Figura 1 Motorcasa equipado com placas solares no teto.



Documentos relacionados
Vida Útil de Baterias Tracionárias

FICHA TÉCNICA Energia Solar Painéis Fotovoltaicos

Capítulo 3 Documento Rascunho Eurico Ferreira S.A. 23 de Fevereiro de António Luís Passos de Sousa Vieira ee07362@fe.up.

Estabilizada de. PdP. Autor: Luís Fernando Patsko Nível: Intermediário Criação: 22/02/2006 Última versão: 18/12/2006

Autor. O que você vai encontrar no manual

Trabalho sobre No-breaks

CONCEITOS INICIAIS PARA DIMENSIONAMENTO SISTEMA FOTOVOLTAICO EM RESIDÊNCIAS

UPS. Unidades de Alimentação Ininterrupta

SOBRE NoBreak s Perguntas e respostas. Você e sua empresa Podem tirar dúvidas antes de sua aquisição. Contulte-nos. = gsrio@gsrio.com.

Controladores MPPT. Características

Manutenção de Computadores

Classificação dos Sistemas Fotovoltaicos

GUIA DE APLICAÇÃO DE CAPACITORES BT

Seja dono. da sua ENERGIA

Performance Ratio. Conteúdo. Factor de qualidade para o sistema fotovoltaico

FINAL DE CURSO (A2B) ATÉ UM LMI. UM SISTEMA. UMA CHAMADA TELEFÔNICA

Um sistema bem dimensionado permite poupar, em média, 70% a 80% da energia necessária para o aquecimento de água que usamos em casa.

GE Digital Energy Power Quality. Energy Commander TM. Conjunto de Manobra em Paralelo

MANUAL DE INSTRUÇÕES

Autor: Luís Fernando Patsko Nível: Intermediário Criação: 22/02/2006 Última versão: 18/12/2006. PdP. Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos

Fontes de Alimentação

INSTALAÇÕES FOTOVOLTAICAS

Aspectos Tecnológicos das Fontes de Energia Renováveis (Energia Solar)

AQUECEDOR SOLAR A VÁCUO

CAPACITORES IMPREGNADOS X CAPACITORES IMERSOS (PPM) EM BT

Mantendo você conectado

Acumuladores de Calor

Geração de energia elétrica

Figura Ar sangrado do compressor da APU

LINHA VOLT/X-POWER. Catalogo Produto VA. Engetron Engenharia Eletrônica Ind. e Com. Ltda

Capítulo 1: Eletricidade. Corrente continua: (CC ou, em inglês, DC - direct current), também chamada de

Todos os dados de medição. Sempre disponíveis. Em qualquer dispositivo.

FONTE NO-BREAK MANUAL TÉCNICO

AV. Herminio Gimenez RC - RUC: COR: CIUDAD DEL ESTE-PY TEL: contato@options-sa.net -

ÍNDICE. davantisolar.com.br O QUE É ARQUITETURA VERDE FUNDAMENTOS POR QUE FAZER MÃOS A OBRA VANTAGENS PARA O PROJETO VANTAGENS PARA O IMÓVEL

Atividade experimental Gerando energia elétrica com a luz do Sol

Os capacitores são componentes largamente empregados nos circuitos eletrônicos. Eles podem cumprir funções tais como o armazenamento de cargas

DDP, Potência e Energia Elétrica Resolução: youtube.com/tenhoprovaamanha

a Energia em casa Da usina até sua casa

Associação de Geradores

BOMBA DE VÁCUO MANUAL DE OPERAÇÃO MODELOS. VP-50D (1,8cfm) VP-140D ( 5cfm) VP-200D (7cfm) VP-340D (12cfm) I COMPONENTES

A capacidade de carga total com uso moderado é de aproximadamente 80% após 300 ciclos.

Quem analisa bons negócios, escolhe Heliar.

Fornece novos benefícios para o mercado postal

Conheça mitos e verdades sobre a bateria do celular

CLEARPOINT. A Qualidade do Ar Comprimido

Linha TR - Revisão 02. Manual técnico Linha TR

1 Introdução simulação numérica termoacumulação

Energia Solar Fotovoltaica: Oportunidades e Desafios

Auxiliar de instalação (Português Brasileiro) Primeiros passos

10 DICAS DE TECNOLOGIA PARA AUMENTAR SUA PRODUTIVIDADE NO TRABALHO

ATERRAMENTO ELÉTRICO 1 INTRODUÇÃO 2 PARA QUE SERVE O ATERRAMENTO ELÉTRICO? 3 DEFINIÇÕES: TERRA, NEUTRO, E MASSA.

FUNDAMENTOS DE HARDWARE CD-ROM. Professor Carlos Muniz

Introdução. Em se tratando de computador, entendemos que memória são dispositivos que armazenam dados com os quais o processador trabalha.

Multiplexador. Permitem que vários equipamentos compartilhem um único canal de comunicação

Chemguard - Sistemas de Espuma. Sistemas de espuma de alta expansão DESCRIÇÃO: SC-119 MÉTODO DE OPERAÇÃO

Nomes: Augusto, Gabriel Vaz e Monique.

METODOLOGIA DE DIMENSIONAMENTO DE UM GERADOR FOTOVOLTAICO PARA SISTEMAS AUTÔNOMOS

Hardware Básico. Refrigeração. Professor: Wanderson Dantas

Manual de Instalação... 2 RECURSOS DESTE RELÓGIO REGISTRANDO O ACESSO Acesso através de cartão de código de barras:...

Nobreak. 160 e 300 kva. senoidal on-line trifásico PERFIL PROTEÇÕES

AMPLIFICADOR HD 1600 HD 2200 HD 2800 MANUAL DE INSTRUÇÕES INTRODUCÃO INSTRUÇÕES DE INSTALAÇÃO CANAL - CLASSE D - 2 Ohms

CATÁLOGO ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA CONTROLADORES SOLARES

BOMBEAMENTO DE ÁGUA COM ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA

1) MANUAL DO INTEGRADOR Este documento, destinado aos instaladores do sistema, com informações de configuração.

Aula 23 Trocadores de Calor

ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA COMO FONTE DE GERAÇÃO DE ENERGIA COMPLEMENTAR NA INDÚSTRIA PARAIBANA: UM ESTUDO DE CASO

Contato: Kaspersky Lab ZAO 39A/3 Leningradskoe Shosse, Moscou , Rússia

REFLETÔMETRO M43D EEL (SMOKE STAIN RFLECTOMETER) MANUAL DE OPERAÇÃO. Responsável: José Walderley Coêlho Dias

GT BLOCK GSM BLOQUEADOR COM COBERTURA NACIONAL

Circuitos Elétricos 1º parte. Introdução Geradores elétricos Chaves e fusíveis Aprofundando Equação do gerador Potência e rendimento

PORTAS E JANELAS: A LIGAÇÃO DA CASA COM O MUNDO

I Retificador de meia onda

Aula 5 Infraestrutura Elétrica

Manual do Integrador. Programa de Formação

Armazém Planear a construção

Megôhmetro Digital de 12kV

Balanceado X Não-Balanceado

DICAS PARA REDUÇÃO DO CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA EM CASA

AC1024 AC1424 / AC2524 AC1212 / AC2512 AC5012 / AC0848

Placa Acessório Modem Impacta

Módulo Rastreador Veicular Manual de Instalação

Conceitos Básicos de Rede. Um manual para empresas com até 75 computadores

MSYS - Cópia de segurança

Sitec Power Soluções em Energia ENERGIA REATIVA E FATOR DE POTÊNCIA

A maneira mais inteligente de aquecer água.

ESPECIFICAÇÕES EN81.20 e EN

SERVIÇO DE ANÁLISE DE REDES DE TELECOMUNICAÇÕES APLICABILIDADE PARA CALL-CENTERS VISÃO DA EMPRESA

Acumuladores hidráulicos

LEI DE OHM. Professor João Luiz Cesarino Ferreira. Conceitos fundamentais

Os Diferentes tipos de No-Breaks

Sistema de energia inteligente XTS IMPRES

Equipamentos Elétricos e Eletrônicos de Potência Ltda.

Empresas incubadas: casos de pesquisa para inovação em energia solar fotovoltaica 3º InovaFV 05/03/2013 Campinas - SP

APOSTILA DE EXEMPLO. (Esta é só uma reprodução parcial do conteúdo)

PROJETO DE REDES

Módulo 1 Questões Básicas da Economia Conceito de Economia

Como instalar uma impressora?

Transcrição:

Carregamento solar de baterias em VRs Autor: By Gary Bunzer Tradução/adaptação: José Adauto de Souza http://www.rvdoctor.com/2001/01/is-solar-battery-charging-in-your-rving.html Figura 1 Motorcasa equipado com placas solares no teto. Uma das novas tecnologias de carregar baterias que apareceu no ambiente dos Veículos de recreação (VRs) e que certamente vai prevalecer sobre as outras é a fotovoltaica ou energia solar. A energia gratuita fornecida pelo Sol é cada vez mais usada na indústria de VRs para o recarregamento das baterias. Os termos energia solar e VR tem sido citados conjuntamente desde os anos 70, mas não eram muitos os que acreditavam nela. Somente um pequeno grupo de crédulos acreditava neste tipo de energia e a maioria não abraçou a idéia de implementá-la nos veículos de recreação. Recentemente, avanços na tecnologia tem legitimado a viabilidade de uso de energia solar em sistemas 12V dos VRs. Atualmente, mais e mais campistas, principalmente os de tempo integral, os trilheiros e os que acampam ao ar livre, estão capturando e usando a energia do Sol. A ciência por trás dos fotovoltaicos e o aprimoramento tecnológico das células solares é muito interessante e estimula pesquisas adicionais. Para os nossos propósitos aqui, pouco falaremos sobre a tecnologia em si. O diagrama 1 mostra a conversão da luz solar em energia elétrica. Tenha uma certeza, a de que avanços ocorrem rapidamente no aprimoramento desta tecnologia. Diagrama 1 conversão de luz solar em energia elétrica Figura 2 painel solar

As placas solares são feitas de silício cristalino puro moldados como lingotes de forma cilíndrica. Os lingotes são serrados em lâminas e banhados por Boro e Fósforo. A placa solar é um verdadeiro sanduíche formada pelas lâminas de silício, com pasta de prata e vidro. Quanto maior a placa, maior a captura de luz solar e conseqüente geração maior de corrente elétrica. Quanto maior a corrente elétrica, melhor será o planejamento e dimensionamento para o uso da mesma. Principais componentes de um sistema solar para VR Módulo solar e painéis Montado sobre o teto (uma ou duas polegadas acima da superfície), os painéis solares coletam a luz do Sol e a converte em eletricidade DC. Placas agrupadas numa configuração múltipla aumentam a capacidade de produção de energia. As necessidades específicas de cada VR (associadas às prioridades do campista) são quem vão implicar na configuração dos painéis solares. Assim como no caso de outros sistemas elétricos tais como geradores, inversores, alternadores, conectores e transmissores, etc., os componentes de uma configuração de carregamento de baterias via luz solar tem que ser dimensionados de acordo com as necessidades elétricas. Não faça a besteira de comprar o primeiro sistema que encontrar a venda, pois a configuração adequada para um VR requer um planejamento cuidadoso. Cada painel solar consiste num arranjo de células individuais. Cada célula produz aproximadamente 0.5 volts de corrente DC. Um painel típico tem 36 células que vão gerar aproximadamente 18V DC. Como os sistemas solares em VR são usados para carregar bancos de baterias 12V, uma voltagem maior é necessária para prevenir efeitos de degradação e perda de voltagem, entre outros fatores. Painéis solares são rotineiramente classificados pela sua capacidade em wat, que é a multiplicação da amperagem pela voltagem (w=v.a) ou capacidade em amperes/hora. Cada célula num painel é conectada em série, sendo que os painéis de uma forma geral são conectados em paralelo. O dimensionamento/configuração de um sistema de painéis é baseado em 4 fatores: o número de células em cada painel, a taxa de intensidade de luz absorvida pelas células, a limpeza/transparência dos painéis e a temperatura alcançada nas células. Sombras diminuem sensivelmente a taxa de geração de energia. Então, claramente as condições locais de luz solar e a estação do ano influem no rendimento dos painéis solares. Na média, os sistemas solares são aceitáveis quando alcançam 75-80% de sua eficiência operacional. Tipos de células Três são os principais tipos de células fotovoltaicas: a de película fina (amorfa), a multicristalina (policristalina) e a cristalina simples (monocristalina). Fisicamente similares, são inteiriças e uma vez expostas a luz solar vão produzir eletricidade. A depender do tipo da célula, o rendimento pode ser diferente nos sistemas desenhados para VRs. No caso dos VRs, as configurações são específicas e não idênticas às usadas em residências, exigindo pouca manutenção. Normalmente o campista tem que tão somente manter a superfície das placas limpas e checar as conexões, de uma forma periódica. Atualmente, os painéis amorfos tem grande potencial, embora no passado recente tenham passado por processos de delaminação (descamação) que implicava em baixo rendimento. Os painéis cristalinos são mais eficientes e conseqüentemente mais populares e só o tempo dirá se os painéis amorfos atualmente em produção vão alcançar esta mesma eficiência. Os painéis cristalinos são feitos para durar e as garantias do fabricante vão de 25 a 35 anos. Obviamente os painéis cristalinos são os mais indicados para os veículos de recreação. Falando de eficiência. Qual a quantidade de energia que será efetivamente disponibilizada para o carregamento das baterias? Algumas coisas a considerar:

a) painéis monocristalinos possuem eficiência de 15 a 17% b) painéis policristalinos possuem eficiência de 14 a 16% c) painéis amorfos só possuem eficiência entre 6 e 8% Os painéis amorfos podem custar menos por wat gerado, mas vão exigir o dobro ou mais do espaço no teto para gerar a mesma quantidade de energia. Então o campista tem que sabiamente escolher o tipo cristalino, apesar de um pouco mais caro. De uma forma geral, os cristalinos ocupam menos espaço e são mais eficientes. A redução de eficiência dos painéis está atrelada a baixa exposição ao sol e é inversamente proporcional ao aumento de temperatura nas células. Uma vez que os painéis são instalados em posição horizontal nos tetos dos VRs, a máxima captura de energia ocorrerá quando o Sol estiver a pino. Por outro lado, altas temperaturas nas células diminuem a eficiência de geração de energia, muito similar ao que acontece com as baterias: baterias aquecidas perdem eficiência operacional. Então, quanto maior a capacidade de transferência de energia do painel, mais indicado é o painel. Perdas de corrente e voltagens em sistemas solares para VR são atribuídas, mas não limitadas a: a) Intensidade da luz. Quanto mais esta brilhar, mais energia irá gerar. Como exemplo, se um painel recebe 1000w por metro quadrado de luz solar e tem capacidade para tal, produzirá 1000w de energia. Se este mesmo painel só receber 500W de luz, produzirá somente 500w de energia. b) Sombra. Os painéis nos VRs estão sujeitos a sombras periódicas (nuvens, árvores, antenas, ar condicionados, etc...), o que reduz a sua capacidade de produzir energia. c) Temperatura da célula. Quanto mais quente estiver a célula num painel, maior a queda de voltagem na saída gerada. Sempre opte por painéis que possam produzir 17V ou mais: quanto maior a voltagem, melhor. d) Ângulo da luz do Sol. A menos que equipado com um equipamento automático que rastreie a direção da luz do Sol, parte da luz será refletida na superfície do painel, reduzindo sua capacidade de gerar energia. Existem equipamentos que fazem este rastreamento, mas recomenda-se recuperar esta perda de energia com mais painéis e não optar por este tipo de equipamento rastreador. e) Conexões elétricas ruins. Todas conexões elétricas possuem resistência à passagem da corrente: sendo ruins, esta resistência é ainda maior o que implica em maiores perdas na transferência da energia. f) Drenos parasitas. A maioria das baterias e carregadores consomem parte da energia gerada: estas perdas tem que ser contabilizadas quando dimensionando/ configurando os painéis solares. Controladores de carga Os controladores de carga são componentes cruciais nos sistemas de carregamento solar. Em algumas ofertas de mercado, este item é oferecido como opcional e nomeado regulador de voltagem. Na verdade, este regulador é obrigatório no carregamento de baterias para prevenir sobrecarregamento. Se você tem uma necessidade real de energia a partir da luz solar, não vacile e compre um sistema com um bom controlador de carga. O controlador de carga monitora a voltagem e corrente passadas para o banco de baterias. Sem este controlador, a corrente gerada nos painéis fluirá de forma descontrolada para as baterias, provocando o sobrecarregamento e danificando as baterias, ou seja, haverá um forte encurtamento da vida útil dos bancos de baterias. Os três principais controladores de carregamento solar encontrados em VRs são: - Com resistência - Estágio duplo - Múltiplo estágio ou MPPT

Figura 3 - Controlador de carga Figura 4 Painel de monitoramento MPPT Controlador com resistência(shunt). É o mais simples de todos e pode ser considerado como uma chave liga/desliga. É também o mais barato, repassando corrente independente da voltagem disponível. Este sistema simplesmente interrompe a passagem da corrente para as baterias ao alcançar uma voltagem pré-determinada e não selecionável. A corrente não repassada para carregamento é dissipada para um aterramento, que superaquece e necessita de um dissipador de calor potente. Este tipo de controlador também tem limitação no máximo de corrente que pode ser transferida. Controlar de estágio duplo. È um equipamento mais funcional, que elimina a necessidade de energia solar abundante. Este sistema monitora a voltagem da bateria e faz controle na transferência de energia para o banco. Entretanto, quando a capacidade máxima de carregamento é alcançada (tipicament 95%), o controlador passa a transferir carga em baixas taxas até atingir o máximo de carregamento possível. Embora a energia nunca seja perdida, falta aos controladores de estágio duplo eficiência e otimização das baterias. Controlador de Múltiplo Estágio ou controlador de Máximo Alcance de Carga (MPPT, Maximum Power Point Tracking). Este controlador de carregamento é de longe o mais sofisticado e o mais recomendado. Este controlador é o que tem o melhor método de carregamento de baterias, mantendo as mesmas no máximo possível de carga o tempo todo. Comparativamente, equivale aos carregadores (110/220V) de bateria inteligentes com flutuação e opcionalmente equalização. Este sistema protege contra excesso de carga solar, curto-circuitos, altas voltagens dos painéis e previne baixas voltagens nas baterias. Entre outras peculiaridades, possuem proteção contra polaridade invertida, proteção contra temperaturas altas, leitura LCD da voltagem do banco de baterias, corrente (voltagem) de carregamento e monitoramento do consumo momentâneo dos equipamentos ligado as baterias. Alguns modelos de controladores MPPT incorporam capacidade de carregamento de 45Ah com compensação de temperatura e equalização da bateria. A carga de equalização é basicamente uma pequena sobrecarga em intervalos regulares que evitam a sulfatação da bateria e permite que todas as células da mesma alcancem o seu máximo de carga. Alguns controladores avançados permitem a adição/seleção de informação do banco de baterias tais como voltagem, capacidade e tipo. Resumindo, o sistema de carregamento com controle múltiplo inclui 4 estágios: carga principal, carga por absorção, carga flutuante e equalização. Dimensionando um sistema de carregamento solar Duas coisas são importantes ao dimensionar um sistema de carregamento solar: primeiro, os componentes devem ser dimensionados às necessidades de um VR em particular;

segundo, o banco de baterias tem que ser adequadamente dimensionado para receber a corrente produzida nos painéis solares. Evite a situação onde um proprietário de VR instalou um sistema sub-dimensionado para o banco de baterias que nunca vai carregar as mesmas, ou pelo contrário, um banco sub-dimensionado que vai ser arruinado pelo excesso de carga produzido pelos painéis solares. Em todos os casos, o dimensionamento tem que ser corretamente calculado. Tanto a definição do número de painéis como a capacidade do banco de baterias tem que estar atrelados aos hábitos do campista, tipo de acampamento e equipamentos do VR. Outro fato importante a ser considerado é que alguns equipamentos tem taxa de consumo em amperes e outros em wats. Recomenda-se que o campista tenha anotado todas estas taxas em ampere/hora e faça estimativas de seu consumo no dia a dia, consumo este atrelado aos seus hábitos diários. Claro é que o campista tem que estar ciente quais os equipamentos que estão sendo alimentados pelo banco de baterias. Na conta final, o usuário deve colocar uma reserva de 30% para os pequenos equipamentos de consumo contínuo tais como amplificador de antena, alarme para CO, circuitos stand-by, painéis de monitoramento, etc. Também tem que se levar em conta as perdas por conversão, fugas, mudanças climáticas sazonais, etc. Tenha em mente que cada VR é diferente um do outro. Não há como se falar em médias aceitáveis para todos os VRS, mas sim que cada VR em uso tem sua necessidade média de carregamento diário das baterias. Para calcular o número de painéis necessários, bastaria dividir a necessidade diária de carga pela capacidade de cada painel. Algumas regras básicas podem ser usadas para determinar a necessidade de carga: a) se a única necessidade é a manutenção básica da bateria (para evitar descarga total e danos), um único painel de 100W é suficiente. Para o caso dos motorcasas, recomenda-se uma capacidade instalada de 200W. b) Para acampamentos sem nenhum outro recurso de energia elétrica (acampamento selvagem ou dry camp) 3 painéis de 100W podem ser suficientes. É claro que neste tipo de acampamento o uso de energia elétrica é sempre pequeno, normalmente só para iluminação e equipamentos de baixo consumo. c) Para jogos, TV e uso intensivo de música (CD ou DVD) é aconselhável dimensionar o carregamento para 400-600W d) Para os casos de acampamentos selvagens por períodos longos, aconselha-se não sair de casa sem um sistema de carregamento de 800-1000W, especialmente nos casos de uso de computadores, impressoras, smartphones, tablets e outros equipamentos de escritório. A qualquer momento, mais painéis podem ser adicionados ao sistema a depender do aumento de demanda ou aumento de equipamentos, tão somente dependendo de área disponível no teto do VR. Combinações sofisticadas de painéis estão disponíveis e permitem adição de novos painéis sem emendas, de forma efetiva e segura (figura 3). Banco de baterias Embora os sistemas de carregamento solar possam ser conectados a qualquer banco 12V de baterias, é importante mencionar que nem toda bateria é compatível com sistemas fotovoltaicos. Até pouco tempo atrás, um dos aspectos negligenciados nos sistemas solares para VR era a baixa capacidade de armazenamento das baterias. Para se adequar a isto, é necessário fazer um aprimoramento (upgrade) no banco de baterias de forma a maximizar o aproveitamento da energia solar gerada. Atualmente, a maioria dos fabricantes produzem baterias adequadas para carregamento solar. As baterias AGM (absorção do ácido por fibra de vidro) são as mais recomendadas para este caso. Quantas baterias são necessárias? Uma vez dimensionadas as necessidades de carga e o número de painéis solares, basta então configurar o banco de baterias que armazenará de forma apropriada esta carga. A autonomia das baterias ou reserva de carga tem também que ser incluída nos cálculos. A autonomia do banco de baterias é o número de dias que o banco vai fornecer energia sem o auxílio de carregamento de energia solar. Normalmente estima-se 2

dias sem carregamento como aceitável, mas isto pode variar em função da estação do ano, chuvas, etc. Recomenda-se uma margem de segurança de 30% nestes cálculos, ou seja, a capacidade de armazenamento das baterias deve ser suficiente para 2,6 dias. Figura 5 - Banco de baterias Se possível, recomenda-se que voce tenha um banco de baterias que seja o máximo possível que o seu VR possa armazenar. Esteja alerta para a distribuição de peso, pois baterias são pesadas. O próximo passo é considerar o tipo de bateria para o arranjo solar. Tenha em mente que nem toda bateria é adequada, principalmente as baterias de partida (de automóvel). Baterias de ciclo profundo (estacionárias) são indicadas, mas o melhor é um banco de baterias AGM (absorbent glass material). Um detalhe destas baterias é que as mesmas não necessitam de carregadores flutuantes (4 estágios). De qualquer maneira, os carregadores inteligentes ou MPPT estão capacitados a carregar todos os tipos de bateria empregados em VRs: gel, selada, inundada e AGM. Embora sistemas sofisticados de carregamento solar para VR sejam caros, os custos iniciais são rapidamente compensados, especialmente no caso dos campistas de tempo integral, pois maximiza-se a capacidade do sistema elétrico DC. Relembrando, a recreação com VR é mais que um hobby, é um estilo de vida. Comentários envie para adautosouza@globo.com