Administrando Preços e Lucro



Documentos relacionados
COMO SE GANHA DINHEIRO GIRANDO MAIS O NEGÓCIO

COMO REDUZIR CUSTOS NA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS

QUAL O CRITÉRIO IDEAL PARA REAJUSTAR O PREÇO DE UM SERVIÇO

O NOME DO JOGO É: O MÁXIMO DE RETORNO SOBRE INVESTIMENTO COM O MÍNIMO DE CUSTO DE CAPITAL

PERGUNTAS MAIS FREQÜENTES SOBRE VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)

PROJEÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

COMO QUALIFICAR O PREÇO DE VENDA DE SEUS PRODUTOS (UTILIZANDO AS TÉCNICAS DE ANÁLISE DE INVESTIMENTOS FORMAÇÃO DE PREÇOS)

TIPOS DE INVESTIMENTOS IMPORTANTES NA ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA- PARTE l

COMO UTILIZAR A FÓRMULA DO PONTO DE EQUILÍBRIO EM VOLUME NUMA EMPRESA QUE VENDE VÁRIOS PRODUTOS

COMO SALVAR UM PRODUTO DE UMA BAIXA IRREVERSÍVEL (?) NO PREÇO DE VENDA (investindo em diferenciais competitivos)

CUSTO DE REPOSIÇÃO NA FORMAÇÃO DE PREÇOS

TODAS AS EMPRESAS DEVERIAM TER UM SIMULADOR DE PREÇOS. Francisco Cavalcante

COMO DETERMINAR O PREÇO DE LANÇAMENTO DE UMA AÇÃO NA ADMISSÃO DE NOVOS SÓCIOS

JOGO DOS 4 ERROS - ANALISANDO UM NOVO INVESTIMENTO: ONDE ESTÃO OS 4 ERROS?

COMO CALCULAR A PERFORMANCE DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS - PARTE II

TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) PERGUNTAS MAIS FREQÜENTES

DURATION - AVALIANDO O RISCO DE MUDANÇA NAS TAXAS DE JUROS PARTE l

COMO PREPARAR UM RELATÓRIO QUE APRESENTE OS RESULTADOS DA EMPRESA POR UNIDADE DE NEGÓCIO

COMO ANALISAR ECONOMICAMENTE DUAS PROMOÇÕES

PROCEDIMENTOS PARA ANALISAR PROJETOS EXCLUDENTES COM VIDAS ESTIMADAS DIFERENTES

GASTOS VARIÁVEIS, FIXOS E SEMI-VARIÁVEIS (alguns conhecimentos indispensáveis para quem trabalha com análises econômicas e financeiras) ASSOCIADOS

MERCADO DE OPÇÕES - O QUE É E COMO FUNCIONA

COMO INTERPRETAR A RELAÇÃO VENDAS / ATIVOS ( GIRO )

COMO ELABORAR UMA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS POR UNIDADE DE NEGÓCIO

PAYBACK - CALCULANDO O TEMPO NECESSÁRIO PARA RECUPERAR O INVESTIMENTO

TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O INDICADOR : RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO

CONSTRUINDO E ANALISANDO O EBITDA NA PRÁTICA

COMO CALCULAR O PONTO DE EQUILÍBRIO NA PRÁTICA

COMO IDENTIFICAR E ANALISAR OS IMPACTOS DOS DRIVERS DA EMPRESA (CASH E VALUE)

O QUE TODOS DEVEM DAVER SOBRE PERPETUIDADE

ENTENDENDO OS CONCEITOS DE RISCO E RETORNO - (Parte III)

Eliminando todas as suas dúvidas sobre Margem de Contribuição

A Projeção de Investimento em Capital de Giro na Estimação do Fluxo de Caixa

PARA CRIAR VALOR PARA O ACIONISTA NÃO BASTA TER EVAs POSITIVOS - É PRECISO QUE SEJAM "CRESCENTES"

COMPRAR VERSUS ALUGAR (qual a melhor opção)

PATRIMÔNIO LÍQUIDO CONTÁBIL versus VALOR DE MERCADO Cálculo do patrimônio líquido pelo valor de mercado

RECUPERAÇÃO DE IMPOSTOS E O CUSTO REAL DA COMPRA DE MATÉRIA-PRIMA

COMO CALCULAR E ANALISAR A CAPACIDADE DE

COMO DETERMINAR O PREÇO DE UMA

REGRESSÃO LINEAR SIMPLES

OS IMPACTOS DA MUDANÇA PARA MAIS OU PARA MENOS NA TAXA DE JUROS SOBRE O PREÇO DE VENDA

TÓPICOS ESPECIAIS DE CONTABILIDADE: JUROS SOBRE CAPITAL

COMO TRATAR A TAXA DE JUROS NA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

Projeção do Fluxo de Caixa Caso Prático

Como Elaborar um Fluxo de Caixa com Base em Demonstrações Encerradas (Parte II)

INDICADORES FINANCEIROS NA TOMADA DE DECISÕES GERENCIAIS

QUE TAL ANALISAR O MVPL Valor Presente Líquido Modificado

ENTENDENDO OS CONCEITOS DE RISCO E RETORNO

Tratamento das Receitas e Despesas Financeiras

Vantagens e Cuidados na utilização do Valor Econômico Agregado - EVA

A ESTRUTURA DE CAPITAL NA ANÁLISE DE NOVOS INVESTIMENTOS

O que é e como funciona uma operação de swap

Outros Tópicos Importantes na Elaboração do Fluxo de Caixa

OS EFEITOS DOS CUSTOS NA INDÚSTRIA

UM GLOSSÁRIO PARA O DIA A DIA DO EXECUTIVO

RESENHA TRIBUTÁRIA ATUALIZADA

COMO CRIAR UM PLANO DE AMORTIZAÇÃO

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DAS

O QUE É CUSTO DE CAPITAL PARTE ll

CONTABILIDADE E GESTÃO DE CONTROLE DE ESTOQUE NA EMPRESA

QUAL É A RELAÇÃO ENTRE RISCO E CUSTO DE CAPITAL

UP-TO-DATE. ANO I. NÚMERO 11

O QUE É UMA PROJEÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS - PARTE II

COMO TRATAR A INFLAÇÃO NA ANÁLISE DE UM NOVO INVESTIMENTO

COMO CALCULAR PRAZOS MÉDIOS QUANDO ESTES EXCEDEM 30 DIAS

O VALOR DO CONTROLE PARTE 2

QUAL A DIFERENÇA ENTRE O VPL DA OPERAÇÃO E O VPL DO ACIONISTA?

COMO SELECIONAR PROJETOS QUANDO EXISTE RESTRIÇÃO DE CAPITAL

CUSTOS NA PEQUENA INDÚSTRIA

COMO ANALISAR E TOMAR DECISÕES ESTRATÉGICAS COM BASE NA ALAVANCAGEM FINANCEIRA E OPERACIONAL DAS EMPRESAS

Como Elaborar um Fluxo de Caixa com Base em Demonstrações Encerradas (Parte I)

Artigo publicado. na edição Assine a revista através do nosso site. abril e maio de 2012

COMO CALCULAR O PRINCIPAL INDICADOR PARA MEDIR A EFICIÊNCIA FINANCEIRA DE UMA

ASPECTOS AVANÇADOS NA ANÁLISE

UTILIZANDO A TIR PARA ANÁLISE DE DOIS PROJETOS EXCLUDENTE

UTILIZAÇÃO DE RECURSOS AVANÇADOS DO EXCEL EM FINANÇAS (PARTE II): ATINGIR META E SOLVER

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NA ELABORAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA

Break Even Point Ponto de Equilíbrio Parte II

ENTENDENDO OS DIVERSOS CONCEITOS DE LUCRO

EXERCÍCIOS EXTRAS COM RESPOSTA GESTÃO DE CUSTOS

3 Indicadores de Resultados da gestão comercial. Série Indicadores Essenciais Volume 3

Guia de Recursos e Funcionalidades

COMO CONVERTER DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS BRASILEIRAS PARA A MOEDA AMERICANA (FAS 52) - EXEMPLO PRÁTICO

DETALHES RELEVANTES NA APRESENTAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA ELABORADO COM BASE NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Como utilizar a margem de contribuição para tomar decisão quando existe limitação na capacidade produtiva Parte 2

GASTAR MAIS COM A LOGÍSTICA PODE SIGNIFICAR, TAMBÉM, AUMENTO DE LUCRO

COMO CALCULAR UM FLUXO DE CAIXA COM BASE EM DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ENCERRADAS. Autor: Francisco Cavalcante UP-TO-DATE. ANO I.

SIMULAÇÃO DE VIABILIDADE DE NEGÓCIOS INTRODUÇÃO

UP-TO-DATE. ANO I. NÚMERO 15

Quais as aplicações do custo de capital?

Custos Logísticos. Não basta somente realizar tarefas, é preciso ser assertivo.

GOVERNANÇA CORPORATIVA

SIMULAÇÃO DE GESTÃO EMPRESARIAL

DURATION - AVALIANDO O RISCO DE MUDANÇA NAS TAXAS DE JUROS - PARTE lli

LL = Q x PVu Q x CVu CF

COMO FAZER O ACOMPANHAMENTO FINANCEIRO DE UM PROJETO (Pós-Auditoria) Conceitos e Procedimentos Para Serem Colocados em Prática Imediatamente

PERGUNTAS E RESPOSTAS QUE TODO EXECUTIVO FINANCEIRO GOSTARIA DE FAZER SOBRE ANÁLISE ECONÔMICA

COMO FUNCIONAM DOIS PROCEDIMENTOS DO ICMS NA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

TÓPICO ESPECIAL DE CONTABILIDADE: IR DIFERIDO

Transcrição:

Administrando Preços e Lucro Como organizar seu sistema de custos e preços para responder às perguntas que todo empresário faz no seu cotidiano Como ter um sistema que ofereça a harmonia entre lucratividade, mercado e concorrência Formar preços ou administrar preços: o que é importante? Autores: Francisco Cavalcante (f_c_a@uol.com.br) Administrador de Empresas graduado pela EAESP/FGV. É Sócio-Diretor da Cavalcante Associados, empresa especializada na elaboração de sistemas financeiros nas áreas de projeções financeiras, preços, fluxo de caixa e avaliação de projetos. A Cavalcante Associados também elabora projetos de capitalização de empresas, assessora na obtenção de recursos estáveis e compra e venda de participações acionárias. O consultor Francisco Cavalcante já desenvolveu mais de 100 projetos de consultoria, principalmente nas áreas de planejamento financeiro, formação do preço de venda, avaliação de empresas e consultoria financeira em geral. UP-TO-DATE - Nº125 ADMINISTRANDO PREÇOS E LUCRO 1

ÍNDICE PÁG APRESENTAÇÃO 03 ADMINISTRANDO PREÇOS E LUCRO 04 REFLEXÕES 13 UP-TO-DATE - Nº125 ADMINISTRANDO PREÇOS E LUCRO 2

APRESENTAÇÃO Vimos nos Up-To-Dates 116 e 117 que a administração das empresas se defronta constantemente com decisões que envolvem mudanças nas variáveis preço de venda, custos variáveis, custos fixos, volume de vendas e meta de lucro. Neste contexto, a análise do ponto de equilíbrio é um instrumento de fácil interpretação e que, se corretamente aplicado, ajuda na avaliação da empresa como um todo e de seus produtos em particular. Numa visão moderna, o ponto de equilíbrio é o nível de operação da empresa onde as receitas cobrem os gastos variáveis mais gastos fixos e cobrem a meta de lucro mínima definida pelos acionistas. Neste Up-To-Date vamos mostrar novamente a metodologia do ponto de equilíbrio através de um caso prático. UP-TO-DATE - Nº125 ADMINISTRANDO PREÇOS E LUCRO 3

ADMINISTRANDO PREÇOS E LUCRO Leituras de Up-To-Dates recomendadas Up-To-Date 116 Break Even - Análise do Ponto de Equilíbrio - Parte I e Up-To-Date 117 Break Even - Análise do Ponto de Equilíbrio - Parte II A leitura deste Up-To-Dates, embora não seja essencial, ajudará na compreensão dos assuntos tratados neste Up-To- Date. O consultor José Silva foi chamado para avaliar o sistema de custos e preços do Restaurante Boa Comida. O senhor Hernandez, único proprietário, quer um sistema que possa fornecer condições de harmonizar sua meta de lucro com as condições do mercado e da concorrência. O Restaurante Boa Comida opera com apenas 1 (um) tipo de bebida, 5 (cinco) tipos de prato e 1 (um) tipo de sobremesa. Os dados levantados pelo consultor José Silva são os seguintes: CARDÁPIO CARDÁPIO PREÇO CUSTO VARÁVEL Camarão com lagosta R$70 R$35 Filé com arroz R$45 R$22 Feijoada R$35 R$18 Macarronada R$25 R$12 Sopa diet R$15 R$8 Sobremesa R$4 R$2 Bebida R$2 R$1 Gastos fixos totais mensais (GFT) R$25.000 Lucro mínimo esperado (LME) R$15.000 Impostos sobre vendas 20% UP-TO-DATE - Nº125 ADMINISTRANDO PREÇOS E LUCRO 4

Atenção! Guarde o significado das abreviações a seguir: PE = Ponto de Equilíbrio RT = Receita Total PVU = Preço de Venda Unitário GVT = Gasto Variável Total GVU = Gasto Variável Unitário GFT = Gasto Fixo Total LME = Lucro Mínimo Esperado MCT = Margem de Contribuição Total MCU = Margem de Contribuição Unitário GVU% = Gasto Variável Unitário em Percentual A primeira pergunta que o senhor Hernandez fez ao consultor José Silva foi a seguinte: Quanto o restaurante deverá faturar por mês para que ele possa ganhar os $15.000 desejados? O consultor José Silva desenvolveu os seguintes procedimentos:! O que o senhor Hernandez deseja á o cálculo do ponto de equilíbrio (PE).! O ponto de equilíbrio (PE) pode ser calculado em termos de quantidade ou de valor.! O PE em quantidade tem a seguinte fórmula: PE = (GFT + LME) / MCU! Para utilizar esta fórmula, haveria a necessidade de se ratear os GFT e o LME para cada um dos 7 (sete) ítens do cardápio. Como este rateio se sustenta em critérios subjetivos, a qualidade do PE em quantidade encontrada fica prejudicada.! Resta a possibilidade de se encontrar o PE em valor. A fórmula é a seguinte: PE = (GFT + LME) / (1 - GVU%)! A aplicação desta fórmula leva a uma receita total que absorve os gastos variáveis totais, os gastos fixos totais de $25.000 e deixa sobrar o lucro mínimo esperado de $15.000 por mês.! A composição do portfólio (se vende mais prato A ou prato B) é irrelevante, desde que a margem de contribuição unitária de cada um dos produtos em termos percentuais seja a mesma, ou muito parecida. UP-TO-DATE - Nº125 ADMINISTRANDO PREÇOS E LUCRO 5

! O consultor José Silva preparou o seguinte quadro: OPÇÃO PVU GVU GVu% (1) Camarão com lagosta R$70 R$35 50,00% Filé com arroz R$45 R$22 48,89% Feijoada R$35 R$18 51,43% Macarronada R$25 R$12 48,00% Sopa diet R$15 R$8 53,33% Sobremesa R$4 R$2 50,00% Bebida R$2 R$1 50,00% (1) GVU% = GVU / PVU! O GVU% médio é de 50,24%. O desvio-padrão em torno da média é de 1,6%, considerado pequeno, razão pela qual a aplicação da fórmula do PE em valor levará a uma receita total bastante confiável.! Eis o PE em valor: Receita Total = ($25.000 + $15.000) / (1-0,20-0,5024) = Receita Total = ($40.000) / 0,2976 = $134.390 (1) (1) Os cálculos foram realizados no excel que trabalha com um número maior de casas decimais. Receita Total $134.390 100,00% (-) Impostos ($26.878) (20,00%) (-) Gastos Variáveis ($67.512) (50,24%) (=) MCT $40.000 29,76 (-) Gastos Fixos ($25.000) (18,60%) (=) Lucro $15.000 11,16%! Há fortes indícios que restaurantes com características semelhantes na região estão cobrando preços inferiores em 10%, na média.! O senhor Hernandez perguntou ao consultor José Silva o seguinte: se os preços do cardápio fossem reduzidos linearmente em 10%, qual o aumento no volume de vendas necessário para compensar a redução nos preços.! O senhor Hernandez intuitivamente acreditava que uma queda de 10% nos preços de venda levaria à necessidade de aumentar o volume de vendas em 10%. Será que sua intuição estava correta?! O consultor José Silva tomou como referência um PVU de $100 e um GVU de $50,24 "ambos hipotéticos". Se o preço de venda de $100 cair para $90, o GVU% aumenta de 50,24% para 55,82% ($50,24 / $90). Agora, basta aplicar a equação: UP-TO-DATE - Nº125 ADMINISTRANDO PREÇOS E LUCRO 6

! Eis o PE em valor: Receita Total = ($25.000 + $15.000) / (1-0,20-0,5582) = Receita Total = ($40.000) / 0,2418 = $165.409 Receita Total $165.409 100,00% (-) Impostos ($33.082) (20,00%) (-) Gastos Variáveis ($92.328) (55,82%) (=) MCT $40.000 24,18% (-) Gastos Fixos ($25.000) (15,11%) (=) Lucro $15.000 9,07%! Colocando os 2 quadros lado a lado temos: PRINCIPAIS VALORES PVU Atual PVU com 10% de desconto Variação Receita Total $134.390 $165.409 23,08% Gastos Variáveis $67.512 $92.328 36,76%! O crescimento no volume de vendas necessário para compensar uma que de 10% no PVU é de 36,76%. É dado pela variação nos gastos variáveis.! Prova: (A) RT com tabela de preços atual: $134.390 (B) Crescimento no volume de venda: 36,76% (C) Queda no PVU: 10% $165.409 = A vezes (1 + B) vezes (1 - C)! O senhor Hernandez ficou surpreso. Acreditava que uma queda de 10% nos preços implicaria na necessidade de crescer o volume de vendas em 10%. Estava equivocado: o volume de vendas deveria crescer 37%.! O senhor Hernandez cogitava a hipótese de adotar um política de preços "guerrilheira". Baixar seus preços em mais 10%. Será o que volume de vendas deveria crescer outros 37%?! O consultor José Silva tomou novamente os preços daquele "prato hipotético". O PVU é de $100 e o GVU de $50,24 "ambos hipotéticos". Se o preço de venda de $100 cair para $90, o GVU% aumenta de 50,24% para 55,82% ($50,24 / $90). Se o preço de venda unitário cair mais 10%, passará para $81, portanto o GVU% aumenta de 55,82 para 62,02% ($50,24 / $81). Agora, basta aplicar a equação: UP-TO-DATE - Nº125 ADMINISTRANDO PREÇOS E LUCRO 7

! Eis o PE em valor: Receita Total = ($25.000 + $15.000) / (1-0,20-0,6202) = Receita Total = ($40.000) / 0,1798 = $222.469 Receita Total $222.469 100,00% (-) Impostos ($44.494) (20,00%) (-) Gastos Variáveis ($137.975) (62,02%) (=) MCT $40.000 17,98% (-) Gastos Fixos ($25.000) (11,24%) (=) Lucro $15.000 6,74%! Colocando os 2 quadros lado a lado temos: PRINCIPAIS VALORES PVU com 10% PVU com "mais" 10% Variação Receita Total $165.409 $222.469 34,50% Gastos Variáveis $92.328 $137.975 49,44%! O senhor Hernandez observou que o crescimento no volume de vendas necessário para compensar uma nova queda de 10% no PVU é de 49,44% e não os 37% que ele imaginava.! Prova: (A) RT com tabela de preços menor em 10%: $165.409 (B) Crescimento no volume de venda: 49,44% (C) Segunda queda no PVU: 10% $222.469 = A vezes (1 + B) vezes (1 - C)! O senhor Hernandez ficou surpreso. Acreditava que uma nova queda de 10% nos preços implicaria na necessidade de crescer o volume de vendas em outros 37%. Estava equivocado: o volume de vendas agora deveria crescer praticamente 50%. UP-TO-DATE - Nº125 ADMINISTRANDO PREÇOS E LUCRO 8

! O senhor Hernandez convocou seu quadro de colaboradores mais próximos e concluiu que seria perigoso partir para a prática de uma política de preços combinando "preços baixos com elevado volume de vendas". Eis alguns obstáculos apontados: Os concorrentes também poderiam baixar seus preços anulando esta vantagem competitiva do restaurante Boa Comida. Todos perderiam lucratividade sem haver compensação no volume de vendas. Somente ganhariam os clientes. O chefe da cozinha apontou para a falta de "capacidade de produção" necessária para atender à demanda gerada pelas 2 quedas sucessivas no preço de venda em 10%. Os garçons também acreditavam que a concentração de público nos horários de pico também impediria o atendimento a todos os clientes que procurassem o restaurante. Faltaria "capacidade de distribuição".! No calor da reunião, especulou-se sobre a seguinte possibilidade: que tal diferenciar a qualidade dos pratos e do atendimento e, aos invés de diminuir os preços em 10%, aumentá-los em 10%.! Antes de contratar o consultor José Silva para ajudá-lo nas simulações financeiras, o senhor Hernandez acreditava que uma queda nos preços de venda em 10% provocaria a necessidade de aumentar o volume de vendas em 10%. Um aumento nos preços de venda em 10% também levaria à possibilidade de reduzir o ponto de equilíbrio em volume em 10%.! Viu que estava errado. Uma queda de 10% nos preços de venda provoca uma aumento em aproximadamente 37% no volume de vendas para manter a meta de lucro de $15.000 intacta. Portanto, um aumento de 10% possibilitará, também, uma redução de 37% no ponto de equilíbrio em volume. Será verdade?! O consultor José Silva tomou novamente os preços daquele "prato hipotético". O PVU é de $100 e o GVU de $50,24 "ambos hipotéticos". Se o preço de venda de $100 passar para $110, o GVU% diminui de 50,24% para 45,67% ($50,24 / $110). Agora, basta aplicar a equação: UP-TO-DATE - Nº125 ADMINISTRANDO PREÇOS E LUCRO 9

! Eis o PE em valor: Receita Total = ($25.000 + $15.000) / (1-0,20-0,4567) = Receita Total = ($40.000) / 0,3433 = $116.516 Receita Total $116.516 100,00% (-) Impostos ($23.303) (20,00%) (-) Gastos Variáveis ($53.213) (45,67%) (=) MCT $40.000 34,33% (-) Gastos Fixos ($25.000) (21,46%) (=) Lucro $15.000 12,87%! Colocando os 2 quadros lado a lado temos: PRINCIPAIS VALORES PVU padrão PVU com 10% de aumento Variação Receita Total $134.390 $116.516 0,87 Gastos Variáveis $67.512 $53.213 0,79! O senhor Hernandez observou que a queda no volume de vendas necessário para compensar um aumento de 10% no PVU é de 21% (1-0,79), e não os 37% que ele imaginava.! Prova: (A) RT com tabela de preços padrão: $134.390 (B) Queda no volume de venda: 21% (C) Aumento no PVU: 10% $116.516 = A vezes (1 - B) vezes (1 + C)! O senhor Hernandez convocou novamente seu quadro de colaboradores mais próximos e concluiu que seria mais conveniente partir para a prática de uma política de preços mais seletiva "preços elevados com menor volume de vendas associado". Eis outras conveniências apontadas: Os concorrentes poderiam baixar seus preços. Mais a vantagem competitiva do restaurante Boa Comida não está na prática de uma política de preços agressiva, e sim num cardápio com qualidade superior e atendimento diferenciado. Havia sinais que indicavam a possibilidade de reduzir os gastos fixos.! De uma coisa o senhor Hernandez não tinha mais dúvidas: felizmente o consultor José Silva possuia uma metodologia de cálculo que permitia que todas as suas indagações fossem respondidas com precisão. UP-TO-DATE - Nº125 ADMINISTRANDO PREÇOS E LUCRO 10

! Outras reuniões se sucederam entre o senhor Hernandez e o consultor José Silva para novos rounds de simulação. Qual o impacto no volume de vendas se os gastos variáveis aumentassem 10%? E se diminuíssem 10%? Sempre buscando a preservação da meta de lucro de $15.000. Qual o impacto no volume de vendas se os gastos fixos aumentassem 10%? E se diminuíssem 10%? Sempre buscando a preservação da meta de lucro de $15.000. Se os gastos variáveis aumentassem 10%, qual o aumento no preço de venda a ser praticado para que o ponto de equilíbrio em quantidade não se altere?! Numa das reuniões entre o senhor Hernandez e o consultor José Silva se especulou sobre mudanças no perfil dos preços de "tal sorte que as MCU% se alterassem". Alguns preços de venda subiriam e outros diminuiriam. A MCU% média continuava em 50%, porém com MCU% unitárias muito dispersas em torno da média.! A fórmula de cálculo prática perderia qualidade. Somente valeria se apostássemos numa permanente preservação do mix de vendas, o que seria perigoso.! O senhor Hernandez insistiu nessa simulação. O consultou José Silva então apontou a necessidade de identificar um critério de alocação de uma "meta de lucro para cada prato do cardápio".! Exemplo: Vamos assumir que para o prato feijoada, assumíssemos uma meta de lucro de $6.000, 15% de $40.000 que é o somatório do GFT de $25.000 mais a meta de lucro de $15.000.! Eis o PE em quantidade: Qtde = (GFT + LME) / MCU Receita Total = ($6.000) / (1-0,20x$35 - $18) = Receita Total = $6.000 / $10 = 600 pratos de feijoada Receita Total 600x$35 $21.000 (-) Impostos 0,20x$21.000 ($4.200) (-) Gastos Variáveis 600x$18 ($10.800) (=) MCT do prato 600x$10 $6.000! O senhor Hernandez observou que inexistia qualquer critério razoável para alocar uma meta de lucro por produto. Preferiu manter a tabela padrão, com MCU% unitárias parecidas, fazendo simulações consistentes onde o portfólio dos produtos vendidos era irrelevante. UP-TO-DATE - Nº125 ADMINISTRANDO PREÇOS E LUCRO 11

O senhor Hernandez também observou 2 coisas que considerou relevantes: 1. O importante não é formar o preço de venda, e sim possuir um sistema de administração de preços igual aquele utilizado pelo senhor Hernandez nas suas simulações; e 2. O sistema de administração de preços é um pedaço do orçamento empresarial, no caso a demonstração de resultado. O senhor Hernandez pediu ao consultor José Silva para estudar a possibilidade que acoplar ao seu sistema uma projeção de balanço patrimonial e a projeção de um fluxo de caixa. UP-TO-DATE - Nº125 ADMINISTRANDO PREÇOS E LUCRO 12

REFLEXÃO Que tal você leitor deste Up-To-Date refletir sobre o atual sistema de administração de preços da sua empresa e verificar se simulações iguais aquelas que o senhor Hernandez fez você também poderia realizar. UP-TO-DATE - Nº125 ADMINISTRANDO PREÇOS E LUCRO 13