Prestação do Serviço de Interruptibilidade em 2016 Documento em conformidade com as regras estabelecidas no Regulamento Tarifário de Dezembro de 2008 e com a Norma Complementar nº 4 REN Rede Eléctrica Nacional, S.A. REN Trading, S.A Junho 2010 Março 2017
ÍNDICE 1. Sumário Executivo... 2 2. Enquadramento Legislativo... 3 3. Caracterização das instalações consumidoras abrangidas pela portaria n.º 592/2010... 5 4. Análise Comparativa... 5 5. Activação da Interruptibilidade... 8 Página 1 de 8
1. SUMÁRIO EXECUTIVO O presente relatório tem por objetivo caracterizar a situação da interruptibilidade em Portugal Continental ao longo do ano de 2016, tal como estabelecem as alíneas 4 e 5 do Artigo 14.º da Portaria n.º 592/2010 de 29 de julho, nomeadamente no que diz respeito ao número e características das instalações consumidoras prestadoras do serviço, potência total interruptível, potência residual máxima e valores faturados. No final de 2016, a situação era a seguinte: (a) Estavam habilitadas para prestar o serviço de interruptibilidade 50 instalações consumidoras; (b) A potência interruptível representou um total de 680,8 MW referente à modalidade contratual A e 662,9 MW à modalidade contratual B; (c) A potência residual máxima totalizou cerca de 35,5 MW, tanto na modalidade A como na modalidade B; (d) A remuneração pela prestação do serviço de interruptibilidade representou 102,1 M ; (e) O operador da rede de transporte não emitiu nenhuma ordem de redução de potência. Página 2 de 8
2. ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO Até ao final do ano de 2010, o serviço de interruptibilidade era prestado exclusivamente por clientes que fossem abastecidos, através de tarifa regulada, pelo Comercializador de Último Recurso (CUR). A Portaria n.º 592/2010 de 29 de Julho veio alterar o anterior regime, permitindo a prestação do serviço a todas as instalações consumidoras com potências interruptíveis superiores a 4 MW que adquirem a energia em regime livre (aquisição direta em mercado organizado ou através de contratação bilateral ou, indiretamente, através de comercializadores a atuarem em regime livre), ao mesmo tempo que atribuiu a gestão administrativa, técnica e operacional deste serviço ao operador da rede de transporte (ORT). Foi ainda definido um regime transitório de um ano após a entrada em vigor da Portaria durante o qual se mantinham a vigência dos contratos do serviço de interruptibilidade já existentes no mercado regulado. Após esse período transitório, todos os consumidores que pretendessem continuar a prestar o serviço de interruptibilidade formalizaram um contrato com o ORT e teriam, obrigatoriamente, de a contratar a sua energia em regime livre. Adicionalmente, foi definido um conjunto de requisitos técnicos que os consumidores devem cumprir para que possam ser elegíveis como prestadores do serviço. Desde então, foram publicadas diversas Portarias e Despachos com o intuito de ajustar e desenvolver a prestação do serviço de interruptibilidade definida na supramencionada Portaria, a saber: (a) O Despacho n.º 13416/2010 de 12 de agosto determina os parâmetros a utilizar nas fórmulas de cálculo da retribuição do serviço de interruptibilidade dispostas no n.º 1 do artigo 5.º da Portaria n.º 592/2010; (b) A Portaria n.º 1308/2010 de 23 de dezembro cria um regime transitório durante o qual é permitido contratar com o operador da rede de transporte a prestação do serviço de interruptibilidade, com dispensa de alguns dos requisitos previstos, e introduz uma valorização da modelação nas fórmulas de remuneração, procedendo à primeira alteração à Portaria n.º 592/2010; (c) A Portaria n.º 71/2011 de 10 de fevereiro identifica os serviços essenciais em que a prestação do serviço de interruptibilidade possa pôr em risco a segurança de pessoas ou bens e isenta, temporariamente, a obrigação da submissão ao ORT do pedido prévio de formalização do contrato; (d) Portaria n.º 268/2011 de 16 de setembro prorroga, até 30 de novembro de 2012, o prazo para instalação dos equipamentos de medida, registo e controlo necessários para a gestão, controlo e medida do serviço de interruptibilidade; Página 3 de 8
(e) Portaria n.º 200/2012 de 2 de julho altera os parâmetros de definição do fator µ, que integra as fórmulas de cálculo da retribuição do serviço de interruptibilidade e modifica o valor que limita a remuneração da parcela de disponibilidade, tal como previstos no artigo 2.º da Portaria n.º 1308/2010. Adicionalmente, introduz mecanismos de verificação da disponibilidade da interruptibilidade e da sua operacionalidade; (f) Portaria n.º 215-A/2013 de 1 de julho altera os parâmetros e o limite máximo da remuneração do serviço de interruptibilidade previstos nas Portarias n.ºs 592/2010 e 1308/2010, para os consumidores abastecidos em MAT e com uma potência média anual superior a 50 MW. Por outro lado, estabelece ainda as regras aplicáveis à repercussão tarifária dos montantes pagos pelo operador da rede de transporte. (g) Portaria nº 221/2015 de 24 de julho altera os parâmetros e o limite máximo da remuneração do serviço de interruptibilidade, previstos na Portaria 1308/2010, alterada pelas Portarias nºs 268/2011, 200/2012 e 215-A/2013, para os prestadores de serviço de interruptibilidade com energia anual consumida superior a 75 GWh e que não sejam abastecidos no nível de Muito Alta Tensão e tenham uma potência média anual superior a 50 MW. Adicionalmente, alterou os requisitos para a prestação do serviço. (h) Portaria nº 268-A/2016, de 13 de outubro, que determina que a remuneração do serviço de interruptibilidade fica limitada às instalações que forem alvo dos testes previstos no artigo 4º-A da Portaria 200/2012, e que se revelarem aptas à prestação do serviço. Página 4 de 8
3. CARACTERIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES CONSUMIDORAS ABRANGIDAS PELA PORTARIA N.º 592/2010 No final de 2016 estavam habilitadas a prestar o serviço de interruptibilidade em Portugal Continental 50 instalações consumidoras, 48 das quais contratualizaram a modalidade A+B e apenas 2 a modalidade A. A potência total interruptível ao abrigo desta Portaria totalizou 680,8 MW referente à modalidade contratual A e 662,9 MW à modalidade contratual B. A evolução mensal do n.º de instalações consumidoras, potência interruptível e remuneração base mensal é a apresentada nos gráficos seguintes: A remuneração base total pela prestação do serviço de interruptibilidade ascendeu a 102,1 M. Página 5 de 8
A variação da remuneração ao longo do ano 2016 decorre diretamente da variação do Peh e o limite máximo fixado do preço médio de referência da energia para o trimestre anterior em euros por MWh, publicado trimestralmente no Boletín Oficial del Estado (BOE), conforme definido na Portaria nº 215-A/2013, de 1 de julho. Página 6 de 8
4. ANÁLISE COMPARATIVA De acordo com a informação analisada, as principais componentes que caracterizam a prestação do serviço de interruptibilidade em Portugal Continental registaram um ligeiro decréscimo face ao ano de 2015. O n.º de instalações consumidoras diminuiu 4%, a potência total interruptível 5% e a remuneração base total registou um decréscimo de cerca de 7%, conforme se pode constatar pela tabela seguinte. Número de Potência Interruptível Potência Residual Remuneração Total Inatalações [MW] Máxima [MW] (M ) 2015 52 714,2 36 109,9 2016 50 680,8 36 102,1 Variação -4% -5% -1% -7% Página 7 de 8
5. ACTIVAÇÃO DA INTERRUPTIBILIDADE Em 2016, as condições de exploração do sistema elétrico não exigiram em nenhum momento a interrupção dos consumos das instalações consumidoras habilitadas a prestar o serviço de interruptibilidade definido pela Portaria n.º 592/2010. A informação prevista na alínea a), n.º 4 do artigo 14.º da Portaria n.º 592/2010 é a que se encontra na tabela seguinte: Ordens Causas de Ordens emitidas executadas Ordens incumpridas incumprimento 0 0 0 * Durante o ano de 2016 a disponibilidade dos canais de comunicação entre a REN e os Prestadores do Serviço de Interruptibilidade registou um valor médio de 97,5%. Página 8 de 8