XV CONGRESSO REGIONAL DO PARTIDO SOCIALISTA AÇORES. Moção Sectorial



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Transcrição:

XV CONGRESSO REGIONAL DO PARTIDO SOCIALISTA AÇORES Moção Sectorial Investigação, Desenvolvimento e Inovação (ID&I) - Potenciar a Sociedade do Conhecimento nos Açores O trinómio Investigação, Desenvolvimento e Inovação, intimamente ligado à Tecnologia, é um pilar da Sociedade do Conhecimento, entendida como paradigma de desenvolvimento humano e social, com fortes implicações nas dinâmicas globais, sendo hoje objecto de um forte debate a nível mundial e, especificamente, a nível europeu. Os Açores não podem ficar de fora deste debate. A União Europeia encontra-se numa fase crítica da discussão sobre o próximo Quadro Comunitário de Apoio, designado por Horizonte 2020, que introduzirá alterações significativas aos fundos estruturais, colocando a tónica na criação de empregos e no crescimento. Este Quadro está estruturado em 5 eixos: acessibilidades, competitividade, integração regional, dimensão social e alterações climáticas. É de esperar que o Horizonte 2020 altere significativamente o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), o Fundo Social Europeu (FSE) e o Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Regional (FEADER) que, como sabemos, se traduzirá em programas operacionais próprios na Região Autónoma dos Açores. A nova abordagem proposta pela Comissão Europeia obriga a um rigoroso planeamento da aplicação destes fundos, conduzindo à definição de critérios objectivos e de resultados quantificáveis, como garantia de uma maior eficácia na aplicação dos fundos disponíveis. Neste sentido, está a ser preparada pelos Estados-Membros a Estratégia de especialização Inteligente (RIS3), condicionante ex ante, para aplicação de determinados eixos dos fundos estruturais, nomeadamente do FEDER e do FEADER. 1

Isto implica que cada Estado-Membro e cada Região apresentem as suas estratégias de especialização inteligente que irão definir as áreas prioritárias de investimento no próximo Quadro Comunitário de Apoio. A meta para a promoção da Investigação e Inovação na União Europeia está geneticamente ligada ao crescimento inteligente consagrado no Horizonte 2020, sendo traduzida no quadro estratégico comum para a investigação e para a inovação, bem como no programa da União Europeia para a mudança e inovação social, devendo os objectivos estratégicos de financiamento e os projectos de concursos ter mais em conta as potencialidades de investigação das Regiões e as especificidades das suas economias. É neste quadro genérico que estão em jogo os interesse da Região Autónoma dos Açores, com a sua especificidade de Região Ultraperiférica, no domínio da Ciência, cujas implicações afectam necessariamente o seu modelo de desenvolvimento e a sua evolução enquanto sociedade organizada de indivíduos e instituições. O posicionamento estratégico dos Açores, quer em relação à União Europeia, quer em relação à sua vocação Atlântica, terá de contar com a incorporação da Ciência e da Tecnologia, promovendo a Sociedade do Conhecimento, ao mesmo tempo que gera importantes ganhos no seu tecido produtivo, empresarial e social, como de resto notou recentemente o Professor Medeiros Ferreira. A Investigação, virada para a aquisição de novos conhecimentos científicos, aliada à Inovação que induz a implementação de novas soluções, processos e produtos com o objectivo de aumentar a competitividade, ligando-se ao Desenvolvimento, são factores chave para o aproveitamento, valorização e exportação dos recursos endógenos açorianos, para a criação de empregos altamente qualificados e bem remunerados, e para a promoção da coesão territorial, através da diferenciação de investimentos pelas diversas ilhas, e da criação de infra-estruturas, clusters, entre outros. Este processo transversal a toda a sociedade açoriana, que deve contar com o estímulo do Governo dos Açores, terá de contar com a Universidade dos Açores enquanto polo do conhecimento e da ciência aplicada, promovendo-se a estreita colaboração entre todos os intervenientes nas dinâmicas de ID&I. 2

Assim, com os objectivos de atingir uma escala de excelência, maximizar o impacto da competitividade da investigação, inovação e desenvolvimento, e fomentar níveis de excelência na base da investigação, propomos: 1. Alcançar, através de investimento público regional alavancado pelos fundos comunitários, o valor mínimo de 3% do PIB regional alocado a Investigação e Desenvolvimento, até 2020, em linha com os objectivos traçados pela União Europeia. 2. Promover sinergias, através do modelo de hélice quadrupla, em que se inclui empresas, instituições de ensino superior, entidades governamentais e sociedade civil. 3. Promover as necessárias diligências com vista a assegurar a diferenciação positiva dos Açores, enquanto região ultraperiférica, no quadro das negociações do Conselho sobre o Horizonte 2020. 4. Considerar a Universidade dos Açores um parceiro estratégico na promoção da Sociedade Açoriana do Conhecimento, quer pela sua defesa junto do poder central, quer pela utilização dos conhecimentos e saberes acumulados ao longo da sua história ao serviço do desenvolvimento dos Açores. 5. Rejeitar a mercantilização da ciência e do conhecimento gerado, na medida em que uma estratégia de apostar somente em área emergentes, além de cega e redutora, pode coartar o desenvolvimento de outras áreas científicas. 6. Promover uma aplicação criteriosa e rigorosa dos financiamentos públicos nesta área: criteriosa, de modo a maximizar o investimento e a eficácia dos projectos; rigorosa, com vista à promoção da transparência e eficiência dos mesmos. 7. Garantir que as políticas públicas nesta área estão de acordo com os princípios de interesse público e da sustentabilidade social, ambiental e económica, com vista à melhoria das condições de vida dos Açorianos. Entendemos que a modernidade não é sinónimo de perda de identidade histórica ou esquecimento das nossas tradições, nem pode ser, necessariamente, um factor de tensão social. 3

Pelo contrário, os novos processos científicos e tecnológicos, aliados aos nossos recursos naturais e às nossas tradições, asseguram a sua utilização, divulgação e potenciação de uma forma muito mais sustentável e duradoura. Subscritores Juventude Socialista Açores: Fábio Vieira Berto Messias Guido Teles Ana Teresa Almeida André Carvalho Carina Câmara Hernâni Bettencourt João Paulo Ávila José Menezes Marta Couto Nuno Martins Nuno Meneses Paula Bettencourt Ricardo Ramalho Rui Ataíde Steven Barbosa Tiago Branco Tibério Dinis 4

Valério Pacheco 5