10. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido



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Transcrição:

1 ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( X ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA AS DROGAS E SEUS EFEITOS NA JUVENTUDE ANÁLISE DE UMA REALIDADE SOCIAL MURARI, Georgia Anastácia Campana¹ CARNEIRO, Larissa Carvalho² RESUMO O presente trabalho se enquadra na área da temática dos Direitos Humanos e Justiça. É resultado da participação no projeto de extensão do ECA: conheça, usufrua seus direitos e exercite seus deveres, subprojeto do NEDIJ (Núcleo de Estudos e Defesa de Direitos da Infância e da Juventude), coordenado pela professora Rosângela Fátima Penteado Brandão. Promovido pela Universidade Estadual de Ponta Grossa e realizado em conjunto com os acadêmicos do curso de Bacharelado em Direito, o projeto de extensão tem por objetivo a expansão do conhecimento tanto dos direitos como dos deveres das crianças e dos adolescentes prescritos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), através de oficinas em escolas públicas de Ponta Grossa com a temática do ECA aos alunos com idade entre 13 e 14 anos. A pesquisa a respeito das drogas desde o conceito até a situação enfrentada atualmente pelo Estado em decorrência do seu caráter teórico, visa subsidiar eventuais palestras para apresentação do tema. As drogas são todas as substâncias psicoativas que atuam no sistema nervoso central causando depressão, alucinação e euforia. Seu uso existe desde a remota antiguidade, mais precisamente 4.000 anos a.c, fazendo parte das sociedades até hoje. Contudo, o uso gera diversos problemas sociais e de saúde pública. Destaca-se que o legislador deve possuir uma redobrada atenção quanto à regulamentação de consumo e publicidade, principalmente devido a crescente manifestação a favor da legalização de determinadas drogas. A lei 11.343 de 23 de agosto de 2006 dispõe sobre os crimes referentes ao porte e uso de drogas sem a devida autorização ou em desacordo com determinação legal, bem como o tráfico e as políticas de ações públicas para o combate e a prevenção. Referente à criança e ao adolescente, as políticas públicas de combate e prevenção ocorrerão mediante conjunto articulado de ações de órgãos governamentais e não governamentais integrados entre si. PALAVRAS CHAVE drogas. descriminalização. ato infracional. ¹ Acadêmica do 3 ano do Curso de Bacharelado em Direito, participante do Projeto de Extensão ECA: conheça, usufrua seus direitos e exercite seus deveres, coordenado pela Professora Rosângela Fátima Penteado Brandão e desenvolvido na Universidade Estadual de Ponta Grossa, georgiaanastacia91@hotmail.com ² Acadêmica do 2 ano do Curso de Bacharelado em Direito, participante do Projeto de Extensão ECA: conheça, usufrua seus direitos e exercite seus deveres, coordenado pela Professora Rosângela Fátima Penteado Brandão e desenvolvido na Universidade Estadual de Ponta Grossa, larissa.carvalhocarneiro@hotmail.com

2 1. Introdução As drogas são substâncias naturais ou sintéticas (produzidas em laboratórios) que ao serem introduzidas no organismo produzem alterações em seu funcionamento, isto é, causam efeitos alucinógenos, depressivo, estimulante, e/ou dependência química. Oriundas da antiguidade há caso datados de três mil anos a.c na China referentes ao uso do ópio e de quatro mil anos a.c, o uso da maconha pelos gregos as drogas eram utilizadas para a diminuição da dor, para excitação nas orgias e para aumento da espiritualização nos rituais tribais e religiosos. Sabe-se que as drogas são consideradas nocivas ao organismo humano devido ao prejuízo ser maior que o benefício causado. Por isso, via de regra, tanto o uso sem autorização ou em desacordo com determinação legal, quanto o tráfico de drogas ilícitas são considerados crimes pelo nosso ordenamento jurídico, como pode ser visto nos artigos 28 e 33 da Lei 11.343/06: Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I advertência sobre os efeitos das drogas; II prestação de serviços à comunidade; III medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. (...). Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena- reclusão de 5 (cinco) anos a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa (...). Em face ao crescente debate em torno do tema, principalmente referente à legalização de algumas drogas, descriminalizando-as, e ao considerável aumento de usuários, principalmente entre jovens, a presente pesquisa visa à promoção de uma alerta e maior conscientização principalmente de adolescentes os quais possuem maior inclinação ao uso de drogas, pois, segundo Içami Tiba³: a prevenção é o melhor remédio para as drogas. Para tanto, faz-se necessário o estudo e o conhecimento sobre o assunto por meio de palestras, workshops e demais métodos empregados na expansão das informações relacionadas ao tema do projeto. Além de tudo, não é novidade que tanto o uso quanto o tráfico de drogas acarreta maiores índices de violência. De acordo com aludido, dispõe o artigo 19 da Lei 11.343 de 23 de agosto de 2006: Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem observar os seguintes princípios e diretrizes: (...) X o estabelecimento de políticas de formação continuada na área da prevenção do uso indevido de drogas para profissionais de educação nos 3 (três) níveis de ensino; XI a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido de drogas, nas instituições de ensino público e privado, alinhados às Diretrizes Curri- ³ Içami Tiba é médico especializado em psiquiatria, psicodramatista, colunista, palestrante e escritor de livros sobre educação escolar.

3 culares Nacionais e aos conhecimentos relacionados a drogas; XII a observância das orientações e normas emanadas do Conad; XIII o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas. Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas dirigidas à criança e ao adolescente deverão estar em consonância com as diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente Conanda. Diante do supracitado, observa-se que o governo tem por dever instituir políticas públicas voltadas ao combate de drogas visando à diminuição do uso e do tráfico. 2. Objetivos Geral: O objetivo geral do projeto de extensão do ECA: conheça, usufrua seus direitos e exercite seus deveres é informar, através de oficinais, as crianças e adolescentes da rede de ensino fundamental das escolas públicas de Ponta Grossa acerca de como elas devem agir e quando exigir os seus direitos, bem como conhecer as consequências do desrespeito a norma legal, ou seja, os atos infracionais. Para tanto, conta-se com a colaboração dos acadêmicos do curso de Bacharelado em Direito da Universidade Estadual de Ponta Grossa além dos professores e autoridades competentes envolvidas no projeto em parceria com as escolas públicas do Estado. Específico: O objetivo específico da pesquisa é justamente o que está descrito, ou seja, a tomada de conscientização da população jovem de como a droga se constitui, quais as suas consequências e as sanções aplicadas no caso do descumprimento da norma legal prevista no ECA. 3. Metodologia O projeto de extensão vale-se como metodologia empregada as reuniões periódicas com os envolvidos, oficinas e palestras gratuitas as escolas na exposição dos temas escolhidos e abordados no projeto, estudos doutrinários, dados estatísticos promovidos por órgãos estatais e debates concernentes ao tema para realização e divulgação em eventos científicos. O presente artigo se utilizou da metodologia história e dialética, buscando na doutrina, como o Estatuto da Criança e do Adolescente e a lei ordinária Lei n o 11.343/2006, e demais artifícios como documentários e reportagens para a consolidação da ideia empregada na pesquisa. 4. Resultado a. Da relevância do debate Segundo o caput do artigo 5º da Constituição Federal: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (...). Já o caput do artigo 6º reza: São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, (...). Diante dos artigos supramencionados, percebe-se que o direito à vida e à saúde, protegidos pelo ordenamento, assim como a liberdade, o direito à intimidade e o princípio da intervenção mínima, os quais entram em verdadeiro confronto quando estão relacionados às drogas. De acordo com uma publicação de Guilherme Nucci 4 na sua página pessoal de uma rede social, a polêmica ainda persiste em decorrência da discussão da descriminalização do uso de drogas: Em breve, ingressará na pauta do Plenário do STF a questão relativa à (in) constitucionalidade do art. 28 da Lei 11.343/2006 (porte de droga para uso). Duas questões fundamentais: 1) o art. 28 seria inconstitucional por ferir o direito à intimidade, o princípio da 4 Guilherme de Souza Nucci é Juiz de Direito em São Paulo, autor de diversos livros na área penal e professor de direito penal da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

4 intervenção mínima ou o da ofensividade? 2) se considerado inconstitucional, como ficará, na prática, a política nacional de combate às drogas no Brasil? Há também os movimentos para a legalização de certas drogas ilícitas, como o MLM (Movimento pela legalização da maconha). As mudanças sociais, as quais até mesmo chegaram à porta do Supremo Tribunal Federal, afetam e violam não só a Constituição Federal, mas também o Estatuto da Criança e do Adolescente, porque este também visa à proteção da saúde e da vida das crianças e dos jovens. b. Noções preliminares sobre as drogas e seus impactos As drogas também denominadas de narcóticos ou entorpecentes são todas as substâncias químicas ou produtos tóxicos que produzem alterações nos sentidos e no organismo, além de acarretar dependência química. Elas se classificam em: as estimulantes: cocaína, cigarro, crack; as depressoras: álcool e remédios antidepressivos/tranquilizantes (tarja preta); as perturbadoras/alucinógenas: maconha, LSD e solventes orgânicos (cola de sapateiro); as drogas mistas: combinação de dois ou mais efeitos - ecstasy; As drogas acarretam a degeneração do organismo, além de efeitos colaterais, podendo até mesmo levar a morte do indivíduo. Por isso, a presente pesquisa tem visão contrária à descriminalização do uso de drogas, visto que os problemas ocasionados pelas drogas devem ser resolvidos, e não ignorados, como de certa forma serão se as drogas forem descriminalizadas. c. Do conhecimento dos atos infracionais Quando um adolescente desrespeita a norma legal, comete um ato infracional e fica sujeito a medidas socioeducativas e, em determinados casos, também medidas de proteção. As medidas variam de acordo com a gravidade do ato e buscam orientar o adolescente em conflito com a lei, com o objetivo de reintegrá-lo à vida familiar e comunitária. As medidas de proteção podem ser aplicadas tanto a crianças como a adolescentes, sendo aplicadas quando algum direito destes está sendo ameaçado ou desrespeitado. Já as medidas socioeducativas são aplicadas apenas a adolescente em conflito com a lei e são as seguintes: Medidas em meio aberto: Advertência (art. 115 - ECA): repreensão verbal feita por um juiz ou autoridade legal, que é transformada em documento e assinada pelas partes envolvidas. Obrigação de reparar o dano (art. 116 - ECA): para casos de danos patrimoniais, o adolescente pode restituir o bem, promover o ressarcimento, ou compensar o prejuízo à vítima. Prestação de serviços à comunidade (art. 117 - ECA): o adolescente realiza tarefas gratuitas e de interesse geral, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos; a jornada não deve exceder oito horas semanais e o período máximo dessa medida é seis meses, não podendo prejudicar a frequência escolar nem a jornada de trabalho. Liberdade assistida (art. 118 e 119 - ECA): um orientador voluntário acompanha o jovem, com apoio de autoridade competente; caso seja necessário, o adolescente será inserido em programas de auxilio e assistência social; também é acompanhada a frequência escolar e, em caso de maiores de 16 anos, há encaminhamento para cursos profissionalizantes. Medidas em meios fechados: Semiliberdade (art. 120 - ECA): o adolescente deve pernoitar ou seguir determinadas rotinas em instituições especializadas; sendo obrigatória a escolarização e a profissionalização.

5 Internação em estabelecimento socioeducativo (art. 123 a 125 - ECA): medida privativa de liberdade. Ela deve ser aplicada apenas em último caso: quando houver grave ameaça ou violência à pessoa, reiteração no cometimento de infrações graves ou pelo descumprimento de outra medida socioeducativa. O jovem deve participar de atividades pedagógicas, profissionalizantes e esportivas; sendo que a medida não deve ultrapassar três anos. Cada sanção depende do caso concreto, mesmo na questão do tráfico e uso de drogas por crianças e adolescentes. Nestes casos, estes são submetidos ao Estatuto da Criança e do Adolescente e, a medida a ser aplicada depende de diversos outros fatores, levando em consideração à reincidência, a boa conduta, dentre outros. 5. Conclusão Diante do exposto, a pesquisa serve para promover o conhecimento, as consequências e a forma da qual o governo dispõe para combater o uso de drogas. Entretanto, para que seja possível uma maior efetividade das políticas públicas é necessária à integração de todos os setores sociais: família, escola, mídia e profissionais de saúde além do que o Estado já promove, para que o adolescente possa buscar sua conscientização do efeito prejudicial das drogas, evitando, assim, a expansão dessa conduta que viola o maior dos bens jurídicos tutelados pela nossa Constituição: o direito à vida. 6. Referências BRASIL ESCOLA. Drogas. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/drogas/> Acesso em 04 abr. 2012. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 1988. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente (1990). Lei n o 8.069 de 13 de julho de 1990. Brasília, DF, 1990. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Estatuto da Criança e do Adolescente: um guia para jornalistas. Belo Horizonte, MG: Rede Andi Brasil, 2009. BRASIL. Lei n o 11.343, de 23 de agosto de 2006. Brasília, DF, 2006. Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; e dá outras providências. Diário Oficial de 24.08.2006, Brasília, DF. GONÇALVES, Marcelo Santin. Comentários à Lei de Drogas - Lei 11 343/06. Disponível em <http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.31729> Acesso em 09 mar. 2012. TIBA, Içami. Conversando com Içami Tiba. Volume 2. São Paulo: Integrare Editora, 2008.