixas), referentes a empresários e pessoas jurídicas em qualquer órgão dos 3 (três) âmbitos de governo, ocorrerá independentemente da regularidade de obrigações tributárias, previdenciárias ou trabalhistas, principais ou acessórias, do empresário, da sociedade, dos sócios, dos administradores ou de empresas de que participem, sem prejuízo das responsabilidades do empresário, dos titulares, dos sócios ou dos administradores por tais obrigações, apuradas antes ou após o ato de extinção. 1º A baixa referida no caput deste artigo não impede que, posteriormente, sejam lançados ou cobrados impostos, contribuições e respectivas penalidades, decorrentes da simples falta de recolhimento ou da prática comprovada e apurada em processo administrativo ou judicial de outras irregularidades praticadas pelos empresários ou por seus titulares, sócios ou administradores. 18 Art. 2º Esta Lei não se aplica a: (...) I empresa pública e sociedade de economia mista; 15 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

121 Como o pagamento do passivo e a prestação de contas pelo liquidante são prérequisitos para a extinção da sociedade 19, em princípio a sociedade não poderia ser declarada nem extinta e nem falida. Isso significa que a liquidação, nesse cenário, permaneceria suspensa. Em segundo lugar, a Lei nº 8.029/90 prevê que, no caso de sociedades de economia mista federais, a União sucederá a sociedade liquidada em todos os seus direitos e obrigações, sejam de natureza contratual ou extracontratual (art. 23 da Lei nº 8.029/90 20 ). Cabe ressaltar que há jurisprudência favorável à aplicação de tal dispositivo, entendendo pela efetiva sucessão da União nos débitos da sociedade de economia mista liquidada 21, principalmente na seara trabalhista, conforme abaixo melhor explorado. Isso significa que, no caso específico das entidades regidas pela Lei nº 8.029/90, apesar de o liquidante não poder requerer a falência da sociedade liquidada, os credores estarão teoricamente protegidos, em razão da sucessão da União nos débitos da sociedade dissolvida, a qual, devidamente reconhecida, permitiria a extinção da sociedade, após o exaurimento do seu ativo. III. Dos precedentes trabalhistas na sucessão de empresas de economia mista em liquidação Até a alienação ou a dissolução das Distribuidoras, responde a Eletrobras solidariamente com as mesmas pelas dívidas e contingências trabalhistas, as quais, pelo princípio da neutralidade que rege a prestação de serviços por elas, constituem elementos que determinam o seu equilíbrio financeiro-econômico bancado pela União. Após a sua alienação, 19 Lei das S.A.: Art Pago o passivo e rateado o ativo remanescente, o liquidante convocará a assembléia-geral para a prestação final das contas. 20 Art. 23. A União sucederá a entidade, que venha a ser extinta ou dissolvida, nos seus direitos e obrigações decorrentes de norma legal, ato administrativo ou contrato, bem assim nas demais obrigações pecuniárias. 21 AÇÃO DE COBRANÇA - Contribuição instituída pela Lei n /65, art. 36, 'b' - Legitimidade ativa para a cobrança - Instituto do Açúcar e do Álcool - IAA - Extinto o IAA, sucedeu a União Federal - Art. 23 da Lei 8029/90 - Extinção do processo sem julgamento do mérito, ante a ilegitimidade ativa - Recurso desprovido. (TJSP; Apelação ; Relator(a): José Habice; Órgão Julgador: 6ª Câmara de Direito Público; Foro de Presidente Prudente - 4ª. Vara Cível; Data do Julgamento: 08/11/2010; Data de Registro: 06/12/2010) TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. INSTITUTO DO AÇÚCAR E DO ÁLCOOL SUCEDIDO PELA UNIÃO FEDERAL. ART. 23 DA LEI /90. AUSÊNCIA DE ILEGITIMIDADE. CDA. PRESUNÇÃO DE CERTEZA E LIQUIDEZ. 1. Inexiste ilegitimidade ativa para a cobrança de multa administrativa, uma vez que a União Federal, com a extinção do Instituto do Açúcar e do Álcool, sucedeu a autarquia em todos os seus direitos e obrigações, conforme o disposto no art. 23 da Lei /90. (...) Apelação conhecida e não provida. (TRF-2; Apelação Cível AC RJ ; Relator(a) Jose Antonio Lisboa Neiva; Data do Julgamento: 14/07/2009; Data de publicação: 22/07/2009) 16 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

122 caberá ao adquirente suportar tal ônus. Após a sua dissolução, nos termos da análise acima, caberá tal ônus à União., devendo ser aplicado o artigo 23 da Lei nº 8.029/90. Nesse sentido, seguem abaixo as seguintes orientações jurisprudenciais: 48. PETROMISA. SUCESSÃO. PETROBRAS. LEGITIMIDADE (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 202 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e Em virtude da decisão tomada em assembléia, a Petrobras é a real sucessora da Petromisa, considerando que recebeu todos os bens móveis e imóveis da extinta Petromisa. (ex-oj nº 202 da SDI-1 - inserida em ) Transitória 59. INTERBRAS. SUCESSÃO. RESPONSABILIDADE (DJ ) A Petrobras não pode ser responsabilizada solidária ou subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da extinta Interbras, da qual a União é a real sucessora, nos termos do art. 20 da Lei nº 8.029, de (atual art. 23, em face da renumeração dada pela Lei nº 8.154, de ). Transitória Na mesma linha, temos as seguintes jurisprudências a compartilhar: RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA RECLAMADA PETROBRAS. EXTINÇÃO DA INTERBRÁS. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DA PETROBRAS. IMPOSSIBILIDADE. Nos termos da Orientação Jurisprudencial Transitória nº 59 da SBDI-1 do TST, a Petrobras não pode ser responsabilizada solidária ou subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da extinta Interbrás, da qual a União é a real sucessora, nos termos do art. 20 da Lei nº 8.029/90. Recurso de revista conhecido e provido. AGRAVO INTERPOSTO PELA RECLAMADA FUNDAÇÃO PETROBRAS DE SEGURIDADE SOCIAL - PETROS. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. EMPREGADO ANISTIADO. INCLUSÃO EM PLANO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. A parte agravante não apresenta argumentos capazes de desconstituir a decisão que negou seguimento ao agravo de instrumento, uma vez que o recurso de revista não demonstrou pressuposto intrínseco previsto no art. 896 da CLT. O art. 202, 2º, da Constituição Federal não tem pertinência com o tema relativo à inclusão de empregado anistiado em plano de previdência privada, portanto, não habilita tecnicamente o recurso. Agravo a que se nega provimento. (Ag-ARR , Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa, Data de Julgamento: 07/02/2018, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 09/02/2018) AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA - SUCESSÃO DA PORTOBRAS - DOCAS/PB - LEI Nº 8.029/90. Contrariamente ao pretendido pela reclamada, não há como entender violada a literalidade dos artigos de lei e da Constituição Federal invocados, uma vez que a responsabilidade da recorrente pelos créditos trabalhistas do autor, conforme consignado pela Corte Regional, decorreu do teor do art. 20 da Lei nº 8.029/90, que dispôs que a União sucederia nos seus direitos e obrigações as entidades que viessem a ser extintas ou dissolvidas, caso da Portobrás, empregadora original do autor. Agravo de instrumento desprovido. (AIRR , Relator Ministro: Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Data de Julgamento: 30/06/2010, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 06/08/2010) 17 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

123 RECURSO DE EMBARGOS. NULIDADE DO JULGADO TURMÁRIO POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. A manifestação da c. Turma no sentido de que a matéria fora devidamente apreciada pela eg. Corte a quo, afastando as violações dos arts. 832 da CLT, 458 do CPC e 93, IX, da Constituição Federal, não é passível de apreciação na c. SDI, por ofensa dos dispositivos invocados, diante dos estritos termos do art. 894, II, da CLT. Recurso de embargos não conhecido. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DA PETROBRÁS. EXTINÇÃO DA INTERBRÁS. ASSUNÇÃO DE OBRIGAÇÕES PELA UNIÃO. LEI N.º 8.029/90. ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL TRANSITÓRIA Nº 59 DA SDI-1. RECURSO DE REVISTA DA PETROBRÁS NÃO CONHECIDO. A Lei nº 8.029/90 atribuiu à União a responsabilidade pela assunção das obrigações pecuniárias devidas pela empresa dissolvida, no caso, a Interbrás, o que abrange os débitos trabalhistas. Quando o legislador transferiu à União a responsabilidade pelas obrigações pecuniárias da empresa extinta (Interbrás), desfez-se o grupo econômico com a Petrobrás. Entendimento da C. SDI-1, conforme disposto na Orientação Jurisprudencial Transitória nº 59. -INTERBRAS. SUCESSÃO. RESPONSABILIDADE. DJ A Petrobras não pode ser responsabilizada solidária ou subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da extinta Interbras, da qual a União é a real sucessora, nos termos do art. 20 da Lei nº 8.029, de (atual art. 23, em face da renumeração dada pela Lei nº 8.154, de ). Recurso de embargos conhecido e provido. (E-ED-RR , Relator Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga, Data de Julgamento: 27/09/2012, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 05/10/2012) TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA DE MÉRITO. RESPEITO À COISA JULGADA MATERIAL. Transitando em julgado a sentença de mérito, mantida em sede de Ação Rescisória, não podem ser discutidas, na fase de execução, questões já definitivamente superadas, cobertas pelo manto da coisa julgada material. OBRIGAÇÃO DE FAZER. REINTEGRAÇÃO. POSSIBILIDADE. EXTINÇÃO DA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. SUCESSÃO PELA UNIÃO. Não mais existindo a Sociedade de Economia Mista destinatária do comando sentencial de reintegração, mas vislumbrando-se que o Decreto nº 2.646, de 30 de junho de 1998, expressamente estabeleceu que a dissolução da COLONE far-se-ia de acordo com as disposições da Lei n , de 12 de abril de 1990, que previu, em seu art. 23, que a União sucediria a entidade que viesse a ser extinta ou dissolvida, nos seus direitos e obrigações, torna-se possível o cumprimento da decisão judicial transitada em julgado que determinou a reintegração do obreiro no emprego. Agravo de petição conhecido e parcialmente provido. (TRT MA , Relator: AMÉRICO BEDÊ FREIRE, Data de Julgamento: 20/09/2011, Data de Publicação: 28/09/2011) RECURSO DE REVISTA. PRODAGO. ESTADO DE GOIÁS. SUCESSÃO. OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA. PRECATÓRIO. Não se vislumbra a possibilidade da existência de litisconsórcio passivo na execução, haja vista que para o Direito do Trabalho, revelaram-se todos os requisitos da sucessão, nos termos dos arts. 10 e 448 da CLT, pois não somente o patrimônio, como todas as obrigações e contratos da empresa pública foram absorvidas pelo Estado. No tocante ao processo de liquidação aludido na decisão, tanto as empresas públicas como as sociedades de economia mista dependem de lei para a sua criação como para a sua extinção, liquidação ou privatização. Sobrevindo a lei, ao contrário do procedimento de liquidação extrajudicial das instituições financeiras, é o próprio executivo o interveniente e responsável pela dissolução do ente paraestatal, o que se dá mediante a edição de lei. Extinta por lei, não há concomitância das personalidades, mas superposição do interesse público sobre o interesse privado. Portanto, a execução se processa em observância ao disposto no art. 100 da CF/88. Recurso de revista conhecido e provido. (TST - RR: , Relator: Luiz 18 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

124 Philippe Vieira de Mello Filho, Data de Julgamento: 15/12/2004, 4ª Turma, Data de Publicação: DJ 18/02/2005.) RFFSA. CBTU. FLUMITRENS. CENTRAL. SUCESSÃO TRABALHISTA. ISONOMIA DE TRATAMENTO SALARIAL ENTRE OS EMPREGADOS DA EMPRESA ORIGINÁRIA, DA SUBSIDIÁRIA E DAS CINDIDAS. POSSIBILIDADE. a cbtu é uma sociedade de economia mista federal criada como subsidiária da rffsa e sucedida pela empresa pública flumitrens, por cisão, em 1984 (lnº 8.693/93, art 3º, 3º), que por sua vez foi sucedida pela central, empresa pública vinculada à secretaria de estado de transportes, também por cisão. Há sucessão, para o direito do trabalho, sempre que a empresa (entendido o termo como a atividade do empresário) passa, no todo ou em parte, temporariamente ou não, e por qualquer modo (cisão, fusão, incorporação), das mãos de um para as de outro empresário, sem que haja solução de continuidade nos contratos de trabalho. Na cisão, a sociedade nova, criada com o aporte de parte ou de todo o patrimônio da cindida, sucede a esta nos direitos e nas obrigações (l nº 6.404/ 76, art. 229). Em rigor, nem carecia dessa ressalva, porque para o direito do trabalho os arts. 10 e 448 da cut são exaustivos. Se a CBTU, como subsidiária da RFFSA, já se obrigara pelo PCS a manter paridade de salários com a RFFSA, essa obrigação se transfere para as Cindidas, Flumitrens e Central, de sorte que os empregados da Central têm de receber tratamento idêntico aos dispensados pela RFFSA. Não se trata de permitir equiparação salarial entre empregados de empresas distintas, mas de assegurar isonomia de tratamento entre empregados originários de uma empresa (RFFSA) e sua subsidiária (CBTU), entre esta (CBTU) e sua sucessora (FLUMITRENS) e, ainda, entre esta (FLUMITRENS) e sua sucessora (CENTRAL).(TRT-1 - RO: RJ, Relator: JOSÉ GERALDO DA FONSECA, Data de Julgamento: 24/05/2006, SÉTIMA TURMA, Data de Publicação: 07/07/2006) SUCESSÃO DE EMPREGADORES. COMOB x COMURG. A Lei Complementar 183, de 19 de dezembro de 2008, autorizou a dissolução e liquidação da COMOB e a absorvição dos seus empregados pela COMURG, reconhecendo que aquela era uma subsidiária desta, fato que levou à retificação das anotações lançadas na CTPS dos trabalhadores, fazendo constar a COMURG como atual empregadora. Considerando que os trabalhadores se submeteram a concurso público e que atualmente são empregados da COMURG, fazem jus à aplicação da CCT dessa sociedade de economia mista. (TRT18, RO , Rel. KATHIA MARIA BOMTEMPO DE ALBUQUERQUE, 1ª TURMA, 17/10/2012) (TRT-18 - RO: GO , Relator: KATHIA MARIA BOMTEMPO DE ALBUQUERQUE, Data de Julgamento: 17/10/2012, 1ª TURMA) IV. Orientação do Supremo Tribunal Federal acerca dos débitos fiscais Interessante também analisar como se daria a discussão acerca dos eventuais débitos fiscais, sejam eles federais, estaduais ou municipais. Conforme já mencionado linhas acima, e de acordo com a Lei nº 8.029/90, após a dissolução das Distribuidoras caberá à União o ônus de arcar com as dívidas e contingências fiscais. Nesse sentido, é válido observar que a AGU possui o entendimento de que cabe à 19 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

125 União, na qualidade de sucessora, assumir o pagamento de quaisquer obrigações pecuniárias da sociedade em liquidação 22. Evidentemente que em relação a eventuais tributos federais, em vista da confusão entre credor e devedor, se extinguirão, nos termos do art. 26 da Lei nº 8.029/90, que dispões que os débitos de qualquer natureza para com a Fazenda Nacional e de responsabilidade das entidades que vierem a ser dissolvidas nos termos da referida da lei serão cancelados. Contudo, o mesmo já não se pode dizer dos tributos de competência estadual e/ou municipal, os quais tampouco serão afetados pela imunidade tributária prevista no artigo 150, VI da Constituição Federal. E aqui cabe distinguir entre créditos tributários oriundos de fatos geradores anteriores à dissolução daqueles posteriores à referida data. Em relação aos tributos estaduais ou municipais constituídos regularmente enquanto existia a sociedade de economia mista que, como tal, era sujeito passivo legítimo de determinado tributo a dissolução não terá o condão de extingui-los. Isso porque sendo sucessora da sociedade de economia mista (tal como determinado na Lei nº 8.029/90), a União se torna a responsável tributária pelos créditos inadimplidos, nos exatos termos do Código Tributário Nacional (artigo 130 e seguintes). Ou seja, se o tributo era devido pela Distribuidora, caberá à sua sucessora a União arcar com tal ônus. Nesse sentido tem entendido o Supremo Tribunal Federal: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. INAPLICABILIDADE À RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA POR SUCESSÃO. ART. 150, VI, A DA CONSTITUIÇÃO. A imunidade tributária recíproca não exonera o sucessor das obrigações tributárias relativas aos fatos jurídicos tributários ocorridos antes da sucessão (aplicação retroativa da imunidade tributária). Recurso Extraordinário ao qual se dá provimento. (RE / PR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA Julgamento: 05/06/2014, Órgão Julgador Tribunal Pleno, DJe-213 DIVULG PUBLIC ) Barbosa: Vale citar trecho do voto conduto do acórdão, da lavra do Eminente Ministro Joaquim A regra constitucional da imunidade, por se destinar à proteção específica do ente federado, é inaplicável aos créditos tributários constituídos legitimamente contra pessoas jurídicas dotadas 22 Parecer nº GQ-86, da AGU, o qual foi aprovado pelo Presidente da República em 19 de outubro de 2015 e se estende a todos os entes da Administração Pública Federal. 20 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

126 de capacidade contributiva e cuja tributação em nada afetaria o equilíbrio do pacto federativo. Pelo contrário: a aplicação da imunidade prejudicaria a expectativa do ente federado dito periférico à receita tributária, à guisa de garantia de uma inexistente vantagem pecuniária a outro ente federado. Peço especial atenção dos colegas neste ponto: qualquer imunidade tributária prejudica, em certa medida, a expectativa de arrecadação dos entes federados. Essa perda deve ser tolerada pelos entes, para satisfazer outros valores tão ou mais relevantes previstos na Constituição. Porém, deixar de tributar uma pessoa jurídica dotada de capacidade contributiva, que seja era mera instrumentalidade estatal, desequilibra o pacto federativo, ao invés de preservá-lo. Outrossim, no que tange a tributos referentes a fatos geradores ocorridos após a sucessão, pela União, da sociedade de economia mista, entendemos que será aplicável a regra do artigo 150, VI da Constituição Federal, que garante imunidade recíproca aos diversos entes da federação. V. Do momento adequado para iniciar a dissolução das Distribuidoras. Ultrapassada a discussão sobre a possibilidade da utilização do rito da Lei nº 8.029/90, assim como da possibilidade de se ter a liquidação das Distribuidoras deficitárias, do reflexo da continuidade e do impacto trabalhista no que tange a sucessão da União, passamos agora a versar sobre o momento adequado para se dar início ao processo de dissolução das Distribuidoras. Na hipótese de o Leilão nº 2/2018-PPI/PND ser frustrado, a ANEEL realizará licitação para a concessão de distribuição de energia elétrica sem a transferência do controle societário da respectiva Distribuidora, conforme disposto no artigo 5º do Decreto nº 9.192/ Nessa nova licitação a ser realizada somente para a concessão da distribuição de energia elétrica, deverão estar previstos no edital os prazos para: (a) assinatura do contrato de concessão; (b) início das atividades e (c) aquisição, pela Concessionária, dos bens e instalações reversíveis vinculados à prestação do serviço. Ademais, deverão estar estabelecidas no edital em questão as obrigações da Distribuidora que deverão ser assumidas pela nova concessionária. Em razão do período de designação encerrar em dezembro de 2018 e da assunção das obrigações pela nova concessionária, é provável que a designação não seja prorrogada 23 Art. 5 o A Aneel realizará a licitação da concessão de distribuição de energia elétrica sem transferência do controle societário da pessoa jurídica responsável pela prestação do serviço de distribuição de energia elétrica, nas seguintes hipóteses: (...) III - caso seja frustrada a licitação de que trata o art. 1 o. 21 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

127 novamente ou, caso ocorra, que seja por um prazo curto. Devido à essa situação, a Distribuidora ficará com seu objeto social esvaziado, o que impõe a sua extinção. De modo geral, pode-se dizer que teoricamente existem três momentos distintos para iniciar a dissolução das Distribuidoras, cada um com suas vantagens e desvantagens, conforme abaixo exposto. (a) Após o início das operações da nova concessionária/distribuidora: Momento no qual, com o fim da prestação dos serviços de distribuição de energia, a Distribuidora perde a sua finalidade. Dessa forma, com base nas disposições do art. 206, I, e, da Lei nº 6.404/76 24, deve a sociedade ser extinta. Cabe aqui reiterarmos o nosso entendimento de que a submissão das sociedades de economia mista à Lei nº 6.404/76, conforme determinado pelo próprio artigo 4º da Lei nº /16 25, não impede a aplicação da Lei nº 8.029/90 no que tange ao procedimento de dissolução e extinção. Nessa possibilidade, inicia-se o processo de dissolução após deliberação em assembleia geral extraordinária em cada uma das Distribuidoras, cujos procedimentos serão expostos mais adiante; e, por força do já mencionado art. 23 da Lei nº 8.029/90, a União passa a suceder a Distribuidora nos seus direitos e obrigações. A principal vantagem de se iniciar o processo de dissolução nesse momento é de que a obrigatória dissolução da sociedade de economia mista por esvaziamento do seu objeto não admite mais controvérsia, o que permite uma menor judicialização. A desvantagem é a de que até a dissolução da Distribuidora, não poderá ainda ser alegada a sucessão das obrigações pela União, sendo que eventuais defesas da Distribuidora deverão estar centradas na essencialidade de sua atividade, ao passo que a Eletrobras terá 24 Art Dissolve-se a companhia: I de pleno direito: (...) e) pela extinção, na forma da lei, da autorização para funcionar. 25 Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta. 22 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

128 apenas direito de regresso contra a Distribuidora, e, assim, só será eventualmente reembolsada, mediante a aplicação do princípio da neutralidade. Entendemos, também, que, ao seguir essa opção, não será prejudicada a decisão já tomada pelos acionistas da Eletrobras, no âmbito das assembleias gerais já realizadas no que tange ao prazo para o eventual início do processo de dissolução de cada uma das Distribuidoras. Isso porque mesmo que o prazo originalmente aprovado para a tomada de decisão venha a ser ultrapassado, é provável que o novo concessionário ainda precisará de algum tempo para efetivamente começar a operacionalizar a concessão e, durante tal período, a designação da respectiva Distribuidora, compulsória em sua essência, terá que prosseguir. Portanto, sob pena de eventuais penalidades em caso de interrupção da prestação dos serviços, por mais que eventualmente já se tenha um novo concessionário, a respectiva Distribuidora terá que continuar prestando o seu serviço de distribuição, devendo, apenas, resguardar o seu direito do princípio da neutralidade já previsto no normativo existente, o qual, como é sabido, não vem sendo respeitado. (b) Após a licitação para outorga pura da concessão, mas antes da entrada em operação da nova concessionária Nessa outra possibilidade, frustrado o leilão de determinada Distribuidora, a ANEEL realizará licitação para a concessão de distribuição de energia elétrica sem a transferência do controle societário da respectiva Distribuidora, nos termos já estabelecidos no inciso III, do artigo 5º, do Decreto nº 9.192/17. Portanto, nesse caso, já teria sido feita a licitação para a outorga pura da concessão a um terceiro, o qual ainda não teria, apenas, iniciado a sua operação. Como na opção (a) acima, a submissão das sociedades de economia mista à Lei nº 6.404/76, conforme determinado pelo já mencionado artigo 4º da Lei nº /16, não impediria a aplicação da Lei nº 8.029/90 no que tange ao procedimento de dissolução e extinção. Nos mesmos moldes da opção anterior, iniciar-se-ia o processo de dissolução após deliberação em assembleia geral extraordinária em cada uma das Distribuidoras, cujos procedimentos serão expostos mais adiante; e, por força do art. 23 da Lei nº 8.029/90, a União passaria a suceder a Distribuidora em direitos e obrigações 23 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

129 A principal vantagem desta opção (b) é que se poderá alegar, a partir da dissolução, a sucessão da União das obrigações da Distribuidora e a consequente ilegitimidade de parte nas ações e execuções movidas por terceiros. Porém, em termos comparativos com a opção (a), como aqui o novo concessionário ainda não teria efetivamente iniciado as suas operações, poderia se ter um questionamento sobre a viabilidade da própria dissolução, por mais que já fosse sabido que, num futuro próximo, a Distribuidora perderia por completo o seu objeto. (c) Após o leilão deserto do combo concessão de distribuição de energia e a transferência do controle societário da Distribuidora. A vantagem e a desvantagem seriam as mesmas da opção (b), embora o interregno entre a dissolução e o completo esvaziamento do objeto seja maior e consequentemente o risco de uma decisão adversa no sentido de que tenha havido uma antecipação da dissolução seja maior. A nossa recomendação seria no sentido de que seja adotada a opção (a) e que as opções (b) e (c) sejam consideradas apenas se houver um número relevante de constrições a justificar a antecipação da dissolução. V. Do rito a ser seguido para iniciar a dissolução das Distribuidoras. Independentemente de quais das opções acima será adotada, a partir do momento em que a decisão pela dissolução da(s) Distribuidora(s) for tomada em uma Assembleia Geral, haverá o risco da judicialização (inclusive de anulação dessa AGE) da questão da aplicação da Lei nº 8.029/90 a partir dessa decisão 26. Esse risco poderá ser mitigado mediante a adoção dos procedimentos a seguir explicitados. Dentre os argumentos que podem vir a ser utilizados pela não aplicabilidade da Lei nº 8.029/90 é que as sociedades de economia mista estão submetidas à Lei nº 6.404/76, 26 Ainda que a Lei nº 8.029/90 seja aplicável, é possível entender que a dissolução só poderia ocorrer após encerradas as atividades da Distribuidora. Até lá, a Distribuidora ainda desempenha seu objeto social, e, portanto, não seria o caso de extinção por esvaziamento da atividade. Além disso, o dispositivo que prevê a possibilidade de que a Assembleia Geral decida pela dissolução da companhia (artigo 206, I, c da Lei nº 6.404/76), foi expressamente excluído pela Lei nº 8.029/90 ao tratar da dissolução e extinção das sociedades de economia mista. Logo, é possível que se entenda nula a Assembleia Geral que decidiu pela dissolução antes de encerrada a prestação do serviço de distribuição de energia. Por outro lado, após cessada a prestação de serviços, a extinção é de rigor, pois a sociedade de economia mista não pode subsistir se perder a função para a qual foi criada. 24 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

130 como determina a própria Lei das Estatais. Ocorre que, no que tange ao procedimento de dissolução e liquidação, a Lei nº 8.029/90 é sim aplicável, em virtude do disposto em seu art. 21, 4º, sendo os arts. 208 e 210 a 218 da Lei nº 6.404/76 aplicáveis somente no que tange ao rito de dissolução. Portanto, a Eletrobras, na qualidade de acionista majoritária das sociedades de economia mista, deve convocar uma Assembleia Geral para cada uma das Distribuidoras para deliberar pela dissolução e liquidação das mesmas. Caso aprovada a deliberação, a ata dessa Assembleia Geral deverá declarar a dissolução da sociedade nos termos do art. 206, c, c/c 136, X, da Lei nº 6.404/76. Nesse momento, entendemos não ser necessário que seja expressamente apontado o rito da Lei nº 8.029/90 como sendo o aplicável. A nosso ver, ele será a única opção a ser tomada e, consequentemente, é dispensável a sua expressa referência na ata da assembleia geral de cada uma das Distribuidoras, desde que, porém, os trâmites aqui previstos, principalmente o do envio da notificação nos termos abaixo dispostos, sejam respeitados. Deve-se destacar que na 171ª AGE da Eletrobras, os acionistas Fundo de Investimento em Ações Dinâmica Energia e Banclass Fundo de Investimento em Ações já se manifestaram no sentido de que a Eletrobras, e seus administradores não poderiam admitir que a União, enquanto acionista controlador, interfira de forma contrária à aplicação das disposições da Lei nº 8.029/90 à liquidação das Distribuidoras, sob pena de responsabilização pelos atos praticados. Cabe observar que a Lei nº 8.029/90 atribui à Procuradoria da Fazenda Nacional a função de convocar a AGE que deliberar pela dissolução de sociedade de economia mista (Art. 21, 1º). Entendemos que esse dispositivo se refere a sociedades de economia nas quais a União é acionista direta, sendo que no que tange às subsidiárias indiretas, como é o caso das Distribuidoras, caberá ao acionista controlador, no caso a Eletrobras, a tarefa de convocar tais assembleias, visto não ser a União a acionista controladora das Distribuidoras. No mesmo talante, a tarefa de indicar o liquidante, que foi atribuída pela mesma lei ao Ministério do Planejamento, poderá ser assumida pela Eletrobras. Quanto à nomeação do liquidante, esta deverá ocorrer em nova AGE que se realizará após a realização da Assembleia Geral supracitada e dentro do prazo de oito dias. Conforme disposto no art. 21, 1º, da Lei nº 8.029/90, o liquidante deverá ser servidor efetivo ou aposentado da Administração Pública Federal indicado pelo Ministério do Planejamento. No caso, a própria Eletrobras, na sua condição de acionista controlador, o fará. 25 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

131 A Eletrobras, notificará a União, através do Ministério das Minas e de Energia e do Ministério do Planejamento, a ANEEL, o CPPI, e o BNDES, aqui na figura de gestor do FND, que detém a posse das ações das Distribuidoras, informando que, em razão do leilão ter sido frustrado e ter sido necessário realizar um novo certame para a concessão apenas da distribuição de energia, a Distribuidora perdeu ou está à beira de perder o seu objeto social. Constará, ainda, nessa notificação que, diante desse quadro, não resta outra alternativa à Distribuidora senão proceder com a sua dissolução e liquidação, observado o rito da Lei nº 6.404/76, determinado pelo art. 21, caput, da Lei nº 8.029/90. Na notificação poderá constar o nome e a qualificação da pessoa a ser indicada para o cargo de liquidante, para aprovação, se for o caso, do Ministério do Planejamento. Na notificação supracitada, o liquidante também informará que a Distribuidora não pretende interromper de imediato suas atividades e que as manterá até que se esgote o prazo previsto de designação ou até que o novo concessionário assuma as atividades, o que ocorrer primeiro, e solicitará que a União, caso deseje, edite decreto nos termos do art. 23, 1º, da Lei nº 8.029/90 declarando a suspensão ou rescisão dos contratos que entender que devam ser encerrados por motivo de interesse público. Independentemente de eventual decreto da União regulamentando a continuidade dos contratos atualmente vigentes entre a Distribuidora e terceiros, uma vez decidida por Assembleia Geral, a Sociedade será dissolvida e o liquidante poderá dar seguimento às atividades de forma regular, sempre justificando seus atos no objetivo de liquidar e de maximizar o valor dos ativos 27. VI. Do procedimento de liquidação. Após a dissolução da sociedade e iniciada a liquidação, cabe também à AGE mencionar expressamente a necessidade de continuar com as atividades correntes para encerrá-las no prazo estipulado com terceiros para evitar maiores danos para a empresa sendo liquidada, como, por exemplo, perdas e danos por inadimplência contratual. Conforme já mencionado, iniciada a liquidação da sociedade, é nomeado um liquidante, que a partir de então assume a gestão da atividade empresarial. O liquidante 27 Todos os atos do dia-a-dia da empresa, necessários para o desempenho de sua atividade de distribuição de energia (até que nova Concessionária assuma essa atividade), poderão ser praticados pelo Liquidante. 26 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

132 possui os mesmos deveres e responsabilidades do administrador, conforme artigos 217 da Lei nº 6.404/76 28 e do Código Civil 29. No entanto, os artigos 211, parágrafo único, da Lei nº 6.404/76 30 e 1.105, parágrafo único, do Código Civil 31, estabelecem expressa restrição a que o liquidante dê continuidade na atividade social, sujeitando essa possibilidade à expressa e prévia autorização da assembleiageral ainda que para facilitar a liquidação 32. Assim, nosso entendimento é que o liquidante pode prosseguir no cumprimento dos contratos em curso, mas apenas mediante autorização expressa da assembleia-geral. Apesar de o liquidante deter os mesmos poderes e deveres do administrador da sociedade (que incluem deveres de diligência e de maximização do valor do ativo), a continuidade na atividade social, por expressa disposição legal, pressupõe autorização expressa da assembleia-geral. Após o encerramento das atividades e realização de todos os pagamentos possíveis e a sucessão da União com relação às demais, o liquidante apresentará o seu relatório final de prestação de contas e convocará uma assembleia geral extraordinária para aprova-la. Como já é sabido, para a extinção da sociedade, os pressupostos são: (i) quitação integral do passivo; ou (ii) assunção das dívidas trabalhistas e fiscais. Nesse caso, o pedido de extinção será reforçado com base no argumento de que a União, em razão da sucessão, é a nova devedora das obrigações pendentes e que, portanto, não há razão para a Distribuidora liquidada existir. No entanto, é recomendável que a extinção ocorra apenas após a pacificação 28 Art O liquidante terá as mesmas responsabilidades do administrador, e os deveres e responsabilidades dos administradores, fiscais e acionistas subsistirão até a extinção da companhia. 29 Art As obrigações e a responsabilidade do liquidante regem-se pelos preceitos peculiares às dos administradores da sociedade liquidanda. 30 Art Compete ao liquidante representar a companhia e praticar todos os atos necessários à liquidação, inclusive alienar bens móveis ou imóveis, transigir, receber e dar quitação. Parágrafo único. Sem expressa autorização da assembléia-geral o liquidante não poderá gravar bens e contrair empréstimos, salvo quando indispensáveis ao pagamento de obrigações inadiáveis, nem prosseguir, ainda que para facilitar a liquidação, na atividade social. 31 Art Compete ao liquidante representar a sociedade e praticar todos os atos necessários à sua liquidação, inclusive alienar bens móveis ou imóveis, transigir, receber e dar quitação. Parágrafo único. Sem estar expressamente autorizado pelo contrato social, ou pelo voto da maioria dos sócios, não pode o liquidante gravar de ônus reais os móveis e imóveis, contrair empréstimos, salvo quando indispensáveis ao pagamento de obrigações inadiáveis, nem prosseguir, embora para facilitar a liquidação, na atividade social. 32 Com efeito, o liquidante é o órgão de representação da companhia dissolvida, com todas as atribuições e responsabilidades de um diretor (art. 144). Nesse sentido, a maioria da doutrina continental considera o liquidante legalmente competente para representá-la (art. 211). (...) o liquidante é o órgão gestor e representativo da sociedade dissolvida, órgão necessário sem o qual não se pode realizar a liquidação, sendo indelegáveis as suas funções. (CARVALHOSA, Modesto. Comentários à Lei de Sociedades Anônimas, Vol. 4) 27 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

133 do entendimento dessa sucessão, sendo que enquanto isso não ocorrer, nada mais poderão fazer os credores das distribuidoras exceto aguardar o desfecho da eventual judicialização. Deve ser ressaltado porem que caso os titulares de garantias dadas pela Eletrobras às suas Distribuidoras, eventuais constrições contra a Eletrobras que se revelem exitosas, propiciarão a sub-rogação da Eletrobras nas obrigações por ela eventualmente pagas e consequentemente o seu recebimento da União em razão do princípio da aplicação do princípio do artigo 23 da Lei nº 8.029/90. Aprovadas as contas pela assembleia geral extraordinária, extingue-se definitivamente a personalidade jurídica da sociedade. VII. Da consequência da liquidação das Distribuidoras. (a) Nos contratos que a Eletrobras figura como garantidora perante a Petroleo Brasileiro S.A. Petrobras: No caso dos contratos firmados pelas Distribuidoras com a Petrobras, tendo a Eletrobras como garantidora, com a dissolução, a garantia será extinta em razão da aplicação do art. 40 da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000), visto que, como a União seria a sucessora, nos termos da Lei nº 8.029/90, não poderia a Eletrobras garantir a sua controladora. (b) No caso da dívida perante a Conta de Desenvolvimento Energético CDE (sucessora da Reserva Geral de Reversão RGR): Nas dívidas contraídas pelas Distribuidoras a partir do início da designação, a União passará a ser responsável pelas mesmas, por força da Lei nº 8.029/90. Por outro lado, é sabido que existem também dívidas contraídas pela Eletrobras para aquisição de algumas das Distribuidoras. Nestes casos, portanto, o entendimento é que, na hipótese de leilão realizado com sucesso, a Eletrobras paga as dívidas utilizando os recursos recebidos e, o remanescente, será considerado quitado, conforme previsto no artigo 21-B da Lei nº / Art. 21-B. Será depositado no fundo da RGR o montante obtido com a alienação das ações adquiridas pela Eletrobras nos termos do art. 1º da Lei no 9.619, de 2 de abril de 1998, cujo valor de aquisição fez parte da operação prevista na alínea a do inciso I do art. 9º da Medida Provisória nº , de 24 de agosto de 2001, e cuja recomposição foi anuída pelo art. 21-A desta Lei, limitado o valor da devolução ao montante da RGR utilizado para a aquisição das ações, na forma do art. 3º da Lei nº 9.619, de 2 de abril de 1998, atualizado conforme 5º do art. 4º da Lei no 5.655, de 20 de maio de DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

134 Nesse sentido, a Portaria nº 301/2018 do MME, cuja extensão do prazo de designação foi acolhido pelos acionistas da Eletrobras na 171ª AGE, dispõe que os recursos da RGR utilizados para empréstimos destinados ao custeio ou investimento a serem realizados por empresa controlada direta ou indiretamente pela União no período de designação constituirão obrigação da concessão de distribuição de energia elétrica e a responsabilidade pelos mesmos serão transferidas ao novo concessionário. Já no caso de leilão deserto, a Eletrobras, como devedora, em tese, seria a responsável pelo pagamento da dívida contraída. Para tais casos, existem as seguintes alternativas: (i) possibilidade de ajuizamento contra a União questionando a responsabilidade pelo pagamento dessa dívida; (ii) interpretar o artigo 21-B de modo a que o depósito do valor da alienação das ações seja equivalente ao depósito resultante do montante que sobejar após o processo de liquidação ou (iii) manutenção da Distribuidora no PPI, para que uma vez saneado o seu CNPJ, possa o mesmo ser alienado. (c) Em relação a ações judiciais em curso: Nos casos existentes no qual cada uma das Distribuidoras figure como ré, a mesma poderia alegar sua ilegitimidade passiva, com fulcro no artigo 23 da Lei nº 8.029/90 ou então, dependendo da fase do processo, e da interpretação dos textos legais aplicáveis, requerer a denunciação à lide da União. (d) Nas reclamações trabalhistas: Nas reclamatórias trabalhistas envolvendo cada uma das Distribuidoras, mesmo que se alegue a sucessão, pela União, em todos os seus direitos e obrigações, existe um risco concreto de que caso não seja cumprida a sentença condenatória, o juiz trabalhista entenda que seja responsabilidade do sócio majoritário da Distribuidora, a Eletrobras, o pagamento da dívida e a determinação do bloqueio da conta. Nessa situação, poderá ser usado como matéria de defesa, na medida judicial correspondente, a aplicação da Lei nº 8.029/90, indicando a União como sua sucessora, nos moldes das jurisprudências acima compartilhadas. VIII. Da responsabilidade dos administradores da Eletrobras e das Distribuidoras quanto ao rito a ser seguido. 29 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

135 Os administradores da Eletrobras e das Distribuidoras estão submetidos ao regime de responsabilidade dos administradores das sociedades anônimas, devendo agir com diligência e lealdade, protegendo os interesses societários da companhia, conforme determina a Lei nº 6.404/76. Nos casos de sociedades de economia mista, não há que se falar em eventual conflito: o administrador deve ser probo em relação à companhia, mesmo que possa ir de encontro a interesses de algum eventual acionista, inclusive, e especialmente, se for o controlador. Tal dever precisa ser especialmente considerado quando se tem operações realizadas entre empresas coligadas, devendo todos os atos serem feitos em condições equitativas e com as devidas compensações. O art. 245 da Lei nº 6.404/76 determina que os administradores não podem, em prejuízo da companhia, favorecer sociedade coligada, controladora ou controlada 34. Na mesma linha, surge a Lei nº 8.429/92 ( Lei de Improbidade Administrativa ), que pode vir a responsabilizar o administrador que praticar ou aprovar atos temerários que venham a causar prejuízos efetivos à companhia. Não pode servir como eventual mitigador de responsabilidade o argumento de favorecimento ao acionista controlador por interesses distintos do objeto da companhia e de sua rentabilidade. Deve-se observar, ainda, que o Regimento Interno do Conselho de Administração da Eletrobras vai de encontro ao disposto nas Leis nº 6.404/76 e 8.429/92 ao determinar que é vedado aos Conselheiros omitir-se no exercício ou proteção de direitos da companhia. Cabe aqui ressaltar que os órgãos de controle da União são independentes e, ao longo dos anos, têm tido atuação cada vez mais destacada na análise das tomadas de decisões dos administradores das entidades públicas, sejam elas diretas ou indiretas. IX. Das respostas aos questionamentos feitos. 34 Conforme já mencionado anteriormente, na 171ª AGE da Eletrobras, os acionistas Fundo de Investimento em Ações Dinâmica Energia e Banclass Fundo de Investimento em Ações, ao se manifestarem sobre a prorrogação do período de designação, declararam que a Lei nº 8.029/90 é aplicável à liquidação das Distribuidoras e ressaltaram que a Eletrobras e os seus administradores não podem admitir que a União, como acionista controladora, interfira no processo de liquidação das Distribuidoras. 30 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

136 Avaliação a respeito do regime jurídico aplicável a eventual dissolução e liquidação das Distribuidoras da Eletrobras ( regime indicado ), à vista da ocorrência dos seguintes eventos: (i) incidência de qualquer das hipóteses previstas no art. 5º do Decreto nº 9.192/2017, que regula a desestatização mediante outorga da concessão associada à alienação do controle das empresas prestadoras do serviço público de distribuição de energia elétrica, modelo adotado na Resolução nº 20/2017 do CPPI e alterações posteriores; (ii) não prorrogação do prazo, estipulado na 169ª AGE da Eletrobras, para transferência do controle acionário das Distribuidoras, conforme termos aprovados nas 165ª, 170ª e 171ª AGEs da Eletrobras; Considerando que tanto a hipótese da Aneel realizar a licitação da concessão de distribuição de energia elétrica sem transferência do controle societário da pessoa jurídica responsável pela prestação do serviço de distribuição de energia elétrica, nos termos do art. 5º do Decreto nº 9.192/17, quanto o caso de não prorrogação do prazo para transferência do controle acionário acarretam o esvaziamento do objeto social das Distribuidoras, não resta outra alternativa às mesmas a não ser a realização da dissolução, nos termos da Lei nº 8.029/90, em razão do disposto em seu art. 21, 4º, e dos argumentos apresentados ao longo do presente parecer. Avaliação acerca dos procedimentos e atos a serem adotados pela Eletrobras e Distribuidoras na hipótese de sucesso no leilão do dia 26/07/2018, e a consequente adjudicação de uma ou mais Distribuidoras, e eventual não prorrogação do prazo, estipulado na 169ª AGE da Eletrobras, para transferência do controle acionário das Distribuidoras, pela AGE a ser realizada no dia 30/07/2018, em especial diante do estabelecido na Lei nº 9.491/1997 e no Decreto nº 9.192/2017; Com o êxito do leilão realizado em 26 de julho de 2018, quando a Cepisa foi ofertada, a nova Concessionária terá um prazo para iniciar suas atividades de distribuição de energia e, até tal data, a Cepisa deverá assegurar a continuidade do serviço. Deverá, ainda, manter registros contábeis próprios relativos à prestação do serviço bem como prestar contas à ANEEL, sendo que continuará a ser remunerado pela prestação dos serviços, atendendo, em qualquer hipótese, estritamente o princípio da neutralidade. Quanto à nova Concessionária, ela deverá, conforme os termos definidos do edital, adquirir os bens e as instalações reversíveis vinculados à prestação do serviço que sejam de propriedade da Distribuidora que terá seu controle societário transferido no processo de licitação, por valor correspondente à parcela de investimentos não amortizados e/ou não depreciados a eles associados, valorados pela metodologia do VNR. sejam exitosos. O procedimento supracitado será aplicável aos demais leilões das Distribuidoras que 31 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

137 Avaliação quanto ao trâmite societário e legal do regime indicado, correspondentes deveres fiduciários dos administradores da Eletrobras e das Distribuidoras, bem como limites da responsabilidade patrimonial da Eletrobras perante os credores das liquidandas; O trâmite societário para a decisão sobre a dissolução de algumas das Distribuidoras deverá se dar mediante uma assembleia geral extraordinária de acionistas no âmbito de cada uma das Distribuidoras para implementar a dissolução das mesmas. Em assim sendo aprovado, o rito apontado anteriormente sobre a notificação aos entes públicos já listados deverá ser obedecido. Quanto aos deveres fiduciários dos administradores da Eletrobras para a decisão sobre o assunto em tela, reiteramos a necessidade, por força de rito legal, de se observar os deveres de lealdade e diligência, defendendo os interesses da empresa como acionista de tais Distribuidoras que, após a concessão da outorga pura, e ao fim do período de designação, restarão sem qualquer finalidade, sendo, portanto, sua respectiva dissolução a única alternativa a ser seguida. Ademais, conforme já exposto, os administradores não podem, em prejuízo da companhia, favorecer sociedade coligada, controladora ou controlada, de acordo com o disposto no art. 245 da Lei nº 6.404/76. Considerando que determinados acionistas minoritários da Eletrobras já se manifestaram, na 171ª AGE, no sentido de que a Lei aplicável é a 8.029/90 e que, portanto, a União deve absorver os custos com a liquidação das Distribuidoras, há a possibilidade real de possível responsabilização aos administradores da Eletrobras e das Distribuidoras caso estes votem pela aplicação da Lei nº 6.404/76 ao processo de liquidação. Em corolário ao processo de dissolução, conforme detalhado ao longo do presente documento, a Lei nº 8.029/90 surge como o rito a ser adotado e, portanto, nos termos ali presentes, a União se configura como sucessora da Eletrobras perante os seus credores, com exceção das dívidas contraídas perante o RGR para aquisição das Distribuidoras; Nesse caso, a Eletrobras, como devedora, seria a responsável pelo pagamento de tais dívidas, podendo buscar uma das alternativas indicadas no item VII, (b), do presente documento para cumprir tal obrigação e obter a respectiva quitação. Já no caso de leilão deserto, a Eletrobras, como devedora, em tese, seria a responsável pelo pagamento da dívida contraída. Para tais casos, existem as seguintes alternativas: (i) possibilidade de ajuizamento contra a União questionando a responsabilidade pelo 32 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

138 pagamento dessa dívida; (ii) interpretar o artigo 21-B de modo a que o depósito do valor da alienação das ações seja equivalente ao depósito resultante do montante que sobejar após o processo de liquidação ou (iii) manutenção da Distribuidora no PPI, para que uma vez saneado o seu CNPJ, possa o mesmo ser alienado. Avaliação quanto aos impactos sobre a aprovação societária e início dos atos de execução da liquidação à luz dos seguintes eventos: (i) depósito das ações das Distribuidoras no PND/PPI; (ii) designação, pelo Poder Concedente, para que as Distribuidoras prestem temporariamente os serviços de distribuição até a assunção de novo concessionário, conforme previsto no art. 9º, 1º e seguintes da Lei /2013 e Portarias MME 388/2016, 420 a 425/2016 e 246/2018; Como é sabido, as ações das Distribuidoras se encontram depositadas no Fundo Nacional de Desestatização FND, por força dos normativos que criou e regulamentou o Programa Nacional de Desestatização, que ainda é aplicável nos termos que a regulamentação do PPI seja silente. Dessa forma, a Seção II, do Capítulo VI, do Decreto nº 2.594/98, que regulamenta a Lei nº 9.491/97, criadora do PND, versa sobre o depósito de tais ações, esclarecendo que, contra o depósito de tais ações, o Gesto do FNP emitiria em favor do depositante um Recibo de Depósito de Ações RDA. O mesmo normativo lista a dinâmica da administração de tais RDAs, esclarecendo que: (i) o RDA emitido em favor do depositante será cancelado automaticamente, para todos os eleitos, quando do encerramento do processo de desestatização; (ii) Na hipótese de exclusão do PND, da sociedade cujas ações representativas do capital social tenham sido objeto de depósito, será realizado o cancelamento do RDA; e (iii) Os titulares de ações depositadas deverão mantê-las escrituradas em seus registros contábeis, sem alteração de critério, até que seja encerrado o processo de desestatização. Nos termos da Lei em comento, seu artigo 23 designa o BNDES como o gestor do FND, sendo, portanto, o ente que emitiu o RDA e detém as ações das Distribuidoras. Resta claro o silêncio do normativo para o possível caso em análise, no qual as Distribuidoras viriam a ser dissolvidas por total perda do seu objeto. Nesse caso, nosso entendimento é que, quando do ato da notificação aos entes a respeito do processo de dissolução, também seja encaminhada ao BNDES referida carta, esclarecendo sobre a interpretação de que tais RDAs sejam mantidos até que a empresa seja extinta ou que as suas ações sejam alienadas. 33 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

139 Avaliação quanto à inclusão, na apuração do acervo da liquidação, de eventuais créditos pleiteados pelas Distribuidoras em razão do desequilíbrio econômico-financeiro do período de designação; Em breve síntese, com a recusa de cada uma das Distribuidoras de renovar o seu respectivo contrato de concessão, nos termos estabelecidos na Lei nº /13, com vistas a garantir a continuidade da prestação dos serviços para atendimento ao consumidor, foi facultado ao antigo concessionário, mesmo ele não tendo aceito a prorrogação do prazo de sua concessão, permanecer responsável pela prestação dos serviços até a assunção do novo concessionário. Caso o antigo concessionário não desejasse permanecer prestando tais serviços, mesmo que de forma precária, o 1º do artigo 9º da supracitada Lei já esclarecia que Caso não haja interesse do concessionário na continuidade da prestação do serviço nas condições estabelecidas nesta Lei, o serviço será explorado por meio de órgão ou entidade da administração pública federal... Portanto, os parágrafos seguintes do mesmo artigo 9º explanam o procedimento a ser seguido por dito órgão ou entidade da administração pública federal, quando no caso de vir a ser eleito para a prestação do serviço público essencial, enquanto um novo contrato de concessão não é adjudicado. Assim, a redação inserida nos parágrafos 3º até o 6º do mesmo artigo trata de criar o arcabouço necessário para garantir que referido órgão ou entidade que vier a ser designado não assumirá simplesmente o ônus na execução de tal atividade. Em 3 de agosto de 2016, por meio das Portarias Nº 420, 421, 422, 423, 424 e 425/2016, o MME designou as Distribuidoras como responsáveis pela prestação do serviço público de distribuição de energia elétrica em seus respectivos estados, com vistas a garantir a continuidade do serviço nas áreas estabelecidas nas respectivas Portarias até 31 de dezembro de 2017 ou até a assunção de novo concessionário, o que ocorresse primeiro. Por meio da Portaria nº 468/17, o MME prorrogou o período de designação para as distribuidoras da Eletrobras para 31 de julho de 2018 e, posteriormente, o mesmo foi prorrogado até 31 de dezembro de 2018 ou até a assunção de novo concessionário, o que ocorrer primeiro. Em corolário a Lei nº /13, foram promulgados os decretos regulamentadores de nº 7.805/12 e 8.461/15, bem como a Portaria MME nº 388/16. Da mesma forma, a ANEEL, mediante a Resolução ANEEL nº 748/16, estabeleceu os termos e condições para a prestação do serviço público de distribuição de energia elétrica pela empresa designada, devendo ser garantida a cada uma das empresas prestadoras de tal serviço uma remuneração adequada. 34 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

140 A supramencionada Portaria MME nº 388/16 cuidou também de regulamentar o conceito de remuneração adequada referida na Lei nº /13, estabelecendo disposições e criando uma fórmula que, mormente, garantem a neutralidade na operação, no sentido de garantir a cada uma das distribuidoras, no mínimo a não oneração durante o período da designação. Neste sentido, no que tange ao período de designação do período de 1ª de agosto de 2018 a 31 de dezembro de 2018, fica assegurada a neutralidade econômica, caso a alienação do controle acionário não ocorra até 31 de dezembro de 2018 e a Distribuidora seja encaminhada à liquidação, conforme disposto na Portaria nº 301/2018 do MME. Essa neutralidade econômica será apurada pela ANEEL e será dada pela diferença entre as despesas totais realizadas pelas Distribuidoras em tal período e os valores recebidos por tarifa, encargos setoriais, empréstimos da RGR referentes ao período de designação e demais fontes de receita recebidas em razão da prestação do serviço de distribuição. Avaliação, em caso de indicação do regime de liquidação ordinária pela Lei nº 6.404/76 ( liquidação ordinária ), a respeito de dívidas contraídas pelas Distribuidoras que possam eventualmente ser cobradas diretamente da Eletrobras, com lastro, e.g., na existência de grupo econômico ou garantias reais e/ou fidejussórias; Considerando que partimos da premissa de que as normas de dissolução aplicáveis às Distribuidora são as previstas na Lei nº 8.029/90, não há que se falar em liquidação ordinária e eventual assunção pela Eletrobras das dívidas contraídas pelas Distribuidoras. Caso, entretanto, ao final, prevaleça a tese da não aplicação das 8029/90, somente poderão ser cobradas da Eletrobras as verbas rescisórias e outras verbas trabalhistas e as obrigações expressamente garantidas pela Eletrobras. Pelas demais obrigações das Distribuidoras, responderão os bens e direitos das Distribuidoras, obedecida a ordem de preferências falimentar. Após o esgotamento de tais bens e direitos, as eventuais deficiências deverão ser suportadas pelos respectivos credores. É preciso ressaltar, que de acordo com a lei de Falências (11.101/ 2005), os créditos da Eletrobras contra as Distribuidoras, mesmo os decorrentes de sub-rogação, estarão subordinados aos demais créditos devidos pelas Distribuidoras, cabendo à Eletrobras se ressarcir da União dos montantes assim desembolsados, por força do princípio da neutralidade que rege a prestação dos serviços designados O princípio da neutralidade, como sabido, deve ser considerado apenas a partir do ato pelo qual as Distribuidoras foram formalmente designadas como prestadoras de serviço público essencial. 35 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

141 Avaliação, em caso de indicação do regime de liquidação especial da Lei nº 8.029/90 ( liquidação especial ), que atrai a incidência da sucessão universal da União prevista no art. 23, se persistem para a Eletrobras obrigações ancoradas em garantias prestadas às Distribuidoras, sobretudo à luz do art. 40 da Lei de Responsabilidade Fiscal; Conforme já exposto, no que tange aos contratos firmados pelas Distribuidoras com a Petrobras, tendo a Eletrobras como garantidora, a garantia será extinta em razão da aplicação do art. 40 da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000), visto que, como a União será a sucessora, nos termos da Lei nº 8.029/90, não pode a Eletrobras garanti-la em razão de ser a própria União a sua controladora. Avaliação, qualquer que seja o regime indicado, se persiste para a Eletrobras a obrigação de recompor perante a RGR os recursos utilizados para a aquisição do controle das Distribuidoras à luz da Lei nº 9.619/1998, ou se é juridicamente possível aplicar-se a remissão prevista no art. 21- B, 2º da Lei nº /2013; Conforme já exposto, o tratamento a ser dado a tais dívidas dependerá do resultado do leilão. Caso este seja realizado com sucesso, a Eletrobras deverá pagar as dívidas, utilizando os recursos recebidos e, o remanescente, será considerado quitado, conforme previsto no artigo 21-B da Lei nº /13. Contudo, caso o leilão seja frustrado, a Eletrobras, como devedora, em tese, seria a responsável pelo pagamento da dívida contraída, sendo que, nessa hipótese, há as seguintes alternativas: (i) a Eletrobras pode ajuizar uma ação contra a União para questionar a responsabilidade pelo pagamento dessa dívida; ii) a Eletrobras acolher a interpretação de que o artigo 21-B acima citado se aplica também à liquidação, desde que o montante que sobejar possa ser utilizado para pagar tal dívida, considerando-se o remanescente também devidamente quitado e (iii) manter a Distribuidora no PPI, para que uma vez saneado o seu CNPJ, possa o mesmo ser alienado. Avaliação, em caso de indicação do regime de liquidação especial, de estratégia processual lastreada na sucessão universal da União prevista no art. 23 da Lei nº 8.029/90 e correspondentes prerrogativas contidas no Decreto nº 1.647/1996, quer seja para sugerir uma postura ativa de judicialização do tema pela Eletrobras, ou para defesa da companhia em face de demandas contra ela promovidas, levando-se em consideração os seguintes elementos: (i) impactos de um contencioso com a União, envolvendo, alternativa ou litisconsorcialmente, a Eletrobras e suas Distribuidoras liquidandas; (ii) neutralização/redução dos efeitos caixa e provisionamento para a Eletrobras. 36 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

142 Fazemos inicialmente referência à estratégia apontada no documento a respeito da notificação aos entes públicos envolvidos no tema, informando a respeito da dissolução de cada uma das Distribuidoras. Na esfera contenciosa, objeto do item agora em comento, não é recomendável iniciar uma discussão judicial com a União visando a declaração da aplicação da Lei nº 8.029/90 à liquidação das Distribuidoras. Nossa opinião é que seja realizado de forma reativa, ou seja, quando a Eletrobras for instada a pagar algum valor ou, dependendo do estágio processual, a se manifestar nos autos de um processo específico. Enquanto perdurar a designação, a defesa seria também a essencialidade do serviço público. Contudo, deve-se observar que o fato de não haver uma lei aprovando a extinção de uma sociedade de economia mista, a dissolução poderá ser objeto de discussões judiciais pelo princípio do paralelismo das formas. Sendo assim, a decisão de dissolver as Distribuidoras por meio de uma AGE e os atos decorrentes da mesma poderão ser objeto de medidas judicias propostas pela União, Ministério Público, associações de funcionários ou por qualquer cidadão, através de ação popular. Há precedente jurisprudencial em que se entendeu que a sucessão de sociedade de economia mista pela União só pode ocorrer após a conclusão do processo de extinção e não a partir de decreto do Poder Executivo ou da lei que autorizou a dissolução, o que valeria também para quando a dissolução tiver sido aprovada por uma AGE. Quanto às ações cíveis em curso, a depender do estágio de cada uma, é recomendável apenas alegar a ilegitimidade da Eletrobras ser parte em tal processo e não chamar a União aos autos. Para as ações nas quais a Distribuidora figure como ré, deve-se alegar a sua ilegitimidade passiva, visto que, por força do art. 23 da Lei nº 8.029/90, a União é a sucessora e indicar a União como a responsável. Nas reclamações trabalhistas, mesmo a União sendo sucessora da Distribuidora, existe um risco concreto de que o juiz determine o pagamento de eventual dívida pelo sócio majoritário (Eletrobras) e o consequente bloqueio da sua conta caso não seja cumprida uma sentença condenatória. Caso a Eletrobras venha a ser responsabilizada, poderá usar como defesa a aplicação da Lei nº 8.029/90 e a consequente sucessão pela União nas obrigações das Distribuidoras. É importante ressaltar que já existem precedentes, como o da Interbras, no qual foi entendido que a União sucederia a Petrobras nas dívidas trabalhistas, tornando a devedora originária parte ilegítima. FELSBERG ADVOGADOS 37 DOCS v /1 CME São Paulo Rio de Janeiro Brasília

143 22/11/2018 DCGR 003/2018 Informação Técnica Título: Análise de Riscos 173ª AGE Assunto: Gestão de Riscos Autor: Empresa: Antonio João Q. Lima Centrais Elétricas Brasileiras Eletrobras Página 1 / 13

144 22/11/2018 DCGR 003/2018 ÍNDICE 1. Introdução Pontos de Atenção Análise dos Principais Riscos Conclusão 12 Página 2 / 13

145 22/11/2018 DCGR 003/ INTRODUÇÃO A elaboração da presente informação técnica, como parte da documentação de suporte às proposições a serem encaminhadas à 173ª Assembleia Geral de Acionistas (AGE), no que se refere à extensão do período de designação das distribuidoras da Eletrobras, foi feita tomando como base análise similar realizada em outubro de 2018, sob a coordenação da Diretoria de Conformidade, para a determinação dos impactos para a empresa da rejeição do Projeto de Lei PLC-77/2018 pelo Senado. Naquele momento, buscou-se avaliar, com contribuições de diversas áreas da empresa, como tal rejeição impactava o processo de alienação das empresas Eletrobras de distribuição. Com a edição das Medidas Provisórias MP-855 e MP-856, o Governo Federal aprova medidas que trazem maior segurança às obrigações assumidas pela Eletrobras no âmbito da desestatização de suas Distribuidoras, bem como confere maior atratividade a potenciais investidores, como é o caso das garantias dos créditos detidos contra a CCC e a CDE transferidos para a holding na modelagem do BNDES para a venda das distribuidoras; o ressarcimento de despesas com combustíveis; os ajustes dos contratos de fornecimento de gás; e o reconhecimento dos custos do gasoduto. Os cenários considerados na presente análise compreendem as hipóteses de alienação e de liquidação das distribuidoras ainda sob controle da Eletrobras: AmD e Ceal. Em uma visão geral, a MP-855 trata do reconhecimento do direito a recursos associados às concessões de distribuição, além de outras providências, como a flexibilidade do futuro concessionário para adaptar-se às metas de eficiência econômica e energética definidas pela ANEEL. Já a MP-856 estabelece as condições para a contratação de prestadores temporários de serviços, em caráter emergencial, no caso de liquidação da alguma das duas distribuidoras acima mencionadas. Algumas considerações são relevantes para a análise: A MP-856 define, em seu artigo 5º, que não será de responsabilidade do Poder Concedente qualquer custo referente ao processo de liquidação das prestadoras de serviço anteriores. Porém, o entendimento do Jurídico da Eletrobras (PRJ), apoiado em parecer de escritório externo, é de que a medida provisória não afeta a aplicabilidade do regime jurídico de liquidação da Lei 8.029/90, sobretudo no que toca à responsabilidade da União Federal enquanto sucessora universal das distribuidoras que eventualmente forem liquidadas. Existe, então, interpretação diversa quanto ao tema. Para o objeto desta nota técnica, que versa sobre a análise de riscos, seremos conservadores e também consideraremos o cenário apresentado pela MP-856, uma vez que poderá haver entendimento no sentido de não Página 3 / 13

146 22/11/2018 DCGR 003/2018 aplicabilidade da Lei 8029/90. Eventual prorrogação do período de designação para as duas distribuidoras, está limitada pela MP-856 à data de , seja para a realização de novo processo licitatório, seja para a prestação de serviços até a efetiva assunção do prestador emergencial. Caso haja a extensão da designação do prestador atual até a assunção do serviço pelo prestador emergencial, nas condições citadas acima, será garantida a neutralidade econômica e financeira no período de designação que seja posterior a No entanto, na forma da MP-856, as despesas financeiras derivadas de passivos constituídos em período anterior à citada data não serão consideradas para fins de apuração da neutralidade. Premissas para a análise que se segue: o Conversão da MP-855 e da MP-856 em lei e consideração de que as mesmas são constitucionais; o Condições das negociações com a Petrobras (em particular, o Termo de Equacionamento de Pendências) e Cigás tornam o leilão da AmD atrativo. o Ações judiciais não impedem a realização dos leilões. 2 PONTOS DE ATENÇÃO Considerando as colocações acima, segue a discussão de alguns pontos de atenção (riscos potenciais), para avaliarmos sua severidade à luz do disposto nas duas medidas provisórias. Na seção seguinte, são relacionados os riscos mais relevantes observados em cada cenário e, na última seção, são apresentadas nossa conclusão e recomendações. 2.1 CEAL Liminar concedida pelo STF suspendeu o processo de alienação da empresa. Consideramos como remota a possibilidade de queda da liminar antes da data-limite para a transferência do controle ( ), definida pela 171ª AGE, o que praticamente inviabiliza a sua venda. Página 4 / 13

147 22/11/2018 DCGR 003/2018 O cenário mais provável é o da liquidação da empresa, conforme determinação dos acionistas, com a Eletrobras tendo que arcar com a integridade dos custos, considerando-se o determinado pela MP-856. Há entendimento da área jurídica da Eletrobras que a liminar está limitada ao processo de alienação, não inviabilizando uma eventual liquidação. Os custos para a liquidação da empresa, não havendo aplicação da Lei 8.029/90, com base nas demonstrações contábeis de , estão estimados em R$ 1,8 bilhão, conforme avaliação da Diretoria Financeira. Neutralidade do período de designação: a Diretoria de Distribuição estimou o desequilíbrio econômico-financeiro para a Ceal desde agosto de 2016 em média de R$ 516 milhões, já considerando as transferências recebidas via RGR. Em caso de venda da Distribuidora, esse desequilíbrio foi estimado em cerca de R$ 151 milhões, referente ao período até junho de 2017 (data base do Valuation). A MP-855 contempla algum tipo de ressarcimento apenas para a AmD, sem menção à Ceal ou às demais distribuidoras já alienadas. Para mitigar os impactos desse risco, a Eletrobras deverá buscar, findo o período de designação, o reconhecimento integral dos valores e seu ressarcimento junto à ANEEL e/ou Poder Concedente. Os acionistas deverão avaliar a conveniência, desde que o Poder Concedente estenda o período de designação até , de aprovar a prorrogação de prazo que garanta a efetiva transferência do controle acionário ao novo concessionário, a fim de aguardar eventual queda da liminar no STF e retomada do leilão para venda da CEAL, o que evitaria eventuais despesas com a liquidação. 2.2 AMAZONAS D O pacote de medidas da MP-855 aumentou a probabilidade de sucesso do leilão agendado para Adicionalmente, o novo operador ficará livre, nos primeiros cinco anos, da aplicação das metas de eficiência econômica e energética impostas pela ANEEL, e tampouco precisará cumprir os limites de reembolso de custos com combustíveis fósseis, como gás e óleo combustível para abastecimento de termelétricas. Em um cenário de êxito no leilão, os acionistas devem avaliar a conveniência, desde que o Poder Concedente estenda o período de designação até , de aprovar a prorrogação de prazo que garanta a efetiva transferência do controle acionário ao novo concessionário. Página 5 / 13

148 22/11/2018 DCGR 003/2018 Porém, mesmo na hipótese de leilão vazio, também cabe avaliar a conveniência de prorrogar o prazo de transferência do controle acionário, caso o Poder Concedente estenda o período de designação até , oportunizando à Eletrobras que tente a alienação dessas Distribuidoras remanescentes e evitando eventuais despesas com a liquidação. Os custos para a liquidação da empresa, não havendo aplicação da Lei 8.029/90, com base nas demonstrações contábeis de , estão estimados em R$ 16,5 bilhões, conforme avaliação da Diretoria Financeira. Tal montante é totalmente incompatível com a atual situação econômico-financeira da Eletrobras, pressionando excessivamente o seu caixa. Neutralidade do período de designação: a Diretoria de Distribuição estimou o desequilíbrio econômico-financeiro para a AmD desde agosto de 2016 em média de R$ 5,5 bilhões, já considerando as transferências recebidas via RGR. Em caso de venda da Distribuidora, esse desequilíbrio foi estimado em cerca de R$ 2,1 bilhões, referente ao período até junho de 2017 (data base do Valuation). A MP-855 contempla algum tipo de ressarcimento para a AmD no período (glosas do contrato de gás), porém inferior ao necessário. Desta forma, a Eletrobras deverá buscar, findo o período de designação, o reconhecimento dos valores remanescentes e seu ressarcimento junto à ANEEL e/ou Poder Concedente. 2.3 ASPECTOS GERAIS A questão da assunção de créditos e obrigações detidos pelas distribuidoras junto à CCC e à CDE, decidida na 170ª AGE, mantém-se como um risco, porém de pequena chance de ocorrência. A MP-855 garante parcialmente os créditos hoje reconhecidos no balanço da Eletrobras, o que mantém certa fragilidade em sua qualidade. A não-realização, mesmo que parcial, dos créditos regulatórios pode ter como consequências baixas contábeis no ativo da Eletrobras e impacto negativo no seu fluxo de caixa. Responsabilidade da Administração: os administradores foram diligentes ao não recomendar, na 170ª AGE, a subida dos créditos acima mencionados, prevista nas Resoluções CPPI nº 20, 28 e 29. Tal operação, por considerar o conceito de comutatividade previsto na Resolução 20/2017 do CPPI, exigia certeza e liquidez para os créditos em contrapartida à certeza e liquidez das dívidas que seriam assumidas em montante equivalente. A despeito disso, os administradores da Eletrobras devem perseguir administrativa e judicialmente o reconhecimento e materialização da integralidade dos referidos créditos. Garantias junto à Petrobras: o valor das garantias referentes aos Contratos de Confissão de Dívida firmados em 2014 (CCD 2014) com a Petrobras são da ordem de R$ 4,7 bilhões. Página 6 / 13

149 22/11/2018 DCGR 003/2018 Como mencionado acima, o texto da MP-855 recompõe boa parte de tais garantias (R$ 3,5 bilhões). Desta forma, mantém-se o risco de um eventual vencimento antecipado dos CCD 2014, que poderia ter como consequência a execução da garantia prestada pela Eletrobras no âmbito desses instrumentos. Consideramos, entretanto, bastante improvável sua ocorrência, com base na evolução recente das negociações de pendências com a Petrobras. De qualquer forma, a Eletrobras deve buscar o quanto antes recompor suas garantias e/ou negociar alternativas junto à Petrobras. 3 ANÁLISE DOS PRINCIPAIS RISCOS 3.1 PREMISSAS ASSUMIDAS Riscos das premissas assumidas na análise Consequências Plano de mitigação do risco. Não conversão da MP-855 e da MP-856 em lei, ou que as mesmas sejam consideradas inconstitucionais.. Negociações com a Petrobras e a Cigás frustradas.. Execução das garantias prestadas pela Eletrobras. Vencimento antecipado dos Contratos de Confissão de Dívida firmados com a Petrobras em 2014 (CCD 2014).. Default no pagamento do bônus, com eventuais pedidos de antecipação de dívidas e cross default;. Acionamento de determinados covenants, em função de saldo insuficiente de recursos.. Leilão não atrativo.. Continuidade da ação de execução em curso, no valor de R$ 4,2bi.. Impacto operacionais na Amazonas GT, pela não cessão do GSA.. Eventualmente, para a Eletrobras, antecipação de dívidas e cross default.. Recompor garantias com a Petrobras;. Buscar junto ao Poder Concedente, durante a vigência da medida provisória, termo de compromisso que assegure as condições e recursos nela consideradas.. Ações judiciais em andamento.. Não realização do leilão.. Liquidação.. Cabe à União, através da AGU, agir de forma a que sejam suspensas as liminares que tentam impedir a realização do leilão.. Liminar STF (caso Ceal). Não realização do leilão.. Liquidação. Página 7 / 13

150 22/11/2018 DCGR 003/ CEAL No cenário de decisão dos acionistas pela Alienação. # R01 R02 Riscos assumidos pela Administração. Insucesso no leilão / leilão vazio.. Não-neutralidade. Cobertura insuficiente na MP-855 referente ao desequilíbrio econômico-financeiro para a Ceal, do período de agosto/2016 a junho/2017, da ordem de R$ 151 milhões, já considerando valores recebidos via RGR. Consequências. Liquidação. Eletrobras tendo que arcar com a integridade dos custos, em linha com o determinado pela MP-856, estimados em 30/09/2018 em R$ 1,8 bilhões.. Não ressarcimento de despesas já desembolsadas. Plano de mitigação do risco. No momento pós-liquidação, agir de forma reativa como estratégia jurídica recomendada. Não iniciar discussão judicial com a União. Quando for instada a pagar algum valor ou, dependendo do estágio processual, se manifestar nos autos de um processo específico, chamando a União para o processo, com a justificativa de aplicação da Lei 8.029/90.. Eletrobras deverá buscar o reconhecimento integral dos valores e seu ressarcimento junto à ANEEL e/ ou Poder Concedente, eventualmente judicializando a demanda No cenário de decisão dos acionistas pela Liquidação. # Riscos assumidos pela Administração Consequências Plano de mitigação do risco R01. De acordo com MP-856, "Art. 5º O Poder Concedente, o prestador emergencial e temporário contratado, nos termos do disposto no art. 1º, ou o novo concessionário contratado, nos termos do disposto no art. 4º, não serão responsabilizados por qualquer custo relativo ao processo de liquidação dos prestadores anteriores do serviço, compreendidos os passivos tributários, financeiros, trabalhistas ou as penalidades contratuais.".. Eletrobras terá que arcar com a integridade dos custos, em linha com o determinado pela MP-856, estimados em 30/09/2018 em R$ 1,8 bilhões.. Procurar escalonar as dívidas, de acordo com a Lei, de forma a evitar a asfixia do caixa da Eletrobras no curto prazo.. No momento pós-liquidação, agir de forma reativa como estratégia jurídica recomendada. Não iniciar discussão judicial com a União. Quando for instada a pagar algum valor ou, dependendo do estágio processual, se manifestar nos autos de um processo específico, chamando a União para o processo, com a justificativa de aplicação da Lei 8.029/90. Página 8 / 13

151 22/11/2018 DCGR 003/2018 R02. Não neutralidade. Cobertura insuficiente na MP-855 referente ao desequilíbrio econômico-financeiro para a Ceal, do período anterior a agosto/2018 da ordem de R$ 516 milhões, já considerando valores recebidos via RGR.. Não ressarcimento no caixa de despesas já desembolsadas.. Eletrobras deverá buscar o reconhecimento integral dos valores e seu ressarcimento junto à ANEEL e/ ou Poder Concedente, eventualmente judicializando a demanda. 3.3 AMAZONAS D No cenário de decisão dos acionistas pela Alienação. # R01 R02 Riscos assumidos pela Administração. Insucesso no leilão / leilão vazio.. Não neutralidade. Cobertura insuficiente na MP- 855 referente ao desequilíbrio econômico-financeiro para a AmD, do período de agosto/2016 a junho/2017 da ordem de R$ 2,1 bilhões, já considerando valores recebidos via RGR. Consequências. Liquidação. Eletrobras tendo que arcar com a integridade dos custos, em linha com o determinado pela MP-856, estimados em 30/09/2018 em R$ 16,5 bilhões.. Não ressarcimento de despesas já desembolsadas. Plano de mitigação do risco. Procurar escalonar as dívidas, de acordo com a Lei, de forma a evitar a asfixia do caixa da Eletrobras no curto prazo.. No momento pós-liquidação, agir de forma reativa como estratégia jurídica recomendada. Não iniciar discussão judicial com a União. Quando for instada a pagar algum valor ou, dependendo do estágio processual, se manifestar nos autos de um processo específico, chamando a União para o processo, com a justificativa de aplicação da Lei 8.029/90.. Eletrobras deverá buscar o reconhecimento integral dos valores e seu ressarcimento junto à ANEEL e/ou Poder Concedente, eventualmente judicializando a demanda. Página 9 / 13

152 22/11/2018 DCGR 003/2018 R03. Acordo entre Eletrobras / AmD com a Petrobras só tem validade caso ocorra a venda da AmD.. Há a percepção de que, após a venda da AmD, a Petrobras cobrará à Eletrobras / AmGT, em juízo, dívidas que a Eletrobras considera não serem devidas (diferença de preços), da ordem de R$ 3,4 bi. Judicialização do tema. Eletrobras também deverá cobrar em juízo outras questões em que se considera prejudicada. R04. Anulação do leilão.. Não atendimento ao Acordão. Liquidação. do TCU que determina nova Eletrobras tendo que arcar com a submissão da matéria ao Tribunal integridade dos custos, em linha no caso de mudanças na com o determinado pela MP-856, modelagem estimados em 30/09/2018 em R$ 16,5 bilhões.. Negociação com os órgãos fiscalizadores e reguladores, eventualmente judicializando a questão No cenário de decisão dos acionistas pela Liquidação. # R01 R02 Riscos assumidos pela Administração. De acordo com MP-856, "Art. 5º O Poder Concedente, o prestador emergencial e temporário contratado, nos termos do disposto no art. 1º, ou o novo concessionário contratado, nos termos do disposto no art. 4º, não serão responsabilizados por qualquer custo relativo ao processo de liquidação dos prestadores anteriores do serviço, compreendidos os passivos tributários, financeiros, trabalhistas ou as penalidades contratuais.".. Acordo entre Eletrobras / AmD com a Petrobras perde a validade no caso de liquidação da AmD. Consequências. Eletrobras terá que arcar com a integridade dos custos, em linha com o determinado pela MP-856, estimados em 30/09/2018 em R$ 16,5 bilhões.. Insolvência da Eletrobras.. Continuidade da ação de execução em curso, no valor de R$ 4,2bi.. Eventualmente, para a Eletrobras, antecipação de dívidas e cross default. Plano de mitigação do risco. Procurar escalonar as dívidas, de acordo com a Lei, de forma a evitar a asfixia do caixa da Eletrobras no curto prazo.. No momento pós-liquidação, agir de forma reativa como estratégia jurídica recomendada. Não iniciar discussão judicial com a União. Quando for instada a pagar algum valor ou, dependendo do estágio processual, se manifestar nos autos de um processo específico, chamando a União para o processo, com a justificativa de aplicação da Lei 8.029/90.. Judicialização do tema. Eletrobras também deverá cobrar em juízo outras questões em que se considera prejudicada. Página 10 / 13

153 22/11/2018 DCGR 003/2018 R03. Não neutralidade. Cobertura insuficiente na MP- 855 referente ao desequilíbrio econômico-financeiro para a AmD, do período anterior a Agosto/2018 da ordem de R$ 5,5 bilhões, já considerando valores recebidos via RGR.. Não ressarcimento no caixa de despesas já desembolsadas.. Eletrobras deverá buscar o reconhecimento integral dos valores e seu ressarcimento junto à ANEEL e/ou Poder Concedente, eventualmente judicializando a demanda. R04. Default no pagamento do bônus.. Impacto no caixa da ordem de USD 1,0 bi;. Cross default;. Perda de acesso ao mercado de crédito. Página 11 / 13

154 22/11/2018 DCGR 003/ CONCLUSÃO A Diretoria de Conformidade, com base nas análises acima e nos documentos técnicos produzidos para a 173ª AGE, entende que a Eletrobras deve continuar priorizando a alienação das distribuidoras AmD e da Ceal, por considerar que sua liquidação, como uma última hipótese, certamente trará impactos negativos. Além dos custos tangíveis (financeiros) apurados em informação técnica das Diretorias Financeira e de Distribuição, há aspectos intangíveis (futuras repercussões de cunho regulatório e judicial) a serem considerados, sendo de difícil mensuração todas as repercussões que poderão recair sobre a companhia em tal hipótese. As premissas que sustentam os cenários, seja de alienação ou liquidação, também foram objeto de análise quanto a riscos de as mesmas não se concretizarem e suas respectivas consequências, como: a possibilidade da não conversão da MP-855 e da MP-856 em lei, ou que as mesmas sejam consideradas inconstitucionais; a frustração das negociações em andamento com a Petrobras e a Cigás; as ações judiciais que visam impedir o leilão da AmD; e, por fim, a liminar do STF não autorizando o leilão da Ceal. Muito embora, em uma leitura direta, pareça ser financeiramente benéfica para a Eletrobras a opção pela liquidação das duas distribuidoras, desde que considerada conjuntamente com a aplicabilidade da Lei 8.029/90, conforme pareceres de posse da empresa e ao contrário do determinado pela MP-856, tal opção, além de não ser imediata, embute diversos impactos. A questão da temporalidade aqui é importante, uma vez que a aplicação do regime definido pela Lei 8.029/90 não ocorreria imediatamente após a data-limite que dispara o processo de liquidação. Coloca-se aí a possibilidade de embates com a União quando da utilização da referida lei, mesmo que lastreada em pareceres favoráveis. E certamente tal processo não se daria de forma rápida. Desta forma, a Eletrobras já poderia sofrer diversas consequências financeiras e legais logo após a liquidação de alguma das empresas, as quais pressionariam seu fluxo de caixa já no curto prazo. A título de exemplo, podemos citar: Demandas e execuções trabalhistas; Cancelamento das negociações com a Petrobras, em particular o Termo de Equacionamento de Pendências (que visa justamente dar atratividade ao leilão da AmD); Impossibilidade de a Eletrobras captar recursos; Default no pagamento do bônus, com eventuais pedidos de antecipação de dívidas e cross default; Acionamento de determinados covenants, em função de saldo insuficiente de recursos. Página 12 / 13

155 22/11/2018 DCGR 003/2018 Projeções do fluxo de caixa realizadas pela Diretoria Financeira, tanto para o curto prazo (ano de 2019) quanto para o horizonte de cinco anos, corroboram a leitura de que a hipótese de liquidação não é financeiramente sustentável. Assim, reiteramos nossa recomendação de que sejam envidados os esforços para levar a cabo as alienações, mesmo considerando-se cenários de baixa probabilidade, como no caso da queda da liminar que atualmente impede a venda da Ceal. Antonio João Q. Lima Página 13 / 13

156 Informação Técnica DFF nº 99/2018 INFORMAÇÃO TÉCNICA DFF Nº 99/2018 ASSUNTO: Garantias Prestadas pela Eletrobras em dívidas das suas controladas de distribuição de energia com a Petrobras. 1 Rio de Janeiro, 20/11/2018

157 Informação Técnica DFF nº 99/2018 Sumário 1. OBJETIVO 2. HISTÓRICO 3. COMENTÁRIOS FINAIS 2

158 Informação Técnica DFF nº 99/ OBJETIVO A presente Informação Técnica tem por objetivo discorrer sobre as garantias prestadas pela Eletrobras a suas controladas de distribuição Amazonas Energia, Ceron, Eletroacre e Boa vista (EDEs) em dívidas firmadas por estas empresas junto a PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. PETROBRAS. 2. HISTÓRICO Na 165ª Assembleia Geral Extraordinária de Acionistas da ELETROBRAS (165ª AGE), de 25/07/2016, foi deliberada a não prorrogação das concessões das Empresas de Distribuição controladas pela Eletrobras, e realizar a venda do controle acionário destas empresas até 31/12/2017 ou sua liquidação caso a venda não seja realizada até a referida data, prazo este prorrogado para 31/07/2018 pela 169ª AGE. O Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI) da Presidência da República aprovou Resolução CPPI nº 20, em 08 de novembro de 2017, sobre a venda do controle acionário das Distribuidoras da ELETROBRAS, prevendo que, para fins da transferência do controle, fossem previamente convertidas dívidas das distribuidoras com sua controladora em capital social da distribuidora ou que se fizesse a assunção de dívidas das distribuidoras pela controladora até o montante de R$ milhões. Em 22 de novembro de 2017, O Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI) da Presidência da República aprovou Resolução CPPI nº 28, alterando a Resolução nº 20, permitindo que a Eletrobras, na qualidade de controladora, assumisse direitos e obrigações de responsabilidade das distribuidoras, referentes a CONTA DE CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS (CCC) e a CONTA DE DESENVOLVIMENTO ENERGÉTICO (CDE) até o montante de R$ milhões. Na 170ª Assembleia Geral Extraordinária de Acionistas da ELETROBRAS (170ª AGE) foi aprovada a venda da integralidade das ações das distribuidoras, menos 1 (uma) ação ordinária, com assunção pela ELETROBRAS de dívidas das Distribuidoras, bem como que a ELETROBRAS assuma direitos e obrigações da distribuidora perante a CONTA DE CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS (CCC) e a CONTA DE DESENVOLVIMENTO ENERGÉTICO (CDE), conforme condições e limites estabelecidos na Resolução CPPI nº 28, 22 de novembro de

159 Informação Técnica DFF nº 99/ Dívidas com a Petrobras CCDs 2014 As Distribuidoras da Eletrobras acumularam débitos junto à Petrobras e BR Distribuidora, que alcançavam, em 30/11/2014, o montante de R$ 8.601,6 milhões. Esse débito foi objeto de formalização de contratos de confissão de dívida (CCD) entre as Distribuidoras, a Petrobras e BR Distribuidora em dezembro de 2014, sendo a dívida parcelada em 120 prestações mensais e corrigida pela Selic. Devedora Instrumento Credora Gás/Óleo Valor em 2014 Valor em 06/03/2018 Garantia Amazonas CCD1 BR Óleo , ,00 Corporativa e Créditos da CDE Amazonas CCD2 Petrobras Gás , ,74 Corporativa e Créditos da CDE Amazonas CCD Petrobras Gás , ,80 Corporativa e Créditos da CDE Ceron CCD1 BR Óleo , ,49 Corporativa e Créditos da CDE Ceron CCD2 BR Óleo , ,93 Corporativa e Créditos da CDE Eletroacre CCD1 BR Óleo , ,75 Corporativa e Créditos da CDE Eletroacre CCD2 BR Óleo , ,50 Corporativa e Créditos da CDE Roraima CCD1 BR Óleo , ,26 Corporativa e Créditos da CDE Roraima CCD2 BR Óleo , ,94 Corporativa e Créditos da CDE TOTAL , , Dívidas com a Petrobras CCDs 2018 Ocorre que após a confissão de dívida assinada em dezembro de 2014, novos inadimplementos por parte das empresas ocorreram. Tanto no que se refere ao fornecimento de óleo combustível quanto ao fornecimento de gás natural, constituindo-se, assim, novas dívidas. A Petrobras e as empresas de Distribuição realizaram conciliação de valores, cujo resultado é apresentado na tabela a seguir: Natureza Empresa Valor em 06/03/2018 Óleo Combuistível Amazonas ,14 Óleo Combuistível Ceron ,31 Óleo Combuistível Eletroacre ,45 Óleo Combuistível Boa Vista ,85 Gás Natural Amazonas ,89 Total , Dívidas Total com a Petrobras/BR em 03/06/2018 O valor formalizado entre as partes, por meio de confissões de dívida, na data base de 06/03/2018 era de R$ 16,7 bilhões, considerando-se tanto o CCD 2014 (óleo e gás) e a dívida formada posteriormente (CCDs 2018). 4

160 Informação Técnica DFF nº 99/ Equacionamento da Dívida junto à Petrobras A decisão dos acionistas da Eletrobras na 170º AGE, implicou na assunção pela Eletrobras de dívidas das distribuidoras no montante de até R$ milhões e de assunção de créditos da ordem de R$ milhões. Considerando que a maior parte da dívida a ser assumida era junto a Petrobras, a Eletrobrás, as distribuidoras e a Petrobras/BR negociaram Instrumentos que possibilitariam a implementar as condições definidas pelas resoluções CPPI e decisão da AGE 170, conforme abaixo: 1º. Formalização de aditivos aos CCDs 2014 para recomposição de garantias, tendo em vista a deterioração das garantias referentes à créditos da CDE; 2º. Formalização de instrumentos de reconhecimento de dívidas ainda não confessadas pelas empresas distribuidoras; 3º. Assunção pela Eletrobras de parte da dívida das distribuidoras com a Petrobras/BR dos CCDs 2014 e CCDs A tabela abaixo detalha os valores de todos os instrumentos de confissão de dívidas firmados (CCDs 2014 e 2018) e as garantias para os mesmos: Valores em R$ GARANTIAS EMPRESA INSTRUMENTOS ANO Credor Gás/Óleo Saldo Devedor em 30/04 Eletrobras Outras 2 aditivo CCD 2014 Petrobras Óleo , ,00 Amazonas** 2 aditivo CCD 2014 Petrobras Óleo , ,74 2 aditivo CCD 2014 Petrobras Gás , , ,75 Boa Vista Eletroacre Ceron*** Amazonas 2 aditivo CCD 2 aditivo CCD 2 aditivo CCD Novo CCD Petrobras Petrobras Petrobras Petrobras óleo óleo Óleo Gás , , , , , , , ,89 2 aditivo CCD 2 aditivo CCD 2 aditivo CCD Novo CCD Petrobras Petrobras Petrobras BR óleo óleo Óleo Óleo , , , , , , , ,14 Boa Vista Novo CCD 2018 BR óleo , ,85 Eletroacre Novo CCD 2018 BR óleo , ,45 Ceron Novo CCD 2018 BR Óleo , ,31 Total CCD , , ,17 Total CCD , ,64 Divida Total , , ,17 * CCD = Contrato de Confissão de Dívidas ** Parte das garantias (Amazonas) se referem a créditos de ineficiência (MP 855/2018) *** Ofertado em garantia créditos com a Conta de Consumo de Combustíveis No que respeita as garantias mencionadas acima, a Eletrobras, desde a assinatura do contrato de fornecimento de gás com a Petrobras, comparece como devedora solidária da Amazonas Energia, e por consequência, possui tal característica nos respectivos instrumentos de dívidas de gás. 5

161 Informação Técnica DFF nº 99/2018 Importante também destacar que quanto aos CCDs de 2014, em que a Eletrobras firmou em 30 de abril de 2018 os termos aditivos, a Eletrobras já constava como garantidora subsdiária, servindo os aditivos mencionados na tabela para que a Eletrobras recompusesse as garantias da CCC/CDE deterioradas. As garantias dos CCDs de 2018 foram exigidas no âmbito da negociação dos instrumentos, tendo sido o único meio de propiciar as condições para privatização das Distribuidoras e evitar vencimento antecipado de dívidas, em especial dos CCDs de 2014, para a qual a Eletrobras já era garantidora. A lógica utilizada no roll de garantias a serem oferecidas à Petrobras para os contratos CCDs 2014 e CCDs 2018, desde a origem de cada um deles, foi a seguinte: 1- Nos CCDs 2014, fornecer garantia para a parcela da dívida não lastreada em créditos das distribuidoras; 2- Nos CCDs 2018, extensão da mesma lógica definida para os CCDs 2014, o que resultou em fornecer garantia corporativa para o total das dívidas, visto a incapacidade de as próprias distribuidoras de prestarem garantias. Importante destacar que quanto aos CCDs 2014, em que a Eletrobras firmou em 30/04/2018 termos aditivos, a Eletrobras já constava como garantidora, servindo os aditivos para que a Eletrobras recompusesse as garantias deterioradas da CDE. Já nos CCDs 2018 a garantia precisou ser prestada tendo em vista a negociação junto Petrobras, que manteve seu entendimento, sempre existente, da necessidade de garantias para quaisquer CCDs firmados. Sem estas garantias, haveria risco de não conclusão da negociação e, o que impactaria negativamente o processo de cessão do contrato de gás e privatizações das empresas de distribuição. Estas garantias fidejussórias prestadas, pela Eletrobras, contudo, se findam nas hipóteses de (i) não efetivação das privatizações das respectivas Distribuidoras, a exceção de dívidas de gás, porque a Eletrobras é originalmente devedora solidária; ou (ii) na troca do controle acionário das Distribuidoras, uma vez que a Eletrobras não pode permanecer como garantidora de empresa privada. No caso da alienação, será de responsabilidade do novo controlador substituir as garantias em favor da Petrobras e BR Distribuidora, referente às dívidas de gás e óleo, que remanescerem nas Distribuidoras e não forem cedidas para a Eletrobras, nos termos da decisão da 170ª AGE. No caso das dívidas de gás, em que a Eletrobras, desde a assinatura do CCD 2014, participa na qualidade de devedora solidária, não há previsão expressa de decaimento da garantia em caso de insucesso das privatizações, notadamente da Amazonas Energia, única empresa com dívidas desta natureza. Adicionalmente, durante a elaboração desta nota técnica, Petrobras, Eletrobras e Amazonas Energia negociam novo contrato de confissão de dívida referente a 6

162 Informação Técnica DFF nº 99/2018 fornecimento de gás no período de 07/03/2018 a 31/11/2018, que também deverá contar com garantia corporativa da Eletrobras. Cabe observar também que, no âmbito das negociações com a Petrobras, foram celebrados instrumento de assunção de dívida ( IADs ), conforme tabela a seguir, através dos quais parte de CCDs de 2014 e 2018 são assumidos pela Eletrobras, condicionado à privatização das respectivas Distribuidoras, nos termos do que foi aprovado pela 170ª AGE, através dos quais a Eletrobras oferece garantias reais. Empresa Origem do IAD Valor em 06/03/2018 Amazonas CCD ,80 Amazonas CCD ,95 Boa Vista CCD ,69 Boa Vista CCD ,51 Boa Vista CCD ,85 Ceron CCD ,42 Ceron CCD ,31 Eletroacre CCD ,53 Eletroacre CCD ,72 Eletroacre CCD ,75 Valor Total Assumido por IADs ,53 Por fim, está sendo negociado junto a Petrobras, no âmbito do Termo de Encerramento de Pendências - TEP, nova assunção de dívidas da Amazonas pela Eletrobras, e garantias fidejussória e real provisórias devido à extensão de prazo de apresentação de garantias da Amazonas, no intuito de viabilizar a privatização desta empresa. A assunção adicional de dívida será, se aprovada, no montante de R$ 3,069 bilhões. Para este caso a Eletrobras também apresentará garantias reais e, a assunção de tal dívida, assim como todas as outras assunções, está condicionada à privatização da Amazonas. 3. Considerações Finais Desde a decisão da 170ª AGE, a Eletrobras vêm negociando com a Petrobras condições para equalização da dívida das distribuidoras. As negociações entre Eletrobras e da Petrobras culminaram na elaboração de instrumentos de repactuação das garantias de dívidas assumidas pelas distribuidoras em 2014 (CCD 2014) por meio de aditivos, de confissão de novas dívidas e com a posterior assunção de parte dessas dívidas pela Eletrobras, regradas em instrumentos de assunção de dívida. As negociações Eletrobras/Petrobras para viabilizar a decisão da 170 AGE, observados os limites impostos CPPI 20 e seus posteriores, teve como premissa a manutenção de definições já antes acordadas entre Petrobras e Eletrobras e já aceitas em suas instâncias superiores: solidariedade na dívida de gás e garantia 7

163 Informação Técnica DFF nº 99/2018 corporativa no óleo para a diferença entre os saldos devidos e créditos que empresas possuam fruto do curso normal de seus negócios. O montante de garantias ofertado pela Eletrobras até o momento é de R$ milhões (06/03/2018), conforme já apresentado nesta IT. Uma vez que ainda estão sendo realizadas negociações junto a Petrobras e um novo CCD, referente a dividas pós 06/03/2018, está sendo estruturado, as premissas utilizadas para a concessão de garantia fidejussória continuarão sendo mantidas. Também está sendo negociada junto a Petrobras nova assunção de dívidas da Amazonas pela Eletrobras, no intuito de viabilizar a privatização desta empresa. A assunção adicional de dívida será, se aprovada, no montante de R$3,069 bilhões. Para este caso, a Eletrobras apresentará garantias reais, assim como em todas as outras assunções, estando também esta nova assunção condicionada à privatização da Amazonas. As garantias adicionais acima relacionadas deverão ser apresentadas à Petrobras até 31/12/2018. Ainda a Eletrobras concederá garantia real a Petrobras quando do momento de assunção das dívidas, que necessita de waiver dos credores da Eletrobras. Elaborada por: Pedro Henrique Costa Motta - DFFG Pedro Paulo da Cunha - DFF Rio de Janeiro, 20 de novembro de

164 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/2018 De: Para: Assunto: André de Avellar Torres PRJE Maurício Carvalho Mazzini - PRJ Convocação da 173ª Assembleia Geral Extraordinária Prorrogação da Data- Limite para Privatização da Amazonas Energia e CEAL Referência: Memorando DFR nº 125/2018. INT nº 3474/2018. EMP n 0964/2018 Encaminha-nos o Departamento de Relacionamento com Mercado e Empréstimo Compulsório - DFRM, por meio do Memorando em referência, matéria que trata da convocação da 173ª Assembleia Geral Extraordinária da Eletrobras ( AGE ) para deliberar sobre a prorrogação do prazo para a alienação do controle acionário das Distribuidoras Amazonas Energia e CEAL (em conjunto, DISTRIBUIDORAS ), a primeira com leilão de desestatização marcado para 27/11/2018, e, a segunda com leilão suspenso em virtude de decisão liminar do STF em Ação Civil Originária promovida pelo Estado de Alagoas ( ACO ), de forma que a Eletrobras tenha tempo necessário para promover os atos de transferência do controle acionário das DISTRIBUIDORAS até 31/03/2019, atendendo à decisão da 170 a AGE de aprovar a modelagem de desestatização prevista na Resolução 20/2017 do CPPI e alterações posteriores. Como pauta para referida AGE, consta a seguinte ordem do dia: 1. Aprovar a retificação do item 6 da decisão da 171ª Assembleia Geral Extraordinária, alterando para que a data da transferência do controle da Companhia Energética de Alagoas (doravante denominada Ceal ) ocorra até 31 de março de 2019, desde que, cumulativamente, se verifique a ocorrência dos seguintes eventos: (i) que o Poder Concedente prorrogue a designação para prestação dos serviços de distribuidora, pela referida distribuidora, até 31 de março de 2019, nos termos do art. 3º da Medida Provisória 856, de 13 de novembro de 2018; e (ii) que, de forma irrevogável e irretratável, o Poder Concedente assegure, por ato jurídico perfeito, que os recursos necessários para operar, manter e fazer investimentos relacionados à prestação temporária do serviço público da respectiva distribuidora, entre 1 de janeiro de 2019 e 31 de março de 2019, sejam providos pela tarifa e/ou pela União e/ou pelos Fundos Setoriais, 1

165 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/2018 mantendo a neutralidade econômica e financeira integral de todo o novo período de designação, sem qualquer aporte de recursos, pela Eletrobras; 2. Aprovar a retificação do item 4 da decisão da 171ª Assembleia Geral Extraordinária, alterando para que a data da transferência do controle da Amazonas Distribuidora de Energia S.A. (doravante denominada Amazonas Energia ) ocorra até 31 de março de 2019, desde que, cumulativamente, se verifique a ocorrência dos seguintes eventos: (i) que o Poder Concedente prorrogue a designação para prestação dos serviços de distribuidora, pela referida distribuidora, até 31 de março de 2019, nos termos do art. 3º da Medida Provisória 856, de 13 de novembro de 2018;e (ii) que, de forma irrevogável e irretratável, o Poder Concedente assegure, por ato jurídico perfeito, que os recursos necessários para operar, manter e fazer investimentos relacionados à prestação temporária do serviço público da respectiva distribuidora, entre 1 de janeiro de 2019 e 31 de março de 2019, sejam providos pela tarifa e/ou pela União e/ou pelos Fundos Setoriais, mantendo a neutralidade econômica e financeira integral de todo o novo período de designação, sem qualquer aporte de recursos, pela Eletrobras; 3. Aprovar, caso sejam aprovados os itens 1 e/ou 2 acima, o início da dissolução e liquidação da respectiva distribuidora, na hipótese de não cumprimento de qualquer das condicionantes listadas nos respectivos itens 1 e/ou 2; 4. Aprovar, caso sejam aprovados os itens 1 e/ou 2 acima, que a Eletrobras não preste garantias adicionais, a favor das Distribuidoras mencionadas nos itens 1 e 2 acima, a partir do novo período de designação de que tratam os itens 1 e 2 acima. Quanto ao histórico da matéria, bem como no que toca aos aspectos de ordem técnica, econômica e financeira, os mesmos encontram-se descritos nos seguintes documentos: Informação Técnica DDEF 007/2018, Informação Técnica Conjunta DFP/DFC/DDEF 001/2018, Informação Técnica Conjunta DFP/DFC/DDEF 003/2018, Relatório à Diretoria Executiva ( REDEX ), bem como na minuta de Proposta de Administração ( PROPOSTA ), a qual descreve os benefícios, custos e riscos relacionados aos itens constantes da ordem do dia, que 2

166 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/2018 instruem a matéria em tela e devem ser levados em consideração pelos administradores quando de sua deliberação. Destacamos que esse parecer tratará tão somente dos assuntos da ordem do dia em tela, não tratando, portanto, dos atos necessários à transferência do controle acionário das DISTRIBUIDORAS, nem da modelagem ou ajustes previstos na Resolução CPPI nº 20/2017 e alterações posteriores, já avaliados por ocasião do memorando DJJJ 4563/2017, de , ao qual nos remetemos na íntegra. De igual modo, não serão objeto deste parecer, por refugirem ao leque de competências deste jurídico, avaliações em torno da conveniência e oportunidade de aprovação dos itens da ordem do dia sub examine, que reclamam juízo de mérito a ser conduzido pelos administradores da Eletrobras e proposto à deliberação soberana da Assembleia Geral. Feitas essas considerações iniciais, passamos à análise da ordem do dia sob exame. 1. Prorrogação (e condicionantes) do prazo de implementação da desestatização das DISTRIBUIDORAS De acordo com o art. 131 da Lei nº 6.404/1976 ( LSA ), a assembleia geral é ordinária ( AGO ) quando tem por objeto as matérias elencadas no rol do art. 132 do mesmo diploma legal, sendo extraordinária ( AGE ) nos demais casos. Com efeito, a competência da AGE é residual no cotejo com as matérias privativas da AGO, revelando-se típica nas hipóteses veiculadas nos arts. 135 e 136 da LSA, e atípica sempre que assim o reclamar o Estatuto Social da companhia, ou, ainda mais amplamente, quando convocada para decidir todos os negócios relativos ao objeto da companhia e tomar as resoluções que julgar convenientes à sua defesa e desenvolvimento, conforme art. 121 do sobredito diploma legal. Neste sentido, considerando que as proposições da ordem do dia visam alterar os prazos definidos na 171ª AGE, refletidos na decisão da 170ª AGE, resta evidente a competência da AGE que ora se pretende convocar para aprovar os itens constantes da ordem do dia, uma vez que apenas a Assembleia Geral tem competência para rever suas decisões, eis que trata-se do órgão supremo da Companhia. 3

167 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/2018 Ademais, eventual reprovação da prorrogação do prazo, em termos práticos, implica na recusa à modelagem de privatização aprovada pela 170 a AGE, no dia , decisão que só pode ser revisitada pela própria Assembleia Geral da companhia. Neste contexto, é ainda preciso entender a obrigatoriedade de convocação da AGE ora sob exame pelos administradores da Eletrobras. Isso porque o processo de desestatização revelase como ato político de reordenação da atuação do Estado no domínio econômico, cabendo à Eletrobras acompanhá-lo até que as suas DISTRIBUIDORAS sejam retiradas do PND/PPI. Nesse sentido, manifestou-se o TCU ao analisar o programa de desinvestimento de ativos da Petrobras. In verbis: [...] a Lei 9.491/1997 visa estabelecer um conjunto de procedimentos que possibilitam ao Chefe do Poder Executivo, no desempenho das atribuições conferidas pelo art. 84, incisos II e VI, alínea a, CF/88, escolher as empresas e atividades que serão objeto de desestatização, com a finalidade de dar eficácia ao princípio constitucional de atuação residual do Estado como empresário (art. 170, inciso IV, c/c art. 173, caput, CF/88). Com ainda mais contundência, assim argumentou a CGU no âmbito de desestatização da CELG: Da análise do arcabouço legal que regulamenta o rito do PND, a Lei nº 9.491/97 e o Decreto nº 2.594/98, a empresa objeto de venda ou a empresa controladora não possui nenhum papel a ser desempenhado no âmbito da Desestatização, não lhe cabendo qualquer ato de avaliação acerca da oportunidade e conveniência de sua venda, por se tratar de opção de caráter meramente político Eis a razão porque a Lei 9.491/97, no art. 19 1, impõe aos administradores e controladores das empresas incluídas em regime de desestatização o dever de tomar todas as providências determinadas pelo CND/CPPI visando promover a alienação. 1 Art. 19. Os acionistas controladores e os administradores das empresas incluídas no Programa Nacional de Desestatização adotarão, nos prazos estabelecidos, as providências que vierem a ser determinadas pelo Conselho Nacional de Desestatização, necessárias à implantação dos processos de alienação. 4

168 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/2018 Assim, não lhes cabe furtar da Assembleia de Acionistas da Eletrobras a decisão de prorrogar o prazo para efetiva transferência de controle das DISTRIBUIDORAS, o que claramente não mais é possível no prazo fixado pela 171 a AGE, em virtude de fatores exógenos ao comando empresarial de alienar o controle de tais companhias, pela 170 a AGE: (i) no caso da CEAL, face decisão liminar do STF em ACO, e, (ii) da AMAZONAS, por força dos diversos esforços legislativos (vide MP 814/17, PLC 77/17, MPs 855 e 856/18) visando conferir maior segurança jurídica aos direitos e obrigações assumidos pela Eletrobras na modelagem do BNDES, como também na dificultosa negociação com Petrobras e Cigás em torno do contrato de fornecimento de gás ( GSA ). Este dever específico ao ambiente de desestatização, contudo, modo algum tolhe dos administradores o pleno e eficaz exercício dos deveres fiduciários que lhes impõe a LSA, como o são o dever de diligência e de lealdade ao interesse social. Assim, cumprem com tais deveres ao recomendar ações ou alertar sobre riscos que julguem essenciais à tutela da Companhia, tal como feito na PROPOSTA que acompanha a presente matéria, sobretudo no que toca à indispensável neutralidade econômico-financeira da designação ora prestada pelas DISTRIBUIDORAS, o que será objeto de avaliação oportunamente neste parecer. Os itens 1 e 2 da ordem do dia da AGE a ser convocada tratam, respectivamente, da retificação dos itens 6 e 4 da 171ª AGE, a fim de prorrogar o prazo lá estabelecido para a transferência do controle acionário das DISTRIBUIDORAS para até 31 de março de 2019, observada a Resolução CPPI nº 20/2017, alterada pelas Resoluções CPPI nº 28/2017, 29/2017 e 36/2018, em atendimento à Portaria MME nº 424/2016, alterada pela Portaria MME nº 246/2018, e desde que, cumulativamente, se verifique: (i) que o Poder Concedente prorrogue a designação para prestação dos serviços de distribuidora, pela referida distribuidora, até 31 de março de 2019, nos termos do art. 3º da Medida Provisória 856, de 13 de novembro de 2018;e (ii) que, de forma irrevogável e irretratável, o Poder Concedente assegure, por ato jurídico perfeito, que os recursos necessários para operar, manter e fazer investimentos relacionados à prestação temporária do serviço público da respectiva distribuidora, entre 1 de janeiro de 2019 e 31 de março de 2019, sejam providos pela tarifa e/ou pela União e/ou pelos Fundos Setoriais, mantendo a neutralidade econômica e financeira integral de todo o novo período de designação, sem qualquer aporte de recursos, pela Eletrobras. Nesse contexto, em que pese a alteração do prazo em si tratar-se de matéria desprovida de cunho jurídico, por envolver juízo de mérito quanto à conveniência de continuar perseguindo a venda, é preciso enfrentar as condicionantes trazidas pela ordem do dia, eis que sua 5

169 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/2018 eventual não ocorrência ou verificação pode atrair o comando de liquidação das DISTRIBUIDORAS dado pelo item 3 da ordem do dia. Na 165 a AGE, a Eletrobras decidiu não prorrogar a concessão de suas DISTRIBUIDORAS à luz da regência da Lei nº /2013, fruto da conversão da MP nº 579/2012, evento societário que sinalizou para o Poder Concedente a necessidade de regular a forma de prestação do serviço público de distribuição de energia nas áreas geográficas até então atendidas pelo Sistema Eletrobras. Trata-se, a rigor, de concretização do princípio da continuidade do serviço público, isto é, exceto por situações excepcionalíssimas, o serviço há de ser prestado de forma ininterrupta, dada a estrita vinculação entre a segurança energética e direitos relacionados à dignidade humana dos usuários. O art. 9 o, 1º, da Lei nº /2013, à luz do citado princípio da continuidade do serviço público, disponibilizou ao Poder Concedente a prerrogativa de designar um órgão ou entidade da Administração Pública Federal para prestar temporariamente a atividade de distribuição, com termo final na assunção de nova concessionária, pela outorga pura da concessão, ou na desestatização da antiga concessionária, mediante licitação da concessão associada à alienação de controle da então pessoa jurídica prestadora do serviço público, neste último caso nos moldes da modelagem prevista na Resolução nº 20/2017 do CPPI para as DISTRIBUIDORAS. Trata-se do regime de Designação. Neste contexto, o Poder Concedente editou a Portaria MME nº 388/2016, que disciplina os termos e as condições para a Prestação do Serviço Público de Distribuição de Energia Elétrica por Órgão ou Entidade da Administração Pública Federal, conforme art. 9º, 1º, da Lei nº /2013. Em sequência, emitiu as Portarias MME nº s 420 a 425, todas de 3 de agosto de 2016, designando as DISTRIBUIDORAS nesta qualidade, com vistas a garantir a continuidade da prestação do serviço público de distribuição. Por sua vez, a ANEEL editou a Resolução nº 748/2016 com a finalidade de definir os reajustes e revisões tarifárias, estabelecer a forma de repasse dos recursos da Conta de Consumo de Combustíveis ( CCC ), da Conta de Desenvolvimento Energético ( CDE ) e da Reserva Global de Reversão ( RGR ), além de acompanhar e fiscalizar a prestação do serviço público de distribuição. 6

170 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/2018 Do ponto de vista jurídico, importa primeiramente dizer que o regime de designação ora sob exame representa uma forma direta de prestação do serviço público pelo Estado, eis que, além de titularizá-lo, também fica responsável pela sua execução valendo-se de órgão ou ente de sua estrutura administrativa. Contrapõe-se à prestação indireta, via de regra em regime de concessão, no qual o Estado delega a execução do serviço público a terceiro, que o fará à sua conta e risco. Assim, as DISTRIBUIDORAS atuam no regime de designação como se o próprio Estado fossem, por razões de interesse público primário, na espécie, a título de função de utilidade pública prioritária, como bem define a Portaria MME nº 388/2016. Mário Engler ensina com propriedade: A empresa estatal que presta serviço público de titularidade do ente controlador não adquire automaticamente o status jurídico de concessionária sujeita às disposições da Lei 8.987, de 13 de fevereiro de A prestação de serviço público por intermédio de empresa estatal caracteriza atuação direta do Estado, embora descentralizada. A companhia age como delegatária ou longa manus do Estado. A delegação pode ter fundamento legal, quando prevista na própria lei que autorizou a constituição da companhia, ou ser fruto de lei específica posterior. 2 O regime de designação, portanto, pode ser entendido como modalidade especial de delegação legal de serviço público, operada conforme autorização do art. 9º, 1º da Lei /13. Ao revés da concessão, que é regulada por contrato, o regime de designação prescinde de qualquer consensualidade. Manifesta-se por meio de Portarias do Poder Concedente, ato administrativo dotado de imperatividade, ou seja, cuja eficácia independe de qualquer consentimento pelo órgão ou entidade designada. Invoca-se, neste contexto, a lição do publicista Diogo Figueiredo Neto: 2 PINTO JUNIOR, Mário Engler. Empresa Estatal: Função Econômica e Dilemas Societários. SP: Ed. Atlas, 2010, p

171 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/2018 Ato administrativo é, assim, a manifestação unilateral de vontade da administração pública, que tem por objetivo constituir, declarar, confirmar; alterar ou desconstituir uma relação jurídica, entre ela e os administrados ou entre seus próprios entes, órgãos e agentes (grifos apostos). 3 As Portarias MME nº s 420 a 425, e alterações posteriores, constituíram assim um vínculo jurídico compulsório entre o Estado e as DISTRIBUIDORAS, o qual, pela sua própria natureza jurídica ora explorada, não deve impor qualquer espécie de ônus econômico-financeiro para as DISTRIBUIDORAS ou mesmo para a Eletrobras, face obrigações contábil-societárias de consolidação de balanço. Na designação não há que se falar em assunção de riscos do negócio, eis que as DISTRIBUIDORAS são meras prestadoras temporárias de serviço que atuam em nome e por conta do Estado. Interessante notar que, na Lei /12, existe igualmente um regime de prestação temporária de serviços públicos de energia elétrica por meio de órgão ou entidade da administração federal, a exemplo do regime da Lei /13. Naquele, como neste, a ideia de neutralidade econômico-financeira para o prestador prevalece, conforme se extrai numa exegese a contrario sensu do art. 2º, 1º da Lei /12, verbis: Art. 2º Extinta a concessão, o poder concedente prestará temporariamente o serviço, por meio de órgão ou entidade da administração pública federal, até que novo concessionário seja contratado por licitação nas modalidades leilão ou concorrência. 1º Não recairá sobre o poder concedente qualquer espécie de responsabilidade em relação a tributos, encargos, ônus, obrigações ou compromissos com terceiros ou empregados referentes ao período anterior à declaração da extinção da concessão (grifos apostos). Percebe-se, com clareza, uma unicidade de conceito e regime jurídico, que é corroborada com o direito conferido ao prestador de serviço de, após prestar contas à ANEEL, efetuar acertos 3 MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Curso de direito administrativo: parte introdutória, parte geral e parte especial. RJ: Ed. Forense, 2005, p

172 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/2018 de contas com o Poder Concedente, conforme idêntica redação do art. 10, II da Lei /2013 e art. 3º, II da Lei /12. À luz da regência legal, portanto, o regime de designação, não se olvida, há de apresentar neutralidade sob a ótica econômico-financeira, o que a princípio se alcançaria com a fórmula de remuneração adequada prevista no art. 11 da Portaria MME nº 388/2016, cujo único limitador é a disponibilidade de recursos da RGR. No entanto, conforme sinalizado na IT DDEF nº 007/2018, a existência de outro limitador na Resolução ANEEL nº 748/2016 vem desvirtuando a neutralidade que se espera da designação. À data-base de agosto de 2018, prossegue a referida IT, o prejuízo estimado se encontra na casa dos R$ 7,8 bilhões, já reduzido dos R$ 4,5 bilhões (valor corrigido) recebidos da RGR nesse período de designação, que se encontravam, até maio de 2018, registrados apenas no passivo das empresas, sem contrapartida do ativo regulatório, contaminando o Patrimônio Líquido das distribuidoras e da própria Eletrobras. Do ponto de vista jurídico, portanto, embora o regime de designação reflita uma imposição do Poder Concedente às DISTRIBUIDORAS, está de acordo com os deveres fiduciários dos administradores que estes proponham à deliberação dos acionistas, conforme PROPOSTA, que, de forma irrevogável e irretratável, o Poder Concedente assegure, por ato jurídico perfeito, que os recursos necessários para operar, manter e fazer investimentos relacionados à prestação temporária do serviço público da respectiva distribuidora, entre 1 de janeiro de 2019 e 31 de março de 2019, sejam providos pela tarifa e/ou pela União e/ou pelos Fundos Setoriais, mantendo a neutralidade econômica e financeira integral de todo o novo período de designação, sem qualquer aporte de recursos ou prestação de novas garantias, pela Eletrobras. Ademais, noticia a PROPOSTA uma série de medidas de diligência já tomadas pelos administradores da companhia, quais sejam: (i) manifestação de não concordância com o não pagamento de todas as despesas do período de designação, através de correspondências protocoladas junto ao MME, quais sejam CTA-PR 2697/2018, de 02/08/2018, 2059/2018, de 14/06/2018 e 2469/2018, de 19/07/2018; (ii) Contratação da Deloitte para apuração do Desequilibro Econômico-financeira para cada uma das seis distribuidoras no período da designação - Agosto de 2016 até a data da transferência do controle ou Dezembro de 2018, o que ocorrer primeiro; (iii) Preparação dos documentos para contratação de escritório para prestação de serviços jurídicos de acompanhamento das medidas administrativas e judiciais 9

173 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/2018 para a cobrança dos valores de neutralidade da prestação temporária no período de designação das Distribuidoras. Não vislumbramos, portanto, óbice jurídico à prorrogação do prazo de transferência de controle das DISTRIBUIDORAS, para que a companhia persiga a oportunidade de venda, especialmente considerando as cautelas lançadas pelos administradores no que toca à imperiosidade de que a prestação temporária de serviços não imponha qualquer ônus econômico-financeiro à Eletrobras e designadas, vedando aportes pela companhia, tendo em vista que o fazem em nome e à conta do Poder Concedente para garantia da continuidade dos serviços públicos. 2. MPs 855 e 856/2018 A Medida Provisória nº 855/2018 ( MP 855 ) foi editada para prever ajustes necessários à preservação das condições de atendimento das áreas de concessão de distribuição de energia elétrica de que trata o art. 8º da Lei nº , de 11 de janeiro de 2013, o que inclui a Amazonas Energia. A referida Medida Provisória reconhece que o reembolso de valores da Conta de Consumo de Combustíveis - CCC é essencial para manter as condições de suprimento de combustível, assegurando a adimplência junto aos fornecedores e afastando o risco de desabastecimento às populações locais. Ademais, assegura à Eletrobras, no art. 3º, o repasse pelo Fundo CDE dos chamados créditos da ineficiência, previstos na Lei /2002, conforme alterada pela Lei /2016, limitado ao valor de 3,5 bilhões. Além de gerar maior segurança jurídica às obrigações assumidas pela Eletrobras na modelagem de desestatização, a MP 855 vem para conferir maior atratividade ao leilão da AMAZONAS. Do ponto de vista jurídico, cabe ressaltar o risco legislativo de que a MP 855 não seja convertida em Lei ou sofra alterações que impactem os créditos ora sob exame, sendo recomendável que a companhia faça gestões para blindá-los através do reconhecimento de sua existência e eficácia mediante atos jurídicos perfeitos. Ademais, não se deve olvidar do 10

174 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/2018 risco contido no art. 67 da CR88 4, quando trata do reexame de matérias rejeitadas em PL na mesma sessão legislativa. Igualmente relevante é tecer breves ponderações em torno das inovações trazidas pela MP 856/2018 ( MP 856 ) sobre o modelo de desestatização do art. 8º, 1º-A da Lei /2013, que conjuga a alienação de controle das DISTRIBUIDORAS com a outorga da concessão ( leilão-combo ). No art. 5º, III do Decreto 9.192/2017, que regulamenta citado procedimento, havia previsão expressa de que caberia à ANEEL realizar a outorga pura da concessão em caso de frustração do leilão-combo, fato bastante para deflagrar a liquidação das Distribuidoras face ao completo esvaziamento de seu objeto social. Neste sentido, inclusive, a manifestação desta Consultoria no memorando PRJE 0024/2018. Pressupor-se-ia, assim, a viabilidade de realização de um único leilão-combo. Certo é, no entanto, que a realização de uma outorga pura, pelo Regulador, pode demandar considerável período de estudos, contratação e efetiva assunção de novo concessionário, tempo em que há necessidade de garantir a continuidade da prestação dos serviços públicos à coletividade. Neste sentido, veio a MP 856 para regular o período de transição até a entrega do bastão ao novo concessionário, possibilitando a extensão da atual designação das DISTRIBUIDORAS e, especialmente, a contratação de um prestador emergencial e temporário ( prestador emergencial ) para substituir as atuais prestadoras. No que importa à presente análise, o inciso III, do 2º do art. 1º da MP 856 permitiu que a contratação do prestador emergencial seja suspensa para a realização de novo processo de leilão-combo, desde que se tenha concordância da Eletrobras. Eis o dispositivo: Art. 1º Fica delegada à Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel, para garantir a continuidade da prestação do serviço, a responsabilidade pela 4 Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional. 11

175 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/2018 contratação, sob regime de autorização e mediante processo competitivo simplificado, de prestador emergencial e temporário do serviço público de distribuição de energia elétrica para substituir pessoa jurídica, sob controle direto ou indireto da União, que, na data de publicação desta Medida Provisória, esteja designada para prestação do serviço de distribuição até 31 de dezembro de 2018, afastada a aplicação da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e da Lei nº 9.074, de 7 de julho de º O procedimento para a contratação do prestador emergencial e temporário de que trata o caput deverá ser iniciado a partir da data de entrada em vigor desta Medida Provisória. Ver tópico 2º Os atos preparatórios a serem realizados pela Aneel para a contratação de que trata o caput: Ver tópico [...] III - poderão ser suspensos pela União, desde que haja concordância do prestador de serviço atual, caso seja iniciado novo processo licitatório de que trata o 1º-A do art. 8º da Lei nº , de 2013, observada a data-limite de 31 de março de Conforme a PROPOSTA, vislumbram-se 2 cenários de construção de novo processo licitatório à luz da MP 856, observada a data-limite de : (i) renovação do leilão-combo nas mesmas condições previstas na modelagem do BNDES e Resoluções CPPI; (ii) revisitação de valuation e modelagem pelo BNDES, com aprovação pelo CPPI, visando à realização de novo leilão-combo. Quanto ao primeiro cenário, a despeito da sua viabilidade jurídica, em detrimento da interpretação anterior do leilão-combo único desta Consultoria, com base no inciso III do art. 5º do Decreto 9.192/2017, entendemos que há necessidade de que Poder Concedente e/ou Regulador motivem de forma robusta a renovação do certame por razões de interesse público vantajosidade em contraponto à outorga pura. Neste sentido, entendimento firmado no parecer conjunto n /2018/CONJUR-MME/CGU/AGU, que ora se transcreve na parte que interessa: 12

176 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/ Logo, em se verificando o que aqui se cogita, caberá à União, considerada enquanto Poder Concedente, comunicar à ANEEL que não mais se valerá do permissivo constante dos 1º-A, 1º-C e 1º-D do art. 8º da Lei nº , de 2013, ante a efetiva frustração da licitação a que se refere o art. 1º do Decreto nº 9.192, de Ou seja: deverá o Poder Concedente reconhecer o insucesso do seu próprio planejamento. Afinal, embora se tenha buscado realizar, a um só tempo, a nova "concessão de serviço público" e a "alienação do controle acionário" da empresa estatal que o prestava, não se logrou êxito em tal iniciativa. 30. Não é impossível, ademais, - e aqui se argumenta em tese - que se repita o procedimento licitatório de que trata o art. 1º do Decreto nº 9.192, de 2017, desde que, em manifestação devidamente motivada e baseada em elementos técnicos robustos, se demonstre concretamente a plausibilidade de que a realização de uma nova licitação, também versando sobre a alienação conjunta da "concessão de serviço público" e do "controle acionário" do atual prestador de tal serviço, possa ser efetivamente exitosa. 31. Ou seja: é possível, desde que haja motivação suficiente e efetiva para tanto, que o Poder Concedente insista na tentativa de se utilizar do permissivo constante dos 1º-A, 1º-C e 1º-D do art. 8º da Lei nº , de 2013, caso se logre demonstrar que isso realizará com mais qualidade o interesse público. 32. Trata-se, contudo, de decisão bastante sensível e de caráter meritório (juízo de conveniência e oportunidade no qual não pode se imiscuir esta Consultoria Jurídica), a ser concretamente avaliada com bastante zelo, eis que tampouco é prudente que seja indefinidamente postergado o precário regime de designação de que trata o art. 9º da Lei nº , de 2013, previsto para os casos de concessões vencidas, sabidamente prejudicial aos usuários do serviço, porquanto mais oneroso. 33. Logo, insiste-se: caso se opte por repetir a licitação de que trata o art. 1º do Decreto nº 9.192, de 2017, é importante que tal decisão seja lastreada em elementos técnicos robustos e que realmente demonstrem a vantajosidade de tal providência, em detrimento da licitação isolada da "concessão", nos moldes do art. 5º, III, do Decreto nº 9.192, de 2017, e das Leis nº 8.987, de 1995, e nº 9.427, de

177 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/2018 Quanto ao segundo cenário, inteira razão assiste à PROPOSTA quando menciona que a companhia por ora não tem condições de se manifestar a respeito do tema, eis que um novo leilão-combo vincula-se à decisão do CPPI de requisitar, do BNDES, a elaboração de novos estudos de valuation e modelagem para submissão à deliberação assemblear da Eletrobras. 3. Demandas judiciais face à desestatização Outro tema que interessa à prorrogação da AGE sob exame reside nas demandas judiciais propostas em face do processo de desestatização. Neste contexto, três delas merecem destaque: (i) ACO do Estado de Alagoas em face da União, no âmbito do STF, com liminar concedida pelo Min. Relator Ricardo Levandowsky, questionando suposta desídia na não concretização da privatização da Distribuidora, inicialmente prevista para o fim da década de 90, o que teria deteriorado sua condução econômico-financeira e, por consequência, afetado o direito eventual de upside de Alagoas no produto da desestatização em curso, cujo valor de venda é simbólico à razão de R$ ,00; (ii) ADI 5.624/DF, questionando a constitucionalidade da Lei /16, em que também o Min. Relator Ricardo Levandowsky concedeu liminar no sentido de que a alienação de controle de estatais deve ser precedida de autorização legislativa prévia e não pode se valer da dispensa prevista no art. 29, XVIII da legislação questionada; (iii) Sentença de mérito da 49ª VT do TRT/RJ tornando sem efeito a 170ª AGE e desdobramentos até que se elabore estudo a respeito do impacto da desestatização de todas as Distribuidoras sobre contratos de trabalho e direitos adquiridos. No caso da ACO, a demanda foi dirigida inicial e exclusivamente face à União Federal, tendo em vista o objeto acima delineado, tendo sido determinada a citação da Eletrobras por oportunidade da liminar concedida para interrupção do leilão da CEAL. Na contestação, a Eletrobras se reputa ilegítima para figurar no polo passivo, e, no mérito, entende frágil qualquer sinalização de dolo ou culpa na não concretização da citada privatização pelos agentes envolvidos no processo. A despeito disso, nos parece improvável que a liminar concedida seja revogada até o dia , o que atesta a necessidade de prorrogação do prazo para transferência de controle da CEAL. No caso da ADI 5.624/DF, por se tratar de um controle abstrato de constitucionalidade, em que se coteja a compatibilidade de leis com a Constituição, sem olhar para interesses específicos de partes, a liminar concedida não ordenou especificamente o sobrestamento de qualquer processo de desestatização em curso, como é o caso das Distribuidoras. A despeito disso, a Advocacia-Geral da União ( AGU ), órgão incumbido de fazer a defesa da 14

178 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/2018 constitucionalidade de leis, emitiu o Parecer de Força Executória n /2018/GAB/SGCT/AGU em que declara a existência de autorização legislativa prévia para todas as Distribuidoras da Eletrobras. Em decisão da Min. Relatora Carmen Lúcia, no âmbito da Medida Cautelar na Reclamação , houve indeferimento da liminar solicitada nos seguintes termos: Pelo exposto, sem prova da afirmativa apresentada quanto à ausencia de legislacao autorizacao, o que torna frágil a plausibilidade jurídica das alegações formuladas, e sem prejuízo de posterior analise apurada da demanda, indefiro a medida liminar requerida. Por fim, em 19 do corrente mês, a Eletrobras tomou conhecimento de sentença de mérito exarada pela 49ª Vara de Trabalho do TRT-RJ nos autos de Ação Civil Pública Trabalhista ( ACPT ), tornando sem efeito a 170ª AGE da Eletrobras e seus desdobramentos, "determinando que as requeridas se abstenham de dar prosseguimento ao processo de privatização ou liquidação, apresentem, individualmente ou de forma coletiva, no prazo de até 120 dias, após a ciência da intimação da presente decisão, estudo sobre o impacto da privatização nos contratos de trabalho em curso nas empresas constantes da inicial e nos direitos adquiridos por seus empregados, sob pena de pagamento de astreintes de R$ ,00 (hum milhão de reais) na hipótese de descumprimento da obrigação [...]". Nada obstante, por ocasião de liminar antes proferida nesta mesma ACPT, a União Federal valeu-se de pedido de suspensão de liminar ( PSL ), finalmente concedido pela Presidência do TST, após revogação de decisão da Presidência do TRT-RJ pelo plenário deste Tribunal 5, de modo que ficou decidido a continuidade do procedimento licitatório previsto no Edital do Leilão nº 2/2018 PPI/PND, até que sobrevenha decisão de mérito definitiva nos autos da referida ação. Em alguma medida, assim, cria-se um conflito entre decisões judiciais que precisa ser enfrentado. Inclina-se esta Consultoria pela interpretação de que tal conflito é aparente, eis que, à luz da Lei 8.437/1992, deve prevalecer a decisão do TST, conseguinte, sobrestando a eficácia da sentença da 49ª VT até seu trânsito em julgado. Assim a inteligência do art. 4º, 1º e 9º da citada legislação de regência do PSL, verbis: 5 Para uma descrição mais precisa, vide Fato Relevante publicado de

179 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/2018 Art. 4 Compete ao presidente do tribunal, ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso, suspender, em despacho fundamentado, a execução da liminar nas ações movidas contra o Poder Público ou seus agentes, a requerimento do Ministério Público ou da pessoa jurídica de direito público interessada, em caso de manifesto interesse público ou de flagrante ilegitimidade, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas. 1 Aplica-se o disposto neste artigo à sentença proferida em processo de ação cautelar inominada, no processo de ação popular e na ação civil pública, enquanto não transitada em julgado. [...] 9º A suspensão deferida pelo Presidente do Tribunal vigorará até o trânsito em julgado da decisão de mérito na ação principal. A despeito disso, há risco de interpretação diversa quanto à extensão da decisão no PSL, que deve ser dissipada junto à Presidência do TST pela AGU, autora e única legitimada para adotar providências no âmbito dessa medida judicial, o que deve ser ponderado pela Administração da Companhia à oportunidade de convocação da 173ª AGE, que é um desdobramento da 170ª AGE tornada sem efeito pela sentença de mérito da 49ª VT do TRT-RJ. 4. Garantias Cabe-nos relevar, ainda, que a Eletrobras figura como garantidora fidejussória da Amazonas Energia no âmbito dos Instrumentos de Confissão de Dívidas (CCDs) celebrados entre essa distribuidora e a Petrobras, com a interveniência anuência da Eletrobras, em , havendo previsão nesses instrumentos no sentido de que, caso a privatização de tais distribuidoras não ocorra, a garantia prestada pela Eletrobras deixa de ser válida, cabendo à respectiva distribuidora oferecer nova garantia à satisfação da Petrobras. Assim, deve ser também ponderado pelos administradores, em seu juízo de mérito que, ao se prorrogar o prazo para que ocorra a transferência do controle acionário das DISTRIBUIDORAS, igualmente se estende o prazo da garantia fidejussória da Eletrobras concedida no âmbito das CCDs. 16

180 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/ Dissolução e Liquidação das DISTRIBUIDORAS Prevê o item 3 da ordem do dia que, havendo aprovação da prorrogação da AMAZONAS e/ou CEAL, porém com descumprimento das condicionantes propostas pelos administradores, que deva se iniciar a dissolução e liquidação das DISTRIBUIDORAS. O tema da liquidação de todas as Distribuidoras sob controle da Eletrobras, incluídas no PND/PPI, remonta à deliberação tomada na 170ª AGE da companhia, eis que a modelagem de desestatização proposta pelo BNDES, cujo cerne envolvia medidas bilionárias de saneamento econômico-financeiro para alienação simbólica pelo valor de R$ ,00, deveria ser cotejada/comparada com o cenário de liquidação dessas empresas, porquanto, não mais titulares de concessões, teriam seu objeto social absolutamente esvaziado. Neste momento, surgiu com força discussão em torno do regime jurídico a ser aplicável em eventual liquidação das Distribuidoras: se, ordinário, com lastro na Lei 6.404/76 e limites de responsabilidade da Eletrobras na qualidade de controladora, ou, extraordinário, à luz da Lei 8.029/90, que traz um regime legal de insolvência de sociedades de economia mista no qual, por disposição expressa do art. 23, a União Federal assume a posição de sucessora universal da entidade liquidanda. Em ambos os casos, tem-se como pano de fundo a inviabilidade de que empresas estatais persigam a via da falência ou recuperação extra e judicial, ex vi art. 1º, II da Lei /2005. A Eletrobras, então, contratou 4 (quatro) notáveis pareceristas externos para opinar sobre a questão. Arnold Wald, Nelson Eizirik e Gustavo Binenbojm manifestaram-se pela aplicabilidade da Lei 8.029/90, considerando-a o regime jurídico de insolvência das empresas estatais, categoricamente sustentando a sucessão universal da União Federal prevista no art. 23 desta lei de regência, o que significa que tal ente federativo arcaria com os custos de liquidação das Distribuidoras, inclusive no que toca às garantias prestadas pela Eletrobras, sobretudo em contratos com a Petrobras, à vista do art. 40 da LC 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). Os doutos juristas João Laudo de Camargo e Francisco da Costa e Silva, por sua vez, sustentaram que a incidência da Lei 8.029/90 dependeria de manifestação expressa do CPPI, acolhendo a dissolução/liquidação como modalidade operacional de desestatização, evento capaz de atrair o art. 24 da Lei que, por sua vez, manda aplicar a Lei 8.029/90. À 17

181 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/2018 ausência deste comando do CPPI, entenderam tais pareceristas que eventual liquidação deveria seguir o rito ordinário da Lei 6.404/76. Em paralelo aos pareceres da Eletrobras, houve manifestação conjunta de órgãos jurídicos da União Federal (Nota nº 00592/2017/CONJUR-MME/CONJUR-MP/CGU/AGU) e do escritório Loeser Portella, assessor jurídico do consórcio que elaborou a modelagem de desestatização, recusando aplicação à Lei 8.029/90. Por fim, no Ofício Interministerial nº 906/MME/MF/MP, a União Federal, de forma contundente, manifestou-se no sentido de que não reconhece a validade da Lei 8.029/90, cujo regime jurídico, além dos custos imputados à União, prevê um trâmite societário que envolve a participação ativa de órgãos de sua estrutura administrativa. Assim, no exercício de seus deveres fiduciários, a administração da Eletrobras recomendou à deliberação dos acionistas, na 170ª AGE, que aprovassem a alienação de controle das Distribuidoras, uma vez que não seria suscetível de mensuração os riscos envolvidos, até de going concern da companhia, na deflagração de contencioso com a União em torno do regime de liquidação da Lei 8.029/90. O exame minucioso destas questões foi tratado nos memorandos DJJJ nº 4563/2017 e DJJJ nº 4621/2017, para os quais ora se remete. Em , a pedido da administração da companhia, o escritório Felsberg Advogados, especialista em processos falimentares/recuperacionais/liquidatórios, emitiu um parecer (Anexo 4 da PROPOSTA) visando orientar a companhia quanto à regência legal e trâmite societário de eventual liquidação de suas Distribuidoras. Como elemento novo para a governança da companhia no processo de desestatização ora em curso, e parte integrante da PROPOSTA, é indeclinável que esta Consultoria informe aos administradores, se não tudo quanto exposto pelo escritório, os pontos que julgamos mais sensíveis no contexto do presente conclave. Para atender à solicitação da Eletrobras, o escritório Felsberg precisou enfrentar, como premissa, a questão em torno do regime jurídico de liquidação de sociedades de economia mista, isto é, se ordinário à luz da Lei 6.404/76, ou extraordinário conforme termos da Lei 8.029/90. Assim manifestou-se a respeito do tema: 18

182 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/2018 Diante de tudo que foi apurado e de todos os contextos já apresentados, com a máxima vênia aos argumentos exarados pelos defensores da aplicação apenas do normativo da Lei nº 6.404/76, nos parece existir fundamentos sólidos para a defesa da aplicação da Lei nº 8.029/90 ao caso em tela. Primeiramente, deve-se ressaltar que a premissa de que a dissolução e a liquidação das Distribuidoras, cujos CNPJs não terão sido alienados, constituiria ato empresarial da Eletrobras não se sustenta, porquanto a decisão de alienar a concessão e os bens reversíveis a terceiro decorrem de atos de governo (dentre os quais, o inciso I, do artigo 5º do Decreto nº 9.192/17), o que torna a dissolução e a liquidação de tais Distribuidoras imperativa e automática, restando à Eletrobras simplesmente implementar tais atos, não lhe competindo qualquer outra alternativa. Ademais, o próprio art. 13 da Portaria MME nº 388/2016, cuja redação foi alterada pela Portaria nº 301/2018, estabelece que, caso não haja alienação do controle societário das Distribuidoras até 31 de dezembro de 2018, as mesmas deverão ser encaminhadas para liquidação. Sendo assim, não há que se falar que a decisão de liquidar as Distribuidoras foi em razão de um ato empresarial da Eletrobras, visto que isso foi decidido pela própria União. Mesmo que não se aceite a argumentação acima relativa à aplicação da Lei nº 8.029/90, o que se admite apenas ad argumentandum, há outro argumento que precisa ser considerado, relacionado com a natureza das Distribuidoras e a mens legis da Lei nº 8.029/90, que conduzem ao arcabouço jurídico que as incluíram no PND, sucedido pelo PPI, e de todo o processo para a privatização das citadas sociedades. Corrobora o fato de a decisão ter sido tomada diretamente pela União a exposição de motivos referentes à Medida Provisória nº 706/2015, que prevê que a realização do leilão das Distribuidoras seria para evitar a liquidação da empresa que perde o contrato de concessão. Nitidamente, nota-se que caso o leilão seja deserto, as Distribuidoras já serão encaminhadas para liquidação. 19

183 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/2018 Ademais, a Portaria nº 301/2018 do MME, que inclui determinados artigos na Portaria nº 388/2016 do MME, prevê a liquidação das Distribuidoras caso a alienação do controle societário não ocorrer até 31 de dezembro de É válido ressaltar ainda que o artigo 4º da Lei nº /16 deixa claro que o PPI será regulamentado por meio de decretos. Dessa forma, foi promulgado em novembro de 2016 o Decreto nº 8.893, no qual, em seu artigo 1º, qualifica as Distribuidoras como sendo de prioridade nacional. No mesmo diapasão, o inciso I, do artigo 5º, do Decreto nº 9.192/17, é claro ao dispor que, por decisão do CPPI, para os empreendimentos no âmbito do PPI, que é o caso das Distribuidoras, a ANEEL realizará a licitação da concessão de distribuição de energia elétrica sem transferência do controle societário das Distribuidoras, ou seja, da outorga originária da concessão. Como mencionado acima, se já existe normativo expresso outorgando à ANEEL a realização da licitação da outorga originária (e dos bens reversíveis), o que indubitavelmente acarretará no esvaziamento do objeto social das Distribuidoras, não resta dúvida que a dissolução das mesmas se torna um ato implícito do normativo vigente. Assim, em ocorrendo dito certame, e assumindo novas concessionárias o serviço de distribuição de energia elétrica nos estados atualmente atendidos pelas Distribuidoras, elas perderão por completo o seu objeto social e esse ato, por si só, como mencionado acima, deixa claro que não se necessita de qualquer ingerência da Eletrobras, cabendo a ela, tão somente, formalizar a dissolução das Distribuidoras, se utilizando do rito do Decreto nº 8.029/90 (p. 10). Como dito, à vista desta conclusão, o parecer deu tratamento às questões societárias envolvidas em potencial liquidação à luz da Lei 8.029/90, a exemplo de: (i) viabilidade de liquidação de companhia deficitária impedida de confessar falência; (ii) necessidade de AGE nas distribuidoras; (iii) nomeação de liquidante; (iv) prerrogativa da União de rescindir contratos; (v) ordem de pagamento com a força dos ativos da Distribuidora; (vi) sucessão da União Federal nas dívidas remanescentes; (vii) cenarização para início do processo societário de liquidação. 20

184 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/2018 Entendemos que minúcias do iter societário não fazem parte do escopo do presente parecer, os quais deverão ser oportunamente avaliados caso qualquer Distribuidora ingresse em estado de liquidação. No entanto, por razões que serão devidamente expostas, dois pontos do parecer externo guardam pertinência com o escopo da AGE sob exame: primeiro, a estratégia de litígio para defesa da Lei 8.029/90; segundo, a responsabilidade dos administradores em perseguir ou não o rito desta legislação. Na recomendação à deliberação dos acionistas na 170ª AGE, como dito, o elemento de destaque residiu na cautela com eventuais consequências deletérias de um contencioso com a União Federal, que categoricamente recusa a aplicação da Lei 8.029/90 e qualquer imputação de responsabilidade na eventual liquidação das Distribuidoras. Pressupõe, assim, uma judicialização do tema pela Eletrobras contra a sua controladora. Em grande medida, esta preocupação é mitigada pela estratégia processual construída pelo parecer do escritório Felsberg, para quem é prudente não iniciar um litígio com a União, mas sim agir de forma reativa face eventuais demandas judiciais que lhe sejam dirigidas por credores das DISTRIBUIDORAS ou que tenham vínculo jurídico com a Eletrobras, como é o caso de garantias contratuais. Eis as razões: Na esfera contenciosa, objeto do item agora em comento, não é recomendável iniciar uma discussão judicial com a União visando a declaração da aplicação da Lei nº 8.029/90 à liquidação das Distribuidoras. Nossa opinião é que seja realizado de forma reativa, ou seja, quando a Eletrobras for instada a pagar algum valor ou, dependendo do estágio processual, a se manifestar nos autos de um processo específico. Enquanto perdurar a designação, a defesa seria também a essencialidade do serviço público [...] Quanto às ações cíveis em curso, a depender do estágio de cada uma, é recomendável apenas alegar a ilegitimidade da Eletrobras ser parte em tal processo e não chamar a União aos autos. Para as ações nas quais a Distribuidora figure como ré, deve-se alegar a sua ilegitimidade passiva, visto que, por força do art. 23 da Lei nº 8.029/90, a União é a sucessora e indicar a União como a responsável. 21

185 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/2018 Nas reclamações trabalhistas, mesmo a União sendo sucessora da Distribuidora, existe um risco concreto de que o juiz determine o pagamento de eventual dívida pelo sócio majoritário (Eletrobras) e o consequente bloqueio da sua conta caso não seja cumprida uma sentença condenatória. Caso a Eletrobras venha a ser responsabilizada, poderá usar como defesa a aplicação da Lei nº 8.029/90 e a consequente sucessão pela União nas obrigações das Distribuidoras. É importante ressaltar que já existem precedentes, como o da Interbras, no qual foi entendido que a União sucederia a Petrobras nas dívidas trabalhistas, tornando a devedora originária parte ilegítima. Parece-nos, assim, que a estratégia montada pelo escritório tem aptidão para mitigar consideravelmente os riscos de desencaixe financeiro da Eletrobras, a curto e médio prazo, mas não os de tempo processual, naturalmente longo ante a complexidade do tema e atores envolvidos. Quanto às chances de êxito, por sua vez, o parecer traz uma série de precedentes na seara trabalhista, envolvendo a Interbras subsidiária da Petrobras, que designaram a União como sucessora universal à luz do art. 23 da Lei 8.029/90. O tema, contudo, apesar de lastreado em pareceres de notáveis juristas, não afasta a clareza de que a Eletrobras enfrentará um contencioso com a União, o que deve ser novamente sopesado pelos administradores. Contencioso, aliás, que apresenta semelhante probabilidade caso a Eletrobras decida não perseguir o rito da Lei 8.029/90. Neste contexto, além de atores naturais como sindicato e associações de classe, cabe resgatar a declaração de voto de minoritários da Eletrobras por ocasião da 171ª AGE, adiante trascrito em parte, igualmente sinalizando que podem judicializar contra a Eletrobras e a União em caso de não adoção da Lei 8.029/90 numa eventual liquidação. Verbis: 5. [...], não cabe à Companhia suportar tal ônus e sim o seu acionista controlador. A bem da verdade, essa condição decorre de leis (Lei nº 8.029/90 Art. 21 e 23), e Lei das S/A (art. 210 a 218) e não pode passar despercebida. Lei se aplica!. 22

186 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/2018 O risco de contencioso, portanto, parece inafastável, quer ou não se adote o rito da Lei 8.029/90, o que deve ser avaliado pelos administradores da Eletrobras. O segundo assunto que guarda pertinência com o item 3 da ordem do dia reside na avaliação do escritório quanto à responsabilidade dos administradores em caso de liquidação das DISTRIBUIDORAS, especialmente sensível à luz do posicionamento acima externado por minoritários na 171ª AGE. Segue, na íntegra, o capítulo do parecer externo dedicado à questão: VIII. Da responsabilidade dos administradores da Eletrobras e das Distribuidoras quanto ao rito a ser seguido Os administradores da Eletrobras e das Distribuidoras estão submetidos ao regime de responsabilidade dos administradores das sociedades anônimas, devendo agir com diligência e lealdade, protegendo os interesses societários da companhia, conforme determina a Lei nº 6.404/76. Nos casos de sociedades de economia mista, não há que se falar em eventual conflito: o administrador deve ser probo em relação à companhia, mesmo que possa ir de encontro a interesses de algum eventual acionista, inclusive, e especialmente, se for o controlador. Tal dever precisa ser especialmente considerado quando se tem operações realizadas entre empresas coligadas, devendo todos os atos serem feitos em condições equitativas e com as devidas compensações. O art. 245 da Lei nº 6.404/76 determina que os administradores não podem, em prejuízo da companhia, favorecer sociedade coligada, controladora ou controlada. Na mesma linha, surge a Lei nº 8.429/92 ( Lei de Improbidade Administrativa ), que pode vir a responsabilizar o administrador que praticar ou aprovar atos temerários que venham a causar prejuízos efetivos à companhia. 23

187 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/2018 Não pode servir como eventual mitigador de responsabilidade o argumento de favorecimento ao acionista controlador por interesses distintos do objeto da companhia e de sua rentabilidade. Deve-se observar, ainda, que o Regimento Interno do Conselho de Administração da Eletrobras vai de encontro ao disposto nas Leis nº 6.404/76 e 8.429/92 ao determinar que é vedado aos Conselheiros omitir-se no exercício ou proteção de direitos da companhia. Cabe aqui ressaltar que os órgãos de controle da União são independentes e, ao longo dos anos, têm tido atuação cada vez mais destacada na análise das tomadas de decisões dos administradores das entidades públicas, sejam elas diretas ou indiretas. Reforça-se, neste contexto, o dever fiduciário contido no art. 155, II da Lei 6.404/76, sendo vedado ao administrador omitir-se no exercício ou proteção de direitos da companhia. Assim, caso os administradores estejam convencidos da aplicação da Lei 8.029/90 em eventual liquidação das DISTRIBUIDORAS, por força dos pareceres externos que assim se posicionam, devem ponderá-lo com os demais deveres fiduciários que têm perante a companhia, sobretudo relacionados com a sua perenidade, como também o atendimento aos interesses dos acionistas, públicos e privados, e demais stakeholders. Isto posto, é oportuno tecer duas últimas e pontuais observações quanto ao processo de liquidação. Primeiro, esta Consultoria entende que a execução de atos de eventual liquidação das DISTRIBUIDORAS está condicionada ao término do período de designação, quer pela contratação de prestador emergencial, assunção de novo concessionário ou mesmo prestação direta pelo Poder Concedente, em homenagem aos princípios da continuidade do serviço público e preservação da função social da empresa, que restariam comprometidos com a realização de atos essenciais ao processo liquidatório, como a realização de ativos para pagamento de passivos, a rescisão de contratos de trabalho e empresariais, dentre outros. Segundo, cumpre dizer que a deflagração de eventual liquidação das Distribuidoras, a princípio, depende da reversão da sentença proferida na 49ª VT, citada anteriormente, eis que também condiciona o prosseguimento da liquidação à apresentação de estudo sobre o impacto 24

188 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/2018 da desestatização sobre os contratos de trabalho dos empregados das DISTRIBUIDORAS. Ou, por óbvio, a própria elaboração de tal estudo no prazo estipulado, 120 dias, não sendo possível antecipar se o juízo aceitará o material da Eletrobras como suficiente ao cumprimento da sentença. 6. Vedação ao aporte de garantias na nova designação Ao lado da vedação a que a Eletrobras faça aportes a qualquer título nas Distribuidoras, propõe-se aos acionistas que também se vede a prestação de garantias adicionais, no período de designação trazido pela MP 855/2018, entre 1 de janeiro e 31 de março de Aduz a PROPOSTA que a administração entende que as garantias necessárias para criar condições ao processo de privatização já foram prestadas ou comprometidas, no caso dos IADs (que são condicionados à privatização) ou já estão em negociação e devem ser encerradas até 31 de dezembro de 2018, e, portanto, não há prejuízo a vedação de que trata o item 4 da ordem do dia. Percebe-se, com clareza, que tal decisão tem esteio em considerações de natureza financeira, não compondo a matéria informações técnico-operacionais ou regulatórias sobre eventuais prejuízos ao exercício da designação pelas DISTRIBUIDORAS. Neste contexto, não se vislumbra óbice jurídico à proposta contida no item 4 da ordem do dia, cabendo aos administradores juízo de mérito se tal decisão representa o melhor interessa da companhia. 7. Considerações finais No tocante à aprovação interna da matéria, compete ao Conselho de Administração da Eletrobras convocar a Assembleia Geral de acionistas, nos casos previstos na Lei LSA, ou sempre que julgar conveniente, conforme art. 26, VII, de seu Estatuto Social c/c art. 142, IV, da Lei 6.404/76. Não há, quer nas leis de regência ou no Estatuto da Companhia, necessidade de que o Conselho Fiscal pronuncie-se a respeito da matéria. Releve-se, ainda, a necessidade de atendimento aos requisitos indispensáveis à regularidade do anúncio, constantes dos artigos 124 e 289, ambos da LSA, destacando-se, em especial, o prazo mínimo de 30 dias de antecedência para a convocação da AGE, conforme determina o art. 8º da Instrução CVM nº 559/2015, uma vez que a Eletrobras é emissora de ações que servem de lastro para programa de DR patrocinado. 25

189 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/2018 Quanto ao voto à distância, o parágrafo único do art. 121 da LSA estabelece que o acionista das companhias abertas, como é o caso da Eletrobras, poderá participar e votar a distância em assembleia geral, nos termos da regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários. Nesse contexto, a Instrução CVM nº 481/2009, conforme alterada, determina que o acionista pode exercer o voto nas Assembleias Gerais por meio do preenchimento e entrega do boletim de voto à distância sempre que a assembleia geral for convocada para deliberar, dentre outros, sobre a eleição de membros do conselho fiscal, nos termos do seu art. 21-A, 1º, pelo que correta a sua previsão no edital de convocação da 171ª AGE em tela. Com relação à minuta de PROPOSTA, a qual subsidiará os acionistas na Assembleia Geral a ser realizada, no que diz respeito aos aspectos jurídicos da recomendação que consta da mesma, temos que está em consonância com a legislação e demais normas aplicáveis, em especial a Instrução CVM nº 481/2009 e o OFÍCIO-CIRCULAR/CVM/SEP/Nº02/2018. Atentamos para a necessidade de se avaliar a conveniência e a oportunidade de divulgação das propostas constantes da ordem do dia, bem como sua comunicação à CVM, e às bolsas que negociem títulos emitidos pela Eletrobras, por poderem ser consideradas fatos relevantes, tendo em vista o disposto no artigo 2º, parágrafo único, inciso XVIII da Instrução CVM nº 358/ Destarte, recomendamos que o DFR 7 avalie, em sendo o caso, o momento adequado para a comunicação de fato relevante ao mercado, cabendo, ademais, aos administradores o juízo de mérito quanto a sua imediata divulgação, caso esta ponha em risco interesse legítimo da Companhia. Ressaltamos que o entendimento ora exarado é meramente opinativo, não vinculando a administração da Companhia, sendo este o entendimento que nos pareceu mais consentâneo com a legislação de regência e demais normas aplicáveis. 6 Art. 2o Considera-se relevante, para os efeitos desta Instrução, qualquer decisão de acionista controlador, deliberação da assembléia geral ou dos órgãos de administração da companhia aberta, ou qualquer outro ato ou fato de caráter político-administrativo, técnico, negocial ou econômico-financeiro ocorrido ou relacionado aos seus negócios que possa influir de modo ponderável: (...) Parágrafo único. Observada a definição do caput, são exemplos de ato ou fato potencialmente relevante, dentre outros, os seguintes: (...) XVIII - aprovação, alteração ou desistência de projeto ou atraso em sua implantação; 7 Segundo preceitua a Instrução CVM nº 358/2002 em seu art. 3º, verbis: Art. 3º Cumpre ao Diretor de Relações com Investidores enviar à CVM, por meio de sistema eletrônico disponível na página da CVM na rede mundial de computadores, e, se for o caso, à bolsa de valores e entidade do mercado de balcão organizado em que os valores mobiliários de emissão da companhia sejam admitidos à negociação, qualquer ato ou fato relevante ocorrido ou relacionado aos seus negócios, bem como zelar por sua ampla e imediata disseminação, simultaneamente em todos os mercados em que tais valores mobiliários sejam admitidos à negociação. 26

190 Data: 21/11/2018 MEMORANDO PRJE -0141/2018 Finalmente, em consonância com o enunciado nº 4 do Manual de Boa Prática Consultiva da Advocacia Geral da União, esclarecemos que eventuais chancelas apostas nos documentos encaminhados a este PRJE correspondem apenas a um mecanismo de certificação das folhas efetivamente apreciadas pelo advogado, não substituindo e nem se desatrelando do parecer jurídico correspondente. Assim, respeitado o juízo de mérito, considerando os posicionamentos favoráveis dos departamentos competentes, seguem chancelados o REDEX e as Minutas de Resolução, Proposta de Administração e Boletim de Voto à Distância. André de Avellar Torres Gerente do PRJE 27

191 Data: 22/11/2018 MEMORANDO PRJE /2018 De: Para: Assunto: André de Avellar Torres PRJE Maurício Carvalho Mazzini - PRJ 173ª AGE Eficácia da sentença da 49ª VT encaminhamento de posicionamento do BOCATER Referência: Complementação: Memorando PRJE 0141/2018. A título de complemento à avaliação, produzida no memorando PRJE 0141/2018, em torno da eficácia de sentença de mérito exarada pela 49ª Vara do Trabalho do TRT-RJ, na qual o juízo tornou sem efeito a 170ª AGE e desdobramentos, impedindo que a Eletrobras prosseguisse com a desestatização de suas Distribuidoras, esta Consultoria solicitou ao escritório Bocater, que patrocina a defesa da companhia na referida ação, que manifestasse entendimento a respeito do tema, em anexo, para melhor subsidiar as deliberações da Administração e Assembleia da Eletrobras. À consideração superior, André de Avellar Torres Gerente do PRJE 1

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194 Data: 23/11/2018 MEMORANDO PRJE /2018 De: Para: André de Avellar Torres PRJE Maurício Carvalho Mazzini - PRJ Assunto: 173ª AGE Impactos da MP 856/2018 Referência: Complementação: Memorando PRJE 0141/2018. À luz de questionamentos surgidos no âmbito da governança do processo de convocação da AGE em referência, fez-se indeclinável avaliar se o art. 5º da MP 856, de alguma forma e medida, tem aptidão para revogar a Lei 8.029/90, sobretudo no que ao art. 23 deste normativo que prevê a sucessão universal da União nos créditos e dívidas da estatal liquidanda. Eis o teor dos dispositivos acima citados: MP 856/2018 Art. 5º O Poder Concedente, o prestador emergencial e temporário contratado, nos termos do disposto no art. 1º, ou o novo concessionário contratado, nos termos do disposto no art. 4º, não serão responsabilizados por qualquer custo relativo ao processo de liquidação dos prestadores anteriores do serviço, compreendidos os passivos tributários, financeiros, trabalhistas ou as penalidades contratuais. LEI 8.029/90 Art. 23. A União sucederá a entidade, que venha a ser extinta ou dissolvida, nos seus direitos e obrigações decorrentes de norma legal, ato administrativo ou contrato, bem assim nas demais obrigações pecuniárias. Neste contexto, para dar mais conforto jurídico e melhor subsidiar as deliberações de administradores e acionistas da Eletrobras, questionou-se o escritório Felsberg a respeito do tema, que assim manifestou-se: Pela leitura do teor da MP, bem como da sua exposição de motivos anexada ao texto, resta inequívoco que a MP foi elaborada para resolver uma questão pontual e específica: a contratação de prestador emergencial e temporário do serviço 1

195 Data: 23/11/2018 MEMORANDO PRJE /2018 público de distribuição de energia elétrica, cuja principal finalidade é a garantia da continuidade da prestação do serviço. Sua urgência se dá pelo fato de que a atual prestação de serviços por designação das distribuidoras caducará, em tese, em dezembro do ano corrente e é necessário que a ANEEL já inicie todo o trâmite necessário para a contratação de um terceiro interessado em prosseguir com as operações. Todos os artigos ali dispostos são inseridos de forma orgânica para garantir a atratividade para a contratação de prestador emergencial e temporário, assim como a de uma eventual futura concessão. A exposição de motivos presente ao final do texto em comento não resta dúvidas sobre a única intenção do texto da MP que é o de garantir uma transição segura e diligente do atual prestador de serviço designado, ou seja, a Eletrobras, para um terceiro, seja ele um concessionário, no caso de sucesso do respectivo leilão, ou um prestador emergencial, a depender da conveniência e momento em questão. O contratado no regime emergencial e temporário substituirá as distribuidoras estatais sem contrato de concessão e que não foram privatizadas, e prestará o serviço até que seja concluída a contratação, pelo prazo de 30 anos, em regime de concessão, cujo processo será concomitante à contratação temporária. Logo, resta evidente que se trata de um normativo com propósito bem definido e de aplicação restrita ao fim proposto. [...] A MP, sem sombra de dúvidas, não versa sobre questões relacionadas com eventual dissolução/liquidação das distribuidoras e, portanto, compartilhamos da consideração feita na Consulta de que a MP não revoga parcial ou integralmente a Lei 8.029/90, tampouco torna a mesma incompatível. Não é objeto da MP qualquer regramento que verse sobre o regime a ser adotado para eventual liquidação/dissolução das distribuidoras da Eletrobras. Da mesma forma, inexiste qualquer referência expressa no sentido de revogação da Lei 8.029/90, tampouco incompatibilidade entre os termos ali previstos com os já promulgados na Lei em comento. 2

196 Data: 23/11/2018 MEMORANDO PRJE /2018 Por corolário, entendemos que referida norma segue sendo a aplicável no que tange aos eventuais ritos de dissolução/liquidação das distribuidoras, nos termos já exauridos no Parecer. [...] Como supramencionado, com base na Lei 8.029/90, em especial o seu artigo 23, a União é sucessora universal das obrigações das distribuidoras. Porém, a inclusão do Poder Concedente no referido artigo 5º da MP pode causar uma certa confusão sobre a extensão de sua aplicação. Da mesma forma, nos termos do artigo 5º em comento, a expressão prestadores anteriores do serviço pode levantar interpretações diversas. Nosso entendimento é que a redação dúbia não deixa claro que a intenção do legislador seria de abraçar todo e qualquer custo relacionado aos anos que as distribuidoras estavam operando como concessionárias, e não prestadoras. Importante aqui relembrar que as distribuidoras passaram a ser prestadoras de serviço de distribuição por designação apenas após a decisão de não aceitarem a renovação dos contratos de concessão ofertados pela União. Decisão essa, reitera-se, que teve o seu voto concordante apresentado pela própria União, na figura de acionista controlador da Eletrobras, que é a controladora das distribuidoras. Ademais, por força da designação de tais distribuidoras como prestadoras de serviço de distribuição, a título precário, nos respectivos estados, lhes foram outorgados o princípio da neutralidade na operação ao longo de tal período, no sentido de garantir a cada uma das distribuidoras, no mínimo, a não oneração durante o período da designação. Esse princípio, frise-se, é taxativamente mantido no 2º, artigo 3º da própria MP. Em suma, a redação do artigo 5º em comento, ao inserir o Poder Concedente e a determinação que não serão responsabilizados por qualquer custo relativo ao processo de liquidação dos prestadores anteriores do serviço pode resultar numa confusão interpretativa. 3

197 Data: 23/11/2018 MEMORANDO PRJE /2018 Com base na mens legis da MP apontada acima, nos parece mais plausível que a intenção seja de esclarecer aos eventuais interessados em serem contratados para a distribuição de energia elétrica em tais estados, na figura de prestadores de serviço emergencial e temporário, ou como concessionários adjudicados com contrato de concessão, que os mesmos não terão qualquer tipo de sucessão das obrigações existentes aos anos anteriores. Caso fosse a vontade da MP em isentar o Poder Concedente de toda e qualquer responsabilidade pelo período anterior ao da designação, o texto, por força do princípio da legalidade e publicidade, deveria ser taxativo nesse sentido. [...]. Além do natural risco de trâmite legislativo, de que a MP não seja convertida, caduque ou tenha seu conteúdo alterado nesta parte, parece também a esta Consultoria que o dispositivo em comento não tem aptidão para desonerar a União Federal da responsabilidade que o art. 23 da Lei se lhe imputa na liquidação de sociedades de economia mista. A MP, como dito, teve por finalidade regulamentar o regime de transição para um novo concessionário, via outorga pura, e não disciplinar regras especiais para o regime jurídico de insolvência de empresas estatais impedidas de socorrer-se na falência ou recuperação extra e judicial, à luz do art. 1, II da Lei nº /2005. Na forma do art. 7º, I da LC 95/1998, exceto as codificações, cada lei tratará de um único objeto. A clareza de propósito da MP 856 está contida nos itens 6 e 7 de sua exposição de motivos - EMI nº 00141/2018 MF MME, a qual, cumpre ponderar, momento algum arvora-se em discutir questões de responsabilidade no âmbito de eventual liquidação das DISTRIBUIDORAS. Segue o trecho mencionado: 6. Não obstante, faz-se necessário desenvolver um caminho alternativo para a hipótese de insucesso no leilão das distribuidoras dos Estados do Amazonas e de Alagoas, seja pela ausência de propostas válidas por falta de viabilidade econômica, seja por impedimento judicial à realização do certame. Isso porque se aproxima a data limite (31 de dezembro de 2018) aprovada pelos acionistas do 4

198 Data: 23/11/2018 MEMORANDO PRJE /2018 controlador das prestadoras designadas para a venda dessas empresas, data a partir da qual o controlador já demonstrou sua intenção de não dar continuidade à prestação voluntária do serviço de distribuição nesses Estados. 7. Assim, é fundamental que a União promova a contratação, por meio da Agência Nacional de Energia Elétrica, da prestação do serviço nas regiões atualmente atendidas pelas empresas não licitadas a fim de substituir essas empresas pelo período necessário a licitação regular da concessão "pura", nos termos do caput do art. 8º da Lei , de 2013, assegurando, tanto no período transitório contratado emergencialmente quanto na contratação definitiva do novo concessionário, o atendimento à exigência do art. 175 da Constituição Federal. Não há, ademais, revogação expressa ou regulação integral do regime jurídico de liquidação da Lei 8.029/90, quiçá incompatibilidade, à luz do art. 2º, 1º do Decreto 4.657/42 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro LINDB ). Não há incompatibilidade, porquanto, além de encartado no regime de transição para a outorga pura, expressamente exonera o Poder Concedente, leia-se União Federal, de dívidas dos prestadores anteriores do serviço, por certo, trazendo a percepção de que não alcança passivo acumulado ao longo da vida das Distribuidoras na condição de concessionárias. Assim, lateralmente, poder-se-ia compreender que o Poder Concedente está eximido de dívidas contraídas pelas Distribuidoras no período de designação, anterior ao intervalo de 1 de janeiro a 31 de março de 2019, à medida que o próprio art. 3º, 2º da MP 856 garante direito à neutralidade econômico-financeira das Distribuidoras nesse interregno. Ainda assim, não nos parece que viceja tal interpretação, uma vez que a dita neutralidade é decorrência legal do regime jurídico de designação trazido pelo art. 9º, 1º da Lei /2013, conforme exaustivamente tratado no memorando PRJE 0141/2018, garantindo à Eletrobras que persiga todos os prejuízos que incorreu pela ausência de remuneração adequada às suas Distribuidoras, fazendo o acerto de contas com o Poder Concedente de que trata o art. 10, II da referida legislação de regência. A despeito disso, é preciso alertar que a interpretação ora aduzida pode enfrentar questionamentos e visões distintas pelo Poder Judiciário e, especialmente, pelos órgãos de representação jurídica da União Federal, o que deve ser sopesado pelos administradores. Na visão do jurídico interno e do escritório Felsberg, havendo liquidação e vigente referido dispositivo da MP 856, a interpretação que nos parece mais consentânea à legislação, do ponto de vista sistemático 5

199 Data: 23/11/2018 MEMORANDO PRJE /2018 e teleológico, é a de que permanece vigente e aplicável o art. 23 da Lei 8.029/90, que coloca a União na condição de sucessora universal em potencial liquidação das DISTRIBUIDORAS. Ressaltamos que o entendimento ora exarado é meramente opinativo, não vinculando a administração da Companhia, sendo este o entendimento que nos pareceu mais consentâneo com a legislação de regência e demais normas aplicáveis. À consideração superior, André de Avellar Torres Gerente do PRJE 6

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