Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul Sistema LEGIS - Texto da Norma DEC:
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- Júlio Peixoto Eger
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1 Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul Sistema LEGIS - Texto da Norma DEC: DECRETO Nº , DE 03 DE ABRIL DE Dispõe sobre descontos em folha de pagamento dos servidores estaduais. O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 82, inciso V, da Constituição do Estado, DECRETA: Art. 1º - Na remuneração percebida pelos servidores estaduais, civis ou militares, inclusive os vinculados a fundações instituídas pelo Estado, não poderão ser efetuados quaisquer descontos, salvo os obrigatórios e os que o próprio servidor tenha autorizado expressamente. 1º - Para os efeitos deste artigo consideram-se: I - obrigatórios, os seguintes descontos instituídos por lei ou determinados por decisão judicial: a) contribuições a favor da Previdência Social, estadual ou federal; b) pensão alimentícia; c) estornos de vantagens; d) contribuições devidas ou fixadas a favor da Fazenda Pública, estadual ou federal; e) contribuição sindical; f) indenizações, multas, restituições e recolhimentos; II - autorizados, somente os seguintes descontos decorrentes de autorização do servidor: a) contribuição para associações e sindicatos de classe, juros e amortização de empréstimos por elas diretamente concedidos; b) valores devidos a cooperativas de consumo fechadas, formadas por servidores públicos estaduais, ou a entidades referidas nos incisos V e VI do parágrafo 2º, pela compra de mercadorias destinadas ou consignante e sua família; c) juros e amortizações decorrentes da aquisição de imóvel destinado à residência do consignante e de sua família; d) juros e amortizações de empréstimos em dinheiro concedidos por instituições controladas direta ou indiretamente pelo Estado; e) prêmios de seguros que tenham como estipulante associação de classe de servidores públicos estaduais, desde que reconhecida de utilidade pública pelo Governo do Estado, e sindicatos de servidores públicos estaduais, ambos em relação aos associados cuja classe represente; f) contribuições facultativas para complementação de assistência médico-hospitalar; g) juros e amortizações derivadas de empréstimos concedidos por empresas privadas detentoras de canal de consignações; h) contribuição espontânea aos partidos políticos. 2º - Somente poderão ser consignatários: I - as entidades de Previdência Social, estadual e federal; II - beneficiários de pensão alimentícia decorrente de decisão judicial, mediante mandado; III - as Fazendas Públicas, estadual e federal;
2 IV - órgãos da Administração Estadual direta e indireta, empresas de economia mista de que o Estado detenha o controle acionário e empresas por estas controladas; V - associações de classe de servidores públicos, reconhecidas de utilidade pública pelo Governo do Estado; VI - sindicatos de servidores públicos estaduais; VII - cooperativas de consumo fechadas, legalmente instituídas, constituídas por servidores do Estado, ou as entidades mencionadas nos incisos V e VI, que ofereçam fornecimento através de armazém ou loja próprios; VIII - sociedades seguradoras; IX - os partidos políticos registrados no Tribunal Eleitoral. 3º - Os descontos obedecerão à rigorosa ordem de prioridade, estabelecida de acordo com a seqüência estatuída nos incisos I e II do parágrafo 1º, observado ainda o que for determinado nas instruções referidas no parágrafo único do artigo 3º. 4º - Para os efeitos deste Decreto, o desdobramento (subcódigo de desconto) equipara-se ao canal (código de desconto) de consignações, aplicando-se àquele todas as disposições relativas a este. Art. 2º - O pedido de concessão de canal de consignações deverá ser formalizado em requerimento instruído com a documentação necessária à plena comprovação da destinação específica dos descontos a serem efetuados, bem como de detalhamento operacional que assegure a não utilização do canal para finalidade diversa daquela que for autorizada, com inclusão de cláusula de permissibilidade de fiscalização e de isenção de responsabilidade do Estado pelo eventual retardamento no repasse das importâncias. Parágrafo único - Além das exigências previstas no caput, o requerimento deverá ser acompanhado de cópia dos seguintes documentos: I - Para associações de classe de servidor público estadual: a) reconhecimento de utilidade pública, pelo Governo do Estado; b) comprovação de possuir no mínimo 100 (cem) associados; c) cópia do instrumento constitutivo de personalização jurídica da requerente; d) prova de capacidade de representação do signatário; e) termo de compromisso devidamente assinado, segundo modelo I, anexo. II - Para sindicatos dos servidores públicos estaduais: a) registro da entidade junto ao Ministério do Trabalho e Previdência Social e exemplar do Diário Oficial da União que haja publicado o ato definitivo do pedido de registro; b) cópia da ata da assembléia de constituição e do estatuto da entidade; c) cópias das atas de eleição e posse da diretoria; d) cópia de atas que instituíram as contribuições sindicais facultativas; e) termo de compromisso devidamente assinado segundo modelo I, anexo. III - Para cooperativas de consumo fechadas: a) comprovante de arquivamento dos atos constitutivos na Junta Comercial; b) instrumento constitutivo da personalidade jurídica da requerente; c) prova da capacidade de representação do signatário; d) termo de compromisso devidamente assinado, segundo modelo I, anexo; e) prova de regularidade fiscal expedida pela Secretaria da Fazenda estadual. IV - Para sociedades seguradoras: a) portaria de autorização de funcionamento;
3 b) carta patente registrada na SUSEP e arquivada no órgão do Registro de Comércio da localidade sede da sociedade; c) exemplar da publicação, no Diário Oficial da União, da certidão de arquivamento da carta patente; d) estatuto da sociedade com suas alterações; e) proposta de seguro e da apólice onde conste como estipulante entidade de classe de servidores públicos estaduais; f) prova da capacidade de representação do signatário do pedido; g) prova do domicílio da sociedade, ou de sua filial, no Estado do Rio Grande do Sul; h) prova de regularidade fiscal, expedida pela Secretaria da Fazenda estadual; i) termo de compromisso devidamente assinado segundo modelo I, anexo; j) pronunciamento sobre a conveniência, oportunidade e outros aspectos pertinentes aos órgãos a que, direta ou indiretamente, se vinculem os servidores. Art. 3º - A concessão de canais de consignação, para efeitos de descontos autorizados, levará em conta, primordialmente, a origem e a finalidade dos descontos a serem efetuados, com especial atenção aos interesses dos servidores e de seus dependentes, e a conveniência para a administração estadual. Parágrafo único - O ato concessório de canal de consignações não gera, em relação ao consignatário, nenhum direito permanente, podendo ser revogado a qualquer tempo, a critério exclusivo da autoridade concedente, e apenas poderá ser formalizado após exame de viabilidade técnica e da constatação do preenchimento, pelo requerente, de todas as condições e exigências estabelecidas neste Decreto e nas Instruções que, para tal fim, poderão ser baixadas pela Secretaria da Fazenda. Art. 4º - O Secretário de Estado da Fazenda, quanto às folhas de pagamento centralizadas em sua Pasta, o Comandante-Geral da Brigada Militar e os dirigentes máximos de autarquias e fundações instituídas pelo Estado, quanto às respectivas folhas, serão as autoridades competentes para autorizar a concessão de canais de consignação. Art. 5º - A inobservância, pelo consignatário, de qualquer norma estabelecida neste Decreto ou nas Instruções a que se refere o parágrafo único do artigo 3º poderá lhe acarretar uma das seguintes penalidades: I - advertência; II - bloqueio temporário do canal de consignação; III - multa de uma a dez vezes o valor da indenização respectiva, a ser descontada por ocasião do repasse das importâncias lançadas no código de descontos; IV - cancelamento da concessão. 1º - Constituirá causa determinante de cancelamento da concessão de canal de descontos, inclusive de desdobramento próprio ou mantido com qualquer outro consignatário dentro do sistema, sem que assista ao concessionário direito a indenização de qualquer espécie, quando constatado: I - utilização do canal concedido de forma diversa daquela que tiver sido autorizada, em especial quando alugado, sublocado ou cedido a terceiros, bem como, mesmo mantida a finalidade, houver troca de especificação sem anuência previa da autoridade concedente; II - ocorrência de desvio do consignatário, no que diga respeito com as suas finalidades institucionais precípuas; III - aplicação, pelo consignatário, de recursos em atividades estranhas à finalidade institucional; IV - a repetição de descontos indevidos ou não autorizados; V - atraso injustificado nas devoluções de descontos indevidos; VI - embaraço à ação fiscalizadora do órgão concedente. 2º - A transferência de titularidade de apólice de seguros, sem a prévia autorização formal do órgão concedente de canal de consignação, implicará a aplicação da penalidade prevista no inciso III do parágrafo anterior, bem como o cancelamento do canal, se não for regularizada no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data da notificação, podendo ser prorrogado por mais 30 (trinta) dias, a critério do concedente. 3º - Poderão ser aplicadas, às entidades seguradoras, as penalidades previstas nos incisos I a IV do caput deste artigo, caso não mantenham filial ou escritório de representação no Estado. 4º - São competentes para imposição das penalidades previstas neste artigo as mesmas autoridades previstas no artigo 4º.
4 Art. 6º - A inclusão de descontos autorizados nas folhas de pagamento dependerá sempre de expressa autorização escrita do servidor, devendo o consignatário conservar em seu poder tal documento, para exibi-lo ou dele fornecer cópia sempre que solicitado, correndo à sua inteira e total responsabilidade a inclusão, a alteração, conseqüências e efeitos dos descontos. Parágrafo único - Na autorização a que se refere o artigo deverá ficar eximida a responsabilidade do órgão administrativo quando, por razões de natureza operacional, por exigência de ordem legal, ou em decorrência de falhas de terceiros, o desconto autorizado deixar de ser efetuado, cabendo, na ocorrência de tal hipótese, ao consignatário, com base nos relatórios que receber, fazer imediata comunicação escrita da falha ocorrida, para eventuais providências de correção. Art. 7º - É facultado ao servidor autorizar consignações para até o máximo de 08 (oito) consignatários, contados na forma do 4º do artigo 1º, ficando ressalvadas as autorizações já implantadas que ultrapassem este limite. 1º - Sem prejuízo da aplicação da penalidade cabível, será suspensa a faculdade de autorizar consignações ao servidor que a fizer em número superior ao limite previsto no caput. 2º - O consignatário que, deliberadamente, incluir descontos autorizados para servidor, ainda que na ausência deste, de forma a ser constatado o não cumprimento do limite estatuído neste artigo, além da imediata exclusão do desconto, poderá ser enquadrado nas penalidades de que trata o artigo 5º. 3º - São competentes para aplicação da suspensão da faculdade de autorizar consignações as mesmas autoridades apontadas no artigo 4º, por iniciativa da Secretaria da Fazenda ou dos respectivos órgãos de pessoal. Art. 8º - Os consignatários mencionados no 2º do artigo 1º, pelo uso do canal de consignação ou desdobramentos, indenizarão a Secretaria da Fazenda, as autarquias e as fundações no valor resultante da aplicação de percentual fixo sobre o respectivo montante bruto, mensalmente lançado, observado o seguinte escalonamento, de acordo com a finalidade: I - Um por cento: a) para juros e amortizações de empréstimos concedidos diretamente pelas associações de sindicatos de servidores públicos estaduais; b) para valores devidos às entidades referidas nos incisos V, VI e VII do 2º do artigo 1º deste Decreto, pela compra de mercadorias destinadas ao consignante e sua família; c) para cooperativas de consumo fechadas, formadas por servidores públicos estaduais; d) para os descontos referidos nas alíneas "c", "d" e "f" do inciso II do 1º do artigo 1º deste Decreto. II - Quatro por cento para os descontos referidos nas alíneas "e" e "g" do inciso II do 1º do artigo 1º deste Decreto. III - Cinco por cento para os demais descontos que não se enquadram nos incisos anteriores e cujos consignatários, por ocasião da verificação determinada pelo artigo 14 do DECRETO Nº , de 5 de fevereiro de 1986, permaneceram na condição de concessionários. Parágrafo único - Ficam isentos da indenização de que trata o "caput" deste artigo os descontos de mensalidades em favor de associações ou sindicatos de servidores públicos estaduais, as contribuições espontâneas em favor dos partidos políticos e os descontos em favor das autarquias estaduais na condição de consignatários. Art. 9º - As indenizações recolhidas serão classificadas como RECEITA DE SERVIÇO - SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS CONSIGNATÁRIOS, pela Secretaria da Fazenda, e, sob título próprio, pelas autarquias. Parágrafo único - As fundações recolherão à Secretaria da Fazenda, através de Guia de Arrecadação (GA), mediante código de receita número 231, o valor da indenização cobrada dos consignatários, até o dia quinze do mês seguinte àquele a que se referiu a folha de pagamento, remetendo, de imediato, à Superintendência da Administração Financeira daquela Pasta, cópia da referida GA. Art Ressalvado o disposto nos artigos 2º e 3º, são assegurados os direitos dos atuais detentores de canais de consignação e seus desdobramentos, mesmo aqueles que permaneceram na condição de concessionários. Art A nova sistemática de cálculo de indenização prevista no artigo 8º aplica-se às folhas de pagamento do segundo mês subseqüente ao da publicação deste Decreto. Art As disposições deste Decreto aplicam-se aos processos em tramitação e dependentes de solução, que versem sobre pedido de canais de consignações ou desdobramentos. Art Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Art Revogam-se as disposições em contrário, em especial o DECRETO Nº , 05 de fevereiro de 1986, e o 4º do artigo 1º do DECRETO Nº , de 13 de junho de PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 3 de abril de (Este Decreto contém anexo.)
5 FIM DO DOCUMENTO.
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