Distribuição Vertical de Raízes em Áreas de Caatinga em Diferentes Tipos de Solo



Documentos relacionados
TÂNIA LÚCIA DA COSTA BIOMASSAS RADICULARES E AÉREAS EM COMUNIDADES DE CAATINGA

SIMPÓSIO POLO GESSEIRO DO ARARIPE: POTENCIALIDADES, PROBLEMAS E SOLUÇÕES. Recife 12 a 14 de agosto de 2014 Salão Nobre da UFRPE

Carbon stocks and changes across a network of Atlantic Forest plots. Simone Vieira (NEPAM/UNICAMP, Brazil)

AVALIAÇÃO DE PROGÊNIES DE MILHO NA PRESENÇA E AUSÊNCIA DE ADUBO

B I O G E O G R A F I A

3203 APERFEIÇOAMENTO DE UM MÉTODO DE PREVISÃO DE TEMPERATURAS MÁXIMAS PARA PELOTAS

Expansão Agrícola e Variabilidade Climática no Semi-Árido

3º BIMESTRE 2ª Avaliação Área de Ciências Humanas Aula 148 Revisão e avaliação de Humanas

CLIMAS DO BRASIL MASSAS DE AR

Anexo A - Monitoramento necessário ao sistema de REDD e medição de estoques de carbono de acordo com a metodologia de Baccini et al.

Comparação entre Variáveis Meteorológicas das Cidades de Fortaleza (CE) e Patos (PB)

Climatologia GEOGRAFIA DAVI PAULINO

MAMÃOZINHO-DE-VEADO (Jacaratia corumbensis O. kuntze): CULTIVO ALTERNATIVO PARA ALIMENTAÇÃO ANIMAL NA REGIÃO SEMI-ÁRIDA DO NORDESTE

VARIABILIDADE ESPAÇO TEMPORAL DO IVDN NO MUNICIPIO DE ÁGUAS BELAS-PE COM BASE EM IMAGENS TM LANDSAT 5

CLIMATOLOGIA. Profª Margarida Barros. Geografia

Climas do Brasil GEOGRAFIA DAVI PAULINO

AVALIAÇÃO DOS ATRIBUTOS QUÍMICOS DE UM SOLO SOB FLORESTA ATLÂNTICA NA FAZENDA SANTA RITA, FARIA LEMOS, MG

BIOMA: deriva do grego bio vida e ama grupo, ou conjunto.

Inventário Florestal Nacional IFN-BR

EFICIENCIA DE SISTEMAS DE APLICAÇÃO DE VINHAÇA VISANDO ECONOMIA E CONSCIENCIA AMBIENTAL

Os solos corr espondem ao manto de alter ação das rochas por processos de intemper ismo.

o.c rioge om.br o.c A Ge G og o r g afi f a Le L va v da d a Sério

VARIAÇÃO CLIMÁTICA EM GILBUÉS-PI, BRASIL EM ATUAÇÃO AO ARMAZENAMENTO DE ÁGUA PLUVIAIS

CLASSIFICAÇÃO E INDÍCIO DE MUDANÇA CLIMÁTICA EM VASSOURAS - RJ

DESEMPENHO DE MUDAS CHRYSOPOGON ZIZANIOIDES (VETIVER) EM SUBSTRATO DE ESTÉRIL E DE REJEITO DA MINERAÇÃO DE MINÉRIO DE FERRO

1º Seminário Catarinense sobre a Biodiversidade Vegetal

Desempenho produtivo de clones de capimelefante nos Tabuleiros Costeiros de Alagoas

DESENVOLVIMENTO DE MELOEIRO CANTALOUPE ORGÂNICO SOB DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO

CAPÍTULO 13 OS CLIMAS DO E DO MUNDOBRASIL

ALTERAÇÕES DAS PROPRIEDADES FÍSICAS EM UM CAMBISSOLO APÓS 12 ANOS DE CULTIVO DE MILHO PARA SILAGEM 1

15- Representação Cartográfica - Estudos Temáticos a partir de imagens de Sensoriamento Remoto

CLASSIFICAÇÃO E INDÍCIO DE MUDANÇA CLIMÁTICA EM ITAPERUNA - RJ

Corte seletivo e fogo fazem Floresta Amazônica perder 54 milhões de toneladas de carbono por ano

Colégio São Paulo Geografia Prof. Eder Rubens

Biomassa Epígea e Estoque de Carbono de Agroflorestas em Tomé-Açu, PA

Variabilidade temporal de índice de vegetação NDVI e sua conexão com o clima: Biomas Caatinga Brasileira e Savana Africana

CARACTERIZAÇÃO DOS FLUXOS DE ENERGIA NOS ECOSSISTEMAS DE FLORESTA TROPICAL, FLORESTA DE TRANSIÇÃO E PASTAGEM PELO MODELO DE BIOSFERA TERRESTRE IBIS

Climatologia. humanos, visto que diversas de suas atividades

FONTES E DOSES DE RESÍDUOS ORGÂNICOS NA RECUPERAÇÃO DE SOLO DEGRADADO SOB PASTAGENS DE Brachiaria brizantha cv. MARANDÚ

Propriedades físicas de um Cambissolo submetido a períodos de pastejo rotacionado

ANÁLISE DA PRECIPITAÇÃO DA ESTAÇÃO DA EMBRAPA SEMIARIDO, PROJETO BEBEDOURO PRETOLINA/PE, ATRAVÉS DA TÉCNICA DE QUANTIS

DESENVOLVIMENTO DE UM APLICATIVO COMPUTACIONAL PARA O CONTROLE DO MANEJO DA IRRIGAÇÃO 1

DISTRIBUIÇÃO DOS VALORES MÉDIOS ANUAIS DA RADIAÇÃO SOLAR GLOBAL, PARA A CIDADE DE PELOTAS/RS

Protocolo para coleta de amostras de solo destinadas ao monitoramento de mudanças nos estoques de carbono nos solos da Amazônia

Diagnóstico, Monitoramento de Desastres Naturais com foco na Seca no Semiárido Nordestino

ZONEAMENTO EDAFOCLIMÁTICO DA CULTURA DO COCO INTRODUÇÃO

ANALISE DE PERDA DE SOLO EM DIFERENTES RELEVOS NO SEMIÁRIDO CEARENSE

TERCEIRÃO GEOGRAFIA FRNTE 8 A - aula 25. Profº André Tomasini

Fonte: Rondônia Rural Disponível em: Rondônia Rural.com

NARRATIVA DO MONITOR DAS SECAS DO MÊS DE JUNHO DE 2015

Cálculo de volume de objetos utilizando câmeras RGB-D

RELATÓRIO FINAL. AVALIAÇÃO DO PRODUTO CELLERON-SEEDS e CELLERON-FOLHA NA CULTURA DO MILHO CULTIVADO EM SEGUNDA SAFRA

ANÁLISE DE TENDÊNCIAS DE TEMPERATURA MÍNIMA DO BRASIL

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

COLÉGIO MARQUES RODRIGUES - SIMULADO

Nome: Nº: Turma: Geografia. 1º ano Biomas Sílvia fev/08 INTRODUÇÃO

NOTA TÉCNICA DE PESQUISA

MÉTODOS DE ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO POTENCIAL NA RESERVA FLORESTAL DE CAXIUANÃ, MELGAÇO PA

Impacto do Fenômeno El Niño na Captação de Chuva no Semi-árido do Nordeste do Brasil

ESTUDO DE CASO: ÍNDICE DE UMIDADE DO SOLO UTILIZANDO IMAGENS DO SENSOR MODIS PARA O MUNICÍPIO DE BELEM DO SÃO FRANCISCO, PE

XX Congreso Latinoamericano y XVI Congreso Peruano de la Ciencia del Suelo

Efeito da Mudança do Uso da Terra nos Estoques de Carbono e Nitrogênio em Solos do Semiárido Pernambucano

GEOGRAFIA - 1 o ANO MÓDULO 25 O PANTANAL, A MATA DE ARAUCÁRIAS E AS PRADARIAS

característica dos dados, cálculos, incertezas e sistema de monitoramento Ane Alencar

O Clima do Brasil. É a sucessão habitual de estados do tempo

DENSIDADE DE SEMEADURA DE CULTIVARES DE MAMONA EM PELOTAS, RS 1

DISTRIBUIÇÃO DAS FORMAS DE FÓSFORO APÓS 15 ANOS DA ADOÇÃO DE SISTEMAS DE MANEJO

DESENVOLVIMENTO DE UM SOFTWARE NA LINGUAGEM R PARA CÁLCULO DE TAMANHOS DE AMOSTRAS NA ÁREA DE SAÚDE

Francis Lacerda MUDANÇAS CLIMÁTICAS E IMPACTOS NO ARARIPE

Comportamento e Destino Ambiental de. Produtos Fitossanitários 18/09/2015. Produtos Fitossanitários

De Charles W. Rice Karina Fabrizzi e Paul White Departamento de Agronomia. Pesquisa e Extensão da Kansas

CAPÍTULO 10 BALANÇO HÍDRICO SEGUNDO THORNTHWAITE E MATHER, 1955

Terminologia Vegetal

A FLORESTA HOJE Cobertura Vegetal Natural do Estado de São Paulo

INFLUÊNCIA DE FASES EXTREMAS DA OSCILAÇÃO SUL SOBRE A INTENSIDADE E FREQUÊNCIA DAS CHUVAS NO SUL DO BRASIL

César Piccirelli Santos Plinio Barbosa de Camargo

Agricultura de Baixo Carbono e Bioenergia. Heitor Cantarella FAPESP: Programa BIOEN & Instituto Agronômico de Campinas(IAC)

INFLUÊNCIA DO USO DE ÁGUA RESIDUÁRIA E DOSES DE FÓSFORO NA ÁREA FOLIAR DO PINHÃO MANSO

PRINCIPAIS SECAS OCORRIDAS NESTE SÉCULO NO ESTADO DO CEARÁ: UMA AVALIAÇÃO PLUVIOMÉTRICA

OS CLIMAS DO BRASIL Clima é o conjunto de variações do tempo de um determinado local da superfície terrestre.

Uso de sementes por agricultores orgânicos do Estado de São Paulo: comparação entre certificação por auditoria e sistema participativo de garantia

Prof. MSc. Leandro Felício

SOLO NA FAIXA DE INFLUÊNCIA DO RIO MADEIRA, PORTO VELHO-RO A HUMAITÁ-AM

PROF. JEFERSON CARDOSO DE SOUZA

Domínios Florestais do Mundo e do Brasil

LEVANTAMENTO E MONITORAMENTO DOS RECURSOS FLORESTAIS DOS TABULEIROS COSTEIROS DO NORDESTE DO BRASIL*

USO DE FOGÕES ECOLÓGICOS POR FAMÍLIAS AGRICULTORAS DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO EXPERIÊNCIA DO PROJETO DOM HELDER CAMARA

Variação Temporal de Elementos Meteorológicos no Município de Pesqueira-PE

UTILIZAÇÃO DO LODO DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO PARA ADUBAÇÃO DO AÇAÍ (Euterpe oleracea)

Biomas Brasileiros. A Geografia Levada a Sério

DOMÍNIO DOS MARES DE MORROS

BIOMAS DO MUNDO TUNDRA, TAIGA E FLORESTAS TEMPERADAS. Aula III

MAPEAMENTO DE FRAGILIDADE DE DIFERENTES CLASSES DE SOLOS DA BACIA DO RIBEIRÃO DA PICADA EM JATAÍ, GO

CURSO: PÓS GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA DISCIPLINA: CLASSIF. MAPEAMENTO DE SOLOS

ANÁLISE GRANULOMÉTRICA E QUÍMICA DO SOLO NO CEMITÉRIO SÃO JOSÉ - ITUIUTABA.

Identificação de camadas com diferentes estados de compactação pela análise fatorial da resistência do solo à penetração

AS FORMAÇÕES VEGETAIS DO GLOBO E DO BRASIL

ANÁLISE COMPARATIVA DA ADUBAÇÃO DE COBERTURA PELOS MÉTODOS SUPERFICIAL E COVETA LATERAL EM UM PLANTIO DE Eucalyptus urograndis - GARÇA, SP

CALAGEM, GESSAGEM E AO MANEJO DA ADUBAÇÃO (SAFRAS 2011 E

DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE E DENSIDADE BÁSICA PARA ESPÉCIES DE PINUS E EUCALIPTO

Transcrição:

Distribuição Vertical de Raízes em Áreas de Caatinga em Diferentes Tipos de Solo Vertical Distribution of Roots in Areas Caatinga in Different Types of Soil Eliza Rosário Gomes Marinho de Albuquerque 1 ; Frans G. C. Pareyn 2 ; Kennedy N. Jesus 3 ; Tânia Lúcia da Costa 1 ; Mônica Santana 3 ; Diego M. Nascimento 3 ; Patryk Melo 3 ; Elcida de L. Araújo 4 ; Everardo V. S. B. Sampaio 5 Abstract There is little information about the storage of root biomass vegetation in the world, and there are even less regional estimates. The aim of this study was to evaluate the vertical distribution of roots in the soil according to the diameter class in the Caatinga under dense vegetation and open vegetation, in different soil types. The roots were collect from 24 trenches of 0.7 0.7 m in layers up to 1 m. In all trenches, roots reached the maximum depth soil excavation. Regardless of the type of vegetation, the majority of the root biomass was in the layer 0-40 cm thick. There was a balance between the proportions of fine and coarse roots in the different classes and coverage. The non-sampling coarse root biomass at depths beyond 20 cm of soil may result in a systematic underestimation of the biomass stocks in the Caatinga. Keywords: fine roots, coarse roots, semi-arid. Introdução Quando se trata de biomassa radicular, o número de trabalhos no mundo é bem inferior aos que tratam de biomassa aérea (MARTÍNEZ-YRIZAR, 1995), apesar de ser um dado importante para a compreensão dos fenômenos ocorridos na parte aérea das plantas (KENZO et al., 2009; VASCONCELOS et al., 2003). Houghton (2005) apontou que esses dados são mais relatados em países de latitude média ao norte, sendo mais escassos à medida que se aproximam dos trópicos. A mensuração das biomassas radiculares deve ser feita com cautela porque as mesmas são influenciadas por muitas variáveis, como a profundidade do solo (PINHEIRO et al., 2013), e pela metodologia de coleta (VASCONCELOS et al., 2003). Dentre as influências metodológicas mais limitantes na comparação dos trabalhos, estão a profundidade de amostragem e a mensuração apenas de raízes finas (CAIRNS et al., 1 Doutoranda, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Recife, PE, raliza3@hotmail.com. 2 Engenheiro Florestal, Associação de Plantas do Nordeste (APNE), Recife, PE. 3 Doutorando, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE. 4 Professora, UFRPE, Recife, PE. 5 Professor, UFPE, Recife, PE.

1997; JACKSON et al., 1996; MOKANY et al., 2006). A maioria dos trabalhos que trata de biomassa radicular em áreas de caatinga quantifica apenas raízes finas e nas camadas superficiais do solo (SALCEDO et al., 1999), porém Costa et al. (2014) observaram que em áreas de caatinga existem o predomínio de raízes grossas (>5 mm) e essas tendem a aumentar de acordo com o aumento da idade de regeneração e chegam a atingir as camadas subsuperficiais do solo no caso de solos mais arenosos. Considerando a falta de informação sobre a persistência de raízes nas camadas mais profundas do solo e em que proporção de classes de diâmetro elas se dividem, o objetivo deste trabalho foi avaliar a distribuição vertical das raízes no solo de acordo com a classe de diâmetro em áreas de caatinga sob vegetação densa e vegetação aberta, nos principais tipos de solo da microrregião de Terra Nova e Brígida. Material e Métodos O estudo foi realizado na microrregião de Terra Nova e Brígida, porção semiárida ao Oeste do Estado de Pernambuco, em áreas de caatinga com vegetação aberta, bem como em áreas com vegetação densa. Em geral, a região tem temperaturas médias que variam de 25 a 28 o C e precipitações pluviométricas médias anuais de 400 a 800 mm, mal distribuídas e concentradas em três meses do ano. Nesta região, predominam solos de formação geológica sedimentar. Os pontos amostrais foram alocados nos quatro principais tipos de solo desta região (Argissolo, 30%; Neossolo litólico, 26%; Latossolo, 22%; e Planossolo, 7%). As classes de solos foram identificadas a partir do Zoneamento Agroecológico do Estado de Pernambuco (ZAPE) (EMBRAPA, 2001). A definição dos polígonos das coberturas de caatingas abertas e densas foi feita pela interpretação visual das imagens de satélite sendo observados tom, cor e textura, com base em imagens da época chuvosa e da época seca, acompanhada por uma validação de campo. Para cada combinação de tipo de vegetação e solo, foram escolhidos três pontos amostrais, tomados como repetições, totalizando 24 pontos. As raízes foram coletadas por meio de escavação de trincheira de 0,7 0,7 m, com profundidade de 1 m ou até a camada de impedimento. O solo de cada camada foi peneirado em malha de 2 mm e todas as raízes que ficaram na peneira foram coletadas por catação manual, em campo. As raízes foram separadas por camadas nas profundidades 0-10, 11-20, 21-30, 31-40, 41-60, 61-80, 81-100 cm. As mesmas foram levadas ao laboratório e separadas em duas classes de diâmetro (raízes finas 5 mm e raízes grossas > 5 mm). As raízes foram secas em estufa a 65 C e pesadas. Não foi feita a distinção entre raízes mortas e vivas e nem as raízes foram separadas por espécie. Resultados e Discussão Em todas as trincheiras, as raízes atingiram a profundidade máxima de escavação dos solos. Os solos apresentaram a maior concentração de biomassa de raízes nos primeiros 40 cm em todos os tipos de cobertura vegetal e classe de solo. Os maiores estoques de raízes geralmente são concentrados nas camadas superficiais de 0-40 cm. Este comportamento é, geralmente, observado por causa da maior

disponibilidade de nutrientes derivados da decomposição da serapilheira depositada na superfície do solo (CASTELLANOS et al., 1991; COSTA et al., 2014; JACKSON et al., 1996; JARAMILLO et al., 2003). Houve um equilíbrio entre as proporções de raízes finas e grossas, nas diferentes classes e cobertura. Apenas na vegetação densa sob Neossolo litólico (37% 5 mm) (Figura 1). A) B) C) D) Figura 1. Proporção da biomassa radicular em profundidade e sua distribuição (%) por classe de diâmetro em áreas de vegetação densa.a) Latossolo; B) Argissolo; C) Planossolo; D) Neossolo litólico Na vegetação aberta sob latossolo (49%) e Neossolo litólico (40%), as proporções de raízes finas foram inferiores a 50% (Figura 2). A) B) C) D) Figura 2. Proporção da biomassa radicular em profundidade e sua distribuição (%) por classe de diâmetro em áreas de vegetação aberta. A) Latossolo; B) Argissolo; C) Planossolo; D) Neossolo litólico

A maior parte dos trabalhos abrange somente a biomassa das raízes finas (SALCEDO et al., 1999) e apenas nas camadas superficiais (FAO, 2010), o que pode resultar em uma subestimação nos estoques de biomassa radicular. Conclusões A maior parte das raízes se concentra na camada superficial do solo de 0-40 cm. A maior parte das raízes pertence à classe das raízes finas ( 5 mm). As raízes grossas são predominantes nos Neossolos litólicos. A não amostragem de biomassa radicular grossa em profundidades além dos 20 cm do solo pode acarretar em uma subestimação sistemática nos estoques de biomassa em áreas de caatinga. Agradecimentos Os autores agradecem à CAPES pela bolsa de doutorado da primeira autora e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela bolsa de pesquisa do terceiro autor. Também agradecem ao CNPq e à Fundação de Ciência e Tecnologia de Pernambuco (FACEPE) pelo suporte financeiro e logístico, principalmente por meio dos projetos Estoques de carbono na vegetação e no solo em áreas com diferentes usos da terra em Pernambuco (CNPq Universal 14/2012 Processo 473449/2012-9) e Impactos de mudanças climáticas sobre a cobertura e uso da terra em Pernambuco: geração e disponibilização de informações para o subsídio a políticas públicas (Processo APQ-0077-5.01/09, edital 05-2010). Referências CAIRNS, M. A.; HELMER, E. H.; BAUMGARDNER, G. A. Root biomass allocation in the world s upland forests. Oecologia, Berlin, v. 111, n. 1, p. 1-11, 1997. CASTELLANOS, J.; MAASS, M.; KUMMERROW, J. Root biomass of a dry deciduous tropical forest in Mexico. Plant and Soil, Crawley, v. 131, p. 225-228, 1991. COSTA, T. L.; SAMPAIO, E. V. S. B.; SALES, M. F.; ACCIOLY, L. J. O.; ALTHOFF, T. D.; PAREYN, F. G. C.; ALBUQUERQUE, E. R. G. M.; MENEZES, R. S. C. Root and shoot biomasses in the tropical dry forest of Semi-Arid Northeast Brazil. Plant and Soil, Crawley, v. 378, n. 1-2, p. 113-123, 2014. EMBRAPA. Unidade de Execução de Pesquisa e Desenvolvimento de Recife. Zoneamento Agrícola de Pernambuco. Recife, 2001. 1 CD-ROM. FAO. Global forest resources assessment: main report. Rome, 2010. 340 p. il. (FAO Forestry Paper, 163). HOUGHTON, R. A. Aboveground forest biomass and the global carbon balance. Global Change Biology, Oxford, v. 11, n. 6, p. 945-958, 2005.

JACKSON, R. B.; CANADELL, J.; EHLERINGER, J. R.; MOONEY, H. A.; SALA, O. E.; SCHULZE, E. D. A global analysis of root distributions for terrestrial biomes. Oecologia, Berlin, v. 108, n. 3, p. 389-411, 1996. -, L.; CUMMINGS, D. L.; LISA J. ELLINGSON, L. Biomass, carbon, and nitrogen pools in Mexican tropical dry forest landscapes. Ecosystems, New York, 6, n. 7, p. 609-629, 2003. KENZO, T.; ICHIE, T.; HATTORI, D.; ITIOKA, T.; HANDA, C.; OHKUBO, T.; KENDAWANG, J. A.; NAKAMURA, M.; SAKAGUCHI, M.; TAKAHASHI, N.; OKAMOTO, M.; TANAKA-ODA, A.; SAKURAI, K.; NINOMIYA, I. Development of allometric relationships for accurate estimation of above- and below-ground biomass in tropical secondary forests in Sarawak, Malaysia. Journal of Tropical Ecology, Cambridge, v. 25, n.4, p. 371-386, 2009. MARTÍNEZ-YRIZAR, A. Biomass distribution and primary productivity of tropical dry forest. In: STEPHEN, H. B.; MOONEY, H. A.; MEDINA, E. (Ed.). Seasonally dry tropical forests. Cambridge: Cambridge University Press, 1995. p. 326-345. MOKANY, K.; RAISON, R. J.; PROKUSHKIN, A. S. Critical analysis of root : shoot ratios in terrestrial biomes. Global Change Biology, Oxford, v. 12, n. 1, p. 84-96, 2006. PINHEIRO, E. A. R.; COSTA, C. A. G.; ARAÚJO, J. C. de. Effective root depth of the Caatinga Biome. Journal of Arid Environments, Amsterdam, v. 89, n. 1, p. 1-4, 2013. SALCEDO, I.; LEITE, L.; VASCONCELOS, E.; SAMPAIO, E. V. S. B., 1999. Produção de raízes finas sob vegetação de Caatinga. In: WORKSHOP SOBRE SISTEMA RADICULAR: METODOLOGIAS E ESTUDO DE CASO, 1999, Aracaju. Anais... Aracaju: Embrapa Tabuleiros Costeiros, 1999. p. 139-152. VASCONCELOS, A. C. M.; CASAGRANDE, A. A.; PERECIN, D.; JORGE, L. A. C.; LANDELL, M. G. A. Avaliação do sistema radicular da cana-de-açúcar por diferentes métodos. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, MG, v. 27, n. 4, p. 849-858, 2003.