UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP) ESTRATÉGIAS RECENTES DE FOMENTO À MOBILIDADE ESTUDANTIL NA GRADUAÇÃO



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Transcrição:

1 Introdução e Histórico UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP) ESTRATÉGIAS RECENTES DE FOMENTO À MOBILIDADE ESTUDANTIL NA GRADUAÇÃO Dora Maria Grassi Kassisse Pró-Reitoria de Graduação Alberto Luiz Serpa Mariana Castrillon Morais Pereira Coordenadoria de Relações Institucionais e Internacionais Em 1966, o Professor Zeferino Vaz recebeu do governo de São Paulo a incumbência de instalar no interior do estado uma nova universidade, a Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. O prof. Zeferino aceitou, mas com a condição de poder contratar quantos professores e pesquisadores julgasse necessário no Brasil ou no exterior. Com isso, a Unicamp já contava em sua inauguração com mais de 200 professores estrangeiros 1. A posição visionária do Prof. Zeferino de que a excelência de uma Universidade não poderia depender de barreiras nacionais condiz com a realidade dos tempos atuais, globalizados. Além de manter este foco inicial de trazer o mundo à Unicamp, a administração atual da Unicamp também se concentra em levar seus alunos ao mundo, às novas experiências, às oportunidades de se preparar para um mercado global. Este texto, focado na mobilidade de graduação, apresenta as ações e estratégias utilizadas nos últimos quatro anos objetivando internacionalizar a Unicamp por meio de fomento institucional à mobilidade estudantil. Consideramos como vantagens da internacionalização da universidade: Transformação e amadurecimento do aluno por ter que lidar com novas culturas e realidades, seja no Campus da Unicamp (contato com estrangeiros), seja em outro país, ao participar de programas de mobilidade estudantil; Estímulo ao desempenho escolar destacado, já que este pesa quando da concorrência por vagas de mobilidade disponíveis aos alunos da Unicamp, principalmente as com bolsas; Estímulo ao acesso à Unicamp e ao interesse dos melhores alunos pelas oportunidades de mobilidade disponíveis; Aumento da visibilidade nacional e internacional da Unicamp; Maior valorização e aceitação dos graduados pela Unicamp com experiência internacional pelo mercado de trabalho globalizado. Entretanto sabemos que internacionalizar é uma atividade que envolve várias instâncias externas à Universidade e algumas das soluções são morosas e envolvem mudanças que fogem do controle interno. Há alguns anos, foram identificados alguns aspectos limitantes à internacionalização da Unicamp. Estes aspectos serão discutidos a seguir, com as ações tomadas pela administração, principalmente pela CORI Coordenadoria de Relações Institucionais e Internacionais. 1 http://www.unicamp.br/unicamp/a-unicamp/historia

2 Para que o auxílio acadêmico e institucional aos alunos da Unicamp fosse aprimorado com o estabelecimento de normas e procedimentos, foi necessário inicialmente investir no aperfeiçoamento da CORI. Desta forma, a estrutura da CORI foi expandida nos últimos 4 anos, com a criação de 4 novos postos de trabalho e a contratação de profissionais bilíngues. Outra necessidade institucional é o conhecimento e entendimento das demandas das unidades de ensino e pesquisa. Estas, por sua vez, desconhecem oportunidades e procedimentos administrativos relacionados à internacionalização. Com o objetivo de atender a estas demandas, foi criado em janeiro de 2013 o CAINT (Comitê Assessor de Internacionalização). Este comitê é composto por um representante de cada unidade e tem como pauta discutir e divulgar ações para o aprimoramento da internacionalização na Unicamp. A primeira reunião do CAINT ocorreu em 22 de março de 2013. A criação deste comitê deriva de uma proposta do GTI (Grupo de Trabalho para Internacionalização, criado em 2009), que buscou nestes últimos anos identificar dificuldades e indicar soluções para o aprimoramento da internacionalização na Unicamp. Ações administrativas de apoio à internacionalização da Unicamp o GTI A administração da Unicamp, buscando favorecer o processo de internacionalização na Unicamp, criou o GTI, Grupo com representantes da CORI e das Pró-reitorias de Pesquisa, Graduação e Pós Graduação. O GTI Grupo de Trabalho para Internacionalização O GTI, conforme já mencionado, foi criado em 2009 com o intuito de direcionar as políticas institucionais de internacionalização. Dentre as ações propostas naquela época destacamos: a criação de mini-sites em inglês e espanhol de todos os institutos da Unicamp; o investimento em material de divulgação em inglês e espanhol; a reestruturação da CORI; a expansão da internacionalização na graduação e na pós graduação; o estímulo à recepção de alunos estrangeiros; a formação e envolvimento do quadro docente em projetos internacionais; o financiamento à vinda de professores e pesquisadores estrangeiros. Dos objetivos propostos pelo GTI, muitos já foram alcançados, como relatado a seguir: Muitos mini-sites já se encontram prontos e disponíveis na página inicial da Unicamp, que também conta com uma versão em inglês e em espanhol 2. Grande parte do conteúdo institucional da Unicamp, como os programas de graduação e pós graduação, também se encontra disponível na página inicial. Além da criação dos mini-sites, está em andamento também a tradução oficial das ementas dos cursos da Unicamp para que, em um futuro breve, os históricos escolares sejam fornecidos em português, inglês e espanhol. No ano de 2011, foi desenvolvida pela CORI e Pró Reitorias uma brochura trilíngue com informações institucionais da Unicamp em português, inglês e espanhol. Além do material impresso, foram desenvolvidos também, em conjunto com a Assessoria de Comunicação e Imprensa (ASCOM), vídeos institucionais em 2 http://www.unicamp.br/unicamp/structure/units-of-teaching-and-research; http://www.unicamp.br/unicamp/estructura/unidades-de-ensenanza-e-investigacion?language=es

3 inglês e espanhol. Estes vídeos ficam disponíveis na página inicial da Unicamp 3 e são entregues às delegações que visitam a Unicamp. Representantes da Unicamp têm participado em eventos internacionais com o intuito de promovê-la, como fez nas conferências do NAFSA (Association of International Educators) e do EAIE (European Association for International Education). Têm também participado de redes de cooperação internacional, como a Rede Magalhães, a AUGM, a WUN e o Cinda. A reestruturação da CORI já é uma realidade. Hoje a CORI conta com quatro novos profissionais, todos bilíngues, para prestar assistência à comunidade interna e externa em assuntos internacionais. A expansão da internacionalização na graduação também já é real, como vemos pelo crescimento no número de alunos da Unicamp em intercâmbios (Figura 1) e pelo aumento do número de alunos estrangeiros nos programas de graduação e pós graduação (Figuras 2 e 3). Estes gráficos refletem também que o objetivo do GTI em estimular a recepção de alunos estrangeiros foi atingido. A presença destes alunos no campus aumenta a sua diversidade cultural e enriquece o repertório global do aluno. Figura 1- Número de alunos de graduação da Unicamp em programas de mobilidade estudantil a partir de 2003. Figura 2 - Número de alunos de graduação estrangeiros em programas de mobilidade estudantil na Unicamp a partir de 2003. 3 www.unicamp.br

4 Figura 3 - Número de alunos de pós graduação estrangeiros em programas de mobilidade estudantil na Unicamp a partir de 2003. Mostramos também que houve um aumento significativo nos últimos anos dos formandos com experiência internacional (Tabela 1). Nota-se que, enquanto o número total de formandos cresceu 9,3% de 2008 a 2012, a porcentagem destes formandos que participou de algum programa de mobilidade internacional cresceu em 57,3%. Em 2012, 15 cursos tiveram, entre seus formandos, ao menos 10% de alunos que participaram de mobilidade internacional. Porém, 20 destes cursos não tinham nenhum intercambista dentre seus formandos. Acredita-se que o recém-criado CAINT vá auxiliar no entendimento das causas dessa diferença e ajudará a promover a internacionalização nos cursos em que o número de intercambista é baixo. É importante destacar também que os alunos contemplados pelo programa Ciência sem Fronteiras (Programa Federal) ainda não aparecem nestes números, já que ainda não se formaram. Por este motivo, é sabido que este percentual irá aumentar muito nos próximos dois anos. Tabela 1- Número de alunos de graduação formados na Unicamp e de alunos formados na Unicamp que realizaram mobilidade internacional. Ano Formandos da Unicamp Formandos intercambistas 2008 2370 124 2009 2312 141 2010 2302 175 2011 2350 179 2012 2591 195 Outro objetivo inicial do GTI foi a formação e o envolvimento do quadro docente. Este envolvimento aumentou com a participação de docentes em visitas de delegações estrangeiras e com a necessidade da avaliação prévia pelos coordenadores de graduação dos planos de estudos dos alunos intercambistas. Além disto, com a criação do CAINT, um comitê de docentes nomeados por seus institutos poderá opinar sobre as diretrizes da internacionalização nas suas unidades e na Unicamp. Também em parceria com o banco Santander, a PRG (Pró-reitoria de Graduação) promoveu visitas de coordenadores de graduação de diversos institutos da Unicamp à centros de excelência educacionais pelo mundo, como Harvard, MIT (Instituto de

5 Tecnologia de Massachusetts), Berkeley, Instituto de Artes da Califórnia (Calarts); Universidade de Gronoble e do Porto. Um último objetivo do GTI a ser mencionado foi o financiamento à vinda de professores estrangeiros. Com a criação do Programa Professor Visitante do Exterior 4, 19 professores estrangeiros já foram admitidos temporariamente na Unicamp. Neste programa, coordenado pela Pró Reitoria de pesquisa, os professores podem trabalhar na Unicamp por 2 anos. Se bem avaliado após este prazo, o instituto em que ele foi admitido poderá abrir um concurso para que o professor passe a fazer parte do corpo docente regular da Unicamp. Internacionalização da Unicamp outros aspectos Bolsas de mobilidade Nos últimos anos, os alunos da Unicamp têm tido acesso a várias oportunidades de bolsa de estudos para alunos de graduação, estabelecidas por convênios e parcerias institucionais, como nos programas Erasmus (União Européia) e Santander (mundial). Além disto, os alunos recebem o apoio institucional para concorrer a bolsas como as do programa Ciência sem Fronteiras, Bramex, Brafitec, Capes PLI, Pame Udual, Marca, Capes Fipse. Há também programas de oferecimento de bolsas específicos para determinadas áreas, como o Programa PRG/Santander de intercâmbio para a área de Humanas/Artes na Goldsmiths College, em janeiro/março de 2012, que visou compensar a falta de oportunidades para essas áreas no programa Ciência sem Fronteiras. Além das bolsas para financiamento de mobilidade, a Unicamp também mantém mais de 350 acordos com instituições de mais de 40 países. Grande parte destes acordos se baseia na reciprocidade entre instituições, ou seja, o aluno estrangeiro não paga para estudar na Unicamp e, em troca, o aluno da Unicamp não poderá pagar para estudar na instituição de destino. Isso reduz em muito o custo dos estudos de alunos no exterior. Melhoria da estrutura curricular e do processo de aproveitamento de estudos para facilitar a mobilidade estudantil com a inclusão dos coordenadores de graduação no processo de mobilidade estudantil Com a criação do programa Ciência sem Fronteiras (CsF, em 2011) do governo federal, aumentou em muito o interesse e as possibilidades de estudos no exterior para alunos de graduação. Com a colaboração e administração interna pela PRG (Pró-reitoria de Graduação) e pela CORI, o programa foi divulgado aos alunos da Unicamp. Também foi dado a eles apoio administrativo para o processo de candidatura e seleção (editais internos). Para atender ao programa CsF e focados no sucesso da internacionalização de cada aluno, foram alteradas regulações internas para facilitar o trancamento de matrícula sem prejuízo ao período de integralização deles, além de terem sido criados procedimentos para agilização no processo de aproveitamento de disciplinas dos alunos. Assim, os alunos da Unicamp que saem para intercâmbio já o fazem com o plano de estudos assinado pelo coordenador de graduação de seu curso. O aproveitamento de estudos tem sido facilitado pela exigência da anuência prévia do coordenador de graduação no plano de estudos do aluno intercambista. Esta atividade 4 http://www.unicamp.br/unicamp/ju/554/numero-de-adesoes-atesta-sucesso-do-programa-professor-visitante

6 não só dá segurança aos alunos, o que aumenta a participação destes nos programas, como impede que ocorra prejuízo na formação do aluno. Entretanto, sabemos que ainda há problemas na estrutura curricular, muitas vezes sequencial, o que pode fazer com que o aluno que fez intercâmbio precise ficar mais tempo na universidade. Muitos cursos, porém, já estão se adaptando para evitar que isso ocorra. Contudo, para o sucesso deste processo é também indispensável que as Universidades que acolherão os alunos tenham em seus sítios eletrônicos as disciplinas existentes bem como a clareza do período de oferecimento, condições para a matrícula e os professores responsáveis para que o contato para esclarecimentos e aceitação de matrícula seja possível antes do aluno de graduação chegar à Universidade. Infelizmente, ainda existem casos nos quais acontecem problemas no momento da chegada do aluno à universidade de destino, apesar do processo ter sido feito antes de sua saída do Brasil, como por exemplo, conflitos de horário ou não oferecimento de alguma disciplina requerida pelo aluno. A Unicamp mantém convênios que contemplam a Dupla Diplomação com renomadas instituições na França e na Itália. Com isto, os alunos da Unicamp conseguem obter um diploma da Unicamp e também da Universidade parceira. Dentre as instituições com quem esses acordos estão vigentes estão: Ecoles Centrales (França); Supeléc (França); Ecoles Normales (França); Paristech (França); Politécnico de Milano (Itália); Politécnico de Torino (Itália). Para estes processos, as análises prévias de disciplinas e desenvolvimento de plano de estudos específicos garantem o sucesso na dupla-diplomação. Oferecimento de benefícios aos alunos estrangeiros em intercâmbio na Unicamp (moradia, ajuda de custo, uso das instalações e da estrutura administrativa, seguro) Apoio financeiro para a moradia é dado somente para alunos estrangeiros participantes dos programas Escala Estudantil (AUGM), Pame Udual e Bramex. De qualquer modo, todos os alunos de intercâmbio na Unicamp têm acesso às bibliotecas e à alimentação subsidiada nos restaurantes universitários. Existe também a exigência de que os alunos estrangeiros tenham um seguro de saúde ao chegar a Unicamp, para que possam realizar sua matrícula. A mesma exigência existe para os alunos da Unicamp, que só conseguem realizar o trancamento de sua matrícula (para poderem realizar o intercâmbio) mediante apresentação do certificado de seguro saúde. Este seguro é pago pelo aluno ou, em alguns casos, é descontado da bolsa que receberá. Estímulo ao interesse dos alunos da Unicamp pelos programas de mobilidade envolvendo a America Latina O interesse na América latina foi incentivado por meio de programas de bolsa, como o Escala Docente da AUGM ou o Santander México, por exemplo. Nos últimos 9 semestres, cerca de 250 alunos de graduação da Unicamp participaram de programas de mobilidade estudantil por pelo menos um semestre em alguma instituição estrangeira da América Latina. Aumento da difusão da informação sobre as possibilidades de intercâmbio internacional Com o intuito de aumentar o acesso dos alunos às informações referentes aos intercâmbios, foi aberto em 2006 no térreo da Biblioteca Central da Unicamp um Posto de atendimento CORI/SAE. Com isso, ficou mais fácil o atendimento presencial e a assistência acadêmica aos alunos interessados em intercâmbio e aos estrangeiros recém-chegados à Unicamp. Além disso, oportunidades como editais e informações sobre

7 bolsas são divulgadas através da página da CORI (www.cori.unicamp.br). A CORI também dá apoio às visitas e delegações de instituições estrangeiras que queiram ministrar palestras para os alunos da Unicamp. Acesso prévio de informações do cotidiano de um aluno Unicamp-Manual do Estudante Estrangeiro O Manual do Estudante Estrangeiro foi elaborado por um grupo de trabalho específico tendo como objetivo divulgar informações essenciais do cotidiano de um aluno da Unicamp (http://www.prg.unicamp.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=595%3amanual-doestudante-estrangeiro-2013&catid=1%3aprg&itemid=150&lang=pt). Os estrangeiros já proficientes em português podem acessar esse Manual ainda em seus países e conhecer um pouco mais sobre tudo o que a Unicamp oferece a um aluno regular, bem como conhecer um pouco mais sobre a região de Campinas. Informações sobre legislação brasileira para vistos, sobre as ações das Pró-reitorias de Graduação (PRG) e de Pós-Graduação (PRPG), do Serviço de Apoio ao Estudante (SAE), da Diretoria Acadêmica (DAC), do Centro de Saúde da Comunidade (CECOM), do Serviço de Apoio Psicológico e Psiquiátrico ao Estudante (SAPPE) e da Prefeitura do Campus são disponibilizadas neste material de forma simples e de fácil acesso. Essas informações podem também ser úteis para estudantes brasileiros que pretendem tornarem-se alunos da Unicamp. Em breve esse material será também disponibilizado em espanhol e em inglês. O Manual é resultado do trabalho conjunto da PRG e do Grupo de Trabalho de Internacionalização (GTI), que recentemente passou a ser denominado Comitê Assessor de Internacionalização (CAINT). Estímulo à proficiência em língua estrangeira para alunos Unicamp Muitos alunos deixam de concorrer a bolsas por não serem proficientes em algum idioma estrangeiro. A Pró- Reitoria de Graduação e o Centro de Ensino de Línguas da Unicamp têm feito esforços para aumentar o número de vagas de ensino de línguas na Unicamp, criando-se reservas de curso e exigindo-se aulas de língua na grade curricular de muitos cursos, e também disponibilizando a estrutura da Unicamp para aplicação de exames de proficiência. Apoio ao aprendizado de português para alunos estrangeiros Como as disciplinas de graduação da Unicamp são oferecidas em língua portuguesa, é disponibilizado ao aluno estrangeiro disciplinas de Português para estrangeiros (níveis I a III) e Português para falantes de espanhol (níveis I e II). Estas disciplinas são oferecidas aos estrangeiros matriculados na Unicamp, mas preferência é dada aos alunos que participam dos programas institucionais de mobilidade estudantil. Tabela 2 - Número de alunos matriculados em diferentes disciplinas de Língua Portuguesa para estrangeiros oferecidas pelo Centro de Ensino de Línguas CEL na Unicamp. O CEL é órgão vinculado à Pró-Reitoria de Graduação. 2010 2011 2012 2013 1º Semestre 105 113 114 145

8 2º Semestre 100 148 132 * Total 205 261 246 145* * dados disponíveis apenas para o 1º Semestre/2013 Aumento do interesse internacional pela Unicamp visitas de delegações estrangeiras O interesse de instituições internacionais pela Unicamp também aumentou significantemente nos últimos anos. Um bom indício deste interesse é o aumento significativo no número de visitas de delegações estrangeiras recebidas pela CORI nos últimos anos. Resultaram destas visitas acordos de mobilidade, palestras para alunos da Unicamp e workshops. Hoje em dia, a Unicamp mantém mais de 370 acordos com instituições estrangeiras e, considerando-se que nos três primeiros meses de 2013 mais de 40 delegações foram recebidas, este número de acordos tende a aumentar ainda mais. Figura 4- Número de visitas de delegações estrangeiras recebidas na CORI. Internacionalização da Unicamp dificuldades ainda existentes Apesar do bom desempenho em atividades de internacionalização obtido nos últimos anos, devemos registrar que ainda existem desafios a serem solucionados. Entre as dificuldades ainda não sanadas encontram-se: Moradia estudantil A CORI auxilia os alunos estrangeiros no processo de localização de moradia extra-campus. Porém, o alto custo da moradia nos arredores da Unicamp, assim como a dificuldade legal para que um estrangeiro assuma um contrato de aluguel de curto prazo, são dificuldades atuais. A mesma dificuldade é encontrada na moradia a ser oferecida para docentes em intercâmbio. Vagas nos cursos de língua estrangeira Apesar do oferecimento de disciplinas de diversos idiomas no CEL (Centro de Ensino de Línguas, da Unicamp), ainda é difícil o acesso de alunos às vagas oferecidas. É necessário adequar a oferta à crescente demanda. Testes de proficiência

9 No sentido de facilitar a aplicação na Unicamp de testes de proficiência reconhecidos internacionalmente, como o IELTS e o TOEFL, estão em estudo parcerias para a aplicação destes testes no próprio Campus. Disponibilização de informações sobre disciplinas A disponibilização de informações acerca das disciplinas que compõem os diferentes currículos de graduação bem como o período de oferecimento é fundamental para a realização da mobilidade. Sinalização do campus Originalmente pensado pelo GTI, há ainda o plano de aprimorar a sinalização de todo o campus, incluindo placas de ruas e identificações nos departamentos em mais de um idioma. Capacitação de funcionários A capacitação dos funcionários, principalmente aqueles que trabalham diretamente com os alunos, é de fundamental importância para a internacionalização. Esta capacitação pode ser obtida por meio de cursos de idiomas e de intercâmbios. Considerações A importância do processo de internacionalização é indiscutível e os resultados obtidos pela Unicamp são muito positivos. Acreditamos que as ações realizadas na Unicamp para aperfeiçoamento do processo foram eficazes e podem ser ainda aprimoradas. Este aprimoramento de ações internas e externas de forma mais ágil deve ser buscado para que os processos sejam implementados de forma mais eficiente.