Sociedade Viva Cazuza 25 ANOS Rio de Janeiro 10 setembro 2015
O TEMPO NÃO PARA
Para quem tem um sonho, o tempo não para. Lucinha Araújo queria ter muitos filhos e teve um que valeu por dez. Cazuza não só deu trabalho, mas principalmente orgulho. Além de ter deixado uma obra que, mesmo 25 anos após sua morte, continua atual, atraindo fãs que sequer haviam nascido quando ele morreu, deixou um legado de coragem e dignidade ao assumir publicamente ser HIV soropositivo. Ele foi a primeira pessoa pública a assumir a doença no Brasil, quando todos procuravam esconder. Sua luta e sua saga foram acompanhadas por um país atônito e apavorado com a doença que na época ceifava artistas. A perda do filho único transformou a mulher que não queria ouvir falar em AIDS numa das principais lutadoras pelos direitos de pacientes portadores do vírus HIV. Com personalidade de guerreira e leonina, que dá um touro para não entrar numa briga, mas uma tourada para ser ouvida, Lucinha fundou a Sociedade Viva Cazuza no mesmo ano em que morreu seu filho. Acreditando que o gado engorda debaixo do olhar do dono, montou a Casa de Apoio Pediátrico, que abriga crianças e adolescentes carentes e soropositivos. Depois do trabalho reconhecido e sedimentado, montou ainda o projeto de Adesão ao Tratamento, que hoje atende socialmente mais de 140 pacientes por mês. Ao longo de 25 anos de trabalho, que a Viva Cazuza completa em outubro deste ano, o legado já firmado pela instituição é de que é possível sim fazer bem feito, mesmo que se reme contra a maré e mesmo quando diversos órgãos governamentais teimam em cobrar mais do seu trabalho do que de serviços equivalentes na área pública. Ela resgata um pouco de seu filho em cada olhar e sorriso das crianças da Casa de Apoio, que já formou jovens e criou seres humanos que hoje retornam à instituição para visitar, conversar, pedir conselho ou ajuda, assim como muitos filhos fazem com seus pais. Essa alegria não tem preço! No entanto, se o tratamento eficiente da AIDS possibilitou que esses jovens tenham hoje uma vida praticamente saudável, ver o aumento do índice de pessoas infectadas pelo vírus HIV no Brasil, por outro lado, tira o sono de Lucinha. Brasileiros entre 15 e 24 anos são parte de um dos grupos que mais se contaminam há cinco anos. E o seu novo desafio é mudar esse paradigma, fazendo com que os jovens iniciem a vida sexual de maneira saudável. Para isso, ela e a Sociedade Viva Cazuza precisam de sua ajuda. Christina Moreira, Viva Cazuza
Eu vejo o futuro repetir o passado, Eu vejo um museu de grandes novidades Cazuza, em O Tempo Não Para A Sociedade Viva Cazuza nasceu através da despedida precoce de um jovem artista, um poeta, que, mesmo após um quarto de século de sua morte, segue sintetizando a complexidade ideológica da juventude do Brasil desde os anos 1980. Tanto a obra como a vida de Cazuza são testamentos vivos de um período histórico repleto de transformações políticas e comportamentais, de uma busca desenfreada de sentidos para liberdades que ainda estavam sendo inventadas. Sua vida breve, intensa e prodigiosa informou, muito além da música, uma gama imensurável de impulsos criativos da cultura contemporânea. Organizar um leilão de obras de arte em prol da Sociedade Viva Cazuza é um gesto que, de certa forma, explora a influência desse artista extraordinário dentro de um contexto tradicionalmente diverso ao da música. A resposta foi formidável. Não somente pudemos contar com obras de todos os artistas convidados, mas também comprovar, através de testemunhos pessoais, a enorme influência que Cazuza imprimiu no ethos de sua geração. Os artistas convidados, hoje nomes consagrados no cenário da arte contemporânea internacional, compartilham o mesmo espírito de liberdade e ousadia característicos desse grande poeta. E mais ainda, demostram um senso ímpar de solidariedade, característica fundamental em tempos como o que vivemos hoje, marcados pela indiferença ao Outro. Assim, um leilão em prol da Sociedade Viva Cazuza torna-se uma chance de aproximação entre os universos da arte e da música, mas, mais ainda, uma oportunidade de aproximação de indivíduos da sociedade como um todo exercendo o seu papel de cidadãos solidários acima de tudo. Luisa Duarte e Vik Muniz
Viva Cazuza 25 anos Regulamento do Leilão 1. Os organizadores diligenciaram com esmero e cuidado a confecção deste catálogo, procurando descrever, tanto quanto possível, as peças do leilão, que terá 100% de sua renda arrecadada revertida à ONG Sociedade Viva Cazuza. 2. As obras de arte foram cuidadosamente selecionadas e examinadas antes do leilão, tendo sua autenticidade garantida. Na hipótese de divergência, desde que baseada em laudo firmado por perito idôneo, o arrematante poderá optar pela anulação da transação dentro do prazo de 1 (um) mês após a compra. 3. Todos os lotes estão sujeitos a um preço mínimo, aqui indicado. Os lances do leilão são irrevogáveis e não serão aceitas desistências após o arremate. 4. O leiloeiro poderá receber ordem de compra com limites máximos indicados pelos interessados. Nesse caso, um representante devidamente credenciado ficará incumbido de licitar até o limite autorizado. 5. Será solicitada aos arrematantes, após cada adjudicação, assinatura do termo de compromisso que formaliza a compra da obra e a doação do valor para ONG Associação Viva Cazuza. 6. As obras de arte arrematadas serão entregues mediante comprovante do depósito de doação, tendo como sua data limite 10 (dez) dias úteis após o evento. 7. Qualquer litígio ficará subordinado à Legislação Brasileira e à jurisdição dos tribunais da Cidade do Rio de Janeiro, qualquer que seja o local de domicílio das partes. Casos omissos serão regulados pela Legislação pertinente e em especial pelo Decreto n. 22.427 33, e suas disposições complementares. Noite Comemorativa 10 de setembro 20h - Cocktail 21h - Jantar e Leilão Beneficente 23h - Cantoria Leiloeiro oficial Walter Rezende Leiloeiro convidado Paula Lavigne Contato pré-vendas (11) 3062 2333 sp@bolsadearte.com (21) 2522 1544 rio@bolsadearte.com www.bolsadearte.com Exposição Art Rio 09 a 13 de setembro 09 09 - Preview 10 09 - De 13h às 21h 11 09 - De 13h às 21h 12 09 - De 13h às 21h 13 09 - De 13h às 19h Pier Mauá Avenida Rodrigues Alves, 10 Saúde RJ Brasil
Obras para Leilão 1. CARLITO CARVALHOSA Sem Título, 2015. Óleo sobre alumínio. 62 x 62 cm. R$15.000 20.000
2. JANAÍNA TSCHÄPE Spoxy, 2012. Técnica mista sobre papel de aquarela. 56 x 76 cm. R$20.000 30.000 3. LEDA CATUNDA Itacaré, 2008. Serigrafia sobre papel. 71 x 50 cm. R$4.000 6.000
4. LUIZ ZERBINI Andarilho, 2011. Slide e fita adesiva. 40 x 30 cm (sem moldura) / 60 x 50 cm (com moldura). R$30.000 40.000 5. EFRAIN ALMEIDA Sem Título (Colar com Cabeça), 2004. Cedro e umburana. 70 x 80 x 5 cm. R$30.000 40.000
6. VIK MUNIZ Quase um Segundo (Cazuza), 2015. Pictures of magazine. 112,8 x 152,4 cm. R$70.000 90.000 7. CARLOS VERGARA Série Carnaval, [Berro do Paulistinha] 1972, 2010. Fotografia em metacrilato. 90 x 58,5 cm. R$15.000 20.000
8. ERNESTO NETO Seja vândalo, seja herói (provisório), 2015. Estêncil sobre tecido de poliéster e madeira. 50 x 60 cm (tecido). R$25.000 35.000 9. MARCOS CHAVES Sem título, 2002. Tiragem 2/5. Fotografia impressa com pigmento mineral sobre papel de algodão 305g/m2. 110 x 72 cm. R$10.000 15.000
10. DANIEL SENISE Sem título, 2013. Tiragem 2/5. Serigrafia e aplicação de réguas de aço sobre alumínio. 100 x 100 cm. R$15.000 20.000 11. CLAUDIA MELLI Díptico vertical da Série Azul, 2013. Nanquim sobre vidro. 70 x 1,40 cm. R$15.000 20.000
12. ADRIANA VAREJÃO Sem Título, 2005. Óleo e gesso sobre tela. 50 x 50 cm. R$200.000 300.000 13. ANGELO VENOSA Anjo, 2014. Madeira e cobre. 160 x 38 x 5 cm. R$6.000 9.000
14. MARIA KLABIN Desenho #1 da Serie de Areia, 2008. Tiragem 2/3. Impressão sobre papel de algodão, a partir de desenho original em papel A4. 100 x 130 cm. R$8.000 12.000 15. RAUL MOURÃO Sem Título, da série Homenagem ao Cubo, 2012. Aço e resina sintética. 92 x 20 x 60 cm. R$20.000 25.000
16. FRANCISCA BOTELHO Paixão desenfreada, 2015. Ouro 24k, ouro 18k, rubi. 20,5 x 25,5 cm. R$20.000 25.000 17. OSGEMEOS Cubo/Caixa de som, 2015. Técnica mista sobre madeira. 23 x 19 x 17 cm. R$20.000 25.000
18. EDUARDO BERLINER Irmão, 2014. Óleo sobre tela. 115 x 57 cm. R$15.000 20.000 19. BEATRIZ MILHAZES Flip Flop, 2010. Serigrafia. Edição 41/60. 28,2 x 28,2 cm. R$15.000 20.000
QUEM Agradecimentos TEM UM SONHO NÃO DANÇA Realização: Apoio: Agradecemos a todos os envolvidos que possibilitaram esta celebração dos 25 anos da Viva Cazuza, em especial: Adriana Varejão, Angelo Venosa, Beatriz Milhazes, Carlito Carvalhosa, Carlos Vergara, Claudia Melli, Daniel Senise, Eduardo Berliner, Efrain Almeida, Ernesto Neto, Francisca Botelho, Janaína Tschäpe, Leda Catunda, Luiz Zerbini, Marcos Chaves, Maria Klabin, OsGêmeos, Raul Mourão, Vik Muniz. Alcione, Adriana Calcanhotto, Álvaro Santos, Baby do Brasil, Bebel Gilberto, Charles Bonfim, Chay Suede, Diogo 7 Cordas, Diogo Silva, Djavan, Feijão, Mosquito, Ney Matogrosso, Otto, Pedro Baby, Preta Gil, Pretinho da Serrinha, Quininho, Rogério Flausino, Sandra de Sá, Teresa Cristina, Wilson Sideral. Alex Gabriel, Bebeto Chateaubriand, Brenda Valansi, Eliana Lipiani, Flora Gil, Gabriela Moreno, Jean Michel Ruis, Jones Bergamin, Karina Guarita, Marcelo Torres, Mari Stockler, Mario Canivello, Mesanino, Paulo Vieira Barbosa Resende, Tiago Gomide, Raphael Vidigal, Rosana Rodini, Vanda Klabin.