ENSINAR E APRENDER MATEMÁTICA POR MEIO DE PRÁTICAS CONTEXTUALIZADAS NA FEIRA LIVRE

Documentos relacionados
CONSTRUINDO PRÁTICAS EDUCATIVAS NO ENSINO- APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA POR MEIO DO TRABALHO COM GRÁFICOS

PRÁTICAS EDUCATIVAS NO ENSINO DA MATEMÁTICA POR MEIO DO TRABALHO COM JOGOS E BRINCADEIRAS

ETNOMATEMÁTICA E LETRAMENTO: UM OLHAR SOBRE O CONHECIMENTO MATEMÁTICO EM UMA FEIRA LIVRE

TECNOLOGIAS NA SALA DE AULA: reflexões de professores (as) da Rede Pública de algumas cidades do Vale do Mamanguape-PB

A INTERDISCIPLINARIDADE COMO EIXO NORTEADOR NO ENSINO DE BIOLOGIA.

O PAPEL DAS INTERAÇÕES PROFESSOR-ALUNO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA

A avaliação no ensino religioso escolar: perspectiva processual

A CONSTRUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS POR ALUNOS (AS) E PROFESSORA NAS AULAS DE MATEMÁTICA: ENFRENTANDO AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

FOMOS REPROVADOS EM MATEMÁTICA: COMO ISSO PÔDE ACONTECER?

TUTORIAL DE APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS

UM OLHAR PARA O CONTEXTO SOCIOCULTURAL E POLÍTICO DO ENSINO-APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA DO CURSO PROCAMPO - URCA

PROJETO PROLICEN INFORMÁTICA NA ESCOLA : A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA E O ENSINO MÉDIO PÚBLICO

DIREITOS HUMANOS E EDUCAÇÃO: INVESTIGANDO VESTÍGIOS DE UMA EDUCAÇÃO PAUTADA EM DIREITOS HUMANOS

A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA PAISAGEM NO ENSINO DA GEOGRAFIA

A UTILIZAÇÃO DE JOGOS LÚDICOS COMO AUXÍLIO NA ABORDAGEM DE TEMÁTICAS AMBIENTAIS NO ENSINO DE QUÍMICA

O ENSINO DA MATEMÁTICA EM SALA DE AULA: UM ESTUDO DIDÁTICO-REFLEXIVO COM UMA TURMA DO 8º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

OFICINA APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS

REFLETINDO SOBRE A UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE GEOGEBRA PARA O ENSINO DOS POLÍGONOS

ABORDAGENS INOVADORAS PARA O ENSINO DE FÍSICA: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO SOBRE ENERGIA

WEBQUEST NO ENSINO DE FÍSICA: UMA EXPERIÊNCIA EM TURMAS DA 3º SÉRIE DO ENSINO MÉDIO

A MATEMÁTICA NO COTIDIANO: UMA ABORDAGEM PRÁTICA NO ESTUDO DOS NÚMEROS INTEIROS

MATEMATICA FINANCEIRA: MODELO DE PAGAMENTOS VIA PRESTAÇÕES MENSAIS. Formação de Professores e Educação Matemática (FPM) GT8

ENSINO E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA): PROPOSTA INTERDISCIPLINAR A PARTIR DA PEDAGOGIA DO MOVIMENTO RESUMO

Unidades de Aprendizagem: refletindo sobre experimentação em sala de aula no ensino de Química

A RELEVÂNCIA DO LÚDICO NO ENSINO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL

O ESTÁGIO EM ENSINO DE BIOLOGIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: fitoterapia e chás naturais

O USO DA EXPERIMENTAÇÃO DE CIÊNCIAS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL EM TRÊS ESCOLAS DE BOM JESUS PIAUÍ

O USO DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA POR PROFESSORES NO ENSINO FUNDAMENTAL

O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM NO ENSINO DA FÍSICA EM CAJAZEIRAS- PB

OFICINA DE PRODUÇÃO DE MAPAS NO ENSINO DE GEOGRAFIA

CONTRIBUIÇÕES DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NA SUPERAÇÃO DAS DIFICULDADES DOS ALUNOS COM A MATEMÁTICA

DIMENSÕES PEDAGÓGICAS PRESENTES NOS DIÁRIOS DE AULA EM CONTEXTOS DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS

Palavras chave: Monitoria; Relato de Experiência; Educação de Jovens e Adultos; Projeto de TCC.

CURSO: LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 2º PERÍODO

EDUCAÇÃO MATEMÁTICA DE JOVENS E ADULTOS: AS SITUAÇÕES-PROBLEMA DO CAMPO ADITIVO

PROJETO PROLICEN: VIVÊNCIAS, OPORTUNIDADE E CONTRIBUIÇÕES A FORMAÇÃO ACADÊMICA.

Aprendendo Matemática através de um supermercado em sala de aula

O USO DE NOVAS FERRAMENTAS NO ENSINO DE MATEMÁTICA NA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL FELIPE RODRIGUES DE LIMA BARAÚNA/PB.

A ARTE TRANSVERSAL ATRAVÉS DA MATEMÁTICA. CAMARGO, Fernanda 1 SOUZA, Michele²

A INFLUÊNCIA DAS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NO CURRÍCULO ESCOLAR

TABULEIRO DA FATORAÇÃO: UMA EXPERIÊNCIA UTILIZANDO MATERIAL CONCRETO

FORMAÇÃO CONTINUADA NO PROGRAMA OBEDUC: POSSIBILIDADES DE MUDANÇA NA PRÁTICA AVALIATIVA

FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE BIOLOGIA E A INTERDISCIPLINARIDADE COMO POSSIBILIDADE NO ENSINO

O JOGO COMO RECURSO METODOLÓGICO PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS

Metodologia Científica. Construindo Saberes

PERSPECTIVAS DO PLANEJAMENTO NO ENSINO FUNDAMENTAL PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES

PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO: PESQUISA E CURRÍCULO.

APRENDENDO A ENSINAR MATEMÁTICA POR MEIO DOS RECURSOS DIDÁTICOS: MONITORIA, JOGOS, LEITURAS E ESCRITAS E LABORATÓRIO DE ENSINO DE MATEMÁTICA.

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM DAS FUNÇÕES INORGÂNICA EM UMA ESCOLA ESTADUAL DO MUNICÍPIO DE ESPERANÇA- PB

TÉCNICAS ENSINO UTILIZADAS PARA TRABALHAR COM AS TECNOLOGIAS DIGITAIS MÓVEIS

JOGOS DE TABULEIRO: ferramenta pedagógica utilizada na construção do conhecimento químico

Palavras-chave: Educação Matemática. Educação Inclusiva. Formação de professores.

1. VIVÊNCIAS PEDAGÓGICAS NO CONTEXTO DA CIRANDA INFANTIL SEMENTE DA ESPERANÇA

Eixo: 3 - Ciências Agrárias RESUMO

ENSINO DE GEOGRAFIA NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE ENSINO MÉDIO DO MUNICÍPIO DE CAICÓ - RN: RECURSOS DIDÁTICOS E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

CURRÍCULO, TECNOLOGIAS E ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA: UMA ANÁLISE DO POTENCIAL DA ROBÓTICA EDUCACIONAL NO ENSINO POR INVESTIGAÇÃO.

O JOGO DAS TRÊS PISTAS COMO PROPOSTA DIDÁTICA NO ENSINO DE ZOOLOGIA PARA O ENSINO MÉDIO

SISTEMATIZAÇÃO COLETIVA DO CONHECIMENTO COMO ALTERNATIVA METODOLÓGICA PARA O ENSINO DE FÍSICA DO ENSINO MÉDIO

INTRODUÇÃO

Tradicionalmente tornou-se consensual na literatura definir problema como uma situação que envolve o aluno em atividade, mas para a qual não conhece

Já nos primeiros anos de vida, instala-se a relação da criança com o conhecimento

BALANÇO DE PRODUÇÃO SOBRE APRENDIZAGEM COOPERATIVA E EDUCAÇÃO SUPERIOR

O SABER DA MATEMÁTICA E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DA GEOGRAFIA: A interdisciplinaridade como método de aproximação pedagógica

PERCEPÇÕES E VIVÊNCIA DE DOIS GRADUANDOS EM ENFERMAGEM E BIOLOGIA NO CONTEXTO DO ENSINO BÁSICO

EXPERIMENTOTECA: UM RECURSO DIDÁTICO PARA AUXILIAR A APRENDIZAGEM NO ENSINO DE QUÍMICA

APLICAÇÃO DA DIDÁTICA MATEMÁTICA EM SALA DE AULA

Girleane Rodrigues Florentino, Bruno Lopes Oliveira da Silva

ENSINO DE GEOMETRIA NOS DOCUMENTOS OFICIAIS DE ORIENTAÇÃO CURRICULAR NO ENSINO MÉDIO: BREVE ANÁLISE

CONSTRIBUIÇÕES DO PIBID NA FORMAÇÃO DOCENTE

ETNOMATEMÁTICA NO GARIMPO: UMA PROPOSTA PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

PALAVRAS-CHAVE: Profissionalização, Aprendizagem, Desenvolvimento.

O USO DE KITS EXPERIMENTAIS COMO FORMA DE CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTOS

A RELAÇÃO DO ENSINO DE CIÊNCIAS/BIOLOGIA COM A PRÁTICA DOCENTE

Como integrar as competências gerais da BNCC ao currículo. Entrevista com Jorge Cascardo

DIFICULDADES DOS ALUNOS DO 2º ANO DO IFPB CAMPUS MONTEIRO NO APRENDIZADO DA DISCIPLINA DE FÍSICA

10º Congreso Argentino y 5º Latinoamericano de Educación Física y Ciencias

MINICURSO: FLIPPED CLASSROOM A SALA DE AULA INVERTIDA EM ATIVIDADES DE MODELAGEM MATEMÁTICA

As contribuições das práticas laboratoriais no processo de Ensino-Aprendizagem na área de Química

Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) Centro de Ciências Exatas e Tecnologia (CCET) Curso de Licenciatura em Química

Construtivismo no Ensino de Física: um estudo de caso com os professores do município de Bambuí MG

INTRODUÇÃO; ÁREA DE ESTUDO; OBJETIVO; MÉTODOS UTILIZADOS; VALE PENSAR... URGE REFLETIR... ; DESCOBERTAS... REDESCOBERTAS... ; CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Indisciplina na Escola: Desafio para a Escola e para a Família

IV Seminário de Metodologia de Ensino de Educação Física da FEUSP Relato de Experiência

O ENSINO NA CONSTRUÇÃO DE COMPETÊNCIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

TRABALHANDO COM AS POSSIBILIDADES ATRAVÉS DE UM CONVERSAR INTERDISCIPLINAR

FACULDADES INTEGRADAS SÃO JUDAS TADEU PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Palavras-chave: Reforma curricular. Timor Leste. Biodiversidade.

O PAPEL DO LABORATÓRIO NO PROCESSO DE ENSINO- APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS CENTRO DE TEOLOGIA E HUMANIDADES CURSO DE FILOSOFIA

MÉTODOS INTERDISCIPLINARES APROXIMANDO SABERES MATEMÁTICOS E GEOGRÁFICOS

Espaços educativos no século XXI - Representações midiáticas de professores Por Talita Moretto

Projeto Mediação Escolar e Comunitária

O USO DE JOGOS NAS AULAS DE MATEMÁTICA: TRABALHANDO COM AS OPERAÇÕES COM NÚMEROS NATURAIS E INTEIROS

O REFORÇO COMO DIREITO DE APRENDER OU COMO AÇÃO PALIATIVA DA ESCOLA FRENTE À SUA DIFICULDADE EM LIDAR COM AS DIFERENÇAS DE APRENDIZAGEM

A DISCIPLINA DE DIDÁTICA NO CURSO DE PEDAGOGIA: SEU PAPEL NA FORMAÇÃO DOCENTE INICIAL

AVALIAÇÃO DA DIFICULDADE NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DOS EDUCANDOS EM RELAÇÃO À MATEMÁTICA

A PROMOÇÃO DA DIALÓGICA ATRAVÉS DA INTERATIVIDADE NA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA NO CURSO TÉCNICO EM MANUTENÇÃO AUTOMOTIVAS NA MODALIDADE À DISTÂNCIA.

SABERES E PRÁTICAS DA DOCÊNCIA: EXPERIÊNCIAS DO LABORATÓRIO DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL I.

ETAPA 4 TERRITÓRIO EDUCATIVO PARA GESTORES EDUCACIONAIS E ESCOLARES

XVIII ENDIPE Didática e Prática de Ensino no contexto político contemporâneo: cenas da Educação Brasileira

Transcrição:

ENSINAR E APRENDER MATEMÁTICA POR MEIO DE PRÁTICAS CONTEXTUALIZADAS NA FEIRA LIVRE Samuel Bezerra de Oliveira Estudante de Especialização em Ensino de Matemática- Instituto de Educação Superior da Paraíba-IESP E-mail: sbosamuel@gmail.com Rosaline Bezerra de Oliveira Doutoranda em Educação Universidade Grendal do Brasil Professora da Rede Pública de Mmamanguape-PB E-mail: rosalineraiodesol@yahoo.com.br RESUMO A feira livre é um espaço onde as pessoas compram e vendem alimentos cozinhados e/ou crus diversos: carnes, verduras, legumes, cereais. Vende-se e compra-se também: sapatos, roupas, brinquedos, produtos diversos, há quem se alimente, outros encontram pessoas, amigos (as). Ao mesmo tempo que é um ponto de encontro também o é um espaço de trabalho, de negócios. Este trabalho é fruto de uma experiência promovida na Escola Municipal de Ensino Fundamental Ana Cavalcante de Albuquerque que está localizada no bairro Sertãozinho, município de Mamanguape-PB. Teve-se como o campo de pesquisa a feira livre de Mamanguape, que costuma acontecer de segunda à sábado tendo maior movimentação comercial aos sábados. O fator de cerca de 20% dos alunos trabalharem na feira tornou-se um estimulo a construção e ao desenvolvimento do trabalho, alguns plantam e comercializam na feira, outros, neste caso a maioria carrega frete na feira aos sábados, há ainda quem ajude nos mercadinhos com os pacotes. A pesquisa visa desenvolver práticas educativas com os alunos do Ensino Fundamental voltadas para o ensino da Matemática com base no tema: ENSINANDO E APRENDENDO MATEMÁTICA NA FEIRA LIVRE. Trata-se de uma investigação descritiva e exploratória. Contempla uma abordagem qualitativa com metodologia adequada para alcançar o objetivo e responder a questão levantada: que práticas educativas poderão ser desenvolvidas com o alunado na feira livre de Mamanguape para desenvolver a construção do ensino-aprendizado da Matemática? Portanto, a pesquisa qualitativa e descritiva possibilitou compreender e interpretar o objeto em estudo, com base na perspectiva dos sujeitos envolvidos. Como instrumento de coleta de dados utilizamos um livro de registros da qual foi feita uma análise de conteúdo. Os resultados alcançados leva-nos a perceber que as práticas educativas voltadas para o ensino-aprendizagem da Matemática com temas de interesses e necessidades dos educandos possibilitaram uma aprendizagem pertinente. Foi relevante para os (as) alunos

(as) participar, construir, desenvolver, sugerir atividades a serem desenvolvidas na perspectiva da feira livre como espaço de reflexão em torno do ensinar/aprender Matemática. Palavras-chaves: Aprender, Ensinar, Feira livre, Matemática. INTRODUÇÃO O foco principal deste artigo se insere no desenvolvimento de práticas educativas voltadas para o ensino-aprendizagem da Matemática por meio de estudos contextualizados focado na feira livre. Temos como tema de pesquisa ensinar e aprender Matemática por meio de práticas educativas pensadas e desenvolvidas a partir da feira livre. A Escola Municipal de Ensino Fundamental Ana Cavalcante de Albuquerque possui cerca de 20% dos alunos com atuação comercial direta com a feira, uns carregam fretes, outros vendem alguns produtos cultivados por eles mesmos a exemplo do alface e coentro, outros ainda trabalham nos supermercados como empacotadores de produtos em dias de sábado devido ao intenso processo de compra e venda. Assim, foi pensado trabalhar Matemática ligado ao tema feira livre. Com intuito de responder à questão levantada: Que práticas educativas poderão ser desenvolvidas com o alunado na feira livre de Mamanguape para desenvolver a construção do ensino-aprendizado da Matemática? Os (as) alunos (as) foram instigados e questionados a como se faria o trabalho. A escola de hoje deverá educar por meio de diversos tipos de conhecimento além de ter autonomia de fazer escolhas para o processo de ensino-aprendizagem que não se limitem a apenas a ordem científica. No processo educativo é pertinente a participação de todos: profissionais da educação, alunos, família e comunidade. Conforme Monteiro e Pompeu (2001, p. 24): A escola precisa embeber-se da cultura e dos valores de seus alunos, professores e comunidade. É necessário estabelecer uma relação mais consistente e construtiva entre essas partes. Possivelmente a chamada decadência do ensino mencionada por Monteiro e Pompeu (2001) ocorram pela falta de diálogo, integração, participação,

envolvimento entre todos. É pertinente fazer correlações entre a matemática e o mundo real vivido, nesse sentido, segundo D Ambrósio: Questões sobre Matemática e sociedade, Matemática para todos e mesmo a crescente ênfase na História da Matemática e de sua Pedagogia, as discussões de metas da educação Matemática subordinadas às metas gerais da educação e, sobretudo o aparecimento da nova área da Etnomatemática, com forte presença de antropólogos e sociólogos, são evidências da mudança qualitativa que se nota nas tendências da educação Matemática. (D AMBRÓSIO, 1990, p.12) O ensino da Matemática nas escolas deverá está co-relacionado com as vivencias dos educandos, com seu mundo real, bem como com as suas necessidades. Professores (as) deverão pensar estratégias de ensino-aprendizagem que promovam a construção dos saberes dos discentes de modo democrático e participativo. As implicações da nova concepção no ensino se refletem em propostas que, segundo Monteiro e Pompeu (2001, p. 48) caracterizam-se por: a) Situar o saber histórico-cultural, criando espaços para o diferentes e excluídos na busca de uma formação mais solidária de homem; b) Discutir as diferenças sem deixar de refletir sobre as relações de poder aí envolvidas; c) Compreender o homem em sua totalidade; d) Compreender o saber em toda a sua complexidade. Consideramos então, a relevância do educador (a) permitir-se ousar novos voos, em torno de descobrir novos caminhos que de fato promovam um aprender que seja útil para a vida dos educandos (as). Ribeiro e Ponte (2000) destacam que a realização de atividades matematicamente interessantes são susceptíveis de contribuir para a aprendizagem dos (das) seus/suas alunos (as). Sendo assim, é preciso que todos repensem o espaço de formação como campo vivo, de práticas dinâmicas, necessárias e envolventes.

METODOLOGIA Trata-se de uma investigação descritiva e exploratória. Contempla uma abordagem qualitativa com metodologia adequada para alcançar o objetivo e responder à questão levantada: Que práticas educativas poderão ser desenvolvidas com o alunado na feira livre de Mamanguape para desenvolver a construção do ensino-aprendizado da Matemática? Por meio da temática ENSINANDO E APRENDENDO MATEMÁTICA NA FEIRA LIVRE. Portanto, a pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória possibilitou compreender e interpretar o objeto em estudo, com base na perspectiva dos sujeitos envolvidos. O trabalho foi realizado com os (as) alunos (as) da Escola Municipal de Ensino Fundamental Ana Cavalcante de Albuquerque, bairro Sertãozinho da cidade de Mamanguape-PB. Como instrumento de coleta de dados utilizamos um livro de registros pós-execução dos trabalhos e também durante as atividades propostas o alunado pesquisou sobre a temática, discutiu em sala por meio de grupos de discussão e a partir daí elaboraram/sugeriram que atividades deveriam ser executadas. Dentre as atividades propostas temos: visita a feira livre de Mamanguape, fazer tabela com produtos e valores, comparação de preços entre mesmos produtos, fazer um lanche na feira, observar gastos e custos, construir um gráfico apresentando valores e produtos. Questionar a pessoa que faz feira na sua casa quanto leva e que produtos costuma comprar? Se o dinheiro dá ou sobra? Fazer listas de produtos que se costuma consumir em casa e ver na feira quais seus valores a fim de verificar se com X quantia é possível comprar o desejável e ao mesmo tempo necessário. No cotidiano, a Matemática é vista como algo integrado à nossa própria vida a todo o momento, como por exemplo, quando pagamos algo, ou plantamos batatas, ou fazemos roupas, enfim nas mais variadas situações. (MONTEIRO E POMPEU, 2001, p. 24). É pertinente que alunos (as) descubram estratégias para resolver as tarefas propostas e que o (a) professor (a) peça aos (as) alunos (as) que expliquem e justifiquem como chegaram a determinada conclusão, resposta, resultado.

De acordo com Scandelai (2007, p.62), apud Peixoto e Cruz (2011, p. 128), uma aula de construção é instigadora, porque desafia o aluno a entender e interpretar os fatos. É relevante destacar que ao longo do desenvolvimento das atividades foi perceptível o processo de evolução do sucesso escolar das turmas envolvidas, e o como uma prática educativa envolvente no processo de ensino-aprendizagem se direciona à aprendizagem significativa. RESULTADOS E DISCUSSÃO Atualmente os (as) professores (as) precisam efetivar práticas educativas contextualizadas e conforme a realidade. O aluno (a), a comunidade precisam ser considerados na hora de escolher o que trabalhar e como trabalhar. A falta de considerados recursos materiais torna-se como uma entrave para efetivar um ensino de qualidade. A aprendizagem e participação deverá ser relevante, o aprender deverá ser considerado, a forma, a contextualização, o sentido que se tem e se dá a determinado fato. Os resultados alcançados levam-nos a perceber que as práticas educativas voltadas para o ensino-aprendizagem da Matemática com temas de interesse e necessidades dos educandos (as) e comunidade possibilitaram uma aprendizagem desejável por parte de quem aprendeu e ao mesmo tempo significativa, pois tinha total relação com a vida. Foi notório um maior envolvimento e interesse e consequentemente melhor aprendizagem. A visita a feira livre de Mamanguape, o fazer tabela com produtos e valores, a comparação de preços entre mesmos produtos, a ideia de se fazer um lanche na feira, a observação de gastos e custos, a construção de gráfico apresentando valores e produtos. A entrevista a família, pessoa que da sua casa faz feira, notas quanto aos gastos e custos bem como escolhas de produtos, O investigar quanto ao dinheiro, se dá, sobra ou falta, o fazer listas de produtos que se costuma consumir em casa e ver na feira quais seus valores a fim de verificar se com X quantia é possível comprar o desejável e ao mesmo tempo necessário foram algumas dentre outras atividades executadas e sugeridas.

Com esta experiência, percebeu-se o sentido do (a) professor (a) na condição de ter atenção as atividades propostas, de identificar a relevância do modo específico ao qual está sendo posto a sua prática, por meio de diversas decisões e ações apoiadas em operações e técnicas ora mais ora menos apropriadas Segundo Ponte, Branco, Quaresma, Velez e Pereira (2008). CONCLUSÕES O foco principal deste artigo se insere no desenvolvimento de práticas educativas voltadas para o ensino-aprendizagem da Matemática por meio de estudos contextualizados focado na feira livre. Foram realizadas visitas a feira livre de Mamanguape, foram feitas tabelas com produtos e valores, comparação de preços entre mesmos produtos, foi feito um lanche na feira, observou-se gastos e custos, construiu-se gráficos apresentando valores e produtos. Foram feitas entrevistas com a pessoa que faz feira na casa do alunado, quanto leva e que produtos costuma comprar? Se o dinheiro dá ou sobra? Fez-se listas de produtos que se costuma consumir em casa e ver na feira quais seus valores a fim de verificar se com X quantia é possível comprar o desejável e ao mesmo tempo necessário, dentre outras atividades que foram construídas e ao mesmo tempo discutidas. As pesquisas empreendidas até aqui nos permite chegar a algumas conclusões provisórias a serem corroboradas ou contrariadas por outros estudos. Com estas aulas os (as) alunos (as) puderam construir suas aprendizagens por meio da matemática em consonância com fatores ligados as suas respectivas realidades fazendo alusão à feira livre. Segundo Vygotsky (1989) apud Peixoto e Cruz (2011, p. 128) é relevante ao processo de consolidação do aprendizado no momento da assimilação do objeto de estudo pelo sujeito. Para o autor, essa etapa de construção do conhecimento não deve ser dissociada de uma realidade concreta, ou seja, para que esse processo transcorra de modo efetivo levando o sujeito a compreender o conceito, é necessário que haja meios para subsidiar essa compreensão. As necessidades cotidianas fazem com que os alunos desenvolvam capacidades de natureza prática para lidar com a natureza Matemática, o que lhes permite reconhecer problemas, buscar e selecionar informações, tomar decisões. Quando

essa capacidade é potencializada pela escola, a aprendizagem apresenta melhor resultado. (PONTE, 2009, p.34) A partir de um tema pertinente à comunidade, ao alunado, trabalhamos com o processo investigativo de produtos, preços, qualidade com base nos dados coletados na feira, mediante entrevistas feitos com a família e comunidade na feira, em como com outros colegas que comercializam produtos ou serviços. O processo de pesquisa de dados a respeito dos ganhos e custos constituídos pelos que compram e vendem na feira livre foi extremamente proveitoso, participativo, permitindo alcançar bons resultados tanto na parte de conhecimentos matemáticos como para a relação desse conhecimento com a vida. Salientamos que é relevante conquistar melhores resultados no processo de ensinoaprendizagem quando trabalhado com temas de interesse e realidade vivenciados. A interação entre os pares em consonância com proposta de atividade de interesse promoveu sem dúvida um melhor aprender. REFERÊNCIAS D Ambrósio, U. Etnomatemática, São Paulo: Ática, 1990. MONTEIRO, ALEXANDRINA; POMPEU JÚNIOR, GERALDO. A MATEMÁTICA E OS TEMAS TRANSVERSAIS. São Paulo: MODERNA, 2001. PEIXOTO, Alice Maria Dias; CRUZ, Edlane. O desafio do trabalho com gráficos no processo de ensino-aprendizagem. VÉRTICES, Campos dos Goytacazes/RJ, v. 13, n. 3, 2011. PONTE, João Pedro da Ponte; BRANCO, Neusa; QUARESMA, Marisa et al. PERSPECTIVAS TEÓRICA NO ESTUDO DAS PRÁTICAS PROFISSIONAIS DOS PROCESSOS DOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA, 2008.

PONTE, João Pedro da. O NOVO PROGRAMA DE MATEMÁTICA COMO OPORTUNIDADE DE MUDANÇA PARA OS PROFESSORES DO ENSINO BÁSICO. Instituto de Educação da Universidade de Lisboa. n. 12, 2009. RIBEIRO M. J. B. E PONTES, J. P. A formação em novas tecnologias e as concepções e práticas dos professores de Matemática. Quadrante, 9(2), 3-26. 2000.